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Disturbios osteo-musculares

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79
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE CRATEÚS – FAEC
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
VERLANE BATISTA EVANGELISTA
DISTÚRBIOS OSTEO-MUSCULARES NA COLUNA VERTEBRAL DEVIDO AO PESO EXCESSIVO EM MOCHILAS DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DO MUNICÍPIO DE CRATÉUS-CE
CRATEÚS
2011
VERLANE BATISTA EVANGELISTA
	
DISTÚRBIOS OSTEO-MUSCULARES NA COLUNA VERTEBRAL DEVIDO AO PESO EXCESSIVO EM MOCHILAS DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DO MUNICÍPIO DE CRATÉUS-CE
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da Faculdade de Educação de Crateús, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção da aprovação no Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas.
 
Orientador: Ms. José Eranildo Teles do Nascimento
CRATEÚS
2011
VERLANE BATISTA EVANGELISTA
DISTÚRBIOS OSTEO-MUSCULARES NA COLUNA VERTEBRAL DEVIDO AO PESO EXCESSIVO EM MOCHILAS DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DO MUNICÍPIO DE CRATÉUS-CE
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da Faculdade de Educação de Crateús, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção da aprovação no Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas.
 
Orientador: Ms. José Eranildo Teles do Nascimento
Aprovada em: ____/____/_____ Conceito obtido_____________
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Ms José Eranildo Teles do Nascimento – (Orientador)
Universidade Estadual do Ceará – UECE
______________________________________________
Prof. Dr. Fabrício Bonfim Sudério
Universidade Estadual do Ceará – UECE
______________________________________________
Profª. Ms. Isana Mara Aragão Frota 
Universidade Estadual Ceará – UECE
Dedico aos meus pais, por acreditarem em mim e não terem medido esforços para que eu pudesse realizar esse sonho, sempre incentivando, apoiando, tendo paciência e compreensão nos momentos difíceis.
 
AGRADECIMENTOS
A Deus, que sempre esteve comigo, iluminando meus caminhos, por ter me permitir chegar ao fim de mais uma etapa, por ter me dado ânimo para não desistir quando tudo parecia errado e as forças para superar as dificuldades que se colocaram no meu caminho.
Aos meus pais por tudo o que fizeram, pelos sacrifícios realizados, pelo amor dedicado e por contribuírem para formação de minha personalidade, minha sincera homenagem.
Ao Prof. Eranildo Teles, pela orientação paciente e enriquecedora, sem a qual jamais teria alcançado o objetivo final desse trabalho.
Aos professores do curso de Ciências Biológicas, que souberam com paciência e dedicação transmitir o conhecimento para que pudesse chegar onde estou e por saber usar o lado humano e profissional em todos os momentos, minha eterna gratidão;
Aos professores que apresentavam obstáculos durante o curso, fico grata por ensinar-me a superá-los;
Aos meus amigos Antonio Ciro, Gildarley Lima, Maria Gerlândia, Maria Zita, Renata Maria, Samyla Ronaia e Sônia Raquel pelos momentos e barreiras vencidos juntos e por me incentivaram nesta jornada com palavras de apoio, em especial as minhas amigas Samyla Ronaia, Renata Maria e Gildarley Lima pela alegria que me propiciaram durante todo o curso dando-me energia e força para continuar lutando, ajuda e incentivo para a concretização deste trabalho e principalmente pelas horas de distração nas quais muitas risadas foram dadas. Hoje o caminho único que seguíamos parece dividir-se em nossa frente. Sei que vou perder colegas, mas posso ter a certeza que um dia encontrei amigos.
A algumas pessoas que marcaram minha vida para sempre, umas porque foram me ajudando na construção de sonhos, outras porque apresentaram projetos de sonhos e outras ainda porque me desafiam a construí-los. Quando nos damos conta, já é tarde para lhes agradecer.
E todos aqueles que torceram por mim, que acreditaram em meu potencial e que hoje vibram com meu sucesso.
É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfo e glória, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com aqueles pobres de espírito, que nem sofrem muito, nem gozam muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece nem a vitória nem a derrota.
Franklin Roosevelt 
RESUMO
Muitos desvios posturais e algias são adquiridos na fase de desenvolvimento corporal do indivíduo, tendo em vista que ainda estão em fase de maturação. Um dos fatores contribuintes está relacionado ao ambiente escolar, em vista que adolescentes transportam mochilas muito pesadas, e com isso trazem alterações ao equilíbrio corporal que se refletem na postura, com consequentes desconfortos corporais entre outras alterações. Devido tal problemática, este estudo teve como objetivo correlacionar o sobrepeso das mochilas escolares a dores e possíveis desvios posturais em estudantes do ensino médio do município Crateús-CE. A pesquisa aconteceu com a participação voluntária de 100 estudantes, sendo 50 do sexo feminino e 50 do sexo masculino, na faixa etária de 14 a 17 anos. Os materiais utilizados para coletar os dados foram: uma ficha de avaliação postural, uma balança e um questionário. Os resultados obtidos foram: o desvio postural mais prevalente foi a hiperlordose, seguido de escoliose e hipercifose. A hiperlordose associada à sobrecarga da mochila escolar foi evidenciada, diferentemente da hipercifose e da escoliose. O desvio escoliose está associado ao hábito de carregar a mochila pela lateral, o mesmo não foi demonstrado nos desvios hiperlordose e hipercifose. Foi concluído através deste estudo que é de fundamental importância a adoção de medidas educativas e preventivas em torno deste problema a fim de minimizar os efeitos deletérios da sobrecarga das mochilas sobre a coluna vertebral dos escolares e evitar disfunções posturais na vida adulta dos mesmos.
PALAVRAS-CHAVE: Coluna Vertebral - Desvios Posturais - Mochila Escolar
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS..............................................................................................................09
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................10
2 REFERENCIAL TÉORICO..................................................................................................12
2.1 Coluna vertebral..............................................................................................................12 
2.1.1 Evolução histórica..........................................................................................................16
2.1.2 Desenvolvimento embrionário da coluna vertebral........................................................17
2.2 Postura.............................................................................................................................20
2.2.1 Postura correta e incorreta............................................................................................21
2.2.2 Fatores que alteram a postura.......................................................................................23
2.2.3 Desenvolvimento postural infanto-juvenil......................................................................25
2.2.4 Ambiente escolar e postura...........................................................................................27
2.3 Os desvios posturais da coluna vertebral....................................................................31
2.3.1 Hipercifose.....................................................................................................................32
2.3.2 Hiperlordose...................................................................................................................33
2.2.3 Escoliose........................................................................................................................34
2.4 Desarranjos e desconfortos posturais.........................................................................372.4.1 Cervicalgia.....................................................................................................................38
2.4.2 Dorsalgia........................................................................................................................39
2.4.3 Lombalgia......................................................................................................................40
2.5 Mochila escolar...............................................................................................................41
3 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................................46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................................48
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................53
7 REFERÊNCIAS..................................................................................................................55
APÊNDICE.............................................................................................................................59
ANEXO...................................................................................................................................62
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Vista posterior, anterior e lateral da coluna vertebral
Figura 2: Desenvolvimento postural
Figura 3: Curvaturas vertebrais anormais
Figura 4: Hipercifose torácica
Figura 5: Hiperlordose Lombar
Figura 6: Escoliose
Figura 7: Maneira de carregar a mochila
Figura 8: Incidência de desvios posturais
Figura 9: Como os alunos transportam o material escolar
Figura 10: Peso do material escolar transportado pelos alunos
Figura 11: Pratica regular de atividades físicas
Figura 12: Incidência de dores e desconfortos posturais
Figura 13: Intensidade de dores e desconforto postural
1 INTRODUÇÃO
Durante a puberdade a coluna vertebral cresce mais rapidamente que os membros. Músculos e tendões nem sempre acompanham o crescimento ósseo. O adolescente leva tempo para acomodar-se com o seu novo corpo e, nessa fase de muita introspecção, sensibilidade e até vergonha do corpo é comum uma postura encolhida, um andar desengonçado, certa descoordenação dos movimentos. Sabe-se que as crianças são mais suscetíveis às alterações posturais, pois se encontram em período de crescimento e de acomodação das estruturas anatômicas dos seus corpos.
Os hábitos da vida moderna contribuem para o surgimento de dores musculares e sérios problemas na coluna vertebral. Dentre as várias agressões ao nosso corpo, merece destaque a forma como os nossos alunos estão sentando em sala de aula, carregando suas mochilas, sentados à frente do computador, etc.
O uso de mochilas representa um produto de consumo comum em nosso sistema escolar moderno. Estudos indicam que a incidência do uso de mochilas pelas crianças em idade escolar seja de pelo menos 90%. Entretanto, seu uso está quase sempre associado a algum efeito adverso relacionado à saúde. Todos os anos crianças em idade escolar fazem mais de 10.000 visitas aos consultórios médicos nos EUA, devido a problemas associados ao uso das mochilas. 
Mochilas são utilizadas para transportar cargas e habitualmente usadas pelos estudantes para carregar materiais pessoais e escolares, essa atividade representa a forma mais comum de esforço físico relacionado ao manuseio e transporte de peso pelo indivíduo jovem.
Segundo Braccialii e Vilarta (2000), aqueles alunos que transportam seu material escolar em mochilas apresentam maior tendência a desequilíbrios do tronco levando a desequilíbrios musculares e sobrecargas indevidas em determinados pontos da coluna.
Tem crescido a preocupação entre os educadores, profissionais de saúde, pais e outros que dores nas costas estão se tornando um sério problema de saúde em crianças em idade escolar devido ao crescente uso de mochilas com excesso de peso. O efeito combinado de mochilas pesadas, posição de carga no corpo, tamanho e forma da carga, distribuição da mesma, tempo gasto em carregá-las, características físicas e condições físicas dos indivíduos foram hipotetizadas como fatores associados às disfunções causadas pelas mochilas.
 (
7
)O excesso de peso e o transporte inadequado do material escolar, a ausência de atividade física específica e posturas incorretas adotadas durante as aulas e em período extra-escolar, são fatores que contribuem ou até mesmo agravam desvios posturais nos escolares. Considerando que, as crianças e os adolescentes passam em média a 4 a 6 horas no ambiente escolar, torna-se importante uma intervenção neste período, preventivo, para que essas alterações não se tornem agravantes e possam prejudicar sua qualidade de vida. Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo verificar a relação entre a ocorrência de dor e desvios posturais da coluna e a sobrecarga das mochilas escolares em estudantes do Ensino Médio.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Coluna Vertebral: Anatomia e funções 
Segundo Konin (2006), a coluna vertebral é única quanto às necessidades funcionais que ela deve atender. Ela deve ser forte e estável para sustentar o tronco e proteger o frágil tecido nervoso da medula espinhal, mas deve também ser flexível de modo a colaborar com o movimento da cabeça e dos membros.
A coluna vertebral é um segmento complexo e funcionalmente significativo do corpo humano. Proporcionando o elo mecânico entre as extremidades superiores e inferiores, a coluna vertebral torna possível o movimento em todos os três planos, porém, ainda funciona como um protetor ósseo da delicada medula espinhal (HALL, 2000).
De acordo com Lippert (1996 apud MIORANZA, 2007), a coluna vertebral estabiliza e mantém o eixo longitudinal do corpo. Sendo uma haste multiarticulada, seus movimentos ocorrem como resultado de movimentos combinados de cada vértebra individualmente.
A coluna é constituída de dois pilares distintos: um anterior, que é a sucessão dos corpos e dos discos intervertebrais, e um posterior, que é o conjunto de arcos posteriores (BEINFAIT, 1995).
As principais funções da coluna vertebral incluem: um eixo de sustentação do corpo, proteção do sistema nervoso (medula espinhal), execução de movimentos, sustentação do piso da cabeça, tronco e membros, e serve de ponto de apoio para a maioria das vísceras tóraco-abdonimais (MIRANDA, 2001 apud MIORANZA, 2007).
Knoplich (2003) relata que a coluna vertebral do ponto de vista da engenharia é de uma constituição perfeita. E ainda faz uma comparação entre a coluna de um prédio que tivesse que suportar toda a estrutura e ao mesmo tempo tivesse que movimentar esse prédio. Seria “impossível”. No entanto, a coluna faz isso.
A coluna vertebral é composta por 33 vértebras e estão divididas em quatro regiões: cervical (sete vértebras), torácica ou dorsal (dose vértebras), lombar (cinco vértebra), sacro (cinco vértebras) e cóccix (três ou quatro vértebras), como mostra a figura 1. As vértebras têm formas diferentes conforme a região, mas de uma maneira geral são semelhantes, pois todas têm uma região posterior formada por três asinhas duas chamadas apófises transversas e uma apófise espinhosa. A região anterior ao orifício por onde passa a medula desempenha a função de sustentação (KNOPLICH, 2003).
 (
FIGURA 
14
 – 
Vista posterior, anterior e lateral da coluna vertebral.
FONTE 
– SOBOTTA, 2005.
)
No entanto, com a exceção da primeira e segunda vértebras cervicais, todas as demais possuem um grande corpo que sustenta peso anteriormente e um arco vertebral posteriormente, o qual consiste em uma série de processos ósseos (PALASTANGA; FIELD; SOAMES, 2000).
Sendo assim, o corpo vertebral consiste em uma fina camada externa de osso cortical. Em virtude disto, o corpo vertebral tenderia a permanecer colapsado, se não fosse seu recheio de osso esponjoso, cujas trabéculas agem como apoio sem torná-lo excessivamente pesado (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998 apudMOURA; FONSECA; PAIXÃO, 2009).
De acordo com Palastanga; Field; Soames (2000) o arco vertebral origina-se da face póstero-lateral do corpo e com o corpo rodeia o forame vertebral. O arco é formado por dois pedículos e duas lâminas e juntas com a parte posterior do corpo formam o forame vertebral por onde passa a medula espinhal. Cada pedículo passa da parte superior da face póstero-lateral do corpo vertebral para unir-se com a extremidade anterolateral da lâmina correspondente. As lâminas inclinam-se para trás para encontrar-se na linha mediana posterior, onde elas são contínuas com o processo espinhoso que se projeta. O osso dos pedículos e lâmina é bastante duro, proporcionando boa resistência às grandes forças tensivas que precisam ser acomodadas.
Watkins (2001 apud MIORANZA, 2007), realça que em cada lado do arco vertebral há uma depressão na parte superior. Uma vez que o pedículo une-se a parte posterior e superior do corpo, existe uma incisura vertebral inferior muito maior sob o pedículo. A incisura vertebral inferior da vértebra inferior forma um orifício chamado forame intervertebral, na qual é ocupado por um nervo periférico. 
Na junção entre pedículos e lâminas existem processos articulares superior e inferior, formando um pilar articular. Esses processos articulares contêm as facetas articulares. As superiores são ovais, planas e voltadas para trás e para cima, enquanto as inferiores estão voltadas, correspondentemente, para frente e para baixo (MOURA; FONSECA; PAIXÃO, 2009).
Segundo Oliver; Middleditch (1998 apud MOURA; FONSECA; PAIXÃO, 2009), apresenta-se entre os corpos vertebrais, um disco, chamado de disco intervertebral capaz de absorver os aumentos de pressão numa súbita sobrecarga da coluna e conferir mobilidade entre as vértebras adjacentes. Estes discos que se intercalam são de fibrocartilagem (com uma polpa gelatinosa central) chamados discos intervertebrais que são envolvidos por uma estrutura fibrosa entrecruzada e firmemente ajustada (anéis fibrosos). Os discos intervertebrais suportam enormes esforços, de modo que os anéis têm de ser fortes e elásticos.
Sendo assim, por ser um suporte de peso, a parte anterior das vértebras (corpo vertebral), aumenta de volume da porção cervical à lombar, uma vez que as vértebras inferiores têm sobrecarga de peso, quando comparadas com as vértebras superiores. Tendo como função, suportar o peso da maior parte do corpo e transmiti-lo, através da articulação sacro-iliaca, para os ossos do quadril (DÂNGELO, 1995 apud NASCIMENTO, 2005).
Músculos e tendões completam o conjunto vertebral. A medula nervosa ou medula espinal se estende desde a base do crânio até a altura da primeira ou segunda vértebra lombar. Da medula nervosa partem 33 pares de nervos espinhais. Dos intervalos entre cada vértebra saem nervos que transmitem informações para e da medula espinhal. Os nervos são formados de filamentos sensitivos e motores: os primeiros conduzem os estímulos da sensibilidade e os últimos, estímulos motores para os movimentos musculares, sendo que as raízes nervosas saem no sentido crâniocaudal, aos pares (MERCÚRIO, 1997).
Segundo Ernest (2000), todas as sensações da periferia do corpo são transmitidas como sinais nervosos ao "computador central", o cérebro. O cérebro controla muitas funções corpóreas e envia comandos, via nervos, de volta ao corpo. As maiorias desses sinais ascendentes e descendentes são transportadas pela medula espinhal. Os sinais trocados entre o cérebro e o corpo são conduzidos pela medula espinhal.
A coluna vertebral constitui o eixo ósseo do corpo e tem que conciliar dois imperativos mecânicos contraditórios: oferecer resistência (rigidez) de um pilar de sustentação e elasticidade (flexibilidade) necessária à movimentação do tronco. A coluna vertebral compõe-se de quase uma centena de articulações que se distribuem de forma segmentar no eixo craniocaudal com suas curvas fisiológicas sendo a movimentação total da coluna vertebral a soma dos movimentos parciais entre as vértebras (MERCÚRIO, 1997).
Segundo Perez (2002), partindo-se da posição ereta-normal a movimentação da coluna vertebral para ambas as direções chama-se de inclinação à esquerda e à direita inclinar-se para frente dobrando-se o tronco em relação às pernas, chama-se flexão e em menor grau, para trás é a extensão. A movimentação de ombros em torno de um eixo vertical que passe pela cabeça, com as pernas fixas no solo, produz torção da coluna, que pode ser horária e anti-horária.
Conforme relata Mercúrio (1997), a coluna vertebral pode também realizar movimentos de compressão, alongamento ou movimentos de deslizamento. Cada um dos segmentos da coluna tem funções diferentes com relação à mobilidade geral. A coluna cervical gira melhor, permitindo-nos olhar para a esquerda e para a direita. A coluna lombar pode inclinar-se para frente, para que possamos dobrar o corpo quando preciso. Esse grau de mobilidade é alcançado principalmente graças a pequenas juntas que ligam os arcos vertebrais. A posição exata dessas juntas, que determinam o tipo de movimento possível em cada seção, varia entre as partes da coluna. 
Para Ernest (2000), a mobilidade da coluna é ainda permitida pela elasticidade dos discos intervertebrais, que agem como absorventes dos choques, porque são irrigados por fluidos. Contudo, a quantidade do fluido costuma diminuir com a idade, tornando-se dos discos mais vulneráveis a lesões. Os ligamentos que unem se dão de maneira a não inibir inteiramente os movimentos entre as partes. Sua estabilidade depende principalmente de ligamentos e músculos. 
Sendo a coluna vertebral uma peça muito delicada, está sujeita a diversas deformações. Estas podem ser congênitas (existem desde o nascimento da pessoa) ou adquiridas durante a vida, por diversas causas, como esforço físico, má postura no trabalho, deficiência da musculatura de sustentação, infecções e outras. Quase sempre, esses casos estão associados a processos dolorosos (MIORANZA, 2007)
Para Perez (2002) carregar excesso de peso, no caso das mochilas, e a maneira de sentar, em desacordo com a anatomia do corpo humano, causam defeitos como a: hiperlordose, escoliose, hipercifose, as quais, adquiridas na adolescência, transformam o indivíduo, no futuro, em vítimas em potencial dos diferentes males da coluna. Os problemas de postura começam na infância, logo que a criança entra na escola, sendo que a tendência é o problema postural piorar na adolescência e na fase adulta.
2.1.1 Evolução histórica
A coluna vertebral ou esqueleto axial do homem, o torna a espécie mais evoluída (NASCIMENTO, 2005). De acordo com Viladot; Cohi; Clavell (1989, apud NASCIMENTO, 2005) há aproximadamente 450 milhões de anos, com a aparição dos Cordados no Câmbrico inferior1, estava representada pela notocorda e a esta somaram-se ao longo da evolução; primeiros elementos cartilaginosos e posteriormente elementos ósseos que reforçam sua flexibilidade. 
 (
1
 
Câmbrico
 inferior: período da Era Paleozóica, compreendendo em escala geológica aproximadamente 542 milhões de anos.
)Assim a coluna vertebral humana é encontrada de forma de S duplo no plano sagital, que suporta o peso da cabeça, tronco e extremidades superiores e ao mesmo tempo facilita amplos movimentos do tronco. Por tudo isso deve conciliar dois imperativos mecânicos contraditórios, como são a solidez e a flexibilidade, sendo sua peculiar constituição óssea e fibrocartilaginosa o substrato morfológico encarregado disto. A sua vez a coluna vertebral humana também se encarrega de proteger o neuroeixo, assim como servir de suporte à caixa torácica (VILADOT; COHI; CLAVELL 1989, apud NASCIMENTO, 2005).
À medida que os membros posteriores progressivamente assumiram a função locomotora, a coluna vertebral assumiu um novo papel. Ela não é mais mantida horizontalmente, onde está sob compressão, mas tornou-se um bastão vertical de sustentação de peso, mantido ereto por ligamentos e músculos. A mudança de função da coluna vertebral foi acompanhada por alterações na suaforma, bem como por transformações na sua relação com o crânio e cintura pélvica. Com isso, diferenciando-se dos demais animais, o homem assume a postura ereta e marcha bípede, da qual provém de várias alterações no eixo da coluna vertebral (PALASTANGA; FIELD; SOAMES, 2000).
Palastanga, Field e Soames (2000), descrevem quatro alterações fundamentais que ocorreram na coluna vertebral e no tórax durante a evolução humana para uma postura ereta: Primeiro, os corpos vertebrais aumentam em tamanho em direção à região lombar, devido às forças de compressão ao longo do tronco aumentaram de cima a baixo deixando de ser constantes. Segundo, os processos espinhosos são mais ou menos igualmente desenvolvidos ao longo da coluna vertebral, porque a tendência à flexão não é mais restringida às cinturas dos membros, mas distribuídas uniformemente. Terceiro, o efeito enrijecedor do esterno e dos músculos abdominais sobre a coluna vertebral tornou-se menos importante. O esterno veio a situar-se mais perto da coluna vertebral, de modo que o tórax é mais largo e menos profundo. E por último, a transmissão aumentada de peso através da pelve e das pernas produziu um aumento do sacro, tal que o sacro humano usualmente é composto de cinco segmentos fundidos. Ele também é relativamente largo e mais convexo na sua superfície pélvica.
2.1.2 Desenvolvimento embrionário da coluna vertebral
No disco embrionário bilaminar e aproximadamente aos 15 dias após a fecundação aparece na ectoderme uma proliferação celular denominada linha primitiva, a qual se encontra localizada parte média disco. A linha primitiva persiste até o final do período somítico2 (28 dias, 4 mm) (VILADOT; COHI; CLAVELL, 1989 apud NASCIMENTO, 2005).
A seguir diz-se que a linha primitiva regrida caudalmente, apesar de, no conjunto, provavelmente haver antes um crescimento menor da parte caudal do embrião do que uma verdadeira regressão, não obstante, ocorre um encurtamento relativo à linha primitiva em comparação com o comprimento geral e isto leva à extensão da notocorda (CARLSON, 1996).
Algumas células mesenquimais migram do nó e da fosseta primitiva em direção cefálica, formando um cordão celular mediano, o processo notocordal (MOORE; PERSAUD, 2000). Enquanto o hipoblasto se desloca para o interior da linha, células da placa notocordal proliferam e se desprendem do endoderma. Elas formam, então, um cordão sólido de células, a notocorda definitiva (SADLER, 2001apud NASCIMENTO, 2005). 
Moore; Persaud (2000), relatam que na neurulação, próximo ao fim da terceira semana, o mesoderma paraxial se diferencia e começa a dividir-se em pares de corpos cubóides, os somitos (do grego. Soma = corpo). Sadler (2001, p.27 apud NASCIMENTO, 2005), afirma que: 
No embrião humano podem-se contabilizar de 42 a 44 pares de somitos. Sendo que: “O primeiro par de somitos surge na região embrionária cervical, aproximadamente no 20º dia do desenvolvimento. A partir daí, novos somitos aparecem em uma sequência crâniodaudal, na velocidade de aproximadamente 3 pares por dia, até no fim da quinta semana, 42 a 44 pares estão presentes.
Há quatro pares de somitos occipitais, o cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacros e 8 a 10 coccígeos. O primeiro somito occipital e o 5 a 7 finais desaparecem mais tarde, enquanto os somitos restantes formam o esqueleto axial (Sadler, 2001 apud NASCIMENTO, 2005).
 (
2
 Período somítico: período em que os somitos são formados aos pares,
 é um marcador importante para determinar a idade do embrião.
)Viladot, Cohi e Clavell (1989 apud NASCIMENTO, 2005) afirmam que em cada um dos somitos diferenciam se três partes das quais derivará uma série de estruturas: Dermátomo, o qual corresponde à parte lateral e superficial da derme. Miótomo localizado na parte lateral, embora mais profunda do somito. Deste derivam os músculos esqueléticos do tronco. Esclerótomo, localizado ventrimedialmente no somito. Deste derivam os ossos, cartílagos e ligamentos do tronco.
Durante a quarta semana do desenvolvimento, as células dos esclerótomos mudam de posição e envolvem a medula espinhal e a notocorda. Constitui-se assim uma coluna descontínua, já que nos espaços intersomíticos existe um mesenquima lasso com elementos vasculares mantendo-se, portanto o caráter segmentário somítico. Algumas das células densamente agrupadas se deslocam cefalicamente, vindo a situar-se em frente ao centro do miótomo, onde formam o disco intervertebral. (SADLER, 2001 apud NASCIMENTO, 2005). 
De acordo com Caillet (2001), o processo costal forma as costelas verdadeiras ao nível das vértebras torácicas. Em outros níveis ao longo da coluna vertebral, os processos costais se incorporam às vértebras propriamente ditas. A coluna vertebral mesenquimatosa é substituída a partir do segundo mês pela coluna vertebral cartilaginosa, mediante a aparição de quatro núcleos de condrogênese, dois para o corpo e dois para o arco neural.
Segundo Sadler (2001 apud NASCIMENTO, 2005), apesar de a notocorda reduzir totalmente na região dos corpos das vértebras, ela persiste e aumenta de tamanho na região do disco intervertebral. Então ela contribui para a formação do núcleo pulposo, que mais tarde fica envolvido pelas fibras circulares do anel fibroso. A partir do terceiro mês começa a formação da coluna vertebral óssea, mediante a aparição de quatro centros primários de ossificação, um para o corpo e dois para o arco neural.
Moore; Persaud (2000) relatam que centros de ossificação primários logo se fundem para formar um centro único. A ossificação torna-se evidente nos arcos vertebrais durante a oitava semana. Ao nascimento, cada vértebra está constituída por três partes ósseas unidas por cartilagem. As metades ósseas do arco vertebral usualmente se fundem durante os primeiros 3 a 5 anos.
Aproximadamente aos 16 anos aparecem os quatros centros secundários de ossificação, uma para cada apófise, assim como dois para as faces superiores e inferiores do corpo vertebral. O processo de ossificação completa-se aproximadamente à idade de 25 anos (VILADOT; COHI; CLAVELL, 1989 apud MOORE; PERSAUD, 2000).
2.2 Postura
Postura é o estado de equilíbrio dos músculos e ossos, para proteção das demais estruturas do corpo humano de traumatismos, seja na posição em pé, sentada ou deitada. Um bom controle postural, com a solicitação de poucos músculos e baixo gasto de energia leva à boa postura (BACK, 2006). 
De acordo com Medeiros (2010), por ser um aspecto muito discutido e estudado há muito tempo, são encontradas diversas definições para postura, entre elas os aspectos mais comuns estão na relação entre a ação das forças internas (exercidas pela tensão dos músculos) e externas (exercidas pela gravidade) para manter o nosso corpo em equilíbrio estático com o menor dispêndio energético possível.
A postura consiste numa relação estável entre o sujeito e o meio, o que resulta numa estabilização espacial. Dessa forma, quando o indivíduo se percebe, tem a impressão de estabilidade no espaço por ele ocupado (NORRÉ, 1990 apud BRACCIALLI e VILARTA, 2000).
Outra maneira de considerar a postura seria como postura estática ou dinâmica, que segundo Medeiros (2010), a primeira se refere a um bom arranjo das partes do corpo na posição parada e a outra quando este está em movimento. Apesar destas definições de postura, grande parte dos autores concorda que a postura tem a capacidade de adaptar-se ou modificar-se quando influenciada pelo meio.
Os músculos esqueléticos dos vertebrados apresentam uma extraordinária capacidade para adaptarem-se às condições extrínsecas. Ocorrem modificações no perfil molecular e estrutural das fibras musculares dependendo da alteração na demanda funcional, portanto, a propriedade de um músculo se altera devido ao aumento ou decréscimo da atividade muscular (Weeks, 1989 apud BRACCIALLI e VILARTA, 2000).
Devido à capacidade de adaptar-se a condições extrínsecas, a postura pode sofrer alterações nas variações vertebrais, acentuando os desvios e saindo do padrão normal, “... as quatro curvaturas vertebraispodem ser distorcidas quando a coluna é submetida habitualmente a forças assimétricas” (HALL, 2000, p. 271).
Segundo Hall (2000) existe quatro curvaturas na coluna que permitem que esta absorva mais choques sem que sofra lesões do que se ela fosse reta, classificando-as curvaturas como primárias, aquelas que estão presentes desde o nascimento (curvaturas torácica e sacra), e secundárias as que aparecem quando o peso passa a ser sustentando nas posições em pé ou sentado (lombar e cervical). O alinhamento e posicionamento destas curvaturas definem a postura. Para Perez (2002), a postura humana tem sido objeto de estudo biomecânico, uma vez que desvios estruturais e funcionais causam desequilíbrio no sistema corporal, levando a compensações que podem gerar alterações em suas estruturas e funções.
Estudos comprovam que existe uma grande variação fisiológica na postura e na mobilidade da coluna vertebral durante o crescimento e que o período do estirão do crescimento na adolescência está correlacionado com o desenvolvimento e acentuação de desvios posturais. Uma postura inadequada pode vir a desenvolver-se entre as idades de 7 a 12 anos e entre as alterações posturais de tronco mais comuns nesta faixa etária estão as escolioses (BRACCIALLI e VILARTA, 2000). 
De acordo com Back (2006), a quase totalidade dos problemas posturais tem sua origem na infância, uma vez que as crianças em idade escolar encontram-se em período de acomodação das estruturas anatômicas de seus corpos. Entretanto, a maioria dos desvios posturais na criança em crescimento é classificada como “desvio de desenvolvimento” e, quando os padrões se tornam habituais, podem resultar em alterações posturais patológicas.
A postura mantida e os maus hábitos posturais podem influenciar e alterar a morfologia de algumas estruturas ósseas, durante a infância e a adolescência. Estas alterações e esses hábitos posturais geram, na vida adulta, diversas complicações em níveis funcionais, ortopédicos, respiratórios e outros, além de dores musculares devido a compensações do organismo (MORO, 2000 apud BACK, 2006). 
2.2.1 Postura correta e incorreta
A boa postura é o estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou deformidade progressiva independente da atitude (ereta, deitada, agachada, encurvada), nas quais essas estruturas estão trabalhando ou repousando. Sob tais condições os músculos funcionam com mais eficiência, e posições ideais são proporcionadas para os órgãos torácicos e abdominais (NASCIMENTO, 2005).
Para Magee (2002), a postura correta é a posição na qual mínimo estresse é aplicado em cada articulação. De certo, a postura ereta é a postura em pé normal dos humanos. Se esta postura for correta, uma atividade muscular mínima mantém essa posição.
Dessa maneira, para desenvolver uma simetria corporal e uma boa postura, a pessoa deve engajar-se em grandes atividades motoras em vez de especializar-se em uma atividade que desenvolva somente uma área do corpo (ALTER, 1999). Segundo Kendall (2003), quando há um alinhamento ideal de determinadas estruturas anatômicas, o corpo apresenta sua eficiência máxima com um mínimo de estresse e esforço.
Todavia, a posição incorreta assumida pelo indivíduo pode causar a expressão de esquemas motores errados e estes, por sua vez, a anunciação de movimentos incorretos (TRIBASTONE, 2001). Qualquer posição que aumenta o estresse sobre as articulações pode ser denominada postura defeituosa ou incorreta (MAGEE, 2002).
Os problemas posturais podem ter início numa idade precoce e um número crescente de crianças parece apresentar dores na região dorsal, sendo a principal causa indicada, a inadequação das carteiras escolares (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998 apud MOURA; FONSEICA; PAIXÃO, 2009). A má postura pode ser proveniente de fatores genéticos ou adquirida. Para Braccialli e Vilarta (2001) ,dos fatores que influenciam a postura humana, o genético é considerado um dos mais importantes. Quando adquirida a má postura pode estar diretamente ligada às atividades diárias de cada um.
De acordo com Medeiros (2010), as dores e desconfortos causados por uma postura errônea são prejudiciais a saúde e ao bem estar físico, interferindo nas atividades diárias causando limitações e impedindo sua execução, e em alguns casos sendo necessária a interrupção de muitas destas atividades. Normalmente os problemas posturais e lesões adquiridas, ocorrem devido a sobrecargas e estresse muscular, exercidos sobre a coluna diariamente. Os problemas posturais e lesões de maior incidência são: hipercifose, hiperlordose, escoliose, fraturas de estresse, lesões de tecido mole e hérnia de disco.
Por fim, se uma pessoa tiver músculos fortes, flexíveis, posturas defeituosas podem não afetar as articulações, porque elas podem mudar facilmente de posição, fazendo com que o estresses não sejam excessivos. No entanto, se as articulações forem rígidas ou demasiado móveis ou os músculos forem fracos ou encurtados, a postura não pode ser facilmente alterada para o alinhamento correto e o resultado pode ser alguma forma de patologia (MAGEE, 2002).
2.2.2 Fatores que alteram a postura
Para Bricot (2001), muitos fatores estão envolvidos na determinação da atitude postural de um indivíduo, dessa forma divide os fatores que interferem na postura em cinco grupos distintos: fatores mecânicos, fatores orgânicos secundários a doenças, hereditariedade, raça e fatores emocionais. Considerando como os fatores de maior influência os fatores orgânicos, emocionais e mecânicos.
Às vezes, o problema não está na estrutura física da coluna, mas sim na flexibilidade limitando os movimentos da mesma. Em virtude disto, deformidades podem ter origem hereditária ou se desenvolver a partir de influências ambientais, padrões culturais da civilização moderna e sobrecargas sobre o corpo humano, principalmente quanto às atividades repetitivas, especializadas e excessivas (KENDALL, 2003).
Os fatores orgânicos, tais como hipercifose, escoliose, espondilite, coxa vara, coxartrose, discartrose, cujas dores obrigam a pessoa a assumir uma postura viciosa para amenizá-las (KNOPLICH, 2003). As deformidades estruturais, as quais são o resultado de anomalias congênitas, problemas de desenvolvimento, trauma ou doença, envolvem principalmente alterações musculoesqueléticas e não são tão fáceis de correção (MAGEE, 2002).
Knoplich (2003) afirma que há fatores emocionais que influenciam a postura, já que movimentos corporais harmônicos se traduzem em satisfação mental. Segundo Tribastone (2001), a postura é expressão somática de emoções, impulsos e regressões. Cada um reflete, inconscientemente, no movimento exterior, a condição interior e a sua personalidade. A postura exprime o que experimenta um organismo na situação atual, como ele a vive, e é, por isso, uma resposta global da acomodação a certo ambiente, uma correlação entre aspectos corporais e mentais do comportamento.
De acordo com Pinto e Lopes (2001), alguns adolescentes preocupam-se demasiadamente com as alterações por quais seus corpos passam. O que determina padrões variados de posturas, tanto introvertidas como extrovertidas. Tais posturas, se adotadas de maneira errônea podem estar interferindo no alinhamento e maturação adequada do esqueleto, sendo que em alguns casos são motivos de baixas estimas nos adolescentes.
Os fatores mecânicos de má postura, relacionados com posições inadequadas, repetitivas, de trabalho ou repouso que, com o passar dos anos, podem causar distúrbios músculo esqueléticos. O problema postural mais comum é mau hábito postural, isto é, por qualquer razão, o paciente não mantém uma postura correta. Por exemplo, a pessoa que fica em pé ou sentada por longos períodos e começa a relaxar-se e curvar-se (MAGEE, 2002).
Segundo Magee (2002), diversas características anatômicas podem afetar a postura correta. Por isso, estes fatores podem ser intensificados ou causar problemas adicionais quando combinados com estados patológicos ou congênitos. Cita aindacomo fatores que alteram a postura: desequilíbrio muscular ou contratura muscular (Ex.: músculo iliopsoas encurtado aumenta a lordose lombar); dor (Ex.: pressão sobre uma raiz nervosa); condições respiratórias (Ex.: enfisema), fraqueza geral, excesso de peso e espasmo muscular.
Por todo o complexo da coluna vertebral, atuam cadeias musculares, onde uma tensão inicial é responsável por uma sucessão de tensões associadas. Cada vez que um músculo se encurta, ele aproxima suas extremidades e desloca os ossos sobre as quais ele se insere, assim, as articulações se bloqueiam e o corpo se deforma. Por outro lado, todos os outros músculos que se inserem sobre esse osso, vão ser alterados pelo deslocamento que se propagará a outros ossos e músculos e assim sucessivamente (SOUCHARD; OLLIER, 2001).
Quando na fase se estirão de crescimento, por exemplo, a criança não quer parecer mais alto que os colegas e tem uma tendência a deixar-se encurvar para não salientar diferença (MAGEE, 2002). Desta maneira, a consciência corporal está associada à autoconsciência mental e psíquica. E em certas desordens mentais, o indivíduo dissocia a sua consciência de seu corpo e passa como se fosse outrem (KNOPLICH, 2003).
Dentre os fatores de risco que podem afetar a coluna dos adolescentes destacam-se principalmente a sobrecarga sobre a coluna vertebral como as mochilas escolares, onde as mesmas contêm material escolar as quais a maioria dos escolares carrega no dia-a-dia para o colégio (FOLLE; BRUM; POZZOBON, 2008).
A postura é dinâmica e está em função do mundo circundante. Assim, num determinado momento, o corpo está tomado simultaneamente por vários afetos (necessidades emocionais), vários movimentos (necessidades biomecânicas) e vários atos instintivos (ficar equilibrado, alerta, etc.) (KNOPLICH, 2003). Dessa forma o cuidado com a coluna deve ser perpétuo. Pois segundo Braccialli e Vilarta (2000) a postura não se altera, constrói-se a partir da vivência corporal e da modificação da atitude de cada um perante a vida.
2.2.3 Desenvolvimento postural infanto-juvenil
Após o nascimento, no primeiro dia de vida, a coluna lombar é côncava para frente, evidenciando uma pequena curva lordótica compensatória na região cervical, que capacita a criança a erguer a cabeça. Esta curva, também é responsável junto com a musculatura do pescoço pela manutenção e movimentação da cabeça do bebê (KAPANDJI, 2000 apud MOURA; FONSECA; PAIXÃO, 2009). 
Segundo Kapandji (2000 apud MOURA; FONSECA; PAIXÃO, 2009), com cinco meses a curvatura continua sendo ligeiramente côncava para frente; e somente aos treze meses a coluna lombar se torna retilínea. A partir dos três anos pode-se observar uma pequena lordose lombar que aumenta gradativamente até aos 8 anos e adotará sua curvatura definitiva entre 10 e 12 anos quando esta terá sido amenizada pelo crescimento óssea da criança e pela maior distribuição de seu peso corporal (Figura 2). 
Em crianças a coluna lombar tem uma curva lombar exagerada. Essa curva acentuada é causada pela presença do grande conteúdo abdominal, da fraqueza da musculatura abdominal e da pelve pequena, características das crianças nessa idade. Por volta dos 10 – 12 anos de idade, esse fator que se modifica quando a musculatura do abdome passa a realizar uma contenção melhor do conteúdo abdominal (KENDALL, 2003).
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FIGURA 2
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Desenvolvimento Postural
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FONTE
 - 
MAGEE, 2002.
)
Na criança, de acordo com Magee (2002), o centro de gravidade encontra-se no nível da 12ª vértebra torácica. À medida que a criança cresce, o centro desloca-se para baixo, acabando por se localizar no nível da segunda vértebra sacral nos adultos. 
A criança fica em pé com uma base mais larga e com os joelhos flexionados para manter o equilíbrio. Os desvios laterais da articulação dos joelhos estão presentes nas crianças pequenas, e desaparecem progressivamente durante o crescimento (KAPANDJI, 2000 apud MOURA; FONSECA; PAIXÃO, 2009).
Para Magge (2002), o aparecimento da puberdade está relacionado com o aumento rápido da velocidade de crescimento vertebral. Durante a adolescência, a postura modifica em virtude das mudanças hormonais com o início da puberdade e do desenvolvimento musculoesquelético. Os seres humanos apresentam dois estirões de crescimento, um na infância e outro na adolescência. Este segundo estirão de crescimento dura 2,5 a 4 anos.
Durante este período, o crescimento é acompanhado por maturação sexual. As mulheres desenvolvem-se mais rapidamente e mais cedo que os homens. Elas entram na puberdade entre 8 e 14 anos de idade e dura cerca de 3 anos (MAGEE, 2002). Geralmente a partir dos dez anos a menina cresce vários centímetros em pouco tempo, sua cintura se afina, os quadris se alargam, os seios começam a avolumar-se e surge uma leve pilosidade no púbis e nas axilas (BALLONE, 2009 apud LOTICI, 2005).
É durante a puberdade que se originam as diferenças corporais entre homens e mulheres, com os homens tendendo a maior comprimento das pernas e braços, ambos mais largos, menor largura de quadril, e maior tamanho esquelético global e altura que as mulheres. Em virtude do estirão de crescimento rápido, indivíduos, especialmente homens, podem parecer desajeitados, e maus hábitos e alterações posturais tendem a ocorrer com mais frequência nesta idade (MAGEE, 2002).
A identificação dos problemas de postura, no seu início é de suma importância. O diagnóstico precoce aumenta as possibilidades e formas de correção, tornando o ato cirúrgico a ultima opção. Segundo Hall (2000), os ossos das crianças são mais flexíveis que os dos adultos, o que permite a alteração de sua estrutura favorecendo a correção dos desvios através de atividades que propiciem uma reestruturação da musculatura esquelética, promovendo um reequilíbrio estrutural.
Cabe ressaltar que não só os ossos, mas também toda a musculatura incluindo a responsável pela sustentação da coluna está em formação, o que favorece a correção dos desvios. Os músculos encurtados são um dos causadores da má postura, pois estes se encurtam justamente na busca do equilíbrio em situações desfavoráveis mantidas por um longo período de tempo, favorecendo o surgimento de desvios posturais (MARTELLI e TRAEBERT, 2004).
2.2.4 Ambiente escolar e postura
Segundo Braccialli e Villarta (2000), as crianças e adolescentes ficam durante quatro a seis horas nas escolas, logo, torna-se importante discutir e alertar sobre os cuidados com as crianças e os possíveis problemas que podem ocorrer neste ambiente. Pelo fato de serem crianças e adolescentes, e não adultos, o esqueleto está em fase de formação, sendo mais susceptível a deformações e as estruturas músculo-esqueléticas, apresentando menor suportabilidade à carga. 
É fundamental lembrar que as estruturas que compõem a unidade vertebral (ligamentos e disco intervertebral) sofrem um processo de degeneração ao longo da vida e não possuem mecanismos de regeneração. Sendo assim, o conjunto de alterações (posturas biomecânicamente incorretas) é fator que potencialmente pode criar condições de prejuízos significativos ao sistema músculo-esquelético nos escolares, particularmente às estruturas que compõem a coluna vertebral (ZAPATER, 2004).
Considerando que crianças e adolescentes permanecem por um período de quatro a seis horas nas instituições escolares, torna-se importante discutir e alertar para alguns dos problemas encontrados neste ambiente (BRACCIALI e VILLARTA, 2000). O problema, porém, não se encontra apenas nas dimensões do mobiliário e do ambiente escolar. Enfrentam-se, também, dificuldades relacionadas ao transporte do material escolar. Observa-se que, constantemente, a carga transportada é excessiva e o modo como se transporta ineficiente e incorreto (CONTRI; PETRUCELLI; PEREA, 2009). 
Bracciali e Vilarta (2000) relatam que existe uma crescente preocupação em relação aos problemas posturais de crianças e adolescentes, pois a mídia constantemente coloca em discussão tais problemas, como transporte excessivo de material escolar e modelosinadequados de carteiras escolares. Ao mesmo tempo a indústria, anualmente, lança novos modelos de mochilas e carrinhos para o transporte do material escolar, e todos se preocupam em enfatizar os aspectos ergonômicos do seu produto e os benefícios para a coluna da criança. No entanto, crianças e adolescentes continuam utilizando mobiliário inadequado e transportando uma carga exagerada em suas mochilas.
Segundo Vieira (2009), os jovens em idade escolar podem apresentar erros posturais crônicos, conduzindo assim a inúmeros problemas na coluna vertebral, devido à falta de atividade física. O espaço para o adolescente realizar atividades ao ar livre, estão progressivamente menores no meio urbano, e o isolamento das regiões rurais podem apresentar repercussões negativas em vários parâmetros da aptidão física. Podendo assim, gerar consequências motoras futuras no adolescente. 
Nos dias atuais, os escolares, os pais e os órgãos inseridos no processo educacional e da saúde parecem desconhecer a prevalência destas alterações posturais e suas prováveis conseqüências. Portanto, mostra-se necessário conscientizar os profissionais de educação, os escolares e os pais, sobre a importância da detecção precoce de alterações posturais nos estudantes, viabilizando uma mudança de comportamento frente a esta temática por estes indivíduos. Portanto a prática da atividade física torna-se um fator de extrema importância para a melhoria da aptidão física, pois auxilia o desenvolvimento global do organismo, corrigindo e ajudando a prevenir lesões e desvios posturais nas crianças (VALADÃO, 2009).
Kendall (2003) considera importante as observações e a identificação de desvios posturais em indivíduos em crescimento. Desta maneira, devemos reconhecer que a criança não se enquadra ao alinhamento ideal estabelecido para os adultos, pois ela encontra-se em desenvolvimento, exibindo maior mobilidade articular e flexibilidade.
Outro ponto a ser considerado é que suas estruturas crescem em velocidades diferentes, em que a maioria das alterações posturais observadas em crianças, se enquadra na categoria de desvios do desenvolvimento, que podem melhorar ou mesmo desaparecer sem qualquer necessidade corretiva. No entanto, quando os desvios tornam-se estáticos, ou aumentam, temos uma alteração postural típica. Se o desvio vai ou não se tornar permanente, só podemos determinar por avaliações repetidas e continuas, e não por um único exame (ZAPATER, 2004).
Verderi (2005) afirma que o conhecimento do corpo deve iniciar na infância, quando a criança está em desenvolvimento e seu corpo sujeito a transformações. Desequilíbrios articulares, musculares e tendíneos, são todos decorrentes de forças anormais agindo sobre o corpo, tais como as compressões, torções e rotações. Os danos são grandes quando não detectados precocemente. Muitos sintomas como dores de cabeça, formigamento nos braços, dores em diferentes locais do corpo, têm origem nos desequilíbrios posturais.
Para Kendall (2003), as atividades diárias do indivíduo terão influencia favorável ou desfavorável na postura. A natureza das atividades e o tempo gasto nelas são fatores determinantes. Verderi (2005) diz que vícios de postura, durante o manuseio do material escolar e nas atividades diárias na escola, nas quais o corpo do aluno permanece em uma só posição por tempo prolongado, são observadas em criança em idade escolar.
Além dos cuidados em sala de aula, a maneira como a criança permanece fora da escola é de extrema importância para seu desenvolvimento postural. Verderi (2005) orienta que as crianças devem evitar sentar em cadeiras sem encostos, sofás muito fofos e fundos, utilizar mesas muito baixas e sentar no chão ao fazer as tarefas de casa.
Algumas considerações sobre a maneira mais adequada dos alunos levarem o material escolar são pertinentes. A mochila deve ser carregada na altura do dorso, apoiada nos ombros, distribuindo o peso entre o lado direito e o esquerdo da coluna. Deve estar posicionada próxima as costas com as alças bem ajustadas, sem folgas, pois assim evitam a sobrecarga na região dorsal que pode levar a uma hipercifose torácica. Como compensação da hipercifose torácica o corpo desenvolve hiperlordose lombar e cervical, com a projeção da cabeça para frente (VERDERI, 2005).
Com base em dados epidemiológicos, fisiológicos e biomecânicos o peso da mochila nunca deve ultrapassar 10 a 15% do peso da criança. Quando a carga da mochila é superior à capacidade de sustentação dos grupos musculares, ocorre sobrecarga para a coluna vertebral, podendo determinar alterações posturais, dor ou disfunção da mesma (RODRIGUES e MONTEBELO, 2008 apud MIORANZA, 2007).
Politano (2006) percebe que os problemas posturais são diversos. As posturas adotadas pelas crianças, necessárias às atividades, sofrem influências diversas como a manutenção da postura por grande período de tempo, arquitetura desfavorável do imóvel, dificuldades ergonômicas no transporte do material escolar, disposição e proporções inadequadas no mobiliário e atividades desenvolvidas em sala de aula e no lar. Essa influência pode ser responsável pela manutenção, aquisição ou agravamento de alterações posturais na criança em idade escolar. A identificação de posturas erradas permite a inserção de atividades compensatórias, prevenindo as alterações posturais dentro do ambiente escolar.
É de grande importância citar que o adolescente em idade escolar, precisa aprender sobre o seu corpo e criar bons hábitos, sendo fundamental, tanto o trabalho de ajustamento postural através dos exercícios realizados durante as aulas como o de explicar a importância da mesma em sua vida cotidiana, pois passam horas sentados, além de levar uma vida não muito ativa, dependendo das oportunidades do dia-a-dia, ocorrendo uma desestruturação do seu equilíbrio físico-postural, o que reflete diretamente na sua qualidade de vida (POLITANO, 2006).
Bracciali e Vilarta (2000) consideram que a escola talvez seja o local ideal para iniciar um tipo de trabalho de educação postural. No entanto, é necessária a ação conjunta de educadores, funcionários, alunos, pais, profissionais da área da saúde e do governo. A realização de um programa de educação postural não é possível com ações apenas imediatas: ele deve ser estruturado em várias etapas, estabelecendo-se metas a serem atingidas a curto, médio e longo prazo. Poderia iniciar-se através de um trabalho de sensibilização e conscientização dos profissionais da educação em relação aos diversos fatores que possam vir a interferir no desenvolvimento normal da postura da criança e do adolescente e os meios eficazes de prevenção.
2.3 Os desvios posturais da coluna vertebral
A coluna vertebral está sujeita aos desvios posturais, tais como a hipercifose, a hiperlordose e a escoliose, como mostra a figura 3. De acordo com Miranda (2001, apud LOTICI, 2005), a hipercifose é caracterizada por um aumento da curvatura na região torácica, normalmente vem acompanhada de uma abdução da cintura escapular e uma projeção da cabeça para frente (protração da cabeça).
A hiperlordose é uma acentuação da curvatura lombar ou cervical fisiológica. O aumento da lordose lombar está relacionado diretamente com a inclinação da pelve anteriormente (anteroversão). Nas mulheres a postura lordórtica é mais acentuada do que nos homens. A escoliose pode ser definida como o desvio lateral da coluna acima dos 10° (dez graus) (MIRANDA, 2001 apud LOTICI, 2005).
Essas alterações são desenvolvidas comumente na infância e na adolescência e quando não tratadas precocemente podem evoluir e se instalar definitivamente (LOTICI, 2005).
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FIGURA 3
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 Curvaturas vertebrais anormais
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FONTE
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HALL, 2000
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)
2.3.1 Hipercifose
A hipercifose corresponde ao aumento da curvatura natural (cifose) da região torácica, esse aumento tem como uma de suas principais causas a má postura (Figura 4). A hipercifose promove certas alterações anatômicas, tais como dorso curvo, gibosidade posterior, encurtamento vertebral, pode haver aindadéficit respiratório, pela redução da capacidade de sustentação da coluna vertebral e pela diminuição da expansibilidade torácica (BARD e ZANLUCCHI, 2010).
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FIGURA 4
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Hipercifose torácica.
FONTE
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RICHARDSON, 2009.
)
Conforme Nascimento (2005), com base na sua origem a hipercifose pode ser classificada em quatro grupos distintos: essenciais, congênitas, adquiridas e posturais ou atitudes cifóticas. As essenciais podem também ser chamadas de idiopáticas agrupam todas aquelas de origem desconhecida, ou seja, que não pode ser definida a razão para o aumento da curvatura.
Segundo Magge (2002), as anomalias congênitas incluem um defeito segmentar parcial, além disso, pode levar à cifose a perda da ação muscular necessária para manter a postura correta, combinada com forças da gravidade.
Dentro do grupo das cifoses adquiridas podemos considerar com as mais importantes as traumáticas, infeccionais, inflamatórias e neoplásicas que alteram ou destroem a parte anterior discossomática de um ou mais corpos vertebrais provocando seu afundamento e a curvatura da coluna para frente (OCHOA, 1989 apud NASCIMENTO, 2005).
Para Ochoa (1989 apud NASCIMENTO, 2005), as cifoses posturais como indica seu nome são causadas devido à manutenção de uma atitude viciada por várias circunstancias tais como: transtornos visuais (miopia) que obrigam a criança a inclinar-se sobre o livro, hipertrofia mamaria, que faz com a adolescente flexione o tronco numa postura que lhe permita esconder os seios, mais que pelo peso das mamas, como acreditava-se de forma errada. 
De acordo com Knoplich (2003), entre as deformidades mais negligenciadas no tratamento da coluna vertebral são as cifose rotuladas de posturais da adolescência, mas que podem ser sinal de uma patologia mais complexa. 
A hipercifose tem seu desenvolvimento associado à adolescência e desenvolve-se comumente no início da mesma, com incidência de até 8 a 10% da população geral e distribuição igual em ambos os sexos dos 13 aos 17 anos. O que torna necessário o aumento no nível de atenção nessa faixa etária (HALL, 2000).
As principais causas conhecidas da cifose são: a má postura, problemas neuromusculares ou congênitos (má formação), problemas inflamatórios causados por osteomielites, e pós-traumas oriundos de fraturas e osteoporose, além da doença de Scheurmann, na qual uma ou mais vértebras com formato de cunha surgem devido ao comportamento anormal da placa epifisária (GRACIOLI, 2005). 
Segundo Bertolini (1997), o efeito acumulativo de hábitos desaconselhados na infância e na adolescência, como carregar excesso de peso, sentar errado, abaixar-se curvando a coluna em vez de flexionar as pernas, provoca em crianças e adolescentes a projeção da parte superior da coluna para frente, levando ao aparecimento da curvatura da coluna. 
2.3.2 Hiperlordose
Bard e Zanlucchi (2010) definem hiperlordose como o aumento da curvatura normal (lordose) cervical ou lombar, conforme mostra a figura 5, sendo que a hiperlordose cervical caracteriza-se pelo indivíduo ter a cabeça mais anteriorizada, e normalmente tem ligação com a hipercifose, já a hiperlordose lombar está associada a uma anteroversão da pelve a qual está ligada a um desequilíbrio dos músculos abdominais e glúteos, os quais se encontram enfraquecidos. 
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FIGURA 5
 
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 Hiperlordose lombar
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FONTE
 
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RICHARDSON, 2009.
)
As curvas de lordose aumentada incluem: deformidade postural; músculos frouxos, especialmente os abdominais; um abdômen pesado, resultado de gravidez ou peso em excesso; mecanismos compensadores que resultam de outra deformidade como cifose; contratura em flexão do quadril; espondilolistese; problemas congênitos, como luxação congênita bilateral do quadril; falta de segmentação do arco neural ou de um segmento da articulação facetaria; ou moda como o uso de sapatos de salto alto (MAGEE, 2002).
De acordo com Hall (2000), as causas da lordose incluem deformidade vertebral congênita, fraqueza dos músculos abdominais, hábitos posturais inadequados e treinamento excessivo nos desportos que exigem hipertensão lombar repetida, tais como ginástica, patinação artística, arremesso de dardo ou nado estilo golfinho (borboleta). Os sintomas da lordose variam com a gravidade da condição.
2.3.3 Escoliose
A escoliose é um desvio lateral da coluna vertebral, apresentando convexidade à direita ou à esquerda e abrange uma ou mais regiões da coluna, podendo inclusive apresentar duas curvaturas em uma única região. Há grande possibilidade de haver curvas compensatórias, formando desta forma, um "s" ou "c" (Figura 6). Pode-se encontrar neste tipo de alteração rotação vertebral saliência nas costelas, encurtamento vertebral e gibosidades (BARD e ZANLUCCHI, 2010).
 (
FIGURA 6
 
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Escoliose.
FONTE 
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RICHARDSON, 2009.
)
Para Pinto e Lopes (2001), escoliose é um desvio de coluna no plano frontal, associada aos hábitos regulares de má postura como o transporte de pastas ou mochilas de um único lado do corpo, pois transportar mochilas com excesso de peso, em um único braço, é verdadeira armadilha. Esse hábito acaba forçando a coluna, principalmente a dorsal, entre as escápulas, para um dos lados. A escoliose assim como a hipercifose se desenvolve geralmente durante a adolescência associada à má postura e aos hábitos de vida. A escoliose o principal desvio da coluna, se instalando entre os 10 e 16 anos.
Em relação à classificação da escoliose Tribastone (2001) afirma que é possível enquadrar a escoliose, segundo a época na qual a escoliose evidencia-se clinicamente, em uma das seguintes categorias: 
1. Escoliose infantil: surge antes dos três anos de idade; habitualmente é dorsal esquerda e em igual proporção nos dois sexos, é freqüentemente evolutiva.
2. Escoliose juvenil: a primeira surge entre os 3 e os 7 anos, a segunda entre os 7 e os 11 anos e a terceira surge entre os 11 anos e a puberdade.
3. Escoliose da adolescência: surge depois da puberdade, é freqüentemente lombar e raramente supera os 50º.
A escoliose é classificada de duas maneiras, como estrutural e não-postural. “A estrutural consiste em uma curvatura inflexível que persiste até mesmo com a inclinação lateral da coluna vertebral. As curvaturas escolióticas não-estruturais são flexíveis e corrigidas com a inclinação lateral” (HALL, 2000, p. 271). No entanto, É importante fazer a distinção entre escoliose estrutural e a escoliose funcional. 
De acordo com Bienfait (1995), na escoliose funcional encontramos curvatura lateral com elementos de rotação concomitante, sem alteração morfológica. O paciente pode corrigir ativamente esta curvatura, principalmente quando não existe um fator antálgico ou assimetria morfológica. Porém, a escoliose estrutural caracteriza se pelo desvio lateral, com rotação vertebral e alteração morfológica que não corrige com o paciente variando a postura. Na escoliose estrutural pode estar presente uma gibosidade no lado da convexidade da curva detectável ao exame clinico. Ao exame radiológico observa-se rotação dos corpos vertebrais e alterações anatômicas em sua arquitetura.
Entre as principais causas da escoliose estrutural estão às anormalidades congênitas e alguns cânceres. Já a escoliose não-estrutural pode decorrer de hábitos como, carregar materiais e mochila de um único lado.
Em cerca de 70% a 90% de todos os casos, porem, a escoliose recebe a designação de idiopática, o que significa que a causa é desconhecida. E escoliose idiopática é diagnosticada mais comumente entre os 9 e 13 anos de idade, mas pode ser observada em qualquer idade. Está presente em 2% a 4% das crianças entre os dez anos de idade, sendo mais comum em mulheres. (HALL, 2000, p. 271).
Apesar de na maioria das vezes ter suas causas consideradas como idiopáticas, a escoliose pode ser considerada o desvio de maior risco no cotidiano dos adolescentes, devido a hábitos desenvolvidos pelos adolescentes, entre eles, conduzirem seus materiais em mochilas de uma alça, carregar materiais em um dos braços, utilizar a mochila emapenas um dos ombros, sedentarismo e a má postura (MEDEIROS, 2010). 
A importância em detectar precocemente a escoliose reside no fato de que o tratamento, mesmo nas escolioses leves, pode ser iniciado com o objetivo de, pelo menos observar a evolução do quadro ou indicar tratamentos não operatórios, embora estes nem sempre apresentem bons resultados. Sem intervenção, a curvatura progride entre o tempo de detecção e o tempo de maturidade esquelética; o risco de progressão aumenta assim que o grau de curvatura aumenta (LOTICI, 2005). 
Temos certeza absoluta de que, atualmente, nenhum tratamento pode curar uma escoliose instalada. Temos a mesma certeza de que, em 75% dos casos, um tratamento reeducativo bem conduzido, iniciado precocemente, poderia tê-la evitado (BIENFAIT, 1995, p.69).
2.4 Desarranjos e desconfortos posturais
	
Os desarranjos e os desconfortos corporais gerados por posturas e hábitos inadequados são problemas que podem surgir em qualquer fase da vida e em qualquer indivíduo. Segundo Léo (1998 apud MORAES, 2002) o desconforto postural é caracterizado por dor ou perda de conforto decorrente de diversos fatores; entre ele sobrecarga mecânica e condições patológicas.
Hábitos posturais inadequados, como impostos pela posição sentada, agindo sobre o organismo humano de forma repetitiva, são capazes de levar seus vários mecanismos de defesa e ação compensatórias (MUNHOZ; BRENZIKOFER; VILARTA, 1995 apud MORAES, 2002).
Nascimento (2005) afirma que as pessoas que adotam posturas inadequadas por períodos longos podem gerar alterações significativas no alinhamento corporal, além de apresentarem dor e desconforto na musculatura mais utilizada. O indivíduo acaba adquirindo vícios posturais, além de outros problemas oriundos dessas más posições. Muitas algias da coluna são resultado de sobrecargas em áreas sensíveis a dor, devido à má postura.
Além da coluna vertebral ser bastante suscetível à incidência de problemas musculares e distúrbios álgicos, a região cérvico-dorsal, as extremidades superiores e inferiores e demais partes do sistema corporal também podem vir a sofrer com problemas citados, já que estas regiões estão compostas de numerosos tecidos moles: músculos, ligamentos, cápsula articulares e as próprias articulações com seus revestimentos cartilaginosos e líquido sinovial. A maioria destes tecidos está concentrada em áreas sujeitas a sofrer numerosos movimentos, tensões e deformações (CAILLIET, 2001).
Para Back (2006), quando se estabelece uma relação de desequilíbrio entre as diversas partes do corpo, uma solicitação excessiva dos elementos de apoio e uma diminuição do perfeito arranjo das estruturas corporais sobre a base de sustentação, uma alteração postural começa e se estabelecer.
Bienfait (1995) menciona que o aparecimento dos desvios e deformidades na coluna é causado por erros na funcionalidade das entidades funcionais globais do corpo humano, de modo que todos os elementos constitutivos são indissociáveis: aponeuroses, tendões e tecidos musculares contráteis. Este “esqueleto mole”, formado por um imenso tecido conjuntivo fibroso, quando em desequilíbrio, leva ao surgimento de deformidades e desvios no esqueleto passivo rígido, formado por ossos interligados por articulações.
A postura corporal incorreta pode provocar o desconforto da musculatura e a compensação de outros grupos musculares não efetivos, o que compromete a segurança dos movimentos a serem realizados, prejudicando a postura, perturbando o equilíbrio do alinhamento corporal, ocasionando desordem, dor, lesão a curto, médio e longo prazo (VIEIRA, 2000). A inadequação de posturas adotada principalmente em casa e na escola leva a um desequilíbrio na musculatura global do corpo, produzindo alterações posturais (PIRES et al, 1990).
Para Monteiro (2004 apud NASCIMENTO, 2005), a conscientização precoce da postura e desenvolvimento de programas de exercícios equilibrados em termos de força e flexibilidade, contribui para prevenção de síndromes dolorosas e desvios da coluna. Na criança, bons hábitos posturais são importantes para evitar sobrecargas anormais em ossos em crescimento e alterações adaptativas em músculos e tecido mole.
2.4.1 Cervicalgia
Cervicalgia pode ser defina como a dor localizada na parte posterior do pescoço e superior das escápulas ou zona dorsal alta, que não se acompanha de sinais característicos de radiculalgia (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001 apud NASCIMENTO, 2005).
Segundo Knoplich (2003), a cervicalgia é uma entidade que se caracteriza pela dor ao nível da coluna cervical alta, sendo aí incluída a nucalgia (cefaléia da nuca). De acordo com Tribastone (2001), a cervicalgia é caracteriza-se por limitação funcional e por forte dor na coluna cervical irradiada, frequentemente, na região da nuca, na região escapular, nas costas e nos ombros.
Greve e Amatuzzi (1999 apud MOURA; FONSECA; PAIXÃO, 2009) relatam que a cervicalgia ocorre devido à degeneração do disco cervical, artrose das articulações uncovertebrais cervicais e se desenvolve a partir uma combinação hereditária constitucional e ambiental. As alterações de forame intervertebral, canal vertebral ou artérias vertebrais podem causar a sintomatologia.
A dor é despertada por movimentos do pescoço, limitados fortemente. Na cervicalgia, a coluna torácica é normalmente desviada em uma módica cifose e os músculos paravertebrais estão quase sempre contraídos (TRIBASTONE, 2001).
Várias entidades mórbidas podem da origem a cervicalgia aguda que afeta a região cervical e tem irradiação da dor para todo o membro superior, tais como: um movimento brusco (geralmente de rotação), uma postura forçada durante o sono, o frio intenso, ou a exposição constante a uma corrente de ar (por exemplo, no carro com a janela aberta) (KNOPLICH, 2003).
Segundo Tribastone (2001), a cervicalgia crônica é causada por contratura muscular dos extensores do pescoço, isto é, trapézio superior, os esplênios e a musculatura posterior da nuca. Junto com a dor, pode-se observar uma retificação da lordose fisiológica e limitação moderada da mobilidade do pescoço. 
2.4.2 Dorsalgia
A região dorsal, por apresentar menor mobilidade, é a que tem menor número de casos de artrose, devido à presença das costelas da caixa torácica. Entretanto, as dores na região dorsal são frequentemente associadas às patologias mais raras, como: tumores (principalmente metastáticos), tuberculose, herpes zóster, além do achatamento de vértebras. A região dorsal, em proporção, é a que corresponde a uma maior área, por isso quando se diz que existe uma dor nas costa está se afirmando que a dor é na dorsal ou na região torácica (KNOPLICH, 2003).
Segundo Knoplich (2003), as deformidades dessa região incluem as costelas e por isso há uma alteração física da caixa torácica que, em muitos casos, pode trazer distúrbios respiratórios e cardíacos. Devido ao fato que nas crianças e jovens as alterações cifótica, escoliótica e cifoescoliótica não causam dores, é discutido se as mesmas podem causar dores no adulto.
A dorsalgia também é uma causa frequente da dor abdominal, devido ao espasmo do músculo psoas e da dor na articulação costovertebral das últimas duas costelas, devido a um ponto gatilho3 no quadrado lombar que se insere nesse local. É excepcional que a disfunção toracolombar seja sentida no seu próprio local. A dor no processo xifóide pode ser secundária à lesão da sétima ou oitava costela, mas com mais frequência à tensão dos músculos abdominais (LEWIT, 2000 apud NASCIMENTO, 2005).
Para Tribastone (2001), as dorsalgias são afecções que se manifestam com dores na região dorsal e dividem-se em:
- Dorsalgia estática: causada por desequilíbrios estáticos vertebrais congênitos ou adquiridos;
- Dorsalgia benigna das mulheres jovens: que se manifesta com dores dorsais fortes, difusas, frequentemente aguçadas pela aproximação do ciclo menstrual;
- Dorsalgia psicossomática: associada a uma alteração orgânica preexistente (cifose) em indivíduos com fraqueza psíquica;
- Dorsalgia por alteração articular;provocada por compressão articular interapofisária ou costovertebral com caráter repentino e agudo em seguida a um falso movimento ou a um esforço.
A dorsalgia pode ser causada por diversos fatores tais como: a frouxidão ligamentar, as posturas mantidas por muito tempo (seja em flexão de tronco, como acontece nos agricultores, ou nas datilografas, seja com braços elevados, como no caso das cabeleireiras), a sobrecarga (por transporte de peso, em especial quando não se repartem as cargas), e aos fatores psicossociais (GABRIEL; PETIT; CARRIL apud NASCIMENTO, 2005). 
2.4.3 Lombalgia
Lombalgia é a designação dada, no Brasil, a um processo doloroso que se instala na cintura pélvica, designa-se lombociatalgia quando existe irradiação da dor para os membros inferiores, porque se admite que o nervo ciático deve está afetado (KNOPLICH, 2003).
 (
3
 Ponto gatilho: ponto de 
hiperirritabilidade
 no interior do músculo esquelético, desenvolvendo dor pronunciada mesmo quando sujeito a pressão moderada
.
)Cailliet (2001) afirma que a dor lombar é uma aflição comum, cuja causa específica e tratamento preciso, ainda frustram a profissão médica. Há outras doenças do corpo que podem e devem causar dor lombar. Estas condições incluem doenças renais, gástricas, pancreáticas e intestinais, doenças malignas e outras deformidades ósseas, metabólicas e sistêmicas. 
Para Tribastone (2001), a lombalgia consiste em uma dor no trato lombar inferior ou na passagem lombossacral, às vezes, associada a algumas irradiações à nádega ou a face posterior da coxa. Segundo Cailliet (2001), esses distúrbios devem ser sempre considerados pelo médico se a dor lombar for diferente, associada a outros sintomas, estranhamento persistente, ou ainda, se não responder aos tratamentos-padrões recomendados 
O segmento lombar, em bipedestação, forma uma lordose fisiológica que mantém seu equilíbrio as expensas da pélvis. A anteversão pélvica, portanto, trará como consequência um aumento da lordose lombar, enquanto a retroversão a retificará (GABRIEL; PETIT; CARRIL apud NASCIMENTO, 2005)
A experiência dolorosa na região lombar possa ser suscitada por compressão direta das raízes nervosas, como nos casos de hérnia de disco. É importante lembrar ainda que nem toda dor no território da coluna lombar tem ai sua origem. Doenças viscerais podem se acompanhar de dor referida na região lombar (GREVE e AMATUZZI, 1999 apud NASCIMENTO, 2005).
2.5 Mochila Escolar
A mochila foi inventada por alpinistas para desempenhar suas funções com maior liberdade, deixando mãos e braços livres. Para os estudantes as dificuldades não são relacionadas somente ao ambiente e mobiliário escolar. O transporte do material escolar e as dificuldades que os relacionam denotam que a carga transportada é excessiva e o modo como se transporta ineficiente ou prejudicial (NASCIMENTO, 2005).
A mochila escolar surgiu inicialmente como modismo no Rio de Janeiro, e a partir do verão de 1986, foi adotada por crianças e pré-adolescentes, como o mais utilizado meio de transporte de material escolar nos anos seguintes. Desde então, passou a ser um dos temas bastante controvertidos entre profissionais de saúde, educadores e pais (PEREZ, 2002). 
O transporte do material escolar é um dos grandes problemas enfrentados pelos alunos que transportam diariamente uma carga de 4,33 Kg até 7,60 Kg, equivalente ao material escolar em suas mochilas (REBELLATO; CALDAS; VITTA apud BRACCIALLI e VILARTA, 2000).
 
Conforme Nascimento (2005), atualmente as pesquisas indicam a prevalência de crianças com problemas posturais, devido à sobrecarga nas mochilas escolares, tendo início no Ensino Básico e se prolonga na adolescência e na vida adulta. Os alunos que frequentam o 1º ciclo de Ensino Básico são obrigados a carregar todos os dias para a escola uma quantidade de livros e de material escolar nas suas mochilas. Se, por um lado, a mochila é ideal para repartir o peso do material, por outro lado, quando mal usada, ela pode representar um perigo para a criança.
De acordo com Bellinger (2001 apud PEREZ, 2002), o peso das mochilas pode ser um grande inimigo para os jovens se elas forem carregadas nas costas de forma errada. O excesso de peso que a criança transporta todos os dias vai dar origem a deformações graves em nível de coluna vertebral, uma vez que a criança ainda se encontra em fase de crescimento, sendo a sua constituição músculo-esquelética ainda muito frágil.
O excesso de material escolar carregado diariamente pelas crianças acaba por impor uma tensão extra à coluna e aos ombros, provocando problemas de posturas desnecessários (TREVISAN, 2001). Para Momesso (1999), a tensão extra imposta à coluna e aos ombros por carga pesada está gerando problemas desnecessários nas crianças (Figura 7). 
Segundo Rebelatto, Caldas e Vitta (1991), afirmam que um peso muito grande pode prejudicar o corpo. Meninos e meninas que usam mochilas penduradas nas costas têm que dobrar o corpo para frente para manter o equilíbrio. Com isso, os músculos da região lombar (parte debaixo das costas) recebem um peso grande demais, forçando muito as vértebras da coluna. Isso faz com que a coluna fique mais curvada do que ela é normalmente, em especial na região do pescoço. Crianças que penduram mochilas ou bolsas em um dos ombros também apresentam o desvio nos ombros além de no pescoço.
 (
FIGURA 7
 
- 
Maneira de carregar a mochila
.
FONTE
 
- 
MOMESSO, 1999
.
)
Segundo Perez (2002), em um levantamento conduzido pela Academia Americana de cirurgiões Ortopédicos, cerca de 60% dos ortopedistas disseram ter pacientes em idade escolar com queixa de dor nas costas e nos ombros, causada por mochilas pesadas.
Rebellato, Caldas e Vitta (1991), em seu estudo sugeriram que as crianças deveriam transportar, no máximo, cargas que fossem iguais à força dos grupos musculares, de acordo com a idade e com o tipo de equipamento que utilizam para o transporte de carga.
Noone et al (1993 apud BRACCIALLI e VILARTA, 2000), menciona que o transporte de uma carga externa assimétrica, durante um tempo significativo, por crianças e pré-adolescentes, seria um dos fatores que contribuem para o aparecimento de curvas escolióticas, já que o peso da mochila não deveria ultrapassar 10% do peso do usuário e isso muitas vezes não é o que realmente ocorre, além disso para equilibrar a carga externa, os adolescentes recorrem à inclinação lateral da coluna para suportar a carga.
Em um estudo realizado em Milão, Itália, por Negrini (apud MORAL; SÁNCHEZ; MARÍN, 2004), constatou-se que o transporte do material escolar em mochila ocasiona, em alunos de escola primaria, dor na coluna em 46,1%. Os autores do estudo concluem que levar peso diariamente é uma causa de desconforto para os alunos, recomendando, portanto, a redução de peso carregado nas mochilas levadas pelos alunos. 
Apesar dos escolares fazerem trajetos relativamente curtos com a mochila em sua coluna, com uma media estimada de meia hora de duração. Incluindo em casos de carga excessiva, este tempo é insuficiente para provocar lesões ou problemas na coluna (FERRANTE, 2003 apud MORAL; SÁNCHEZ; MARÍN, 2004).
No transporte de cargas os músculos se vêem obrigados a uma serie de ajustes posturais, que exigem contrações isométricas que, se repetem ou se mantém no tempo, ocasionando distúrbios circulatórios e químicos a nível intramuscular que terminarão por ocasionar as chamadas contraturas. Outro aspecto a ser observado é a modificação da postura que meninos e meninas realizam para compensar as cargas da mochila. Ao efetuar essa manobra se desloca mais adiante, aumentando a lordose fisiológica, acrescentando por sua vez o ângulo sacro alterado. Esta modificação ocasiona um aumento de estresse no deslizamento das vértebras L5- S1 (MORAL; SÁNCHEZ; MARÍN, 2004).
Segundo Nascimento (2005), as mochilas escolares diferem em forma, e em seu manuseio interfere diretamente na postura corporal. Dentre os tipos encontrados temos:
· Pasta sem alça: constitui-se de uma bolsa ou mala sem alças, com a

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