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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 
Alunas: Giulia Silva de Araújo e Vitória Santana de Oliveira. 
Fichamento: 
RAMINELLI, ​Ronald. ​A Era das Conquistas: América Espanhola, séculos 
XVI e XVII​. 1° Edição. Brasil: Editora FGV, 2013. p. 15 a 43 
 
Capítulo 1; 
Raminelli traz o processo de formação da monarquia espanhola quinhentista 
é colocada como uma tentativa fracassada de centralização durante o governo de 
Carlos V, rei da Espanha e imperador do Sacro Império Romano-Germânico. Sua 
ausência mediante a demanda de súditos castelhanos em prol de administrar as 
possessões do império, levará ao ponto chave que fundamenta a formação da 
monarquia castelhana no governo de Carlos V- a revolta dos comuneros, que durou 
de 1520 a 1522 foi, conforme colocado pelo autor uma “rebelião contra o rei 
absenteísta e estrangeiro, senhor de grande império, jovem guerreiro mais 
interessado em defender reinos distantes e seus súditos ameaçados pelos 
protestantes”. Desta forma, as elites castelhanas se articularam de forma a 
impulsionar a preservação do poder político vigente anterior ao processo de 
centralização dos reinos, ou seja, os comuneros lutavam pela manutenção das 
tradições de cada cidade independente, assim como manter a autonomia do 
Conselho de Nobres e frear a unificação das cidades. 
A sagração de Carlos como imperador, somada a sua ausência a aumento na 
cobrança de taxas corroborou para a deflagração da revolta, que teve seu ápice 
durante a Batalha de Villalar com a derrota dos rebeldes comuneros. Mais tarde, em 
1522, Carlos V perdoaria os crimes cometidos contra a monarquia em prol de formar 
uma aliança com a nobreza para fortalecer o exército da Espanha. 
Mesmo com sua derrota, a revolta dos comuneros serviu para que Carlos avaliasse 
a fraqueza bélica castelhana, desta forma, a ordem no reino passou a ser mantida 
quando Carlos passou a considerar os interesses aristocráticos locais, 
reconhecendo leis e costumes. Para que não houvesse mais rebeliões foi preciso 
uma série de alianças com a nobreza, atendendo aos seus interesses e 
renunciando parte de sua autoridade sobre os reinos para que as elites 
governassem até certo ponto de forma independente. 
A rebelião pode ser entendida como parte importante para compreensão da 
formação política castelhana. O autor expõe no texto a inexistência do conceito de 
Estado durante o Antigo Regime, desta forma, a aplicabilidade desse conceito a 
monarquia castelhana se faz inviável, devido ausência de unificação entre os reinos, 
bem como a forte influência de elites no sistema político que se dava através de 
negociações feitas com o imperador. 
Sendo assim, a monarquia da Espanha se constituiu como um governo 
fragmentado, fruto da ausência de Carlos V. O controle das possessões eram 
mantidas por meio de acordos feitos com os nobres, e as tradições e leis de cada 
cidade foi mantida, ainda quando Carlos V deixou seu filho, Felipe II como gestor 
das províncias. 
O Governo Polissinodal: 
A constituição de um governo baseado em sínodos se deu ainda durante o governo 
de Carlos V, a fim de dar conta da ausência real em assuntos importantes, a união 
entre as nobrezas estrangeiras e castelhanas formou o que chamamos de sínodos, 
conselhos formados por nobres aliados à causa monárquica castelhana. É 
importante ressaltar que apesar de não ser um governo absoluto, o rei ainda era a 
autoridade máxima, assim, os membros dos sínodos representavam a autoridade do 
próprio Carlos V em sua ausência. 
Para além dos conselhos, a monarquia polissinodal contava com a presença de 
juntas, parentes do rei, a Corte e seus aliados para formar centros de tomada de 
decisões; a ideia do governo não foi concebida de forma a ser hierárquica, desta 
forma, a integração entre os conselhos se dava com muita dificuldade, exatamente 
por isso a figura do rei era essencial para equilibrar as relações entre os diferentes 
conselhos. 
O Governo do Ultramar: 
Raminelli expõe que no governo das Índias Ocidentais, o poder régio era 
fundamental para permanência de diferentes instâncias administrativas - a formação 
de diversos conselhos se fez presente logo em 1503, com a criação da Casa de la 
Contratación, órgão responsável por reger assuntos comerciais entre América e 
Castela, contudo, a ​Casa de la Contratación não exercia as funções do executivo, 
que estavam delegadas aos reis, secretários e conselheiros de Castela. As funções 
do órgão executivo, foram posteriormente atribuídas ao Conselho das índias, criado 
entre 1523 e 1524, composta por um presidente, quatro a cinco conselheiros, um 
secretário, um fiscal, um relator e um carregador; esses eram encarregados de 
controlar os processos administrativos, jurídicos e eclesiásticos e seu bom 
funcionamento era importante para que o rei exercesse sua autoridade nas índias. 
Apesar da existência de órgãos que controlassem o gerenciamento das índias, 
cabia aos Vice-Reis e as Audiências a função de autoridade real - as Audiências 
serviam como uma espécie de modelo dos conselhos, responsáveis pela jurisdição 
do rei nas províncias americanas-. Cabia ao vice-rei a função de conceder de 
benesses, operador das negociações que permitiam oferecer serviços de troca de 
favores ou lealdade por parte do súdito e das mercês, concedidas por graça régia. 
Mesmo como representantes oficiais da coroa, havia inúmeros impedimentos legais 
no que tange a governabilidade desses monarcas em províncias de ultramar, o 
surgimento de alianças entre vice-reis e crioulos gerava grande desconfiança por 
parte dos reis e desta forma, eleger nobres jovens e poucos titulados, assim como 
colocar representantes régios, como ouvidores e bispos foram algumas formas de 
cercear o poder excessivo dos vice-reis. 
Ademais, as relações entre igreja e monarquia se entrelaçam nas índias de Castela, 
a Coroa castelhana controla em grande parte a Igreja nas províncias americanas, 
exercendo poder sobre a gestão eclesiástica e elegendo cargos de todos os tipos. A 
igreja se beneficia através do patronato, que obrigava a conversão dos habitantes 
do Novo Mundo ao cristianismo.

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