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∴AVENTAIS∴ - 1 - ∴AVENTAIS∴ - 2 - ∴∴∴∴∴∴∴∴∴∴∴∴∴∴∴ ∴AVENTAIS∴ - 3 - AVENTAIS: ∴AVENTAIS∴ - 4 - O AVENTAL DA HONESTIDADE: - SEJA SEMPRE HONESTO. https://youtu.be/xeTfpZOHQxw - Programa, TRATO FEITO -Avental Maçônico de George Washington. https://youtu.be/k8NknTWAzSU - MAÇONARIA - YHWH, O Tetragrama inserido no avental do Grâo Mestre em ritualística. https://youtu.be/V9HDB12snwM ∴AVENTAIS∴ - 5 - O Avental Maçônico: O avental é um legado que a maçonaria moderna recebeu da maçonaria operativa. Esta peça, que foi de tanta utilidade para o Maçom operativo, já que lhe protegia a roupa, transformou-se para o maçom moderno numa alfaia simbolizando o trabalho do Maçom. Até a sua regulamentação pela Grande Loja Unida da Inglaterra, os aventais da maçonaria inglesa assumiram os mais variados aspectos e formas. Simples peles desalinhadas de cordeiro, no princípio, os aventais sofreram uma evolução constante nos países que adotaram a instituição maçônica. Em fins do século XVIII era grande moda enfeitar os aventais com pinturas e bordados à ∴AVENTAIS∴ - 6 - mão que reproduziam a riqueza emblemática da maçonaria. Foi pesquisando estes aventais, que trazemos ao conhecimento de todos, alguns aventais dos séculos passados e do presente. MAÇONARIA - A MÍSTICA DO AVENTAL: O Avental é o típico símbolo do trabalhador. Desenvolvido inicialmente como elemento de proteção, logo se tornou um brasão de identificação da condição e da qualidade do obreiro. Quase todos os tipos de trabalhadores usam aventais, sendo o seu uso uma prática muito antiga, geratriz de uma simbologia cuja origem se perde na bruma dos tempos. Na maçonaria, o revestimento do iniciado maçom com o avental do grau significa a sua condição de obreiro e denuncia o seu grau hierárquico. Por isso, em cada grau da Loja simbólica o Irmão usa um avental de modo diferente, símbolo do grau ao qual ele está ascendendo. E essa prática ritualística continua pelos graus superiores, simbolizando em cada tipo de avental o momento espiritual que o iniciado maçom está vivendo dentro da maçonaria. O avental branco do aprendiz simboliza o seu noviciado. É o estado de sua alma quando ele se inicia nos Mistérios maçônicos. Esvaziado do seu ego e purificado pelo ritual da iniciação, ele se apresenta "limpo e puro" na egregora formada pelos Irmãos como se fosse uma “tabula rasa”, pronta para nela ser escrita os ∴AVENTAIS∴ - 7 - ensinamentos maçônicos. Assim também se apresentava o novato alquimista quando se iniciava nos trabalhos da Grande Obra, da mesma forma que nos canteiros de obras medievais, em que o tipo de avental usado denunciava a condição de iniciante do obreiro. Os aventais nos quais o Irmão for revestido durante a sua progressão pela Escada de Jacó são os símbolos dessa escalada. Enquanto aprendiz e companheiro o avental é branco, liso, sem nenhuma ornamentação. A única diferença entre um e outro é o fato de o aprendiz usar o avental com a abeta levantada enquanto o companheiro baixa a abeta do seu avental. A abeta do avental maçom representa um triangulo isósceles, que nas suas três linhas simbolizam os três graus da Loja simbólica. Por isso é que, vencida a primeira etapa, o iniciado dobra a abeta do seu avental para dizer que ele já percorreu essa primeira linha, que é a do Aprendiz. A segunda linha é a do companheiro e a terceira é a do mestre. Mas quando o iniciado se torna mestre ele também atinge a plenitude dos graus simbólicos, e então o seu avental muda de conformação e nele se inscrevem as três rosáceas do maçom pleno, que representam a aquisição do perfeito equilíbrio, representado pelo triângulo completo. Há quem interprete as disposições do avental em Loja simbólica como uma representação das três etapas do aprendizado pelas quais o irmão deve passar: a etapa da pedra bruta, da pedra lavrada e da pedra angular. Essa interpretação, provavelmente tem sua origem nos graus distintivos da maçonaria operativa, onde os artesãos usavam aventais de diferentes cores e conformações para distinguir os diversos níveis profissionais existentes entre os profissionais da construção. É, portanto, uma interpretação que reclama uma base histórica e nada tem a ver com o esoterismo que se quer enxergar nessa distinção. Com o passar dos tempos e com os acréscimos simbólicos que foram acrescentados á pratica maçônica, também os aventais foram adquirindo caracteres de verdadeiros brasões representativos de cada conjunto de ensinamentos que se queria transmitir em cada bloco. Assim é que nas Lojas de Perfeição e Capitulares os aventais foram desenhados para simbolizar as tradições que ali se cultivam, da mesma forma que nos graus ∴AVENTAIS∴ - 8 - filosóficos e administrativos, cada um deles teve a sua representação formulada nos motivos desenhados nos aventais. Assim eles se tornaram verdadeiros estandartes, onde o conjunto das tradições cultivadas pela Arte Real são traduzidas em símbolos e metáforas, ricas em conteúdo esotérico, filosófico e histórico. Assim é que nos aventais dos graus capitulares, por exemplo, encontraremos muitos motivos evocativos ao crime dos Jubelos, da mesma forma que nas Lojas de Perfeição a ênfase será dada aos motivos referentes à reconstrução de Jerusalém, ao simbolismo da Rosa-Cruz (grau 18) etc. E assim, sucessivamente, até o grau 33, cada bloco de ensinamentos refletindo nos aventais os seus motivos filosóficos.(...) DO LIVRO LENDAS DA ARTE REAL-NO PRELO. O AVENTAL - Revista Universo Maçônico: Simbologia: Após a cerimônia de iniciação, o Venerável Mestre entrega o Avental ao Mestre de Cerimônias, para com ele revestir o neófito. O agora Maçom, só poderá entrar no Templo de sua Loja, ou de qualquer outra, vestindo o Avental. Tal insígnia maçônica, nas palavras do Irmão Assis Carvalho, “é o principal Símbolo que compõe a Indumentária Maçônica.” O Avental, para o citado autor, possui uma característica especial que o diferencia de outras insígnias: está presente desde os remotos tempos Operativos. Para compreendermos melhor sua função e o porquê de suas diferentes formas, utilizaremo-nos de uma análise histórica do Avental. Contudo, ressalte-se, concentraremos nossos esforços em uma análise histórica e funcional, tendo em vista o Grau de ∴AVENTAIS∴ - 9 - Aprendiz, já que sabidamente, muitos dos símbolos que são ostentados em Aventais de Graus mais elevados ainda fogem e devem mesmo fugir de nossa compreensão de Aprendiz. Para alguns escritores, a origem do Avental está ligada a tempos muito remotos, como o Paraíso Terrestre. Alguns irmãos vêem Adão como o inventor do Avental, representado na folha de parreira, a qual cobria seus órgãos genitais. Quanto a esta origem, as objeções são muito grandes, tendo em vista que a base cientifica ou mesmo filosófica para tal tipo de análise se mostra praticamente inexistente. Se é verdade que a Maçonaria não pretende ser apenas uma sociedade cientifica e filosófica, é fato que toma como base dados científicos para justificar muita de suas concepções. Ao fazer uma análise de tal porte, deveria- se esperar uma explanação um pouco mais exaustiva, tendo em vista a originalidade da idéia. Contudo, pelas bases às quais tivemos acesso, tal assertiva se mostra não muito consistente. O Irmão Assis Carvalho, inclusive, demonstra uma certa ironia ao comentar tal fato, classificando como “uma fantasia, um afã criativo” enfim, conotando que a origem do Avental não está, em hipótese alguma, ligada à figura religiosa de Adão. Outros também vêem uma origem mais que milenar para o surgimento do Avental, tendo como base os Mistérios Egípcios,Persas, Indus, entre outros. Nesse ponto, descreveremos uma das possíveis formas de tal Avental egípcio: era triangular, com a cúspide para cima e com vários adornos diversos dos hoje existentes. Alem disso, a faixa ao redor do corpo que o sustentava não tinha apenas este propósito, mas estava intensamente magnetizada com o corpo. Há também, acerca deste possível Avental, descrições mais pormenorizadas sobre o Avental dos Mestres, o que, como já se afirmou, não se mostra pertinente com a proposta deste trabalho. Contudo, vale ressaltar que se faziam presentes as rosetas e uma cor azul pálida, simbolizando a inocência branca sendo substituída pelo conhecimento, o céu azul. Uma outra corrente associa o surgimento do Avental às Guildas e corporações Medievais. Tais associações, que deram origem à Maçonaria Operária, tinham por hábito distribuir entre seus Membros, aventais para o exercício ∴AVENTAIS∴ - 10 - do ofício ao qual estavam ligados. Esses aventais, portanto, apresentavam entre si leves diferenças com base nos diferentes trabalhos e conhecimento acerca do ofício em questão, tais como Sapateiro, Ferreiro Açougueiro, entre outros. O Avental dos antigos operários da Maçonaria Operativa estava ligado à idéia de trabalho, era um instrumento do próprio. O Avental era feito com a predominância do couro de carneiro, um couro espesso, com vistas a proteger os obreiros de labutas muitas vezes perigosas para o corpo humano. Enfim, o Avental era uma proteção para o corpo dos maçons primitivos, cobrindo, em linhas gerais, desde o pescoço até o abdômen, sendo que o do aprendiz cobria uma parte maior do corpo do que o avental do Companheiro e do Mestre, pois como o aprendiz não possuía, ainda, a habilidade necessária com as ferramentas, além de iniciar o trabalho na Pedra Bruta, estava sujeito a fazer um uso maior do avental do que os mestres. Uso maior não em tempo, e sim, stricto sensu, de aproveitar o avental conforme sua destinação de proteger o corpo e a roupa de quem o usa. Com a transição da Maçonaria Primitiva para a Maçonaria Especulativa, processo histórico que não ocorreu de forma instantânea, a figura e a função do Avental foram paulatinamente se alterando. Ressaltamos mais uma vez que, por um considerável tempo, tanto a Especulativa quanto a Operativa conviveram, especialmente pelos relatos que se tem da Inglaterra no século XVIII. ∴AVENTAIS∴ - 11 - Como exteriorização dessa relativa dicotomia entre Especulativa e Operativa, temos na Inglaterra a existência de duas grandes potências justamente nesse século de transição. Note-se que não se trata de uma correspondência absoluta entre ambas as dicotomias, embora ambas guardem uma não desprezível ligação. De um lado havia as Grandes Lojas dos Antigos, formadas principalmente por Maçons mais tradicionais, mais “conservadores”, nas quais não ocorreram grandes mudanças em relação ao Avental, predominando, exceto pelo couro de ovelha que passou a ser o material mais utilizado, uma relativa padronização e simplicidade nos Aventais de todos os Graus, tendo em vista que os próprios eram adquiridos, em sua maioria, pelas próprias Lojas e concedidos aos Irmãos. Do outro, as Grandes Lojas dos Modernos, de natureza teoricamente mais democrática, mais aberta, as mudanças mais significativas ocorreram em relação ao Avental. A concepção do simbolismo do Avental decorre justamente do entendimento que a Maçonaria Especulativa passou a conceder ao Avental. O Avental passou a ser visto como um emblema da dignidade, da honra, do trabalho material ou intelectual, trabalho esse que era desprezado. Naturalmente, numa sociedade marcada anteriormente pelos senhores da terra, apenas a propriedade era vista como algo dignificante. A Maçonaria Especulativa alçou o Avental como símbolo do trabalho, da labuta, ao qual o Maçom está ligado ao adentrar na Ordem, dignificando o próprio, o trabalho, perante os olhos da sociedade. Esse é o grande significado do Avental, enquanto instrumento fundamental do Maçom. Esta é a grande razão simbólica pela qual um Aprendiz Maçom não deve adentrar em uma Loja sem estar coberto por essa indumentária. Tal insígnia não nos deixa esquecermos que a labuta é uma constante na vida do Maçom, seja em Loja ou fora dela. Contudo, ao mesmo tempo em que as Grandes Lojas Antigas alçaram o Avental como símbolo, e, consequentemente, modificaram sua forma, passando a utilizar tecidos mais leves tal como o cetim, o brim e o linho, a vaidade, algumas vezes exagerada de alguns Irmãos, provocaram uma verdadeira revolução no Avental. Verdadeiras obras de arte, pinturas, foram realizadas nos Aventais das Grandes Lojas dos Modernos. Novos símbolos, tal como roseiras, fitas, bordados, foram introduzidos nos Aventais, ∴AVENTAIS∴ - 12 - especialmente dos Graus de Mestre. Enquanto nas Grandes Lojas Antigas predominavam a simplicidade destes instrumentos Maçônicos tão preciosos, principalmente no Grau de Aprendiz, sendo o branco predominante, até pelo material utilizado, o couro de ovelha, nas Grandes Lojas Modernas houve uma radical transformação exteriorizada nas pinturas das Abetas, na criação de laços, pinturas de novos símbolos, entre outros. Quanto maior o Grau, maiores as “sofisticações” encontradas. Quanto a esta sofisticação dos Aventais, e esta nova função de certa forma “decorativa”, dois comentários se mostram muito pertinentes. O primeiro, tendo como base assertivas de Assis Carvalho, tendo como objeto o Cavaleiro Miguel André de Ramsay, codificador do Rito Escocês. Buscando negar a origem Operativa da Maçonaria, e afirmar uma origem Nobre, como sucessores dos Templários, de Jacques De Moley, o Irmão Ramsay impulsionou a criação de Graus e nomes pomposos na Maçonaria e, consequentemente, os mais belos e ricos Aventais foram sendo também criados. Além disso, cabe agora relembrarmos a definição introduzida no começo de nosso trabalho, atribuída a Jules Boucher: “o Avental constitui-se no essencial adorno do Maçom.” Raimundo Rodrigues explica que a palavra adorno tem o sentido de enfeite, decoração. Conclui ele na imprecisão de sintaxe no uso de tal palavra, já que a função fundamental ou essencial do Avental seria simbolizar o trabalho ao qual os Maçons devem se entregar. Contudo, fazendo uma outra análise, podemos compreender a utilização de tal vocábulo, visto que, para muitos Irmãos, a utilização do Avental ficou muito ligada à ideia de enfeitar-se para quando da participação em Loja. Aliás, conforme relata Assis de Carvalho, eram comuns os Maçons das Grandes Lojas Modernas saírem das sessões e caminharem por Londres devidamente trajados, felizes na utilização de seus Aventais, enquanto os Maçons das Grandes Lojas Antigas, por estarem acostumados a utilizar o Avental quando em oficio, visto que muitos ainda eram Operários, utilizarem apenas os simples Aventais quando em Loja ou justamente no local de labuta. Em 1813, com a unificação das duas grandes Potências Inglesas, houve também a edição de um normativo regulamentando e ∴AVENTAIS∴ - 13 - padronizando os Aventais, de forma a coibir os inúmeros abusos. Logicamente, alguns símbolos introduzidos ao longo do tempo foram consolidados, mas os exageros cessaram, e, até hoje, pelo que afirma Assis Carvalho, não houve grandes mudanças nos Aventais Ingleses, caracterizados pelo rito York. Vale ressaltar também o Congresso Mundial dos Supremos Conselhos em Lausane, datado de 1875. Nesse encontro, decidiu-se também por uma padronização dos Aventais utilizados pelos seguidores do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nesse ponto, o autor Assis de Carvalho faz uma crítica expressa aos seguidores de tal rito no Brasil, tendo em vista as seguidas mudanças do Avental aqui ocorridas nas últimas décadas, levando em contaque o R.’.E.’.A.’.A.’. não assistiu a grandes mudanças em outros países. Como último ponto a se destacar do Avental Maçônico, gostaríamos de nos focar na Abeta. Muitos estudiosos Maçons procuram dar significados à sua posição em relação ao Avental. Outros, entretanto, apoiando-se na experiência histórica e mesmo em fotografias antigas, têm demonstrado que a Abeta não tem um sentido simbólico, pelo menos em sua origem. Antony Sayer, primeiro Grão-Mestre da Loja da Inglaterra (1717), está caracterizado em fotos com uma Abeta levantada. Ressalte-se que ele era Mestre e que sua Abeta estava levantada. A utilização da Abeta para baixo ou para cima está, segundo esses autores, mais ligada, originalmente, à praticidade do que a qualquer simbolismo. A Abeta era utilizada pelos Irmãos Operativos para prender o Avental à camisa, tendo propositalmente um espaço próprio para este botão. Alguns irmãos baixavam a Abeta como forma de esconder imprecisões, desgastes da alguns Aventais. Além disso, a forma triangular ou oval não apresentava também qualquer significado. Atualmente, se admite a diferença no posicionamento para se caracterizar o Grau, o que pode ser considerado muito válido. Contudo, originalmente, pela análise histórica da Abeta, há autores que defendem a inexistência de um simbolismo próprio. Além disso, como já se afirmou anteriormente, as correias que prendiam as Abetas ao corpo dos Maçons Operativos, tanto no pescoço como na cintura, nada tinham de especial. Eram apenas correias, sem nenhum magnetismo ou coisa do tipo. ∴AVENTAIS∴ - 14 - Finalizando, o Avental simboliza, em uma primeira impressão, ainda no cerimonial de Iniciação, trabalho, labor, labuta. O que podemos aprender com significado de trabalho do Avental? Que todo Maçom deve dedicar- se ao trabalho diariamente, e, quando ele está em Loja, ou, mais propriamente ao tema, quando ele está na Oficina, o trabalho é simbolizado pelo uso do Avental. Mesmo havendo posicionamentos diferentes com relação ao simbolismo do avental ou ao seu uso prático, não há como deixar de mencionar-se a interpretação mais aceita e oportuna com relação a essa indumentária. Ao desbastar a Pedra Bruta com o maço e o cinzel, o avental protege o Aprendiz contra a poeira e os estilhaçoes provenientes de seu ofício. Cumpre o papel que sempre cumpriu, a saber, o de servir como uma peça extra de proteção no manuseio, por exemplo, da pedra e até mesmo como um meio de transporte de pedras (e outros materiais) de um lugar para outro. O avental, dessa forma, está protegendo o Irmão das consequências do seu trabalho de aprimoramento constante e da eliminação de seus defeitos. Graças à proteção do avental, a roupa do Irmão, como se fosse sua reputação, está a salvo da sujeira representada pela poeira e os resquícios dos defeitos inerentes a todos nós, seres humanos. Cumpre, sobretudo, o Avental, o seu papel de um dos mais importantes Símbolos da Maçonaria e de elo entre aqueles que o portam, como Irmãos Maçons, unidos, através dessa indumentária, pela fraternal amizade. O NASCIMENTO E SIGNIFICADO DO AVENTAL MAÇÔNICO: ∴AVENTAIS∴ - 15 - Após a cerimônia de iniciação, o Venerável Mestre entrega o Avental ao Mestre de Cerimônias, para com ele revestir o neófito. O agora Maçom, só poderá entrar no Templo de sua Loja, ou de qualquer outra, vestindo o Avental. Tal insígnia maçônica, nas palavras do Irmão Assis Carvalho, ?é o principal Símbolo que compõe a Indumentária Maçônica.? O Avental, para o citado autor, possui uma característica especial que o diferencia de outras insígnias: Está presente desde os remotos tempos Operativos. O famoso escritor francês Jules Boucher define o Avental como: ?essencial adorno do Maçom?. Por mais celeuma que possa ocasionar essa palavra ?adorno?, pois o sentido de adornar é enfeitar, decorar, e, obviamente, não é esse o principal sentido simbólico dessa indumentária, tomaremos essa definição como ponto de partida para um estudo mais aprofundado do Avental e sua função para os Maçons, tendo em vista as opiniões conflitantes muito comuns, em se tratando deste objeto de estudo. Para compreendermos melhor sua função e o porquê de suas diferentes formas, utilizaremo-nos de uma análise histórica do Avental. Contudo, ressalte- se,concentraremos nossos esforços em uma análise histórica e funcional, tendo em vista o Grau de Aprendiz, já que sabidamente, muitos dos símbolos que são ostentados em Aventais de Graus mais elevados ainda fogem e devem mesmo fugir de nossa compreensão de Aprendiz. ∴AVENTAIS∴ - 16 - Antes propriamente dessa linha evolutiva, gostaríamos de estabelecer uma conexão com as palavras do Irmão francês apresentadas anteriormente.Para tanto, lembremo-nos de uma passagem inicial muito significativa e ainda muito viva nas mentes dos Aprendizes: ao entregar o avental, o Venerável Mestre diz ao neófito: ?- Ele (o Avental) vos lembrará que um Maçom deve ter sempre uma vida ativa e laboriosa.? Além dessa forte simbologia relacionada com o trabalho, quase unânime entre os grandes Mestres e escritores Maçons, o Avental é objeto de várias interpretações, tendo em vista especialmente sua configuração e apresentação. O Avental do Aprendiz, com a Abeta levantada formando um triângulo sobre um retângulo, significa para alguns o quaternário sendo sobreposto pelo ternário.Outros ainda interpretam o triângulo sobreposto como a alma flutuando sobre o corpo. No 1º Grau (Aprendiz), a alma estaria acima do corpo, ainda desligada, e a partir do 2º Grau (Companheiro Maçom), a alma já estaria dentro do corpo, fazendo desse seu instrumento e domínio. Justamente para entendermos um pouco melhor a função e o simbolismo que o Avental carrega em si e ao cobrir o corpo físico do Maçom, mister se faz uma análise histórica do Avental. Para alguns escritores, a origem do Avental está ligada a tempos muito remotos, como o Paraíso Terrestre. Alguns irmãos veem Adão como o inventor do Avental, ∴AVENTAIS∴ - 17 - representado na folha de parreira, a qual cobria seus órgãos genitais. Quanto a esta origem, as objeções são muito grandes, tendo em vista que a base cientifica ou mesmo filosófica para tal tipo de análise se mostrar praticamente inexistente. Se é verdade que a Maçonaria não se pretende ser apenas um sociedade cientifica e filosófica, é fato que toma como base dados científicos para justificar muita de suas concepções. Ao fazer uma análise de tal porte, deveria-se esperar uma explanação um pouco mais exaustiva, tendo em vista a originalidade da idéia. Contudo, pelas bases às quais tivemos acesso,tal assertiva se mostra não muito consistente. O Irmão Assis Carvalho, inclusive, demonstra uma certa ironia ao comentar tal fato, classificando como ?uma fantasia, um afã criativo? enfim, conotando que a origem do Avental não está, em hipótese alguma, ligada à figura religiosa de Adão. Outros também veem uma origem mais que milenar para o surgimento do Avental, tendo como base os Mistérios Egípcios, Persas, Indus, entre outros. Nesse ponto, ∴AVENTAIS∴ - 18 - descreveremos uma das possíveis formas de tal Avental egípcio: era triangular, com a cúspide para cima e com vários adornos diversos dos hoje existentes. Além disso, a faixa ao redor do corpo que o sustentava não tinha apenas este propósito, mas estava intensamente magnetizada com o corpo. Há também, acerca deste possível Avental, descrições mais pormenorizadas sobre o Avental dos Mestres, o que, como já se afirmou, não se mostra pertinente coma proposta deste trabalho. Contudo, vale ressaltar que se faziam presentes as rosetas e uma cor azul pálida, simbolizando a inocência branca sendo substituída pelo conhecimento, o céu azul. Mais uma vez, as objeções a esta possívelorigem da insígnia sob análise neste singelo trabalho são muitas. Um dos mais respeitados autores Maçons, o Irmão José Castellani, é absolutamente claro em classificar tal proposição como fantasia. Um dos pontos mais significativos de sua critica se refere ao cingidor, sobre o qual o Irmão afirma: ? Quanto ao simbolismo do cingidor, ou seja, dos cordéis que prendem o Avental à cintura, não há comentários a fazer, pois se trata de elucubração de ocultistas?? Tais objetos egípcios são vistos, por este mesmo autor, como uma proteção para as vestimentas da antiga aristocracia, ou no máximo, um protetor genital. Uma outra corrente associa o surgimento do Avental às Guildas e corporações Medievais. Tais associações, que deram origem à Maçonaria Operária, tinham por hábito ∴AVENTAIS∴ - 19 - distribuir entre seus Membros, aventais para o exercício do ofício ao qual estavam ligados. Esses aventais, portanto, apresentavam entre si leves diferenças com base nos diferentes trabalhos e conhecimento a cerca do ofício em questão, tais como Sapateiro, Ferreiro Açougueiro, entre outros. O Avental dos antigos operários da Maçonaria Operativa estava ligado à idéia de trabalho, era um instrumento do próprio. O Avental era feito predominantemente de couro de carneiro, um couro espesso, com vistas a proteger os obreiros de labutas muitas vezes perigosas para o corpo humano. Enfim, o Avental era uma proteção para o corpo dos maçons primitivos, cobrindo, em linhas gerais, desde o pescoço até o abdômen, sendo que o do aprendiz cobria uma parte maior do corpo do que o avental do Companheiro e do Mestre, pois como o aprendiz não possuía ainda a habilidade necessária com as ferramentas, além de iniciar o trabalho na Pedra Bruta, estava sujeito afazer um uso maior do avental do que os mestres. Uso maior não em tempo, e sim, stricto sensu, de aproveitar o avental conforme sua destinação de proteger o corpo e a roupa de quem o usa. Com a transição da Maçonaria Primitiva para a Maçonaria Especulativa, processo histórico que, tal como qualquer outro, quiçá mais ainda, não ocorreu de forma instantânea, a figura e a função do Avental foram paulatinamente se alterando. Ressaltamos mais uma vez que, por um considerável tempo, tanto a Especulativa quanto a Operativa ∴AVENTAIS∴ - 20 - conviveram, especialmente pelos relatos que se tem da Inglaterra no século XVIII. AVENTAIS DETALHES EM CADA GRAU: 1- Aprendiz: - Avental de pele branca com a abeta (ou babadouro) levantada. Simbolicamente, o aprendiz é representado em mangas de camisa e com esta aberta no peito, numa alusão ao seu traje durante as provas de iniciação, em que se deve apresentar com peito nu, o joelho descoberto e o pé esquerdo descalço. 2 – Companheiro: ∴AVENTAIS∴ - 21 - - Avental de pele branca com a abeta voltada para baixo. O companheiro já é representado em traje civil completo, segundo a moda da época. 3 – Mestre: ∴AVENTAIS∴ - 22 - - Avental branco forrado e debruado de vermelho; no meio do avental estão pintadas ou bordadas a vermelho as letras "M.·. B.·.". Ao pescoço, fita azul de cerca de 10cm de largura ("quatro polegadas"), tendo, na sua extremidade inferior, uma roseta vermelha; pendente acha-se a jóia, que consiste num esquadro e num compasso, este aberto num ângulo de 45 graus. Estas insígnias, que se mantiveram essencialmente até hoje na Maçonaria portuguesa, conhecem, todavia, na actualidade, uma ligeira alteração, s., a substituição da fita por uma banda azul debruada de vermelho, que se usa a tiracolo da direita para a esquerda. Passe Mestre - Insígnias semelhantes às de "Mestre"; no avental pinta-se ou borda-se a ouro um círculo, em cujo campo estão as duas colunas "B.·." e "J.·." dos templos maçónicos e, no meio, um pentagrama ou estrela flamejante de cinco pontas com um iod hebraico no centro; em volta da circunferência, servindo de orla, estão as letras "H.·. T.·. S.·. T.·. K.·. S.·.". 4 - Mestre Secreto: ∴AVENTAIS∴ - 23 - - Avental branco preso por fitas (ou cordões) pretas; no meio do avental, dois ramos cruzados, um de loureiro e o outro de oliveira, com a letra "Z" no centro; abeta azul com um olho pintado ou bordado a ouro. Ao pescoço, fita azul debruada de preto, tendo pendente a jóia, que é uma chave de marfim, igualmente com um "Z" inscrito. 5 - Mestre Perfeito: - Avental branco com abeta verde; no meio do avental há três circunferências concêntricas tendo no centro da menor um cubo com a letra "J" na face principal. Ao pescoço, fita verde de onde pende a jóia, que é um compasso aberto a 60 graus sobre um segmento de círculo graduado. 6 - Secretário Íntimo ou Mestre por Curiosidade: - Avental branco debruado de vermelho, tendo na abeta um triângulo, pintado ou bordado a ouro, com três pontos (.·.). Ao pescoço, fita carmesim de que pende a joia, que é formada por três triângulos entrelaçados. 7 - Preboste e Juiz: - Avental branco bordade de vermelho na orla e ao longo da abeta onde se acha, pintada ou bordada, uma chave de ouro; no meio ∴AVENTAIS∴ - 24 - do avental existe uma algibeira debruada de vermelho com uma roseta também vermelha. Ao pescoço, fita carmesim, tendo pendente a jóia, que é outra chave de ouro. 8 - Intendente dos Edifícios: - Avental branco debruado de vermelho e bordado, na orla, a verde; no centro, a vermelho, uma estrela de nove pontas e, por baixo, uma balança a ouro; na abeta, um triângulo branco debruado de verde tendo inscritas, na mesma cor, as letras "B.·. A.·. J.·.". Banda carmesim posta a tiracolo, da direita para a esquerda, de que pende a jóia, consistindo num triângulo de outro com inscrições alusivas ao grau. 9 - Mestre Eleito: ∴AVENTAIS∴ - 25 - dos Nove -Avental branco debruado de preto tendo, no centro, bordado ou pintado, um braço segurando um punhal no acto de ferir; abeta, debruada também de preto. Banda preta, posta a tiracolo, da esquerda para a direita, tendo semeadas nove rosetas vermelhas, de forma a que se vejam quatro na face dianteira e outras quatro na traseira; como jóia, um punhal de ouro com lâmina de prata, que pende da nona roseta, situada na parte inferior da banda. 10 - Ilustre Eleito dos Quinze: - Avental branco debruado de preto, tendo, no meio, uma vista simbólica da cidade de Jerusalém com três portas e, frente a cada uma delas, espetada num poste, uma cabeça; abeta debruada também de preto. Banda preta a tiracolo, da esquerda para a direita, com três cabeças pintadas ou desenhadas na parte da frente; do extremo inferior da banda pende a jóia, que é um punhal de ouro com cabo de prata. Segundo os rituais do século XX, a banda ostenta, além das três cabeças, nove rosetas vermelhas e doze lágrimas de prata. 11 - Sublime Cavaleiro Eleito: ∴AVENTAIS∴ - 26 - - Avental branco debruado de preto, com orla decorativa também a preto; no meio, uma algibeira tendo pintada ou bordada uma cruz vermelha; abeta debruada e orlada de preto. Banda preta, colocada a tiracolo, da esquerda para a direita, tendo bordada a prata a divisa "VICERE AUT MORI"; a jóia, pendente da extremidade inferior da banda é um punhal de ouro com lâmina de prata. Nos rituais do século XX permite-se a substituição da divisa por "três corações inflamados", bordados. 12 - Grande Mestre Arquitecto: - Avental branco, debruado e orlado de azul, com uma algibeira ao meio, também orlada da mesma cor, abeta debruada de azul. Banda azul a tiracolo, da direita para a esquerda; tem suspensa, na sua extremidade inferior, a jóia, que é uma chapa quadrada com inscrições alusivas ao grau. 13 - Real Arco: - Banda escarlate, da direita para a esquerda, de cuja extremidade inferior pende a jóia, um triângulo ou uma medalhade ouro com inscrições alusivas ao grau. Nos rituais do século XX usa-se, além da banda - convertida em fita posta ao pescoço -, um avental branco orlado de escarlate. 14 - Grande Escocês: - Avental branco, debruado de carmesim e orlado com um folho da mesma cor; no meio, está pintada ou bordada, também a carmesim, uma pedra quadrada com um anel ao centro. Fita de igual cor ao pescoço, tendo pendente a jóia que é um compasso de ouro aberto em cima de um quarto de círculo. Nos rituais do século XX, o avental é orlado com um folho azul, em vez de carmesim. 15 - Cavaleiro do Oriente ou da Espada: ∴AVENTAIS∴ - 27 - - Avental branco, debruado de verde; no meio, acham-se bordados três cepos de carvalho formando um triângulo, no centro do qual estão inscritas as iniciais "L.·. D.·. P.·."; na abeta, pintada ou bordada, vé-se uma cabeça ensaguentada entre duas espadas cruzadas. Banda verde-mar a tiracolo, da direita para a esquerda, tendo bordados ossos, membros, cabeças, espadas inteiras e espadas partidas, bem como uma ponte com as iniciais acima referidas; da banda pende a jóia, que é uma pequena espada. Nos rituais do século XX, o triângulo de cepos de carvalho é substituído por três triângulos entrelaçados, sendo os lados formados por pequenos triângulos. 16 - Príncipe de Jerusalém: - Avental vermelho debruado de amarelo claro; facultativamente, pode pintar-se no meio uma imagem do templo de Salomão, ladeado por: um esquadro, um compasso, um escudo, um delta flamejante e o braço da justiça. Ao pescoço, escapulário azul debruado de amarelo e bordado a ouro, com uma balança, o braço da justiça, um punhal, cinco estrelas e duas coroas; dele pende a jóia, que é uma medalha de ouro tendo gravadas, no anverso, uma mão sustentando uma balança e, no reverso, uma espada de dois gumes e cinco estrelas. Luvas vermelhas. Nos rituais modernos, tal como no texto do ritual de 1841-42, a cor do escapulário é avermelhada ("cor de aurora"), em vez de azul. 17 - Cavaleiro do Oriente e do Ocidente: - Avental amarelo debruado de vermelho. Banda branca, a tiracolo, da direita para a esquerda. Ao pescoço, fita preta tendo pendente a jóia, um heptágono parcialmente de ouro e parcialmente de prata ou de madrepérola, com inscrições alusivas ao grau. 18 - Soberano Príncipe Rosa-Cruz: ∴AVENTAIS∴ - 28 - - Avental amarelo debruado de escarlate, tendo ao meio três círculos e três quadrados concêntricos, com três triângulos também concêntricos inscritos no círculo mais pequeno; na abeta, borda-se um "J" a ouro (embora na gravura pareça vermelho). Ao pescoço, fita metade verde (a da direita), liga escarlate com a legenda "VIRTUDE E SILÊNCIO". As insígnias modernas são bastante diferentes destas, baseando-se essencialmente a sua simbologia no pelicano alimentando os sete filhos com a carne do peito e na cruz com a rosa mística. 19 - Grande Pontífice: - Banda carmesim orlada de branco, posta a tiracolo, da direita para a esquerda; bordadas, doze estrelas de ouro, bem como as palavras "Alpha" à frente e "Omega" atrás. Da banda pende a jóia, em forma de quadrado, tendo gravadas letras alusivas ao grau. Toga branca e fita azul com doze estrelas de ouro cingindo a testa. Nos rituais modernos, a toga e a fita da cabeça estão omitidas, surgindo, em compensação, um avental branco com decorações alusivas ao grau. 20 - Venerável Mestre de todas as Lojas: - Avental azul orlado de amarelo, com abeta amarela; pintado ou bordado a ouro, no meio, um triângulo com a letra "R" inscrita; da fita que ata o avental pende dois cordões amarelos franjados. Escapulário azul e amarelo estando, na parte da frente, o azul em cima e o amarelo em baixo e, na parte de trás, o amarelo em cima e o azul em baixo. A jóia, que pende do escapulário, é um triângulo de ouro com a letra "R". 21 - Cavaleiro Prussiano ou Noaquista (também grafado "Noaquita"): - Avental amarelo. Banda preta, posta a tiracolo, da direita para a esquerda, tendo pendente, da extremidade inferior, a jóia, que ∴AVENTAIS∴ - 29 - é um triângulo equilátero de ouro atravessado por uma flecha com a ponta virada para baixo. Luvas amarelas. 22 - Real machado: - Avental de pele branca, debruado de vermelho e atado com fita vermelha; pintadas, uma mesa redonda com desenhos e plantas de edifícios em cima, tendo por baixo três figuras, uma derrubando uma árvore, outra cortando os ramos da árvore derrubada, e a terceira afeiçoando a madeira; na abeta, um olhos bordado a ouro. Ao pescoço, fita larga cor de fogo, tendo pendente a jóia, que é um machado de ouro com cabo terminado em borma de coroa e, gravadas, letras alusivas ao grau. Nos rituais modernos, omitem-se as três figuras do avental e muda-se para as cores do arco-íris a cor da fita. 23 - Chefe do Tabernáculo: -Faixa escarlate à cintura, com franja de ouro pendente do lado direito. A jóia, pendente da faixa, é um turíbulo suspenso por roseta preta. Toga branca. Nos rituais modernos, acrescentam- se um avental escarlate, orlado de amarelo e uma fita da mesma cor, ao pescoço. 24 - Príncipe do Tabernáculo: -Avental branco debruado de cor de fogo, tendo no meio uma esfera de ouro. Banda da mesma cor com a esfera ao meio, posta a tiracolo, da direita para a esquerda. Facultativamente, usa-se uma toga azul semeada de estrelas de ouro, com gola guarnecida de "raios de garça de oiro de maneira que formem uma espécie de resplendor por detrás da cabeça". Fita azul com estrelas de ouro cingindo a testa. Nos rituais modernos surgem variantes: escarlate em vez de cor de fogo; fita ao pescoço em vez de banda; triângulo luminoso em vez de esfera; murça azul e manto cor de ouro ∴AVENTAIS∴ - 30 - 25 - Cavaleiro da Serpente de Bronze: - Fita vermelha ao pescoço, com a divisa "VIRTUDE E CORAGEM"; pendente da sua extremidade, a jóia, que é uma serpente enroscada numa vara terminando em "T". Nos rituais modernos, acrescenta-se um avental brando, orlado de escarlate. 26 - Príncipe da Mercê (também grafado "Merci" ou "Mercy"): -Avental escarlate, no meio do qual está pintado um triângulo, metade verde e metade branco. Ao pescoço, fita tricolor, vermelha, branca e verde, em faixas paralelas, estando o verde em baixo; dela pende a jóia, que é um triângulo equilátero de ouro. 27 - Grande Comendador do Templo: - Avental vermelho forrado e debruado de preto; no meio, tem, a preto, uma cruz teutónica rodeada por uma coroa de louro; na abeta, e na mesma cor, uma chave. Ao pescoço, fita branca com risca vermelha perto de cada borda, semeada de cruzes duplas vermelhas; dela pende a jóia, um triângulo equilátero de ouro. Nos rituais modernos, como aliás na própria descrição escrita de 1841-42, a cruz do avental coloca-se na abeta, juntamente com a chave; há ainda outras variantes, de menos importância. 28 - Cavaleiro do Sol: - Avental de pele "parda", debruado de preto. Ao pescoço, fira de moirée branco, tendo na ponta, bordado ou pintado, um olho a ouro; a jóia, pendente da fita, é um triângulo radiante de ouro, com um ohos no meio. Túnica curta azul celeste. Barrete de seda azul, bordado a ouro, ou fita amarela cingindo a testa. Nos rituais modernos suprime-se o avental. 29 - Grande Escocês de Santo André: ∴AVENTAIS∴ - 31 - - Banda de moirée carmesim, posta a tiracolo, da esquerda para a direita; dela pende a joia alusiva ao grua. Toga vermelha com cinta de seda branca, franjada a ouro. Nos rituais modernos há variantes; acrescenta-se um avental branco orlado de verde com franjas de ouro, permite-se a substituição da banda por uma fita ao pescoço e conhecem-se dois tipos de jóia, consoante se use banda ou fita. 30 - Grande Eleito Cavaleiro Kadosch (também grafado "Kadosh" e "Kadesh"): - Avental branco debruado de vermelho com acruz teutónica no centro. Banda preta, orlada de prata, posta a tiracolo da esquerda para a direita, tendo bordados, a ouro uma cruz teutónica e duas espadas entrelaçadas, e a prata uma águia bicéfala (com coroa e segurando uma espada, ambas a ouro), as iniciais "C.·. K.·. S.·." e uma caveira com dois ossos entrecruzados; laço e franja de prata na extremidade inferior; desta pende também a jóia, que é um punhal de prata com cabo de ouro. Cinta vermelha. Usa-se igualmente, em alternativa às anteriores insígnias, uma túnica branca aberta dos dois lados, debruada de preto; no peito e nas costas, leva uma grande cruz teutónica, a vermelho. Cinta preta franjada de prata, de que pende a jóia, um punhal com cabo de marfim e ébano. Chapéu com abas abatidas, tendo na frente um sol com raios de ouro e fundo de prata, no meio do qual se acha um pequeno olho; aos lados do sol, as letras "N" e "A". Nos rituais modernos suprime-se geralmente o avental e surgem alterações de somenos importância. Também se não faz uso da túnica nem do chapéu. 31 - Grande Juiz Soberano Comendador: - Avental branco debruado de prata com a cruz teutónica no meio, também de prata, e o número "31" bordado a vermelho, na abeta. Ao pescoço, fita de moirée branca, tendo na ponta um triângulo radiante de ouro com o número "31" bordado a ∴AVENTAIS∴ - 32 - vermelho. O avental pode ser suprimido nas sessões de loja de grau inferior. Nos rituais modernos acrescenta-se a jóia, pendente da fita, que é uma cruz teutónica.. 32 - Sublime Príncipe do Real Segredo: - Ao pescoço, fita preta orlada de prata e forrada de vermelho, com uma cruz teutónica na ponta, bordada a vermelho, onde se desenha uma águia bicéfala de prata; no reverso da fita borda-se outra cruz teutónica, a preto; a jóia, pendente da fita, é uma cruz teutónica de ouro esmaltada de vermelho, com o número "32" no centro. Usa-se também, em alternativa, uma túnica branca com cinta negra franjada de prata, e um manto vermelho no qual se borda uma cruz teutónica branca; no peito da túnica borda-se outra cruz teutónica, vermelha. Chapéu semelhante ao do grau 30, preto com uma águia bicéfala a ouro. Nos rituais modernos, para lá de se omitir a túnica, o manto e o chapéu, acrescenta-se uma cinta preta franjada de prata, com a cruz teutónica pendente. 33 - Soberano Grande Inspector Geral: - Avental branco, orlado de folho vermelho, tendo bordada no meio uma águia bicéfala de ouro, coroada e sobreposta por cinco bandeiras; na abeta borda-se uma cruz teutónica a vermelho e ouro. Banda de moirée branca, posta a tiracolo, da direita para a esquerda; tem bordados, a ouro e vermelho, a águia bicéfala coroada, um triângulo radiante tendo no centro o número "33" e duas bandeiras cruzadas e sobrepostas por uma coroa; franja de ouro. Cinta de moirée branco, franjada de ouro, com uma cruz teutónica a vermelho e ouro no centro. Ao pescoço, fita estreita branca, tendo pendente a jóia, que é uma águia bicéfala preta coroada, com bico, unhas e espada nas garras a ouro. Usa-se em alternativa, para ocasiões solenes, uma túnica vermelha orlada de ouro, banda e cinta como as anteriormente descritas, e manto brando orlado e bordado de ouro, com uma cruz teutónica ∴AVENTAIS∴ - 33 - vermelha. Na cabeça coroa aberta. Nos rituais modernos, para além de se omitir o traje de cerimónia, suprime-se o avental. TODOS OS AVENTAIS DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO: 1º. GRAU: APRENDIZ (Grau Simbólico concedido pelas Lojas Simbólicas ou Maçonaria Azul) - O Aprendiz deve, acima de tudo, saber aprender. É o primeiro contato com o Simbolismo Maçônico. Aprende as funções de cada um no templo e sempre busca o desenvolvimento das virtudes e a eliminação dos vícios. ∴AVENTAIS∴ - 34 - Muitos maçons antigos afirmam que este é o mais importante de todos os graus. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO. 2º. GRAU: COMPANHEIRO (Grau Simbólico concedido pelas Lojas Simbólicas ou Maçonaria Azul) - A fase de Companheiro propicia ao maçom um excepcional conhecimento de símbolos, além de avanços ritualísticos e desenvolvimento do caráter. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO (ELEVAÇÃO) ∴AVENTAIS∴ - 35 - 3º. GRAU: MESTRE (Grau Simbólico concedido pelas Lojas Simbólicas ou Maçonaria Azul) - É o chamado grau da plenitude maçônica. No âmbito do Simbolismo (Lojas Simbólicas) é o grau mais elevado que permite ocupar quaisquer cargos. O Mestre possui conhecimentos elevados da história e objetivos maçônicos. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO (EXALTAÇÃO) ∴AVENTAIS∴ - 36 - 4º. GRAU: MESTRE SECRETO (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou Maçonaria Vermelha) - Neste grau, além de outros conhecimentos, o maçom aprende as virtudes do Silêncio. Avança, fantasticamente, no conhecimento de símbolos utilizados na Maçonaria em geral. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 37 - 5º. GRAU: MESTRE PERFEITO (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou Maçonaria Vermelha) - Aprende-se no 5º. grau a meditação interior. Privilegia este grau, o princípio moral de render culto à memória de honrados antepassados. Completa o conhecimento dos graus anteriores. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 6º. GRAU: SECRETÁRIO ÍNTIMO ou MESTRE POR CURIOSIDADE (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou Maçonaria Vermelha) - É dedicado à necessidade de se buscar o conhecimento, sem o qual não há progresso. Contudo, adverte para a vã curiosidade, capaz de gerar malefícios. Investiga-se a miséria social e as maneiras de combatê-las, dentre outras coisas. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 38 - 7º. GRAU: PREBOSTE E JUIZ ou MESTRE IRLANDÊS (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou Maçonaria Vermelha) - Neste grau estuda-se a equidade, os princípios da Justiça, o Direito Natural e alguns princípios éticos da liderança. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 39 - 8º. GRAU: INTENDENTE DOS EDIFÍCIOS ou MESTRE EM ISRAEL (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou Maçonaria Vermelha) - Dedica-se a estudar a fraternidade do homem através de valores como o trabalho e o direito à propriedade. Combate à hipocrisia, à ambição e à ignorância. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 9º. GRAU: MESTRE ELEITO DOS NOVE (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou Maçonaria Vermelha) - Estuda-se a realidade dos ciclos, as forças negativas e a força da reconstrução. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 40 - 10º. GRAU: MESTRE ELEITO DOS QUINZE (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou Maçonaria Vermelha) - Estuda-se a extinção de todas as paixões e as tendências pouco proveitosas, censuráveis. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 11º.GRAU : SUBLIME CAVALEIRO ELEITO ou CAVALEIRO ELEITO DOS DOZE (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou ∴AVENTAIS∴ - 41 - Maçonaria Vermelha) - Dedica-se à regeneração. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 12º.GRAU : GRÃO-MESTRE ARQUITETO (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou Maçonaria Vermelha) - Estuda o poder da representação popular. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 13º.GRAU : CAVALEIRO DO REAL ARCO (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou Maçonaria Vermelha) - Estuda os ∴AVENTAIS∴ - 42 - magos pontífices do Egito e de Jerusalém. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 14º.GRAU: GRANDE ELEITO ou PERFEITO E SUBLIME MAÇOM (Grau Inefável concedido pelas Lojas de Perfeição ou Maçonaria Vermelha) - É o grau mais alto das Lojas de Perfeição. Proclama o direito inalienável da liberdade da consciência. Defende uma educação digna para que o homem possa ter governantes que assegure direitose obrigações compatíveis. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 43 - 15º. GRAU: CAVALEIRO DO ORIENTE (Grau Capitular concedido pelo Capítulo Rosa Cruz ou Maçonaria Vermelha) - Dedica-se à luta incessante para o progresso pela razão. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO 16º.GRAU: PRÍNCIPE DE JERUSALÉM (Grau Capitular concedido pelo Capítulo Rosa Cruz ou Maçonaria Vermelha) - Estuda a vitória da liberdade como consequência da coragem e perseverança. ∴AVENTAIS∴ - 44 - *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 17º. GRAU: CAVALEIRO DO ORIENTE E DO OCIDENTE (Grau Capitular concedido pelo Capítulo Rosa Cruz ou Maçonaria Vermelha) - Explora o Direito de reunião. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 45 - 18º.GRAU: CAVALEIRO ROSA-CRUZ (Grau Capitular concedido pelo Capítulo Rosa Cruz ou Maçonaria Vermelha) - É dedicado ao triunfo da Luz sobre as Trevas. É a libertação pelo Amor. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO 19º.GRAU: GRANDE PONTÍFICE (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - Fala sobre o triunfo da Verdade, estuda o pontificado. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 46 - 20º. GRAU: MESTRE AD VITAM (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - É consagrado aos deveres dos Chefes das Lojas Maçônicas. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 21º.GRAU : NOAQUITA ou CAVALEIRO PRUSSIANO (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - Estuda os perigos da ambição e o arrependimento sincero. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 47 - 22º. GRAU: CAVALEIRO DO REAL MACHADO ou PRÍNCIPE DO LÍBANO (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - Estuda o trabalho como propagador de sentimentos nobres e generosos. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO 23º. GRAU: CHEFE DO TABERNÁCULO (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - Dedica-se à ∴AVENTAIS∴ - 48 - vigilância dos valores propagados pela Ordem e ao combate da superstição. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 24º. GRAU: PRÍNCIPE DO TABERNÁCULO (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - Dedica- se à conservação das doutrinas maçônicas. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 49 - 25º. GRAU: CAVALEIRO DA SERPENTE DE BRONZE (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - Dedica-se ao combate ao despotismo. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO 26º. GRAU: PRÍNCIPE DA MERCÊ ou ESCOCÊS TRINITÁRIO (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - Estuda princípios de organização social através da Igualdade e Harmonia. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 50 - 27º. GRAU: GRANDE COMENDADOR DO TEMPLO (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - Defende princípios de governo democrático. *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 28º. GRAU: CAVALEIRO DO SOL ou PRÍNCIPE ADEPTO (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - Estuda a Verdade. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 51 - 29º. GRAU: GRANDE CAVALEIRO ESCOCÊS DE SANTO ANDRÉ (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - É dedicado a antiga Maçonaria da Escócia *GRAU CONCEDIDO POR COMUNICAÇÃO 30º. GRAU: CAVALEIRO KADOSCH (Grau Filosófico concedido pelo Conselho Kadosh ou Maçonaria Negra) - Fecha o ciclo de estudos no Kadosch. É um grau de estudos profundos a respeito ∴AVENTAIS∴ - 52 - do Simbolismo e Filosofia Maçônicos. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO 31º. GRAU: GRANDE JUIZ COMENDADOR ou INSPETOR INQUISIDOR COMENDADOR (Grau Administrativo concedido pelo Consistório ou Maçonaria Branca) - Estuda o exame de consciência detalhado. Só os conscientes podem ser justos.Estuda-se História. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO ∴AVENTAIS∴ - 53 - 32º. GRAU: SUBLIME CAVALEIRO DO REAL SEGREDO (Grau Administrativo concedido pelo Consistório ou Maçonaria Branca) - Estuda o poder militar. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO 33º. GRAU: SOBERANO GRANDE INSPETOR GERAL (Grau Honorário concedido pelo Supremo Conselho do Grau 33 ou ∴AVENTAIS∴ - 54 - Maçonaria Branca) - É o último grau. Fecha o ciclo de estudos. É, em última análise, o maçom mais responsável (pois todos o são!) pelos destinos da Maçonaria no país (no que tange ao Filosofismo). É o guardião, mestre e condutor da Maçonaria. *GRAU CONCEDIDO POR INICIAÇÃO (INVESTIDURA) ----------------------------------------------------------------------------------------------------- Venerável Mestre ∴AVENTAIS∴ - 55 - Ex-Venerável Imediato ou Past Master 1º Vigilante 2º Vigilante ∴AVENTAIS∴ - 56 - O Simbolismo do avental no 1° grau: by Amir Mostafa Saleh em 10/10/2014. Em toda instituição organizada e hierarquizada a fácil identificação dos seus membros e dos seus graus de subordinação é algo desejável para manter a ordem e facilitar a coordenação das atividades. A uniformização dos membros cumpre exatamente com esse objetivo. Esta deve ter sido a motivação inicial para o uso da vestimenta maçônica, sobretudo o avental. Nele consegue se identificar o maçom, assim como sua posição hierárquica e em alguns casos o cargo ocupado. O avental é a insígnia do maçom. Porém, para a identificação dos cargos ocupados existem os colares e as joias que cumprem melhor com essa função. Este artigo restringe-se ao estudo do avental maçônico, objetivando dissertar sobre o seu simbolismo no grau de aprendiz. O avental é utilizado por muitos trabalhadores de diversas áreas como forma de proteção de suas vestimentas contra possíveis substâncias que possam manchar ou sujar e até lesar o obreiro. Com isso, seu uso fica associado ao trabalho e a proteção. E os maçons operativos o utilizavam durante suas atividades mercantis. Este utensílio foi levado para a maçonaria especulativa, assim como muitos outros símbolos, do dia a dia dos maçons operativos (Dyer, 2010). Desta forma, “o avental é o símbolo do trabalho e vos lembrará que um maçom deve ter sempre uma vida ativa e laboriosa” (GOP, p87). Com isso, segundo Varo Jr., (2010), antes da padronização de 1813 feita após a união das duas grandes potências inglesas, os maçons ingleses, sobretudo os antigos irmãos do Grande Loja dos Modernos, habitualmente acrescentavam adornos nos seus aventais seguindo a sua criatividade e gosto. Utilizavam de pinturas e enfeites. Isso estaria relacionado a uma ostentação da vaidade pessoal, oriunda de um movimento que objetivava a ∴AVENTAIS∴ - 57 - dignificação do avental, do trabalho por ele simbolizado e o enobrecimento da maçonaria idealizado pelo Cavaleiro Miguel André de Ramsay, codificador do Rito Escocês. Com isso, os maçons da Grande Loja dos Modernos costumavam passear pelas ruas de Londres, após as sessões, com os aventais como adornos. Já os irmãos da Grande Loja dos Antigos eram mais conservadores e utilizavam os aventais durante as sessões, e eram brancos geralmente em couro de cordeiro. Avental anterior à padronização: Portanto, após esta criação da Grande Loja Unida da Inglaterra, viu-se a necessidade de uniformizar as vestimentas dos maçons especulativos, criando-se padrões a serem seguidos para a indumentária maçônica em 1813 (DYER, 2010), visando coibir excessos, sendo que o avental utilizado no rito de York teve pouca alteração desde então (VARO Jr., 2010). No rito escocês essa normatização aconteceu em 1875, no Congresso Mundial dos Supremos Conselhos em Lausane. Segundo Miranda (2014), ficou assim definido nesta ocasião: 1. O avental terá dimensãovariável de 30/35 cm. por 40/45 cm. ; 2. O avental do Aprendiz Maçom é branco, de pele de carneiro, com abeta triangular levantada e sem nenhum enfeite; ∴AVENTAIS∴ - 58 - 3. O avental do Companheiro Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada, podendo ter uma orla vermelha; 4. O avental do Mestre Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada, orlado e forrado de vermelho, tendo, no meio, também em vermelho, as letras M e B; 5. O avental é o símbolo do trabalho e lembra, ao obreiro, que ele deve ter uma vida laboriosa; 6. A cor do Rito Escocês Antigo e Aceito é a vermelha. Assim como para outros símbolos maçônicos, existem divergências quanto a seu significado simbólico. Isso se deve em grande parte às diversas influências (cristã, judaica, antigos mistérios, entre outros) que contribuíram para o desenvolvimento da maçonaria e pela falta de registro (propositada, como forma de sigilo) nos primórdios da maçonaria especulativa. Dependendo da base teórica usada há várias especulações sobre as diversas características do avental. Por exemplo, Dyer (2010) cita que alguns pensadores advogam que o avental teria sua origem ligada às Sagradas Escrituras, relacionada aos éfodes usados pelos sacerdotes hebreus. Do mesmo modo, a cor branca do avental do aprendiz teria sido escolhida porque os antigos também tinham o costume de vestir uma roupa branca na pessoa batizada, como sinal de ter abandonado as ambições e luxúrias da carne, tendo o seu ser purificado de seus pecados passados e que se obrigou a manter uma vida de imaculada inocência (DYER, 2010, p. 169). O branco, portanto, representaria a pureza e inocência que o maçom deve interiorizar para guiar seus pensamentos e atos. Entretanto, Leadbeater (2013) relata que outros autores pregam que a cor branca representaria também uma alma ainda não evoluída, por isso nos graus de aprendiz e companheiro o branco é a cor exclusiva; já nos graus de mestre é inserida a cor azul nas rosetas e orla (rito York), representado que o conhecimento começa a substituir a inocência. Isso representa a evolução do ∴AVENTAIS∴ - 59 - aprendiz nos ensinamentos, e sua progressão nos graus é simbolizada pelos adornos adicionados ao avental. Leadbeater (2013) também faz referência ao formato do avental. Idealizando que o quadrado representa o corpo ou matéria física e o triângulo o espírito. Desse modo, o aprendiz tem a abeta levantada porque o espírito está planando sobre corpo, mas este último não é influencia pelo primeiro. Com o desbastar da pedra bruta, o companheiro já tem o espírito agindo ou coordenando o corpo; isso sendo representado pela abeta abaixada sobre o quadrado. Analogamente, a abeta para cima serviria para lembrar ao aprendiz a superioridade do espírito e das virtudes sobre o corpo e o material. E o companheiro, com a assimilação dos ensinamentos já não precisaria desse lembrete. Entretanto, Varo Jr. (2010) relata que em 1717 existe registro do Grão Mestre Antony Sayer trajando o avental com abeta levantada, contrariando essa interpretação, pelo menos naquela época. Segundo de Souza (2009), numa interpretação esotérica, a abeta do avental representaria uma proteção do plexo solar do aprendiz, considerada a sede das emoções. Ou seja, o aprendiz não dominando ainda os ensinamentos do seu grau, não conseguiria ainda dominar as emoções e as energias. Com isso, poderia influenciar a formação da egrégora e a espiritualidades nas sessões. Passando ao grau de companheiro, já tendo recebido as instruções iniciais, a abeta é abaixada. Alguns autores pregam que a maçonaria atual seria uma contínua evolução dos antigos mistérios, sobretudo dos Egípcios. Dyer (2010), entretanto, relata que tal origem não foi devidamente documentada. Mas também relata que no século XVIII, o século da razão, os irmãos estudavam, e muitos até foram iniciados nos antigos mistérios. Com isso, a maçonaria especulativa pode ter absorvido muito da doutrina e simbolismo dos Egípcios. Porém, correlacionar a origem do avental maçônico ao avental utilizado nos rituais egípcios parece um tanto precipitado, tendo em vista as diferenças entre eles, como cita Leadbeater: O antigo avental egípcio, segundo o indicam a Figura II e a Figura XXI, era triangular, com a cúspide para cima, e seus adornos ∴AVENTAIS∴ - 60 - diferiam, em vários aspectos, dos que agora se usam. Mas a mudança mais importante consiste em que hoje predomina a ideia de que o avental em si é tudo, e que a faixa cingida ao redor do corpo só serve para melhor segurá-lo. Antigamente, o cinto do avental era a sua característica mais importante e algo mais que um símbolo, pois estava intensamente magnetizado e disposto de modo que encerrasse em si um disco de matéria etérea, para separar a parte sutil do corpo físico da parte densa, e isolar inteiramente desta última as formidáveis forças atualizadas pelo cerimonial maçônico. (Leadbeater, 2013, p. 113) Figura II – Avental egípcio ∴AVENTAIS∴ - 61 - Figura XXI – Avental egípcio e avental maçônico Enfim, assim como outros símbolos maçônicos, o avental traz muitos ensinamentos e funções, cabendo ao maçom utilizá-lo para sua evolução no desbastar da sua pedra bruta. Na humilde opinião deste autor aprendiz, o avental representaria o dever maçônico de trabalhar em prol do desenvolvimento tanto pessoal quanto da fraternidade e da humanidade, de estar sempre pronto e disposto à prestação de serviço a quem dela necessite. Fisicamente, seu uso é obrigatório durante as reuniões em loja, porém moralmente ele deve estar sempre presente na vida profana do maçom. Henrique Yoshio Shirozaki Ir.’. Aprendiz Maçom ∴AVENTAIS∴ - 62 - PARAMENTOS MAÇÓNICOS DE MOZART: Na Rua Domgasse, n.º 5, encontra-se a casa em Viena de Mozart, a única que se conserva da dezena que possuiu nesta cidade austríaca. Esta casa (Mozarthaus) onde o compositor residiu com a sua família de 1784 a 1787, consta de seis salas, sendo na terceira que se podem ver objectos maçónicos comprovando a ligação profunda de Mozart à Maçonaria. Vê-se exposta uma bonita faixa de fundo azul decorada com fios de ouro onde se bordou um triângulo com o Nome de Deus em hebraico, como seja, Yod – He – Vau – Heth = Jehovah, o Grande Arquitecto do Universo. Da faixa pende uma jóia constituída de um pelicano alimentando os seus sete filhotes. São as insígnias do Grau 18 de Cavaleiro do Pelicano ou Príncipe Rosacruz na Maçonaria Escocesa, sendo que o pelicano é a representação simbólica do sacrifício piedoso a favor do próximo em Humanidade, o que confere com a natureza mística deste Grau maçónico de característica essencialmente cristã, onde a mesma ave também aparece na simbologia eclesiástica como indicativa da Paixão de Cristo e da Eucaristia. É, em suma, o símbolo heráldico da piedade. Sob a faixa paramental aparece o avental maçónico do Grau Rosacruz de Mozart, obra bordada à mão com grande mestria onde se vê a Rosa no centro da Cruz, esta expressiva da personalidade e da matéria abrilhantada, iluminada pela flor da individualidade e do Espírito, conferindo a Paz corporal e espiritual que é o que representam os ramos de oliva em volta. ∴AVENTAIS∴ - 63 - ∴AVENTAIS∴ - 64 - Aparece ainda um outro avental, também bordado à mão ricamente trabalhado. Nele vê-se um Templo ladeado por duas colunas tendo por cima o esquadro e o compasso com o M ao centro, que será indicativa tanto de Maçonaria como de Mozart. Trata-se do avental do Grau 16 de Príncipe de Jerusalém na Maçonaria Escocesa. É um Grau Capitular concedido por comunicação – ao contrário do anterior que é conferido por iniciação – pelo Capítulo Rosacruz ou a Maçonaria Vermelha, cor associada ao sangue do martírio em prol do Bem da Humanidade,da sua evolução moral e intelectual, a favor de uma maior ética e um mais amplo conhecimento que possa transformar o homem de simples profano e neófito em Iniciado e Mestre, assim podendo finalmente penetrar o Templo da Sabedoria Divina que é o que significa o Templo de Salomão retratado no avental. ∴AVENTAIS∴ - 65 - Johannes Chrysostomus Wolfgang Theophilus Mozart nasceu em Salzburg, Áustria, em 27 de Janeiro de 1756, tendo falecido em Viena em 5 de Dezembro de 1791. Ele preferia ser chamado de Amadeus, pois o nome Theophilus, dado pelo seu padrinho Johannes Theophilus Pergmayr, que significa em grego “amigo de Deus”, tinha na sua forma latina um som mais agradável: Amadeus. Algumas vezes assinava com a forma francesa Amadè. Este incomparável génio da arte musical desde muito cedo andou de proximidades com a Ordem Maçónica, a qual jogou papel importante na sua vida e obra. ∴AVENTAIS∴ - 66 - Meus Aventais de uso em Loja: ∴AVENTAIS∴ - 67 - ∴AVENTAIS∴ - 68 - ∴AVENTAIS∴ - 69 - ∴AVENTAIS∴ - 70 - Outros Aventais: ∴AVENTAIS∴ - 71 - ∴AVENTAIS∴ - 72 - ∴AVENTAIS∴ - 73 - ∴AVENTAIS∴ - 74 - ∴AVENTAIS∴ - 75 - ∴AVENTAIS∴ - 76 - E assim tenho dito: São Paulo, 15 de março de 2019. ∴AVENTAIS∴ - 77 -