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CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA4 TEOLOGIA A palavra “teologia” vem dos termos gregos “theos” (Deus) e “logos” (palavra). Então, teologia é o estudo de Deus ou sobre Deus. Muita gente, sobretudo dentro do movimento pentecostal, assusta-se ao ouvir a palavra “teologia”, pois vêm a sua mente discussões intermináveis sobre assuntos sem a menor importância, apresentadas friamente de forma acadêmica. Porém, a teologia genuína, é na verdade bem diferen- te: é o estudo dos fundamentos da fé cristã, o estudo de Deus, Sua natureza, Seus atributos, Sua obra e Seu pro- pósito para com a humanidade. Esses temas estão bem longe de discussões superficiais e tediosas; são artigos em que se baseiam a nossa fé e a nossa vida. A teologia sadia responde às perguntas básicas do ser humano: Quem sou? Donde vim? Para onde vou? Qual o propósito da vida? A Teologia Sistemática, em última análise, é a resposta bíblica para estas perguntas. Outro fator muito importante é que o estudo da teolo- gia é “uma atividade espiritual para a qual precisamos da ajuda do Espírito Santo”. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DA TEOLOGIA CRISTÃ A TEOLOGIA CRISTÃ É UMA TEOLOGIA DA BÍBLIA Seu objeto de estudo é a Bíblia. Suas conclusões são baseadas na Bíblia. Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Porto Alegre - RS Presidente: Pr. João Oliveira de Souza Centro Educacional e Social Missionário Nils Taranger Presidente: Pr. Claudemir Garcia de Vasconselos Instituto Bíblico Esperança Diretor: Pr. Jorge Nei Pereira Vargas Diretor: Pr. Eduardo Moreira Dipp dos Santos Supervisor Adminstrativo: Vagner Bitencourt Autoria de Pr. Paulo André Barbosa Comissão Redatorial do Instituto Bíblico Esperança Pr. Eliezer Morais Pr. Jorge Nei Pereira Vargas Pr. Eduardo Moreira Dipp dos Santos Pr. Paulo André Barbosa da Silva Prof. Jonas Saraiva Rua Deodoro, 265 - Bairro Protásio Alves CEP 91260-370 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: (0xx51) 3387.1161 www.ibeteologia.com.br E-mail: ibeteologia@gmail.com Edição - 2019 É proibida a reprodução total ou parcial deste livro. Direitos reservados ao Instituto Bíblico Esperança. Arte e Diagramação: Carisson André Stallbaum Klaus (51) 3577 1323 | 9 9241 3443 atendimento@tecnoinfo-rs.com.br CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 3 Pr. João Oliveira de Souza Presidente da Assembleia de Deus de Porto Alegre - RS Pr. Claudemir Garcia de Vasconselos Presidente do Centro Educacional e Social Missionário Nils Taranger om muita satisfação apresentamos esta unidade de ensino, que tem como objetivo preparar obreiros e leigos, homens e mulheres para realizarem uma grande obra para o Senhor. Quando nos propomos a estu- dar a Palavra do Senhor, não só o fazemos para nosso cres- cimento espiritual, mas principalmente estamos investindo no Reino de Deus. Desejamos que você, de forma humilde e piedosa, aprenda as verdades doutrinárias, estando apto a refutar as heresias que têm se multiplicado nos dias atuais, sendo usado nas mãos de Deus para pregar o Evangelho com gra- ça e sabedoria, ganhando muitas almas para o Senhor. aro irmão e estudante do nosso Instituto Bíblico Es- perança, é grande a minha alegria em apresentar a você este livro. O conhecimento teológico é uma bênção para a Igreja de Cristo e deve ser valorizado como tal. Por isso, meu conselho é que você curse esta e as de- mais unidades deste nível com o maior empenho possível, pedindo sempre que Deus, por meio do Espírito Santo, conceda-lhe a plena compreensão das verdades eternas de Sua santa Palavra. A graça do Senhor Jesus Cristo seja com você. C C CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 3 Pr. João Oliveira de Souza Presidente da Assembleia de Deus de Porto Alegre - RS Diretor Geral do Instituto Bíblico Esperança Pr. Jorge Nei Pereira Vargas Diretor Administrativo do Instituto Bíblico Esperança com muita satisfação que apresento essa Unidade de estudo, que tem como objetivo preparar homens e mulheres para realizar uma grande obra para o Senhor. Quando você se propõe a estudar teologia, não só está fazen- do para o seu crescimento espiritual, mas principalmente está investindo no Reino de Deus. Desejo que você, de forma humilde e piedosa, aprenda as verdades doutrinárias, estando apto a refutar as heresias que têm se multiplicado nos dias atuais, sendo usado nas mãos de Deus para pregar o evangelho com graça e sabedoria, gan- hando muitas almas para o Senhor. gradeço a Deus pelo IBE, que, no decorrer de sua história, tem contribuído para o crescimento espiritual de inúmeros irmãos e irmãs. Desejamos que essa Uni- dade de Estudo seja uma importante ferramenta no preparo in- telectual e na qualificação teológica de obreiros que procuram preparar-se para melhor servir ao Senhor Jesus e Sua obra. Rogamos a Deus que todos cheguem ao pleno conhe- cimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual, vivendo de modo digno do Senhor, para o Seu in- teiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus. Que o Espírito Santo venha ajudar nessa gloriosa tarefa de estudar a Palavra de Deus. A graça do Senhor Jesus Cristo seja com todos! É A CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 5 A TEOLOGIA CRISTÃ É UMA TEOLOGIA SISTEMÁTICA É um estudo que se preocupa em recolher todos os dados bíblicos sobre um determinado tópico. As doutri- nas podem ser bem abrangentes ou bem restritas, como a “doutrina de Deus”, ou a doutrina da autossuficiência de Deus, ou ainda a doutrina da Trindade, etc. A TEOLOGIA CRISTÃ É UMA TEOLOGIA PRÁTICA Não somente aprendemos teologia, vivemos teologia. A aplicação da teologia, ou seja, da doutrina à nossa vida, é um dos aspectos menos observados. Todo o cristão ver- dadeiro, ao estudar e ao meditar na Palavra de Deus, terá sua vida aprofundada e crescerá espiritualmente. A TEOLOGIA CRISTÃ É CONTEMPORÂNEA Um fato impressionante em relação à Bíblia é que se trata de um dos livros mais antigos do mundo e, ao mes- mo tempo, o mais atual. Uma vez que a teologia cristã é uma teologia da Bíblia, compartilha as verdades eternas das Escrituras, procurando explaná-las ao homem moder- no, sem, no entanto, comprometer a sua mensagem. AS DIVISÕES DA TEOLOGIA A teologia é vastíssima, pois subdivide-se em diversas disciplinas. TEOLOGIA HISTÓRICA Acompanha a trajetória de fé do povo de Deus através da Bíblia e da história eclesiástica, observando o desenvol- vimento das doutrinas cristãs através dos tempos, expres- sas nas confissões de fé e nos credos da Igreja. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA6 TEOLOGIA EXEGÉTICA Procura analisar detalhadamente a Escritura, buscando o seu significado real. Fazem parte desse ramo teológico, por exemplo, o conhecimento das línguas originais e o es- tudo da arqueologia e dos métodos hermenêuticos. TEOLOGIA BÍBLICA Estuda os elementos que compõem a teologia da Bí- blia, buscando uma visão panorâmica dos temas e o apro- fundamento dos principais eixos e temas teológicos que perpassam os diferentes textos das Escrituras. TEOLOGIA FILOSÓFICA Usa instrumentos e métodos do raciocínio filosófico, dando ao estudo teológico um aspecto mais direcionado para a racionalidade humana. Neste ramo, a dúvida advin- da da reflexão é sempre benéfica e o seu método pode ser positivo para o teólogo cristão se baseado na revelação bíblica. TEOLOGIA APOLOGÉTICA Busca defender a fé cristã de maneira racional para convencer os incrédulos. Preocupa-se também, além da defesa dos valores cristãos, com a denúncia das falsas reli- giões e doutrinas errôneas que, por vezes, infiltram-se nas igrejas cristãs. TEOLOGIA PRÁTICA A teologia só tem valor real na vida do estudante se for vivenciada. Regeneração, santificação, edificação, perdão e amor não são apenas doutrinas ou conceitos teológicos, pois constituem o caminho que o crente deve trilhar dia- riamente. A adoração ao Senhor, a oração, a liturgia no CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 7 culto, todos utilizados com bases bíblicas, são campos de ação da teologia prática. TEOLOGIADOGMÁTICA Coleta o material da teologia exegética e da bíblica e o organiza, sintetiza e classifica em tópicos. Por exemplo, a coletânea de todos os ensinos bíblicos relacionados a Jesus Cristo inclui-se no grupo chamado “Cristologia”. É a teologia sistematizada produzida com base nos credos e confissões de fé das igrejas cristãs. TEOLOGIA PASTORAL Estuda o obreiro como pessoa e como ministro de Cris- to. Analisa aspectos e áreas do trabalho pastoral na con- gregação, à luz dos princípios teológicos que orientam o ministro no desempenho de suas atividades. TEOLOGIA DE MISSÕES Estuda o que é a missão da igreja, analisando os fun- damentos bíblicos e históricos desse tema, oferecendo subsídios para uma reflexão crítica sobre o fundamento bíblico-teológico de missões. BENEFÍCIOS DO ESTUDO DA TEOLOGIA ESTUDAR TEOLOGIA NOS AJUDA A VENCER AS FAL- SAS DOUTRINAS Em nossa sociedade, a religião tornou-se um grande negócio. Muitos sistemas religiosos populares, e inclusive alguns grupos “ditos” cristãos, disputam o público com filosofias fáceis de autoajuda. O nosso tempo testemunha o maior número de seitas e religiões proliferando-se dia a CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA8 dia. A questão não é mais crer, mas no que crer. E a teo- logia nos ensina a expor e refutar, com análise minuciosa, com humildade e com apresentação da verdade bíblica, os erros doutrinários, baseados, com certeza, em uma distor- ção dessa verdade. ESTUDAR TEOLOGIA NOS AJUDA A AVANÇAR RUMO À MATURIDADE Amadurecemos e mudamos para melhor quando estu- damos a Palavra de Deus. A Bíblia ensina que a sã-doutrina e a piedade estão ligadas (1Tm 6.3; Tt 1.1). ESTUDAR TEOLOGIA NOS AJUDA A ENCARAR BIBLI- CAMENTE AS NOVAS QUESTÕES DOUTRINÁRIAS Se o Senhor Jesus não vier daqui a 10 ou 20 anos, que modismo teológico surgirá nas igrejas onde ministramos? Como nos posicionaremos? Aqueles que estudam teologia sistemática poderão responder a essas questões. Quem tem aprendido as doutrinas da Palavra de Deus está mais habilitado a tomar decisões que agradam a Deus. ESTUDAR TEOLOGIA NOS AJUDA A EQUILIBRAR A EXPERIÊNCIA COM A PALAVRA Atualmente a experiência é supervalorizada e, no cam- po religioso, não é diferente. Com relação à experiência religiosa, é comum ouvirmos: “Não sei se é bíblico, mas eu experienciei”. COMO DEVEMOS ESTUDAR TEOLOGIA COM HUMILDADE ”Humilhai-vos na presença do Senhor, e Ele vos exalta- rá” (Tg 4.10). Quando passamos a estudar teologia, des- CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 9 cobrimos informações acerca da Bíblia e do próprio Deus que muitos dos nossos irmãos em Cristo desconhecem. Nessas situações, precisamos agir com humildade e não com ar de superioridade em relação àqueles que não tiveram ainda a mesma oportunidade de estudo (Tg 1.1- 20; 3.13-18). Assim, não cairemos “no conhecimento que ensoberbece” (1Co 8.1), mas no desejo de servir aos outros com aquilo que recebemos. COM ORAÇÃO ”Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de reve- lação no pleno conhecimento dele. Iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos” (Ef 1.17,18). “Abre os meus olhos para que eu possa ver as verdades maravilhosas da tua lei” (Sl 119.18 BLH). O estudo da teologia é uma atividade espiritual para a qual precisamos contar sempre com a ajuda do Espírito Santo. Sem uma mente renovada e um coração quebran- tado, não podemos interpretar corretamente os ensinos bíblicos. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA10 GUIA DO ALUNO DO CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA DO IBE ORIENTAÇÕES GERAIS Para matricular-se no Curso Básico em Teologia do IBE, o candidato precisa, primeiramente, estar convicto quan- to à responsabilidade que vai assumir. Deve estar movido unicamente pelo propósito de obter e/ou melhorar conhe- cimentos bíblicos, para melhor servir a Deus e ao próximo. Cada aluno, ao matricular-se, está assumindo o com- promisso de estudar a Unidade de Estudo (livro) do curso no mínimo durante 1h30min por dia, lendo-a, consultan- do os versículos sugeridos no decorrer do texto e fazendo os exercícios de fixação propostos, além de frequentar as aulas presenciais no dia proposto pelo núcleo. MATRÍCULA As principais condições para a matrícula de candidatos são as seguintes: ¾ Ser membro de uma igreja evangélica e estar em comunhão pelo período mínimo de um ano – para mem- bros de outras denominações, é solicitada carta de reco- mendação do respectivo pastor; ¾ Ter idoneidade, integridade moral e vida cristã aprovada e recomendada pelo pastor; ¾ Ter idade mínima de 15 anos completos na oca- sião da matrícula (para os casos de alunos menores de 18 anos, é necessária autorização do responsável); ¾ Ter, preferencialmente, o ensino fundamental completo (antigo 1º grau); CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 11 ¾ Preencher a ficha de matrícula, que deve ser as- sinada pelo pastor, e entregá-la ao secretário-tesoureiro do núcleo. Além desses requisitos, cabem especificações sobre ou- tros procedimentos com relação ao aluno do curso: MATERIAL DIDÁTICO ¾ Cada aluno deverá possuir seu próprio livro, não sendo possível frequentar as aulas sem ele. ¾ O IBE não fornece o material diretamente ao aluno. Ele será recebido através do núcleo, mediante o pagamento do custo do curso, que se refere ao valor da Unidade. AULA SEMANAL ¾ A aula do núcleo será sempre semanal, com du- ração de três horas, realizada em um dia fixo, conveniente para o núcleo. ¾ Cada aula semanal abrange uma lição da Unida- de de Estudo, sendo revisados todos os textos e exercícios que a compõem, previamente estudados e preenchidos pelo aluno, e sendo realizada também a prova da lição. ¾ O aluno deve evitar faltar ou chegar atrasado à aula semanal, pois ela constitui parte importante do aprendizado e do sistema de ensino do curso, além de ser o único momento em que é permitida a realização das provas. PROVA SEMANAL ¾ A prova é realizada ao final da aula, individual- mente e sem consulta ao material de estudos. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA12 ¾ Não poderá haver aplicação da prova fora do momento propício para tanto. ¾ No caso de o aluno haver perdido a aula sema- nal, a prova da lição correspondente pode ser realizada na aula seguinte. ¾ É constituída de questões objetivas, cuja mar- cação deve ser feita com cuidado, evitando anulação da questão resurada. ¾ O aluno devem realizar a prova à caneta azul ou preta e com letra legível nas partes escritas, sobretudo ca- beçalho. ¾ Somente devem permanecer em sala de aula os alunos que estiverem fazendo a prova, sendo permitida a saída do aluno que teminar sua avaliação. ¾ Como ocorre comumente durante a aplicação de instrumentos avaliativos, o aluno não deve manter comu- nicação de qualquer natureza durante o período de ava- liação. ¾ As provas de um a quatro, de cada Unidade de Estudo, após aplicadas, são corrigidas pelo professor e lançadas nos registros. ¾ A prova final, aplicada no dia da última lição da Unidade, compreende o conteúdo dessa e das demais li- ções. ¾ A prova da unidade anterior é mostrada ao alu- no na aula seguinte. O aluno deve entregá-la ao professor novamente após ter tido conhecimento da correção e de sua nota. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 13 DESISTÊNCIA OU TRANSFERÊNCIA Para o aluno que desistiu, interrompeu o curso ou tran- cou sua matrícula e deseja reingresso, esse será feito na unidade que estiver sendo estudada no momento da soli- citação. Quanto às demais unidades que deixou de estudar, ele as computará de acordo com a rotatividade normal do currículo. Em caso de transferência do aluno de um núcleo para outro, no novo núcleo, o aluno transferido deverá prosse- guir com a unidade que estiver sendo estudada. APROVAÇÃO E CONCLUSÃO O Curso foi estruturado com base no período letivo de quatro semanas por unidade de estudo. A aprovação do aluno se dápor Unidade de Estudo. Um aluno só terá seu curso completo quando tiver sido aprovado em todas as Unidades. Caso tenha alguma unidade pendente, ou tenha sido reprovado, deverá providenciar a sua recuperação, que será oferecida através de uma avaliação semelhante à prova final. O aluno terá direito a recuperar o núme- ro de Unidades equivalente à metade do número toal de Unidades do curso. Se reprovado em mais da metade das Unidades, o aluno deverá repetir o curso. A nota mínima para aprovação é 6,0 (seis). O valor cor- respondente aos exercícios de cada lição é 0,5, e o de cada prova é 2,0. Exercícios de cada lição Provas de cada lição Média Final 0,5 x 4 = 2,0 2,0 x 4 = 8,0 2,0 + 8,0 = 10,0 CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA14 Todos os alunos que terminarem o curso deverão aguar- dar, sempre através do núcleo, as informações necessárias e os procedimentos para a formatura. ESTUDANDO COM EFICIÊNCIA A UNIDADE A Bíblia é a Palavra de Deus: seu autor é o próprio DEUS, seu tema central é JESUS CRISTO, seu verdadeiro intérpre- te é o ESPÍRITO SANTO e do seu conhecimento depende a SALVAÇÃO de todos os homens. Compreendendo o valor dessa premissa, faz-se neces- sário estudar a Bíblia dentro de métodos adequados, para que possamos obter um resultado satisfatório. BUSCAR A AJUDA DIVINA Ore a Deus, pedindo a presença do Espírito Santo para que Ele possa capacitar as suas faculdades mentais quanto aos assuntos que são tratados na unidade de estudo. TER TODO MATERIAL DIDÁTICO Além da Unidade de Estudo, tenha em mãos: ¾ Bíblia - se possível em mais de uma versão; ¾ Dicionário Bíblico; ¾ Dicionário da Língua Portuguesa; ¾ Atlas Bíblico; ¾ Concordância Bíblica; ¾ Caderno e caneta para apontamentos individu- ais. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 15 PLANEJAR O TEMPO PARA ESTUDAR Reservar uma hora e trinta minutos, diariamente, para ler e completar os exercícios da Unidade de Estudo, além do dia designado pelo núcleo para a aula presencial e para a prova. PLANEJAR AS TÉCNICAS DE ESTUDO No primeiro contato com a matéria, procure fazer uma leitura de toda a Unidade de estudo, para ter uma visão global dela. Na segunda leitura, devem-se destacar as pa- lavras desconhecidas da lição, procurando os seus signifi- cados. A terceira leitura servirá para depreender as ideias principais e secundárias do texto e resolver os exercícios de fixação. TIRAR O MELHOR PROVEITO DA AULA PRESENCIAL Escute com atenção, participando sempre com brevi- dade dentro do assunto que está sento estudado. Desli- gue-se de possíveis elementos distratores e procure tomar nota de tudo o que achar necessário. Não deixe de tirar dúvidas que tenham surgido tanto durante o estudo da lição, quanto durante a aula. “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor.” (Oseias 6.3a) CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA16 v a.C - Antes de Cristo ARA - Almeida Revista e Atualizada ARC - Almeida Revista e Corrigida ACF - Almeida Corrigida Fiel AT - Antigo Testamento BV - Bíblia Viva BEP - Bíblia de Estudo Pentecostal Cap. - Capítulo Caps. - Capítulos Cf. - Confira d.C. - Depois de Cristo Gr. - Grego Heb. - Hebraico Ibid. - Na mesma obra Idem - O mesmo LXX - Septuaginta Lat. - Latim NT - Novo Testamento NTLH - Nova Tradução na Linguagem de Hoje NVI - Nova Versão Internacional TM - Texto Massorético Vs. - Versículo AR - IBB - Almeida Revisada Imprensa Bíblica Brasileira ABREVIATURAS Todas as citações bíblicas são da Tradução de João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada no Brasil, 2ª Edição, Sociedade Bí- blica do Brasil, salvo indicação em contrário. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 17 LIÇÃO 01 - INTRODUÇÃO À CRISTOLOGIA TEXTO 01 - TEXTO 02 - TEXTO 03 - TEXTO 04 - LIÇÃO 02 - A DIVINDADE E A HUMANIDADE DO SE- NHOR JESUS TEXTO 01 - TEXTO 02 - TEXTO 03 - TEXTO 04 - TEXTO 05 - LIÇÃO 03 - A OBRA DE CRISTO TEXTO 01 - TEXTO 02 - TEXTO 03 - TEXTO 04 - 26 31 43 51 60 67 81 87 98 108 115 126 132 A PREEXISTÊNCIA DE CRISTO ................ OS TÍTULOS E NOMES DE CRISTO ......... A PESSOA DE CRISTO ............................ A IMPECABILIDADE DE CRISTO ............. A DIVINDADE DE CRISTO ...................... AS PROVAS BÍBLICAS DA DIVINDADE DE CRISTO ................................................. A UNIDADE DA PESSOA DE CRISTO ...... OS ESTADOS DE CRISTO (ESTADO DE HUMILHAÇÃO) ..................................... O ESTADOS DE CRISTO (ESTADO DE EXALTAÇÃO) ......................................... O TRÍPLICE OFÍCIO DE CRISTO ............... A EXPIAÇÃO ......................................... A ESCATOLOGIA E CRISTO .................... A ESCATOLOGIA E CRISTO (CONTINUA- ÇÃO) .................................................... CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA18 LIÇÃO 04 - ANGELOLOGIA TEXTO 01 - TEXTO 02 - TEXTO 03 - TEXTO 04 - TEXTO 05 - 143 149 159 169 177 A IMPORTÂNCIA DA ANGELOLOGIA ...... A NATUREZA DOS ANJOS ...................... O MINISTÉRIO DOS ANJOS ................... DEMONOLOGIA BÍBLICA ........................ BATALHA ESPIRITUAL ............................ CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 19 INTRODUÇÃO À CRISTOLOGIA A PREEXISTÊNCIA DE CRISTO OS TÍTULOS E NOMES DE CRISTO A PESSOA DE CRISTO A IMPECABILIDADE DE CRISTO ESBOÇO DA LIÇÃO 01 TEXTO 01 - TEXTO 02 - TEXTO 03 - TEXTO 04 - CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA20 INTRODUÇÃO À CRISTOLOGIA “Indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe, per- guntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem?” (Mt 16.13). Essa, na verdade, é a pergun- ta mais relevante já feita na história. Quem descobrir quem é Jesus terá a resposta para sua vida, a luz no fim do seu túnel escuro. Quando Jesus veio a este mundo, veio de forma ines- perada; porém, chegou no tempo certo, na “plenitude do tempo” (Gl 4.4). Veio em um momento de grande expectativa. “És tu aquele que estava para vir ou have- mos de esperar outro?” (Mt 11.3), perguntava o Batista. A mulher samaritana afirmava: “Eu sei, que há de vir o Messias” (Jo 4.25). André afirmou a Simão: “achamos o Messias” (Jo 1.41). Quem é Jesus para a Igreja? Qual o conceito que te- mos de Jesus? A resposta a essa pergunta determinará a sua felicidade eterna: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Oscar Cullmann diz1 que “se a Teologia é a ciência que tem por objeto Deus, a Cristologia é aquela que tem por objeto Cristo, sua pessoa e obra“. A Cristologia, portanto, é a doutrina de Cristo, que tem como objetivo esclarecer que Jesus Cristo é Deus, que Se fez homem, 1. Oscar Cullmann, Cristologia do Novo Testamento, Editora Líber, pág. 17. LIÇÃO 01 CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 21 tornando-se Senhor e Salvador do Seu povo através de Sua morte expiatória. “Jesus é verdadeiro Deus e verda- deiro homem”. A igreja tem que seguir, nestes tempos de pluralismo, mais do que nunca, a voz de Jesus. Ele é o verbo, a Palavra final de Deus. A RELAÇÃO ENTRE A CRISTOLOGIA E A ANTROPO- LOGIA TEOLÓGICA A antropologia teológica trata do homem, criado à imagem de Deus e dotado de verdadeiro conhecimen- to, justiça e santidade, mas que, pela voluntária trans- gressão da Lei de Deus, despojou-se de sua verdadei- ra humanidade e transformou-se em pecador. Mostra, ainda, o homem como criatura altamente privilegiada, trazendo alguns traços de sua glória original, mas uma criatura que perdeu os direitos de sua verdadeira liber- dade e sua justiça e santidade originais. A antropologia teológica salienta não apenas a con- dição primária do homem, mas também sua pecami- nosidade, isso é, a distância ética que há entre Deus e o homem, como resultado da queda. A Cristologia é, em parte, resposta a essa situação calamitosa. Põe- -nos a par da obra de Cristo, afastando as barreiras, cumprindo a Lei; como diz Berkhof2: “Cristo tipificado, prefigurado no AT como o Redentor do homem, veio na plenitude do tempo, para tabernacular entre os homens e levar a efeito uma reconciliação eterna”. 2. Louis Berkhof -Teologia Sistemática, pág. 305 - Luz para o Caminho. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA22 A RELAÇÃO ENTRE A CRISTOLOGIA E A SOTERIO- LOGIA A pessoa de Cristo Jesus torna-se conhecida por Sua obra, pelo impacto que causou na história. É aqui que existe uma ligação umbilical entre a Soteriologia, que é a doutrina da Salvação, e a Cristologia, a doutrina do Salvador. A Cristologia e a Soteriologia podem ser con- sideradas como dois lados da mesma moeda. O LUGAR DE JESUS NA TEOLOGIA O Senhor Jesus Cristo é o fundamento de toda a te- ologia cristã, é a figura central do cristianismo. A teolo- gia que não for teocêntrica e cristocêntrica não repre- senta o claro ensino bíblico que apresenta Jesus como o cumprimento das expectativas do Antigo Testamento e o autor dos ensinos do Novo Testamento. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 23 A PREEXISTÊNCIA DE CRISTO O nascimento de Cristo, em Belém da Judeia, há dois mil anos, é um fato histórico que é ensinado pelas Escri- turas. Mas as mesmas Escrituras ensinam também que Cristo já existia eternamente antes da Sua encarnação. 1.1 - A ETERNIDADE DO FILHO DE DEUS Na eternidade passada, Cristo “estava com Deus”. Na realidade, “Ele era Deus” (Jo 1.1); e isso “antes que hou- vesse mundo” (Jo 17.5). Ele é chamado “ho logos“ (Jo 1.1-14; Ap 19.13). Cristo, em sua oração sacerdotal, referiu-se a Sua preexistência: “e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo...Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo” (Jo 17.5,7). 1.2 - CRIADOR E PRESERVADOR As Escrituras afirmam que Cristo teve parte na cria- ção. João diz que “Todas as coisas foram feitas por in- termédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” LIÇÃO 01 - TEXTO 01 CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA24 (Jo 1.3 cf. o versículo 103). Paulo fala em 1Co 8.6: “toda- via, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele”. Paulo continua dizendo em Colossenses 1.16,17: “pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e so- bre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste”. Esses textos apresentam o Senhor Jesus Cristo como: Criador e Preservador. Quando Deus estava para criar o homem, entrou em conselho divino. Deus disse: “Façamos o homem à nos- sa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26). Esse fato pressupõe que Cristo estava tendo parte na criação. Às vezes, são feitas a nós perguntas como: “Quando Cristo passou a existir?” ou “Como o Pai criou o filho? Podemos afirmar, com base nos argumentos bíblicos expostos acima e em outros, que Cristo é preexistente, incriado, eterno, sem começo e sem final. Ele é o “alfa e o ômega” (Ap 1.8). 1.3 - JESUS É O EU SOU “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8.58). Essa declaração fez com que os judeus desejassem ma- tar a Jesus (Jo 8.59), porque, nela, Ele Se identificou como Deus, quando falou a Moisés no monte em Êx 3. João 1.10: “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu”. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 25 3.144. Paulo, ao apelar para a generosidade dos irmãos de Corinto, faz uso da doutrina da preexistência de Cristo quando diz que “Cristo, sendo rico, fez-se pobre” (2Co 8.9). 1.4 - A ENCARNAÇÃO DE CRISTO A.A. Hodge diz5 que a encarnação “se acha envolvi- da em todas as demais doutrinas de todo o sistema da fé cristã; em todos os atos mediatários de Cristo, como profeta, sacerdote e rei; na história inteira de seu esta- do de humilhação, e em todos os aspectos de seu esta- do de exaltação; e, sobretudo, na significação e valor do seu sacrifício vicário, que é o coração do Evangelho. Se Cristo não é uma pessoa tanto Deus como homem, ou não poderia morrer ou a sua morte não teria valor. Se Ele não fosse homem, a sua história seria um mito; se não fosse Deus, seria idolatria prestar-lhe culto, e, ao mesmo tempo, não lhe prestar culto seria desobedecer ao Pai (Jo 5.23)”. Sobre a encarnação, a Bíblia ensina que: a) “O Verbo se fez carne” (Jo 1.14) - “...a si mes- mo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornan- do-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana” (Fp 2.7). Ele disse: ”... um corpo me for- maste” (Hb 10.5). 4. “Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros.” 5. Esboços de Teologia, pág. 533. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA26 b) É uma doutrina fundamental - “Nisto reco- nheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espíri- to que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo” (1 Jo 4.2,3). Nesse contexto, fica clara a importância da encarna- ção de Cristo: a) A encarnação era necessária para que Cristo pudesse sofrer pelos pecados dos homens. Para sofrer pelos pecadores, era necessário que Seu corpo fosse real. b) A encarnação era necessária para que Cristo pudesse ”compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4.15). Pois “naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para so- correr os que são tentados” (Hb 2.18). CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 27 I. MARQUE “V” PARA VERDADEIRO OU “F” PARA FALSO: 1. ( ) Quando Deus estava para criar o homem, en- trou em conselho divino, o que pressupõe a presença de Cristo. 2. ( ) Para que Jesus pudesse sofrer pelos pecadores, não era necessário que Seu corpo fosse real. 3. ( ) A encarnação era necessária para que Cristo pudesse compadecer-Se das nossas fraquezas. 4. ( ) A doutrina da encarnação não é fundamental para a fé cristã. 5. ( ) Mesmo que Cristo não fosse homem, a Sua morte teria valor. 6. ( ) A declaração de Cristo de que “antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo 8.58) fez com que os ju- deus reconhecessem Seu ministério messiânico. 7. ( ) Se Cristo não fosse homem, a Sua história seria um mito. 8. ( ) Paulo fez uso da doutrina da Preexistência de Cristo em 2Co 8.9. 9. ( ) Ap 1.8 permite afirmar que Deus-Pai criou a Je- sus Cristo. 10. ( ) Na eternidade passada, Cristo estava com Deus; Ele próprio referiu-se a Sua preexistência em Jo 17.5,7. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA28 OS TÍTULOS E NOMES DE CRISTO A variedade de nomes atribuídos à pessoa do Senhor Jesus testifica que a riqueza e a profundidade da Sua missão redentora não podem ser expressas exaustiva- mente por uma só palavra. Por essa razão, é muito im- portante estudarmos a profundidade dos conceitos que permeiam os diversos nomes que o Senhor Jesus recebe no NT. Vamos estudar alguns deles: 2.1 - JESUS (SALVADOR) O nome “Jesus” é a forma grega do hebraico Jehoshua, Joshua (Js 1.1; Zc 3.1), ou Jeshua6, que quer dizer salvar. O nome expressa a ideia de salvação e re- denção (Mt 1.21). É o nome pessoal do Filho de Deus. O nome “Jesus” foi usado aproximadamente 942 ve- zes no NT. Somente por esse nome podemos chegar à conclusão de que Jesus é o Yaweh. Muitas das ocorrên- cias de “Yaweh” ou “Senhor” no AT são, na verdade, referências ao Senhor Jesus do NT. 2.2 - CRISTO OU MESSIAS (TÍTULO OFICIAL E MIS- SÃO) Se Jesus é o nome pessoal, Cristo é o nome oficial do Messias. É o equivalente de Mashiach do Antigo Testa- 6. Forma comumente usada nos livros históricos pós-exílicos. LIÇÃO 01 - TEXTO 02 CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 29 mento7, e, assim, significa o ungido. Na antiga dispensação, os reis e os sacerdotes eram ungidos (Ex 29.7;Lv 4.3; Jz 9.8; 1Sm 9.16; 10.1; 2Sm 19.10). O rei era chamado o “ungido de Yaweh” (1Sm 24.10) – somente um exemplo de unção de profeta está registrado (1Rs 19.16). O óleo usado na unção desses oficiais simbolizava o Espírito de Deus (Is 61.1; Zc 4.1- 6), e a unção representava a transferência do Espírito para a pessoa consagrada (1Sm 10.1,6,10; 16.13,14). A unção era um sinal visível de: a) Designação para um ofício; b) Estabelecimento de uma relação sagrada e o resultante caráter santo da pessoa ungida (1Sm 14.6 26.9; 2Sm 1.14); c) Comunicação do Espírito ao ungido (1Sm 16. 13). O AT se refere à unção do Senhor Jesus (Sl 2.2,6; 45.7; Pv 8.23) bem como o NT também o faz (At 4.27; 10.38). Em Isaías 11.2; 42.1, Cristo foi instalado em Seus ofícios, desde a eternidade, mas, historicamente, essa unção se efetuou quando Ele foi concebido pelo Espírito Santo (Lc 1.35) e quando recebeu o Espírito, na ocasião do Seu batismo (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32; 3.34). A unção do Espírito serviu para qualificá- -Lo para a Sua grande tarefa. Primeiro, o nome Cristo foi aplicado ao Senhor como um substantivo comum, com o artigo, mas gradativamente se desenvolveu e se tornou um nome próprio, sendo então usado sem o artigo. 7. De “maschach”, ungir. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA30 2.3 - FILHO DO HOMEM - HEBRAICO: BARNASCHA, HUMANIDADE No Antigo Testamento, esse nome é encontrado em Sl 8.4; Dn 7.13 e muitas vezes no livro de Ezequiel. No Novo Testamento, esse título aparece mais de 80 vezes. Ele anuncia a humanidade do Senhor, que viveu sobre a Terra, sofrendo as mesmas coisas que sofremos, mor- rendo a nossa morte, e ressuscitando novamente para a nossa justificação. Esse nome nos lembra que Ele conhece as nossas ne- cessidades, não apenas como Deus Onisciente, aquele que conhece todas as coisas, mas também como al- guém que teve as mesmas necessidades “nos dias de sua carne” (Hb 5.7). Isso acende em nós a confiança de que Ele é capaz de nos ajudar em todas as nossas fra- quezas e enfermidades. 2.4 - FILHO DE DAVI (LINHAGEM REAL) Esse título equivale a “Messias”, pois a característica marcante do Messias era Sua linhagem davídica. Deus prometeu a Davi uma linhagem perpétua (2Sm 7.16), à sua casa foi dada soberania eterna sobre Israel. O povo tinha uma esperança de que, acontecesse o que acon- tecesse à nação, no tempo de Deus, apareceria um rei pertencente ao trono e linhagem de Davi. Os profetas relembravam essa esperança, afirmando que a reden- ção de Israel estava ligada com a vinda de um grande rei da casa de Davi (Jr 23.5; 30.9; Ez 34.23; Is 55.3,4; Sl 8.4; 89.34-37). O titulo “Filho de Davi” não era uma descrição com- pleta do Messias, porque acentuava, principalmente, CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 31 a Sua ascendência humana. Então, o povo, ignorando as Escrituras, que falavam da natureza divina de Cris- to, esperava que o Messias humano fosse um segundo Davi. Jesus corrige esse conceito em Mt 22.42-46: “Que pensais do Cristo8? “De quem é filho? Os fariseus res- ponderam: de Davi”. Então, Jesus citou o Salmo 110.1 e perguntou: “Se Davi lhe chama Senhor, como é ele seu filho?”. Como pode o Senhor de Davi ser filho de Davi? Os fariseus ficaram confundidos. A resposta na- turalmente é: o Messias é tanto Senhor como filho de Davi. Pelo milagre do nascimento virginal, Jesus nasceu de Deus e também de Maria; desse modo, Ele é filho de Deus e filho do Homem. Como filho de Deus, Ele é Senhor de Davi e, como filho de Maria, Ele é filho de Davi. O pai “Davi” era hu- mano e morreu; seu reino foi terreno e se desintegrou. Porém, segundo Is 9.6,7, o descendente de Davi, o Rei- Messias, seria divino, e Seu reino, eterno. Davi foi um “pai” temporário para o seu povo; o Messias é um “Pai eterno9” para todo o povo (Sl 2.6-8; Lc 22.29) 2.5 - FILHO DE DEUS O nome “Filho de Deus” foi variadamente aplica- do, no AT, ao povo de Israel (Ex 4.22; Jr 31.9; Os 11.1), a oficiais de Israel, ao prometido rei da casa de Davi (2Sm 7.14; Sl 89.27), a anjos (Jó 1.6; 2.1; 38.7; Sl 29.1; 89.6), a pessoas piedosas em geral (Gn 6.2; Sl 73.15; Pv 14.26). Em Israel, o nome alcançou significado teo- crático. No NT, vemos Jesus apropriando-se do nome, e 8. Isto é “do Messias”. 9. Imortal, eterno, imutável. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA32 outros atribuindo-o a Ele. O nome é aplicado a Jesus em quatro sentidos diferentes, nem sempre mantidos em distinção na Escritura. Às vezes, combinado ao nome, é-Lhe aplicado: 2.5.1 - Em Sentido Oficial, Messiânico É mais uma descrição do ofício do que da natureza de Cristo. O Messias pode ser chamado filho de Deus, como Seu herdeiro e representante. Os demônios en- tenderam no sentido messiânico o nome quando o apli- caram a Jesus (Mc 5.7). Parece ter esse mesmo sentido em Mt 24.36 e Mc 13.32. Mesmo o nome, como profe- rido pela voz de Deus, na ocasião do batismo de Jesus e na transfiguração (Mt 3.17; 17.5; Mc 1.11; Lc 3.22; 9.35), pode ser interpretado desse modo, mas tem um sentido mais profundo. 2.5.2 - Em Sentido Trinitário Às vezes, o nome é usado para indicar a divindade essencial de Cristo. Como tal, indica uma filiação pre- existente, que transcende, absolutamente, a vida hu- mana de Cristo e Sua vocação oficial como o Messias. Encontramos esse uso em Mt 11.27; 14.28-33; 16.16. 2.5.3 - Em Sentido Natalício Cristo é chamado Filho de Deus em virtude de Seu nascimento sobrenatural. O nome é assim aplicado a Ele na conhecida passagem de Lc 1.35, onde Sua ori- gem humana é atribuída à direta e sobrenatural pater- nidade de Deus. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 33 2.5.4 - Em Sentido Ético-Religioso É nesse sentido que o nome “filhos de Deus” é apli- cado aos crentes do Novo Testamento. 2.6 - SENHOR O nome “Senhor” (do grego “Kyrios”, divindade, gló- ria, soberania) é aplicado a Deus na Septuaginta10: a) Como equivalente de Yaweh; b) Como tradução de Adonai; c) Como versão de um título honorífico aplicado a Deus11 (Js 3.11; Sl 97.5). No Novo Testamento, o nome “Senhor” é aplicado a Deus: a) Como uma forma polida e respeitosa de trata- mento (Mt 8.2; 20.33); b) Como expressão de posse e autoridade, sem nada implicar quanto ao caráter e à autoridade divinos de Cristo (Mt 21.3; 24.42); c) Com a máxima conotação de autoridade, ex- pressando um caráter exaltado, e, de fato, equivalendo ao nome “Deus” (Mc 12.36,37; Lc 2.11; 3.4; At 2.36; 1Co 12.3; Fp 2.11). Quando os imperadores romanos se referiam a si mesmos como “Senhor César”, requerendo que seus súditos dissessem “César é Senhor”, os gentios enten- diam que o imperador estava se declarando divino. Os 10. Tradução grega do AT, usada nos tempos de Cristo. 11. Principalmente “Adon”. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA34 cristãos também o entendiam e preferiam a tortura e a morte a atribuir a um homem um título que pertence somente a Cristo. O termo “Kuryos” dava a entender que Cristo era igual ao Pai. 2.7 - O VERBO, A PALAVRA A Palavra de Deus é o veículo mediante o qual Deus Se expressa aos homens, o meio pelo qual Deus expres- sa o Seu poder, a Sua sabedoria e a Sua vontade. Cristo é a Palavra, ou o verbo (do grego “logos”, preexistên- cia), porque, por meio dEle, Deus revelou Sua atividade, vontade e propósito e, por meio dEle, tem contato com o mundo. Nós nos expressamos por meio de palavras. Deus Se expressa por meio do Filho que “é a expressa imagem da sua pessoa” (Hb 1.3). Cristo é a Palavra de Deus demonstrada em pessoa. Ele não somente traz a mensagem de Deus - Ele é a mensagem de Deus. O homem tem anelado por uma resposta mais clara à pergunta: “Como Deus é?”. Então, aconteceu o fato mais relevante da história: “E o verbo se fez carne” (Jo 1.14). O verbo eterno de Deus tomou para Si mesmo a natureza humana e tornou-Se homem, para revelar o eterno Deus por meio de Sua personalidade humana (Hb 1.1,2); à pergunta “Como Deus é?”, o crente pode responder: “Deus é como Cristo, porque Cristo é o Ver- bo; a ideia queDeus tem de Si mesmo. Isso é, Cristo é a expressa imagem da Sua pessoa” (Hb 1.3); a imagem do Deus invisível (Cl 1.15). CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 35 2.8 - SERVO DE YAWEH Com esse título (do hebraico: “Ebed Yaweh”, Sacrifí- cio vicário, substituição), chegamos ao centro da Cristo- logia. É essencial observar que os chamados “cânticos do servo”, em Isaías (42.1-7; 49.1-9; 50.4-9; 52.13-53; 61.1-3) especificam Jesus Cristo com o Seu caráter im- pecável (53.9), e a grandeza da Sua obra (42.4). O ser- vo foi profetizado nas Escrituras como um profeta que nasceu humanamente (Is 49.1-2), e que foi revestido pelo Espírito Santo (Is 42.1; 61.1; Lc 4.21). 2.8.1 - A missão do servo consistia em: a) Sofrer vicariamente e carregar as aflições dos outros (Is 53.4; cf. as curas operadas por Cristo - Mt 8.17); b) Ficar sujeito ao opróbrio (Is 49.7; 50.6; Mt 26.67; 27.26), encontrando incredulidade (Is 53.1); c) Ser condenado como criminoso, entregando sua vida, sendo castigado pelos pecados dos outros (Is 53.5-8; 1Pe 2.22-25), pois Deus fez de Sua alma uma oferta pela culpa (Is 53.10). Ele, na expiação, “asperge muitas nações” (Is 52.15; Hb 12.24; 1Pe 1.2); d) Cumprir o beneplácito de Deus, sendo sepul- tado com os ricos (Is 53.9-10;Mt 27.57) e ressuscitando em glória (Is 53.10,12); e) Justificar a muitos por seu sacrifício divino (v.11), que também é eficaz para os gentios (Is 42.6; Lc 2.32); CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA36 f) Estabelecer a justiça definitiva na própria Terra (Is 42.4; Rm 15.21). g) Ser, a encarnação da aliança redentora, ou do testamento de Deus (Is 42.6; 49.8), e a tornar eficaz mediante a sua morte e na sua própria vida ressurreta, a constituir-se em herança para os santos (Cl 1.27). Os cânticos do servo são muito importantes, pois provêm da equiparação entre o Messias Davídico e o Servo Sofredor12, os dois retratos de Cristo no AT. Cris- to revelou Sua própria identidade de modo conclusivo, tanto como o Messias (Jo 4.25-26), quanto como o Ser- vo Sofredor (Lc 22.37). 2.9 - EMANUEL “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer di- zer: Deus conosco” (Mt 1.23, cf. Is 7.14). Esse nome do Salvador salienta duas verdades básicas: a) Sua divindade - O nome Emanuel significa “Deus conosco”, isto é, Cristo é Deus, o que o próprio DeusPai reconhecia (Hb 1.8; Sl 45.6,7). Os títulos que Isaías aplica ao Senhor (Is 9.6) indicam a natureza divi- na do Senhor Jesus. b) Sua presença - “E o Verbo se fez carne e ha- bitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14). Cristo é o Emanuel, o Deus conosco, porque Sua obra é estar entre o homem e Deus, sendo nosso mediador (Is 8.8; 1Tm 2.5). 12. Confira com Gn 3.15: O descendente messiânico é vitorioso, mas “é ferido no calcanhar”. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 37 2.10 - CORDEIRO DE DEUS Quando João Batista disse “Eis o Cordeiro de Deus” (Jo 1.36), estava indicando que todos os tipos e símbo- los estavam sendo cumpridos em Cristo. Em Sua vida santa e especificamente em Sua morte, a profecia de Isaías cumpriu-se (Is 53.7; Mt 26.61-63; 1Pe 2.22,23). a) Jesus foi o sacrifício dado por Deus (Jo 3.16; Is 28.16; 42.1; 1Pe 2.4); b) Cristo foi o sacrifício sem mácula (2Co 5.21; Hb 4.15; 1Pe 2.22) e precioso diante de Deus (1Pe 1.19) c) A aspersão do sangue de Cristo é o sinal de que Deus aceita (Hb 9.14; 12.24). Quem recebeu a as- persão do sangue de Cristo em seu coração nunca verá a morte, mas passou da morte para a vida (Jo 5.24; 2Ts 1.10; 1Jo 1.7). 2.11 - OUTROS NOMES DE CRISTO a) Semente da Mulher (Gn 3.15). b) Renovo (Zc 6.12 cf. 3.8). c) Fundamento (1Co 3.8). d) Soberano (Ef 1.21). e) Maravilhoso Conselheiro (Is 9.6). f) Deus Forte (Is 9.6). g) Príncipe da Paz (Is 9.6). h) Pastor e bispo (1Pe 2.25). i) Pão da Vida (Jo 6.35). CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA38 j) Senhor (At 2.36; Ap 17.14). k) Autor e Consumador da fé (Hb 12.2). SAIBA MAIS Termos cristológicos chaves a) Encarnação - Deus “se tornou carne”; b) Dupla Natureza do Salvador - duas naturezas distintas, humana e divina; c) União Hipostática - união de duas naturezas em uma pessoa; d) Pessoa Teoantrópica - a “pessoa” é tanto “Deus” como “Homem” (o teantropos). CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 39 I. ASSINALE A SEGUNDA COLUNA DE ACORDO COM A PRIMEIRA: 1. Jesus a. ( ) Kurius, divindade, glória, soberania. 2. Filho de Deus b. ( ) É o nome pessoal do Filho de Deus. 3. Senhor c. ( ) É o nome oficial do Mes- sias. 4. Filho de Davi d. ( ) Herdeiro e representante de Deus. 5. Cristo e.( ) Linhagem real. II. SUBLINHE A RESPOSTA CORRETA: 1. No AT, a (oração - unção) representava a transferên- cia do Espírito para a pessoa consagrada. 2. Deus prometeu a (Moisés - Davi) uma linhagem per- pétua - 2 Sm 7.16. 3. O termo (Kuryos - Yaweh) dava a entender que Cristo era igual ao Pai. 4. Se Jesus é nome pessoal, (Salvador - Cristo) é o nome oficial do Messias. 5. A santidade de Cristo não é a mesma santidade (de Deus - dos homens). CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA40 A PESSOA DE CRISTO O estudo da pessoa de Cristo é de valor incalculável para a teologia, por conta da relação vital que Cristo possui com o cristianismo; relação essa que nenhum dos outros fundadores de religiões teve para com elas. Pode-se ter um budismo sem Buda, um confucionismo sem Confúcio, mas é impossível um cristianismo sem Cristo, pois, estritamente falando, Cristo é o cristianis- mo e o cristianismo é Cristo. Cristo Jesus é o centro das Escrituras. De Gênesis a Apocalipse, as Escrituras apresentam Cristo. No cami- nho para Emaús, o Senhor Jesus começou por Moisés e percorreu todo o AT, explicando aos discípulos tudo o que a respeito dEle se achava nas Escrituras (Lc 24.27). 3.1 - A HUMANIDADE DE JESUS CRISTO A Bíblia ensina sobre a pessoa de Cristo, que Ele é verdadeiramente homem, ou seja, que tem uma verda- deira natureza humana perfeita ou completa. O Cristo pré-existente tornou-se homem, “o verbo se fez carne” (Jo 1.14); Jesus Cristo era o Filho do homem, conforme Ele mesmo proclamou. Nessa qualidade, Cristo é o re- presentante de toda a raça humana. Além da natureza física, Jesus possuía o mesmo tipo de qualidades emo- cionais e intelectuais que todos os homens possuem; LIÇÃO 01 - TEXTO 03 CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 41 Ele pensava, raciocinava e tinha toda a gama de sensa- ções humanas. Além disso, o ministério intercessório de Jesus era dependente de Sua humanidade. Se Ele era de fato um de nós, passando por todas as tentações e provações da existência humana, então Ele é capaz de nos com- preender e ser solidário conosco em nossas lutas como homens. Por outro lado, se Ele não era humano, ou se Sua humanidade não era completa, ele não poderia re- alizar o tipo de intercessão que o sacerdote deve fazer em favor dos que representa. 3.2 - AS PROVAS DA HUMANIDADE DE CRISTO 3.2.1 - Jesus Teve Nascimento Humano a) Nascido de mulher (Gl 4.4; Mt 1.18; 2.11, Hb 10.5), em tudo semelhante ao que é essencial ao corpo humano. b) Nasceu em semelhança da carne pecaminosa (Rm 8.3). c) Ele descende dos patriarcas segundo a carne (Rm 9.5). d) É da linhagem de Abraão (Gl 3.16). e) É da linhagem de Judá (Hb 7.14). f) É da geração de Davi (Rm 1.3). CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA42 3.2.2 - Nascimento Virginal de Cristo Sua concepção foi singular pelo fato de não ter en- volvido um ser humano masculino. O nascimento de Jesus foi milagroso (Mt 1.18;22-25 e Lc 1.26-38). Jesus foi concebido no ventre da virgem Maria mediante o poder do Espírito Santo, sem um pai humano. Em Isaías 7.14, esse evento já tinha sido profetizado. 3.2.3 - Jesus Teve um Crescimento Humano Não apenas o nascimento de Jesus, mas também a Sua vida indicam que Ele tinha uma natureza física hu- mana: “E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens”(Lc 2.52). “Crescia o me- nino e se fortalecia, enchendo-sede sabedoria; e a gra- ça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40). O Seu desenvolvimento físico e mental foi normal, ainda que seja possível que Seu corpo fosse mais perfei- to que o nosso, porque Ele era sem pecado (nem mes- mo o pecado original, tampouco a corrupção da natu- reza pelo pecado, que é comum a todos os homens). O Seu desenvolvimento mental não pode ser atribuído ao aprendizado recebido na escola (Jo 7.5), mas, em parte, pode ser atribuído a Sua educação em um lar temente a Deus, Sua regularidade na sinagoga (Lc 4.16), Suas vi- sitas ao templo (Lc 2.14,46,47), Seu estudo das Escritu- ras, que é indicado pela expressão “achou o lugar onde estava escrito” (Lc 4.17) e pelo uso delas na tentação, e Sua comunhão com o Pai (Mt 4, Lc 4, Mc 1.35; Jo 4.32- 34). CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 43 3.2.4 - Jesus Tinha os Elementos Essenciais do Ser Humano. a) Jesus tinha um corpo humano - “Um corpo me formaste” (Hb 10.5b; 10.10; Mt 26.12; Jo 2.21). O corpo de Jesus era semelhante ao nosso. Composto de carne, sangue e ossos (Lc 24.39), Ele não era um fantas- ma, nem uma mera semelhança de corpo. b) Jesus tinha alma - Então, disse-lhes: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mt 26.38; Jo 12.27; At 2.27-31). c) Jesus tinha espírito - “Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou”(Lc 23.46; Mc 8.12). “Ditas estas coi- sas, angustiou-se Jesus em espírito” (Jo 13.21). 3.2.5 - Jesus Tinha Nomes Humanos Foram dados ao Nosso Senhor nomes humanos: a) Jesus - é nada mais que a forma grega do nome Josué13 do AT; b) Filho do Homem - Sl 8.4; Dn 7.1; c) Filho de Davi - Mt 20.31; Mc 10.48. 3.2.6 - Jesus Teve um Crescimento Físico Normal O fato de Jesus ter crescido em sabedoria (Lc 2.52) significa que Ele passou por um processo de aprendiza- do assim como acontece com todas as outras crianças - Ele aprendeu a comer, a falar, a ler e a escrever e a ser 13. Após o exílio, o nome Josué é chamado de Jesua, daí, portanto, vem o grego Iesous. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA44 obediente a Seus pais (veja Hb 5.8). Esse processo nor- mal de aprendizado fazia parte da genuína humanida- de de Cristo. Além da natureza física, Jesus possuía o mesmo ti- po de qualidades emocionais e intelectuais que todos os homens possuem, pois pensava, raciocinava e tinha toda a gama de emoções humanas: tristeza (Jo 11.35), angústia (Jo 13.21). Ele teve fome (Mt 21.18), cansaço (Jo 4.6), sono (Mt 8.24), sede (Jo 19.28). Era sujeito à dor e aos sofrimentos físicos (Lc 22.44). Submeteu-se à lei e foi obediente até a morte. 3.2.7 - Jesus Será um Homem Para Sempre Jesus não perdeu a Sua natureza humana após Sua morte e ressurreição, pois apareceu aos discípulos co- mo homem após a ressurreição, e até com as cicatrizes dos cravos nas mãos (Jo 20.25-27). Ele possuía carne e ossos (Lc 24.39), e comia (Lc 24.41,42). Quando con- versava com os discípulos, foi levado ao céu, ainda em Seu corpo humano ressurreto, e dois anjos prometeram que Ele voltaria do mesmo modo: “Esse Jesus que den- tre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (At 1.11). 3.3 - A NECESSIDADE DA HUMANIDADE DE CRISTO 3.3.1 - Para Ser Nosso Legítimo Substituto Desde o pecado que ocasionou a queda, era neces- sário que o homem sofresse o castigo. A expiação pelo pecado envolvia sofrimento de corpo e alma, sofrimen- to somente cabível ao homem (Jo 12.27; At 3.18; Hb CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 45 2.14; 9.22). Era necessário, que Cristo assumisse a natu- reza humana, não somente com todas as suas proprie- dades, mas também com todas as debilidades a que está sujeita depois da queda (Hb 2.17,18). 3.3.2 - Para Ser Nosso Mediador Um homem que fosse ele próprio pecador e que es- tivesse privado de sua própria vida, certamente, não poderia fazer expiação por outros (Hb 7.26). Somen- te um mediador verdadeiramente humano, que tives- se conhecimento experimental da miséria humana e se mantivesse acima de todas as tentações do homem (Hb 2.17,18; 4.15-5.2), poderia ser o mediador entre Deus e o homem (1Tm 2.5,6). Opiniões errôneas acerca da pessoa de Jesus A busca do “Jesus histó- rico” Durante séculos, os cristãos aceitaram a história dos quatro evangelhos sem maiores questiona- mentos. Essas quatro narrativas apresentam na- turalmente diferenças entre si. Estudiosos, como Agostinho (354-430), compararam os quatro evangelhos para harmonizar os seus conteúdos. A partir da Renascença e da Reforma, os eruditos deram mais atenção ao estudo sistemático do tex- to grego, a língua original do NT. No período do iluminismo, alguns eruditos come- çaram a estudar o NT de um ponto de vista cético, questionando a interpretação tradicional da pes- soa de Jesus. Esses pesquisadores não aceitavam a Bíblia como um livro inspirado por Deus, aban- donando a fé nos milagres de Cristo como uma prova da Sua divindade. Rejeitando grande par- te da doutrina cristã, alguns desses racionalistas queriam separar a crença em um Jesus Deus, do Jesus homem. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA46 Teologia Li- beral O século XIX viveu o auge da “teologia liberal”, quando estudiosos, principalmente da Alemanha, passaram a entender como mal-contada a história de Jesus, regis- trada nos Evangelhos e então passaram a tentar recons- tituir a verdadeira história de Jesus de Nazaré. Hermann Reimarus (1694-1768) é o fundador do mo- vimento da “busca pelo Jesus histórico”. Ensinava que Jesus era produto do judaísmo apocalíptico do Seu tempo. Jesus esperava que por Sua morte viria o fim do mundo; como o fim não veio, os Seus discípulos apavo- rados esconderam o corpo de Jesus e proclamaram Sua ressurreição. David Frederich Strauss (1808-1874) em seu livro, “Vida de Jesus”, reduziu Cristo a uma criatura infame. Ernest Renan (1823-1892) retrata Jesus como um revolucioná- rio apocalíptico. Albert Schweitzer (1975-1965), célebre médico missio- nário e organista14, pesquisou as várias biografias de Jesus e escreveu o livro “A busca do Jesus Histórico”. Para Schweitzer, Jesus era um louco apocalíptico, e Sua mensagem pouco ou nada tem a dizer sobre a nossa realidade. O Existencia- lismo O existencialista Rudolph Bultmann15 propunha a demi- tização16 da fé, ou seja, tudo o que os evangelhos tes- tificam sobre Cristo são lendas e mitos; não podemos conhecer o que foi a vida de Cristo através dos evan- gelhos. Bultmann ensinava também que, trabalhando com ferramentas racionalistas e históricas, podemos separar o Jesus histórico e o Jesus da fé, pregado pela Igreja. 141516 14. Foi também Prêmio Nobel da Paz. 15. Pai da Teologia do Mito. Autor de “Mitologia e Novo Testamento”. 16. Demitizar quer dizer eliminar o mito. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 47 I. MARQUE “V” PARA VERDADEIRO OU “F” PARA FALSO: 1. ( ) O corpo de Jesus era semelhante ao nosso. 2. ( ) Jesus não perdeu a Sua natureza humana após Sua morte e ressurreição. 3. ( ) O existencialista Martinho Lutero propunha a demitização da fé. 4. ( ) O nome “Jesus” é a forma grega do nome “Jo- sué” do AT. 5. ( ) O século XXI viveu o auge da “teologia reforma- da”. 6. ( ) A Teologia liberal visa fortalecer a existência de Cristo, procurando fatos históricos que a comprovem. 7. ( ) Desde o pecado que ocasionou a queda, era necessário que o homem sofresse o castigo, por isso a expiação envolveu sofrimento. 8. ( ) Qualquer homem poderia ser mediador entre os homens e Deus, mas Jesus Se ofereceu em nosso lu- gar. 9. ( ) O Senhor Jesus submeteu-se à lei e foi obedien- te até a morte. 10. ( ) Jesus não possuía o mesmo tipo de qualidades emocionais e intelectuais que todos os homens pos- suem, por isso conseguiu vencer a tentação. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA48 A IMPECABILIDADE DE CRISTO Ainda que o NT seja claro em salientar que Jesus era plenamente humano, exatamente como nós, também explica que Jesus era diferente em um aspecto impor- tante: Ele era isento de pecado; jamais cometeu um pe- cado sequerdurante Sua vida. O NT é categórico: “foi ele tentado em todas as coi- sas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15). Jesus é descrito como Sumo Sacerdote “santo, inculpá- vel, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus” (Hb 7.26). Pedro, que conheceu intimamente o Senhor Jesus, declarou que Ele era “o santo de Deus” (Jo 6.69); ensinou que Jesus “não come- teu pecado” (1Pe 2.22). João disse: “Nele não existe pe- cado” (1Jo 3.5). Paulo afirma também que Cristo “Não conheceu pecado” (2Co 5.21). Atestar a impecabilidade da natureza humana de Cristo, na ótica de Berkhof17, é dizer “não apenas que Cristo pode evitar o pecado (potuit non peccare), e que de fato evitou, mas também que Lhe era impossível pe- car (non potuit peccare), devido à ligação essencial en- tre as naturezas humana e divina”. Apesar de todos os evangélicos concordarem que Cristo nunca pecou (2Co 5.21; Hb 7.26; Tg 5.6; 1Pe 2.22; 3.18; 1Jo 3.5), ainda que tenha passado por mui- 17. Louis Berkhof, Teologia Sistemática, pág. 318. LIÇÃO 01 - TEXTO 04 CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 49 tas lutas (Mt 26.36-46) e que Suas tentações tenham sido reais (Hb 4.15), muitos estão divididos na questão da impecabilidade18 da natureza humana de Cristo. 4.1 - ARGUMENTOS PRÓ-PECABILIDADE DA NATU- REZA HUMANA DE CRISTO Alguns defendem que Cristo nunca pecou, não por- que era incapaz de pecar (Hebreus 4.15 diz que Cristo foi tentado em todas as coisas semelhante aos homens). Os defensores dessa ideia utilizam ainda o argumen- to puramente racional: para que uma tentação seja verdadeira, precisa haver a possibilidade de se cair em tentação. E dizem que, se Cristo não podia pecar, então o Salvador não possuía livre arbítrio real e não podia ser verdadeiro homem, uma vez que todos os homens são pecadores por natureza. 4.2 - ARGUMENTOS PRÓ-IMPECABILIDADE DA NA- TUREZA HUMANA DE CRISTO Pode-se afirmar que tentabilidade não é a mesma coisa que sucetibilidade. Se Cristo podia pecar em Sua natureza humana; como Ele poderia ser verdadeira- mente divino? Cristo foi provado em Sua natureza humana; porém, é necessário lembrar que o Salvador não possui, como nós, a depravação pelo pecado em Sua natureza. Cristo possuía livre arbítrio; foi livre para fazer a vontade do Pai, pois tinha a mesma vontade. 18. Impecabilidade significa não somente integridade natural, mas também moral, ou perfeição moral. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA50 O que aqueles que defendem a pecabilidade não en- tendem, quando dizem que era preciso que Cristo fosse suscetível ao pecado para ser verdadeiramente homem, é que a humanidade está agora em uma situação anor- mal. Deus não nos criou pecaminosos, mas santos e justos. Adão e Eva no jardim do Éden eram verdadeira- mente humanos antes de pecar, e nós agora, apesar de humanos, não nos conformamos ao padrão que Deus deseja que preenchamos. Quando nossa humanidade plena for restaurada, então nos acomodaremos ao pro- pósito de Deus, a santidade. Jesus era isento de toda a contaminação, “nele não existe pecado” (1Jo 3.5). No AT, Deus Yaweh é chama- do “o Santo de Israel”19. No NT, é Cristo Jesus quem é chamado “o Santo”. A santidade de Cristo é a mesma santidade de Deus. Louis Berkhof diz20 que “Apesar de Jesus ter-se feito pecado judicialmente, todavia, eticamente estava livre tanto da depravação hereditária como do pecado fatu- al. Ele jamais se fez confissão de erro moral; tampou- co se juntou aos Seus discípulos na oração: “perdoa as nossas dívidas” (os nossos pecados). Ele pôde desafiar os Seus inimigos a convencê-lo de pecado”. 19. Só pelo profeta Isaías, cerca de 30 vezes. 20. Louis Berkhof, Teologia Sistemática, pág. 318. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 51 4.4 - O QUE AS ESCRITURAS REALMENTE DIZEM SOBRE O ASSUNTO A Bíblia diz que Deus não faz o mal, e não pode ser tentado pelo mal (Tg 1.13). Aqui a questão fica com- plexa. E como Cristo é plenamente Deus e plenamente homem, como ficam, então, as afirmações de que Jesus foi tentado? Este é um dos grandes mistérios das Escrituras que procuraremos responder no tópico “União das nature- zas de Cristo21”. As Escrituras afirmam claramente que Cristo jamais pecou de fato. Não deve haver nenhuma dúvida a esse respeito em nossa mente. Elas também afirmam que Jesus foi tentado, e que as tentações fo- ram reais (Lc 4.2). Se cremos na Bíblia, precisamos insis- tir que Cristo foi “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15). Também precisamos afirmar com as Escrituras que “Deus não pode ser tentado pelo mal” (Tg 1.13). Mas aqui a questão torna-se difícil: se Jesus era plenamente Deus e também plenamente humano, e vamos argu- mentar adiante que as Escrituras ensinam isso várias vezes e de maneira clara, então não somos obrigados também a afirmar que, em algum sentido, Jesus tam- bém “não pode ser tentado pelo mal”? “Tentabilidade não implica suscetibilidade. Só por- que um exército pode ser atacado, não quer dizer que ele pode ser vencido. Isso também resulta na falsa pres- suposição que tudo aquilo que se aplica a nós também se aplica a Cristo22”. 21. A natureza divina e a humana de Cristo. 22. Teologia Cristã em Quadros, quadro 33. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA52 Embora as tentações de Cristo sejam, exatamente, como as nossas, Ele foi provado por meio de Sua natu- reza humana, como nós somos. No entanto, Ele não ti- nha uma natureza pecaminosa como nós, e era divino. As tentações de Cristo foram exatamente como as nossas, exceto no fato de que não se originavam em desejos maus e proibidos. O Senhor Jesus foi tentado a partir de fora e não de dentro. James I. Packer23 define a impecabilidade de Cristo nestes termos: “Jesus Cristo era totalmente isento de pecado”. “[Cristo] ... não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” 1Pe 2.22. O NT insiste que Jesus era totalmente isento de pecado (Jo 8.46; 2Co 5.21; Hb 4.15; 7.26; 1Pe 2.22; 1Jo 3.5). Isso quer dizer que não somente Ele nunca desobedeceu a Seu Pai, mas que amava a lei de Deus e sentia sincero prazer em cumpri- la. Nos seres humanos degradados, há sempre alguma relutância em obedecer a Deus e, algumas vezes, res- sentimento que se transforma em ódio diante das ala- gações que Ele faz sobre nós (Rm 8.7). Mas a natureza moral de Jesus era inocente, com foi a de Adão antes de seu pecado, e, em Jesus, não havia nenhuma incli- nação a afastar-Se de Deus que permitisse a Satanás tirar proveito de Seu coração, mente, alma e força. O autor24 faz uma conclusão brilhante: “a impecabilida- de de Jesus era necessária para a nossa salvação. Não fosse Ele “um cordeiro sem defeito e sem mácula”, seu sangue não teria sido “precioso” (1Pe 1.19). Ele mesmo teria necessitado de um salvador, e sua morte não nos teria redimido. Sua obediência ativa (perfeita conformi- 23. James I. Packer, Teologia Concisa, pág. 110. 24. Ibid. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 53 dade permanente à lei de Deus para a raça humana, e à sua vontade revelada para o Messias) qualificou Jesus a tornar-se nosso Salvador ao morrer por nós sobre a cruz. A obediência passiva de Jesus (suportando o cas- tigo da lei violada de Deus como nosso substituto ima- culado) coroou sua obediência ativa para assegurar o perdão e aceitação daqueles que colocaram sua fé nele (Rm 5.18,19; 2Co 5.18-21; Fp 2.8; Hb 10.5-10)“. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA54 I. MARQUE “V” PARA VERDADEIRO OU “F” PARA FALSO: 1. ( ) A Bíblia diz que Deus não faz o mal e não pode ser tentado pelo mal. 2. ( ) A santidade de Cristo não é a mesma santidade de Deus. 3. ( ) O Senhor Jesus foi tentado a partir de fora e não de dentro. 4. ( ) Cristo não tinha uma natureza pecaminosa co- mo nós. 5. ( ) As tentações de Cristo foram exatamente como as nossas, pois se originavam em desejos maus, ineren- tes à natureza humana que Ele possuía. 6. ( ) Tentabilidade não é a mesma coisa que susceti- bilidade, e esse é um argumento forte no que se refere a afirmar a impecabilidadede Cristo. 7. ( ) Cristo foi provado também em Sua natureza divina. 8. ( ) A humanidade está agora, ou seja, posterior- mente à queda, em uma situação anormal com relação à natureza e à pecabilidade. 9. ( ) Caifás, que conheceu intimamente o Senhor Je- sus, declarou que Ele era “o santo de Deus”. 10. ( ) No mundo evangélico, em geral, aceita-se que Cristo nunca pecou, mas há discussões sobre Sua inca- pacidade de pecar. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 55 TEXTO 01 - TEXTO 02 - TEXTO 03 - TEXTO 04 - TEXTO 05 - A DIVINDADE DE CRISTO AS PROVAS BÍBLICAS DA DIVINDADE DE CRISTO A UNIDADE DA PESSOA DE CRISTO OS ESTADOS DE CRISTO (ESTADO DE HUMILHAÇÃO) OS ESTADOS DE CRISTO (ESTADO DE EXALTAÇÃO) ESBOÇO DA LIÇÃO 02 A DIVINDADE E A HUMANIDADE DO SENHOR JESUS CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA56 A DIVINDADE E A HUMANIDADE DO SENHOR JESUS A prova suprema do verdadeiro cristianismo é a fé inquebrantável na divindade do Senhor Jesus: “... sa- bemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e es- tamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo 5.20 cf. Mc 2.28; Jo 1.1-14; Jo 8.58;20.28; Rm 9.5; Fp 2.9-11; Cl 1.19). Mesmo assim, durante a história da igreja, não poucas vezes, o povo de Deus teve de dar resposta firme diante dos que negavam ou deturpavam a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Através dos séculos, a divindade e a humanidade do Senhor Jesus Cristo têm sido muito atacadas pelas heresias; daí a necessidade de compre- ensão bíblica da doutrina. A crença na divindade de Cristo faz do cristianismo uma fé singular entre todas as expressões religiosas do mundo, porque, sendo Deus, o Senhor Jesus Cristo está em uma condição muito superior a de todos os homens que já existiram, sobretudo os fundadores das religiões, como: Buda, Maomé, Confúcio e outros. Os líderes religiosos se destacaram no mundo por sua filosofia e seus ensinos; porém, o Senhor Jesus des- taca-se pelo que é: Deus, que Se tornou homem, a por- ta, o caminho para se chegar a Deus. LIÇÃO 02 CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 57 A DIVINDADE DE CRISTO Poucos artigos da fé cristã tem sido tão atacados du- rante os séculos como a divindade do Senhor Jesus Cris- to. Ela é a base da fé Cristã; negando-a, o Cristianismo não subsiste. A igreja do Senhor confessa a doutrina de que o Senhor Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. O Senhor Jesus não é meramente um humilde sábio do Oriente Médio; nem um ser humano divinizado; ou mesmo a primeira e mais excelente das criaturas, como ensinaram Ário, e, mais tarde, as Testemunhas de Jeová; não é um deus subordinado como defendiam os semia- rianos; tampouco um homem adotado como filho por Deus. O Senhor Jesus não pode ser dividido em “Jesus histórico” e “Jesus da fé”, como defendem os liberais, modernistas e os denominados “demitologistas” do NT. Cristo é Deus. Esse é o testemunho do NT, que apre- senta enfaticamente a deidade do Senhor Jesus, descre- vendo-o não só como preexistente à criação do univer- so, mas também como eterno (Jo 1.1-3). Antes de apresentarmos os argumentos bíblicos que ensinam a divindade do Senhor Jesus, em confronto aos falsos ensinos que os movimentos religiosos modernos apresentam, veremos, sucintamente, como a igreja pri- mitiva defendeu-se das heresias históricas, que, muitas vezes, voltam à tona, em nova roupagem, através de um novo grupo. LIÇÃO 02 - TEXTO 01 CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA58 v HERESIAS PRIMITIVAS QUE NEGAVAM A DIVINDADE DE JESUS ¾ Ebionitas - Eram uma seita de judeus cris- tãos hereges que negavam a divindade real de Cristo. Jesus, segundo a teologia ebionita, era um homem comum que possuía dons incomuns, mas não sobre- naturais, de justiça e sabedoria. Para eles, com o ba- tismo, Cristo desceu em forma de pomba sobre Jesus. Cristo, então, era basicamente um homem, apesar de, pelo menos por um tempo, o poder de Deus ter estado nele presente e ativo em grau incomum. ¾ Arianos - O ensino de um presbítero de Ale- xandria chamado Ário tornou-se a primeira grande ameaça à fé da igreja no que diz respeito à divinda- de de Jesus. Apesar de condenado pelo Concílio de Niceia, em 325, e em concílios subsequentes, o aria- nismo multiplicou-se, de várias formas, até os nossos dias. Os herdeiros modernos do arianismo são os cha- mados Testemunhas de Jeová. Ário ensinava que só o Pai é eterno e incriado. O Verbo, portanto, é um ser criado, apesar de ser o pri- meiro e o mais elevado dos seres. Embora o Verbo seja uma pessoa perfeita, não sendo, de fato, da mes- ma classe das outras criaturas, ele não tem existência própria. Ário baseava sua posição em uma coleção de textos que “parecem” implicar uma subordinação ou inferioridade de Cristo em relação ao Pai. Por exem- plo, em Jo 14.28, Jesus diz: “o Pai é maior do que eu”. Os arianos entenderam mal várias declarações bíbli- CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 59 vcas referentes à subordinação do Filho durante a sua encarnação. Descrições de Sua subordinação funcio- nal temporária ao Pai foram mal interpretadas como afirmações acerca da essência do Filho. A igreja deu um passo relevante no Concílio de Cal- cedônia (451 d.C.) quando fez a importante afirmação de que o Senhor Jesus é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, afirmando também que as duas naturezas de Jesus, humana e divina, eram sem mistu- ra, confusão, separação ou divisão. 1.1 - O ENSINO DA BÍBLIA A RESPEITO DA DIVINDA- DE DE JESUS CRISTO As Escrituras, de forma unânime, afirmam a divinda- de do Senhor Jesus Cristo. O AT, em várias passagens, registra a vida do Messias, Sua obra, Seu amor pelo po- vo, e Seus sofrimentos, com impressionante precisão. Podem-se citar, nesse sentido, as profecias sobre Cristo no Antigo Testamento, claramente cumpridas no Novo Testamento: Seu nascimento virginal (Is 7.14 - cf. Mt 1.18-23; Lc 1.26-35); o local do Seu nascimento (Mq 5.2 - cf. Mt 2; Lc 2; Jo 7.42); a Galileia como ponto de parti- da do Seu ministério (Is 9.1-2 - cf. Mt 4.13-16; Mc 1.14- 15; Lc 4.14,15); João Batista como o precursor do Mes- sias, uma voz no deserto (Is 40.3-5 - cf Mt 3.3; Mc 1.3; Lc 3.4-6; Jo 1.23); a rejeição do Cristo pelo Seu próprio povo (Is 53.3 - cf. Jo 1.11); a Sua apresentação como o cordeiro de Deus (Is 53.7,8 - cf. Jo 1.29,36; At 8.30-35; 1Pe 1.19; Ap 5.6,12); a traição por um amigo (Sl 41.9 - cf. Jo 13.18), o escarnecimento pela multidão (Sl 22.7,8 - CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA60 cf. Mt 27.29, 41-44; Mc 15.18,29-32; Lc 23.35- 39); o sorteio de Suas vestes (Sl 22.18 - cf. Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.24); a inclusão en- tre os transgressores (Is 53.12 - cf. Mt 27.38; Mc 15.27,28; Lc 22.37), a terrível sede (Sl 69.21 - cf. Jo 19.29); a preservação dos Seus ossos (Sl 34.20 - cf. Jo 19.31-36), o sepultamento no túmulo do rico (Is 53.9 - cf. Mt 27.57-60). 1.1.1 - O Ensino do Novo Testamento Sobre Cris- to O Novo Testamento professa a crença na divindade do Senhor Jesus e ensina que o Filho de Deus é: a) Eterno como o Pai - e estava com Ele no prin- cípio (Jo 1.1; 1Jo 1.1); b) Alfa e Ômega - o primeiro e o último, o prin- cípio e o fim (Ap 22.13); c) Onipresente - depois da Sua glorificação, Ele permanece com a igreja e cumpre tudo em todos (Mt 28.20; Ef 1.23, 4.10); d) Imutável e fiel - “Cristo Jesus é o mesmo on- tem, hoje e o será eternamente” (Hb 13.8); e) Onisciente - por isso, ouve nossas orações (At 1.24; 7.59; 16.13; Rm 10.13); Ele é aquele que conhece o coração do homem (At 1.24); f) Onipotente - pois todas as coisas estão sujei- tas a Ele e todo o poder Lhe foi dado no céu (Mt 28.18; 1Co 15.27; Ef 1.22; Ap 1.4; 19.16) e na Terra; CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 61 g) Rei dos Reis e Senhor dos Senhores (Ap 19.16). 1.1.2 - Títulos divinos aplicados ao Senhor Jesus Cristo a) Primeiro e último: Ap 1.17; 2.8; 22.13; b) A verdadeira luz: Jo 1.19; c) Rocha ou pedra: 1Co10.4; 1Pe 2.6-8; d) Esposo: Ef 5.28-33; Ap 21.2; e) Supremo pastor: 1Pe 5.4; f) Grande pastor: Hb 13.20; g) Redentor: Tt 2.13; Ap 5.9; h) Perdoador de pecados: At 5.31; Cl 3.13; i) Salvador do mundo: Jo 4.42; j) Juiz dos vivos e mortos: 2Tm 4.1. 1.2 - A AUTOCONSCIÊNCIA DE JESUS Durante Seu ministério terreno, Jesus, claramente, agiu como quem tem autoridade divina. Assumiu para Si a prerrogativa de purificar o templo (Mc 11.27-33), buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10), ter a autoridade divina para perdoar pecados (Mc 2.5-7; Lc 7.48,49). A autoconsciência de Jesus é vista no relacionamen- to incomum que tinha com o Pai. Ele alega ser “um com o Pai” (Jo 10.30); vê-Lo e conhecê-Lo é ver e conhecer o CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA62 Pai (Jo 14.7-9). Em João 8.58, Jesus afirma Sua preexis- tência. A indicação mais clara da autocompreensão de Jesus é encontrada em associação ao Seu julgamento e condenação. A acusação, de acordo com o relato de João, era a de que “a si mesmo se fez Filho de Deus” (Jo 19.7; cf. Mt 26.63). Não apenas Jesus não discutiu a acusação de que teria afirmado ser Deus, como tam- bém aceitou que os discípulos Lhe atribuíssem divinda- de (Jo 20.28). Outra importante indicação da autoconsciência de Jesus é a maneira como Ele justapõe Suas próprias pa- lavras às do AT, as Escrituras do Seu tempo. Várias ve- zes, Ele afirma: “ouvistes o que foi dito aos antigos... eu porém vos digo...” (Mt 5.21,22,27,28). Aqui, Jesus coloca a Sua palavra no mesmo nível das Escrituras do AT. Jesus possui a mesma autoridade dos ensinos do AT. Jesus é superior a Abraão (Jo 8.53), a Jacó (Jo 4.12), ao templo (Mt 12.6), e ao sábado (Mc 2.28). Cristo afirmou também que o destino de todas as pessoas dependia de como reagiriam a Ele (Mt 10.32-33; 11.6; Mc 8.34-38). O que Jesus pensava de Si mesmo? Lucas retrata um incidente da infância de Jesus, quando, com 12 anos de idade, estava cônscio de duas coisas: primeira, uma revelação especial para com Deus, a quem chamava de “Pai”; segunda, uma missão especial na Terra, que cha- mava “negócios de meu Pai” (Lc 2.49). CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 63 I. MARQUE “V” PARA VERDADEIRO OU “F” PARA FALSO: 1. ( ) A divindade do Senhor Jesus Cristo é a base da fé Cristã. 2. ( ) Jesus não possui a mesma autoridade dos ensi- nos do AT. 3. ( ) Durante Seu ministério terreno, Jesus agiu co- mo quem tem autoridade divina. 4. ( ) As Escrituras, de forma unânime, afirmam a di- vindade do Senhor Jesus Cristo. 5. ( ) Jesus confirmou, Ele próprio, Sua preexistência. II. SUBLINHE A RESPOSTA CORRETA: 1. Cristo é (Onipotente - Imutável), pois todas as coisas estão sujeitas a Ele. 2. Cristo é (Onisciente - Onipotente); por isso, ouve nos- sas orações. 3. “Cristo Jesus é o mesmo ontem, hoje e o será eterna- mente”. Ele é (Todo Poderoso - Imutável e fiel). 4. As profecias sobre Cristo, declaradas no AT (cumpri- ram-se - não se cumpriram) plenamente no NT. 5. Os (ebionitas - arianos) afirmavam que Jesus era ape- nas um homem comum com dons incomuns. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA64 AS PROVAS BÍBLICAS DA DIVINDADE DE CRISTO O Antigo Testamento vaticinava o Messias divino (Sl 2.6-12 - cf. Hb 1.5; 45.6,7 e Hb 1.8,9; Sl. 110.1 - cf. Hb 1.13; Is 9.6; Jr 23.6; Dn 7.13; Mq 5.2; Zc 13.7). É impos- sível negar que o Novo Testamento ensina a divinda- de de Cristo. Nos evangelhos sinóticos25, Seu caráter e obras justificam Sua reivindicação, como encontramos em: Mt 5.17; 9.6; 11.1-6,27; 14.33; 16.16,17; 28.18; 25.31-46; Mc 8.38, e em outras passagens similares, bem como passagens paralelas. No Evangelho de João, achamos o mais elevado conceito da pessoa de Cristo, como constatamos nas seguintes passagens: Jo 1.1-3,14,18; 2.24,25; 3.16-18, 35,36; 4.14,15; 5.18, 20-22, 25-27; 11.41-44; 20.28; 1Jo 1.3; 2.23; 4.14,15; 5.18, 20-22, 25-27. Nas epis- tolas paulinas e na epístola aos Hebreus, encontramos conceito semelhante: Rm 1.7; 9.5; 1Co 1.1-3; 2.8; 2Co 5.10; Gl 2.20; 4.4; Fp 2.6; Cl 2.9; 1Tm 3.16; Hb 1.1- 3,5,8; 4.14, 5.8, e etc. 25. Sinótico: de visão conjunta. Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. LIÇÃO 02 - TEXTO 02 CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 65 2.1 - OS NOMES DADOS AO SENHOR JESUS ATES- TAM SUA DIVINDADE 2.1.1 - Deus O termo é usado no sentido absoluto, referindo-se à Divindade (Hb 1.8; Jo 20.28; 1.18; 5.20; At 20.28; Rm 9.5; Tt 2.13). 2.1.2 - Filho de Deus Este nome é dado ao Senhor Jesus mais de 40 vezes nas Escrituras (Mt 16.16,17; 27.40,43; Mc 14.61,62; Lc 22.70; Jo 5.25; 10.36; 11.4; veja Mt 8.29). 2.1.3 - Primeiro e Último, Alfa e Ômega “O Dr. Pierson diz-nos que este título descreve Cristo como tema de todas as Escrituras, o Criador de todos os mudos e criaturas, o Controlador de toda a história.”26 (Ap 1.17; cf. Is 41.4; 44.6; Ap 1.8;22.12,13,15). 2.1.4 - Santo “Vós, porém, negastes o Santo e o Justo e pedistes que vos concedessem um homicida” (At 3.14). “Não executarei o furor da minha ira; não tornarei para des- truir a Efraim, porque eu sou Deus e não homem, o Santo no meio de ti; não voltarei em ira” (Os 11.9). 26. E. H. Bancroft. Teologia Elementar. Imprensa Batista Regular, pág. 119. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA66 2.1.5 - Senhor de Todos e Senhor Da Glória Estes dois nomes apresentam Cristo, respectivamen- te, em Sua soberania divina e em Sua majestade divina (At 10.36; 1Co 2.8; Sl 24.8-10; Is 9.6; Hb 1.8). Os nomes que claramente implicam divindade são usados a respeito de Jesus Cristo; desse modo, Sua Di- vindade é tão firmemente estabelecida como a do Pai. 2.2 - O CULTO QUE É PRESTADO A CRISTO ATESTA SUA DIVINDADE Adoração como a que Cristo recebeu era ordinaria- mente prestada somente a Deus. Portanto, ao receber esse culto, Cristo reconheceu Seu direito como Deus. “Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (Mt 4.10 - cf. At 10.25,26; Ap 22.8,9; At 12.20-25; 14.14,15). 2.2.1 - A Bíblia Salienta Que Adoração é Devida Somente a Deus A adoração prestada a Cristo, nos escritos sagrados do Novo Testamento, não passaria de idolatria sacrílega se Ele não fosse verdadeiramente Deus. A Bíblia testi- fica de homens que foram alvo da adoração que per- tence, exclusivamente, a Deus, e do terrível castigo que receberam: Nabucodonozor (Dn 4.29-31) e Herodes (At 12.20-25). Também a Bíblia registra o exemplo de ou- tros que horrorizados rejeitaram a adoração que não lhes pertencia: Paulo e Barnabé (At 14.12-15); Pedro (At 10.25,26) e anjos (Ap 22.8,9). CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA 67 2.2.2 - Jesus Cristo, Sem Qualquer Hesitação, Aceitou e Encorajou a Adoração a Sua Pessoa “Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou” (Jo 13.13 - cf. Mt 14.33; Lc 24.52; Jo 4.10; Lc 5.8; Jo 20.27-29). 2.2.3 - A Vontade Revelada de Deus é a de Que Cristo Seja Adorado “E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mun- do, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb 1.6 - cf. Is 45.21-23; Jo 5.22,23). 2.2.4 - A Igreja Primitiva Tinha Como Prática Sa- grada Orar a Cristo e Adorá-Lo “E apedrejavam Estêvão, que invocava e dizia: Se- nhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7.59). “...à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cris- to, Senhor deles e nosso” (1Co 1.2 - cf. 2Co 12.8-10;). 2.3 - OS OFÍCIOS DIVINOS QUE AS ESCRITURAS ATRIBUEM A CRISTO ATESTAM SUA DIVINDA- DE Somente um ser que possui inerentemente a vida eterna é que pode proporcioná-la; e somente Deus pos- sui a vida eterna no sentido absoluto; por conseguinte, Jesus Cristo, para ser doador da vida eterna, necessaria- mente tem de ser Deus. CURSO BÁSICO EM TEOLOGIA68 2.3.1 - Criador do Universo A Bíblia ensina que Jesus Cristo não é incluído nas “coisas criadas”; antes, é considerado como a origem de todas elas. Como Criador e não criatura, é infinito e
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