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UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL NIVALCÉA CARVALHO DOS SANTOS MARIA ELIZÂNGELA SOUSA DE AZEVEDO FUNDAMENTOS HISTORICOS TEORICOS E METODOLOGICOS DO SERVIÇO SOCIAL CAMAÇARI 2014 UNIVERSIDADE SALVADOR – UNIFACS CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL NIVALCÉA CARVALHO DOS SANTOS MARIA ELIZÂNGELA SOUSA DE AZEVEDO FUNDAMENTOS HISTORICOS TEORICOS E METODOLOGICOS DO SERVIÇO SOCIAL Atividade com o objetivo de aprovação parcial na disciplina Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social, sob acompanhamento da Profª Izadora Ribeiro Silva Costa, e Tutora Luiza Helena Rogério da Silva. CAMAÇARI 2014 3 INTRODUÇÃO Este trabalho teve como objetivo analisar o processo de alienação como elemento presente no capitalismo e a importância da ética para estabelecer uma reflexão de forma que não negue a função social no trabalho. Compreendemos que o homem, desde que iniciou a humanidade, busca estratégias para sobreviver e vencer os desafios. Mas com algumas alterações ocorridas no mundo, afetaram a sociedade como um todo. O capitalismo, é um exemplo, pois deu lugar a novos modelos de relações entre trabalhadores e burgueses e com diferentes formas de trabalho favoreceu o crescimento da exploração. Com o processo da mais-valia, sabe-se que cresceu os lucros dos capitalistas através da precarização do trabalho. O capitalismo transmite a força de trabalho como efeito de valor, nele, o caráter na vida social, política e espiritual é com base no modo de produção na vida material. Os trabalhadores recebem um preço: salários, pela força do trabalho no mercado, são transformados em mercadorias e não percebem que foram coisificados e desumanizados. Em virtude a isto, compreendemos que a ética é de extrema importância para vencer o grande desafio, que é a mercantilização da vida do ser humano. 3 3 A MERCANTILIZAÇÃO DO SER HUMANO E A ÉTICA Na sociedade capitalista, o trabalho é mecanismo para produzir bens essenciais ao capital, em meio a isto, o ser humano é transformado em mercadoria onde, a vida e a relação social , torna-se cada vez mais reduzida e equiparadas a meras mercadorias, passando a ser determinados por diversos valores, mas que passam bem longe dos valores éticos e humanísticos. Isso tudo deve-se ao fato de vivermos atualmente no mundo da indústria cultural que sutilmente e assustadoramente está acondicionando toda a sociedade à sua mercantilização e à degradação da cultura, onde o homem é iludido pelo prazer e satisfação de seus desejos como forma de alivio, descanso e entretenimento de suas tensões do dia a dia e principalmente, das suas atividades laborais. Com isso, a sociedade vem a cada dia perdendo a essência dos conhecimentos adquiridos de toda humanidade, das suas raízes e origens, inclusive o seu modo de relacionar-se com os outros, suas atitudes, sua vida espiritual, e outros aspectos que tem sido cultivados como mercadoria. Sabemos que força de trabalho tem um grande valor para os interesses capitalistas , e seu valor principal é o tempo de trabalho necessário para produção, em geral o trabalho imposto e na maioria das vezes forçado, que não atendem as necessidades dos indivíduos, e isso se constitui em receber apenas o salário para sobreviver, desse modo, o homem é visto como agente produtivo, sem desejos e necessidade próprias, a partir daí ocorre a transformação social e percebe-se a alienação, que nada mais é que a perda de identidade coletiva e individual, que desencadeia diante de uma situação global de falta de autonomia, onde o homem é coisificado e ocorre a conversão das relações sociais em formas de mercadorias, que cercam o homem e acontece a exploração da classe trabalhadora, visando o bem estar apenas da classe capitalista, que é o acumulo de riquezas . Ressaltamos ainda a intensificação desse sistema, que mesmo nos tempos modernos pratica a exploração do trabalho de forma mascarada, adotando algumas medidas sócio democráticas para esconder as irregularidades que estão por baixo do tapete, onde uma delas é de distorcer os direitos humanos conquistados pela classe trabalhadora. Esse novo modelo de produção, que foi uma substituição das antigas estruturas fordista e taylorista, eleva os indivíduos a uma competitividade extrema e para que possam enquadrar-se no perfil das organizações precisam de alguns requisitos básicos: ser 3 dotados de conhecimento, estar em constate processo de atualização, ser multifuncionais, produtivos, eficientes e eficazes, entre outros. Mas, o indivíduo não atenta que ainda é escravizado, dominado, e o seu conhecimento é para gerar produção e riqueza aos proprietários e não para si próprio, o seu tempo é roubado, a sua dignidade e seus valores. E esse trabalho como instrumento de alienação tira do homem a possibilidade de pensar criticamente sua relação com seu mundo real. Não consegue se vê como um ser social e que necessita do contato com o outro para viver melhor. Um dos fatores mais negativos de tudo isso, é o fato do ser humano levar essa competitividade para sua vida pessoal o que interfere em suas relações sociais de forma negativa, pois a cada dia as pessoas tem se tornado egoístas, individualistas, materialistas e consumistas. Muitos só se relacionam com outros indivíduos pelo que consomem, pelos lugares que frequentam, pelas roupas que vestem, ou seja, o relacionamento social só é concretizado pelo o que se tem e não pelo que a pessoa é de fato. É por isso que o homem é transformado em mercadoria e por vez é seduzido ao mundo do consumismo, e utiliza dos bens existentes sem necessidades. Compram coisas e descartam outras em bom estado de conservação, apenas pelo prazer comprar e querendo estar sempre em evidencia, com isso leva-se ao grande desperdício, aceleram o risco de degradação ambiental, sentem-se superiores para com aqueles desprovidos de recursos financeiros,e perdem suas identidades tomando atitudes que muitas vezes quebram com todas as regras, normas de conduta, valores e princípios morais. Nesse contexto, o mundo tem perdido a verdadeira noção de cultura, onde a manifestação dela em nossa época tem sido modificada e confundida com entretenimento, e tendo se tornado também como um produto, que por sinal, não agrega valores e ainda destrói totalmente a subjetividade e identidade do indivíduo, pois essa máquina de destruição chamada capitalismo, domina as pessoas através da mídia por exemplo, para que sejam moldados e adequados aos seus padrões, já que sua finalidade é influenciar o ser humano ao consumo em excesso criando neles , necessidades que não existem. A partir disso, o homem perde sua capacidade de raciocínio por estar “hipnotizado” com tanta tecnologia e inovação que surge a cada instante e aos poucos vai empobrecendo, uma vez que a cobiça por aquisição de novos bens de consumo e serviços, como forma de comunicação e relação social, permite a sensação de poder e status do indivíduo e muitos são os que fazem qualquer coisa, passando por cima de todos os princípios éticos e morais, para ter o prestigio dos outros, sendo capazes 3 de roubar, mentir, matar, desprezar a dor alheia, o sentimento e interesses do outro, praticando a violência, desonestidade, entre outros, para conquistar ou adquirir certos bens e ter acesso a determinados serviços. Presenciamos a maior evidencia de degradação dos valores humanos em nossa sociedade, onde os bons princípios têm sido negligenciados através da desvalorização da ética e moral. O fato é, que os indivíduos estão sempre aptos a cobrar perante a lei os seus direitos humanos, mas esquecem que muitas regras foram desrespeitadas por eles mesmos deixando de cumprir com seus deveres como cidadãos. Diante ao exposto, faz necessário resgatar os valores como: a liberdade, a cidadania, a emancipação dos indivíduos, acesso aos direitos fundamentais e igualitários e etc. É preciso reacender nos grupos sociais a necessidade da boa convivência, da vida cotidiana para que valores éticos possam ganhar centralidade nas relações sociais. É preciso a recuperação dos verdadeiros valores, do respeito a vida humana, de uma relação harmoniosa com a natureza de modo a expandir suas potencialidades, construindo um mundo ideal para uma vida mais digna e igualitária. 3 CONCLUSÃO Em virtude do assunto abordado, conclui-se que as mais diversas questões sociais existente na atualidade é uma continuidade do que foi iniciado no passado histórico com o início do processo capitalista que trouxe inúmeras consequências para a classe trabalhadora e a sociedade em geral. Compreende-se que apesar das variadas conquistas dos trabalhadores quanto a garantia de seus direitos humanos no âmbito profissional e pessoal, vemos que ainda há uma grande exploração do indivíduo, que busca independência e satisfação de suas necessidades básicas através do ingresso no mercado de trabalho, ainda não se deu conta que está sendo escravizado da pior forma possível, pois os seres humanos são usados, enganados, iludidos com uma vida melhor e prospera, mas a cada dia vai perdendo sua identidade, sua vida social, seus valores e princípios morais a medida que é influenciado e dominado por esse sistema e acaba tornando-se do um consumista de forma irresponsável, sem medir as consequências que são desastrosas para sua vida, o meio ambiente e a sociedade como um todo. Identificamos que esse materialismo que tem sido disseminado entre os seres humanos através das mídias, internet, rádios, etc., tem transformado de forma negativa o caráter das pessoas, a sua conduta, e o modo de olhar e de se relacionar com a sociedade, isso vivemos o intenso processo da indústria cultural que ao visar somente o lucro incentiva o utilitarismo e consumo através das propagandas tentando iludes os clientes que terão seus desejos e necessidades supridas oferecendo entretenimento, lançando a cada dia algo novo no mercado e afirmando indiretamente que gastar é sinônimo de poder. Com isso muitas pessoas têm se tornado egoísta e individualistas, passando por cima de todas os limites e rompendo com todas as normas e leis que regem a sociedade, agindo de forma violenta muitas vezes pois, o seu interesse é mais importante do que o da outra pessoa. 3 Desta forma, torna-se imprescindível, resgatar todos os valores éticos e morais como forma de reorganizar e promover uma redemocratização no mundo, valorizando a solidariedade, a harmonia, a honestidade, o amor ao próximo, igualdade e respeito para que a cidadania seja efetivada e para que possam ser sanados ou amenizados essas disparidades sociais, através da adoção de novas medidas e mudança de mentalidade para que possamos nos relacionar e com os outros pela que são de fato e não pelo que possam ter, respeitando as diferenças e consumir com responsabilidade REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ● AULAS: 01, 02, 03, 04, contidas no Ambiente Virtual de Aprendizagem, UNIFACS ● ADORNO, Theodor W. Indústria cultural e sociedade . Seleção de textos Jorge Mattos Brito de Almeida, traduzido por Julia Elisabeth Levy et al. São Paulo: Paz e Terra, 2002. ● MARCONDES, Danilo; JAPIASSU, Hilton. Dicionário Básico de Filosofia . 4. ed. atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006. ● REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Do Romantismo até nossos dias. 4 ed. São Paulo: Paulus, 1991. v. 3. CONCLUSÃO: 3 REFERENCIAS 3 . 3