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TIPOS DE CHOQUES Prof.ª Thayse Gomes CHOQUE Choque: Conceitua-se como estado de hipoperfusão celular generalizado no qual a liberação de oxigênio no nível celular é inadequada para atender as necessidades metabólicas. Ocorrendo diminuição de oxigênio e nutrientes para a vida das células. Precisamos inicialmente conceituar esta síndrome e esclarecer alguns pontos que geram dúvidas entre os profissionais da área como, por exemplo: •O choque não se resume simplesmente aos seus sinais e sintomas; •A hipotensão não é um sinal tardio; •Em nosso meio é comum dizer que o paciente “está entrando em choque”, porém o paciente “está ou não” em choque; •Os sinais clássicos de choque podem ser mascarados em idosos (pela baixa reserva fisiológica e polifarmácia), •Em gestantes (devido ao aumento do débito cardíaco e do volume sanguíneo) e usuários de beta-bloqueadores. TIPOS DE CHOQUE Falha circulatória Hipóxia (Diminuição de O2 em nível celular) Hipoperfusão (Diminuição O2 na corrente sanguínea) TIPOS DE CHOQUE PA = Débito cardíaco (FC x VS) X RVP Alteração de: Volume sanguíneo – Hipovolêmico Bomba cardíaca - Cardiogênico Vasculatura - distributivo TIPOS DE CHOQUE oDurante o estado de choque, o organismo lança mão de todos os seus mecanismos homeostáticos para restaurar o fluxo sanguíneo. oIndependente da etiologia, as respostas fisiológicas geradas incluem a: hipoperfusão dos tecidos, hipermetabolismo e a ativação da cascata inflamatória oPortanto, o choque afeta a “chave da vida”: o metabolismo aeróbio, por meio do qual nosso organismo produz energia na forma de adenosina trifosfato (ATP). TIPOS DE CHOQUE Os estados de choque podem ser classificados de acordo com a etiologia e o padrão hemodinâmico e: TIPOS DE CHOQUE CHOQUE OBSTRUTIVO: Ocorre quando existe uma oclusão ao fluxo de sangue nos grandes vasos. Principais causas e os respectivos tratamentos: Tamponamento cardíaco: pericardiocentese (drenagem do derrame pericárdico); Embolia pulmonar: anticoagulação sistêmica e trombólise; Pneumotórax hipertensivo: toracostomia (orifício feito na parede do tórax) ou descompressão torácica. CHOQUE HIPOVOLÊMICO oÉ um distúrbio agudo da circulação, caracterizado pela queda real do volume circulante, ocasionando o desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio para os tecidos. oPrincipais causas são hemorragias, vômitos, diarreias e queimaduras oPode ser classificado em quatro classes de acordo com a porcentagem de perda de sangue. CHOQUE HIPOVOLÊMICO oO choque hipovolêmico é causado por uma redução do volume sanguíneo (hipovolemia). oÉ o tipo mais frequente de choque. oEssa redução do volume pode ser devida a uma hemorragia (causa mais frequente) em que há perda tanto de eritrócitos quanto de plasma, ou a uma perda isolada de plasma, que ocorre em casos mais específicos. oDe uma forma ou de outra, o que ocorre é uma queda na pressão de enchimento capilar (PEC). oA hemorragia pode ser externa (traumas) ou interna (úlcera perfurada). A fim de recuperar a perfusão tecidual o organismo lança mão de estratégias fisiológicas como a ativação simpática. Essa ativação desencadeia três respostas principais: 1ª: contração das arteríolas, que aumenta a resistência vascular periférica (RVP). 2ª: contração das veias, que aumenta o retorno venoso e, consequentemente a pré-carga. 3ª: são os efeitos cardíacos diretos: o aumento da frequência cardíaca (efeito cronotrópico positivo) e o aumento da força de contração do coração (efeito inotrópico positivo). CHOQUE HIPOVOLÊMICO Controle de hemorragias: Deve seguir os seguintes passos: pressão manual direta no local da lesão - curativos compressivos - torniquetes (extremidades) Geralmente, o tratamento definitivo das lesões é realizado no centro cirúrgico, por isso o transporte não deve ser retardado. CHOQUE HIPOVOLÊMICO Um dos principais diagnósticos de enfermagem encontrado em pacientes com choque hipovolêmico é o Volume de líquidos comprometido/baixo e as principais intervenções de enfermagem são: ❑Monitorar dos parâmetros hemodinâmicos, nível de consciência e perdas volêmicas; ❑Estabelecer acessos venosos periféricos calibrosos; ❑ Realizar cateterismo vesical de demora; ❑Ofertar assistência na administração de sangue e hemoderivados; ❑Promover do conforto CHOQUE HIPOVOLÊMICO CHOQUE CARDIOGÊNICO CHOQUE CARDIOGÊNICO É caracterizado pela “falha da bomba cardíaca”, isto é, pela incapacidade de o miocárdio realizar o débito cardíaco eficaz para proporcionar a demanda metabólica do organismo, gerando hipoperfusão tecidual generalizada. ❑ Etiologias: distúrbio do ritmo ou da condução (arritmias), desordem estrutural (infarto agudo do miocárdio -IAM, lesões valvares, miocardiopatias, miocardites). Fatores de risco: IAM pregresso, insuficiência cardíaca congestivas, miocardiopatias, arritmias, distúrbios eletrolíticos. Principais ações de enfermagem: ❑Afastar a causa base; ❑Monitorização hemodinâmica; ❑Realizar ausculta cardíaca e pulmonar: hipofonese de bulhas e crepitação (sinais de edema agudo de pulmão); ❑Avaliação e manejo da dor; ❑Estabelecimento de acessos venosos calibrosos; ❑Monitorar nível de consciência. CHOQUE CARDIOGÊNICO CHOQUE DISTRIBUTIVO No choque distributivo, a má perfusão é resultado de uma vasodilatação periférica global que ocasiona drástica redução da Pressão de Enchimento Capilar (PEC), comprometendo o fornecimento de oxigênio pelos capilares e a captura de oxigênio pelos tecidos. Nesse caso, o débito cardíaco encontra-se preservado, dado que não há qualquer problema nem com a bomba cardíaca, nem com o volume circulante de sangue É importante observar que o choque distributivo é a única modalidade de choque em que ocorre vasodilatação. CHOQUE DISTRIBUTIVO A vasodilatação periférica que ocasiona o choque distributivo tem 3 causas distintas, as quais dão nome aos principais subtipos de choque distributivo: ❑ Anafilático ❑Séptico ❑Neurogênico CHOQUE DISTRIBUTIVO CHOQUE ANAFILÁTICO É causado por uma reação alérgica grave quando os pacientes que já produziram anticorpos (IgE) para uma substância estranha (antígeno) desenvolvem uma reação antígeno-anticorpo sistêmica. Esse processo requer que o paciente tenha sido previamente exposto à substância. ❑ Desenvolve-se em minutos até 1h e em 12h os sintomas podem retornar mais ou menos severos. ❑ As principais células envolvidas são mastócitos, eosinófilos e basófilos e os mediadores oriundos de sua degranulação CHOQUE ANAFILÁTICO Principais sinais e sintomas associados: Edema de glote; Tosse e dispneia; Rouquidão; Estridor, sibilos, roncos e crepitações; Prurido; Urticária; Sensação de calor. Principais intervenções: Remover o antígeno deflagrador (alérgeno); Realizar cricotireoidostomia de urgência; Proteger via aérea e ventilação; Reanimação volêmica; Administração de vasopressores (epinefrina), anti-histamínicos (difenidramina), broncodilatadores e corticoides. CHOQUE ANAFILÁTICO CHOQUE NEUROGÊNICO O choque neurogênico é um tipo de choque distributivo, no qual a vasodilatação ocorre como consequência de uma perda do equilíbrio entre as estimulações parassimpática e simpática. Comum no cenário do trauma em lesões toracolombares. Não há estreitamento da pressão de pulso e possui como características que o diferenciam dos outros tipos de choque a bradicardia, pele rósea e quente TIPOS DE CHOQUE CHOQUE SÉPTICO A sepse é definida como a presença, provável ou confirmada, de infecção junto a manifestações sistêmicas de infecção. A sepse grave é definida como sepse associada à disfunção de órgãos ou hipoperfusão caracterizada por hiperlactatemia. A maioria dos casos de hiperlactatemia em pacientes graves é decorrente da inadequada oxigenação tecidual. O choque séptico é definido como hipotensão induzida por sepse (PAS < 90 mmHG ou PAM < 70mmHg, ou PAS com diminuição de 40 mmHg ou dois desvios padrão abaixo do normal, excluídas outras causasde hipotensão) persistente apesar da ressuscitação fluida adequada. ASSISTÊNCIA AO PACIENTE EM CHOQUE ESTRATÉGIAS GERAIS DE TRATAMENTO •Suporte do sistema respiratório com oxigênio suplementar ou ventilação mecânica; •Reposição de líquido para restaurar o volume intravascular - assegurar acessos venosos; •Terapia com medicamentos vasoativos para restaurar o tônus vasomotor e melhorar a função cardíaca; •Suporte nutricional para suprir as necessidades metabólicas aumentadas. QUESTÃO AOCP 2015 1- O choque ou colapso cardiovascular é a via comum final de uma série de eventos clínicos potencialmente letais, incluindo hemorragia, traumatismo ou queimaduras extensas, infarto miocárdico, embolia pulmonar maciça, ou sepse microbiana. O choque pode ser agrupado em três categorias gerais, as quais são: A. choque cardiogênico, choque sistêmico e choque cardiovascular B. choque cardiogênico, choque hipovolêmico e choque séptico. C. choque hipovolêmico, choque traumático e choque cardíaco. D. choque pulmonar, choque cardíaco e choque séptico. E. choque maciço, choque pulmonar e choque cardiogênico.
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