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Letícia Brito Santana Falência e Recuperação Judicial – 2º Unidade Filmes/Artigos para Ver/Ler: 1. Fome de poder 2. Prenda-me se for capaz 3. American Factory 4. Ler incial do pedido de RJ da Cândido mendes Processo falimentar: Administração da Falência - Administração da Falência: Bom primeiramente lembrar que apenas quem pode falir é o empresário e a sociedade empresária. A administração da empresa é feita pensando na obtenção de lucros para depois fazer uma distribuição, para os sócios ou para a própria empresa. Pautada na função social da sociedade, desenvolveu uma função social que a empresa deve atender, Fabio Ulhoa Coelho, diz que ocorre quando a empresa consegue agregar no entorno o qual faz parte. Durante o exercício de suas atividades, a empresa pode começar a demonstrar atos de falência, a praticar atos de falência conforme preceitua a Lei 11.101/05. E a partir dai afasta a administração anterior e troca essa administração da empresa, que é causada pela falência. A troca da administração busca realizar o máximo possível o pagamento do passivo com o uso do ativo. Em um processo de falência o que ocorre é a administração de bens. A lei de falência, atribui essa administração a 3 agentes: 1. Magistrado: Preside a Administração da Falência, é ele quem vai tomar as decisões administrativas vinculadas ao dispêndio de dinheiro. à Venda antecipada de bens perecíveis/dispendiosos/desvalorização: Art. 113. Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável desvalorização ou que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. Bens dispendiosos são bens que demandam mensalmente um custo alto ou venda antecipada de bens sujeita a alta desvalorização, implica em carros no pátio de uma concessionária. à Pagamento dos salários dos auxiliares do administrador judicial: Letícia Brito Santana III – na falência: h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa; A remuneração precisa ser autorizada pois será pago pelos próprios rendimentos obtidos no processo de falência. à Aprova a prestação de contas do administrador judicial Art. 154. Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o produto entre os credores, o administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no prazo de 30 (trinta) dias. O administrador judicial vai apresentar suas próprias contas e após, apresenta as contas da falência em si. 2. Representante do Ministério Público à Função Institucional - Intervém no processo falimentar na sua função constitucional de fiscal da lei (custus legis). Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. - Denominado curador de massas: ao MP cabe a função de fiscalização. - Verto art. 4º. O representante do Ministério Público intervirá nos processos de recuperação judicial e falência. Esse artigo pertenceria a lei de falência, pela própria lei percebe-se que o MP tem autorização legal para interferir. - PU: Além das disposições previstas nesta lei, o representante do Ministério Público intervirá em toda ação proposta pela massa falida ou contra esta. Atua como Parte em seus desdobramentos: à Propositura de ação revocatória: visa a revogação ou declaração de ineficácia de atos praticados com a intenção de prejudicar credores ou que ainda sem intenção, possam ter causado prejuízo à massa falida, a exemplo de atos realizados a título gratuito. Mesmo que uma doação não tenha tido como intenção fraudar credores, se prejudicar os credores, pode ser proposta ação pelo Ministério Público a fim de anular o ato. Art. 132. A ação revocatória, de que trata o art. 130 desta Lei, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência. Letícia Brito Santana à Propositura de ação penal por crime falimentar (art.168 a 178, LF) Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada. Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1º, sem que o representante do Ministério Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses. à Função Administrativa: à Impugnar a relação de credores: Apresentada a relação de credores pelo Administrador Judicial, o MP poderá apresentar impugnação informando que há crédito listado já pagou ou que há crédito que ainda não teria sido listado. Art. 8º No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no art. 7º , § 2º , desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado. à Requerer a substituição do administrador judicial ou membros do Comitê de Credores: Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada. § 2º O devedor, qualquer credor ou o Ministério Público poderá requerer ao juiz a substituição do administrador judicial ou dos membros do Comitê nomeados em desobediência aos preceitos desta Lei. 3. Órgãos da Falência: Vão ter tão somente funções administrativas: Administrador Judicial, Assembleia Geral de Credores e o Comitê de Credores (representantes da Assembleia de Credores). 3.1 Administrador Judicial: É quem vai coordenar todos o processo de arrecadação de bens, de pagamento de crédito dentre outros. - Escolha do Juiz: “Pessoalidade”: Ele precisa ser uma referência para o juiz, para que possa nomea- lo. -PF: Será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de empresas ou contador (art.21). - PJ: Especializada: OBRIGATÓRIA indicação do nome de profissional responsável que não poderá ser substituído sem autorização do juiz (art.21, PU). No caso da PJ, caso o responsável saia da empresa por algum motivo, a empresa deve fazer a nomeação de uma nova pessoa, que seja de confiança do Juiz, visto que ele precisa autorizar que essa pessoa passe a assumir a administração. Letícia Brito Santana O Juiz escolhe a empresa e nomeia essa pessoa, que será intimada pelo Cartório e essa pesso pode aceitar ou declinar, e caso resolva declinar, deve elaborar uma petição informando as razões que a impossibilitam de realizar o ato. Caso aceite, irá ao Cartório fazer o aceite. à O administrador judicial auxilia o Juiz em nome próprio (responsabilidade subjetiva), significa que ele responde civilmente pela regra. Se por acaso, a decisão causar algum prejuízo a massa falida por dolo ou culpa, ele pode ser responsabilizado por isso. Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê responderão pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê consignar sua discordância em ata para eximir-se da responsabilidade. à Equipara-se a funcionário público para fins exclusivamente PENAIS: art.312 e seg.CP. Além de poder responder por eventuais crimes da lei de falência, tambémpode responder por crimes tipificados na Lei Penal. Isso decorre ao art.327 do Código Penal, bem como pela doutrina que em parte elenca que o administrador público possui função pública. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. - Responsável por CONDUZIR o processo de falência - Representante da comunhão de interesses dos credores- Massa falida subjetiva. - Funções exclusivamente administrativas - Assina termo de compromisso (art.33) em 48 h. - Após, arrecada livros, documentos e bens do falido, para fins de inventário (art.108) *Saída do Administrador: A depender do tipo de saída pode haver uma penalidade e havendo essa penalidade ele fica 5 anos sem poder atuar como administrador. 1. Substituição: Quando o juiz entende que o administrador não tem o melhor perfil para tratar aquele processo, pode ser nomeado em outro processo e tem direito a receber pelo que trabalhou até aquele momento. - Não há sanção, podendo ser nomeado como administrado judicial em outra falência - Remuneração Proporcional (art.24, §3º) - Causas: Renúncia motivada, morte, incapacidade civil (PF) ou falência (PJ), recusa da nomeação ou falta de comprometimento com o prazo da lei1.(esses dois últimos não chegam a ser uma substituição por sequer assumir o cargo). 2. Destituição: 1 Se refere ao prazo de 48 horas de assinar o compromisso. Letícia Brito Santana - Descumpre obrigações ou tem interesses conflitantes com os da massa - Sanção, não podendo ser nomeado administrador judicial noutra falência por 5 anos (art.30), ele fica proibido de ser nomeado e de atuar em qualquer outra falência - Causas: inobservância de prazo legal ou conflito de interesses com a massa - Sem remuneração (art.24, §3º) *Responsabilidade Subjetiva – Legitimidade Temporal: No curso do processo falimentar o credor que se sentiu lesado pode requerer a destituição do administrador judicial, o juiz vai analisar e tomar uma decisão. Após a destituição e durante o processo de falência, apenas a massa falida possui legitimidade para responsabilizar o administrador judicial. Após encerrar o processo de falência, qualquer credor poderá responsabilizar o administrador judicial. Requisito do credor individual: Contanto que ele tenha pedido a destituição desse administrador judicial. • Responsabilidade do Administrador Judicial (principais atribuições): - Verificar créditos (art.7º a 20º LF), vai analisar tudo da vida do devedor, é o coração do processo de falência, analisar quem deve pagar, quem são os credores. Livros e documentos comerciais e fiscais, apresentado pelo devedor e credores podendo receber auxílio. O AJ vai fazer uma lista de credores que será apresentada em edital pelo juízo, ele pode se manifestar sobre as impugnações apresentadas pelos credores, MP, e o juiz analisará e dar a palavra final. Se não houver impugnação, haverá a homologação do quadro geral de credores e o possível credor passa a ganhar o direito de receber. - Relatório inicial (art.22, III LF): Depois de assinar o termo e analisar todos os livros e documentos ele precisa elaborar informando as causas e circunstâncias da falência, precisa também dizer se houve crime falimentar. Esse relatório deve ser apresentado em 40 dias após a assinatura do termo de compromisso (prorrogável por igual período). - Apresentação de contas mensais (art.22, III, d): Como existe uma administração de ativo e passivo, ele precisa mensalmente informar ao juiz o que esta sendo feito e deve ser apresentado até o 10º dia do mês subsequente e deve constar no relatório o que se refere a receita e o que se refere a despesa. - Relatório Final (art.155, LF): Até 10 dias após o julgamento das suas próprias contas o AJ deve apresentar um relatório final com o valor do ativo e do produto de sua realização. O valor do passivo, quanto conseguiu salvar, quanto faltou pagar, quanto pagou, o saldo cabível a cada credor. O relatório final é patrimonial. Letícia Brito Santana 3.2 Assembleia de Credores: Quem preside é o AJ, e é formada por todos os credores da massa falida, com poucas exceções a exemplo da Fazenda Pública. Ela é convocada pelo juiz através do edital, e o AJ irá nomear um secretário. Vão ter direito a voto todas pessoas elencadas no quadro geral de credores proporcional ao crédito que ela tem a receber. *Competência (art.35, II, LF): - Aprova a constituição de comitê de credores e elege os seus membros - Adota modalidades extraordinárias de realização do ativo do falido - Deliberar sobre assuntos de interesse geral dos credores 3.3 Comitê de Credores: É formado por representante de cada classe de crédito (possuem 2 suplentes), com fulcro no art.26, LF. - i) Trabalhista - ii) Direitos reais de garantia ou privilégios especiais - iii) Quirografários e com privilégios gerais - v) ME e EPP - A principal função do comitê é ser uma Comissão Fiscalizadora do AJ e é algo facultativo, pois deve- se analisar a necessidade com base na complexidade do processo. Na ausência do comitê, quem vai atuar como AJ é o próprio AJ, sendo a principal função do comitê fiscalizar o AJ o juiz assume o papel. - Decisões: São tomadas por maioria e não há remuneração para que realizem o cargo (art.29). - Destituição, responsabilidade e termo de compromisso (art. 31 a 33) = AJ - Discordância: consignada em ata à Eximir-se da responsabilidade (art.32). Etapa falencial e reabilitação O processo falimentar é dividido em três etapas: pré-falencial (da petição inicial até a sentença declaratória de falência), falencial (inicia-se com a sentença declaratória de falência e termina com o encerramento da falência) e reabilitação (declaração de extinção das responsabilidades civis do devedor e do credor). Falencial: Possui 3 passo: i. apuração do ativo, ii. Verificação do crédito e iii. Liquidação do processo falimentar. Letícia Brito Santana A etapa falencial, constitui na sentença declaratória de falência e instaura a execução coletiva do devedor empresário. É nesse momento que começa efetivamente a execução no processo falimentar. Nesse momento todos os atos são praticados em um mesmo momento. à Pluralidade de credores e de créditosà buscar a definição do ativo e do passivo da massa falimentar. É preciso determinar a quem deve e quanto tem para pagar. I.Apuração do ativo: É um levantamento de tudo que a massa falida possui que possa garantir o pagamento dos seus credores, o primeiro ato é arrecadação dos bens, os quais ficarão na posse do AJ, que não pode arrecadar os bens impenhoráveis. Se entender por necessário trancar a empresa para garantir a proteção do patrimônio ele pode fazer isso. O laudo de avaliação é emitido pelo AJ. Uma vez arrecadado os bens, o AJ elabora um auto de arrecadação, que é um inventário elaborado pelo AJ que vai constar todos os bens arrecadados com a indicação do valor e de todos os bens e deve ser assinado pelo falido, que pode acompanhar a avaliação dos bens (vez que é de seu interesse). É possível em decorrência dessa arrecadação seja feita adjudicação (receber o bem em nome do crédito, sob autorização do juiz e desde que o valor do bem seja compatível com o valor do crédito) dos bens pelos credores pelo valor da avaliação e então irá se observar a ordem de classificação. É possível ainda que o AJ alugue os bens arrecadados a fim de garantir o sustento, os bens continuam tendo custos, então é necessário que a massa falida consiga dinheiro a fim de manter esses bens. É importante saber que as pessoas que alugaram ou arrendaram esses bens não terão direito de preferência no momento da compra, isso é relevante pois muitas vezes esses imóveis são residenciais e a pessoa cria a expectativa de que o imóvel poderá lhe pertencer. Resumo: à Arrecadação e custódia dos bensque poderá ser acompanhado pelo falido (art.108 LF) - Os bens arrecadados ficarão na posse do AJ - Não serão arrecadados bens impenhoráveis - Impossibilidade de avaliação na arrecadação à pedido de prazo (máximo de 30 dias) à laudo de avaliação - O estabelecimento será lacrado sempre que houver risco para a execução da etapa de arrecadação ou para a preservação dos bens - Auto de arrecadação à inventário e pelo respectivo laudo de avaliação dos bens à assinado pelo administrador judicial, pelo falido ou seus representantes e por outras pessoas que auxiliarem ou presenciarem o ato. - Adjudicação dos bens por credores (art.111, LF) Letícia Brito Santana - Aluguel ou arrendamento dos bens (art. 114, LF) - Não existe direito de preferência - Alienação a qualquer tempo, independente do prazo do contrato II. Verificação do crédito: 1. Organização dos credores (Quadro geral de credores): Precisamos criar um quadro geral de credores para criar uma ordem no crédito, por exemplo, a lei de falências estabelece uma ordem de pagamento (crédito trabalhista, a exemplo). -Identificação do credor, discriminação do valor do crédito e classificação de cada um dos credores - Autofalência: Publicação do rol indicado na petição inicial (como requisito da lei de falência), que poderá acontecer simultaneamente com a publicação da sentença declaratória de falência. Então, quando ingressar com o pedido de falência, o falido já irá indicar quem são os seus credores. O Juiz publica, simultaneamente, com a sentença a lista de credores para que todos possam ter conhecimento. - Falência a pedido de credor ou sócio dissidente: determinado ao falido que elabore e apresente a relação no prazo de 5 dias pelo juízo, pois não há ninguém melhor para saber a quem se deve do que o próprio falido e caso não cumpra, pode correr em crime de desobediência. - Consequência da não publicação: crime de desobediência - Em caso de o falido não entregar a relação, caberá ao administrador judicial providenciar a elaboração da lista. 2. 1ª Publicação da relação de credores no Diário Oficial - Prazo de 15 dias para conferência dos credores para apresentar ao administrador judicial (esse prazo na autofalência já é determinado na própria sentença), o Juiz vai permitir que os credores concordem ou não com o valor e ordem do crédito, permite também que os credores que não estão habilitados se habilitem, permite também que sejam realizadas impugnações em caso de divergência. - Habilitação dos não incluídos, a exceção do credor fiscal - Divergência - Ambas serão apreciadas pelo administrador judicial: Uma vez feita essa análise será feita uma nova publicação. 3. 2ª Publicação (republicação) da relação de credores no Diário Oficial - Prazo de 10 dias para impugnação - Legitimidade para impugnar: - Qualquer credor Letícia Brito Santana - Comitê de credores - Falido, o sócio ou acionista da falida - Promotor de justiça - Cada impugnação é autuada em separado, com base no objeto impugnado, reunindo-se nos mesmos autos todas impugnações referentes ao mesmo crédito, se há cinco credores impugnando a posição do credor x, elas serão analisadas de forma separada e após é que irá juntar por matéria. 4. Intimação dos credores impugnados: Os credores que estão sendo impugnados, inclusive no que tange a existência do crédito, eles terão um prazo para impugnar de 5 dias e devem a partir desse momento colacionar documentos e indicar as provas que desejam produzir. - Prazo de 5 dias - Contestar, juntar documentos, e indicar as provas a serem produzidas 5. Intimação do falido, ou do seu representante, e do comitê (se existente) para manifestação: É preciso que o falido também se manifeste sobre as impugnações. - Prazo de 5 dias 6. Vencido o prazo para manifestação, o administrador judicial deverá exarar parecer no prazo de 5 dias: Esse aparecer tem como objetivo todas as impugnações que foram realizadas até o presente momento no processo de falência. 7. Conclusão para julgamento: O juiz vai decidir as impugnações que não exigem dilação probatória e as outras ele vai instrui-las devidamente a requerimento da parte e posteriormente vai prolatar a sentença, da sentença que forma o quadro geral de credores será cabível agravo de instrumento no prazo de 15 dias. - decidir os que não exigem dilação probatória -Os demais serão devidamente instruídos - Da decisão cabe agravo de instrumento, no prazo de 15 dias (Art. 1015 do CPC) Resumo: 1. Publicação da relação dos credores (Quadro geral de credores) 2. 1ª Publicação da relação de credores no Diário Oficial 3. 2ª Publicação da relação de credores no Diário Oficial 4. Intimação dos credores impugnados 5. Intimação do falido, ou do seu representante, e do comitê (se existente) para manifestação 6. Vencido o prazo para manifestação, o administrador judicial deverá exarar parecer no prazo de 5 dias 7. Conclusão para julgamento » Sentença III. Liquidação do Processo Falimentar Letícia Brito Santana - Tem início tão logo instaurado o processo falimentar, ou seja, logo após a sentença declaratória de sentença - Objetivos: • Realização do ativo: venda dos bens arrecadados e cobrança dos devedores do falido • Pagamento do passivo (crédito) » de acordo com a natureza e as forças da massa Fase 1. Venda dos bens arrecadados: A venda desses bens pode ocorrer em conjunto ou separadamente. Essa venda pode ser de várias formas e quem decide o melhor método é o juiz que vai observar sempre o melhor método que atende a massa falida para garantir que os bens sejam vendidos pelo valor mais alto levando em consideração a otimização dos recursos. - Englobada ou separadamente - Em leilão, por proposta ou por pregão - Atendendo o melhor interesse da massa falida: - Questão de conveniência com objetivo de otimizar os recursos - Juiz decide qual será a melhor opção, de forma discricionária Excepcionalmente pode-se vender os ativos por outro meio, sendo exigível a autorização do juiz para tanto, a pedido do: - administrador judicial ou do comitê podem fazer esse requerimento - pela concorrência da vontade dos credores de pelo menos 2/3 do passivo admitido em assembleia geral convocada para esse fim concordaram com a venda por outro meio Para que a venda por outro procedimento possa vir a ser autorizada, deve ficar comprovado que a venda é favorável a massa falida. Sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada » arrecadação dos bens dos sócios junto com os do falido, só que na hora de vender os bens vai lembrar que os sócios em que pese responda de forma ilimitada também responde subsidiariamente, por isso primeiro vende os bens da massa falida e apenas após vende os bens do sócio que sejam penhoráveis, e apenas quando os bens da massa falida não seja suficientes para o exaurimento do crédito devido. - Ordem de preferência na venda: O sócio como responde subsidiariamente, primeiro esgotam-se todos os bens da sociedade para apenas se vender os bens dos sócios, excluídos os bens impenhoráveis, sejam eles dos sócios ou não. Letícia Brito Santana Fase 2. Cobrança dos devedores do falido: É muito comum que o falido tenha uma serie de devedores. E é o AJ que vai realizar essa cobrança, podendo fazer de forma amigável (meios alternativos de resolução de conflitos) ou pode fazer por meio da via judicial. - Amigável ou judicial, promovida pelo administrador judicial - Devedores de difícil liquidação » oferecer abatimento autorizado pelo juiz da falência, após oitiva do comitê de credores e do falido (Art. 22, §3º da LF): O AJ não pode conceder abatimentos sem autorização do magistrado, também precisa de autorização do comitê. Os abatimentos podem ser concedidos nos casos em que o devedor se mostra difícil de quitar a dívida, para tentar obter um resultado satisfatório. - Dinheiro resultante deve ser depositado em conta bancáriada massa falida, essa conta apenas é movimentada através de alvará judicial ou por cheque assinado pelo AJ, para que se possa ter controle total sobre a movimentação da conta. Fase 3. Exaurido o produto da venda: Depois da venda de todos os ativos e depois da cobrança de todos os créditos devidos ao falido, bem como feito o pagamento dos credores. - Administrador deve prestar contas no prazo de 30 dias (Art. 1542 da LF) - Julgamento das contas por sentença - Recurso cabível: apelação no prazo de 15 dias - Relatório final do administrador judicial no prazo de 10 dias: Esse relatório final é um resumo, um inventário de tudo o que foi feito e de tudo o que restou do processo falimentar. Esse relatório é muito importante pois serve para a certidão de crédito, para garantir o cumprimento futuro do crédito. - Valor do ativo e do apurado com sua venda - Valor do passivo e dos pagamentos realizados: Deve-se informar todos os que foram possíveis pagar bem como aqueles que não foram possível pagar. - Indicação dos créditos remanescentes - Base para emissão das certidões de crédito – credor que preferir cobrar o saldo se o falido se recompuser Sentença declaratória de encerramento da falência: Essa sentença é publicada por edital e dela é cabível apelação tendo em vista que configura uma decisão de encerramento. E ela encerra o processo mesmo que nem todos os créditos sejam pagos, pois pode haver situações em que a massa falida não possui condições de quitar todos os créditos. - Publicada por edital - Recurso cabível: Apelação (Art. 1563 da LF) 2 Art. 154. Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o produto entre os credores, o administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no prazo de 30 (trinta) dias. 3 Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença. Letícia Brito Santana Reabilitação do falido - Requisito essencial para que o falido possa voltar a exercer atividade empresarial: Há situações que o falido quer se recompor e para isso ele deve requerer judicialmente que sejam extintas as responsabilidade civis e penais para que possa voltar a atuar. Caso queira estar habilitado antes do decurso do prazo pode requerer judicialmente. - Compreende a extinção das responsabilidades civis e penais do falido - Extinção das responsabilidades civis deve se dar por sentença declaratória, que deve ser requerida ao juízo falimentar – Art. 158 da LF Art. 158. Extingue as obrigações do falido: I – o pagamento de todos os créditos; II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinqüenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo; III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei; IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei. - Se o falido foi condenado por crime falimentar, deverá requerer a reabilitação penal: Depende necessariamente do cumprimento de 2 anos da pena, se ele tiver sido absolvido não há que se falar em reabilitação penal, no entanto, caso condenado tenha sido, deve-se cumprir ao menos 2 anos da pena para requerer a habilitação à Concessão depende de cumprimento de 2 anos da pena (Art. 94 do CP) - Efeitos da inabilitação para exercício da atividade empresarial tem limite temporal de 5 anos, contados da extinção da punibilidade. Sentença que decreta falência A sentença que decreta falência, não tem natureza de sentença por ter caráter de decisão interlocutória e é eminentemente constitutiva, por criar o estado de falência. O seu conteúdo é majoritariamente constitutivo. A sentença que decreta falência, possui o conteúdo genérico de uma sentença e específico da sentença que decreta falência. Ou seja, possui relatório, fundamentação, dispositivo além dos elementos específicos, quais sejam: 1. Identificação do devedor: A sentença que decreta falência precisa identificar o devedor. Em quase todos os processo a identificação do credor é importante, e no processo de falência é ainda mais importante por o devedor ser o empresário (empresário individual [pessoa física], sociedade empresária e EIRELI). Letícia Brito Santana No caso da sociedade empresária, esta é formada por sócio e há alguns tipos societários há sócio com responsabilidade ilimitada bem como há sócios com responsabilidade limitada. Quando o juiz vai identificar o devedor, ele vai no caso do empresário individual, vai dizer que é o empresário individual. Já no caso de uma sociedade empresária ele vai dizer que o devedor é a sociedade empresária, só que os efeitos da falência também decaem sobre o sócio que possui responsabilidade ilimitada. O sócio que possui responsabilidade limitada não é alcançado. *Se o sócio que possui responsabilidade limitada for alcançado pela desconsideração da personalidade jurídica, ele passa a ter responsabilidade ilimitada e também será identificado como devedor na sentença que decreta a falência e será alcançado pelos efeitos da falência. Na EIRELI a identificação do devedor é a própria EIRELI. Lembrando que a EIRELI é formada por um único titular, sobre ele não decaem os efeitos da falência salvo nos casos de desconsideração da personalidade jurídica. 2. Fixação do termo legal ou período suspeito: No processo de falência há: (i) pedido, (ii) resposta e (iii) sentença que decreta falência. Nesta sentença que decreta falência o juiz pode se tiver elementos para tanto fixar o termo legal ou o período suspeito da falência. Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: à Imagine que se tem um ato praticado pelo falido com um intuito de fraudar credores, antes mesmo do pedido de falência, quando o empresário percebe que a crise é irreversível ele começa a tirar o dinheiro do negócio para salvar o patrimônio próprio e com isso começa a fraudar credores. Ele começa a praticar atos para fraudar credores, em grande quantidade. O juiz não vai analisar cada um desses atos para identificar se houve ou não fraude contra credores. Por isso que a lei trouxe o art.129, o juiz não vai examinar ato por ato, ele vai fixar um período em que todos os atos serão tornados sem eficácia, esse período é chamado de termo legal da falência, também conhecido como período suspeito e pouco importa se houve ou não a intenção de fraudar credores, todos os atos praticados neste período serão tornados ineficazes. A forma habitual continua existindo, presente no art.130: Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida. Letícia Brito Santana Ainda subsiste a hipótese individual para verificação dos atos previstos no art.130, provando-se o prejuízo sofrido pela massa falida. De outro lado, caso o juiz pudesse retroagir por um longo período, todos os atos praticados de forma licita também seriam prejudicados, por isso o juiz não pode retroagir, apenas quando tiver uma sequência de atos praticados com o intuito de fraudar credores, por isso que se tem um período suspeito. Observa-se ainda a ineficácia global: 129. Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo. à A ineficácia global não precisa de requerimento da parte, podendo ser declarada de ofício. Sentença que denega falência Da sentença quedenega, o recurso cabível é a apelação. Nesta sentença o juiz analisa o comportamento do requerente. Se o magistrado entender que o dolo do pedido de falência apenas para prejudicar o devedor, o juiz pode na própria sentença que decreta a falência condenar o requerente a indenizar o requerido (a indenização ocorre em ação própria). Se o dolo não for manifesto, essa condenação pode ser buscada pelo requerido em ação própria, Regime jurídico do Falido e dos Credores Esse regime jurídico são os efeitos da falência durante o processo falimentar que vai cair tanto sobre o falido quanto sob o credor. Isso não elimina os efeitos pré-processuais ou pós- processuais. Conforme visto, o período suspeito possui efeitos que são estendidos antes mesmo de ser decretada a falência. Em relação ao falido: - Perda do direito de dispor e administrar seus próprios bens, quando a falência é decretada os bens do falido passam a integrar a massa falida objetiva, então esses bens passam a pertencer a massa falida que será administrada pelo aj. -Sócios que possuem responsabilidade limitada e que não houve a desconsideração da personalidade jurídica continua sendo um sócio, um terceiro, ele não será alcançado pelos efeitos do falido, diferente dos sócios que são alcançados pela falência. Letícia Brito Santana Quando a falência é decretada, estamos falando de um processo em que todos os outros meios já foram tentados, o benefício de ordem é respeitado antes da falência, não há um segundo benefício de ordem, quando a falência é decretada ela arrecada os bens da empresa, dos sócios com responsabilidade ilimitada e pelos sócios que ocorreu a desconsideração da personalidade jurídica. O benefício de ordem é respeitado antes de declarado a falência, pois quando se fala em falência, já se está falando em um segundo momento. - O falido não poderá se ausentar do lugar da falência sem autorização judicial, não pode sair largando as dívidas. Não há o direito constitucional de ir e vir? Mesmo que não aja um tipo penal configurado na falência, essa restrição se aplica, naturalmente fica restrito a circular da circunscrição regional ao qual está limitado. O passaporte pode ser apreendido caso o juiz entenda que há esse risco. - Ele não poderá praticar atos de caráter exclusivamente patrimonial, o patrimônio não está sob sua gestão, mas, ele pode contrair dívidas, e ele não poderá atos exclusivamente patrimonial inclusive em sua vida pessoal (quanto tiver responsabilidade ilimitada ou quando sua esfera patrimonial alcançada), excluindo os sócios que possuem responsabilidade limitada e não fora atingido pela falência, não entra na categorização da falência. Atos de caráter pessoal ele pode continuar praticando, por exemplo, ele pode casar, mesmo tendo consequências patrimoniais, pode então escolher o regime de bens. O falido pode adotar, sendo a adoção um ato pessoal. - O falido perde o sigilo de correspondência quanto a sua atividade, estando protegidas as correspondências de ordem pessoal. As correspondências de ordem empresarial passam a ser entregues ao AJ. Isso não é inconstitucional, já há jurisprudência do STF: Art.5º XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal A única comunicação que se pode interceptar é a telefônica porque não deixa resultado, no entanto, as outras quando chegar pode ser encaminhadas, não podem ser interceptadas. Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe: III – na falência: d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa; Então, a própria lei determina que o AJ tem possibilidade de abrir as correspondências, o que não pode ocorrer é a interceptação das correspondências. Como a comunicação telefônica não deixa quaisquer rastros do que foi dito, é a única que pode ser interceptadas. Letícia Brito Santana Em relação ao credor: - Em primeiro lugar, é a formação da massa falida subjetiva. A massa falida é dividida em duas partes. - Suspensão das ações individuais contra o falido, as ações individuais contra o falido são suspensas porque o crédito é atraído para a falência. As ações que não são atraídas pelo juízo falimentar não vão ser suspensas. - A antecipação do vencimento das obrigações contra o falido, para que todos aqueles credores possam participar da falência, se não houvesse antecipação das dívidas, aqueles que não tivessem com o crédito vencido não poderiam participar da falência e os que possui juros embutidos serão alcançadas pelo deságio proporcional. - Somente correm juros até a decretação da falência. Classificação dos Créditos 1º Créditos compensáveis (Art.122, LF): Há uma relação constante de crédito e débito com os bancos, então se há uma dívida com o banco mas também há um crédito, o banco vai compensar os valores e vai se habilitar apenas no valor que não pôde ser suprido com a compensação. Art. 122. Compensam-se, com preferência sobre todos os demais credores, as dívidas do devedor vencidas até o dia da decretação da falência, provenha o vencimento da sentença de falência ou não, obedecidos os requisitos da legislação civil. O juízo falimentar literalmente não vê a cor do dinheiro compensado. Esses créditos em que pese normalmente sejam bancários, não são exclusivamente bancários. 2º Créditos trabalhistas especiais (Art. 151, LF): Não os créditos trabalhistas ainda, são os créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos três meses anteriores a decretação da falência até o limite de 5 salários mínimos por trabalhador. É aquele crédito de caráter emergencial. 3º Créditos de restituição (Art.85, LF): É a devolução do bem que fora indevidamente arrecadados. 4º Créditos Extraconcursais (Art.84, LF): São os créditos de manutenção da própria falência, que servem para pagar as despesas do processo falimentar, da massa falida. 5º Créditos concursais (Art.83, LF): Aqueles créditos que deram origem a falência, são os principais créditos da falência. 5.1: Trabalhistas, com o limite de até 150 salários mínimos por devedor e os créditos acidentários (não há limites). O que ultrapassar os 150 salários mínimos por credor vira quirografário. Letícia Brito Santana 5.2: Créditos com direito real e garantia até o limite do valor do bem gravado, o que exceder vira quirografário. Quem normalmente tem crédito com direito real de garantia são os bancos. 5.3: Créditos tributários, exceto as multas tributárias. 5.4: Privilégio especial, com base na lei (art. 964, CC)4. 5.5: Privilégio geral, com base na lei (art.965, CC). 5.6: Quirografário, créditos que não possui garantia nem privilégio 5.7: Multas, sejam elas tributárias ou de qualquer outra coisa. 5.8: Subordinados, é aquele definido em lei ou em contrato como tal, isso porque o contrato não pode estabelecer privilégio, mas pode colocar o credor no final da fila. Recuperação Judicial e Extrajudicial Da Recuperação Judicial – Lei 11.101/05 – Objetivo Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Até 2005 não existia o instituto da Recuperação Judicial, ao contrário da falência o objetivo é viabilizar a situação de crise da empresa, e o objetivo principal é a preservação da empresa/emprego, o objetivo principal é o prosseguimento da continuidade da atividadeempresarial da empresa que opta pelo instituto. Requisitos Qualquer empresário pode pedir? Não! O primeiro requisito é estar exercendo regularmente sua atividade. Deve haver um registro na junta comercial, deve também exercer a atividade por mais de 2 anos, ou seja, se tiver menos de anos não poderá pedir recuperação judicial. São esses dois os principais requisitos. Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; à Não faz sentido pedir recuperação judicial se não tiver viabilidade judicial. Se já tiver sido falido, é preciso ter uma sentença de extinção das obrigações. II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; 4 Podem haver outros créditos espalhados pelo ordenamento jurídico. Letícia Brito Santana III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) à Fala do plano especial, para epp e micro pequenas empresas. IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. Quais os créditos sujeitos? Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. Se tem um contrato com o vencimento para o mês que vem pode inserir no plano. A primeira exceção é que os créditos posteriores ao pedido não podem entrar no plano. Créditos não sujeitos à De fato, estão excluídos da recuperação judicial. De fato, estão excluídos da recuperação judicial, segundo os §§ 3.o e 4.o, do art. 49 da LRE, o “credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio (...)” e os credores titulares de “importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3.o e 4.o, da Lei n.o 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente”. Imagine que feche um contrato de venda que não possui essa cláusula, mas se fechar um contrato com essa cláusula esse crédito não pode ser incluído no plano de recuperação judicial. Contratos de câmbio também não podem ser incluídos. à Trata-se, basicamente, de créditos bancários. A nova legislação falimentar deu tratamento privilegiado a esses créditos, determinando que eles não se submetem aos efeitos da recuperação judicial. O objetivo foi dar mais segurança ao crédito bancário no Brasil, e com isso tentar diminuir os juros dessas operações (o chamado spread). Crédito Tributário Os créditos tributários também não podem ser incluídos, visto que o próprio CTN já determinou que os créditos tributários não são passíveis de recuperação judicial. Letícia Brito Santana Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica Art. 187 (CTN). A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp no 118, de 2005) Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem: I - União; II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata; III - Municípios, conjuntamente e pró rata. Tema de Repetitivo 987, STJ à Esse tema ainda não foi julgado, que trata sobre a possibilidade da suspensão dos atos de restrição durante o período de recuperação judicial, imagine que o fisco bloqueia um valor na conta, podendo, inclusive causar prejuízos ao plano de recuperação judicial. Meios de Recuperação Judicial O plano deve ser viável e aceito pelos credores, os meios de recuperação judicial encontram- se no art.50, abaixo: Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; III – alteração do controle societário; IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; VI – aumento de capital social; VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; X – constituição de sociedade de credores; XI – venda parcial dos bens; XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; Letícia Brito Santana XIII – usufruto da empresa; XIV – administração compartilhada; XV – emissão de valores mobiliários; XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor. Do Pedido No art.51 diz que a petição inicial deve ser instruída com as causas concretas do pedido de recuperação judicial, o credor deve entender e ter conhecimento dos motivos que levaram a empresa a entrar em crise. Deve apresentar balanço empresarial dentre outros documentos. Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira; II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; II – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outrasparcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. No pedido, deve haver também a listagem de todos os credores. Despacho de Processamento: Se a petição inicial tiver cumprido com todos os requisitos, o juiz deferirá o processamento por meio de despacho de processamento, esse despacho é como se fosse um despacho inicial do processo, verifica se os requisitos foram preenchidos, Letícia Brito Santana se os créditos são passíveis de recuperação judicial, se tudo tiver correto ele vai dar o despacho de processamento. A primeira coisa que o Juiz fará é nomear o Administrador Judicial, que diferente da falência apenas vai administrar o plano e a assembleia de credores, tendo em vista que os sócios não são afastados do comando da empresa. * O devedor deverá apresentar suas contas mensais que serão administradas pelo AJ, o Juiz vai ordenar tamém a intimação do MP e das Fazendas Públicas. Após, ordenar a publicação de um edital informando a todos que a empresa pediu recuperação judicial a qual foi conferida. Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei; III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6º desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1º , 2º e 7º do art. 6º desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei; (essa suspensão é pelo prazo de 180 dias improrrogáveis, desde que não ocorra um atraso no processo por culpa que não seja do devedor, nesses caso pode ser extendido) IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores; V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. § 1º O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá: I – o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; II – a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7º , § 1º , desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei. § 2º Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, a qualquer tempo, requerer a convocação de assembléia-geral para a constituição do Comitê de Credores ou substituição de seus membros, observado o disposto no § 2º do art. 36 desta Lei. § 3º No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá ao devedor comunicar a suspensão aos juízos competentes. § 4º O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembléia-geral de credores. Letícia Brito Santana Do Plano de Recuperação Judicial A empresa possui o prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial, caso a empresa perca esse prazo pode haver a convolação do pedido de recuperação judicial em falência. Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter: I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; II – demonstração de sua viabilidade econômica; e III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. É preciso também que seja demonstrado a viabilidade do plano, através de um laudo econômico financeiro. Restrições ao Plano Em que pese a lei traga uma serie de responsabilidades, há duas restrições, a primeira delas é que não se pode negociar com os credores trabalhistas o pagamento por mais de um ano, então os credores trabalhistas precisam ser pagos dentro do prazo de um ano. Além disso, os salários atrasados nos 3 meses anteriores ao pedido de recuperação judicial devem ser pagos dentro do prazo de 30 dias. Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial. Da objeção ao Plano Depois do plano o juiz publica o edital e os credores vão concorda com o plano, se não apresentarem qualquer objeção é porque o plano está bom e a recuperação judicial será concedida. Art. 53, Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei. Se qualquer credor tiver uma objeção ao plano, o juiz convocará a Assembleia Geral de Credores (art.55 e 56). Nessa assebleia podem ocorrer duas situações: Letícia Brito Santana Alterações ao planoà É possível que em assembleia, desde que haja expressa concordância do devedor e em termos que não impliquem diminuição dos direitos exclusivamente dos credores ausentes. As alterações poderão ser feitas, desde que de forma fundamentada, em forma de retificação ou aditamento. Exige-se, então, o mesmo quórum qualificado de deliberação sobre o plano. Rejeição do planoà Rejeitado o plano de recuperação pela Assembleia Geral de credores, o juiz decretará falência do devedor. (§4º do art.56). Da concessão Excepcional da Recuperação Judicial Se na Assembleia tive aprovação de: (i) mais da metade do valor de todos os créditos, (ii) se duas classes aprovar o plano e (iii) na classe que tiver rejeitado, tiver aprovação de 1/3, nessas hipóteses, o juiz poderá conceder a recuperação judicial. Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral de credoresna forma do art. 45 desta Lei. § 1º O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembléia, tenha obtido, de forma cumulativa: I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembléia, independentemente de classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei. § 2º A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1º deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado. à Concessão do benefício: Juiz concede a recuperação judicial quando não houver objeção (art.55) ou tenha sido aprovado pela Assembleia Geral de Credores (art.45). Ele pode, ainda, conceder o benefício se na Assembleia tiver ocorrido o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes, independente de classe, se houver aprovação de duas classes com credores votantes, e se na classe que o rejeitou mais de 1/3 dos credores tiver votado a favor (art.58). à Cabe agravo de instrumento: Interposto por qualquer credor e pelo MP contra decisão que conceder a recuperação judicial. Certidão de Regularidade Fiscal Depois da aceitação do plano, o art.57 traz uma questão polêmica, pois diz que deve fazer juntada da certidão de regularidade fiscal, sendo que em crise econômica a primeira coisa que se deixa de pagar é o fisco. Letícia Brito Santana Art. 57. Após a juntada aos autos do plano aprovado pela assembleia geral de credores ou decorrido o prazo previsto no art. 55 desta Lei sem objeção de credores, o devedor apresentará certidões negativas de débitos tributários nos termos dos arts. 151, 205, 206 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. Hoje, os juízes vêm aceitando a possibilidade da concessão mesmo que as empresas não apresentem a certidão de regularidade fiscal. Efeitos da Recuperação Judicial - O primeiro efeito da Recuperação Judicial é a novação dos créditos anteriores, pois os créditos serão pagos de forma diferente. Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1o do art. 50 desta Lei. - O segundo efeito é que o devedor deve permanecer durante dois anos na Recuperação judicial. Isso é importante, porque o descumprimento do plano leva a decretação da falência. Após o prazo de dois anos, não será mais decretada falência de forma automática, a empresa será notificada para pagar a dívida, pois a recuperação judicial é transformada em um título judicial. Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. § 1o Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei. § 2o Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. Art. 62. Após o período previsto no art. 61 desta Lei, no caso de descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano de recuperação judicial, qualquer credor poderá requerer a execução específica ou a falência com base no art. 94 desta Lei. Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput do art. 61 desta Lei, o juiz decretará por sentença o encerramento da recuperação judicial e determinará: Quando ocorre a convolação da recuperação judicial em falência? Quando a assembleia não aceitar o plano, quando não for apresentado o plano no prazo de 60 dias, quando o plano não cumprir os requisitos presentes em lei e ainda quando houver descumprimento do plano pelo devedor. Letícia Brito Santana Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei; III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4º do art. 56 desta Lei; IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1º do art. 61 desta Lei. Recuperação Especial É a recuperação das empresas de pequeno porte e micro-pequenas empresa, que não precisa da assembleia de credores, caso ocorra divergência, quem decide é o juiz. à A petição, o deferimento, as suspensões das ações, os créditos abrangidos e o Plano de Recuperação Judicial devem conter os mesmos elementos alocados em uma Recuperação normal, com a exceção de: - Não é obrigatório a continuação da Assembleia para deliberar o Plano de Recuperação apresentado. - O prazo para pagamento deve ser efetuado no máximo em 36 parcelas iguais e sucessivas, com correção pela taxa Sistem Especial de Liquidação e Custória – Selic e carência de 6 meses. Da Recuperação Extrajudicial A recuperação extrajudicial possui os mesmos requisitos que a recuperação judicial. Sendo nada mais do que uma negociação cumprindo os requisitos na lei. Se os credores aceitarem, Letícia Brito Santana caberá ao juiz apenas homologar. Deve publicar um edital para que seja demonstrado que todos os credores estão de acordo com a proposta de credores. Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e negociar com credores plano de recuperação extrajudicial. § 1o Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3o , e 86, inciso II do caput, desta Lei. § 2o O plano não poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos. § 3o O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos. § 4o O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará suspensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de decretação de falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial. § 5o Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não poderão desistir da adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários. § 6o A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III do caput, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo C ivil. *Após a distribuição do pedido de homologação os credores não podem desistir do plano. Se pedir a homologação, o credor não pode desistir, gerando uma segurança para a empresa que pede a recuperação. Do Procedimento da Recuperação Extrajudicial * O credor poderá impugnar caso seja verificado fraude ou não preenchimento do percentual mínimo exigido por lei. Art. 164. Recebido o pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicialprevisto nos arts. 162 e 163 desta Lei, o juiz ordenará a publicação de edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nacional ou das localidades da sede e das filiais do devedor, convocando todos os credores do devedor para apresentação de suas impugnações ao plano de recuperação extrajudicial, observado o § 3º deste artigo. § 1º No prazo do edital, deverá o devedor comprovar o envio de carta a todos os credores sujeitos ao plano, domiciliados ou sediados no país, informando a distribuição do pedido, as condições do plano e prazo para impugnação. § 2º Os credores terão prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do edital, para impugnarem o plano, juntando a prova de seu crédito. § 3º Para opor-se, em sua manifestação, à homologação do plano, os credores somente poderão alegar: I – não preenchimento do percentual mínimo previsto no caput do art. 163 desta Lei; II – prática de qualquer dos atos previstos no inciso III do art. 94 ou do art. 130 desta Lei, ou descumprimento de requisito previsto nesta Lei; III – descumprimento de qualquer outra exigência legal. Letícia Brito Santana § 4º Sendo apresentada impugnação, será aberto prazo de 5 (cinco) dias para que o devedor sobre ela se manifeste. § 5º Decorrido o prazo do § 4º deste artigo, os autos serão conclusos imediatamente ao juiz para apreciação de eventuais impugnações e decidirá, no prazo de 5 (cinco) dias, acerca do plano de recuperação extrajudicial, homologando-o por sentença se entender que não implica prática de atos previstos no art. 130 desta Lei e que não há outras irregularidades que recomendem sua rejeição. § 6º Havendo prova de simulação de créditos ou vício de representação dos credores que subscreverem o plano, a sua homologação será indeferida. § 7º Da sentença cabe apelação sem efeito suspensivo. § 8º Na hipótese de não homologação do plano o devedor poderá, cumpridas as formalidades, apresentar novo pedido de homologação de plano de recuperação extrajudicial. Art. 165. O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos após sua homologação judicial. Qual a diferença entre recuperação judicial e extrajudicial? A recuperação extrajudicial é uma renegociação parcial das dívidas empresariais, fora das vias judiciais. Por essa via, o empresário poderá negociar diretamente com alguns de seus credores e elaborará um acordo que poderá ou não ser homologado pelo juiz. Nesse acordo, não poderão ser incluídos os titulares de créditos de natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente do trabalho. Feito o acordo, o cumprimento se tornará obrigatório para todas as partes. Esse plano de recuperação extrajudicial não abrangerá as dívidas trabalhistas, aquelas com garantia fiduciária, arrendamento mercantil e compra e venda de bem como contrato de câmbio. Letícia Brito Santana *Se o devedor tiver dívidas trabalhistas ele pode pedir recuperação judicial, desde que não tenha que fazer o parcelamento dessas dívidas.
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