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ebook___Tarifa__o_da_energia_el_trica_R_1_0_0

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INTRODUÇÃO
Várias medidas de eficientização e otimização energética não são implantadas pelos consumidores responsáveis devido aos elevados custos envolvidos quando comparados aos possíveis decréscimos nas faturas de energia elétrica. Estas apresentam a quantia total que deve ser paga pela prestação do serviço público de energia elétrica, referente a um período especificado, discriminando as parcelas correspondentes.
Assim, compreender a estrutura tarifária e como são calculados os valores expressos nas notas fiscais de energia elétrica é um parâmetro importante para a correta tomada de decisão em projetos envolvendo conservação de energia.
A análise dos elementos que compõem esta estrutura, seja convencional ou horo-sazonal, é indispensável para uma tomada de decisão quanto ao uso eficiente da energia. A conta de energia é uma síntese dos parâmetros de consumo, refletindo a forma como a mesma é utilizada. Uma análise histórica, como no mínimo 12 meses, apresenta um quadro rico de informações e torna-se a base de comparação para futuras mudanças, visando mensurar potenciais de economia. Nesse sentido, o estudo e o acompanhamento das contas de energia elétrica tornam-se ferramentas importantes para a execução de um gerenciamento energético em instalações.
Além disso, o resultado da análise permite que o instrumento contratual entre a concessionária e o consumidor torne-se adequado às necessidades deste, podendo implicar em redução de despesas com eletricidade.
Tarifação da Energia Elétrica
Sumário do capítulo
	1.1
	PRINCIPAIS DEFINIÇÕES
	1.2
	CLASSIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES DE ENERGIA
	1.2.1
	Consumidores do grupo A
	1.2.2
	Consumidores do grupo B
	1.3
	TARIFAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
	1.3.1
	Tarifação convencional
	1.3.2
	Tarifação Horo-sazonal
	1.3.3
	Tarifação monômia
	1.4
	DEMANDA, CONSUMO E FATOR DE POTÊNCIA
	1.5
	A LEGISLAÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
	1.5.1
	O faturamento de energia e demanda ativa
	1.5.2
	O faturamento de energia e demanda reativas excedentes
	1.5.3
	Reduzindo a fatura de energia elétrica
	1.6
	FATOR DE CARGA
	1.6.1
	Tarifação convencional
	1.6.2
	Tarifação Horo-sazonal Azul
	1.6.3
	Tarifação Horo-sazonal verde
	1.7
	SISTEMAS DE MEDIÇÃO DA CONCESSIONÁRIA
	
	
Esta publicação apresenta noções básicas sobre as formas de tarifação da energia elétrica e a legislação do fator de potência, estando calcado no instrumento legal mais recente que versa sobre o tema, a Resolução 456 da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, publicada no Diário Oficial em 29 de novembro de 2000 e disponibilizado no apêndice A.
Principais Definições
Para melhor compreensão dos assuntos a serem tratados ao longo deste trabalho, é importante o conhecimento de alguns conceitos e definições:
Carga Instalada: Soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados na unidade consumidora, em condições de entrar em funcionamento, expressa em quilowatts (kW).
Contrato de Fornecimento: Instrumento contratual em que a concessionária e o consumidor responsável por unidade consumidora do Grupo “A” ajustam as características técnicas e as condições comerciais do fornecimento de energia elétrica.
Demanda: Média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado (kW ou kVAr).
Demanda Contratada: Demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente disponibilizada pela concessionária, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência fixados no contrato de fornecimento e que deverá ser integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).
Demanda de Ultrapassagem: Parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada, expressa em quilowatts (kW).
Demanda Faturável: Valor da demanda de potência ativa, identificada de acordo com os critérios estabelecidos e considerada para fins de faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW).
Demanda Medida: Maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no intervalo de 15 (quinze) minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).
Estrutura Tarifária: Conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência ativas de acordo com a modalidade de fornecimento.
Horário de Ponta (P): Corresponde ao intervalo de 3 horas consecutivas, definido por cada concessionária local, compreendido entre as 17 e 22 horas, de segunda à sexta-feira.
Horário Fora de Ponta (F): Corresponde às horas complementares às relativas ao horário de ponta, acrescido do total das horas dos sábados e domingos.
Período Seco (S): Período de 7 (sete) meses consecutivos, compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras de maio a novembro.
Período Úmido (U): Período de 5 (cinco) meses consecutivos, compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas leituras de dezembro de um ano a abril do ano seguinte.
Fator de Carga: Razão entre a demanda média e a demanda máxima da unidade consumidora, ocorridas no mesmo intervalo de tempo especificado.
Fator de Demanda: razão entre a demanda máxima num intervalo de tempo especificado e a carga instalada na unidade consumidora.
Fator de Potência: Razão entre a energia elétrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados das energias elétricas ativa e reativa, consumidas num mesmo período especificado.
Fatura de Energia Elétrica: Nota fiscal que apresenta a quantia total que deve ser paga pela prestação do serviço público de energia elétrica, referente a um período especificado, discriminando as parcelas correspondentes.
Modulação: Corresponde a redução percentual do valor de demanda no horário de ponta em relação ao horário fora de ponta.
Potência Disponibilizada: Potência que o sistema elétrico da concessionária deve dispor para atender às instalações elétricas da unidade consumidora, segundo os critérios estabelecidos na Resolução 456/00 da Aneel e configurada nos seguintes parâmetros:
a) Unidade Consumidora do Grupo “A”: A demanda contratada, expressa em quilowatts (kW);
b) Unidade Consumidora do Grupo “B”: A potência em kVA, resultante da multiplicação da capacidade nominal ou regulada, de condução de corrente elétrica do equipamento de proteção geral da unidade consumidora pela tensão nominal, observado no caso de fornecimento trifásico, o fator específico referente ao número de fases.
Potência Instalada: Soma das potências nominais de equipamentos elétricos de mesma espécie instalados na unidade consumidora e em condições de entrar em funcionamento.
Segmentos Horo-Sazonais: São as combinações dos intervalos de ponta e fora de ponta com os períodos seco e úmido, conforme abaixo:
a) Horário de Ponta em Período Seco - PS;
b) Horário de Ponta em Período Úmido - PU;
c) Horário Fora de Ponta em Período Seco - FPS;
d) Horário Fora de Ponta em Período Úmido - FPU.
Tarifa: Preço da unidade de energia elétrica e/ou da demanda de potência ativas.
Tarifa Monômia: Tarifa de fornecimento de energia elétrica constituída por preços aplicáveis unicamente ao consumo de energia elétrica ativa.
Tarifa Binômia: Conjunto de tarifas de fornecimento constituído por preços aplicáveis ao consumo de energia elétrica ativa e à demanda faturável.
Tarifa de Ultrapassagem: Tarifa aplicável sobre a diferença positiva entre a demanda medida e a contratada, quando exceder os limites estabelecidos.
Tarifas de Ultrapassagem: São as tarifas aplicadas à parcela da demanda medida que superar o valor da demanda contratada, no caso de Tarifas Horo-Sazonais, respeitados os respectivos limites de tolerância.
Tolerância de Ultrapassagem de Demanda: É uma tolerância dada aos consumidores das tarifas horo-sazonais para fins de faturamento de ultrapassagem de demanda. Esta tolerância é de:
a) 5% para os consumidores atendidos em tensão igual ou superior a 69 kV;
b) 10% para os consumidores atendidos em tensão inferior a 69kV (a grande maioria), e demanda contratada superior a 100 kW;
c) 20% para os consumidores atendidos em tensão inferior a 69 kV, e demanda contratada de 50 a 100 kW.
Valor Líquido da Fatura: Valor em moeda corrente resultante da aplicação das respectivas tarifas de fornecimento, sem incidência de imposto, sobre as componentes de consumo de energia elétrica ativa, de demanda de potência ativa, de uso do sistema, de consumo de energia elétrica e demanda de potência reativas excedentes.
Valor Mínimo Faturável: Valor referente ao custo de disponibilidade do sistema elétrico, aplicável ao faturamento de unidades consumidoras do Grupo “B”, de acordo com os limites fixados por tipo de ligação.
Classificação dos Consumidores de Energia
Os consumidores de energia são classificados (conforme resolução 456/00 da Aneel, inciso XXII do art. 2º) pelo nível de tensão em que são atendidos e podem ser divididos em três categorias:
a) Consumidores do Grupo A - Tarifação Convencional;
b) Consumidores do Grupo A - Tarifação Horo-Sazonal;
c) Consumidores do Grupo B.
A energia elétrica pode ser cobrada de diversas maneiras, dependendo do enquadramento tarifário de cada consumidor. 
Consumidores do Grupo A
Corresponde ao grupamento composto de unidades consumidoras com tensão de fornecimento igual ou superior a 2,3 kV, ou, ainda, atendidas em tensão inferior a 2,3 kV a partir de sistema subterrâneo de distribuição.
O grupo A, subdividido nos subgrupos apresentados na tabela 1.1, é caracterizado pela estruturação tarifária binômia (os consumidores são cobrados tanto pela demanda quanto pela energia ativa que consomem), além da tarifação imposta por baixo fator de potência (inferior a 0,92, indutivo ou capacitivo) para o consumo de energia elétrica e demanda de potências reativas excedentes.
Os grandes consumidores e a maioria das pequenas e médias empresas brasileiras (industriais ou comerciais) são classificados no Grupo A, podendo ser enquadrados na tarifação convencional ou na tarifação horo-sazonal (azul ou verde).
É necessária, para consumidores do Grupo A, a assinatura de um “Contrato de Fornecimento”, destinado a regular as relações entre a concessionária e a unidade consumidora.
Consumidores do Grupo B
Corresponde ao grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão inferior a 2,3 kV ou, ainda, atendidas em tensão superior a 2,3 kV e faturadas neste Grupo nos termos definidos nos arts. 79 a 81 da resolução 456/00 da Aneel. O grupo B, subdividido nos subgrupos apresentados na tabela 1.2, é caracterizado pela estruturação tarifária monômia (isto é, os consumidores são cobrados apenas pela energia ativa que consomem), além da tarifação imposta por baixo fator de potência (consumo de energia reativa excedente), quando aplicável.
Como
exemplo,
podemos
citar
as residências, iluminação pública, consumidores rurais, e todos os demais usuários alimentados em baixa tensão (abaixo de 600 V), divididos em três tipos de tarifação: residencial, comercial e rural.
Os consumidores atendidos por redes elétricas subterrâneas são classificados no Grupo A, Subgrupo AS, mesmo que atendidos em baixa tensão.
É necessária, para consumidores do Grupo B, a assinatura de um “Contrato de Adesão”, destinado a regular as relações entre a concessionária e a unidade consumidora.
Figura 1.1 Consumidores dos Grupos A e B.
Tarifação de Energia Elétrica
Tarifação de Energia Elétrica é o sistema organizado de tabelas de preços (da unidade de energia elétrica e/ou da demanda de potência ativa) correspondentes às diversas classes de serviço oferecidas às unidades 
Energia Elétrica, em cujo site podem ser obtidas as tabelas de tarifas atualizadas.
A compreensão da forma como é cobrada a energia elétrica e como são calculados os valores apresentados nas contas de energia elétrica é fundamental para a tomada de decisão em relação a projetos de eficiência energética.
A conta de energia reflete o modo como a energia elétrica é utilizada e sua análise por um período de tempo adequado permite estabelecer relações importantes entre hábitos e consumo.
Dadas as alternativas de enquadramento tarifário disponíveis para alguns consumidores, o conhecimento da formação da conta e dos hábitos de consumo permite escolher a forma de tarifação mais adequada e que resulta em menor despesa com a energia elétrica.
As tarifas de eletricidade em vigor possuem estruturas com dois componentes básicos na definição do seu preço:
a) Componente relativo à demanda de potência ativa (quilowatt ou kW);
b) Componente relativo ao consumo de energia ativa (quilowatt-hora ou kWh).
c) Importante observar que, até 1981, existia apenas um sistema de tarifação, denominado Convencional. Este sistema, bastante simplificado, não permitia que o consumidor percebesse os reflexos decorrentes da melhor forma de utilizar (consumir) a eletricidade, uma vez que não havia diferenciação de preços segunda sua utilização durante as horas do dia e períodos do ano.
Desta forma, esta única estrutura de tarifação levava o consumidor a ser indiferente no que diz respeito à utilização da energia elétrica durante a madrugada ou no final da tarde, assim como consumir durante o mês de junho ou dezembro, no inverno ou no verão.
Esta indiferença com relação ao consumo de energia ao longo desses períodos indicava um perfil de comportamento vinculado exclusivamente aos hábitos de consumo e às características próprias do mercado de uma determinada região. E, diga-se de passagem, não havia nenhum interesse ou intenção na mudança destes hábitos, visto que a legislação vigente não acrescentava nada a este respeito.
Figura 1.2 Comportamento médio do mercado de eletricidade ao longo de um dia útil.
A figura 1.2 mostra o comportamento médio do mercado de eletricidade (consumo energético), ao longo de um dia típico de operação (dia útil). Observa-se, claramente, que no horário das 17 às 22 horas existe uma intensificação do uso da eletricidade se comparado com os demais períodos do dia. Esse comportamento resulta das influências e características individuais das várias classes de consumo que normalmente compõem o mercado: industrial, comercial, residencial, iluminação pública, rural e outras.
O horário de maior uso é denominado "horário de ponta" do sistema elétrico. É o período onde a tarifa de energia é mais cara, sendo compreendido somente por 3 horas consecutivas de segunda a sexta-feira, entre 17:00 h e 22:00 h, estabelecido por cada concessionária local (em geral, entre 17:30 h e 20:30 h). Neste período, as redes de distribuição assumem maior carga, atingindo seu valor máximo (pico de consumo) aproximadamente às 19 horas, variando um pouco este horário de região para região do país.
No horário de ponta, um novo consumidor a ser atendido pelo sistema custará mais à concessionária nesse período de maior solicitação do que em qualquer outro horário do dia, devido ao maior carregamento das redes de distribuição neste horário. De fato, existirá a necessidade de ampliação do sistema (aumento de custo para a concessionária) para atender aos consumidores no horário de ponta.
O horário Fora de Ponta é o período onde a tarifa de energia é mais barata, sendo o horário complementar ao horário de Ponta, de segunda a sexta-feira, e o dia inteiro nos sábados, domingos e feriados.
Figura 1.3 Horário de ponta e fora de ponta.
Em geral, o custo da tarifa de energia no horário de Ponta é três vezes maior do que no horário Fora de Ponta, motivando as empresas a utilizarem menos energia neste horário como forma de reduzir suas contas mensais pagas às concessionárias.
Da mesma forma que o comportamento do consumo de energia varia ao longo de um dia, o comportamento do mercado de eletricidade ao longo do ano também apresenta características próprias, as quais podem ser visualizadas na figura 1.4.
Figura 1.4 Disponibilidade média dos reservatórios (curva A) x consumo ao longo do ano (curva B).
A curva A representa a disponibilidade média de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas,constituindo o potencial predominante de geração de eletricidade (disponibilização energética). Por outro lado, a curva B representa o comportamento de consumo médio do mercado de energia elétrica a nível nacional, assumindo um valor máximo justamente no período em que a disponibilidade de água fluente nos mananciais é mínima.
Em outras palavras, pode-se dizer que no período de maior consumo existe o menor potencial de geração de eletricidade. Este fato permite identificar, em função da disponibilidade hídrica, uma época do ano denominada "período seco", compreendido entre maio e novembro de cada ano, e outra denominada “período úmido", de dezembro de um ano até abril do ano seguinte.
O período úmido é aquele onde, devido estação de chuvas, os reservatórios de nossas usinas hidrelétricas estão mais altos. Como o potencial hidráulico das usinas cresce, existe um incentivo (tarifas mais baixas) para que o consumo de energia seja maior neste período.
O período seco é aquele onde, devido à falta de chuvas, os reservatórios de nossas usinas hidrelétricas estão mais baixos. Como o potencial hidráulico das usinas diminui, existe um acréscimo nas tarifas para que o consumo de energia seja menor neste período.
A capacidade de acumulação nos reservatórios das usinas, que estocam a água afluente durante o ano, torna possível o atendimento ao mercado no período seco. Consequentemente, o fornecimento de energia no período seco tende, também, a ser mais oneroso, pois leva à necessidade de se construir grandes reservatórios, e eventualmente, operar usinas térmicas ou investimentos em outras formas alternativas de geração de energia (como a eólica, por exemplo).
Devido a estes fatos típicos do comportamento da carga ao longo do dia e ao longo do ano (em função da disponibilidade de água), foi concebida a Estrutura Tarifária Horo-Sazonal (THS), com suas Tarifas Azul e Verde, caracterizadas pela aplicação de tarifas e preços diferenciados de acordo com o horário do dia (ponta e fora de ponta) e períodos do ano (seco e úmido).
A Tarifa Azul caracteriza-se pela aplicação de preços diferenciados de demanda e consumo de energia elétrica para os horários de ponta e fora de ponta e para os períodos seco e úmido. A Tarifa Verde caracteriza-se pela aplicação de um preço único de demanda, independente de horário e período e preços diferenciados de consumo, de acordo com as horas do dia e períodos do ano.
O faturamento de unidade consumidora do Grupo “B” será realizado com base no consumo de energia elétrica ativa, e, quando aplicável, no consumo de energia elétrica reativa excedente.
Por outro lado, o faturamento de unidade consumidora do Grupo “A”, observados, no fornecimento com tarifas horo-sazonais, os respectivos segmentos, será realizado com base nos valores identificados por meio dos critérios definidos pela Aneel e descritos a seguir:
I - Demanda de Potência Ativa: um único valor, correspondente ao MAIOR dentre os a seguir definidos:
a) A demanda contratada, exclusive no caso de unidade consumidora rural ou sazonal faturada na estrutura tarifária convencional;
b) A demanda medida; ou
c) 10% (dez por cento) da maior demanda medida, em qualquer dos 11 (onze) ciclos completos de faturamento anteriores, quando se tratar de unidade consumidora rural ou sazonal faturada na estrutura tarifária convencional.
II - Consumo de Energia Elétrica Ativa: um único valor, correspondente ao MAIOR dentre os a seguir definidos:
a) Energia Elétrica Ativa Contratada, se houver; ou
b) Energia Elétrica Ativa Medida no Período de Faturamento.
III - consumo de energia elétrica e demanda de potência reativas excedentes: quando o fator de potência da unidade consumidora, indutivo ou capacitivo, for inferior a 0,92.
Tarifação Convencional
A estrutura tarifária convencional, conforme definido pela Aneel, é a “estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia elétrica e/ou demanda de potência independentemente das horas de utilização do dia e dos períodos do ano”.
Os consumidores do Grupo A, sub-grupos A3a, A4 ou AS (ou seja, fornecimento inferior a 69 kV) , podem ser enquadrados na tarifa Convencional quando a demanda contratada for inferior a 300 kW, desde que não tenham ocorrido, nos 11 meses anteriores, 3 (três) registros consecutivos ou 6 (seis) registros alternados de demanda superior a 300 kW. Quando este for o caso, é obrigatório o enquadramento na Tarifação Horo-Sazonal (THS).
O enquadramento na tarifa Convencional exige um contrato específico com a concessionária no qual se pactua um único valor da demanda pretendida pelo consumidor (demanda contratada), independente da hora do dia (ponta ou fora de ponta) ou período do ano (seco ou úmido).
Na tarifação convencional, o consumidor paga à concessionária até três parcelas: consumo, demanda e ajuste de fator de potência. O faturamento do consumo feito pelo critério mais simples, semelhante ao de nossas casas, sem a divisão do dia em horário de ponta e fora de ponta. Acumula-se o total de kWh consumidos e aplica-se uma tarifa de consumo para chegar-se à parcela de faturamento de consumo.
A parcela de faturamento de demanda é obtida pela aplicação de uma tarifa de demanda à demanda faturada, tal qual é aplicado à tarifação horo-sazonal.
Note bem a importância do controle de demanda: um pico de demanda na tarifação convencional pode significar acréscimos na conta de energia por até 12 meses.
Para cálculo da parcela de ajuste de fator de potência, o dia é dividido em duas partes: horário capacitivo e o restante. Se o fator de potência do consumidor estiver dentro dos limites pré-estabelecidos, esta parcela não é cobrada. O limite estabelecido pela Aneel é de 0,92 indutivo.
Como exemplo, podemos citar as pequenas indústrias ou instalações comerciais que não estejam enquadradas na Tarifação Horo-Sazonal (THS), normalmente com demanda abaixo de 300 kW.
A tabela 1.3 apresenta um exemplo de tarifas de energia elétrica para tarifação Convencional.
Figura 1.5 Tarifa Convencional 
Tarifação Horo-sazonal
Esta modalidade de tarifação, conforme definido pela Aneel, é estruturada para “aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, bem como de tarifas diferenciadas de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia”.
Na tarifação horo-sazonal, os dias são divididos em períodos fora de ponta e de ponta, para faturamento de demanda, e em horário capacitivo e o restante, para faturamento de fator de potência. Além disto, o ano é dividido em um período úmido e outro seco.
Assim, para o faturamento do consumo, acumula-se o total de kWh consumidos em cada período: fora de ponta seca (FS) ou fora de ponta úmida (FU), e ponta seca (PS) ou ponta úmida (PU).
Para cada um destes períodos, aplica-se uma tarifa de consumo diferenciada, e o total é a parcela de faturamento de consumo. Evidentemente, as tarifas de consumo nos períodos secos são mais caras que nos períodos úmidos, e no horário de ponta é mais cara que no horário fora de ponta.
Os custos por kWh são mais baixos nas tarifas horo-sazonais, mas as multas por ultrapassagem são mais pesadas. Assim, para a escolha do melhor enquadramento tarifário (quando facultado ao cliente) é necessária uma avaliação específica.
Nos consumidores enquadrados na Tarifação Horo-Sazonal (THS), as concessionárias utilizam medidores eletrônicos com saídas para o usuário (consumidor). Esta “saída para o usuário” é uma saída serial de dados que segue uma norma ABNT onde são disponibilizadas as informações de consumo de energia ativa e reativa para o intervalo de 15 minutos corrente (tempo de medição utilizado para faturamento) separado por posto horário (ponta e fora de ponta indutivo e fora de ponta capacitivo).
Nos demais consumidores, os sistemas de medição das concessionárias não possuem qualquer interface para o consumidor. Esta é uma das razões, dentre outras, que faz com que a grande maioria dos casos de controle de demandaseja de consumidores enquadrados na THS. Nestes casos, as informações de consumo ativo e reativo (assim como posto tarifário e sincronismo do intervalo de integração) são fornecidas por medidores ou registradores das próprias concessionárias de energia, ou seja, um medidor de energia denominado medidor THS, específico para a modalidade tarifária horo- sazonal, cujas medições (dados) ficam registrados na chamada “memória de massa” do medidor.
Tarifação Horo-Sazonal Azul
O enquadramento dos consumidores do Grupo A na tarifação horo-sazonal azul é obrigatório para os consumidores dos subgrupos A1, A2 ou A3, ou seja, para os consumidores atendidos em tensão igual ou superior a 69 kV. O enquadramento também compulsório com tensão de fornecimento inferior a 69 kV quando a demanda contratada for igual ou superior a 300 kW. Opcionalmente, o enquadramento na tarifação horo-sazonal azul pode ser feito para as unidades consumidoras com tensão de fornecimento inferior a 69 kV sempre que a demanda contratada for inferior a 300 kW.
Esta modalidade tarifária exige um contrato especifico com a concessionária, no qual se pactua tanto o valor da demanda pretendida pelo consumidor no horário de ponta (demanda contratada na ponta) quanto o valor pretendido nas horas fora de ponta (demanda contratada fora de ponta).
É importante salientar que o consumidor poderá optar pelo retorno à estrutura tarifária convencional, desde que seja verificado, nos últimos 11 (onze) ciclos de faturamento, a ocorrência de 9 (nove) registros, consecutivos ou alternados, de demandas medidas inferiores a 300 kW.
A Tarifa Azul será aplicada considerando-se a seguinte estrutura tarifária:
I - Demanda de potência (kW):
a) Um preço para horário de ponta (P);
b) Um preço para horário fora de ponta (F).
II - Consumo de energia (kWh):
a) Um preço para horário de ponta em período úmido (PU);
b) Um preço para horário fora de ponta em período úmido (FU);
c) Um preço para horário de ponta em período seco (PS); e
d) Um preço para horário fora de ponta em período seco (FS).
Na tarifação horo-sazonal azul, a resolução 456 permite, embora não seja explícita, que o faturamento da parcela de demanda seja igualmente composto por parcelas relativas a cada período: fora de ponta seca ou fora de ponta úmida, e ponta seca ou ponta úmida.
Figura 1.6 Tarifação Horo-Sazonal Azul.
Para cada período, o cálculo será o seguinte:
Caso 1 - Demanda registrada inferior à demanda contratada. Aplica-se a tarifa de demanda correspondente à demanda contratada.
Caso 2 - Demanda registrada superior à demanda contratada, mas dentro da tolerância de ultrapassagem (ver nota abaixo). Aplica-se a tarifa de demanda correspondente à demanda registrada.
Caso 3 - Demanda registrada superior à demanda contratada e acima da tolerância. Aplica-se a tarifa de demanda correspondente à demanda contratada, e soma-se a isso a aplicação da tarifa de ultrapassagem correspondente à diferença entre a demanda registrada e a demanda contratada. Ou seja: paga-se tarifa normal pelo contratado, e a tarifa de ultrapassagem sobre todo o excedente. É importante salientar que a tarifa de ultrapassagem é superior (normalmente 3 a 4 vezes) ao valor da tarifa normal de fornecimento.
Nota: A tolerância de ultrapassagem de demanda é uma tolerância dada aos consumidores das tarifas horo-sazonais para fins de faturamento de ultrapassagem de demanda (ou seja, quando a demanda medida superar a demanda contratada). Esta tolerância é de 10% para unidade consumidora atendida em tensão de fornecimento inferior a 69 kV, caindo para 5% para unidade consumidora atendida em tensão de fornecimento igual ou superior a 69 kV.
Para o cálculo da parcela de ajuste de fator de potência, o dia é dividido em duas partes: horário capacitivo e o restante. Se o fator de potência do consumidor estiver fora dos limites estipulados pela legislação, haverá penalização por baixo fator de potência. Se o fator de potência do consumidor estiver dentro dos limites pré-estabelecidos, esta parcela não é cobrada.
As tabelas 1.4 a 1.6 apresentam exemplos de tarifas de energia elétrica para a tarifação horo-sazonal azul.
Tarifação horo-sazonal verde
O enquadramento dos consumidores do Grupo A na tarifação horo-sazonal verde é obrigatório para tensão de fornecimento inferior a 69 kV (subgrupos A3a, A4 e AS) quando a demanda contratada for igual ou superior a 300 kW, em alternativa a tarifação horo-sazonal azul.
Opcionalmente, o enquadramento na tarifação horo-sazonal verde pode ser feito para as unidades consumidoras com tensão de fornecimento inferior a 69 kV sempre que a demanda contratada for inferior a 300 kW.
O enquadramento nesta modalidade tarifária exige um contrato especifico com a concessionária no qual se pactua a demanda pretendida pelo consumidor (demanda contratada), independente da hora do dia (ponta ou fora de ponta).
A Tarifa Verde será aplicada considerando a seguinte estrutura tarifária:
I - Demanda de potência (kW): um preço único.
II - Consumo de energia (kWh):
a) Um preço para horário de ponta em período úmido (PU);
b) Um preço para horário fora de ponta em período úmido (FU);
c) Um preço para horário de ponta em período seco (PS); e
d) Um preço para horário fora de ponta em período seco (FS)
Embora não seja explícita, a Resolução 456 permite que sejam contratados dois valores diferentes de demanda, um para o período seco e outro para o período úmido.
Não existe contrato diferenciado de demanda no horário de ponta, como na tarifa azul. Assim, o faturamento da parcela de demanda será composto por uma parcela apenas, relativa ao período seco ou ao período úmido, usando o mesmo critério do THS-azul, quanto a eventuais ultrapassagens de demanda contratada.
Para o cálculo da parcela de ajuste de fator de potência, o dia é dividido em três partes: horário capacitivo, horário de ponta, e o restante. Se o fator potência do consumidor, registrado ao longo do mês, estiver fora dos limites estipulados pela legislação, haverá penalização por baixo fator de potência. Se o fator de fator de potência do consumidor estiver dentro dos limites pré-estabelecidos, esta parcela não é cobrada.
Assim como na tarifação horo- sazonal azul, o consumidor poderá optar pelo retorno à estrutura tarifária convencional, desde que seja verificado, nos últimos 11 (onze) ciclos de faturamento, a ocorrência de 9 (nove) registros, consecutivos ou alternados, de demandas medidas inferiores a 300 kW.
As tabelas 1.7 a 1.9 apresentam exemplos de tarifas de energia elétrica para a tarifação horo-sazonal verde.
Figura 1.7 Tarifação Horo-Sazonal Verde.
Tarifação Monômia
Na tarifação monômia, o consumidor paga à concessionária até duas parcelas: consumo e ajuste de fator de potência. Não há cobrança da Concessionária quanto a Demanda. Não existe a divisão do dia em horário de ponta e fora de ponta. Acumula-se total de kWh consumidos, e aplica-se uma tarifa de consumo para chegar-se à parcela de faturamento de consumo.
No entanto, o custo da Tarifa de Consumo neste Sistema é bastante acentuado em relação aos demais. O custo do Consumo é o mesmo praticado para os Consumidores do Grupo B, ou seja, dos Consumidores que não possuem transformadores particulares, dependendo apenas da sua classificação como comercial, industrial, etc.
A possibilidade de enquadramento neste Sistema Tarifário está condicionada a transformadores particulares com potência de até 112,5 kVA inclusive. Para consumidores com transformadores superiores a esta potência existem pré-requisitos a serem analisados.
Para o cálculo da parcela de ajuste de fator de potência, o dia é dividido em duas partes: horário capacitivo e o restante. Se o fator de potência do consumidor estiver fora dos limites estipulados pela legislação, haverá penalização por baixo fator de potência. Se o fator de potência do consumidor estiver dentro dos limites pré-estabelecidos, esta parcela não é cobrada.
Demanda, Consumo e Fator de Potência
Demanda é a média das potências ativasinstantâneas solicitadas à concessionária de energia pela unidade consumidora e integradas num determinado intervalo de tempo (período de integração), e, portanto, só existe quando findo este intervalo (figura 1.8). Em outras palavras, é o consumo de energia da sua instalação (kWh) dividido pelo tempo no qual se verificou tal consumo. É importante salientar que não existe demanda instantânea, o que existe é a potência instantânea sendo integrada.
Para faturamento de energia pelas concessionárias nacionais, se utilizam intervalos de integração de 15 minutos (em outros países este período varia de 5 a 30 minutos) . Assim, a sua demanda de energia (medida em kW ou MW), é igual ao valor do consumo registrado a cada intervalo de 15 minutos (medido em kWh ou MWh) dividido por 1/4 (15 minutos são iguais a 1/4 de hora).
Em um mês, ocorrem quase 3000 intervalos de quinze minutos (30 dias x 24 horas / 15 minutos = 2880 intervalos), os quais servirão de base para o cálculo de parte da conta de energia elétrica. A concessionária cobra pela maior demanda registrada no mês (ou seja, no período de faturamento), conhecida como demanda máxima, ainda que tenha sido verificada apenas uma única vez, sendo no mínimo igual à contratada.
Figura 1.8 Cálculo da demanda “D” (kW).
Além da demanda há ainda a fatura do consumo, que nada mais é do que a energia consumida no mês, medida em kWh. Em outras palavras, é a energia elétrica despendida para realizar trabalho num determinado período de tempo considerado (potência x tempo). Fazendo uma analogia com a mecânica de movimento é como se o consumo fosse o espaço percorrido e a demanda fosse a velocidade média em 15 minutos.
Matematicamente, a energia (consumo) é a integral de tempo da potência instantânea. Graficamente, representa a área sob a curva potência x tempo (figura 1.9).
Figura 1.9 Cálculo do consumo “C” (kWh).
Tomando-se como exemplo a curva da figura 6.9, pode- se calcular o consumo “C” (energia) através do cálculo da área indicada, ou seja:
C= (3×100) + (3× 200) + (3×100) + (6 × 200) 
C = 2400kW .min
Na prática, a unidade de medida do consumo (energia) é o kWh, devendo -se, portanto, dividir o resultado obtido por 60 (60 minutos = 1h):
Observe que a demanda (potência média), conforme definida pela expressão (6.1), é igual ao consumo (energia) dividido pelo intervalo de integração (15 minutos = ¼ hora):
A figura 1.10 exemplifica um gráfico típico de demanda diária, destacando-se o horário de ponta no intervalo entre as 18:00h e 21:00h. Observa-se que o valor da máxima demanda medida é igual a 7.100 kW e ocorreu às 9:00h. Os gráficos de demanda diária são apresentados através das medições realizadas a cada intervalo de 15 minutos. O gráfico da figura 1.11 ilustra em escala maior o intervalo de medição das 5 (cinco) primeiras horas, onde nota-se claramente a representação dos quatro intervalos de 15 minutos de cada hora medida. A figura 6.12 indica o mesmo gráfico da figura 6.10, porém representado através de linha ao invés de barras.
Figura 1.10 Exemplo de um gráfico típico de demanda diária (gráfico de barras).
Figura 1.11Exemplo de um gráfico típico de demanda diária (detalhe da fig. 1.10 para o intervalo 0 – 5h).
Figura 1.12 Exemplo de um gráfico típico de demanda diária (gráfico de linha).
Normalmente, os gráficos disponibilizados pelos softwares dos controladores de demanda apresentam também os valores contratuais de demanda e o limite de tolerância de ultrapassagem, além das medições da demanda máxima fora de ponta e em ponta diárias, semanais, mensais ou anuais.
Para o faturamento de energia, o fator de potência (que, como já visto, é o índice de eficiência da instalação que mede a capacidade de converter a potência total fornecida à instalação – kVA – em potência que possa realizar trabalho - kW) é registrado de hora em hora.
Desta maneira, como no caso da demanda, os mecanismos de tarifação levarão em conta o pior valor de fator de potência registrado ao longo do mês, dentre os mais de 700 valores registrados (30 dias x 24h = 720 medições).
É importante lembrar que, como já apresentado, cada um dos valores do fator de potência medidos são identificados como indutivos ou capacitivos (figura 1.13).
Como será visto mais adiante, a multa aplicada pela concessionária depende não apenas do valor do fator de potência, mas também se o mesmo é capacitivo ou indutivo em um determinado horário do dia.
 
Figura 1.13 Representação gráfica do fator de potência indutivo e capacitivo.
Figura 1.14 Gráfico típico de fator de potência diário.
A figura 1.14 representa um gráfico típico de fator de potência diário, onde os valores de fator de potência indutivo estão representados acima do eixo de simetria (Fp = 1) e os valores de fator de potência capacitivo abaixo. O horário de ponta está destacado (18 às 20h), bem como o horário capacitivo (posto capacitivo).
A Legislação do Fator de Potência
A Resolução Nº 456 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), de Novembro de 2000, estabelece as regras e condições para medição e faturamento da energia reativa excedente. O Apêndice A disponibiliza na íntegra o texto desta resolução.
O fator de potência de referência estabelecido como limite para cobrança de energia reativa excedente por parte da concessionária é de 0,92, independente do sistema tarifário.
Estes princípios são fundamentados nos seguintes pontos:
a) Necessidade de liberação da capacidade do sistema elétrico nacional;
b) Promoção do uso racional de energia;
c) Redução do consumo de energia reativa indutiva, que provoca sobrecarga no sistema das empresas fornecedoras e concessionárias de energia elétrica, principalmente nos períodos em que ele é mais solicitado;
d) Redução do consumo de energia reativa capacitiva nos períodos de carga leve que provocam elevação de tensão no sistema de suprimento, havendo necessidade de investimento na aplicação de equipamentos corretivos e realização de procedimentos operacionais nem sempre de fácil execução;
e) Criação de condições para que os custos de expansão do sistema elétrico nacional sejam distribuídos para a sociedade de forma mais justa.
De acordo com a legislação atual, tanto a energia reativa indutiva como a energia reativa capacitiva serão medidas e faturadas. De fato, todo excesso de energia reativa é prejudicial ao sistema elétrico, seja o reativo indutivo, consumido pela unidade consumidora, seja o reativo capacitivo, fornecido à rede pelos capacitores dessa unidade. Assim, o tradicional ajuste por baixo fator de potência deixa de existir, sendo substituído pelo faturamento do excedente de energia reativa indutiva consumida pela instalação e do excedente de energia reativa capacitiva fornecida à rede da concessionária pela unidade consumidora.
O controle da potência reativa deve ser tal que o fator de potência da unidade consumidora seja no mínimo 0,92 (média horária), permanecendo sempre dentro da faixa que se estende do fator de potência 0,92 indutivo até 0,92 capacitivo (figura 6.15). Isto significa que, para cada kWh de energia ativa consumida, a concessionária permite a utilização de 0,425 kVAr de energia reativa indutiva ou capacitiva, sem acréscimo no faturamento.
Figura 1.15 Representação gráfica da faixa do fator de potência regulamentada pela Aneel, isenta de tributação (multa).
Em linhas gerais, para consumidores do grupo A, a medição do fator de potência é compulsória e, para evitar multas, deverá ser mantido acima de 0,92 indutivo (durante os horários fora de ponta indutivo e de ponta), e acima de 0,92 capacitivo no horário capacitivo. Para unidades consumidoras do Grupo B, a medição do fator de potência é facultativa, sendo admitida a medição transitória, desde que por um período mínimo de 7 (sete) dias consecutivos.
A determinação do fator de potência poderá ser feita através de duas formas distintas:
a) Avaliação horária
O fator de potência será calculado através dos valores de energia ativa e reativa medidos a cada intervalo de 1 hora, durante o ciclo de faturamento.b) Avaliação mensal
Neste caso, o fator de potência será calculado através de valores de energia ativa e reativa medidos durante o ciclo de faturamento.
Segundo a legislação vigente da Aneel, todos os consumidores pertencentes ao sistema tarifário horo-sazonal serão faturados, tomando como base a avaliação horária do fator de potência. Para os consumidores pertencentes ao sistema tarifário convencional, a avaliação do fator de potência em geral deverá ser feita pelo sistema de avaliação mensal.
É importante introduzir os conceitos de posto capacitivo e posto indutivo, conforme apresentado nas figuras 1.16 e 1.17.
Figura 1.17 Intervalos de avaliação do consumo de energia reativa excedente.
Posto Capacitivo é um período de 6 horas consecutivas de segunda a domingo, compreendidas, a critério da concessionária, entre 23:30h e 06:30, onde ocorre a medição da energia reativa capacitiva.
Figura 1.18Representação gráfica da faixa do fator de potência (período capacitivo) regulamentada pela Aneel, isenta de tributação.
Neste período, as instalações devem manter seu fator de potência acima de 0,92 Capacitivo (para evitar multas), lembrando que o excesso de capacitores na rede elétrica poderá levar o fator de potência abaixo de 0,92 capacitivo, acarretando o pagamento de multas por excedentes reativos nas contas de energia. Neste período, somente o fator de potência capacitivo é passivo de cobrança de excedentes, o que significa dizer que se o fator de potência estiver baixo, porém indutivo, os excedentes não são cobrados.
Por outro lado, Posto Indutivo é o período de 18 horas complementares ao Posto Capacitivo de segunda a domingo, ou seja, das 06:30 às 23:30, onde ocorre a medição da energia reativa indutiva.
Neste período, as instalações devem manter seu fator de potência acima de 0,92 Indutivo (para evitar multas), lembrando que a falta de capacitores na rede elétrica poderá levar o fator de potência abaixo de 0,92 indutivo, também acarretando o pagamento de multas por excedentes reativos nas contas de energia. Neste período, somente o fator de potência indutivo é passivo de cobrança de excedentes, o que significa dizer que se o fator de potência estiver baixo, porém capacitivo, os excedentes não são cobrados.
Figura 1.19 Representação gráfica da faixa do fator de potência (período indutivo) regulamentada pela Aneel, isenta de tributação.
Resumidamente, para evitar a cobrança de multa na conta de energia, pode-se dizer que: no período indutivo, devem ser ligados os capacitores; no período capacitivo, os capacitores podem ser desligados.
Desta maneira, o fator de potência deve ser monitorado constantemente nos Postos Capacitivo e Indutivo, atuando automaticamente (através de controladores) sobre bancos de capacitores, de forma a manter o fator de potência sempre adequado e evitando assim, o pagamento de multas por baixo fator de potência. Assim, é importante observar que, nas instalações com correção de fator de potência através de capacitores, os mesmos devem ser desligados conforme se desativam as cargas indutivas, de forma a manter uma compensação equilibrada entre reativo indutivo e capacitivo.
Os mesmos critérios de faturamento aplicados ao excedente de reativo indutivo serão aplicados ao excedente do reativo capacitivo. O cálculo das sobretaxas (multas) por baixo fator de potência serão tratados com maiores detalhes na seção 1.5.2.
A curva da figura 1.20 e a tabela 1.11 exemplificam os intervalos de avaliação do consumo de energia reativa excedente para uma instalação elétrica com postos capacitivo e indutivo definidos pela concessionária para os períodos de 0:00 às 6:00h e de 6:00 às 24:00h, respectivamente. Observando-se a figura 1.20, nota-se que no intervalo das 4 às 6 horas não será contabilizado o excedente de energia reativa indutiva, nem no intervalo das 11 às 13 horas e das 20 às 24 horas o excedente de energia reativa capacitiva.
Figura 1.20Exemplo de intervalos de avaliação do consumo de energia reativa excedente em uma instalação elétrica.
De forma simplista, as faturas de energia elétrica são compostas da soma de dois grupos de faturamento (além dos encargos e tributos – ICMS, PIS/COFINS): 
a) Parcelas referente ao consumo e demandas ativas (incluindo a sobretaxa por ultrapassagem de demanda contratada) – ver seção 1.5.1; 
b) Parcelas referente ao consumo e demandas reativas excedentes, quando pertinente (não há sobretaxa de ultrapassagem para a demanda reativa) – ver seção 1.5.2.
Denomina-se por “importe” o total da fatura do consumidor exclusive os tributos, sendo calculada, de maneira genérica, por: 
Onde, 
I = importe (R$); 
D = demanda medida ou contratada, o maior valor entre ambos (kW); 
TD = tarifa de demanda (R$/kW); 
C= consumo medido (kWh); 
TC = tarifa de consumo (R$/kWh); 
ph = posto horário (ponta/fora de ponta); 
ps = posto sazonal (seco/úmido); 
Aj = ajustes por violação de parâmetros. 
A tarifa de consumo deve cobrir todas as despesas de geração, mediante uma tarifa de energia mais os encargos incidentes sobre a parcela “consumo”. A tarifa de demanda deve cobrir todas as despesas de transporte (transmissão e distribuição), mediante uma tarifa “fio” acrescida dos encargos incidentes sobre a parcela “demanda”. 
Dependendo do tipo de tarifação, a expressão de cálculo do importe sobre variações, as quais serão apresentas em detalhes a seguir.
O Faturamento de Energia e Demanda Ativa
A Tarifação Convencional
A conta de energia elétrica desses consumidores é composta da soma de parcelas referentes ao consumo, demanda e ultrapassagem.
a) Parcela de consumo (PC)
A parcela de consumo é calculada multiplicando-se o consumo medido pela Tarifa de Consumo:
Onde:
Pc = valor do faturamento total (em R$) correspondente ao consumo de energia ativa, no período de faturamento;
CA = consumo de energia ativa medida durante o período de faturamento, em kWh;
TCA = tarifa de energia ativa aplicável ao fornecimento, em R$/kWh;
b) Parcela de demanda (Pd)
A parcela de demanda é calculada multiplicando-se a Tarifa de Demanda pela Demanda Contratada ou pela demanda medida (a maior delas), caso esta não ultrapasse em 10% a Demanda Contratada:
Onde:
Pd = valor do faturamento total (em R$) correspondente à demanda de potência ativa, no período de faturamento;
DF = demanda faturável, correspondente a demanda contratada ou a demanda medida (a maior delas), caso esta não ultrapasse em 10% a demanda contratada;
TDA = tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento, em R$/kW.
Desta forma, caso a demanda registrada seja inferior à demanda contratada, aplica-se a tarifa de demanda correspondente à demanda contratada. Caso contrário, para a demanda registrada superior à demanda contratada, mas dentro da tolerância de ultrapassagem, aplica-se a tarifa de demanda correspondente à demanda registrada.
c) Parcela de ultrapassagem (PU)
A parcela de ultrapassagem é cobrada apenas quando a demanda medida ultrapassa em mais de 10% a Demanda Contratada. É calculada multiplicando-se a Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da demanda medida (DA) que supera a Demanda Contratada (DF):
Onde:
Pu = valor do faturamento total correspondente a demanda de energia ativa excedente à quantidade permitida, no período de faturamento, em R$;
DA = demanda ativa medida durante o período de faturamento, em kW;
DF = demanda de energia ativa faturável (contratada) no período de faturamento, em kW;
TDAu = tarifa de ultrapassagem de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento, em R$/kW.
Na tarifação Convencional, a Tarifa de Ultrapassagem corresponde a três vezes a Tarifa de Demanda.
d) Fatura total
O cálculo do custo da fatura de energia elétrica para um consumidor enquadrado na tarifação convencional é dado por:
	Fatura = Pc + Pd + Pu
	(1.5)
1.5.1.2
A tarifação horo-sazonal verde
A conta de energia elétrica desses consumidores é composta da soma de parcelas referentes ao consumo (na ponta e fora dela), demanda e ultrapassagem.
	CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIAELÉTRICA
	
	28
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
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a) Parcela de consumo
A parcela de consumo, cuja tarifa na ponta e fora de ponta é diferenciada por período do ano, sendo mais caras no período seco (maio à novembro), é calculada através da expressão abaixo, observando-se, nas tarifas, o período do ano:
	Pc = (CAP × TCAP ) + (CAFP × TCAFP )
	(1.6)
Onde:
Pc = valor do faturamento total (em R$) correspondente ao consumo de energia ativa, no período de faturamento;
CAP = consumo de energia ativa medido durante o período de ponta, em kWh;
TCAP = tarifa de energia ativa aplicável ao consumo no período de ponta, em R$/kWh;
CAFP = consumo de energia ativa medido durante o período fora de ponta, em kWh;
TCAFP = tarifa de energia ativa aplicável ao consumo no período fora de ponta, em R$/kWh;
b) Parcela de demanda
A parcela de demanda, cuja tarifa é única, independente da hora do dia ou período do ano, é calculada multiplicando-se a Tarifa de Demanda pela Demanda Contratada ou pela demanda medida (a maior delas), caso esta não ultrapasse em mais de 10% a Demanda Contratada:
	Pd = ( DF × TDA)
	(1.7)
Onde:
Pd = valor do faturamento total (em R$) correspondente a demanda de energia ativa, no período de faturamento;
DF = demanda faturável, correspondente a demanda contratada ou a demanda medida (a maior delas), caso esta não ultrapasse em 10% a demanda contratada;
TDA = tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento, em R$/kW;
Desta forma, caso a demanda registrada seja inferior à demanda contratada, aplica-se a tarifa de demanda correspondente à demanda contratada. Caso contrário, para a demanda registrada superior à demanda contratada, mas dentro da tolerância de ultrapassagem, aplica-se a tarifa de demanda correspondente à demanda registrada.
c) Parcela de ultrapassagem
A parcela de ultrapassagem é cobrada apenas quando a demanda medida ultrapassa em mais de 10% a Demanda Contratada. É calculada multiplicando-se a Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da demanda medida (DA) que supera a Demanda Contratada (DF):
Onde:
Pu = valor do faturamento total correspondente a demanda de energia ativa excedente à quantidade contratada, no período de faturamento, em R$;
DA = demanda ativa medida durante o período de faturamento, em kW;
DF = Demanda de energia ativa faturável (contratada) no período de faturamento, em kW;
TDAu = tarifa de ultrapassagem de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento, em R$/kW.
d) Fatura total
O cálculo do custo da fatura de energia elétrica para um consumidor enquadrado na tarifação horo-sazonal verde é dado por:
	Fatura = Pc + Pd + Pu
	(1.9)
	CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	29
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
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1.5.1.3
A tarifação horo-sazonal azul
A conta de energia elétrica desses consumidores é composta da soma de parcelas referentes ao consumo, demanda e ultrapassagem. Em todas as parcelas observa -se a diferenciação entre horas de ponta e horas fora de ponta.
a) Parcela de consumo
A parcela de consumo, cuja tarifa na ponta e fora de ponta é diferenciada por período do ano, sendo mais caras no período seco (maio à novembro), é calculada através da expressão abaixo, observando-se, nas tarifas, o período do ano:
	Pc = (CAP × TCAP ) + (CAFP × TCAFP )
	(1.10)
Onde:
Pc = valor do faturamento total (em R$) correspondente ao consumo de energia ativa, no período de faturamento;
CAP = consumo de energia ativa medido durante o período de ponta, em kWh;
TCAP = tarifa de energia ativa aplicável ao consumo no período de ponta (diferenciada por período do ano – seco/úmido), em R$/kWh;
CAFP = consumo de energia ativa medido durante o período fora de ponta, em kWh;
TCAFP = tarifa de energia ativa aplicável ao consumo no período fora de ponta (diferenciada por período do ano – seco/úmido), em R$/kWh;
b) Parcela de demanda
A parcela de demanda, cuja tarifa não é diferenciada por período do ano, é calculada somando -se o produto da Tarifa de Demanda na ponta pela Demanda Contratada na ponta (ou pela demanda medida na ponta, de acordo com as tolerâncias de ultrapassagem) e ao produto da Tarifa de Demanda fora da ponta pela Demanda Contratada fora de ponta (ou pela demanda medida fora de
ponta, de acordo com as tolerâncias de ultrapassagem):
	Pd = (DFP × TDAP )+ (DFFP × TDAFP )
	(1.11)
Onde:
Pd = valor do faturamento total (em R$) correspondente a demanda de energia ativa, no período de faturamento;
DFP = Demanda de energia ativa faturável (contratada) no período de ponta, em kW, ou a demanda medida na ponta, de acordo com as tolerâncias de ultrapassagem (utilizar o maior dos valores);
TDAP = tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento no período de ponta, em R$/kW;
DFFP = Demanda de energia ativa faturável (contratada) no período de fora de ponta, em kW, ou a demanda medida fora de ponta, de acordo com as tolerâncias de ultrapassagem (utilizar o maior dos valores);
TDAFP = tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento no período fora de ponta, em R$/kWh;
Aqui também, caso a demanda registrada seja inferior à demanda contratada, deve-se aplicar a tarifa de demanda correspondente à demanda contratada. Caso contrário, para a demanda registrada superior à demanda contratada, mas dentro da tolerância de ultrapassagem, aplica-se a tarifa de demanda correspondente à demanda registrada.
c) Parcela de ultrapassagem
A parcela de ultrapassagem é cobrada apenas quando a demanda medida ultrapassa a Demanda Contratada acima dos limites de tolerância. Esses limites são de 5% para os subgrupos A1, A2 e A3 e de 10% para os demais subgrupos.
O cálculo da parcela de ultrapassagem
obtido multiplicando-se a Tarifa de Ultrapassagem pelo valor da demanda medida que supera a Demanda Contratada:
	CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	30
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
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	Pu = [( DAP − DFP )× TDAuP]+
	(1.12)
	+ [( DAFP − DFFP)× TDAuFP]
	
	
	
Onde:
Pu = valor do faturamento total correspondente a demanda de energia ativa excedente à quantidade contratada, no período de faturamento, em R$;
DAP = demanda ativa medida durante o período de ponta, em kW;
DFP = Demanda de energia ativa faturável (contratada) no período de ponta, em kW;
TDAuP = tarifa de ultrapassagem de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento no período de ponta, em R$/kW.
DAFP = demanda ativa medida durante o período fora de ponta, em kW;
DFFP = Demanda de energia ativa faturável (contratada) no período de fora de ponta, em kW;
TDAuFP = tarifa de ultrapassagem de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento no período fora de ponta, em R$/kW.
d) Fatura total
O cálculo do custo da fatura de energia elétrica para um consumidor enquadrado na tarifação horo-sazonal azul é dado por:
	Fatura = Pc + Pd + Pu
	(1.13)
1.5.1.4
A tarifação monômia
A conta de energia elétrica desses consumidores é composta apenas da parcela referentes ao consumo.
a) Parcela de consumo
A parcela de consumo é calculada multiplicando-se o consumo medido pela Tarifa de Consumo:
	Pc = CA× TCA
	(1.14)
Onde:
Pc = valor do faturamento total (em R$) correspondente ao consumo de energia ativa, no período de faturamento;
CA = consumo de energia ativa medida durante o período de faturamento, em kWh;
TCA = tarifa de energia ativa aplicável ao fornecimento, em R$/kWh;
EXEMPLO 1.1 Desenvolva o estudo do cálculo das faturas para cada uma das estruturas tarifárias de uma unidade consumidora com as seguintes características:
Tarifas conforme tabela 1.13 (para tarifação monômia, considerar R$ 0,16706 kWh);
Carga instalada com demandas individuais e horários de operação diários idênticos e iguais a Tabela 1.14;
Funcionamento apenas nos dias úteis (segunda a sexta-feira);
Mês de maio, portanto, período seco;
Horário de ponta: 19:00 às 22:00 h;
Não há reativos excedentes na instalação nem ultrapassagem de demanda contratada.
Tabela 1.13 Tarifas de energia elétrica subgrupoA4/B3.
	
	
	
	
	Demanda
	
	
	
	
	
	
	
	Consumo
	
	
	
	
	
	
	
	ultrapas.
	
	Demanda (R$/kW)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	(R$/kWh)
	
	
	
	
	Sistema
	
	
	(R$/kW)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	P
	
	
	FP
	
	
	tarifário
	
	
	P
	
	
	FP
	
	P
	
	FP
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Seca
	
	Úmida
	
	Seca
	
	Úmida
	
	
	Azul
	50,21
	
	16,74
	
	16,74
	
	5,58
	
	0,1098
	
	0,1016
	
	0,0522
	
	0,0461
	
	
	Verde
	16,74
	
	16,74
	
	5,58
	
	5,58
	
	0,4967
	
	0,4885
	
	0,0522
	
	0,0461
	
	
	Conv.
	6,33
	
	6,33
	
	6,33
	
	6,33
	
	0,0929
	
	0,0929
	
	0,0929
	
	0,0929
	
	
	Monômio
	0,00
	
	0,00
	
	0,00
	
	0,00
	
	0,1670
	
	0,1670
	
	0,1670
	
	0,1670
	
Notas:
Tarifas para o Sistema MONÔMIO consideradas a da classe comercial;
Tabela com tarifas da CEMIG do grupo A4 para AZUL, VERDE e CONVENCIONAL e do Grupo B3 Comercial para Monômio;
P = Ponta e FP = Fora de Ponta.
	CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	31
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
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Tabela 1.14 Curva de carga diária da instalação.
	
	Dia: 06
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Período de funcionamento diário da carga (horas)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Mês: Abril
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Ano: 2005
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Tempo (h)
	
	Tipo da carga
	
	Demanda (kW)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	19
	
	
	20
	
	21
	
	22
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	1
	
	2
	
	3
	
	4
	
	5
	
	6
	
	7
	
	8
	
	9
	
	10
	
	11
	
	12
	
	13
	
	14
	
	15
	
	16
	
	17
	
	
	18
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	23
	
	24
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	PONTA
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Ilum. Escrit.
	10
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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	9
	
	Ilum. Fábrica
	15
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
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	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	
	
	
	
	
	15
	
	Estufa
	40
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
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	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	
	
	
	
	
	15
	
	Prensa 1
	20
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
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	1
	
	1
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	11
	
	Prensa 2
	20
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	5
	
	Forno 1
	30
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	1
	
	1
	
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	1
	
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	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	
	
	
	
	
	15
	
	Forno 2
	20
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	5
	
	Estrusora 1
	20
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
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	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	5
	
	Estrusora 2
	15
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	11
	
	Bomba
	15
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	1
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	11
	
	
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	7
	8
	9
	10
	11
	12
	13
	14
	15
	16
	17
	18
	19
	20
	21
	22
	23
	24
	
	
	Total de kW
	205
	
	0
	
	0
	
	0
	
	0
	
	0
	
	0
	
	185
	
	185
	
	185
	
	185
	
	185
	
	135
	
	155
	
	165
	
	165
	
	165
	
	165
	
	
	85
	
	85
	
	85
	
	85
	
	0
	
	0
	
	0
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Total de
	2.215
	
	0
	
	0
	
	0
	
	0
	
	0
	
	0
	
	185
	
	185
	
	185
	
	185
	
	185
	
	135
	
	155
	
	165
	
	165
	
	165
	
	165
	
	
	85
	
	85
	
	85
	
	85
	
	0
	
	0
	
	0
	
	
	
	kWh
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Solução:
Da tabela 1.14 podemos tirar os seguintes dados:
ƒ
Demanda máxima de ponta
= 85 kW
Demanda máxima fora de ponta = 185 kW
	ƒ Consumo total na ponta
	= 255 kWh
	ƒ
	Consumo total fora de ponta
	= 1.960 kWh
	ƒ
	Consumo total da unidade
	= 2.215 kWh
Considerando que a unidade consumidora não opera aos sábados e domingos, será considerado para um mês o total de 22 dias úteis. Desta forma:
ƒ
Demanda máxima de ponta
= 85 kW
Demanda máxima fora de ponta = 185 kW
	ƒ Consumo total na ponta
	= 5.610 kWh
	ƒ
	Consumo total fora de ponta
	= 43.120 kWh
	ƒ
	Consumo total da unidade
	= 48.730 kWh
a) Sistema Convencional
De (1.2):
Pc = CA × TCA = 48.730 × 0,09293 = R$4.528,43
De (1.3):
Pd = DF × TDA = 185 × 6,33 = R$1.171,05
Logo, a fatura total será, de (1.5):
Fatura = Pc + Pd = R$5.699,53
b) Sistema Horo-sazonal Azul
De (1.10):
Pc = (CAP × TCAP )+ (CAFP × TCAFP )
Pc = (5.610 × 0,10976) + (43.120 × 0,05219) = R$2.866,19
De (1.11):
Pd = (DFP × TDAP )+ (DFFP × TDAFP )
Pd = (85 ×16,74) + (185 × 5,58) = R$2.455,20
Logo, a fatura total será, de (1.13):
Fatura = Pc + Pd = R$5.321,39
Sistema horo-sazonal verde De (1.6):
Pc = (CAP ×TCAP )+ (CAFP × TCAFP )
Pc = (5.610× 0,496)+ (43.120× 0,05219) = R$5.032,99
De (1.7):
Pd = (DF × TDA)
Pd = (185 × 5,58) = R$1.032,03
Logo, a fatura total será, de (1.9):
	CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	32
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
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Fatura = Pc + Pd = R$6.065,19
Sistema Monômio De (1.14):
Pc = CA × TCA = 48.730 × 0,16706 = R$8.140,83
Logo, a fatura total será:
Fatura = Pc = R$8.140,83
Resumindo, teríamos o seguinte quadro comparativo de custos:
	ƒ
	Sistema Azul
	= R$ 5.321,39
	ƒ
	Sistema Convencional
	= R$ 5.699,53
	ƒ
	Sistema Verde
	= R$ 6.065,29
	ƒ
	Sistema Monômio
	= R$ 8.140,83
1.5.2
O faturamento de energia e demanda reativas excedentes
A resolução 456 estabelece que o fator de potência de referência "fr", indutivo ou capacitivo, terá como limite mínimo permitido, para as instalações elétricas das unidades consumidoras, o valor de fr = 0,92.
Tabela 1.15 Definição do limite mínimo permitido do fator de potência em outros países.
	País
	
	Limite mínimo permitido para o Fp
	
	
	
	Espanha
	
	0,92
	Coréia
	
	0,93
	França
	
	0,93
	Portugal
	
	0,93
	Bélgica
	
	0,95
	Argentina
	
	0,95
	Alemanha
	
	0,96
	Suiça
	
	0,96
A cobrança do reativo excedente (devido ao baixo fator de potência), ou, em outras palavras, a multa, é um adicional praticado pela concessionária aos consumidores, justificada pelo fato de que esta necessita manter o seu sistema elétrico com um dimensionamento maior do que o realmente necessário e investir em equipamentos corretivos, apenas para suprir o excesso de energia reativa (baixo fator de
potência) proveniente das instalações dos consumidores.
As contas de energia elétrica podem incluir multas por fator de potência, que não são facilmente identificadas pelo consumidor industrial, comercial ou institucional. Verifique cuidadosamente se existe algum lançamento do tipo "demanda reativa excedente" ou "energia reativa excedente", geralmente denotadas por siglas como UFDR e UFER.
As multas de fator de potência podem ser originadas por 3 causas básicas:
Falta de capacitores entre 6h e 30min e 23h e 30min (horário "indutivo");
Excesso de capacitores entre 23h e 30min e 6h e 30min (horário "capacitivo");
Uma combinação das anteriores.
Para eliminar as multas basta corrigir o fator de potência para que fique dentro dos limites estabelecidos em função dos horários "indutivo" e "capacitivo".
O valor da multa é significativa, como veremos, e será tanto maior quanto mais baixo for o fator de potência da instalação.
A multa é decorrente de duas parcelas.
primeira parcela refere-se ao Faturamento de Demanda de Reativo Excedente (FDR).
segunda parcela refere-se ao Faturamento de Energia de Reativo Excedente (FER). Estasparcelas são calculadas pelas expressões apresentadas nos itens 1.5.1.1 e 1.5.1.2, dependentes do tipo de avaliação (horária ou mensal).
Em todas as modalidades tarifárias, sobre a soma das parcelas incide o ICMS, com alíquotas variando entre 20 e 25%, dependendo do Estado. As tarifas são diferenciadas por concessionária e os reajustes tarifários anualmente homologados pela Aneel. Os valores das tarifas podem ser obtidos através da Internet, no endereço http://www.aneel.gov.br/defaultinf.htm.
importante salientar mais uma vez que não existe cobrança de ultrapassagem para a demanda reativa.
	CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	33
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
www.engeweb.eng.br
1.5.2.1
Avaliação horária do fator de potência
Para unidade consumidora faturada na estrutura tarifária horo-sazonal ou na estrutura tarifária convencional com medição apropriada, o faturamento correspondente ao consumo de energia elétrica e à demanda de potência reativas excedentes, será calculado de acordo com as expressões (1.15) e (1.16).
A avaliação horária do fator de potência é calculada através dos valores da energia ativa e reativa medidos a cada intervalo de 1 (uma) hora, durante o ciclo de faturamento.
DF(p) = demanda de potência ativa faturável em cada posto horário "p" no período de faturamento, em kW (deve ser o maior valor entre a demanda contratada, a demanda medida e aquela correspondente a 85% da maior demanda dos últimos 11 meses);
TDA(p) = tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento em cada posto horário "p", em R$/kW;
MAX = função que identifica o valor máximo da fórmula, dentro dos parênteses correspondentes, em cada posto horário "p";
t = indica intervalo de 1 (uma) hora, no período de faturamento;
FER( p )
FDR( p )
onde:
	n
	
	
	fr
	
	
	
	
	= ∑ CAt
	×
	
	− 1
	× TCA( p)
	
	
	
	ft
	
	
	
	t=1
	
	
	
	
	
	
	
	
	n
	
	
	
	fr
	
	
	= MAX t=1
	DAt
	×
	
	
	− DF ( p )
	× TDA( p )
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ft
	
	
(1.15)
(1.16)
p = indica posto horário, ponta ou fora de ponta, para as tarifas horo-sazonais ou período de faturamento para a tarifa convencional;
n = número de intervalos de integralização "t", por posto horário "p", no período de faturamento.
fr = fator de potência de referência igual a 0,92;
FER(p) = valor do faturamento (em R$), por posto horário "p", correspondente ao
consumo de energia reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência "fr", no período de faturamento;
CAt= consumo de energia ativa medida em cada intervalo de 1 (uma) hora "t", durante o período de faturamento, em kWh;
TCA(p) = tarifa de energia ativa (consumo), aplicável ao fornecimento em cada posto horário "p", em R$/kWh;
FDR(p) = valor do faturamento (em R$), por posto horário "p", correspondente à demanda
de potência reativa excedente à quantidade permitida pelo fator de potência de referência "fr" no período de faturamento;
DAt = demanda de potência ativa medida no intervalo de integralização de 1 (uma) hora "t", durante o período de faturamento, em kW;
ft = fator de potência da unidade consumidora, calculado em cada intervalo "t" de 1 (uma) hora, durante o período de faturamento.
Na prática, o fator de potência é obtido por medição das energias ativa e reativa consumidas e é definido como o cosseno do ângulo cuja tangente é o quociente da energia reativa indutiva ou capacitiva (kVArh) pela energia ativa (kWh), ambas verificadas por posto horário em unidades faturadas na estrutura horo-sazonal, ou durante o período de faturamento para as unidades faturadas na tarifa convencional com medição apropriada, ou seja:
	
	
	Erh
	(1.17)
	ft = cos arctg
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Eah
	
Onde,
Erh = energia reativa indutiva ou capacitiva medida a cada intervalo de 1 hora, em kVArh;
	CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	34
TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
www.engeweb.eng.br
Eah = energia ativa medida a cada intervalo de 1 hora, em kWh;
Alguns aspectos importantes devem ser observados:
O sistema de medição da concessionária não vai medir o Fp, o que ele fará é dimensioná-lo em função da energia ativa consumida (kWh) e da energia reativa consumida (kVArh ou kQh) pela instalação elétrica e que serão medidas;
O sistema de medição da concessionária integraliza a cada período "T" o valor da energia ativa e reativa consumida pela instalação elétrica, portanto, a cada período "T" o Fp terá um valor próprio já que a porção da carga instalada da instalação elétrica em operação pode variar para cada "T";
Os valores de Fp para cada período "T" podem ser significativamente diferentes. Imagine o que ocorre com o Fp nas empresas que fecham no intervalo do meio-dia, nas que não tem turno de revezamento e que operam até às 18 horas, nas que não operam nos sábados, domingos e feriados, etc;
Desta forma, a correção está diretamente vinculada ao período "T" e, evidentemente, aos módulos das energias ativa e reativa envolvida em cada período "T";
Observe também, que a potência reativa fornecida pelo banco de capacitores (Qc) não pode ser maior que a potência reativa requerida pela carga (Q), sob pena de, do ponto de vista da medição, ela "enxergar" a carga como capacitiva, já que o excedente da potência reativa gerada pelos bancos de capacitores (Q - Qc) retornará para o sistema elétrico da concessionária. Se esta potência reativa de retorno for significativa, embora inverta o sinal do Fp de negativo (carga indutiva) para positivo (carga capacitiva) ele também poderá ser menor ou igual a 0,92, logo, a multa também será cobrada.
Isto posto, conclui-se que a correção do Fp deve levar em conta o "tipo" de medição que a concessionária efetua na instalação elétrica, sob pena da correção não surtir o efeito esperado e ao final do mês aparecer cobrança de reativo excedente na fatura de energia elétrica da instalação elétrica corrigida (mau corrigida).
Nas expressões (1.15) e (1.16), serão considerados:
durante o período de 6 horas consecutivas, compreendido, a critério da concessionária, entre 23 h e 30 min e 06 h e 30 min (posto capacitivo), apenas os fatores de potência "ft" inferiores a 0,92 capacitivo, verificados em cada intervalo de 1 (uma) hora "t"; O período de 6 (seis) horas deverá ser informado pela concessionária aos respectivos consumidores com antecedência mínima de 1 (um) ciclo completo de faturamento (figura 6.18).
durante o período diário complementar ao definido na alínea anterior (posto indutivo), apenas os fatores de potência "ft" inferiores a 0,92 indutivo, verificados em cada intervalo de 1 (uma) hora "t" (figura 6.19).
Importante:
Os consumidores do Grupo A, tarifa verde, pagam o consumo de energia reativa na ponta e fora de ponta (FER) e a demanda reativa (FDR); por outro lado, os consumidores enquadrados na tarifa azul pagam tanto o consumo de energia reativa (FER) quanto da demanda reativa (FDR), para as horas de ponta e fora de ponta.
Havendo montantes de energia elétrica estabelecidos em contrato, o faturamento correspondente ao consumo de energia reativa, verificada por medição apropriada, que exceder às quantidades permitidas pelo fator de potência de referência "fr", será calculado de acordo com a expressão:
	
	n
	CAt × fr
	
	
	
	FER( p) =
	∑
	
	
	− CF ( p)
	× TCA( p )
	(1.18)
	
	
	
	
	
	
	
	t=1
	ft
	
	
	
	CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	35
	TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	www.engeweb.eng.br
	onde:
	
	
	tarifas de energia elétrica conforme tabela 1.16 e cuja
	
	
	
	
	avaliação de carga num período de 24 horas está
	
	
	
	
	expressa na tabela 1.17.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	FER(p) = valor do faturamento, por posto
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	horário "p", correspondente ao consumo de
	
	
	
	Tarifas de energia elétrica.
	
	
	
	
	
	Tabela 1.16
	
	
	
	
	
	energia reativa excedente à quantidade
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	permitida pelo fator de potência de referência
	
	
	
	
	Tarifa horo-sazonal Azul
	
	
	
	
	"fr", no períodode faturamento;
	
	
	
	
	
	Demanda
	
	
	
	
	Consumo
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	CAt = consumo de energia ativa medida em
	
	Subgrupo
	
	(R$/kW)
	
	
	
	
	(R$/MWh)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	cada intervalo de 1 (uma) hora "t", durante o
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Fora de
	
	
	Ponta
	
	
	Fora de Ponta
	
	período de faturamento;
	
	
	
	
	
	Ponta
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Ponta
	
	
	Seca
	
	Úmida
	
	
	Seca
	
	Úmida
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	fr = fator de potência de referência igual a
	
	A4
	
	
	16,74
	
	
	5,58
	
	109,76
	
	101,59
	
	
	52,19
	
	46,12
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	0,92;
	
	
	Dados:
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ft
	= fator de potência da unidade
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	consumidora, calculado em cada intervalo "t"
	ƒ
	Período de ponta: entre 17 e 20 h;
	
	
	
	
	de
	1 (uma) hora,
	durante o
	período de
	ƒ
	Grupo tarifário: A4, THS-Azul;
	
	
	
	
	faturamento;
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ƒ
	Período: seco;
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	CF(p) = consumo
	de energia
	elétrica ativa
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ƒ
	Demanda contratada na ponta: 210 kW (intervalo
	faturável em cada posto horário "p" no
	
	
	
	
	
	de integração de 15 min);
	
	
	
	
	
	
	
	
	período de faturamento;
	
	ƒ
	Demanda contratada fora da ponta: 3.500 kW
	TCA(p) = tarifa de energia ativa, aplicável ao
	
	
	
	
	
	(intervalo de integração de 15 min);
	
	
	
	
	fornecimento em cada posto horário "p".
	ƒ
	As leituras consideradas na tabela 6.17 são
	Importante:
	
	
	
	
	constantes para os 22 dias do mês durante os
	
	
	
	
	
	quais a indústria trabalha;
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ƒ Considerar que houve
	um
	
	erro no
	controle da
	Para fins de faturamento de energia e demanda de
	
	
	manutenção operacional da indústria na conexão e
	
	
	
	desconexão
	
	do banco
	de
	
	capacitores,
	
	o que
	potência reativas excedentes FER(p), FDR(p), serão
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	permitiu ter excesso de energia reativa indutiva no
	considerados somente os valores ou parcelas positivas
	
	
	
	
	
	
	período de
	
	ponta e
	
	fora de ponta
	por
	
	alguns
	das mesmas. Nos faturamentos relativos a demanda de
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	momentos,
	bem como
	ter
	
	excesso
	de
	energia
	potência reativa excedente FDR(p), não serão aplicadas
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	as tarifas de ultrapassagem.
	reativa capacitiva em períodos da 0 às 6 horas.
	
	
EXEMPLO 1.2 Determinar o faturamento de energia
reativa excedente para uma instalação industrial com
potência instalada de 5.000 kVA em 13,8 kV com
Tabela 1.17 Medidas de carga diária para a instalação do exemplo 1.2.
	
	
	
	
	
	Valores medidos
	
	
	
	
	
	
	Valores calculados
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Demanda
	
	Consumo
	
	
	Energia reativa
	
	
	
	
	
	
	Faturamento excedente
	
	
	
	(DAt)
	
	(CAt)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Fator de
	
	Tipo
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Demanda
	
	Consumo1
	Período
	
	Valores ativos
	
	
	Indutiva
	
	
	capacitiva
	
	potência
	
	(Capacitivo/
	
	
	FDRh = DAt ×
	0,92
	
	
	
	0,92
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	(ft)
	
	Indutivo)
	
	
	
	
	
	
	FERh = CAt ×
	
	−1
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ft
	
	
	
	ft
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	kW
	
	kWh
	
	
	kVArh
	
	
	
	
	
	
	[kW]
	
	
	
	R$
	
	
	0-1
	
	160
	
	130
	
	
	---
	
	420
	
	0,30
	
	C
	
	491
	
	
	
	14,0
	
	1-2
	
	120
	
	120
	
	
	---
	
	420
	
	0,27
	
	C
	
	409
	
	
	
	15,1
	
	2-3
	
	130
	
	130
	
	
	---
	
	420
	
	0,30
	
	C
	
	399
	
	
	
	14,0
	
	3-4
	
	150
	
	150
	
	
	---
	
	40
	
	0,97
	
	C
	
	142
	
	
	
	0,0
	
	
	4-5
	
	130
	
	130
	
	
	---
	
	42
	
	0,95
	
	C
	
	126
	
	
	
	0,0
	
	
	5-6
	
	150
	
	150
	
	
	---
	
	43
	
	0,96
	
	C
	
	144
	
	
	
	0,0
	
	
	6-7
	
	950
	
	950
	
	
	1.050
	
	---
	
	0,67
	
	I
	
	1304
	
	
	
	18,5
	
	CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	36
	
	TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	www.engeweb.eng.br
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Valores medidos
	
	
	
	
	
	
	Valores calculados
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Demanda
	
	Consumo
	
	
	Energia reativa
	
	
	
	
	
	
	Faturamento excedente
	
	
	
	
	
	(DAt)
	
	(CAt)
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Fator de
	
	Tipo
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Demanda
	
	
	Consumo1
	
	
	Período
	
	Valores ativos
	
	
	Indutiva
	
	
	capacitiva
	
	potência
	
	(Capacitivo/
	
	
	FDRh = DAt ×
	0,92
	
	
	
	
	0,92
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	(ft)
	
	Indutivo)
	
	
	
	
	
	
	
	FERh = CAt ×
	
	−1
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	ft
	
	
	
	ft
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	kW
	
	kWh
	
	
	kVArh
	
	
	
	
	
	
	[kW]
	
	
	
	
	R$
	
	
	
	
	7-8
	1.600
	1.600
	
	
	910
	
	---
	
	0,87
	
	I
	
	1692
	
	
	
	4,8
	
	
	
	
	8-9
	2.300
	2.300
	
	
	915
	
	---
	
	0,93
	
	I
	
	2275
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	9-10
	2.300
	2.300
	
	
	830
	
	---
	
	0,94
	
	I
	
	2251
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	10-11
	2.500
	2.500
	
	
	850
	
	---
	
	0,95
	
	I
	
	2421
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	11-12
	2.500
	2.500
	
	
	1.430
	
	---
	
	0,87
	
	I
	
	2644
	
	
	
	7,5
	
	
	
	
	12-13
	800
	800
	
	
	---
	
	1.500
	
	0,47
	
	C
	
	1566
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	13-14
	700
	700
	
	
	---
	
	1.500
	
	0,42
	
	C
	
	1533
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	14-15
	3.100
	3.100
	
	
	1.000
	
	---
	
	0,95
	
	I
	
	3002
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	15-16
	3.250
	3.250
	
	
	1.100
	
	---
	
	0,95
	
	I
	
	3147
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	16-17
	3.400
	3.400
	
	
	1.150
	
	---
	
	0,95
	
	I
	
	3293
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	17-18
	200
	200
	
	
	120
	
	---
	
	0,86
	
	I
	
	214
	
	
	
	1,5
	
	
	
	
	18-19
	200
	200
	
	
	70
	
	---
	
	0,94
	
	I
	
	196
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	19-20
	200
	180
	
	
	90
	
	---
	
	0,89
	
	I
	
	207
	
	
	
	0,7
	
	
	
	
	20-21
	2.450
	2.450
	980
	
	---
	0,93
	
	I
	2424
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	21-22
	2.500
	2.500
	
	
	1.050
	
	---
	
	0,92
	
	I
	
	2500
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	22-23
	2.150
	2.150
	
	
	850
	
	---
	
	0,93
	
	I
	
	2127
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	23-24
	2.100
	2.100
	
	
	810
	
	---
	
	0,93
	
	I
	
	2077
	
	
	
	0,0
	
	
	
	
	
	
	
	
	Acréscimo
	
	na fatura de
	consumo
	
	considerando
	
	somente os
	
	valores positivos:
	76,10
	
	
Nota:
Não deverão ser considerados na soma final do faturamento de consumo de energia reativa excedente os valores negativos, sendo os mesmos considerados nulos. Observar que não há pagamento de energia reativa excedente para fator de potência capacitivo no horário indutivo.
Solução:
Demonstração da metodologia de cálculo da demanda (kW) e consumo (R$) para alguns pontos do ciclo de carga:
1- período: da 0 à 1 hora
FDRh = 160 × 0,920,30 = 491kW
	
	0,92
	
	
	
	FERh = 130
	×
	
	− 1
	× R$0,05219
	= R$14,00
	
	
	0,30
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Obs: utilizar a tarifa de consumo FP/seca.
2- período: da 1 às 2 horas
FDRh = 120 × 0,270,92 = 409kW
	
	0,92
	
	
	
	FERh = 120
	×
	
	− 1
	× R$0,05219
	= R$15,01
	
	
	0,27
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Obs: utilizar a tarifa de consumo FP/seca.
	3- período: das 4
	às 5 horas
	
	FDRh = 130×
	
	0,92
	= 126kW
	
	
	
	0,95
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	0,92
	
	
	
	FERh = 130
	×
	
	
	−1
	× R$0,05219
	= −R$0,20
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	0,95
	
	
	
FERh = R$0,00
Os valores negativos não são considerados na soma final do faturamento de consumo de energia reativa excedente, sendo, portanto, nulos.
Obs: utilizar a tarifa de consumo FP/seca.
4- período: das 11 às 12 horas
FDRh = 2.500 × 0,920,87 = 2.644kW
	
	0,92
	
	
	
	FERh = 2.500
	×
	
	−1
	× R$0,05219
	= R$7,50
	
	
	0,87
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	CAPÍTULO 1 – TARIFAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA
	
	37
TARIFAÇÃO DA ENERGIA

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