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Respostas - Estudo Dirigido - Economia Política

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1) Os dois fatores da mercadoria são valor e valor de uso. Valor de uso é o 
conteúdo material da riqueza, refere-se às propriedades que os corpos 
possuem para atender às necessidades humanas, é nada mais do que a 
utilidade, e seu substrato é o trabalho concreto, que é a atividade útil destinada 
à um fim, é o trabalho realizado de uma maneira contínua. Já o valor é o 
elemento comum que se apresenta no valor de troca das mercadorias, sendo o 
seu substrato o trabalho humano abstrato, que é puramente o dispêndio de 
energia que o trabalhador utiliza para produzir uma mercadoria. 
 
2) Diferentemente dos marginalistas que atribuíam a utilidade como parâmetro de 
valor para as mercadorias, para Marx, como a utilidade não flutua no ar ela não 
poderia exercer essa função, portanto, abstraindo o valor de uso específico das 
mercadorias, o que sobra é o fato delas serem produto do trabalho humano, 
conferindo-as a característica de possuir valor 
 
3) O tempo de trabalho socialmente necessário é o tempo de trabalho médio à 
produção de uma mercadoria dadas as condições de habilidade e destreza 
presentes naquela sociedade. Ele irá depender do nível de habilidade de cada 
trabalhador, das condições naturais presentes, do nível de conhecimento 
técnico-científico, e de como essas condições se transformarão nos meios de 
produção na sociedade. A sua importância é que a magnitude do valor de 
todas as mercadorias é dada por ele. 
 
4) Mercadoria é o que se produz para o mercado, isto é, o que se produz para a 
venda e não para o uso imediato do produtor. 
 
5) Uma coisa pode ter valor de uso, sem ter um valor de troca. Tal é o caso 
quando ela é útil ao homem sem que haja sido obtida pelo trabalho humano. 
O ar, por exemplo. Mas nenhuma coisa pode ter valor de troca sem ter por sua 
vez seu valor de uso. 
 
6) Para produzir mercadoria, é necessário de produzir não apenas valor de uso, 
mas valor de uso para outrem, valor de uso social. A mercadoria deve ser 
produzida tendo em vista o mercado, a troca, a sociedade. Esse mercadoria 
que vai ter além de valor de uso, vai ter, também, valor. Portanto, o duplo 
caráter do trabalho refere-se aos trabalhos concretos e abstrato. No qual o 
primeiro é a atividade útil destinada a um fim, sendo o trabalho realizado de 
uma maneira contínua, e o segundo sendo nada mais do que o dispêndio de 
energia que o trabalhador utiliza para produzir uma mercadoria. 
 
7) Cada força de trabalho individual é igual a qualquer outra, na medida em que 
possui o carácter de uma força social média e funciona como tal, isto é, 
emprega na produção de uma mercadoria apenas o tempo de trabalho 
necessário em média, ou o tempo de trabalho socialmente necessário. 
 
8) O trabalho simples caracteriza-se por se de natureza indiferenciada, ou seja, 
dispêndio de força de trabalho que todo homem comum, sem educação 
especial, possui em seu organismo. O trabalho simples não é constante devido 
à constante alteração de produtividade do processo de trabalho. 
 
9) O trabalho complexo é apenas trabalho simples potenciado, ou 
melhor, multiplicado, de modo que uma dada quantidade de trabalho complexo 
corresponde a uma quantidade maior de trabalho simples. A experiência 
mostra que esta redução se faz constantemente. Mesmo quando uma 
mercadoria é produto do trabalho mais complexo, o seu valor equipara-a numa 
proporção qualquer ao produto de um trabalho simples, representando, 
portanto, apenas uma quantidade determinada de trabalho simples. As 
diversas proporções segundo as quais as diferentes espécies de trabalho são 
reduzidas ao trabalho simples, como sua unidade de medida, estabelecem-se 
na sociedade sem que os produtores disso se apercebam, parecendo-lhes 
portanto estabelecidas pelo costume. Daí resulta que, na análise do valor, 
todas as variedades de força de trabalho devem ser consideradas como força 
de trabalho simples. 
 
10) Enquanto valores, casaco e linho são coisas de igual substância, expressões 
objetivas do mesmo tipo de trabalho. Mas a alfaiataria e a tecelagem são 
trabalhos qualitativamente diferentes. Alfaiataria e tecelagem, apesar de serem 
atividades produtivas qualitativamente diferentes, são ambas dispêndio 
produtivo de cérebro, músculos, nervos, mãos etc. humanos e, nesse sentido, 
são ambas trabalho humano. 
 
11) As forças produtivas são todas as forças usadas para controlar ou transformar 
a natureza, com vistas à produção de bens materiais. Mas a principal força 
produtiva é o próprio homem - seu corpo, sua energia, sua inteligência, seu 
conhecimento. Se a força produtiva, por exemplo, de todos os trabalhos úteis 
exigidos pela confecção de um fato, permanecer constante, então a grandeza 
do valor dos fatos aumenta com o seu número. Se 1 fato representa x dias de 
trabalho, 2 fatos representarão 2x, e assim por diante. Mas admitamos que a 
duração do trabalho necessário à produção de 1 fato aumente para o dobro, ou 
se reduza a metade; no primeiro caso, 1 fato passa a ter tanto valor como 
anteriormente 2, e no segundo, 2 fatos passam a ter apenas o valor de 1, 
embora em ambos os casos o fato continue a prestar os mesmos serviços e o 
trabalho útil nele contido continue a ser da mesma qualidade. Mas a 
quantidade de trabalho gasto na sua produção, essa não permanece a mesma. 
 
12) Em geral, quanto maior é a força produtiva do trabalho, menor é o tempo 
necessário à produção de um artigo, menor é a massa de trabalho nele 
cristalizada, menor é o seu valor. Inversamente, quanto menor é a força 
produtiva do trabalho, maior é o tempo necessário à produção de um artigo, 
maior é o seu valor. 
 
13) O valor se uso torna-se a forma de manifestação de seu contrário, o valor; o 
trabalho concreto torna-se forma de manifestação de seu contrário, que é o 
trabalho humano abstrato; e o trabalho privado converte-se na forma de seu 
contrário, ou seja, trabalho em forma imediatamente social. 
 
14) Ao se equiparar dois valores de uso, na forma simples de valor, uma 
mercadoria toma a forma relativa do valor, expressando o seu valor no corpo 
de outra mercadoria, que toma a forma equivalente do valor, onde ela 
empresta o seu corpo para essa mercadoria anterior poder expressar o seu 
valor. 
 
15) Qualquer mercadoria, cujo valor haja de ser expresso, é uma certa quantidade 
de uma coisa útil que contém uma quantidade determinada de trabalho. A 
forma-valor tem de exprimir, portanto, não somente valor em geral, mas um 
valor de uma certa grandeza. Porém, mudanças reais na grandeza do valor 
não se refletem nem claramente nem completamente na sua expressão relativa 
(ou na grandeza do valor relativo). O valor relativo de uma mercadoria pode 
variar, embora o seu valor permaneça constante; pode permanecer constante, 
embora o seu valor varie; e, finalmente, podem verificar-se variações 
simultâneas da grandeza de valor e da sua expressão relativa sem que ,exista 
correspondência entre elas. 
 
16) Primeira particularidade da forma de valor equivalente (O valor se uso torna-se 
a manifestação do swu contrário, o valor): Dado que a forma-valor relativa 
exprime o caráter de valor de uma mercadoria, como qualquer coisa de 
completamente diferente do seu próprio corpo, e das suas propriedades, esta 
expressão deixa entender que nela se esconde uma relação social. O inverso 
se passa com a forma de equivalente. Ela consiste precisamente em que um 
objeto material, um fato por exemplo, uma mercadoria tal como se apresenta 
em concreto exprime valor e, por conseguinte, possui naturalmente forma de 
valor. O fato parece retirar da natureza e não da relação de valor com o tecido 
a sua forma de equivalente, a sua propriedade de ser imediatamente 
permutável. Segunda particularidade da forma de valor equivalente (O trabalho 
concreto torna-se a manifestação de seu contrário, trabalho humano abstrato): 
Na expressão de valor de uma mercadoria, o corpodo equivalente figura sempre 
como materialização do trabalho humano abstrato, e é sempre o produto de um 
trabalho particular, concreto e útil. Este trabalho concreto serve aqui, portanto, 
apenas para exprimir trabalho abstrato. Terceira particularidade da forma de 
valor equivalente (Trabalho privado converte-se na forma de seu contrário, 
trabalho na forma imediatamente social): O trabalho concreto que produz o 
equivalente, servindo simplesmente de expressão ao trabalho humano 
indistinto, toma a forma da igualdade com um outro trabalho, tornando-se assim, 
embora seja trabalho privado como qualquer outro trabalho produtivo de 
mercadorias, trabalho em forma diretamente social. É precisamente por isso que 
ele se representa num produto que é imediatamente permutável com outra 
mercadoria. 
 
17) Em primeiro lugar, Aristóteles afirma claramente que a forma-dinheiro da 
mercadoria é apenas o aspecto desenvolvido da forma-valor simples, ou seja, 
da expressão de valor de uma mercadoria numa outra mercadoria qualquer. 
Além disso, ele apercebe-se de que a relação de valor que contém esta 
expressão de valor pressupõe, pelo seu lado, que a casa é considerada 
qualitativamente igual à cama, e que estes objetos, materialmente diferentes, 
não se poderiam comparar entre si como grandezas comensuráveis sem aquela 
igualdade de essência. "A troca - diz -não pode ter lugar sem a igualdade, nem 
a igualdade sem a comensurabilidade". Mas, neste ponto, ele hesita e renuncia 
à análise da forma-valor. O que impedia Aristóteles de deduzir da forma-valor 
das mercadorias que todos os trabalhos são aí expressos como trabalho 
humano indistinto e, por conseguinte, iguais, é o facto de a sociedade grega 
repousar então sobre o trabalho dos escravos - tendo por base natural a 
desigualdade dos homens e das suas forças de trabalho. O segredo da 
expressão do valor - a igualdade e a equivalência de todos os trabalhos, porque 
e na medida em que são trabalho humano (em geral) - só pode ser decifrado 
quando a ideia da igualdade humana adquiriu já a firmeza de uma convicção 
popular. Mas isso só tem lugar numa sociedade em que a forma mercadoria se 
tornou a forma geral dos produtos do trabalho, onde, por conseguinte, a relação 
dos homens entre si como produtores e permutadores de mercadorias é a 
relação social dominante. 
 
18) A forma simples apenas distingue entre o valor e o valor-de-uso de uma mercadoria, 
pondo-a em relação de troca com uma só espécie de mercadoria, diferente dela, 
em vez de representar a sua igualdade qualitativa e a sua proporcionalidade 
quantitativa com todas as outras mercadorias. Quando o valor de uma mercadoria 
é expresso nesta forma relativa simples, uma outra mercadoria reveste, por sua vez, 
a forma de equivalente simples. Logo, é evidente a insuficiência da forma-valor 
simples, forma embrionária que terá de sofrer uma série de metamorfoses para 
chegar à forma-dinheiro. 
 
19) O valor de uma mercadoria (por exemplo, o tecido) encontra-se agora representado 
em inúmeros outros elementos [do mundo das mercadorias]. A matéria de qualquer 
outra mercadoria torna-se o espelho do valor do tecido. Desse modo, esse valor 
aparece ele mesmo pela primeira vez realmente como trabalho humano genérico, 
indistinto. Desde logo, a expressão relativa de valor é incompleta, dado que a série 
dos seus termos nunca termina: a cadeia, de que cada equação de valor forma um 
dos elos, pode prolongar-se indefinidamente à medida que surgem novas espécies 
de mercadorias, fornecendo a matéria de novas expressões de valor. Em segundo 
lugar, ela constitui um mosaico variegado de expressões de valor diferentes e 
desconexas. E finalmente, se, como terá de acontecer, generalizarmos esta forma, 
aplicando-a a todas as espécies de mercadorias, obteremos tantas séries diversas, 
e intermináveis de expressões de valor, quantas forem as mercadorias. 
 
20) Na forma de valor geral, as mercadorias exprimem agora os seus valores., sendo 
que a diferença dessa forma geral para a sua antecessora que é a forma 
desdobrada, são que, as mercadorias exprimem os seus valores uma única 
mercadoria, e unitariamente, pois exprimem os seus valores na mesma mercadoria. 
A sua forma-valor é simples e comum, e portanto geral. 
 
21) A forma-equivalente geral é uma forma do valor em geral. Pode, pois, caber a 
qualquer mercadoria. Por outro lado, uma mercadoria só pode encontrar-se sob 
esta forma, porque e na medida em que ela própria é excluída por todas as outras 
mercadorias, como equivalente. E só a partir do momento em que este carácter 
exclusivo se fixa definitivamente numa certa espécie de mercadoria, é que a forma-
valor relativa ganha consistência objectiva, adquirindo validade social universal. 
 
22) Pois na transição da forma A à forma B e da forma B à forma C ocorrem mudanças 
essenciais. Já a forma D, pelo contrário, em nada difere da forma C, a não ser no 
facto que agora é o ouro que possui, em vez do tecido, a forma-equivalente geral. 
O progresso consiste simplesmente em que a forma de permutabilidade imediata e 
universal, ou a forma de equivalente geral, se incorporou definitivamente (por força 
da prática social) na forma natural e específica do ouro. 
 
23) Pois ao conquistar o monopólio dessa posição na expressão do valor do mundo 
mercantil, o ouro tornou-se mercadoria-dinheiro e, somente a partir do momento em 
que já se tornou mercadoria-dinheiro, é que a forma D se distingue da forma C, ou 
que a forma-valor geral se transforma em forma-dinheiro. 
 
24) Enquanto valor de uso, nada há nela de misterioso, quer eu a considere do ponto 
de vista de que ela, pelas suas propriedades, satisfaz necessidades humanas, quer 
de que só adquira essas propriedades como produto de trabalho humano. É 
evidente que o homem, pelo seu trabalho, muda as formas das matérias da 
Natureza de um modo que lhe é útil. A forma da madeira, por exemplo, é mudada 
quando dela se faz uma mesa. Assim, o caráter místico das mercadorias não advém 
de seu valor de uso. 
 
25) Assim, o carácter místico da mercadoria não brota do seu valor de uso. Ele tão 
pouco brota do conteúdo das determinações de valor. Porque, em primeiro lugar, 
por muito diversos que possam ser os trabalhos úteis ou as atividades produtivas, 
é uma verdade fisiológica que eles são funções do organismo humano e que cada 
uma dessas funções, qualquer que seja o seu conteúdo e a sua forma, é 
essencialmente dispêndio de cérebro, nervos, músculos, órgãos dos sentidos, etc. 
Em segundo lugar, quanto ao que está na base da determinação da magnitude de 
valor, é, a duração temporal daquele dispêndio ou a quantidade do trabalho, aí a 
quantidade é mesmo visivelmente distinguível da qualidade do trabalho. Em todas 
as situações, o tempo de trabalho que a produção dos meios de vida custa teve de 
interessar os homens, embora não uniformemente, nos diversos estágios de 
desenvolvimento, logo que os homens, por qualquer modo, trabalham uns para os 
outros, o seu trabalho adquire também uma forma social. 
 
26) Manifestamente, dessa própria forma. A igualdade dos trabalhos humanos adquire 
a forma coisal da igual objetividade de valor dos produtos de trabalho, a medida do 
dispêndio de força de trabalho humana pela sua duração temporal adquire a forma 
de magnitude de valor dos produtos de trabalho, e, finalmente, as relações entre os 
produtores, nas quais são confirmadas aquelas determinações sociais dos seus 
trabalhos, adquirem a forma de uma relação social entre os produtos de trabalho. 
 
27) O caráter misterioso da forma-mercadoria consiste simplesmente no facto de ela 
refletir para os homens os caracteres sociais do seu próprio trabalho como 
caracteres objetivos dos próprios produtos de trabalho, como qualidades naturais 
sociais dessas coisas, e por isso também a relação social dos produtores para com 
o trabalho total como uma relação social entreobjetos existentes fora deles. Através 
deste quiproquó os produtos de trabalho tornam-se mercadorias, coisas 
sensivelmente sobre-sensíveis ou sociais. E apenas a relação social determinada 
entre os próprios homens que toma aqui para eles a forma fantasmagórica de uma 
relação de coisas. Assim, para encontrarmos uma analogia temos de nos escapar 
para a região nevoenta do mundo religioso. Aqui, os produtos da cabeça humana 
parecem figuras autónomas, dotadas de vida própria e estando em relação entre si 
próprias e com os homens. O mesmo se passa no mundo das mercadorias com os 
produtos da mão humana. 
 
28) Os objetos úteis só se tornam em geral mercadorias porque são produtos de 
trabalhos privados, executados independentemente uns dos outros. O conjunto 
destes trabalhos privados constitui o trabalho social (global). Dado que os 
produtores só entram em contato social pela troca dos seus produtos, é só no 
quadro desta troca que se afirma também o carácter especificamente social dos 
seus trabalhos privados. Ou melhor, os trabalhos privados manifestam-se na 
realidade como fracões do trabalho social global apenas através das relações que 
a troca estabelece entre os produtos do trabalho e, por intermédio destes, entre os 
produtores. Daí resulta que para estes últimos, as relações sociais dos seus 
trabalhos privados aparecem tal como são, ou seja, não como relações 
imediatamente sociais entre pessoas nos seus próprios trabalhos, mas antes como 
relações sociais entre coisas. 
 
29) Somente pela troca é que os produtos do trabalho adquirem, como valores, uma 
existência social idêntica e uniforme, distinta da sua existência material e multiforme 
como objetos úteis. Esta cisão do produto do trabalho, em objeto útil e objeto de valor, 
só teve lugar na prática a partir do momento em que a troca adquiriu extensão e 
importância bastantes para que passassem a ser produzidos objetos úteis em vista da 
troca, de modo que o carácter de valor destes objetos é já tomado em consideração na 
sua própria produção. A partir desse momento, os trabalhos privados dos produtores 
adquirem, de fato, um duplo carácter social. Por um lado, como trabalhos úteis 
(determinados), devem satisfazer uma determinada necessidade social, afirmando-se 
portanto como partes integrantes do trabalho global, isto é, do sistema de divisão social 
do trabalho que se forma espontaneamente; por outro lado, só satisfazem as diversas 
necessidades dos próprios produtores, na medida em que cada espécie de trabalho 
privado útil é permutável, isto é, é equivalente a qualquer outra espécie de trabalho 
privado útil. 
 
30) Que apesar da determinação da magnitude do valor pelo tempo de trabalho ser um 
segredo escondido sob os movimentos aparentes dos valores relativos das 
mercadorias, nas relações de troca, acidentais e sempre variáveis, dos seus produtos, 
o tempo de trabalho social necessário à sua produção impõe-se forçosamente como lei 
reguladora natural, tal como a lei da gravidade se faz sentir a qualquer pessoa quando 
a sua casa desaba sobre a sua cabeça. 
 
31) Pois para uma troca ocorrer é necessário que uma mercadoria seja valor de troca 
para mim, e não valor de uso, mas que seja um valor de uso para outra pessoa, e a 
partir daí estabelece-se relações sociais entre as coisas que nos levam a acreditar que 
as características sociais são intrínsecas a elas. No capitalismo, os produtores não 
estabelecem relações entre si a priori, e sim a posteriori, expressas por um vínculo 
momentâneo, através das coisas e do mercado, onde os seres humanos não produzem 
para o consumo próprio, e sim para a troca 
 
32) Na sociedade feudal por exemplo, este fetiche não ocorria devido ao fato do 
trabalho anteriormente ser imediatamente social, ou seja, ele assegurava a reprodução 
daquela sociedade, pois o que era produzido era utilizado com fins de subsistência. 
 
33) O que lhes vem confirmar esta opinião, é a circunstância particular de o valor útil 
das coisas se realizar para o homem sem troca, quer dizer, numa relação imediata entre 
a coisa e o homem, enquanto que, ao invés, o seu valor apenas se realiza na troca, isto 
é, numa relação social.

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