Prévia do material em texto
A Linguagem das Crianças O significado das garatujas e as hipóteses da escrita. PROFª GABRIELA DA SILVA SACCHELLI “Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é, e respeito pelo que posso ser”. Jean Piaget Todos tem pelo menos três vidas! ▪ Uma Real ▪Uma Imaginária ▪Uma Inconsciente Aparelho Psiquico Segundo Freud Formas de Comunicação Infantil CHORO Que mensagem a criança quer transmitir? LINGUAGEM ORAL Que mensagem essas crianças querem transmitir? LINGUAGEM ESCRITA TODO DESENHO É UMA EXPRESSÃO Através do desenho a criança irá expressar seus variados mundos: o real, o imaginário e o inconsciente. Intervenção materna Garatuja – Intervenção Materna Origens O homem primitivo deixava sua marca friccionando as mãos nas paredes das cavernas, era uma surpresa para eles, quando estes percebiam o que podiam fazer com as mãos. Pinturas Rupestres Arte no Egito Antigo Todas as representações artísticas estão repletas de significados que ajudam a caracterizar figuras, a estabelecer níveis hierárquicos e a descrever situações. Do mesmo modo a "simbologia" serve à estruturação, à simplificação e clarificação da mensagem transmitida criando um forte sentido de ordem e racionalidade extremamente importantes. A harmonia e o equilíbrio devem ser mantidos, qualquer perturbação neste sistema é, consequentemente, um distúrbio na vida após a morte. Para atingir este objetivo de harmonia são utilizadas linhas simples, formas estilizadas, níveis rectilíneos de estruturação de espaços, manchas de cores uniformes que transmitem limpidez e às quais se atribuem significados próprios. ARTE NA IDADE MÉDIA A pintura medieval, em especial, engloba a maior parte da arte produzida na Europa durante um período de cerca de mil anos; começou com a queda do Império Romano no século V d.C. e terminou com o começo do Renascimento, no século XIV. Ela abandonou as paisagens naturais e concentrou-se uma representação humanizada dos santos e das divindades. A pintura de murais, de vitrais e de miniaturas adquiriu grande importância. Arte Moderna - Van Gogh Sua vida foi marcada por fracassos. Ele falhou em todos os aspectos importantes para o seu mundo, em sua época. Foi incapaz de constituir família, custear a própria subsistência ou até mesmo manter contactos sociais. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença mental, cometendo suicídio. ANÁLISE PIAGETIANA 1 - Garatuja: Faz parte da fase sensório- motora e parte da fase pré-operacional. A criança demonstra extremo prazer nesta fase. A figura humana é inexistente ou pode aparecer da maneira imaginária. A cor tem um papel secundário, aparecendo o interesse pelo contraste, mas não há intenção consciente. Aqui a expressão é o jogo simbólico: "eu represento sozinho". O símbolo já existe. ANÁLISE PIAGETIANA 2 - Pré- Esquematismo: Dentro da fase pré- operatória, aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto ao espaço, os desenhos são dispersos inicialmente, não relaciona entre si. Então aparecem as primeiras relações espaciais, surgindo devido a vínculos emocionais. A figura humana torna-se uma procura de um conceito que depende do seu conhecimento ativo, inicia a mudança de símbolos. Quanto a utilização das cores, pode usar, mas não há relação ainda com a realidade, dependerá do interesse emocional. Dentro da expressão, o jogo simbólico aparece como: "nós representamos juntos". ANÁLISE PIAGETIANA 3 - Esquematismo: Faz parte da fase das operações concretas. Esquemas representativos, afirmação de si mediante repetição flexível do esquema; experiências novas são expressas pelo desvio do esquema. Quanto ao espaço, é o primeiro conceito definido de espaço: linha de base. Já tem um conceito definido quanto a figura humana, porém aparecem desvios do esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo. Aqui existe a descoberta das relações quanto a cor; cor-objeto, podendo haver um desvio do esquema de cor expressa por experiência emocional. Aparece na expressão o jogo simbólico coletivo ou jogo dramático e a regra. ANÁLISE PIAGETIANA 4 - Realismo: Também faz parte da fase das operações concretas, mas já no final desta fase. Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona a linha de base. Na figura humana aparece o abandono das linhas. As formas geométricas aparecem. Maior rigidez e formalismo. Acentuação das roupas diferenciando os sexos. Aqui acontece o abandono do esquema de cor, a acentuação será de enfoque emocional. Tanto no Esquematismo como no Realismo, o jogo simbólico é coletivo, jogo dramático e regras. ANÁLISE PIAGETIANA 5 - Pseudo Naturalismo: Estamos na fase das operações abstratas. É o fim da arte como atividade espontânea. Inicia a investigação de sua própria personalidade. Aparecem dois tipos de tendência: visual (realismo, objetividade); háptico (expressão subjetividade). No espaço já apresenta a profundidade ou a preocupação com experiências emocionais (espaço subjetivo). Na figura humana as características sexuais são exageradas, presença das articulações e proporções. A consciência visual (realismo) ou acentuação da expressão, também fazem parte deste período. A expressão aparece como: "eu represento e você vê”. Aqui estão presentes o exercício, símbolo e a regra. ANÁLISE DE CARATER AGRESSIVIDADE ▪ Garras em lugar das mãos; ▪ Dentes muito notórios; ▪Excessivas sombras; ▪ Boca contornada com a cor vermelha; ▪Silhueta de perfil; ▪Punhos cerrados. ANSIEDADE ▪ Manchas contínuas; ▪ Traço muito ligeiro e interrompido; ▪ Enegrecimento excessivo de um ou vários personagens. CURIOSIDADE ▪ Olhos grandes; ▪ Orelhas grandes; ▪ Orelhas bem detalhados. FRAGILIDADE ▪ Corpo delgado; ▪ Pressão irregular; ▪Uso excessivo do claro ou escuro; ▪ Pés apenas esboçados. DOMÍNIO DE SI ▪ Corpo forte e grande; ▪ Personagens de dimensões médias; ▪ Posição correta no papel; ▪ Cores aplicadas com segurança. NARCISISMO ▪ Cabelos longos e arrumados; ▪Colares; ▪ Pestanas longas; ▪ Cores muito vivas. SERENIDADE ▪ Rostos com desenho harmônico; ▪ Personagem bem-desenhada e completa; ▪ Proporções adequadas. TIMIDEZ ▪ Rosto vermelho; ▪ Utilização de uma parte mínima do papel; ▪ Personagem muito pequeno e em uma parte pequena do papel; ▪ Abundância de cores negras. TRAUMAS SOFRIDOS ▪ A parte sofrida em questão aparece pequena e apagada, ou mal desenhada. Um olhar sobre a aprendizagemUm olhar sobreUm olhar sobre a aprendizagem Enquanto professores devemos nos permitir superar em ponto de vista “adultocêntrico”: a forma pela qual se costuma conceber a aprendizagem das crianças a partir da própria perspectiva do adulto que já domina o conteúdo que quer ensinar. Dessa forma, não é possível compreender o ponto de vista do aprendiz, pois não se pode “enxergar” o objeto do seu conhecimento com os olhos de quem ainda não sabe. Para Piaget, ao conseguir conhecer alguma coisa, o aprendiz transforma o real, o mundo e a si mesmo mostrando que a aprendizagem não era uma impressão que o mundo externo realizava na mente, não era alguma coisa que se imprimia de fora para dentro no cérebro humano. Assim, ele colocou de pé uma epistemologia, isto é, uma teoria do conhecimento que tenta explicar como se avança de um conhecimento. A teoria de Piaget oferece um modelo epistemológico, do qual é possível extrair consequências de natureza psicológica. A psicogênese da língua escrita é um modelo psicológico de aprendizagem especificamente da escrita. Isso informa o educador, mas a maneira pela qual essas informações são utilizadas na ação didática pode variar muito, porque nenhuma pedagogia responde apenas a um modelo psicológico. No caso, por exemplo, da alfabetização, o modelo geral de aprendizagem no qual se apóia a psicogênese da língua escrita é de que há um processo de aquisição no qual a criança vai construindo hipóteses,testando-as, descartando umas e reconstruindo outras. O que está escrito aqui? GARATUJA Nível Pré-Silábico ATIVIDADE PARA ESTE NÍVEL ATIVIDADE PARA O NÍVEL PRÉ- SILÁBICO Nível Silábico ATIVIDADE PARA O NÍVEL SILÁBICO Nível silábico alfabético ATIVIDADE PARA O NÍVEL SILÁBICO ALFABÉTICO Nível alfabético ATIVIDADE PARA O NÍVEL ALFABÉTICO O que sabe uma criança que parece não saber nada? Um olhar cuidadoso sobre o que a criança errou pode ajudar o professor a descobrir o que ela tentou fazer Todas as crianças sabem muitas coisas, só que umas sabem coisas diferentes das outras REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1998. CROTTI, E. e MAGNI, A. Garatujas, Rabiscos e Desenhos. São Paulo, Ed. Isis, 2011. FERREIRO, E. e TEBEROSKY, A. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. PETRY, R. M. Educação Física e Alfabetização 6° ed./Rose Mary Petry – Porto Alegre: Kuarup, 1993. PIAGET, J. Psicologia da Criança. Rio de Janeiro: Diefel, 1978. ________. A Construção da Real Criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. REFERÊNCIAS ________. Epistemologia Genética. Petrópolis: Vozes, 1971. TEBEROSKY, A. Aprendendo a Escrever. São Paulo: Ática, 1995.