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Recuperação economia

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Estácio Europan
Ludmila Dias Stöckl
Jacqueline Coradini
Marisa Aparecida Pereira
Milza O. de Assis Stockl
Principais Planos para Recuperação da Economia diante do atual cenário da Pandemia.
Trabalho apresentado a Universidade Estácio Europan
Prof. Márcia Aparecida de Oliveira
Cotia-SP
05/2020
Introdução
Considerando todos os percalços enfrentados pela economia brasileira durante as últimas gestões, bem como a atual, manifestados na profunda crise que se instaura não somente pelo cenário de enfrentamento a Pandemia, mas principalmente pela guerra política que o atual Governo tem promovido em meio ao caos dos dias atuais, onde aparente a maior preocupação é o poder e não a saúde e economia. Considerando, nas marchas e contramarchas que refletem as dificuldades de retomada do crescimento e que resultam na incerteza entre a estagnação ou queda do Produto Interno Bruto (PIB) nesse período, o aumento das desigualdades de renda e a grande possibilidade de uma recessão, desenvolvemos nossa pesquisa.
O presente trabalho objetiva trazer possíveis planos de recuperação da economia brasileira diante da atual crise instaurada por essa Pandemia (Novo Corona Vírus).
Principais Planos de Recuperação
 
Nossa pesquisa levou em consideração a opinião de inúmeros economistas e especialistas brasileiros (Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos; Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV); Arminio Fraga, sócio da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central; Nelson Barbosa, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e ex-ministro da Fazenda e do Planejamento; Laura Carvalho, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP)) e do exterior, bem como planos já adotados em outros países, desta forma compilamos as decisões mais importantes e as estratégias que todos esses especialistas e lideres pelo mundo tiveram em comum para chegarmos aos três apontamentos a seguir.
1 - Distribuição de Renda e proteção ao emprego
A ampliação da proteção social e a adoção de medidas para incentivar empresas a reterem os trabalhadores num momento de baixa nas receitas são importantes para dar alívio financeiro as companhias e famílias.
O efeito devastador dessa Pandemia já levou ao menos 45 países a agir para tentar conter os impactos sobre o emprego e a renda. Claro que ampliação de projetos de distribuição de renda, são sempre um grande risco diante da paralisia na economia, visto a necessidade de um isolamento social severo, mas juntamente com os planos que descreveremos na sequência (Reformas Tributárias, orçamentárias, etc.), há grande possibilidade de êxito.
Se medidas não forem tomadas, certamente, devido ao referido isolamento social, teremos demissões em massa e uma queda drástica na renda da população, que já não tem quase nada para sobreviver.
Dentre as medidas tomadas nos países pesquisados, as principais são transferências diretas de renda, subsídios nos salários, licenças remuneradas para aqueles que foram contaminados, entre outras. 
Cada país tem enfrentado a situação e ajustado isso a sua situação atual, alguns enfrentam a crise em situação confortável com suas contas, outros foram pegos de surpresa e atingidos em meio a um processo interno de ajustes e precisam acomodar as Medidas dentro de om Orçamento que já era deficitário, como é o caso do Brasil.
Dentre as ações tomadas pelos 45 países citados anteriormente, tentamos elencar as principais delas conforme tabela abaixo.
 
A lista acima defende então nosso primeiro plano de recuperação abordado, a distribuição de renda e subsídios salariais são primordiais para a recuperação da economia.
2 - Manter e retomar a agenda de Reformas
Entre todas as pesquisas efetuadas, levamos em consideração conforme já mencionado, a opinião de renomados especialistas e economistas do país, e é praticamente unânime, visando utilizar como Plano de Recuperação da Economia Brasileira a manutenção de Reformas que já vinham sendo trabalhadas, estudadas e votadas, como as previstas no Plano Mais Brasil.
O Plano Mais Brasil é um conjunto de medidas apresentado por Paulo Guedes, Ministro da Economia do Governo Jair Bolsonaro, com o propósito declarado de impedir novas crises das contas públicas nacionais, como a verificada na crise econômica de 2014, trazendo estabilidade fiscal à União e aos entes subnacionais. Teve início em 5 de novembro de 2019, com a apresentação de três Propostas de Emenda Constitucional (PECs) pelo Senado Federal.
PEC do Pacto Federativo
Esta Proposta de Emenda Constitucional traz medidas de médio e longo prazos que preveem descentralização de recursos aliada a maior responsabilidade na gestão fiscal de todos os entes da federação. Uma das novidades, para assegurar sólidos fundamentos fiscais, será a criação do Conselho Fiscal da República, que terá reuniões periódicas, com participação dos presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado, do Supremo Tribunal Federal (STF) e também do Tribunal de Contas da União (TCU), além de representantes dos governos estaduais e dos municípios de todas as regiões do país. 
Esse conselho será responsável por monitorar, diagnosticar problemas e trazer recomendações que ajudem na gestão fiscal dos entes da Federação. Dentre os objetivos previstos, o conselho fará a governança fiscal da Federação, trazendo clareza para ações que impactem os entes, um acompanhamento das situações fiscais e o compartilhamento de boas práticas de gestão.
PEC Emergencial
Essa PEC, uma das que consideramos mais importantes, possibilitará a redução de R$ 12,75 bilhões em despesas obrigatórias, dos quais 25% serão usados exclusivamente para investimentos. A urgência de aprovar essa PEC já se devia à estimativa do Ministério da Economia de que 2020 teria o menor nível de investimento da série histórica (R$ 19 bilhões, sem considerar as emendas impositivas que serão alocadas para essas despesas). E isso antes sequer fosse imaginado o cenário atual da Pandemia.
Essas ações de urgência estão em linha com as discussões em torno de uma PEC que já tramitava na Câmara dos Deputados, apresentada pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) (PEC 438/2018). Com as medidas previstas na PEC mais as emendas a serem alocadas, o investimento neste ano alcançaria cerca de R$ 30 bilhões possibilitando uma melhora na composição dos gastos públicos e o cumprimento do teto de gastos até 2026.
PEC dos Fundos
A terceira Proposta de Emenda Constitucional apresentada pelo Senado tem por objetivo melhorar a efetividade na alocação dos recursos públicos e prevê a desvinculação, ao propor a possibilidade de extinção de todos os fundos orçamentários infraconstitucionais que, no prazo de dois anos, não forem convalidados por meio de lei complementar específica. Essa desvinculação não alcança os fundos constitucionais, nem os ligados às áreas de saúde e educação, e também irá destinar recursos para projetos e programas voltados à erradicação da pobreza e a investimentos que visem à reconstrução nacional. 
O estoque não utilizado por esses fundos será utilizado para abater mais de R$ 220 bilhões em dívida, o que reduzirá o custo com o pagamento de juros e fortalecerá a trajetória de redução do endividamento e de futuro pagamento de juros. Tais recursos foram acumulados ao longo do tempo, e que ficam depositados na Conta Única sem outra alocação que não seja o abatimento de dívida. A utilização desse montante respeitará as condições de mercado de forma a não distorcer os preços relativos.
“Voltar à agenda de reformas anterior à crise do coronavírus é a solução para que o país encontre o crescimento sustentável, mesmo em uma situação econômica pior, com desemprego mais elevado, recessão econômica e perda do poder de compra da população, avalia Solange Srour, da ARX Investimentos.”
Samuel Pessôa, do Ibre-FGV, também aposta na retomada da agenda de reformas para o país voltar a crescer, passado o pior momento da emergência de saúde pública docoronavírus. Mas ele acredita que, se o Congresso conseguir aprovar a PEC Emergencial, reduzindo o gasto obrigatório do Estado, é possível pensar em uma mudança na regra do teto de gastos para abrir espaço ao investimento público, dando fôlego adicional à atividade econômica após o isolamento.
"Gasto obrigatório não pode crescer mais do que o PIB, isso é um disparate e uma urgência a ser atacada", diz Pessôa. 
Sendo assim reiteramos nosso segundo ponto, o caminho para voltarmos a crescer é insistir na agenda de consolidação fiscal e de produtividade. Garantir que o aumento de gastos do governo em resposta à crise seja temporário será fundamental para recuperar a confiança dos empresários no momento de retomada da atividade. 
3 - Investimento em Pesquisas 
A história mostra que pesquisa e inovação com foco no mercado, ciência, tecnologia e informação, foram a chave dos países que se desenvolveram com sucesso. Mas infelizmente o governo brasileiro nos conduz tragicamente ao atraso e à dependência, cortando os investimentos nessas áreas e muitas vezes não investindo.
Políticas públicas que incentivam a pesquisa e a inovação industrial são essenciais para o desenvolvimento econômico. A maioria dos países desenvolvidos e aqueles que buscam escapar do subdesenvolvimento entenderam essa regra e investem na formulação de políticas voltadas a incentivar e acelerar as áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação industrial. Na contramão, o Brasil está consolidando um dos maiores atrasos científicos de sua história.
Como resultado da redução de investimentos, o país perde capacidade de produção e amplia a exportação de um produto estratégico, de altíssimo valor agregado, que multiplica bilhões de vezes seu valor e que deveria ser mantido em território nacional a todo custo. Somos hoje um importante exportador de cérebros. Por outro lado, nos consolidamos como importador de inovação e conhecimento.
Se o país quer evoluir, voltar a se desenvolver, precisa voltar a investir em ciência e tecnologia. Nos últimos 30 anos, essas carreiras perderam 75% dos seus quadros, especialmente pela evasão provocada por baixos salários. Atualmente as perdas variam entre 10% e 12% ao ano, em razão de aposentadorias. 
Para competir em escala mundial, o país precisa investir em ciência, tecnologia e principalmente no capital humano. Países como a China e a Coreia, que há 20 anos estavam no mesmo patamar no Brasil, estão muito à frente hoje. E o Brasil é um dos seus principais consumidores de inovação.
O caro é justamente não investir em ciência e tecnologia. O Brasil nunca teve um programa sistemático de criação de institutos de ciência. O estado brasileiro nunca orientou de maneira apropriada as missões dessas instituições. Os nossos institutos estão, há bastante tempo, em estado de sobrevivência.
É indiscutível, então, que uma política pública de incentivos à pesquisa e à inovação acadêmica e industrial é o caminho para fugir do subdesenvolvimento. Sem investimentos públicos não há pesquisa básica. Sem pesquisa básica não há inovação. Sem inovação não há desenvolvimento.
Possíveis Cenários da economia Pós Pandemia
Após finalizarmos a explanação de nossos três pontos para um Plano de Recuperação da Economia no País, achamos importante destacar outra pesquisa acerca dos possíveis cenários para essa recuperação, sendo eles, V, U ou W. 
Essas letras ajudam a visualizar o gráfico da taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) ao longo do tempo. Há diferentes conceitos sobre o que é uma recessão. Nos EUA, o Escritório de Pesquisas Econômicas (NBER, na sigla em inglês) fala de recessão quando há uma queda "significativa" da atividade econômica ao longo de "alguns meses" e que se reflita no PIB real, nos salários, nos empregos, na produção industrial e no comércio. Em geral, porém, a definição predominante é de que uma economia entra em recessão quando acumula dois trimestres consecutivos de queda no PIB. Com base nisso é que está sendo feita a maior parte das previsões de como o mundo vai se recuperar do impacto do novo coronavírus e das medidas de confinamento.
Cenário V
As recessões formam parte do ciclo econômico e, para algumas correntes do pensamento econômico, são inevitáveis. Dessa forma, o melhor é que, quando ocorram, tenham a forma de V.
O V descreve uma redução forte do PIB, com um ápice breve e uma recuperação acelerada. As previsões mais otimistas consideram que ainda há possibilidade de que a recessão atual acabe tomando essa forma.
No entanto, para isso acontecer, seria necessário retomar a economia de forma ágil e abrupta, o que pode não ser o caso se a pandemia continuar avançando rapidamente em alguns países (como é o caso do Brasil atualmente).
Cenário U
Este é o cenário mais provável, as projeções da agência de classificação de riscos S&P para a economia global compreendem uma queda no PIB global de 2,4% em 2020, seguida de um crescimento de 5,9% em 2021.
Algo que, para muitos especialistas, faz com que a recuperação pareça mais similar a um U do que a um V. 
Uma recessão em forma de U, é aquela em que se entra e se sai, mas ficando com crescimento baixo um pouco mais de tempo, sendo custoso sair da crise. A recuperação é difícil, mas com o tempo se sai e se volta a um nível igual ao anterior. 
Não vamos recuperar durante a segunda metade do ano toda a produção perdida na primeira metade e isso refletirá no PIB. Mas acredita-se que, uma vez que acabe o confinamento e as atividades sejam retomadas, haverá uma recuperação na segunda metade do ano.
Recentes previsões realizadas, no final de fevereiro, estimaram uma queda global de 0,5% do PIB em 2020, seguida de uma alta de 3,2% em 2021.
Em meio à incerteza com que são feitas essas projeções, uma coisa é dada como certa: o segundo semestre deste ano vai ser economicamente doloroso.
Estima-se que a queda deste trimestre será de 9%. Com uma redução dessa magnitude, não está claro se será possível recuperar a trajetória que a economia parecia seguir antes da pandemia. Ou seja, o mesmo nível de produção e crescimento que se esperava para 2020.
"Mais que um V ou um U, a questão é qual será a trajetória final (da economia). Voltaremos à mesma (trajetória)? E quanto tempo levaremos para chegar a ela?", questiona Paul Gruenwald, da S&P.
Cenário W
O cenário W é quando se entra e sai de uma recessão e depois volta-se a entrar. A recuperação final não ocorre, e no meio há um momento de aceleração que não se sustenta e a economia volta a cair.
Esse percurso causaria perdas de produção e o mais inquietante é que é possível que não consigamos uma vacina ou tratamento no período desse prognóstico, o que significaria que voltar à normalidade pode ser impossível.
Esperamos que nosso melhor cenário seja o U porque somos otimistas para o ano que vem e achamos que a essa altura a pandemia vai ser melhor entendida, haverá mais capacidade de testes e talvez uma vacina. E achamos que as economias avançadas, como EUA, China e Europa, podem mobilizar os meios financeiros e têm a estrutura necessária para se recuperar.
Conclusão
O trabalho buscou por meio dos dados apresentados mostrar que existem medidas que podem ajudar o Brasil na recuperação de sua Economia.
Desta forma, ficou destacado o papel decisivo do Governo, desempenhado pelos investimentos na área social sobre o padrão de vida do brasileiro, atenuando os efeitos da crise e viabilizando que a população tenha ao menos o necessário até que a economia esteja estabelecida.
Também foi mencionada a necessidade de melhores planos de distribuição de renda de forma a atingir mais intensamente os grupos de risco e os bolsões de pobreza.
Ressalta-se ainda a importância de avaliações contínuas dos programas sociais, visando a otimização dos recursos, os quais, por sua vez, espera-se que sejam ampliados a medida em que se reduza a sonegação e aumente a arrecadação.
Salientamos que é de suma importância retomar e manter os planos de Reforma, que já eram estratégias de recuperação anteriores a essa Pandemia, e terãogrande valia no pós crise.
E chamamos atenção sobrea falta de investimento em pesquisas cientificas, tecnológicas e inovadoras, que podem salvar o futuro do Brasil.
Finalizamos nossa conclusão otimistas que nosso Cenário de Recuperação esteja entre os mais favoráveis, e que tenhamos em breve boas notícias sobre o avanço no entendimento desse vírus e possível cura.

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