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Centro Universitário de Brasília - UNICEUB Faculdade de Tecnologia e Ciências Sociais Aplicadas - FATECS Curso: Engenharia Civil JORGE PAULO BARRELIN FILHO LIGHT STEEL FRAME: ANÁLISE ESTRUTURAL E DIMENSIONAMENTO DE UMA EDIFICAÇÃO Brasília-DF 2020 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 3 2 OBJETIVOS 4 3 CONCEITOS INICIAIS 5 3.1 LIGHT STEEL FRAMING 5 3.1.1 Característica do Sistema LSF 5 3.1.2 Vantagens no uso do LSF 6 3.1.3 Desvantagem no uso LSF 6 4 COMPONENTES ESTRUTURAIS 7 4.1 FUNDAÇÃO 7 4.2 GUIAS 8 4.3 MONTANTES 9 4.4 VIGAS 10 4.5 BLOQUEADORES 11 4.6 VERGAS DE ABERTURAS 12 4.7 LIGAÇÕES 13 4.7 COBERTURAS 14 5 METODO CONSTRUTIVO 15 6 DO SOFTWARE UTILIZADO NO ESTUDO 16 7 METODO CIENTÍFICO 17 Características do Projeto 18 Cargas Padrão 19 Ações do vento 20 Combinações das ações 23 Detalhamentos 24 8 ANÁLISE DOS RESULTADOS 26 9 ORÇAMENTO 28 10 CONCLUSÃO 30 BIBLIOGRAFIA 31 3 1 INTRODUÇÃO Com a evolução constante em nossos processos e a busca por novas tecnologias, a construção civil vem tentando inovar seus sistemas construtivos afim de trazer mais rapidez, economia, entre outros aspectos que melhorem o seu desempenho. O Light Steel Frame (LSF) aparece como excelente alternativa quando se tem a vontade de executar um sistema construtivo fora do convencional concreto armado, tendo como característica, rapidez de execução, precisão de orçamento, menos desperdício de insumos e alta produtividade. O LSF é um sistema construtivo altamente industrializado de concepção racional, que tem como principal característica uma estrutura constituída por perfis de aço galvanizados de pequena espessura formados a frio, possibilitando um processo de construção de alta eficiência e grande rapidez de execução (BATISTA, 2011 apud PRUDÊNCIO, 2013). No entanto, apesar do Brasil ser um dos maiores produtores de aço do mundo, ainda tem um volume pequeno de construções à seco, atualmente mais direcionadas para a demanda habitacional, que vem abrindo campo para o sistema construtivo moderno do LSF e trazendo melhorias à indústria da construção civil (SANTIAGO, 2008). Desta forma esse estudo tem como objetivo conhecer as vantagens e desvantagens do sistema LSF, adquirindo a compreensão necessária de seu funcionamento estrutural e premissas de dimensionamento. 4 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL O objetivo da pesquisa e apresentar as características, etapas construtivas e vantagens na utilização do sistema construtivo Light Steel Framing, como também o entendimento e funcionamento de uma estrutura metálica, a partir de sua concepção estrutural e dimensionamento. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ● Detalhar as etapas construtivas, vantagens, desvantagens do sistema LSF ● Fazer a análises estruturais para a edificação, aumentando a eficiência estrutural através de sistemas de contraventamentos; ● Utilização de materiais que garantam a eficiência e tenham o menor custo. ● Dimensionar a estrutura de uma residência padrão médio de 54 m², utilizando o software mCalc_LSF da STABILE; 5 3 CONCEITOS INICIAIS 3.1 LIGHT STEEL FRAMING 3.1.1 Característica do Sistema LSF De acordo com (SANTIAGO, 2008) o Light Steel framing (LSF), é um sistema construtivo de concepção racionalizada. Tem como característica uma estrutura constituída por perfis de aço galvanizados formados a frio, que formam um enquadramento estrutural capaz de suportar os carregamentos solicitantes da edificação, e por vários componentes e subsistemas que juntos possibilitam uma construção industrial com muita produtividade. Os perfis de aço galvanizado são utilizados na fabricação de painéis estruturais ou não estruturais, vigas de piso, vigas secundárias, estrutura de telhados e outros componentes (Figura 1). Figura 1 – Desenho esquemático de construção Steel Framing Fonte: Santiago; Freitas; Castro, 2012, P.32 6 3.1.2 Vantagens no uso do LSF Para o sistema LSF, segundo Crasto (2005) e Rego (2012), os benefícios são: ● Maior durabilidade da estrutura em virtude do processo de galvanização das peças ● Leveza dos elementos estruturais, contribuindo para a montagem, manuseio e transporte ● Alta resistência e controle de qualidade, aliando a maior precisão dimensional ao elevado desempenho da estrutura ● Facilidade na execução de ligações devido ao processo de furação dos perfis ainda sobre controle industrial ● Alta velocidade de construção, tendo assim a diminuição do prazo de execução, consequentemente reduzindo custos de imobilização ● Emprego de materiais totalmente recicláveis (aço) e incombustíveis (gesso e lá de rocha) ● Elevado desempenho termo acústico em comparação com métodos de fechamento tradicionais ● Facilidade de produção dos perfis formados a frio (PFF) ● Flexibilidade para mudanças futuras no projeto 3.1.3 Desvantagem no uso LSF O sistema LSF como qualquer outra forma de construção tem seus pontos positivos e negativos que são: ● Construção de edifícios com número máximo de cinco pavimentos ● Ao pendurar objetos pesados, as paredes e as estruturas poderão ser danificadas; com isso deve se fazer a análise antes da execução ● Limitação do número de fornecedores em algumas regiões do Brasil ● Carência de profissionais especializados no mercado. 7 4 COMPONENTES ESTRUTURAIS 4.1 FUNDAÇÃO O sistema construtivo Light Steel framing tem sua leveza como uma de suas principais vantagens, com isso, as solicitações de carregamento é reduzido consideravelmente à fundação, gerando assim, uma economia na execução. No entanto, como a estrutura distribui uniformemente as cargas através dos painéis, exige-se uma fundação contínua que possa suportar essas cargas em toda a sua extensão. Sendo assim, o radier e a sapata corrida são as melhores opções. O radier é uma fundação rasa que transmite ao solo as cargas da edificação de forma distribuída e uniforme, através de uma laje contínua de concreto armado ou protendido (Figura 2). Esse tipo de fundação é a mais utilizada para construção em Steel Framing, ideal para construção de residências térreas. Esse tipo de fundação exige que as instalações hidráulicas, elétricas, esgoto e telefone devem ser executadas antes da concretagem. Figura 2 – Exemplo de fundação Radier Figura 2 – Fundação Radier de concreto armado Fonte: fotos.habitissimo.com.br 8 4.2 GUIAS As guias devem ser usadas na horizontal para formar a base e o topo dos painéis de parede e de entrepiso. São também utilizadas combinadas ou não com as fitas, para o travamento lateral de vigas e de montantes e montagem das vergas. (RODRIGUES, 2017). Geralmente o perfil utilizado é o U simples para que assim possa receber os montantes para composição dos painéis. Figura 3 – demonstração de guias recebendo os montantes Fonte: Pinterest 9 4.3 MONTANTES Os montantes, por sua vez, são elementos verticais que compõem os painéis e estruturas de cobertura, como treliças, sendo formados por perfis do tipo UE com espaçamento máximo, para as paredes, de 400 mm ou 600 mm. Para efeitos de cálculo, Caldas e Rodrigues (2016) recomendam a análise de extremidades rotuladas e o dimensionamento avaliado para esforços de compressão e tração atuando isoladamente em casos de montantes de paredes interna.Por outro lado, para montantes de paredes externas, há grande atuação de esforços provenientes da ação do vento, levando o cálculo para dimensionamentos à flexão composta, variando entre flexo-tração e flexo- compressão dependendo do sentido do vento Figura 4 – demonstração dos montantes na formação dos painéis Fonte: Castro, 2005, p.42 10 4.4 VIGAS Em vista da definição da modulação do painel ser dada pelos montantes, o espaçamento entre as vigas de piso (Figura 5) segue essa mesma fixação. Esses elementos recebem carregamentos como peso próprio, ocupação de pessoas, móveis, equipamentos etc. e os transmitem os painéis, podendo também servir de apoio para contrapiso. Figura 5 - Estrutura de piso em Light Steel Framing Fonte: Construção Industrializada, Brasilit (2014) 11 4.5 BLOQUEADORES Peças em perfil U que servem como suporte para os montantes afim de evitar o excesso de flambagem, trazendo mais estabilidade à estrutura. O perfil é cortado e dobrado (Figura 6), ou somente usado na forma normal, ficando assim sem a necessidade de corte e dobra. Também muito utilizado juntamente com a fita metálica. Figura 6 – Demonstração de bloqueadores com abas Figura 7 - Travamento lateral de vigas por bloqueadores e fitas de aço galvanizado Fonte: Caldas e Rodrigues (2016) 12 4.6 VERGAS DE ABERTURAS As aberturas em um painel, destinadas à instalação de portas e janelas, também precisam de um reforço estrutural, a fim de redistribuir os esforços para a base dos painéis (Figura 8). O princípio de funcionamento é o mesmo das vergas utilizadas em construções convencionais e, para o LSF, necessárias quando os montantes são interrompidos e deslocados para a lateral do vão, criando, assim, as ombreiras e montantes auxiliares. Figura 8 - Distribuição dos esforços através da verga para ombreiras Fonte: Crasto (2005) 13 4.7 LIGAÇÕES Em virtude dos elementos estruturais do sistema LSF serem, necessariamente, conectados entre si, o dimensionamento adequado do tipo adequado das ligações é fundamental para o real funcionamento do método, tendo sua resistência e estabilidades preservadas. Embora os perfis formados a frio possam ser ligados por soldas de ponto ou contínua, esse tipo de ligação requer mão de obra mais especializada, o que o torna incomum e mais caro. Assim, atualmente para o sistema LSF, utiliza-se a conexão por parafusos em aço carbono recobertos por uma proteção zinco-eletrolítica, evitando processos corrosivos e mantendo a semelhança com os perfis metálicos (RODRIGUES, 2006). Figura 9 - Tipos de pontas usadas nos parafusos no sistema LSF Fonte: Rodrigues (2006, apud Rego, 2012) Tabela 1 - Características dos parafusos recomendadas em função da aplicação Fonte: Rodrigues (2006) 14 4.7 COBERTURAS O manual Steel Framing: Arquitetura (FREITAS et al., 2012) apresenta diversos tipos de sistemas de cobertura empregados em estruturas LSF, descrevendo ainda detalhes de montagem e esquemas de verificações da execução. As coberturas podem ser planas (Figura 10) ou inclinadas, sendo que estas quando estruturadas com caibros e tesouras (Figura 11) têm seus perfis fabricados em formato U enrijecido, guias de encabeçamento dos painéis (sanefas) em perfis do tipo U simples e as barras de contraventamento (ripas) em perfis cartola. Figura 10 - Cobertura plana em Light Steel Framing Fonte: Freitas et al. (2012) Figura 11 - Cobertura inclinada estruturada com caibros, ripas, tesouras e terças Fonte: Adaptado de ABNT NBR 15253:2014 15 5 METODO CONSTRUTIVO Segundo Landolfo et al. (2002), o método de construção em LSF pode ser dividido, para edificações de pequeno porte, em três categorias: a) Método stick Consiste no corte dos perfis e montagem dos elementos como painéis, lajes, contraventamentos e tesouras no canteiro de obra. É comumente utilizado em locais onde a pré-fabricação não é inteiramente viável, podendo, porém, ter os perfis já perfurados para instalações de outros subsistemas. Entre as vantagens desse método construtivo destacam-se: ● Facilidade de transporte por não se ter peças tão grandes e que vão em partes; ● Simplicidade na execução de ligações dos elementos; ● Desnecessidade de se ter um local para pré-fabricação. b) Método por painéis O método baseia-se na pré-fabricação de painéis estruturais e não estruturais fora do canteiro de obra, além de elementos de contraventamento e tesouras de telhado que são transportados até o local para montagem convencional por meio de parafusos. Para essa técnica, as principais vantagens são: ● Relação similar ao concreto pré-moldado, minimizando o trabalho na obra; ● Maior velocidade na montagem da estrutura; ● Automação de tarefas; ● Controle de qualidade rigoroso durante a produção industrial como o aumento da precisão dimensional de cada elemento. c) Método de construção modular O método construtivo mais completo é executado por meio da pré-fabricação integral de unidades modulares, isto é, módulos com todos os acabamentos internos e externos, bem como louças e mobiliários. No canteiro de obra resta, portanto, a definição do posicionamento dos módulos conforme projeto arquitetônico, contribuindo para níveis altíssimos de produtividade. 16 6 DO SOFTWARE UTILIZADO NO ESTUDO Para essa modelagem será usado o software da Stabile Engenharia denominado de mCalc_LSF para o dimensionamento da estrutura. O mCalc_LSF foi desenvolvido para projetar estruturas de Light Steel Framing considerando os seguintes passos: 1º – Modelagem Estrutural: Criação dos elementos da estrutura LSF, considerando suas propriedades e comportamento estrutural. 2º – Geração do Modelo Estrutural: Transformação da estrutura LSF em modelo estrutural, realizada automaticamente pelo software. Este passo considera todas as vinculações, estados, combinações de ações e propriedades das barras. 3º– Análise Estrutural: Realizada pelo programa a partir das combinações de ações do modelo estrutural, determinando as solicitações nas barras e deslocamentos dos seus nós. 4º– Dimensionamento Estrutural: Verificação de perfis determinados na modelagem da estrutura LSF Caso os perfis escolhidos não apresentem boas condições de segurança, o usuário poderá escolher perfis mais reforçados. 5º – Projeto da Estrutural: A qualquer momento do projeto, podem-se obter, a partir de um simples clique, todos os desenhos do projeto. BENEFÍCIOS: Aumento de produtividade na modelagem de estruturas, em pelo menos 100%, quando comparado a programas tipo CAD. Isso é possível em virtude da biblioteca que disponibiliza todos os elementos que compõem uma estrutura LSF: Painéis, Aberturas, Contraventamentos, Treliças de Contraventamento, Bloqueadores, Vigas de Entrepiso e Elementos de Telhado. Rapidez no cálculo, a partir do carregamento da estrutura LSF, considerando ações gravitacionais, ação do vento, cargas nos entrepisos, cargas no telhado; Possibilidade de testar diversos perfis LSF no módulo de Dimensionamento; Automação de projetos da estrutura e exportação dos mesmos para programas BIM e para programas de detalhamento de estruturas de aço (protocolo SDNF). Com a Renderização (com módulo destacável): é possível visualizar e imprimir a estrutura modelada; 17 7 METODO CIENTÍFICO Este estudo trata da concepção, lançamento e processamento de uma residência em LSF com as seguintes características; Um pavimento 54 m² de área Dois quartos, um banheiro, sala de estar e cozinha Espaçamento de malha 60x60cm Pé direito de2,8m Figura 12 – Planta Baixa Fonte: Autor 18 A configuração dos elementos adotados para a estrutura está indicada na figura 13, para facilitar o dimensionamento e execução, procurou-se utilizar elementos do catálogo da ISOESTE METÁLICAS, empresa situada no estado do Goiás, a escolha foi devido a necessidade de se usar um fornecedor próximo. O aço de catálogo é o Aço Vagalume AZM150 Full Hard (Fy = 550Mpa): #0,80mm, Normas: ABNT NBR 6355/12 e NBR 14762/10. Figura 13 – Configuração iniciais dos elementos estruturais Fonte: O Autor Em seguida foram utilizadas, como mostra na figura 14, as seguintes cargas para formação da composição das forças atuantes. Segue abaixo características de material; Placa Interna – OSB de 15mm de espessura e uma camada única de lã de vidro de 55mm Placa Externa – OSB de 15mm de espessura e uma camada única de lã de vidro de 55mm 19 Revestimento Interno – Aplicação de gesso e pintura Revestimento Externo – Impermeabilização manda líquida e tela de polietileno e pintura em acrílico Cobertura com telha metálica trapezoidal Forro cobertura - OSB de 15mm de espessura, lã de vidro de 55mm, acabamento em gesso e pintura. Figura 14 – Cargas Padrão Fonte: O Autor No modelo dimensionado não foi adotado entrepiso, somente reforço na área do banheiro através de perfis UE123X42X12X08, e aplicado força horizontais nesse perfil de 150kgf/m2 Uma das ações que mais influenciam no dimensionamento de uma estrutura metálica é a ações do vento. Para este estudo foram adotadas algumas características, mostradas na Figura 15, como; inclinação telhado, dimensão da edificação e altura. 20 Figura 15 – Configuração iniciais das dimensões Fonte: O Autor Para velocidade básica do vento (VO) foi adotado o valor de 36m/s, um Fator topográfico (S1) de 1, terreno plano e francamente acidentado, para o Fator que relaciona rugosidade, dimensões da edificação e altura sobre o terreno (S2) de 0.94, Fator estatístico (S3) de 1. Pressão dinâmica Vo = 36 m/s Velocidade básica do vento 33.94 m/s Velocidade característica do vento 72.00 kgf/m² Coeficientes de forma externo para paredes de edificações de planta retangular Vento a 0º a = 6 m Maior dimensão horizontal da edificação b = 9 m Menor dimensão horizontal da edificação h = 2.60 m Altura da edificação 21 3.00 m 0.00 m Figura 16 – Vento a 0º Fonte: O Autor Vento a 90º a = 6 m Maior dimensão horizontal da edificação b = 9 m Menor dimensão horizontal da edificação h = 2.60 m Altura da edificação 4.50 m Figura 17 – Vento a 90º Fonte: O Autor 22 Coeficientes de forma externo para telhados com duas águas em edificações de planta retangular. Figura 18 – Vento a 0 e 90º Fonte: O Autor Coeficientes de Pressão Interna Duas faces opostas igualmente permeáveis; as outras faces impermeáveis: - vento perpendicular a uma face permeável: Cpi = +0,2 - vento perpendicular a uma face impermeável: Cpi = -0,3 Figura 19 – Vento a 0 e 90º Fonte: O Autor 23 As combinações de ações são feitas de forma a possibilitar a avaliação da combinação mais crítica para o projeto em estudo, neste trabalho foram adotadas por meio do software m MCalc_LSF (figura 20), 5 combinações para avaliação do ELU, variações do vento (0º, 90º, 180º e 270º). Os valores adotados para os coeficientes de ponderação, para os fatores de combinação e fatores de utilização, foram extraídos das tabelas da NBR-14762. Figura 20 – Combinação de ações Fonte: O Autor Os detalhamentos para as esquinas da edificação e também para a junção entre painéis em for de T estão demonstradas abaixo (figura 22). Sendo que no detalhamento dos cantos foi utilizado a junção de dois perfis UE (figura 21) Figura 21 – Junção tubo UE Fonte: Isoeste Metálica 24 Figura 22 – Detalhamento esquinas e junção em T . Fonte: O Autor Em seguida foram usados para os detalhamentos das tesouras do telhado, nos banzos perfis UE125 e para as diagonais perfis U125, seguindo o modelo de tesouras tipo “HOWE”. Essa opção seguiu a mesma linha de raciocínio dos guias e montantes, já que o catálogo traz a diferença ideal para o encaixe das peças (figura 23). Para compor as terças perfis cartola Figura 23 – Detalhamento Tesouras Fonte: O Autor 25 Para melhoras a estabilidade da edificação foram usados artifícios como bloqueadores horizontais com abas em perfil U125, fazendo conexão entre os montantes dos painéis. Outro aspecto de travação usada foi o de formar treliças nas pontas dos painéis, trazendo uma resistência maior nas esquinas (figura 24). Figura 24 – PE1 demonstração de bloqueadores Fonte: O Autor Nas vergas de abertura foram usados o perfil UE125 em formato de caixa como mostra na figura 25. Figura 25 – Detalhamento Vergas Fonte: Silvestre et al.,2013 26 8 ANÁLISE DOS RESULTADOS O software mCalc_LSF gera um arquivo em formato IFC que fornece uma solução de interoperabilidade entre diferentes softwares. O formato estabelece padrões internacionais para importar e exportar objetos de construção e suas propriedades. Figura 25 – Detalhamento Vergas Fonte: O autor Na análise linear, o software descreve que a análise do sistema módulo 3D – análise elástica-linear, é feita pelo Método da Rigidez Direta, que é uma sistematização do Método dos Descolamentos. Inicialmente é feito o lançamento da estrutura no modelador LSF do software mCalc_LSF com os perfis pré-configurados indicados na figura 13, apresentado no método científico, nesse módulo são lançadas as cargas gravitacionais e cargas de vento, na estrutura, com a estrutura previamente lançada passa-se para o módulo 3D, que é utilizado para a análise da estrutura. Primeiramente é feita a análise da envoltória das combinações de ações, previamente configurado, depois de concluída a análise o software mCalc_LSF 27 obtém os esforços atuantes na estrutura para o dimensionamento dos elementos que já foram definidos anteriormente. Na próxima etapa é feito o dimensionamento dos elementos frente aos esforços atuantes, são verificadas as resistências de cada elemento frente as solicitações de cálculo (figura 26). Figura 26– Janela Dimensionamento. Fonte: O autor Já no módulo Dimensionamento é mostrado em gráfico, os esforços de cada elemento, as resistências são representadas em escala de cor, sendo as cores mais quentes os elementos mais solicitados, que se pode verificar na figura 27. Figura 27 – Representação gráfica dos esforços atuantes. Fonte: O autor 28 9 ORÇAMENTO Determinar ou prever os custos para a realização de um empreendimento, antes mesmo de ser executado, segundo Giamusso (1991), é realizar o seu orçamento. Portanto, é possível afirmar que o orçamento de uma obra ou a atividade de orçar uma obra significa identificar previamente o custo que esta obra deverá resultar ao seu final. Assim, segundo Dias (2001), todo orçamento deve apresentar as seguintes características: especificidade, temporalidade e aproximação. Portanto o orçamento aqui apresentado (Figura 28) tem base de preço o catálogo da empresa IsoEste Metálicas, a divisão foi feita entre painéis e somente a parte de material da estrutura foi orçado. Figura 28 – Orçamento PERFIL mm m Vl unit. Vl total [ 126 x 38 x 0.8 42001 42,001 10,54 442,69R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 50088 50,088 7,74 387,68R$ IENR 123 x 42 x 12 x 0.8 x 0 12990 12,99 15,48 201,09R$CA 140 x 63 x 12 x 0.8 744 0,744 18,54 13,79R$ 1.045,25R$ [ 126 x 38 x 0.8 40661 40,661 10,54 428,57R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 61854 61,854 7,74 478,75R$ IENR 123 x 42 x 12 x 0.8 x 0 7794 7,794 15,48 120,65R$ CA 140 x 63 x 12 x 0.8 1428 1,428 18,54 26,48R$ IENR 140 x 63 x 12 x 0.8 x 0 1428 1,428 18,54 26,48R$ 1.080,92R$ [ 126 x 38 x 0.8 19842 19,842 10,54 209,13R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 26456 26,456 7,74 204,77R$ IENR 123 x 42 x 12 x 0.8 x 0 2598 2,598 15,48 40,22R$ CA 140 x 63 x 12 x 0.8 1974 1,974 18,54 36,60R$ 490,72R$ [ 126 x 38 x 0.8 32244 32,244 10,54 339,85R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 42618 42,618 7,74 329,86R$ IENR 123 x 42 x 12 x 0.8 x 0 7794 7,794 15,48 120,65R$ CA 140 x 63 x 12 x 0.8 1428 1,428 18,54 26,48R$ 816,84R$ [ 126 x 38 x 0.8 8967 8,967 10,54 94,51R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 10392 10,392 7,74 80,43R$ IENR 123 x 42 x 12 x 0.8 x 0 5196 5,196 15,48 80,43R$ 255,38R$ [ 126 x 38 x 0.8 21268 21,268 10,54 224,16R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 28228 28,228 7,74 218,48R$ IENR 123 x 42 x 12 x 0.8 x 0 2598 2,598 15,48 40,22R$ CA 140 x 63 x 12 x 0.8 2028 2,028 18,54 37,60R$ 520,47R$ PE-5 PE-6 PE-3 PE-4 PE-2 PE-1 29 Fonte: IsoEste Metálicas [ 126 x 38 x 0.8 14554 14,554 10,54 153,40R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 25934 25,934 7,74 200,73R$ IENR 123 x 42 x 12 x 0.8 x 0 7794 7,794 15,48 120,65R$ CA 140 x 63 x 12 x 0.8 844 0,844 18,54 15,65R$ 490,43R$ [ 126 x 38 x 0.8 6759 6,759 10,54 71,24R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 12990 12,99 7,74 100,54R$ 171,78R$ [ 126 x 38 x 0.8 12102 12,102 10,54 127,56R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 23336 23,336 7,74 180,62R$ IENR 123 x 42 x 12 x 0.8 x 0 5196 5,196 15,48 80,43R$ CA 140 x 63 x 12 x 0.8 844 0,844 18,54 15,65R$ 404,26R$ [ 126 x 38 x 0.8 6168 6,168 10,54 65,01R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 18140 18,14 7,74 140,40R$ CA 140 x 63 x 12 x 0.8 844 0,844 18,54 15,65R$ 221,06R$ [ 126 x 38 x 0.8 7906 7,906 10,54 83,33R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 12990 12,99 7,74 100,54R$ IENR 123 x 42 x 12 x 0.8 x 0 2598 2,598 15,48 40,22R$ 224,09R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 7099 7,099 7,74 54,95R$ [ 126 x 38 x 0.8 4400 4,4 10,54 46,38R$ 101,32R$ 2 202,64R$ UENR 123 x 42 x 12 x 0.8 12699 12,699 7,74 98,29R$ ][ 126 x 38 x 0.8 x 0 750 0,75 21,08 15,81R$ [ 126 x 38 x 0.8 7620 7,62 10,54 80,31R$ 194,42R$ 7 1.360,91R$ CART 20 x 30 x 13 x 0.8 96000 96 2,24 215,04R$ 215,04R$ PI-5 TESOURA 11 x2 TESOURA 4 x7 TERÇA PI-1 PI-2 PI-3 PI-4 TOTAL PERFIS 7.499,78R$ TOTAL PARAFUSOS 268,02R$ TOTAL ESTRUTURA 7.767,80R$ RESUMO 30 10 CONCLUSÃO Este trabalho científico apresentou o sistema construtivo Light Steel Framing, com um embasamento teórico coeso e sintético, mostrando suas características e metodologia construtivas. Mediante as vantagens e desvantagens do método, como questões de sustentabilidades, e falta de mão de obra especializada, foi possível ver que estamos cada vez mais necessitando de uma mudança. A questão da cultura ainda é um traço forte que só terá uma mudança a partir de incentivos por parte do Estado. A implementação desse sistema é totalmente viável visto que o Brasil se destaca na exportação de Ferro, sendo necessário a melhora na especialização da mão de obra e incentivos para industrias e comércios. 31 BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14762: Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio. Rio de Janeiro: [s.n.], 2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575: Desempenho de edificações habitacionais. Rio de Janeiro: [s.n.], 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120:1980: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: [s.n.], 1980. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações. Rio de Janeiro: [s.n.], 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro: [s.n.], 2008. CRASTO, R. C. M. de. Arquitetura e Tecnologia em Sistemas Construtivos Industrializados: Light Steel Framing. 2005. Monografia (Engenharia Civil) — Universidade Federal de Ouro Preto. FREITAS, A. M. S.; CRASTO, R. C. M. de. Steel Framing Arquitetura. Rio de Janeiro, 2006. NBR 6120. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6120:1980 – Cargas para o cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro, 1980. [S.l.], 1980. PEDROSO, S. P. et al. In: 12º Encontro Científico Cultural Interinstitucional. [S.l.: s.n.], 2014. p. 5 – 7. PRUDÊNCIO, M. V. M. V. Projeto e Análise Comparativa de Custo de uma Residência Unifamiliar Utilizando os Sistemas Construtivos Convencional e Light Steel Framing. 2014. 22 p. Monografia (Engenharia Civil) — Universidade Tecnológica Federal do Paraná Coordenação de Engenharia Civil. RODRIGUES, R. B. C. F. C. Steel framing: engenharia. Rio de Janeiro, 2017. SANTIAGO, A. K. O Uso do Sistema Light Steel Framing Associado a Outros Sistemas Construtivos como Fechamento Vertical Externo não Estrutural. 2008. 12 p. Monografia (Engenharia Civil) — Universidade Federal de Ouro Preto. SANTIAGO, A. K.; FREITAS, A. M. S.; CRASTO, R. C. M. de. Manual de Construção em Aço. 2. ed. Rio de Janeiro, 2012.
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