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Aula 5 - Aplicação da lei penal

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Aplicação da Lei Penal
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA DA PCDF
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APLICAÇÃO DA LEI PENAL
Direto do concurso
1. (2018/CESPE/POLÍCIA FEDERAL/AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL) De-
pois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José 
passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com deter-
minação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado 
em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo, 
José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte:
Se, durante o processo judicial a que José for submetido, for editada nova lei 
que diminua a pena para o crime de receptação, ele não poderá se beneficiar 
desse fato, pois o direito penal brasileiro norteia-se pelo princípio de aplica-
ção da lei vigente à época do fato.
Comentário
Primeiramente, a assertiva fala sobre o crime de receptação, o qual José 
realmente praticou, pois ele sabia que o revólver era produto de crime. Durante 
o processo, houve uma nova lei que diminuía a pena, portanto benéfica. Leis 
posteriores benéficas possuem força retroativa. 
2. (2018/CESPE/EMAP/ANALISTA PORTUÁRIO/ÁREA JURÍDICA) A respeito 
da aplicação da lei penal, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: João cometeu crime permanente que teve início em fe-
vereiro de 2011 e fim em dezembro desse mesmo ano. Em novembro de 2011, 
houve alteração legislativa que agravou a pena do crime por ele cometido. As-
sertiva: Nessa situação, deve ser aplicada a lei que prevê pena mais benéfica 
em atenção ao princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa.
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Comentário
Primeiramente, a questão trata sobre crime permanente. Tal crime começou a 
ser praticado em fevereiro de 2011 e finalizado em dezembro do mesmo ano. Em 
novembro, houve uma novatio legis in pejus, ou seja, uma nova lei pior. Tal situação 
é uma exceção, tratada pela Súmula n. 711 do STF: a lei penal mais grave aplica-
se a crime continuado ou permanente se a sua vigência for anterior à cessação da 
continuidade ou permanência. Logo, a lei a ser aplicada é a mais grave. 
3. (2018/CESPE/EBSERH/ADVOGADO) Com referência à lei penal no tempo, 
ao erro jurídico-penal, ao concurso de agentes e aos sujeitos da infração pe-
nal, julgue o item que se segue.
Situação hipotética: Um crime foi praticado durante a vigência de lei que 
cominava pena de multa para essa conduta. Todavia, no decorrer do proces-
so criminal, entrou em vigor nova lei, que, revogando a anterior, passou a 
atribuir ao referido crime a pena privativa de liberdade. 
Assertiva: Nessa situação, dever-se-á aplicar a lei vigente ao tempo da prá-
tica do crime.
Comentário
Ao longo do processo, entrou em vigor nova lei, que atribuía ao crime pena 
privativa de liberdade, ou seja, lei mais grave. Na sentença, deve ser aplicada 
a lei mais benéfica, a lei de aplicação de multa. 
4. (2018/CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA) Tendo como re-
ferência a jurisprudência sumulada dos tribunais superiores, julgue o item a 
seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação da lei penal 
e institutos.
Tratando-se de crimes permanentes, aplica-se a lei penal mais grave se esta 
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tiver vigência antes da cessação da permanência.
Comentário
De acordo com a Súmula n. 711 do STF, a questão está correta. 
5. (2015/CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA) Em relação à 
aplicação da lei penal e aos institutos do arrependimento eficaz e do erro de 
execução, julgue o item seguinte.
Se um indivíduo praticar uma série de crimes da mesma espécie, em conti-
nuidade delitiva e sob a vigência de duas leis distintas, aplicar-se-á, em pro-
cesso contra ele, a lei vigente ao tempo em que cessaram os delitos, ainda 
que seja mais gravosa
Comentário
Crimes de mesma espécie sob continuidade delitiva: crimes de continuidade. 
No caso, praticou vários crimes sob vigência de duas leis distintas, porém tudo 
é considerado um crime só. Segundo Súmula n. 711 do STF, será aplicada a 
lei do momento da cessação, mesmo que seja mais gravosa. 
Abolitio Criminis Temporária
Súmula n. 513 STJ: "A abolitio criminis temporária prevista na Lei n.10.826/2003 
aplica-se ao crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, 
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, 
praticado somente até 23/10/2005".
Abolitio criminis é a abolição do crime. A abolitio criminis temporalis é o 
ato de deixar de se considerar uma certa conduta como crime por determinado 
tempo. No nosso ordenamento, a abolitio criminis temporalis ocorreu no que 
tange ao crime de posse irregular de arma de fogo.
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No estatuto antigo, o porte de arma de fogo e registro eram dados de forma 
Estadual. O novo Estatuto do Desarmamento, em 2003, determinou que o regis-
tro só poderia ser feito no âmbito federal. Foi dado um prazo de 180 dias para 
regularização, e durante esse tempo, a posse já seria irregular, porém havia o 
direito de registro, logo a posse irregular não seria crime nesse prazo de registro, 
ou seja, abolitio criminis temporalis.
O prazo foi estendido até dezembro de 2009. Por um tempo, a abolitio criminis 
valia para arma de uso permitido ou restrito e, depois de um tempo, somente para 
arma de uso permitido. Porém a abolitio criminis temporalis não teve vigência para 
demais crimes, como porte de arma de fogo, somente para posse de arma de fogo.
Princípio da Continuidade Normativo Típica
Exemplo: Art. 214, CP: crime de atentado violento ao pudor. Tal artigo foi revo-
gado pela Lei n. 2.015/2009. Se a pessoa praticou atos libidinosos com outra 
sem o consentimento desta até agosto de 2009, o crime era classificado como 
atentado ao pudor. Após, a mesma prática não deixou de ser crime, mas mudou 
de artigo (Art. 213 – estupro [conjunção carnal]). Assim, o Art. 213 pune atos libi-
dinosos da conjunção carnal e a conjunção carnal. 
Veja: a revogação da lei foi formal, e não material. O crime continuou a exis-
tir materialmente em outro artigo. Não é caso de abolitio criminis. Tal princípio é 
chamado Princípio da Continuidade Normativo Típica.
GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. C
5. C
������������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Wallace França. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela 
leitura exclusiva deste material.

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