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ED 6 - Antígenos e seus receptores, Moléculas de MHC

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.
Departamento de Microbiologia e Parasitologia – DMP.
Disciplina de Imunologia – 2017.1
Profª: Dra. Rosa Haido
Monitor: Amanda Vergueiro
Aluno: Pedro Rasch
ED 6: Antígenos e seus receptores; Moléculas de MHC
1) Em relação à natureza dos antígenos e a sua ligação ao anticorpo, responda:
a) Qual a diferença entre antígeno e imunógeno?
Antígeno é uma molécula que se liga a um anticorpo ou a um TCR, enquanto que imunógeno é um antígeno que induz uma resposta imune. Portanto, existem antígenos que não são imunógenos pois não geram resposta imune.
b) O que é o complexo hapteno-carreador? Trata-se de um imunógeno? 
Haptenos são pequenas moléculas não proteicas que sozinhas são incapazes de gerar resposta imune adaptativa específica para essa molécula. Quando os haptenos são ligados covalentemente a uma proteína (que são os carreadores), há a ativação e interação de linfócitos T e B, que gerará uma resposta imune com formação de células de memória. Como há resposta imune a esse complexo, sim, ele é um imunógeno.
c) Qual é a região do antígeno que o anticorpo se liga?
O anticorpo se liga ao epítopo (ou determinante) do antígeno.
d) Em um antígeno pode haver mais de um sítio de ligação do anticorpo? Em quais macromoléculas isso ocorre?
Sim, isso se chama polivalência. Isso pode ocorrer em polissacarídeos e ácidos nucleicos por exemplo.
e) Qual a diferença entre determinante linear e determinante conformacional e neo-antígenos?
O determinante linear é formado por resíduos dispostos sequencialmente de maneira linear num antígeno protéico ou polissacarídeo. Em determinantes protéicos a exposição para a ligação com o anticorpo pode acontecer na forma não dobrada (desnaturada).
No determinante conformacional, o epítopo é reconhecido nas estruturas secundária, terciária ou quaternária de uma proteína, ou pelo dobramento tridimensional normal de um polissacarídeo. Quando a proteína sofre desnaturação esse epítopo conformacional é perdido.
Determinantes neo-atígenos: quando o molécula antígena precisa ser clivada, por por exemplo uma protease, para que o epítopo possa ser descoberto.
2) Leia a afirmativa abaixo e responda: 
Para a ativação dos linfócitos T é necessário ocorrer a apresentação dos antígenos através de células apresentadoras de antígenos profissionais.
Essa afirmativa está correta? Se sim, qual a proteína especializada é fundamental para o processo de ativação de linfócitos T? 
Sim, essa apresentação ocorre através de moléculas de MHC do tipo 1 ou 2.
3) Sabe-se que os receptores de linfócitos T e B são gerados por processo de recombinação genética. As moléculas de MHC são geradas pelo mesmo processo? Explique.
Não, a grande diversidade encontrada nessas moléculas é causada pelo enorme polimorfismo dos genes que darão origem as cadeias dessas moléculas. Portanto, cada indivíduo expressa os alelos que são herdados de cada um dos seus progenitores gerando diversidade das moléculas de MHC.
4) As moléculas de MHC da classe I são expressas em quais células? Qual a importância desse padrão de expressão? 
Todas as células nucleadas. É importante pois todas essas células estão sujeitas a serem infectadas por patógenos intracelulares (como vírus por exemplo), e o MHC de classe 1 é o responsável por apresentar antígenos para os linfócitos T CD8, que irão matar essas células infectadas para acabar com o reservatório de infecção.
5) Cite as diferenças entre a composição das classes de moléculas de MHC.
O MHC de classe 1 é composto por uma cadeia alfa polimórfica e uma microglobulina beta2, não polimórfica, enquanto que o MHC de classe 2 é composto por uma cadeia alfa e uma cadeia beta, ligadas entre si não covalentemente, e ambas são polimórficas.
6) Sobre a ligação de peptídeos às moléculas do MHC, explique:
a) Qual o nível de especificidade de ligação a peptídeos das moléculas de MHC?
O MHC tem a função de se ligar a diversos tipos diferentes de peptídeos, portanto não há grande especificidade nessa ligação, já que cada indivóduo possui apenas moléculas de MHC diferentes.
b) Quais as diferenças entre os peptídeos que se ligam às moléculas de classe I em relação aos peptídeos que se ligam às moléculas de classe II para serem apresentados às células linfóides T? Explique.
A maior diferença é o local de onde elas vieram. Os peptídeos que se ligam as MHC de classe 1 geralmente vem de proteínas que estavam no citosol das células, enquanto que os que se ligam ao MHC de classe 2 vem de proteínas presentes nas vesículas de endocitose. Outra diferença entre os peptídeos que se ligam é em relação ao tamanho dos peptídeos que se ligam às moléculas de MHC de classe I e classe II, sendo reduzido no primeiro caso em relação ao tamanho dos peptídeos que se ligam no MHC classe II. Esta diferença de ligação ocorre devido ao tamanho das fendas entre as classes de MHC que diferem.
7) Descreva brevemente as vias de processamento de antígenos das classes de MHC que determinam o modelo de apresentação desses antígenos às células T.
MHC de classe 1: A célula infectada por um vírus, por exemplo, poderá sintetizar proteínas virais, e essas proteínas (citossólicas e nucleares) podem ser marcadas para ir para o proteassoma, que processará essa proteína em vários peptídeos. Esses peptídeos são transportados para o retículo endoplasmático pelo TAP (transportador associado ao processamento de antígenos). Na luz do RE, o TAP se liga a uma proteína chamada tapasina, que também está ligada a uma molécula de MHC de classe 1 recém sintetizada. A ERAP cliva o peptídeo em um tamanho mais apropriado para ligação na fenda do MHC, e esse peptídeo então se liga ao MHC de classe 1. Esse complexo perde a afinidade com a tapasina, podendo ser liberado do RE e expresso na superfície celular.
MHC de classe 2: Os peptídeos que se ligam a essa classe de MHC vem de proteínas endocitadas. Essas proteínas estão localizadas em vesículas, e quando essas vesículas se fundem a um lisossomo, há a degradação das proteínas através de proteases presentes no lisossomo. Esses peptídeos gerados têm um tamanho melhor para se ligar na fenda do MHC de classe 2. As moléculas de MHC de classe 2 recém sintetizadas no RE possuem a sua fenda de ligação ocupada por uma cadeia invariante, o que impede a ligação de outras moléculas. Essa cadeia invariante direciona o MHC de classe 2 para as vesículas onde os peptídeos estão, e é ali onde os dois vão se ligar. Dentro dessa vesícula formada (MIIC), a cadeia invariante será degradada pelas mesmas enzimas que geraram os peptídeos anteriormente. Essa degradação não é completa, e o “resto” da cadeia invariante que se mantém ligado ao MHC2 é chamado de CLIP. A remoção do CLIP se dá através de uma enzima chamada de HLA-DM, também presente no MIIC. Agora com a fenda livre, peptídeos podem se ligar ao MHC de classe 2 e esse complexo é apresentado na membrana.
8) O que é o complexo enzimático denominado proteossoma? Qual sua importância para a produção de peptídeos apresentados via molécula de MHC? 
Proteassomas são complexos proteicos que, em eucariotos, podem estar localizados no citoplasma ou no núcleo. Sua função é degradar proteínas mal-formadas ou desnecessárias. Esse complexo é o responsável pela degradação de proteínas do patógeno, e os produtos dessa degradação serão apresentados pelas moléculas de MHC tipo 1 para os linfócitos T CD8, já que o proteassomas não participam da via vesicular. 
Bons Estudos!

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