Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caderno A- INTRODUÇÃO À MECÂNICA Prof. Dr. Cesar Lobo 3. VETORES 3.1 Grandezas escalares e vetoriais. 3.2 Vetores em 3 dimensão. 3.3 Adição e subtração de vetores. 3.4 Produtos entre dois vetores. 3.5 Coordenadas dos vetores. 3.1 Grandezas escalares e vetoriais: As grandezas escalares são magnitudes enunciadas por um número (quantidade), um sinal e uma unidade (qualidade). Alguns exemplos de Grandezas escalares: massa m de um corpo, tempo t, densidade � e trabalho W e as diferentes formas de energia. Quando a grandeza física é de natureza vetorial, suas magnitudes se associam a uma orientação espacial (ângulo, direção e sentido). São exemplos de Grandezas vetoriais: velocidade v , força F�, campo gravitacional g� e campos elétrico E��r�� e magnético B��r��. Definimos que i�e j�, ou simplesmente i e j, como sendo dois vetores ortogonais entre si e unitários (versores) capaz de representar uma base de orientação de um plano. Denominamos de eixos x e y, as respectivas direções dos versores i e j. Uma grandeza vetorial, por exemplo aceleração, a satisfaz uma álgebra num espaço em 2 dimensões �2D�, figura-10: Figura-10: Vetor aceleração em 2D. a � a x � a y vetor módulo a � axi � ayj a � ax 2 � ay 2 componente x componente y ax � a. cos� ay � a. sin�. 3.2 Vetores em 3 dimensão: Tome por exemplo um vetor posição r e um vetor força F no espaço, figura-11: Figura-11: Espaço em 3 dimensões �3D�. 1. Vetor r r � x i � y j � zk 2. Vetor F F � Fx i � Fy j � Fz k 3. Vetor simétrico de F �F � �Fx i � Fy j � Fz k 4. Módulo do vetor r r � |� r |� x2 � y2 � z2 5. Módulo do vetor F F � |�F|� Fx2 � Fy2 � Fz2 6. Vetor unitário de r ûr � r� � x i�y j�z k x2�y2�z2 7. Vetor unitário de F ûF � F |F| � Fx i�Fy j�Fz k Fx 2�Fy 2�Fz 2 3.3 Adição e subtração de vetores: 8. Adição de dois vetores F1 � F2 � �Fx1 � Fx2� i ��Fy1 � Fy2� j ��Fz1 � Fz2�k 9. Subtração de dois vetores r 1 � r 2 � �x 1 � x 2� i ��y 1 � y 2� j ��z 1 � z 2�k 3.4 Produtos entre dois vetores: 10. Produto escalar entre r e F W � r F � | r | |F|cos�r�eF� Produto escalar i i � i2 � 1 � ij � j i � 0 Produto escalar W � r F � xFx � yFy � zFz 11. Produto vetorial entre r e F � � r � F � | r | |F|sin�r�eF� �� Produto vetorial i � i � 0 � i � j � k � j � i � �k Produto vetorial � � r � F � det i j k x y z Fx Fy Fz 3.5 Coordenadas dos vetores: 12. Coordenadas polares de F |F|, arctan Fx 2�Fy 2 Fz , arctan Fy Fx 13. Coordenadas cartesianas de F Fx � |F|sin�z cos�xy, Fy � |F|sin�z sin�xy, Fz � |F|cos�z Exercício XIV: 1. Dados os pontos O�0; 0; 0�, P�2;�3; 4� e Q��2; 4; 3�. �a� Represente no espaço os vetores; i� p� � �OP ii� q� � �OQ iii� r� � �PQ iv� s� � �QP. �b� Determine o módulo de p�,q�, r� e s� e um vetor unitário u�x para cada um desses vetores. 2. Dados os vetores p�,q�, r� e s�, : p� � 2i � 3j � 4k, q� � �2i � 4j � 3k, r� � �4i � 7j � k e s� � 4i � 7j � k. Determine para esses vetores: �a� p� � q� � q� � p�. �b� p� � q� � ��q� � p��. �c� 2r� � � 2s�. �d� 3�p� � q�� � 3p� � 3q�. �e� �p� � q�� � r� � p� � �q� � r��. 3. Dados os vetores: c� � i � j, d� � 4i � 2j � k, e� � i � 4j � 4k e f� � 3�i � j�. Determine para esses vetores: �a� c�d� �b� c��d� �c� O ângulo formado entre c� e d� �d� Mostre que os vetores c� e f�são paralelos. �e� Mostre que os vetores d� e e� são perpendiculares. 4. Determine as coordenadas polares �r;�;�� dos vetores d� e e� do exercício 3. 5. Escreva m� � �6; 30o; 60o� e n� � �8; 60o; 30o� em coordenadas cartesianas. 6. Dados os vetores: Força F� � 3 i � 4 j � 5k [N], posição R� � 8 i � 6 j [m] e deslocamento r� � �3 i � k [m] faça o que se pede: �a� Calcule um vetor unitário para o vetor F. �b� Faça a operação: R� � r�. �c� Da definição de trabalho, W � r�.F� �J�, calcule o trabalho para r� e F� apresentados. �d� Da definição de momento de uma força, torque, �� � R��F� �Nm�, calcule esse torque. 7. Considere uma esfera sólida de massa M � 2,3kg e momento de inércia de rotação �I� dado por I � 12 M R 2 �kgm2�, calcule esse momento de inércia. 8. Discutir o significado geométrico: �a� Do produto escalar W � r�.F� . �b� Do produto vetorial �� � R��F� . 4. MECÂNICA CLÁSSICA 4.1 As interações fundamentais. 4.2 As três Leis de Newton. 4.3 Centro de massa e centro de gravidade. 4.4 Movimento de translação e rotação. 4.5 Conservação de energia. 4.6 As equações da mecânica. 4.7 Sistema Internacional de Unidades (SI). 4.1 As interações fundamentais: Um dos objetivos principais da física é descrever as forças que um corpo (ou uma partícula) exerce sobre outro. De forma mais geral fala-se de interação entre dois corpos. Na física newtoniana conhecíamos as forças mecânicas como a interação gravitacional entre o Sol e a Terra, o peso dos corpos, as forças nos pêndulos, as forças de contacto entre dois corpos e ainda, entre outras, as forças elásticas relacionadas com molas. Em seguida, no desenvolvimento do eletromagnetismo, verificou-se que as forças mecânicas não são fundamentais, mas resultam de forças elétricas entre os átomos que constituem a matéria. Aliás, até o fim do século XX, pensava-se que as forças elétricas e as forças magnéticas eram forças distintas. A partir das quatro equações de Maxwell do eletromagnetismo, sabe-se que estas duas forças estão intimamente ligadas e constituem somente dois aspectos de um mesmo fenômeno denominado de interação eletromagnética. Chama-se interação fundamental toda a interação que não pode ser explicada a partir de outra interação. Conhece-se hoje quatro interações fundamentais: a interação gravitacional, a interação eletromagnética, a interação fraca e a interação forte. Enquanto os dois primeiros tipos de interação nos são bastantes familiares as outras duas têm papéis importantes nos processos nucleares como, decaimento radioativo e colisões nucleares nos acelerados de partículas. A interação forte é responsável pela coesão dos constituintes nucleares como neutrons e prótons. A interação fraca se manifesta em certas colisões de partículas como o neutrino que dá origem a desintegração de um neutron, liberando radiações � do núcleo, nas reações de fissão nuclear. 4.2 As três Leis de Newton. A Mecânica Clássica está fundamentada em três princípios, conhecidos como as três Leis de Newton: 1. O Princípio da Inércia. Este princípio estabelece que uma partícula livre, isolada no espaço, e portanto sem força alguma atuando sobre ela, permanece em repouso ou em M.R.U. (Movimento Retilíneo Uniforme) em relação a um referencial inercial (não acelerado). As Leis de Newton são válidadas somentes em referenciais inerciais. 2. O Princípio Fundamental da Dinâmica - O princípio fundamental da dinâmica diz que a variação do vetor velocidade de uma partícula no tempo, ou seja a sua aceleração a�, é igual à resultante de todas as forças externas, F�R F�R � �F� , exercidas sobre a partícula, dividida pela sua massa m, e tem a mesma direção e sentido da força resultante, a� a� � �FR/m . O princípio fundamental da Dinâmica também pode ser apresentado como: F�R � dp� dt . A quantidade p� é definido como momento linear ou quantidade de movimento da partícula p� �p� � mv��. Sendo que a variação do momento linear é igual ao impulso I� I� � �p� , causado pela força resultante ao agir na partícula num certo intervalo de tempo �p� � F�R �t � I�. 3. O Princípio da Ação e Reação. Esse princípio diz que a cada ação corresponde uma reação igual e oposta. Considerando a interação entre duas partículas A e B, a força F�AB exercida pela partícula A sobre B tem o mesmo módulo e sentido contrário da força F�BA que B exerce sobre A, ou seja F�AB � �F�BA. 4.3 Centro de massa e centro de gravidade: Na vizinhaça da Terra, o campo gravitacional produz uma aceleração g� que atua em cada uma das partículas que constitui um corpo e não podemos afirmar que existe uma única força capaz de produzir o mesmo efeito sobre o corpo. Contudo, para simplificar, podemos considerar a existência de uma única força gravitacional, equivalente,P� � mg� (peso do corpo), que é uma força resultante sempre aplicada num bem determinado ponto do corpo chamado de centro de gravidade �C.G. �. Quando a aceleração local da gravidade �g�� é a mesma em todos os pontos de um corpo, o centro de gravidade coincide com um ponto denominado de centro de massa �C.M. �. 4.4 Movimento de translação e rotação: Os movimentos são descritos em relação a um dado referencial e portanto eles não têm um caracter absoluto. O estado de repouso ou movimento de um objeto é descrito por uma equação de velocidade: Repouso � v � 0. Movimento � v � 0. As equações de movimento podem ser funções do tempo, aceleração a�t�, velocidade v�t� e posição x�t�. Conhecendo uma das três das equações de movimento (por exemplo, a equação da velocidade) podemos obter as outras duas: a�t� � d dt v�t� x�t� � � dt v�t� � xo Define-se um movimento de translação como o deslocamento de um corpo em cuja trajetória mantém, em todos os instantes, uma reta-eixo a ele associado sempre paralelo a sua posição inicial. Define-se um movimento de rotação como o movimento de um corpo em torno de um eixo (material ou fictício) fixo. O eixo de rotação pode ou não atravessar o corpo. Cada ponto do corpo em rotação descreve, ao longo do tempo, um círculo cujo centro pertence ao eixo de rotação. Quando o movimento é curvo qualquer e não uniforme, a direção e a intensidade do vetor velocidade são modificados continuamente por dois tipos de aceleração: A aceleração linear (tangencial) tem atuação sempre tangente a trajetória do movimento e é responsável por modificar o módulo da velocidade. A aceleração radial, perpendicular à velocidade tangencial, é suportada pelo raio R da curva e dirigida sempre para o centro. No caso de um movimento circular a intensidade da aceleração radial vale v2/R, aceleração centrípeta, onde v é o módulo da velocidade e R a distância ao eixo de rotação. O comportamento da velocidade em relação ao espaço e tempo vai definir o tipo de movimento executado por um móvel, por exemplo: Velocidade v�t� Tipos de Movimento v�t� � vo Movimento Uniforme �MU� v�t� � vo � a t Mov. Uniformemente Variado �MURV� ��t� � �o � � t Mov. Circular Uniformemente Variado MCUV v�t� � vmax cos�� t � �� Movimento Harmônico Simples �MHS� onde, MU movimento com velocidade vo constante. MURV movimento com aceleração linear a constante. MCUV movimento com aceleração angular � constante. MHS movimento com frequência f constante, �� � 2 f�. 4.5 Conservação de energia: A energia alimenta o movimento, as transformações e as transmutações que ocorrem na matéria. A energia se manifesta em muitas formas desde o calor que emana da madeira em chamas até a velocidade da água que escorre morro abaixo. Quando empurramos um carrinho no supermercado, ele se move para frente porque entregamos para ele energia que é produzida por substâncias químicas em combustão em nossos corpos e transmitidas pela nossa por força muscular. Quando arremessamos uma bola também estamos transformando energia química em movimento. A energia solar que provém das reações nucleares, que o ocorrem no interior do Sol, criação do hélio através da fusão de hidrogênios. O calor como reflexo das vibrações moleculares. O armazenamento de energia elástica por uma barra metálica quecida. A energia pode se transformar de um tipo em outro mas, nunca é criada ou destruída. Ela sempre se conserva como um todo. No começo do século XVII Galileu Galilei fez experimentos com um pêndulo oscilante. Galileu percebeu que havia equilíbrio entre a velocidade com que o prumo do pêndulo se movia no ponto central do arco de oscilação e a altura que o prumo atingia no fim do arco descrito. Quanto mais alto se soltava o prumo mais rápido ele passava pelo centro e sempre terminando a uma altura similar no outro lado. Em condições ideais consideramos o pêndulo sem atrito, como um sistema isolado onde só atuam forças internas internas (peso do prumo e tensão na corda). Quando podemos desprezar as forças dissipativas como o atrito, sobram somente forças conservativas para movimentar um corpo entre duas posições. Para as forças conservativas define-se uma energia potencial de posição, no caso do pêndulo a energia potencial gravitacional associada a altura do prumo em relação ao chão. Ao longo de um ciclo completo de oscilação do pêndulo, a energia mecânica se mantém constante mas, passa por transformações entre energia potencial gravitacional e energia cinética associada ao movimento. 4.6 As equações da mecânica: 1. Cinemática de translação Vetor posição r��t� Velocidade linear (ou tangencial) v��t� � d dt r��t� Aceleração linear (ou tangencial) a��t� � d dt v��t� 2. Cinemática de rotação Vetor posição angular � �t� Velocidade angular ���t� � d dt � �t� Aceleração angular ���t� � d dt ���t� 3. A 2a Lei de Newton para a translação Massa (inércia de translação) m Momento de translação (quantid. de mov.) p� � mv� Força e a 2 a Lei de Newton �F� � ma� � d dt p��t� 4. A 2a Lei de Newton para a rotação Inércia de rotação I � I�m , r2� Momento de rotação L� � I �� Torque e a 2 a Lei de Newton ��� � I�� � d dt L��t� 5. Relações importantes: �� � r� F� S � r v � � r � � �2r 6. Equilíbrio Condições de equilíbrio de translação �F� � 0 Condições de equilíbriode rotação ��� � 0 7. Dinâmica de translação Trabalho W � �dr�F� Energia cinética K � 12 mv 2 Teorema trabalho-energia W � �K 8. Dinâmica de rotação Trabalho W � �d � �� Energia cinética K rot. � 1 2 I� 2 Teorema trabalho-energia W � �K rot. 9. Força dissipativa Atrito f � N Energia mecânica dissipada W � f.�x 10. Forças conservativas Energia potencial F�x� � � d dx U�x� U�x� � � �dx F�x� F � �kx U�x� � 12 k x 2 F � �G mM x2 U�x� � GmMx F � mg U�x� � mgx 11. Conservação da energia mecânica Emj � Kj � Uj�x� � const. �Em � Emf � Emi �Em � �K � �U�x� � 0 �K � ��U�x� W � �K W � ��U�x�. 12. Potência Potência média P � �W �t Potência instantânea P�t� � dW dt � F v�t� 4.7 Sistema Internacional de Unidades (SI): É conveniente selecionar o menor número possível de unidades de medidas diferentes para definir um sistema de unidades. Um sistema aceito internacionalmente é definido pelo conjunto das seguintes unidades: O metro �m� para o comprimento. O segundo �s� para o tempo. O quilograma �kg� para a massa. O ampère �A� para a intensidade de corrente elétrica. O kelvin �K� para a temperatura. O candela �cd� para a intensidade luminosa. O mol �mol� para a quantidade de matéria. Com as sete unidades fundamentais definidas no (SI) medimos grandezas como: A velocidade em metro por segundo �m/s� A aceleração em metro por segundo ao quadrado �m/s2�; A força em newton �N� onde, 1N � 1kg. 1m/s2; O trabalho em joule �J� onde, 1J � 1N. 1m; A potência em watt �W� onde, 1W � 1J/1 s e muitas outras. Múltiplos e submúltiplos das unidades: múltiplo símbolo valor submúltiplo símbolo valor tera T 1012 deci d 10�1 giga G 109 centi c 10�2 mega M 106 mili m 10�3 quilo k 103 micro 10�6 hecto h 102 nano n 10�9 deca da 101 pico p 10�12 Unidades em outros sistemas: Massa 1utm � 9,8kg Força/Peso din � g.cm/s2 1din � 10�5N kgf � utm.m/s2 1kgf � 9,8N Energia/Trabalho erg � din.cm 1 erg � 10�7J kgm � kgf.m 1kgm � 9,8J Potência kgm/s 1kgm/s � 9,8 W Cavalo-Vapor 1CV � 736 W Unidades especiais: O angström �1Ao � 10�10m� muito usado em biologia. O elétron-volt �1eV � 1,6�10�19J� muito usado quando se trata com energias eletromagnéticas.
Compartilhar