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2.1 – Mulher no Período Colonial
As mulheres indígenas trouxeram várias inovações para as tribos, geralmente as mulheres sabem mais sobre as história de seu povo, tradições religiosas, filosofia e defesa da terra, territórios e recursos naturais.[footnoteRef:2] [2: O CLAEM é uma articulação feminista que reúne pessoas e organizações dedicadas à promoção e defesa dos direitos humanos das mulheres em quinze países da região.
] 
Grande parte do patrimônio cultural das comunidades indígenas da região, são comandadas e cuidadas por mulheres, que sabem superficialmente algumas coisas da medicina, as propriedades das plantas sementes ervas.
Na maioria dos países da região onde vivem comunidades indígenas organizadas, são principalmente mulheres aqueles que preservaram trajes tradicionais como aguayos (tapete), tojmipayoj (movimento “religioso”), blusas, huipiles e saias, chapéus e ornamentos.
A maioria das vezes as mulheres que põe a mão na massa, algumas vezes os homens ajuda, fazendo aquelas pulseiras e colares de miçanga e os artesanatos. Vendendo essas coisas eles ganham um pouco de dinheiro. [footnoteRef:3] [3: CLADEM tem status consultivo dentro o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, a OEA e a UNESCO. www.cladem.org
] 
A investigação da história religiosa das mulheres pode encontrar, como no caso do Brasil, que a ausência das mulheres de papéis religiosos fortes é às vezes mais notável do que a presença delas.
Eu realizei a pesquisa para o presente estudo quando repetidamente não consegui encontrar evidências da influência das mulheres em instituições católicas romanas no Brasil. Embora eu achasse que iria "redescobrir" os papéis das mulheres, descobri que não havia grandes papéis para redescobrir: as mulheres eram consistentemente reprimidas e excluídas da participação em atividades públicas na Igreja brasileira. A história das mulheres nas religiões brasileiras tem sido uma história de limitações, mas com uma exceção: as mulheres, particularmente aquelas de linhagem indiscutivelmente africana, dominaram os grupos religiosos afro-brasileiros sincretistas.
Este estudo considera os papéis limitados para as mulheres nas três principais correntes da religião brasileira, correntes que geralmente cortam a mistura racial de imigrantes portugueses, africanos e alguns remanescentes do Brasil. Esses três são: (1) o catolicismo romano oficial constituído sob o patronato real, (2) catolicismo. popularmente interpretado ou "popular", e (3) a religião afro-brasileira agora chamada de umbanda.[footnoteRef:4] [4: 
A divisão do catolicismo romano em pelo menos dois componentes, como popular e oficial, é favorecida pelos historiadores brasileiros. Um resumo dessa abordagem é apresentado por Maria Isaura Pereira de Queiroz, "O Catolicismo Racional", O Campesinato brasileiro (Petrópolis: Editora Vozes, 1976), pp. 72-99.] 
Diferentes papéis para as mulheres eram aceitáveis ​​nos diferentes fluxos. A primeira tradição, o catolicismo romano ortodoxo, oferecia dois papéis: o do religioso recluso ou freira na vida conventual brasileira e o da esposa católica e mãe. Na terceira tradição religiosa os grupos de umbanda predominaram como líderes e mulheres seguidores, eles eram e são as sacerdotisas, iniciados e participantes.
Associada a cada um desses três tipos de papéis está um dos três grupos de mulheres que surgiram no desenvolvimento social e racial no Brasil: mulheres brancas de classe alta podem participar da vida conventual ou do papel de mulheres.
	 
No início da colonização, a situação das mulheres vindas de Portugal era muito confortável, frente à opressão que viviam as mulheres européias daquele período. É claro que esse fato justifica o número reduzido de mulheres na colônia, portanto as que lá viviam eram valorizadas.
Entretanto, com a colonização definitiva do Brasil, esta situação veio a mudar, isso porque os portugueses trouxeram para o Brasil a igreja para organizar e dar regras à sociedade. Com isso, a igreja impôs as senhoras uma nova conduta que lhes tiravam a liberdade em que viviam anteriormente e lhes sujeitava a um confinamento (sistema para a criação de bovinos) caseiro.
“No Brasil colonial, a diferenciação parecia estar em todas as esferas, desde o modo de se trajarem até nos tipos que se estabeleciam. A sociedade patriarcal agrária extremava essa diferenciação, criando um padrão duplo de moralidade, no qual o homem era livre e a mulher, um instrumento de satisfação sexual. Esse padrão duplo de moralidade permitia também ao homem desfrutar do convívio social, dava-lhe oportunidades de iniciativa, enquanto a mulher cuidava da casa, dedicava-se aos filhos e dava ordens às escravas.”(Cerdeira, s/d, p.3)[footnoteRef:5] [5: Cerdeira, C.(s/d), “Os Primórdios da Inserção Sociocultural da Mulher Brasileira”] 
Cumprindo o novo papel que lhes foi dado, a matrona, que se tornou “dona de casa”, passa a se dedicar a outras atividades dentro deste espaço, dentre eles a cozinha. No período colonial em que foi marcado pelo regime patriarcal, a mulher apenas obedecia a seu pai ou a seu marido.
Apesar de uma estrutura patriarcal rígida no período colonial, a cozinha era um espaço pacífico de convivência, isso “por uma necessidade de ter com quem conversar, as mulheres (brancas) da casa iam para a cozinha”. Essa pseudo-liberdade do negro fora do campo, aliadas aos momentos de ócio que o trabalho de casa propiciava, foi responsável pelo surgimento de prato complexo”. [footnoteRef:6] [6: Sender, A. e Gaspar, G.(s/d), “Um pouco de história não faz mal a ninguém…Pelas portas da cozinha”] 
Entre o preparo de um prato e de outro, muitas narrativas verbalizadas foram feitas. Tanto quanto o confessionário, o suposto esconderijo do fabrico das guloseimas, simbolizou o canal catártico por onde escoraram conversações em tom pessoal, segredos recôndito, mistérios femininos. “Lugar de especial atrativo para o transbordamento de dizeres porventura perigosos ou pecaminosos”.
Câmara Cascudo, antropólogo brasileiro que escreveu a História de Alimentação no Brasil, ele fala que a presença das mulheres portuguesas não era grande na cozinha, facto que este talvez se justifique por não serem a porem as “mãos-na-massa”. O que é certo é que as técnicas de confecção, o sal e o açúcar são grandes contribuições dadas pelos portugueses e são indispensáveis para a formação desta cozinha;
Com a chegada da família real e de toda a corte portuguesa ao Brasil em 1808, a situação feminina na colónia passa novamente por algumas mudanças:
“Com o processo de urbanização, a vida da mulher pertencente à elite dominante começa a se modificar. Ela não mais permanece reclusa à casa-grande, frequentando festas, teatros e indo à igreja, o que possibilita um aumento em seus contatos sociais. Sua instrução geral, porém, permanece desvalorizada, uma vez que a sociedade espera que ela seja educada e não instruída. À sua educação doméstica acrescenta-se o cuidado com a conversação, para torná-la mais agradável nos eventos sociais”(Cerdeira, s/d p.7)[footnoteRef:7] [7: Cerdeira, C.(s/d), “Os Primórdios da Inserção Sociocultural da Mulher Brasileira”] 
Possivelmente essa mudança no comportamento das mulheres da colónia pode ter iniciado o desinteresse das mulheres portuguesas pela colônia. Em Região e Tradição, Gilberto Freyre reclama esse facto e associa-o ao final da casa-grande e a liberdade dada as moças, que deste modo não conversaram muitas técnicas e tradições deixadas pelos seus antepassados.
Ao realizar uma breve análise sobre a trajetória da mulher negra no Brasil, pode-se notar que este sempre foi vítima de preconceito e racismo. No entanto, a situação da mulher negra é muitno mais complexa, pois esta é duplamente estigmatizada: pela sua condição de mulher e pela questão racial.
A sua inserção no mundo do trabalho é muito mais difícil, pois, extrapolam os limites de classes e lutam contra uma postura que incluir valores que foram pré-estabelecidos, em que o homem e a mulher são vistos com diferenças, e, brancos e negros, damesma forma, normalmente, a mulher negra é sempre preterível em relação aos seus concorrentes em uma vaga de emprego. Este princípio norteador tem peso significativo das condições socioeconômicas das mulheres, por ganharem menos do que os homens, mesmo tendo maiores níveis educacionais reflete uma preexistência das desigualdades de gênero.
O processo de socialização do movimento da mulher negra vem mencionar estratégias de sobrevivência diante do racismo para se defenderem nos espaços que se faz presente como: escola, sociedade, trabalho e lazer reivindicando sua especificidade enquanto mulher negra como também reivindica ao acesso a equidade.
As discriminações de gênero e raça têm atuado como eixos estruturantes dos padrões de desigualdade e exclusão social, pois, sobre elas recaem tanto as representações em relação o uso de seu corpo. 
Apesar dos problemas enfrentados pelo movimento de mulheres negras no Brasil, seu grito estremeceu as barreiras da exclusão e abriu portas para a liberdade e resgate da sua humanidade, além de introduzir o reposicionamento de concepções e posturas políticas, que colaboraram para o movimento feminista brasileiro se repensar como protagonista na construção de uma sociedade mais democrática.
As vidas das mulheres durante os tempos coloniais eram diferentes das de hoje. Esperava-se que as mulheres se casassem, tivessem filhos, trabalhassem em casa e obedecessem aos maridos. Apesar das limitações impostas às mulheres, elas desempenharam um papel importante no crescimento e na sobrevivência das colônias americanas. De muitas maneiras, foi o árduo trabalho das mulheres que os Estados Unidos foram construídas. 
Educação: A maioria das mulheres recebeu muito pouca educação formal. Embora alguns aprendessem a ler e escrever, muitos eram analfabetos. As meninas geralmente aprendiam as habilidades necessárias para administrar uma casa da mãe. Pensou-se que uma mulher não precisava de educação porque deveria trabalhar em casa. 
Manutenção do Agregado Familiar: O principal trabalho da mulher durante os tempos coloniais era administrar a casa. Eles eram responsáveis por criar os filhos, cozinhar refeições, costurar roupas, tecer tecidos e manter a casa em ordem. 
Trabalhos: As mulheres trabalharam extremamente duramente durante os tempos coloniais. Havia sempre algo a fazer para manter a casa, seja preparando refeições, consertando roupas, fazendo cestas, lavando roupas, preservando a comida para o inverno, cuidando do gado, fazendo velas, tingindo tecidos ou trabalhando no jardim. As mulheres trabalhavam de sol a sol todos os dias. 
Regras e Direitos legais: As mulheres coloniais tinham poucos direitos legais ou liberdade. Era esperado que obedecessem ao homem em sua vida, fosse seu pai, irmão ou marido. As mulheres não foram autorizadas a votar ou a ocupar cargos públicos. A identidade legal de uma mulher casada era representada pelo marido. Eles poderiam ser espancados pelos maridos e até forçados a voltar para seus maridos se tentassem fugir. As mulheres casadas não podiam fazer um testamento ou propriedade própria. As viúvas e as mulheres solteiras tinham mais direitos do que as mulheres casadas. Eles tinham permissão para comprar e vender propriedades, fazer um testamento e assinar um contrato. 
Mulheres ricas: As esposas de donos de fazendas e comerciantes ricos tinham vidas muito diferentes da esposa do fazendeiro comum. Eles ainda tinham poucos direitos legais, mas não precisavam trabalhar tanto. A maioria das famílias ricas tinha vários escravos domésticos para fazer o trabalho em casa. As mulheres ricas eram responsáveis ​​por administrar a ajuda e ver que a casa era mantida adequadamente.
Mulheres na cidade: As mulheres da cidade conseguiam levar vidas diferentes das que viviam na fazenda. Na cidade, as mulheres conseguiam se socializar com outras mulheres fora de casa e da família. Por vezes, também trabalhavam fora de casa, como costureiras, estalajadeiras, parteiras ou enfermeiras.
2.2 – Miscigenação e Estupro
Os brasileiros são uma das populações mais heterogêneas do mundo, resultado de cinco séculos de cruzamentos interétnicos entre povos de três continentes: ameríndios, europeus e africanos. Pouco se sabe sobre o número de indígenas que vivem na região do que hoje é o Brasil quando os portugueses chegaram em 1500[footnoteRef:8], embora um número frequentemente citado seja o de 2,5 milhões de indivíduos[footnoteRef:9]. A mistura luso-ameríndia começou logo após a chegada dos primeiros colonizadores e depois tornou-se lugar-comum, sendo até estimulada após 1755 como estratégia de crescimento populacional e ocupação colonial do país[footnoteRef:10]. [8: 1. Vainfas R. História indígena: 500 anos de despovoamento. In: IBGE (Editor), Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia Estatística - IBGE; 2000. p 37-59.] [9: IBGE. Brasil - 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia Estatística - IBGE; 2000] [10: Salzano FM, Freire-Maia N. Problems in human biology: a study of Brazilian populations. Detroit: Wayne State University Press; 1970.] 
A partir de meados do século XVI, os africanos foram trazidos para o Brasil para trabalhar em fazendas de cana-de-açúcar e, mais tarde, nas minas de ouro e diamantes e nas plantações de café. Registros históricos sugerem que entre 1550 e 1850 (quando o comércio de escravos foi abolido), cerca de quatro milhões de africanos chegaram ao Brasil.
Em referência à imigração européia, estima-se que cerca de 500.000 portugueses chegaram ao país entre 1500 e 1808. A partir de então, os portos brasileiros foram legalmente abertos a todas as nações amigas.
Significativamente, no período de aproximadamente 100 anos de 1872 a 1975, o Brasil recebeu pelo menos 5,5 milhões de outros imigrantes da Europa e de outras partes do mundo[footnoteRef:11]. Estes foram, em ordem decrescente, 34% italianos, 29% portugueses, 14% espanhóis, 5% japoneses, 4% alemães, 2% libaneses e sírios, e 12% outros. Esse fenômeno, denominado de "branqueamento do Brasil", tinha causas econômicas e sociológicas complexas, tinha uma ideologia racista e foi bem discutido[footnoteRef:12]. [11: IBGE. Brasil - 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia Estatística - IBGE; 2000] [12: Seyferth G. A antropologia e a teoria do branqueamento de raça no Brasil: a tese de João Batista de Lacerda. Rev Mus Paulista 1985; 30: 81-98] 
Vale a pena ressaltar que a humanidade moderna tinha uma única origem na África há cerca de 200.000 anos atrás[footnoteRef:13]. Os europeus e asiáticos descendem de um grupo relativamente pequeno que migrou da África cerca de 60.000 anos antes do presente e, portanto, são genealogicamente relacionados aos africanos, em vez de constituírem grupos biologicamente distintos[footnoteRef:14]. O Brasil pode ser visto como um "ponto de encontro" para os três principais componentes geográficos históricos da humanidade (africanos, asiáticos, representados por seus descendentes de nativos americanos e europeus). [13: Pena SDJ. The evolution and structure of human genetic diversity. In: Suarez-Kurtz G (Editor), Pharmacogenomics in admixed populations. Austin: Landes Bioscience; 2009. p 1-11] [14:  Hunley KL, Healy ME, Long JC. The global pattern of gene identity variation reveals a history of long-range migrations, bottlenecks, and local mate exchange: implications for biological race. Am J Phys Anthropol 2009; 139: 35-46.] 
Inicialmente, o maior componente populacional consistia dos índios indígenas, que contribuíram fortemente para a formação inicial de brasileiros. A diminuição subsequente do número de ameríndios (indígena americano) pelo efeito combinado de armas, germes e aço[footnoteRef:15] e o grande influxo de africanos do comércio de escravos levou a uma segunda fase que durou até 1850. O terceiro período ocorreu depois de 1850 quando a imigração africana parou e a entrada muito proeminente dos europeus ocorreu, levando ao "branqueamento"do Brasil[footnoteRef:16]. Variação genética em brasileiros. Nos últimos anos, pesquisadores estão utilizando várias ferramentas moleculares diferentes para tentar caracterizar a ancestralidade e a formação do povo brasileiro. Considerando o Brasil como um todo, 33, 39 e 28% das matrilineages eram de origem ameríndia, européia e africana, respectivamente (9,12). Como esperado, a frequência de diferentes regiões refletiu suas histórias genealógicas: a maioria das linhagens matrilineares na região amazônica era de origem ameríndia, enquanto a ancestralidade africana era preponderante no Nordeste (44%) e os haplogrupos europeus prevaleciam no Sul (66%). Esses dados já foram amplamente confirmados por inúmeros outros estudos. Por exemplo, recentemente analisaram-se a estrutura do haplogrupo mtDNA de 242 indivíduos brancos auto-identificados de São Paulo e verificamos 24% de proporções matrilineares ameríndias, 22% africanas e 54% européias (Dornelas HG, Bydlowski SP, Pena SDJ, dados não publicados). [15: Diamond J. Guns, germs, and steel: the fates of human societies. New York: WW Norton & Co.; 1997. ] [16: Santos AS. Historical roots of the "Whitening" of Brazil. Lat Am Perspect 2002; 28: 61-82.] 
Em seguida, para posterior confirmação, estudaram as linhagens de mtDNA em 120 indivíduos negros da cidade de São Paulo [footnoteRef:17]. Os resultados, como esperado, mostraram uma imagem espelhada daqueles encontrados anteriormente em brasileiros brancos: por um lado, 85% das linhagens originaram-se na África Subsaariana, 12% eram de ameríndios e apenas 3% eram da Europa; por outro lado, apenas 48% das linhagens do cromossomo e eram originárias da África Subsaariana. Estudos com indivíduos negros das cidades do Rio de Janeiro e Porto Alegre[footnoteRef:18] produziram resultados muito semelhantes. [17: Goncalves VF, Carvalho CM, Bortolini MC, Bydlowski SP, Pena SD. The phylogeography of African Brazilians. Hum Hered 2008; 65: 23-32. 
] [18:  Hunemeier T, Carvalho C, Marrero AR, Salzano FM, Junho Pena SD, Bortolini MC. Niger-Congo speaking populations and the formation of the Brazilian gene pool: mtDNA and Y-chromosome data. Am J Phys Anthropol 2007; 133: 854-867.
] 
No Brasil, apesar dos níveis relativamente altos de mistura genética e do mito da "democracia racial", existe um amplo preconceito social que parece estar particularmente ligado à aparência física de um indivíduo[footnoteRef:19]. Cor denota o equivalente brasileiro do termo raça inglesa e baseia-se em uma avaliação fenotípica complexa que leva em conta, além da pigmentação da pele, também o tipo de cabelo, formato do nariz e formato dos lábios. A razão pela qual a palavra cor é preferida para competir no Brasil é provavelmente porque captura os aspectos contínuos dos fenótipos[footnoteRef:20]. Em contraste com a situação nos Estados Unidos, parece não haver nenhuma regra de descendência racial operacional no Brasil e é possível que dois irmãos com diferenças de cor pertençam a categorias raciais completamente diversas. [19:  Harris M, Kotak C. The structural significance of Brazilian categories. Sociologia 1963; 25: 203-208. 
] [20: Telles EE. Racial ambiguity among the Brazilian population. Ethn Racial Stud 2002; 25: 415-441. ] 
Com base nos critérios de autoclassificação do Censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira era então composta por 53,4% de brancos, 6,1% de negros e 38,9% de pardos ("pardos"). 
Boas esposas e mães de família, quase sempre recolhidas aos seus lares. “Recatadas” e “austeras”, nas poucas vezes que saíam à rua cobriam-se totalmente com mantos de baeta – um tecido de lã grosseiro e tingido de cor escura – o que lhes rendeu o apelido de “mulheres tapadas”. Essa era a imagem estereotipada das mulheres paulistas do período colonial que muitos historiadores repetiram em suas obras durante muito tempo.
Era quase um consenso entre eles que, quando as moças se casavam, passavam do poder paterno para o do marido, a quem seriam submissas pelo resto da vida. Limitavam-se a costurar, lavar, bordar, fazer rendas, mandar nas escravas, rezar, e, é claro, parir e criar muitos filhos, um após o outro. Poucos pesquisadores apresentaram outras imagens. Vários historiadores insistiram que elas saíam de casa mais vezes do que se pensava, e tinham muita participação na vida de suas comunidades: faziam curas e partos, lutavam pela sobrevivência cotidiana. Outros apontaram que as moças pobres, obrigadas a trabalhar muito para viver, eram sempre vistas nas ruas. Só as mais ricas ficavam em casa, à espera de um casamento vantajoso. Assim eram as mulheres bandeirantes.
Ela permitia que muitas senhoras e senhoritas frequentassem as casas dos homens – em outras palavras, fizessem o que quisessem – sem ser identificadas. Mesmo assim, ao retomar a seriedade habitual dos pesquisadores, ele enfatizou que eram exceções, pois a atitude de recolhimento imperava.
Assim, durante muito tempo as mulheres do período bandeirista – séculos 16 e 17 – foram vistas como figurantes da história. Enquanto os maridos e filhos cuidavam dos negócios comerciais ou seguiam, sertões adentro, à guerra contra as tribos Guaranis e seus aliados espanhóis, bem como à procura de ouro, nas expedições das Bandeiras, elas simplesmente cuidavam das coisas do lar. 
Durante a guerra e conflitos armados o estupro é frequentemente utilizado como um meio da guerra psicológica, a fim de humilhar o inimigo e minar sua moral. Violações de guerra são muitas vezes sistemáticas e exaustivas, e os líderes militares podem realmente incentivar. As violações de guerra podem ocorrer em uma variedade de situações, incluindo escravidão sexual institucionalizada, estupros associados a batalhas específicas ou massacres e atos individuais ou isoladas de violência sexual. As violações de guerra também podem incluir estupros com objetos.[footnoteRef:21] [21: Violência sexual em guerra, Parte I, de Elisabeth Vikman em Antropologia e Medicina, volume 12. Edição 1, abril 2005, páginas 21-31
] 
Com base em uma prática generalizada e sistemática, estupro e escravidão sexual são reconhecidos pela Convenção de Genebra e Crimes Contra a Humanidade e Crimes de Guerra
A violação tem acompanhado a guerra em praticamente todos os períodos históricos conhecidos. Desde a antiguidade é costume, que numa guerra os homens são mortos, as crianças presas e vendidas, e as mulheres e meninas são estupradas e depois distribuídas entre os soldados como os outros objetos de espólios. Bem documentado é a Guerra de Troia. Depois da conquista da cidade os soldados gregos dividem as mulheres entre si, o que conta a lenda famosa grega com a maior naturalidade
Os mongóis, que estabeleceram o Império Mongol na maior parte da Eurásia, causaram muita destruição em suas invasões. Documentos escritos durante ou após o reinado de Genghis Khan relatam o número enorme de estupros, que deixou até hoje nos povos submetidos certas características asiáticas nos traços.
Famosa pelos estupros foi a Guerra dos Trinta Anos (1618–1648) na Europa. Na Alemanha morreu no mínimo a metade da população, e a metade da população feminina foi estuprada.
conquistas fáceis.
Mais sistemáticas foram as conquistas muçulmanas, como o avanço dos turcos em direção à Alemanha. Em tudo os turcos capturavam na Alemanha mais ou menos 300 mil meninas, que foram escravizadas e conduzidas como greis de gado para a Turquia. Junto com elas os estupros afetavam 700 mil meninas, contra quais foram cometidos em tudo aproximadamente 300 milhões atos de estupros.
Famoso ficou também o estupro em massa de Tiflis, capital da Geórgia pouco antes de os russos liberarem esse pequeno país cristão dos muçulmanos. Antes de fugirem os muçulmanos ocupadores estupravam todas as moças e cortaram-lhes o tendão em uma perna, da maneira que ainda 60 anos depois o andar aleijado de certas senhoras lembrava a população da "força" do Islã e do "poder de Alá"
2.2.4 – Aborto no período colonial 
Neste período a práticado aborto era bastante difundida em todas as classes sociais e vozes contrárias se davam quando o interesse masculino era contrariado. O aborto era realizado por parteiras ou pelas próprias mulheres grávidas e os meios utilizados para sua realização eram “cantilenas mágicas, exercícios físicos violentos e instrumentos mecânicos”,[footnoteRef:22] o que provocavam, muitas vezes, danos e envenenamentos às mulheres. Na Grécia o aborto não era considerado crime, mas precisava do consentimento do marido ou do patrão, da mesma forma como o abandono de menores e o infanticídio. Nem mesmo em casos de morte da mulher a pessoa responsável era imputada, a menos que o interesse do homem fosse desrespeitado. Nesse período surgiram vozes isoladas contra o aborto com teses que levavam em consideração o desenvolvimento do feto e sua condenação estava relacionada ao momento da gestação em que ele é realizado. Em Roma o aborto não foi considerado crime. Havia os que o condenavam e as razões eram em nome do bem comum, impiedade, ofensa aos deuses, à família, à natureza e não diretamente ao feto.[footnoteRef:23] [22: GALEOTTI, Giulia (2007). História do aborto. Coimbra: Edições 70. p. 35
] [23: GALEOTTI, Giulia (2007). História do aborto. Coimbra: Edições 70] 
O Brasil no período colônia impõe a sociedade uma vida cujo sistema que há rege é patriarcal, isto é, um sistema em que o homem ocupa um lugar de prestígio e uma importância especialmente perante a igreja, já que ela é a maior dizimadora dessa mentalidade que prende a mulher em uma rede invisível de regras e de máscaras de inferioridade, onde o homem domina e suas vontades devem ser respeitadas e realizadas. Restando a mulher apenas vestir-se de submissão, reverência, obediência, e fidelidade eterna. Sua vida seria a partir do casamento a vida de seu marido.
Sabemos que o ser humano trás em si a sexualidade, para que está não seja vista como pecado deve-se purificá-la através do casamento. Com ele o sexo deixaria de ser pecado e passaria a ser visto com naturalidade, pois, a perpetuação da espécie era necessária aos olhos dos homens e de Deus.
Segundo Mary Del Priore a historiadora Alzira Campos através de analises sobre o amor em São Paulo no século XVIII denominou dois tipos de amor, “o amor no casamento” e o “amor-paixão”. O primeiro retrata o amor puro, sem pecado, abençoado pela cerimônia matrimonial católica e o segundo trás o amor que simboliza o pecado, seria aquele que beirava as trevas e era passível de punição.
Era aconselhável que o casamento acontecesse sempre entre pessoas que possuíssem as mesmas semelhanças, de faixa etária, classe social, caráter moral e condições físicas. Isso, para que as diferenças não atrapalhassem a convivência entre os cônjuges. Em um relacionamento era necessário que a mulher fosse sempre uma esposa impecável, a felicidade do lar dependia exclusivamente dela.
De acordo com a Igreja, as pessoas podiam se casar a partir dos 14 anos para os homens e 12 anos para as mulheres, porém nem sempre se respeitava essa idade determinada, alguns se casavam antes ou depois desta idade estipulada. E quanto mais velho uma pessoa ficava mais se dificultava a possibilidade de casar-se, especialmente se tratando do gênero feminino.
Entre os mais ricos o casamento era uma necessidade de conservação de riquezas, nessa situação a união matrimonial significava a homogeneização dos bens materiais de ambas as famílias. Se tornando uma exceção o casamento por amor. Até porque quem possuía mais liberdade para escolher o seu conjugue era aqueles que não possuíam riquezas, muitas vezes esses, apesar de tantas regras em nome da moral e dos bons costumes não chegavam a respeitar o sacramento da Igreja, recorrendo à união sem a bênção divina.
O casamento era um ato que depois de realizado não se tinha mais como voltar atrás, portanto era preciso ter bastante cautela em relação à escolha dos parceiros. Casar-se por amor era considerado uma idiotice, na escolha não deveria pesar esse sentimento, pois o resultado seria um futuro de frustações e descontentamentos. O que deveria ser levado em consideração era a razão, pois essa resultaria em um futuro próspero.
2.3- Família e Mulher
O patriarcado se refere a todas as formas de organização social cuja autoridade é reservada exclusivamente para homens ou homens. Em uma estrutura social patriarcal, as mulheres não assumem liderança política, autoridade moral, privilégio social ou controle sobre a propriedade. Deriva do termo "patriarca"[footnoteRef:24] que desde os tempos antigos é entendido como um chefe masculino de uma família ou comunidade. Seu oposto lingüístico é "matriarcado". As sociedades patriarcais são geralmente patrilineares. O conceito pode ser associado a todas as organizações sociais, políticas, econômicas e religiosas em que há um desequilíbrio de poder entre homens e mulheres em favor do primeiro.[footnoteRef:25] [24:  Real Academia Española y Asociación de Academias de la Lengua Española (2014). «patriarcado». Diccionario de la lengua española (23.ª edición). Madrid: Espasa.] [25: 
 «Patriarchy». Merriam-Webster Dictionary
] 
O patriarcado é identificado, então, com a predominância do marido sobre a esposa, do pai sobre a mãe e dos filhos sobre as filhas.
Essa idéia de domínio e liderança por parte dos homens implantou simultaneamente uma ordem simbólica através dos mitos e da religião, o que reproduzirá essa superioridade como a única estrutura possível.
O termo vem expandindo seu significado ao longo do tempo. Especialmente desde o final do século XX, as teorias feministas surgiram no Ocidente na década de 1970.
Como muitos outros conceitos correspondentes às ciências sociais, não tem uma definição precisa com a qual geralmente todos concordam.[footnoteRef:26]
Em estudos feministas e vários estudos sociológicos, históricos, políticos e psicológicos, o termo patriarcado é usado para descrever uma situação de distribuição desigual de poder entre homens e mulheres em que os homens têm precedência em um ou mais aspectos, tais como a proibição o direito ao sufrágio, a regulação dos crimes contra a liberdade sexual, a violência de gênero, a custódia legal das crianças, o duplo padrão de acordo com o gênero, o sexismo na língua, os mecanismos de invisibilidade, a determinação de linhas de descendência (filiação unicamente por descendência patrilinear e tendo o último nome), os direitos de primogenitura, a autonomia pessoal nas relações sociais, a participação no espaço-política pública ou status religioso ou atribuição das diferentes ocupações homens e mulheres determinados pela divisão sexual do trabalho. [26: Helena., Hirata,; 1962-, Agustín, Teresa, ([2002]). Diccionario crítico del feminismo. Editorial Síntesis. ISBN 8497560191. OCLC 51097526. Consultado el 21 de marzo de 2019.] 
 No Brasil, alforriava-se como em nenhum outro lugar. A alforria se torna, portanto, um problema à historiografia brasileira, pois um escravo alforriado, fujão ou morto é igualmente para o sistema um escravo a menos.[4]
A carta de alforria era um documento através do qual o proprietário de um escravo rescindia dos seus direitos de propriedade sobre o mesmo. O escravo liberto por esse dispositivo era habitualmente chamado de negro forro.
Por vezes, a alforria era concedida sem ensejar nada em troca do escravo. Dentre as diversas categorias de escravos existentes, os que mais obtinham vantagem diante deste modelo de alforria eram os escravos domésticos. Estes eram mais íntimos de seus senhores, trabalhavam junto a eles e, portanto, eram mais suscetíveis a serem agraciados por uma carta de alforria.[13] Os africanos do eixo Congo-Angola eram os que mais aquinhoados a obter este tipo de alforria.[14]
A maioria que recebia esse tipo de carta passava a trabalhar na casa do antigo dono, possuindo um salário e horários definidos de trabalho.
Diversos casos de alforrias concedidas pelos senhores exigiam, em troca, anos de serviço do escravo. Este só seria de fato libertado quando o serviço exigidofosse cumprido, havendo a possibilidade de se revogar a promessa. Era um tipo de alforria dominado pela categoria dos crioulos.[15]
Se demonstrou o caso mais incomum de alforria ao longo do século XIX.[16] O escravo deveria pagar o próprio valor para ser libertado. Assim, os denominados "negros de ganho" - isto é, os escravos que exerciam sua ocupação fora de casa, por meio de vendas por exemplo - possuíam vantagens em relação aos demais escravos, por conta de uma maior capacidade de acumular pecúlio.[17] Havia também os "escravos do eito", os quais trabalhavam para o próprio sustento. A produção, caso gerasse excedentes, poderia ser comercializada pelos escravos nos mercados, permitindo a eles acumular pecúlio para a compra da alforria.[18] Por esta via, desnuda-se a relação senhor e escravo - de mando e obediência - para vendedor e comprador.[9] O pagamento poderia ser único ou por meio da coartação - isto é, pago em prestações. Nessa categoria, os afro-ocidentais possuíam o maior número de manumissões.[14]
2.3.5 – Casamento Miscigenado
Graças à miscigenação, podemos afirmar com muita precisão que há diversas identidades culturais no Brasil. Os portugueses que vieram ao Brasil já passaram por um processo de miscigenação há séculos, envolvendo contribuições de africanos, celtas, mouros, árabes, judeus, romanos, gregos, fenícios, entre outros.
Durante 15 gerações, aproximadamente, principalmente do século XVI ao século XVIII, se formou a estrutura genética da população brasileira a partir de índios que já habitavam o território, os portugueses que chegaram, e os africanos que foram trazidos por esses últimos no processo de colonização. Chamados de caboclos ou mamelucos, os mestiços de índios e brancos povoaram o interior, e os cafuzos, mestiços de africanos e índios, apesar de serem minoria, também povoaram o território, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.
Os povos indígenas, como mencionamos anteriormente, já povoavam o Brasil antes da chegada dos portugueses, estando espalhados por todo o território e em grupos diversos que compunham uma população de quase 2 milhões de pessoas. Os povos africanos por sua vez, foram capturados e trazidos ao Brasil como escravos para trabalhar no cultivo da cana de açúcar e do café durante a colonização, tendo uma população muito significativa no Brasil e representativa para a miscigenação. Vieram, ainda, povos imigrantes advindos de Portugal, Itália, Espanha, Alemanha e Japão. Foram, pelo menos, 4 milhões de imigrantes que representaram, na época, aproximadamente 80% de toda a população.
Os grupos humanos desenvolveram diversas características particulares de cor de pele, cabelos, entre outros traços. Quando falamos em racismo, estamos nos referindo à rejeição à mistura entre as etnias e à crença de que as “raças” superiores foram predestinadas a dominação das mais fracas e inferiores. Foi isso, inclusive, que gerou essa intensa exploração do homem pelo homem, e a escravização de africanos e índios.
No Brasil temos diversas leis que batem de frente com essas ideias, porém as práticas cotidianas são marcadas por anos de história que ainda fazem com que negros e mestiços sejam julgados como inferiores, tendo menos oportunidades, sendo excluídos e discriminados por sua cor. O racismo é condenado e considerado crime pela Constituição Brasileira, mas a punição ainda está fraca, dependendo de registros e testemunhos.
É difícil, até os dias atuais, comprovar que empregos e oportunidades são negadas simplesmente em decorrência da cor de pele. A ideia, ainda que absurda, é muito presente até os dias de hoje no Brasil e no mundo. Ainda é preciso trabalhar muito o combate ao racismo na sociedade atual, para que todos sejam tratados como iguais, como realmente o são.
2.4 – Mulher no Período Impeial
2.4.1 – Carlota Joaquina
Carlota Joaquina Teresa Cayetana  foi uma infanta espanhola e, esposa do rei D. João VI e rainha consorte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e depois do Reino de Portugal e Algarves de 1816 até 1826.[footnoteRef:27] [27: Carlota Joaquina de Bourbon (em inglês) no Find a Grave
] 
Primogênita do rei Carlos IV da Espanha e Maria Luísa de Parma, casou-se em maio de 1785, aos dez anos de idade, com o então Infante D. João, Senhor do Infantado e Duque de Beja, filho da rainha D. Maria I de Portugal, numa tentativa de cimentar laços entre as duas coroas ibéricas.
Detestada pela corte portuguesa, onde era chamada de a "Megera de Queluz", Carlota Joaquina também ganhou gradualmente a antipatia do povo, que a acusava de promiscuidade e de influenciar o marido a favor dos interesses da coroa espanhola.
Depois da transferência da corte portuguesa para o Brasil, Carlota Joaquina começou a conspirar contra o marido, alegando que o mesmo não tinha capacidade mental para governar Portugal e suas possessões, querendo assim estabelecer uma regência. Ambiciosa, ela também planejava usurpar a coroa espanhola que estava nas mãos de José Bonaparte, irmão de Napoleão Bonaparte.
Após o casamento em 1817 de seu filho D. Pedro com a arquiduquesa Maria Leopoldina da Áustria e, com a posterior volta da família real a Portugal em 1821, Carlota Joaquina foi confinada no Palácio Real de Queluz, onde morreu solitária e abandonada pelos filhos em 7 de janeiro de 1830.
Após sua morte, Carlota Joaquina, principalmente no Brasil, tornou-se parte da cultura popular e uma figura histórica importante, sendo o assunto de vários livros, filmes e outras mídias. Alguns estudiosos acreditam que ela tenha tido um comportamento rude e superficial, atribuindo-lhe o facto dela odiar o Brasil.
2.4.2 – Ana Nery
Anna Justina Ferreira Nery, mais conhecida como Anna Nery, foi uma enfermeira brasileira, pioneira da enfermagem no Brasil.
Antes da Guerra do Paraguai
Anna Justina Ferreira nasceu em Cachoeira, na Bahia, em 13 de dezembro de 1814.
Casou-se com o Capitão-de-fragata Isidoro Antônio Nery em 1837, quando adotou o sobrenome do marido, que viria a consagrá-la como Anna Nery. Com o cônjuge teve três filhos: Justiniano Nery, Antônio Pedro Nery e Isidoro Antônio Nery Filho. O marido morreu em 1843.[footnoteRef:28] [28:  Ana Néri Enfermeira brasileira E-Biografias - acessado em 13 de maio de 2015] 
Guerra do Paraguai
Dois filhos de Anna Nery eram oficiais do Exército, e ao irromper a Guerra do Paraguai em dezembro de 1864, seguiram ambos para o campo de luta, acompanhados do tio, o Major Maurício Ferreira, irmão de Anna. Anna requereu, então, ao presidente da província da Bahia, o conselheiro Manuel Pinho de Sousa Dantas, que lhe fosse facultado acompanhar os filhos e o irmão durante os combates, ou, que ao menos, ela pudesse prestar serviços nos hospitais do Rio Grande do Sul. Deferido o pedido, Anna partiu de Salvador, incorporada ao décimo batalhão de voluntários em agosto de 1865, na qualidade de enfermeira.
Durante toda a campanha, prestou serviços ininterruptos nos hospitais militares de Salto, Corrientes, Humaitá e Assunção, bem como nos hospitais da frente de operações. Viu morrer na luta um de seus filhos.[footnoteRef:29] [29:  Ana Néri, madrinha da enfermagem no Brasil / Ana Neri, godmother of nursing in Brazil Biblioteca Virtual em Saúde - acessado em 13 de maio de 2015] 
Pós Guerra do Paraguai
Terminada a guerra, regressou à sua cidade natal, onde lhe foram prestadas grandes homenagens. O governo imperial concedeu-lhe a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de primeira classe.
Anna morreu na cidade do Rio de Janeiro aos 65 anos, em 20 de maio de 1880.
2.4.3 – Imperatriz Leopoldina
Maria Leopoldina de Áustria foi arquiduquesa (princesa da casa) da Áustria, a primeira esposa do imperador D. Pedro I e Imperatriz Consorte do Império do Brasil de 1822 até sua morte, também brevemente sendo Rainha Consorte do Reino de Portugal e Algarves entre março e maio de 1826. Era filha do imperador Francisco I da Áustria e de sua segunda esposa Maria Teresa das Duas Sicílias. Também foi cunhada do imperador Napoleão Bonaparte,casado com sua irmã mais velha, Maria Luísa. Seu casamento com Pedro I e sequente independência do Brasil fizeram com que se tornasse a primeira imperatriz consorte do país e a primeira imperatriz do Novo Mundo.
A educação que Leopoldina recebera em infância e adolescência era melhor em várias doutrinas
, de nível cultural superior e formação política mais consistente. Tal educação dos pequenos príncipes e princesas da família Habsburgo baseava-se na crença educacional iniciada por seu avô Leopoldo II, que acreditava "que as crianças deveriam ser desde cedo inspiradas a ter qualidades elevadas, como humanidade, compaixão e desejo de fazer o povo feliz".[footnoteRef:30] Com uma profunda fé cristã e uma sólida formação científica e cultural – que incluía política internacional e noções de governo –, a arquiduquesa fora preparada desde cedo para reinar.[footnoteRef:31] [30: Rezzutti, Paulo (2017). D. Leopoldina, a história não contada: A mulher que arquitetou a independência do Brasil. Brasil: Leya. p. 48
] [31: Rezzutti, Paulo (2017). D. Leopoldina, a história não contada: A mulher que arquitetou a independência do Brasil. Brasil: Leya. pp. 364, 365, 369, 370
] 
É considerada por muitos historiadores como a principal articuladora do processo de Independência do Brasil ocorrido entre 1821 e 1822, notadamente em setembro de 1822.[footnoteRef:32][footnoteRef:33][footnoteRef:34] O historiador Paulo Rezzutti, autor do livro “D. Leopoldina — A história não contada: A mulher que arquitetou a Independência do Brasil”, sustenta que foi em grande parte graças a ela que o Brasil se tornou uma nação. Segundo ele, a prometida de D. Pedro “abraçou o Brasil como seu país, os brasileiros como o seu povo e a Independência como a sua causa”. Foi também conselheira de Pedro em importantes decisões políticas que refletiram no futuro da nação, como o Dia do Fico (Neste dia, o então príncipe regente D. Pedro I declarou que não cumpriria as ordens das Cortes portuguesas, que exigiam sua volta a Lisboa, ficando no Brasil) e a posterior oposição e desobediência às cortes portuguesas quanto ao retorno do casal à Portugal.[footnoteRef:35] Consequentemente, por reger o país em ocasião das viagens de Pedro pelas províncias brasileiras, é considerada a primeira mulher a se tornar chefe de estado na história do Brasil independente.[footnoteRef:36] [footnoteRef:37] [32: ↑ superuser (1 de setembro de 2013). «Maria Leopoldina assina o decreto da Independência do Brasil». HISTORY] [33: A Independência do Brasil decretada por uma mulher». Terra
] [34: Como Leopoldina influenciou a política do Brasil e se tornou uma grande imperatriz?». VIX. 25 de julho de 2017
] [35: Rezzutti, Paulo (2017). D. Leopoldina, a história não contada: A mulher que arquitetou a independência do Brasil. Brasil: Leya. pp. 206, 207
] [36: Maria Leopoldina da Áustria: a primeira mulher a governar o Brasil Independente». Rainhas Trágicas. 2 de setembro de 2017
] [37: Modelli, Laís (10 de dezembro de 2017). Quem foi a primeira mulher a governar o Brasil». BBC Brasil (em inglês)
] 
2.4.4- Princesa Isabel
Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon-Duas Sicílias e Bragança (Rio de Janeiro, 29 de julho de 1846 – Eu, 14 de novembro de 1921), apelidada de "a Redentora", foi a segunda filha, a primeira menina, do imperador Pedro II do Brasil e sua esposa a imperatriz Teresa Cristina das Duas Sicílias. Como a herdeira presuntiva do Império do Brasil, ela recebeu o título de Princesa Imperial.
A morte de seus dois irmãos homens a fez a herdeira de Pedro. A própria personalidade de Isabel a distanciou da política e de quaisquer confrontos com seu pai, ficando satisfeita com uma vida calma e doméstica. Além disso, apesar da sua educação ter sido bem ampla, ela jamais foi preparada para assumir o trono. Isabel se casou em 1864 com o príncipe francês Gastão, Conde d'Eu, com quem teve uma filha e três filhos.
A princesa serviu três vezes como regente do império enquanto seu pai viajava pelo exterior. Isabel promoveu a abolição da escravidão durante sua terceira e última regência e acabou assinando a Lei Áurea em 1888. Apesar da ação ter se mostrado amplamente popular, houve forte oposição contra sua sucessão ao trono. O fato de ser mulher, seu forte catolicismo e casamento com um estrangeiro foram vistos como impedimentos contra ela, juntamente com a emancipação dos escravos, que gerou descontentamento entre ricos fazendeiros. A monarquia brasileira foi abolida em 1889 e ela e sua família foram exilados por um golpe militar. Isabel passou seus últimos trinta anos de vida vivendo calmamente na França.
2.4.5- Feminismo no Brasil, século XIX
O movimento feminista no Brasil surgiu no século XIX com a luta pela educação feminina, direito de voto e abolição dos escravos.
Atualmente, existem várias organizações feministas no Brasil que defendem a equiparação do direito das mulheres ao dos homens. Igualmente, há organizações específicas de feministas negras, indígenas, homossexuais, trans, etc.
Inclusive, existem movimentos de mulheres que são contra o feminismo.
Origem
No século XIX, a condição da mulher brasileira acompanhava as desigualdades sociais e econômicas do país. O Brasil era uma sociedade baseada na escravidão que oprimia tanto a mulher negra na sua condição de escrava; e a branca, restrita às tarefas do lar.
Durante o Império foi reconhecido o direito à educação feminina. Neste campo, a escritora potiguar Nísia Floresta Augusta é considerada precursora do feminismo brasileiro. Professora e educadora, funda a primeira escola para meninas no Rio Grande do Sul e, posteriormente, no Rio de Janeiro.
A partir da obra da inglesa Mary Wollstonecraft, Nísia Augusta redige vários livros e artigos nos jornais sobre a questão feminina, o abolicionismo e o republicanismo. Suas obras Conselhos a minha filha, de 1842; Opúsculo humanitário, de 1853 são apontadas como as primeiras sobre feminismo no Brasil.
Também começam as reivindicações pelo direito de voto, tal como acontecia nos Estados Unidos e na Inglaterra. Cumpre destacar o caso da dentista Isabel Mattos Dalton que se aproveita da condição de diplomada para exercer seu direito de voto no Rio Grande do Sul, ainda que seja um caso isolado.
Destacam-se personalidades como Chiquinha Gonzaga, pianista e compositora, que não aceitava usar um pseudônimo masculino para assinar suas obras.
2.5- Mulher na Bella Epóque
2.5.1- Pioneiras e inventoras 
A presença crescente de romancistas mulheres no final do século XIX e início do século XX, o que transformou a paisagem literária da belle époque na França. Essa transformação foi notada com surpresa e contrariedade por alguns homens de letras que reagiam com comentários desqualificadores das obras dessas mulheres, muitas vezes fazendo afirmações que não são verdades sobre a inexistência do dom de criar. Além de apontar a visibilidade que tais mulheres romancistas ganharam, a autora compara a maneira como apresentavam os personagens femininos e a relação entre os sexos com a forma como os romancistas homens construíam, na época, as suas narrativas. Na belle époque, o crescimento do número de leitoras, promovido pela ampliação da alfabetização feminina e de novas oportunidades de educação e aliado à atuação das feministas, parece ter proporcionado ambiente propício para que inúmeras mulheres abandonassem antigos pseudônimos masculinos e passassem a adotar pseudônimos femininos ou, até mesmo, a assinar seu próprio Surge assim, a partir dos anos 1880,[footnoteRef:38] uma legítima geração de romancistas, sendo talvez Rachilde, Gyp, Séverine, Marcelle Tinayre, Colette Yver, Gabrielle Réval, Colette e Anna De Noailles[footnoteRef:39] as mais conhecidas - é preciso lembrar, além disso, nomes que são, em sua maioria, pouquíssimo conhecidos entre nós, mas gozavam na época de sólido prestígio, como Marguerite Audoux, Camille Pert, Daniel Lesueur, Georges de Peyrebrune, Tony Ulmès, Claude Ferval, Gérard d'Houville, Myriam Harry, JeanneMarnie, Lucie Delarue-Mardrus e outros sessenta e tantos arrolados por Léo Claretie no seu capítulo dedicado ao 'romance feminino'.[footnoteRef:40] Essas mulheres, que hesitam cada vez menos em assinar seus livros, quer com o próprio nome, quer com um pseudônimo feminino - deixando pouco a pouco de lado o recurso cômodo, porém constrangedor, do pseudônimo masculino -, não se contentaram em escrever um ou dois romances mas, no mais das vezes, produziram uma obra que contabiliza dezenas de títulos, mais de quarenta para as mais. [38: Segundo a "Liste alphabétique des membres de la société des gens de lettres existant au 10 décembre 1887, avec leur date d'entrée" estabelecida por Édouard Montagne, 11 escritoras teriam assim ingressado na SDGL entre 1858 e 1867, 16 entre 1868 e 1877, e 46 entre 1878 e 1887; faltam os números posteriores, mas é evidente que o movimento não fez senão se acentuar (MONTAGNE, 1889, p. 435-473).
] [39: Hoje conhecida principalmente como poetisa, Anna de Noailles alcançara, no entanto, um sólido reconhecimento já a partir de seus primeiros romances como, por exemplo, La Nouvelle espérance [A nova esperança] (NOAILLES, 1903).
] [40: CLARETIE, 1912, p. 393-416. Vide também Anne SAUVY, 1991, p. 269-281.
] 
2.5.2- Mulheres na química
Durante a Belle Époque surgiram três correntes artísticas a nível da pintura, o fauvismo (Matisse foi o seu maior representante), o cubismo (onde se destacou Picasso) e o impressionismo (com Claude Monet como iniciador). A nível literário a época ficou marcada pelo surgimento de novos géneros, como os romances policiais e de ficção científica, onde se destacaram os heróis solitários, como Arsène Lupin ou Fantômas, que se mascaravam e usavam armas modernas e inovadoras.
Houve também grandes progressos a nível da química, da eletrónica e da siderurgia, assim como da medicina e da higiene, o que permitiu fazer baixar as taxas de mortalidade.
Uma das formas encontradas para celebrar todos estes progressos, foi a organização da Exposição Universal de Paris, que teve lugar em 1900, nos Campos Elísios e nas margens do rio Sena.
2.5.3- Mulheres e moda na Era Vitoriana 
Entre as tendências mais marcantes desta década, está a de revisitar estilos históricos trazendo elementos marcantes destes períodos para a moda contemporânea.
A Era Vitoriana tem sido inspiração constante e não é raro encontrarmos nas roupas de agora traços da moda daquele período (séc XIX). Nas passarelas, coleções, editoriais de moda ou em looks de blogueiras e fashionistas, há muitas alusões ao passado, especialmente à época do reinado da rainha Vitória (1837-1901), que trazia no vestuário, um estilo repleta de volumes, forma balão, mangas fofas, muitos babados, rendas e gola alta. Além, é claro, das tonalidades escuras e a clássica sobriedade do preto evocando um romantismo obscuro.
O início do período vitoriano (1837- 1860) é marcado pelo extremo recato das mulheres, que tinham seus movimentos restritos pelas pesadas vestes, mangas coladas e crinolinas, armações usadas sob as saias para lhes conferir volume, sem a necessidade do uso de inúmeras anáguas.
A aparência das damas era de vulnerabilidade, as roupas eram desenhadas para fazerem as mulheres parecerem fracas e impotente, como de fato elas eram. As cores eram claras. O espartilho, que fazia mal à coluna e deformava, inclusive os órgãos internos, as debilitava ainda mais, impedindo-as de respirar profundamente. Além de elegante, o espartilho era considerado uma necessidade médica à constituição feminina, usado, inclusive, em versões juvenis a partir dos três ou quatro anos.
Os cabelos eram cacheados, o ideal de beleza do início da era vitoriana exigia às mulheres uma constituição pequena e esguia, olhos grandes e escuros, boca pequenina e ombros caídos. A mulher deveria ser algo entre as crianças e os anjos: frágeis, tímidas, inocentes e sensíveis. A fraqueza e a inanidade eram consideradas qualidades desejáveis em uma mulher, era elegante ser pálida e desmaiar facilmente. “Saúde de ferro” e vigor eram características “vulgares das classes baixas”, reservadas às criadas e operárias.
No livro “A Linguagem das Roupas”, Lurie descreve sobre o debilitante espartilho: “A mulher vitoriana usava várias camadas de corpetes. Três ou mais anáguas, uma armação de saia ou crinolina, e um vestido comprido que talvez contivesse vinte metros de lã grossa ou seda, e que freqüentemente, tinha barbatanas no corpinho e era adornado com tecido, fitas e contas complementares. Quando saía de casa, acrescentava um xale pesado e uma grande touca ou chapéu decorado com penas, flores, fitas e véu. Tudo junto, talvez carregasse de cinco a quinze quilos de roupa.”
No final da era Vitoriana as saias já não são enormes, tornando-se mais justas. Em 1901 Eduardo VII se torna rei e já estamos na Belle Époque (1890 – 1914). A moda deste período é marcado pelo luxo e beleza das roupas, grandes chapéus muito bem e divertidamente ornados, muitas plumas e bordados. O rei é conhecido por seus apetites, amantes, extravagâncias e excessos, o oposto do recato e moralidade de sua mãe. Nas décadas finais do século XIX, a mulher ideal se tornava cada vez mais madura. Novamente, a moda condescendente se alterou para se ajustar ao novo ideal. As curvas se acentuaram, o tecido se tornou mais pesado e as cores mais fortes e sóbrias.
2.5.4 – Primeiros Movimentos Feministas 
Primeira onda feminista
A primeira onda feminista aconteceu no período entre o final do século XIX e o século XX. Nesta época as principais causas defendidas pelo movimento eram ligadas aos direitos políticos, à liberdade de escolha das mulheres e ao direito a usufruir da vida pública.
Foi na primeira onda feminista que surgiu o movimento sufragista pelo direito ao voto das mulheres. O movimento ganhou muita força no Reino Unido e nos Estados Unidos.
As mulheres lutavam por mais igualdade. Desejavam o direito à participação na vida política, direito ao voto, ao estudo e melhores condições de trabalho.
Foi neste período que as mulheres começaram a questionar o papel que era imposto a elas pela sociedade, principalmente em relação à responsabilidade pela casa e pela família como sua única função.
Segunda onda feminista
A segunda onda do feminismo aconteceu no período entre os anos 60 e 90. Neste período a busca pela igualdade social e igualdade de direitos se intensificou e as mulheres passaram a questionar todas as formas de submissão e desigualdade que enfrentavam.
Também fizeram parte das questões debatidas pelo movimento nessa fase as decisões sobre liberdade sexual, maternidade e direitos de reprodução. Uma das principais discussões nessa época girava em torno das opressões sofridas e do motivo de existirem tantas formas diferentes de opressão a que as mulheres eram submetidas.
Também foi na segunda onda que começou a surgir a ideia da coletividade, da força da união das mulheres enquanto movimento capaz de provocar alterações na sociedade. Isso aconteceu porque as mulheres começaram a perceber que havia algo que as unia: todas, de alguma forma, já haviam sido oprimidas pelo fato de serem mulheres.
Ainda nesta época as mulheres negras e lésbicas se juntaram ao movimento feminista, trazendo ainda mais força feminina, novas demandas e novas discussões para o feminismo.
Terceira onda feminista
A terceira onda feminista é o período iniciado a partir dos anos 90 e pode ser definido pela busca de total liberdade de escolha das mulheres em relação às suas vidas.
Nessa fase surgiu o termo interseccionalidade (ou feminismo interseccional), usado para se referir às diversas formas de opressão que uma mesma mulher pode sofrer, em função de sua raça, classe, comportamento ou orientação sexual, por exemplo.
Nesta fase se entendeu a importância do cruzamento das informações e dos debates que incluíssem a maior quantidade possível de mulheres, com suas condições e demandas específicas. Isso trouxe ainda mais visibilidade às lutas das mulheres.
Outra contribuição desta fasedo feminismo é o entendimento de que os comportamentos e opressões são resultados de construções sociais. Assim, eles podem e devem ser discutidos e desconstruídos.
2.5.5- Moda Feminina no século XIX
A evolução no vestuário no século XIX – da Revolução Francesa à Belle Époque.
As roupas nessa época foram influenciadas pelo Neoclássico, após a Revolução Francesa em que as mulheres gostariam de abandonar os espartilhos, saiotes e saltos para adotar vestidos simples, porém essa mudança só acontece definitivamente no final do século.
Ao longo do século XIX, a industrialização na produção de roupas e tecidos espalhou-se para outros cantos do mundo. A indústria têxtil ficou firmemente estabelecida nos Estados Unidos, França, Alemanha e no Japão.
Aos poucos as roupas ocidentais foram substituídas pelas tradicionais. Mas algumas pessoas ainda preferiam usar roupas feitas por um artesão, quando podiam pagar. Outras pessoas, principalmente as que moravam em lugares isolados, continuaram a fabricar tecidos e roupas em casa.
Nesse século as roupas passaram a ficar mais simples e leve.
Começou a ser usado camisas e saias  ( que deveriam serem usadas juntas) e logo se tornaram tendência entre as mulheres de classe trabalhadora.
As Peças da Época.....Mostrar um exemplo
Durante o Dia
As mulheres usavam vestidos longos, daqueles que eram cheios de saias e geralmente tinham espartilhos durante o dia, chapéus (que só eram permitidos durante o dia).
Durante a Noite
Os vestidos de noite tinham decotes e nos pés usavam botinhas ou sapatinhos. As mais pobres também usavam vestidos, porém de um tecido menos nobre e com poucos enfeites ou saias e botinhas. Jóias eram muito utilizadas e os cabelos deveriam estar no alto.
Em casa
Dentro de casa, usava-se um robe originalmente concebido como “robe de chambre” que dispensava o uso de espartilhos.
Cores e Tecidos
Os tecidos eram de fibras naturais como algodão, linho, lã, sedas. Mas já existiam variedades de tramas com os crepes, chamalotes, veludos, tafetás, cetins, cassas, gorgorões, etc.

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