Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Texto 07: Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso 
1 
 
Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso: 
Unidade nas Diferenças1 
1 Introdução 
2 Uma convocação: Que todos sejam Um! 
3 Unidade confessada no Símbolo da Fé 
4 A Palavra Ecumenismo 
5 A Igreja Católica e o Concílio Vaticano II 
6 A Experiência da Guerra e o Ecumenismo 
7 O Conselho Mundial de Igrejas 
8 Ecumenismo e diálogo inter-religioso 
9 Condições para o Ecumenismo e diálogo-inter-religioso 
10 Hans Küng e o Projeto de Ética Mundial 
11 Dalai Lama: Ética e Mundialização 
12 Teologia da Hospitalidade 
13 Conclusões 
 
1 Introdução 
 Vivemos tempos de mundialização e globalização 
possibilitados pelas relações econômicas – mediadas 
pelas tecnologias de produção, transporte e comunicação 
– e pelas trocas culturais superficiais, notadamente 
marcadas pelos interesses mercantis e midiáticos. Se 
distâncias foram suprimidas, se o tempo da vida foi 
sequestrado pelo tempo informático, decorre que não há 
autêntica proximidade2 e, tampouco, o kairós3 que é o 
tempo da presença. Um desafio se apresenta vital à 
continuidade da vida sobre o planeta, construirmos a Paz 
via Justiça e solidariedade. Para tanto precisamos abrir-
nos ao distinto, considerá-lo em sua novidade, acolhê-lo 
desde as diferenças. Os humanos – viajando na casa 
planetária – vivem crise identitária, enfrentam desafios 
sociais e ambientais decisivos. O processo de descoberta 
de si mesmo supõe o reconhecimento do outro. A Paz é 
fruto da justiça. A Justiça reivindica respeito e promoção 
da vida em todas manifestações e dimensões. O diálogo é 
mediação indispensável à construção do caminho que 
conduz à solidariedade. Solidariedade entre vizinhos, 
habitantes do mesmo bairro, pertencentes ao mesmo 
país e, paradoxalmente, cidadãos de um mundo em 
transformações. No processo de diálogo intercultural o 
encontro entre as Tradições Religiosas, ‘coração das 
culturas’, é indispensável. Do exposto inferimos a 
necessidade de examinar, ainda que brevemente, o 
diálogo ecumênico e inter-religioso, as condições para o 
diálogo, o papel do diálogo inter-religioso na edificação da 
Paz e da Convivencialidade. A Teologia da Hospitalidade, 
para a qual existir humanamente solicita acolher o 
 
1 LE Hinrichsen, para estudantes de HCR, 13/06/2018. 
2 A proximidade supõe a supressão da distância. Proximidade é face-a-
face. Ora, nos tempos da vida virtualidade [Triunfo da Representação 
que substitui a vida vivida] já não há distâncias a serem suprimidas pois 
tudo é confusamente distante e próximo através de uma tela. 
3 Kairós = Tempo da Vida ou da Graça. Acontecimento, surpresa, vida 
vivida autenticamente. 
4 Os concílios ecumênicos de Nicéia = 325 (homoousiuos) e Constantinopla = 
381 (O Espírito Santo Procede do Pai) declaram verdades de fé essenciais às 
Igrejas Cristãs, que estão resumidas no Credo Apostólico [Cf. ALBERICO, 
Giusepe (org). História dos Concílios Ecumênicos. São Paulo: Paulus, 1995]. 
5 Os Padres da Igreja viveram entre os séculos III e V, sucederam os 
padres apostólicos, foram os fundadores doutrinais do cristianismo. 
‘distinto’, oferece a categoria da ‘estrangeiridade’, que 
precisamos compreender no processo pelo qual nos 
tornamos pessoas melhores. 
 
2 Uma Convocação: Que todos sejam Um! 
 Atendendo a convocação de Jesus – Que Todos 
sejam Um, verificando que o anúncio da Boa Nova ocorria 
em meio ao contratestemunho das divisões existentes 
entre as Igrejas Cristãs, era preciso dialogar. Fiéis de 
diferentes confissões, em contexto de Missão – 
conscientes de que há divisões injustificáveis que ferem a 
Unidade – iniciaram caminhada na direção da Unidade 
dos cristãos e de todos os seres humanos respondendo à 
convocação do Evangelho: “Um só rebanho, um só 
Pastor”. Jo 10, 16. 
 Como anunciar o Evangelho se a Igreja de Jesus 
Cristo está fraturada? Se os seguidores de Jesus estão em 
contenda? A divisão é contradição e escândalo. “Que 
todos sejam Um. Não rogo somente por eles, mas pelos 
que, por meio de sua palavra, crerão em mim: a fim de 
que todos sejam Um. Como Tu Pai, estás em mim e eu em 
Ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que 
tu me enviaste”. Jo 17, 20-21. 
 
3 A Unidade confessada no Símbolo da Fé 
 O credo niceno-constantinopolitano4 declara: 
Cremos na Igreja Santa Una, Católica e Apostólica. Os 
Padres da Igreja5 salientam a Unidade. A Catolicidade ou 
Universalidade6 decorre da proclamação da Unidade: A 
Igreja é Una. A Ecumenicidade, por conseguinte, é 
característica da Igreja manifesta na Unidade e visível na 
missão: anunciar a mensagem de vida proclamada por 
Jesus a todos os seres humanos. A Comunidade dos 
seguidores de Jesus de Nazaré em todo o mundo, em 
consequência, é chamada a cumprir a Missão dada pelo 
Pai ao Filho e participada – pelo Espírito Santo – aos 
discípulos e a todos os fiéis de todos os tempos: 
proclamar o Evangelho de libertação e redenção a todos 
os Povos (Mt 28, 18-20). A condição para o anúncio, 
destacamos, é a Unidade: “Sejam Um para que o Mundo 
Creia” (Jo 17, 20-23). 
 
4 A Palavra Ecumenismo 
 A palavra Oikoumene designa o Mundo Habitado. 
Deriva de Oikos, Oikia. Oikoumene indica o lugar onde se 
Santo Agostinho de Hipona, São Justino de Roma, Irineu de Leon e 
Clemente de Alexandria, em diferentes contextos, desde o desafio 
lançado pela Filosofia procuraram justificar racionalmente as 
possibilidades da Fé Cristã. Forneceram as razões da esperança que 
move os cristãos. 
6 A Igreja [Ekklesía]: Assembleia dos Convocados pelo Pai, através do 
Filho e segundo a Inspiração do Espírito é Una: É uma só sobre a Terra 
Inteira. Da Unidade, portanto, decorre a Universalidade. Eis as notas 
da Igreja: a) Una; b) Católica: presente em todo o mundo habitado = 
Universal; c) Apostólica: edificada sobre o legado dos apóstolos. A 
Igreja Católica é Romana, pois o sucessor de Pedro – A pedra sobre a 
qual Jesus edificou sua Igreja – reside em Roma, é o bispo de Roma, 
sinal da Unidade para todos os cristãos e Igrejas particulares. 
Texto 07: Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso 
2 
pode construir a comunidade, implica habitação. De 
Oikoumene deriva Ecumenismo e Ecumênico. Oikoumene 
sinaliza três dimensões: 1 – Espaço onde se vive; 2 – 
Espaço Geográfico: Mundo Conhecido; 3 – Cultura. Para 
os primeiros cristãos Oikoumene indicava o mundo 
habitado no qual – na diversidade e unidade – 
floresceram as comunidades cristãs. Qual é o desafio 
resultante de concepção ampla na qual unidade é 
diversidade e não uniformidade? Como Unir sob uma 
cabeça todas as coisas em Cristo, Ef 1, 10? Como construir 
a Unidade na Diversidade em meio a contradições e 
diferenças? 
 
5 A Igreja Católica e o Concílio Ecumênico Vaticano II 
 É importante rememorar iniciativas anteriores e 
que precederam o Vaticano II. 
5.1 Antecedentes 
a) Ignácio Spencer, presbítero Católico em visita à Oxford, 
propõe ao Cardeal Newman a criação de Associação para 
a promoção da Unidade do Cristianismo [APUC], reunindo 
católicos romanos e anglicanos, efetivada em 1857. b) No 
Início da década de 1930, Padre Counturier, pároco da 
diocese de Leon, compreendeu as dificuldades dos não 
católicos em França e com o apoio de seu arcebispo 
promoveu a Semana de Oração para a Unidade dos 
Cristãos. c) Na Cúria Romana, sob inspiração de João XXIII, 
em 1960 é criado o Secretariado para a Unidade dos 
Cristãos. 
5.2 Alguns Frutos do Concílio Vaticano II 
 O Concílio Vaticano II – convocado por João XXIII 
em 25 de Janeiro de 1959 e concluído no pontificado de 
Paulo VI em 08 de Dezembro de 1965 – a) proclama a 
Igreja como Povo de Deus; b) reafirma o sacerdócio 
comum dos fiéis, c) destaca o papel insubstituível dos 
leigos na vida da Igreja e da sociedade; d) incentiva os 
estudos bíblicos; e) promove renovação litúrgica; f) 
reconhece o Mistério de Cristo presente nas Igrejas e 
Comunidades Cristãs separadas; g) indica que há 
sementes do Verbo presentesnoutras religiões, h) 
convida ao diálogo interconfessional e inter-religioso. 
5.3 Documentos Importantes 
 04 Constituições [Sobre a Liturgia, a Revelação, a 
Igreja e a Igreja no Mundo de Hoje] 09 decretos e 03 
Declarações dinamizaram, animam e renovam a Igreja até 
os dias presentes7. 
5.4 Encontros Significativos 
 Paulo VI encontra o patriarca de Constantinopla 
Atenágoras em Jerusalém [1964]. Novo encontro de 
Paulo VI e Atenágoras, na Cidade do Vaticano, em 1965. 
Papas posteriores mantém intenso diálogo com o 
 
7Destacamos os Decretos sobre o Ecumenismo, Igrejas Orientais, 
Leigos e Meios de Comunicação Social e as Declarações sobre a 
Educação, sobre as Religiões não Cristãs e sobre a Liberdade Religiosa. 
8 SANT’ANA, Júlio. Ecumenismo e Libertação. Petrópolis: Vozes, 1991, 
p. 83-84. 
9 Testemunharam o Evangelho, no contexto da guerra, pela doação de 
suas vidas, por exemplo: Edith Stein [12/10/1891 – 09/08/1942]; 
Patriarca Ortodoxo. Paulo VI participa da Conferência 
Episcopal Latino-Americana de Medelim e visita a ONU, 
João Paulo II é presente em na Conferência de Puebla, 
México. Encontros inter-religioso acontecem, 
periodicamente, desde o pontificado de João Paulo II, na 
cidade natal de São Francisco, em Assis, Itália. 
 
6 A Experiência da Guerra e o Ecumenismo 
 Júlio Sant’Ana em Ecumenismo e Libertação8 
esclarece que a experiência de muitos fiéis transcorrida 
durante a guerra [1939-1945] na luta contra o nazi-
facismo, na defesa de judeus e de outras pessoas 
perseguidas, a resistência aos totalitarismos que 
dominaram o mundo nas décadas de 40 e 50 uniram 
cristãos de diferentes confissões. 
 A colaboração nas atividades de resistência criou 
condições para que pessoas – que até então estavam 
distanciadas e divididas – se aproximassem, que brotasse 
a comunhão e a fraternidade entre irmãos separados por 
mútuo desconhecimento. 
 Desde as terríveis condições da guerra, 
paradoxalmente, ocorreu o descobrimento do outro, sem 
o qual não pode existir o diálogo. O reconhecimento de 
que diante de mim há um tu – que não é meu inimigo, 
mas alguém que me complementa, me corrige, me ajuda 
a amadurecer, a chegar a ser quem eu sou, 
potencialmente. A experiência teve e ainda tem 
consequências incalculáveis para o movimento 
ecumênico9. 
 
7 O Conselho Mundial das Igrejas 
 O Conselho Mundial de Igrejas é extremamente 
importante na História do Movimento Ecumênico. 
Iniciativas Pioneiras convergiram à criação do CMI: a) 
Surgimento do Conselho Missionário Internacional em 
Edimburgo [1910]; b) Movimento Vida e Ação em 
Estocolmo [1925]; c) Comissão de Fé e Constituição 
[1927]; d) 1ª Assembleia do Conselho Mundial das Igreja 
em Evanston, USA [1948]10. O CMI propõe o ecumenismo 
em contexto global, preocupado com questões 
ecológicas, sociais, interculturais11. 
 
8 Ecumenismo e Diálogo-Inter-Religioso 
8.1 O que é Ecumenismo? 
 Por Ecumenismo compreendemos a aproximação 
entre denominações cristãs via diálogo teológico, 
jornadas de oração e ações pastorais envolvendo 
Confissões Religiosas Cristãs no âmbito nacional e 
internacional. 
 
Dietrich Bonhoeffer [04/02/1906 – 09/04/1945; Maximiliano Maria 
Kolbe [08/01/1894 – 14/08/1941]. 
10OBS: A Igreja Católica participa do CMI como observadora. Participa 
como membro pleno, entretanto, da Comissão de Fé e Constituição. 
11OBS: Aproximadamente metade das denominações cristãs 
participam do CMI. 
 
Texto 07: Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso 
3 
8.2 Diálogo Inter-Religioso? 
 Por diálogo inter-religioso entendemos a 
aproximação entre Religiões visando diálogo teológico, 
oração segundo as diversas tradições, elaboração de 
compromissos relativos à Paz e promoção da defesa da 
vida [ecologia e sociedade]. Pode ocorrer em âmbito 
Nacional e Internacional. 
 
8.3 Alguns Frutos do Ecumenismo 
Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Jo 10, 10. 
a) Diálogo inter-teológico. Ex: Acordo sobre a Doutrina da 
Justificação entre Federação Lutera Mundial e Igreja 
Católica Apostólica Romana, ao qual aderiram a Igreja 
Anglicana, as Igreja Luteranas Reformadas e a Igreja 
Metodista. b) Realização em todo o Mundo da Jornada 
de Oração para a Unidade dos Cristãos no Tempo de 
Pentecostes. c) Criação no Brasil do CONIC: Conselho 
Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil. d) Pastorais comuns. 
Ex: CEBI e CECA unindo Igrejas do Conselho Nacional de 
Igrejas Cristãs do Brasil. e) Participação na vida dos 
diferentes estados da federação brasileira nos quais as 
Igrejas do CONIC estão presentes. Ex: Declarações – em 
momentos importantes – do CONIC em sintonia com a 
CNBB. f) Assembleias do CMI sobre temas vitais como 
Ecologia, Justiça, Paz. g) Encontros bilaterais entre 
confissões. Ex: Comissões teológicas entre luteranos e 
católicos, entre católicos e anglicanos. h) 
Reconhecimento dos elementos comuns que unem as 
Igrejas e compromisso com a Boa Nova do Reino. i) 
Ecumenismo de Base: diálogo, celebrações, pastorais e 
inserção social reunindo fiéis de diferentes denominações 
cristãs. 
 
8.4 Alguns Frutos do Diálogo Inter-Religioso 
a) Diálogo entre Cristãos e Budistas, Hinduístas e outras 
religiões do Extremo Oriente. Reconhecimento no 
Ocidente da riqueza dessas Tradições. Estudo, valorização 
e intercâmbio. b) Diálogo entre Católicos e Judeus 
[Encontros locais. Visita dos Papas à Terra Santa]. c) 
Diálogo entre Cristãos e Muçulmanos [Ex: Claudio Monge 
em Istambul na Turquia]. 
Destacamos o Encontro pela Paz: “Sede de paz. 
Religiões e cultura em diálogo”. O Papa Francisco, em 20 
de setembro de 2016, encontrou-se com líderes de outras 
Religiões para rezar pela Paz na Assis de São Francisco12. 
Na abertura do encontro, no dia 18, estiveram presentes, 
entre outros, o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I 
e o filósofo Zygmunt Bauman [19/01/1925 – 09/01/2017]. 
Participaram do Encontro pela Paz – transcorrido em Assis 
no ano de 2016 – autoridades religiosas, dentre as quais 
Cardeais, Patriarcas das Igrejas do Oriente, o Primaz da 
Igreja da Inglaterra, Justin Welby, judeus da Europa e de 
 
12 Lembremos que em 2019 celebrar-se-ão os 800 anos do encontro 
de São Francisco com o sultão do Egito, Al-Malik Al-Kamil. A celebração 
foi antecipada pela visita, entre Cairo e Damieta, de franciscanos que 
encontraram-se com autoridades civis e religiosas do Egito, atendendo 
ao mandato: “amai-vos uns aos outros”. Se ontem, as cruzadas, hoje 
Israel, muçulmanos (dentre os quais o Reitor da 
Universidade de Al-Azhar13, Abd Al-Hay Azab), budistas e 
expoentes de outras religiões asiáticas. Estiveram 
presentes representantes de instituições religiosas e do 
mundo da cultura provenientes de todos os continentes e 
de áreas marcadas por conflitos, como a Síria e a Nigéria. 
 
9 Condições para o Ecumenismo e Diálogo Inter-
Religioso 
 O diálogo ecumênico e inter-religioso solicita 
conversão ao outro, desarmamento interior, 
reconhecimento de que a diversidade é riqueza a partir 
da qual é possível descobrir a comum responsabilidade 
pela edificação de um mundo melhor, de uma Terra 
compartilhada, habitável e assinalada pela benção que é 
a Paz. Seguem, a seguir, alguns pressupostos ao diálogo. 
a) Mútua Abertura: acolher o distinto é ser pessoa. b) 
Conhecimento profunda da Tradição a qual pertenço e 
decisão de ouvir o outro. Dialogar não consiste em 
concordar para agradar. É preciso conhecer e 
testemunhar valores, convicções, cosmovisão, 
compreensões de fé que animam minha existência. Mas, 
sempre respeitando e acolhendo o distinto pois além das 
diferenças há muito em comum a ser compartilhado e 
descoberto. c) Reconhecimento das Diferenças: 
teológicas, culturais e outras. d) Descoberta e 
Reconhecimento dos Elementos Comuns: teológicos, 
éticos, culturais e outros. e) Respeito às diferenças. 
Consciência de que as diferenças podem e devem nos 
enriquecer. f) Alegriapelas descobertas que unem. g) 
Compreensão de que Unidade não é Uniformidade. h) 
Descoberta gradativa e celebrativa de que Unidade é 
KOINONIA: Unidade na Pluralidade, Comunhão nas 
Diferenças 
 
10 Hans Küng e o Projeto de Ética Mundial 
 Se as Religiões estão nos corações das culturas, o 
diálogo inter-religioso é básico para o estabelecimento de 
Princípios Éticos fundamentais à convivência em 
sociedades plurais14. Nessa direção, seguem indagações 
que Hans Küng propõe para todos nós. Por que devo dizer 
a verdade e não devo enganar os outros? Por que devo 
ser correto no exercício de minha profissão? Por que não 
devo cometer homicídio? Por que devo condenar a guerra 
e promover a paz? Por que devo defender a vida e 
promover a integridade da criação? 
Segundo Küng, há convicção de que: a) Não 
haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões; b) 
Não haverá paz entre as religiões sem diálogo entre as 
religiões; c) Não haverá diálogo entre as religiões sem 
investigação dos fundamentos das religiões. 
 
conflitos internacionais. A rememoração do gesto de Francisco e a 
resposta do Sultão do Egito nos convida ao diálogo, a acolher o outro 
que é irmão. 
13 Localizada no Cairo / Egito. 
14 Cf. KÜNG, Hans. Projeto de Ética Mundial. São Paulo: Paulinas, 1992. 
Texto 07: Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso 
4 
Por quê? As religiões encontram-se no coração 
das culturas. Desde suas diferenças, via diálogo, há um 
consenso acerca de um mínimo ético incondicionado do 
qual, em consequência, resulta compromisso com cultura 
de não violência e respeito à vida; comprometimento com 
uma cultura da solidariedade e com a edificação de uma 
ordem econômica justa; pacto com uma cultura de 
tolerância e uma vida baseada na verdade; compromisso 
com uma cultura da igualdade de direitos e associação de 
homens e mulheres na direção da afirmação de valores 
vitais. 
 Indaga o teólogo alemão: Por que não devo ser 
violento, isto sim, promotor da paz? Por que devo 
educar-me para o consumo responsável e não 
predatório? São perguntas que nascem no contexto 
plural de um mundo em processo de globalização e 
mundialização. Perguntas fundamentais e decisivas! Por 
quê? O que está em jogo? A sobrevivência da 
humanidade, a existências dos que ainda não nasceram, a 
integridade da vida no planeta. 
 Urbano Zilles, analisando a proposta de Hans 
Küng, destaca que 
Segundo Küng, para desenvolver uma ética futura, que deve 
ter uma base religiosa, as religiões devem refletir sobre o que 
têm em comum, colaborar para um consenso mínimo sobre 
um agir responsável. E o que as religiões têm em comum? De 
uma ou outra maneira, querem o bem do homem; certas 
normas fundamentais que se concretizam nos cinco 
mandamentos da humanidade: não matarás, não mentirás, 
não furtarás, não praticarás imoralidade; respeitarás os pais 
e amarás os filhos e as filhas; um caminho racionalmente 
equilibrado entre o libertinismo e o legalismo; a observância 
da regra de ouro (Küng, 2001, p.86); motivações éticas 
convincentes baseadas nos modelos de vida das figuras 
exemplares das religiões mundiais como Buda, Jesus Cristo, 
Confúcio, Lao-Tse ou o profeta Maomé; um horizonte de 
sentido e a fixação de uma meta para o agir humano (Küng, 
2001, p. 90). 
 O Projeto de Ética Mundial, pensado por Hans 
Küng, proposto por autoridades religiosas, teólogos, 
ativistas e pensadores, presente na Declaração do 
Parlamento das Religiões [Chicago, 1993] supõe e 
conclama a todos os seres humanos, de diversas tradições 
culturais e religiosas, crentes e não crentes, homens e 
mulheres de boa-vontade a unirem-se – desde a 
pluralidade que constitui a humanidade – em defesa da 
paz, da justiça via efetivação de direitos fundamentais, na 
condenação da violência, na defesa da vida planetária 
tendo em vista a continuidade da vida sobre a Terra. 
 
11 Dalai Lama: Ética e Mundialização 
 Para Dalai Lama15, a Religião, num mundo 
pluralista e tecnicista, a despeito das pertenças culturais 
e temporais, é relevante. Segundo Dalai Lama é 
admissível que no passado o valor da religião fosse mais 
evidente. Contudo, o sofrimento humano ainda existe – 
sobretudo o sofrimento mental e emocional – e porque a 
 
15 Cf. Tenzin Giatzo, 14º Dalai Lama. ‘O Papel das Religiões na 
Sociedade Moderna’. In: Ética para o Novo Milênio. RJ: Sextante. 
religião, além de sua verdade salvadora, alega ser capaz 
de ajudar-nos a superar o sofrimento, certamente, ainda 
é relevante. 
 Como, então, conseguir a harmonia necessária 
para solucionar conflitos religiosos? A resposta é a mesma 
que se dá para as pessoas que querem aprender a 
controlar suas reações aos pensamentos negativos e 
cultivar qualidades espirituais: desenvolver a capacidade 
da compreensão. Primeiro temos que identificar os 
fatores que a obstruem. Depois encontrar os meios para 
superá-los. Talvez um dos fatores que mais obstruam a 
harmonia inter-religiosa seja a incapacidade de perceber 
o valor das tradições de fé dos outros. 
 A globalização, entrementes, acrescentamos, 
deveria permitir autêntica mundialização: trocas 
interculturais profundas, baseadas no respeito ao 
distinto, capazes de inaugurar a convivências entre os 
povos. 
 Encontros inter-religiosos, como o contacto entre 
Dalai Lama e o monge trapista ocidental Thomas Merton 
resultaram em enriquecimento mútuo e, portanto, 
deveriam ser estimulados. 
 Dalai Lama acredita que o conhecimento das 
bases éticas comuns das diferentes tradições (a), que o 
estudo da vida dos seus fundadores (b), que o estudo das 
diferentes doutrinas (c), que a prática diária dos 
ensinamentos da própria religião (d) são fatores decisivos 
à harmonia individual e social. 
 Destaca que o conhecimento da própria Tradição 
é indispensável ao diálogo inter-religioso. Salienta a 
importância da prática, pois a prática religiosa implica 
muito mais do que dizer “Eu Creio” ou “Eu me abrigo” (a). 
Implica muito mais do que visitar Templos e Igrejas (b). 
Estudar a Religião, ler seus livros, não traz grande proveito 
se o que se aprende não chega a penetrar no coração e se 
mantém apenas no plano intelectual (d). Contar somente 
com a fé sem a compreensão e sem a prática é 
insuficiente (e). 
 Segundo o líder tibetano, o esforço que fazemos 
com sinceridade para nos transformarmos 
espiritualmente é o que nos torna verdadeiros praticantes 
de uma crença. Desenvolver a disciplina ética e a 
compaixão acolhendo e promovendo o outro é valioso e 
transforma vidas. 
 
12 Teologia da Hospitalidade 
 Claudio Monge, teólogo dominicano que vive em 
Istambul Turquia, testemunha pela inserção de um cristão 
– num país majoritariamente islâmico – a hospitalidade. 
 A Teologia da Hospitalidade encontra fonte na 
visitação das três personagens divinas a Abraão. No relato 
no qual Abraão acolhe os ‘estrangeiros’ sob a sombra do 
Carvalho de Mambré [Gn 20, 117] há significativo 
testemunho da hospitalidade. Abraão vendo os três 
 
Texto 07: Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso 
5 
visitantes – surpreendido pela visita dos seres divinos – 
prostra-se diante da tenta. Suplica graça diante dos seus 
olhos. Ingressa na Tenda e ordena que preparem uma 
lauda refeição para os visitantes. Os convida irem à 
sombra da Árvore de Mambré. Atravessa sua tenda e vai 
ter com eles. Partilha com os três a refeição. Os três dão 
a saber que Sara, sua esposa em idade avançada, seria 
mãe de um menino, seu filho Isaac. 
 O que aprendemos com Abrão na acolhida aos 
estrangeiros? Somente atravessando a tenda, ou seja, 
indo além da pertença cultural é possível acolher o 
distinto (a). Não é possível acolher invadindo, impondo, 
sendo invasivo (b). Somente é possível acolher, 
superando distâncias e realizando a proximidade, 
abrindo-se à novidade do outro (c). A hospitalidade 
realiza a proximidade, a proximidade é a base da vida em 
comum (d). Na proximidade é possível dialogar (e). 
Dialogar? Revelandoo que sou, acolhendo a novidade do 
outro, vencendo medos, descontruindo barreiras, 
derrubando muros. 
 Abraão cumpriu o mandato de Javé pois, de 
algum modo, todos somos ‘estrangeiros’ e acolher ‘o 
estrangeiro’ é acolher a Javé. Ama-o como a ti mesmo, 
por que fostes estrangeiros no Egito”. Lev 19, 23-34. 
 Abraão antecipou um modo-de-ser ecumênico, 
pois “vós todos, quer fostes batizados em Cristo, vos 
revestistes de Cristo. Já não há judeu nem grego, nem 
escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos 
vós sois um em Cristo”. Gl 3, 27-28. 
 No diálogo, portanto, não abandonamos a 
identidade, mas, abrindo-nos ao distinto – ao outro – nos 
enriquecemos. Dialogar não é diluir a identidade, mas, 
dinamicamente, enriquecê-la. Viver a dinâmica da 
Hospitalidade: seguir os passos de Abraão, dos Profetas e 
de Jesus de Nazaré. 
 
13 Conclusões 
 Dialogar implica em conhecer profundamente 
minha Tradição – o núcleo ético, a compreensão do 
Sagrado, os textos, as práticas – para, então, 
reconhecendo as diferenças, encontrar elementos 
comuns, testemunhá-los e vivê-los na compreensão de 
que são vitais à humanidade. Um Cristão, por exemplo, 
que conhece sua confissão, a mensagem libertadora do 
Nazareno, reconhecerá que a boa-nova também é 
presente noutras Tradições. Nesse sentido, se o 
exclusivismo pode, facilmente, conduzir ao 
fundamentalismo; o relativismo pode, facilmente, 
conduzir à banalização das Tradições e ao 
indiferentismo16. 
 
16 Dentre as Posições Religiosas encontramos: 1) Exclusivismo: 
“somente minha Igreja ou religião é verdadeira”; 2) Relativismo: 
“Todas as Religiões e Igrejas são verdadeiras, não há diferenças entre 
elas”. Como alternativa há o Diálogo: “Conheço minha Tradição e 
pratico-a, mas respeito e procuro conhecer outras Tradições”. Para o 
Pluralismo: “O Sagrado e a Verdade manifestam-se em todas as 
Tradições”. Para o Inclusivismo: “A verdade de minha Religião revela-
se em outras Tradições”. Ex: A Boa Nova de Jesus de Nazaré é 
É importante, em consequência, observar os 
frutos da prática religiosa e do autêntico diálogo 
ecumênico e inter-religioso que precisam traduzir-se em 
vida: “Vim para que todos tenham vida e a tenham em 
abundância”. Jo 10, 10. Lembremos que na parábola do 
Bom Samaritano Jesus nos pergunta: quem é o próximo? 
Efetivamente, religião não salva, mas a prática do amor 
redime e liberta. 
 Descobrimos nas apresentações e no presente 
estudo que a diversidade religiosa é extremamente 
enriquecedora. Segundo Dalai Lama17, em princípio todas 
as religiões são iguais na medida em que salientam o 
amor e a compaixão e são indispensáveis no contexto da 
disciplina ética. Mas, afirmar isso não significa que todas 
sejam uma só coisa. Há diferentes concepções 
metafísicas, por exemplo, entre Hinduísmo, Budismo e 
Cristianismo. No próprio Budismo há diferenças 
significativas entre ramos e escolas. Afirmar que a 
concepção de Trindade do Cristianismo corresponde ao 
conceito budista de Dharmakaya, Sambobakaya e 
Nirmanakaya é equivoco que esvazia o significado dessas 
concepções. 
Conhecer a Tradição ‘a qual pertenço’, descobrir 
‘as riquezas’, compreendê-las, vivê-las, é passo 
significativo que nutrirá o diálogo ecumênico e inter-
religioso. Desde aceitação e conhecimento das 
diferenças, entretanto, é possível caminhar na busca da 
identidade comum compartilhada pelas Confissões 
Cristãs e demais Tradições Religiosas. Há um senso do 
sagrado que encaminha ao respeito à vida e vivência de 
princípios éticos que podem e devem unir crentes e 
homens e mulheres de boa-vontade. 
 Há, é importante perguntar, critério para 
avaliarmos um pluralismo autêntico? Autêntica noção de 
pluralismo religioso considera o respeito irrestrito pelos 
direitos humanos como princípio universal. Traduz-se em 
prática de ativa participação na defesa da vida e no 
combate às diversas formas de violência: psíquica, social, 
econômica e outras. 
Destaquemos a relevância da prática religiosa 
pois, em algum momento, a vida nos despertará de 
posições autocentradas e da indiferença. Num mundo 
orientado pelos interesses mercantis, no qual o 
tecnicismo e o cientificismo18 estimulam o isolamento, a 
indiferença e o individualismo é preciso discernir, 
descobrir o que realmente é vital à existência. 
 A existência é um dom que precisa ser cultivado, 
o que supõe o reconhecimento do outro e a defesa e 
promoção intransigente da vida. Sejamos cristãos ou 
budistas ou pratiquemos outra religião, participemos ou 
manifesta, indiretamente, em outras Tradições, pois sementes do 
verbo foram lançadas em toda a parte. Dentre as posições, pensamos, 
é possível conciliar, e o é prudente, Pluralismo e Inclusivismo. 
Estendendo, salientamos, para o diálogo com os não-crentes. 
17 Cf. DALAI LAMA, 2005, p.162-174. 
18 Cientificismo e Tecnicismo são o contrário de autêntica e adequada 
noção e prática de Ciência e Técnica. 
Texto 07: Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso 
6 
não de uma Comunidade religiosa, sejamos agnósticos ou 
até não consigamos conceber a Deus; nos esforcemos, 
entretanto, para perceber o Sagrado da Vida. 
Identifiquemos os desafios da existência, as urgências 
éticas e planetários e nos tornemos sempre mais 
responsáveis pela promoção e defesa da vida, pela 
implementação da Justiça e edificação da Paz. Possamos 
perceber o outro como próximo e não como competidor. 
Tomemos consciência da provisoriedade da vida e da 
Comum Unidade que congrega os humanos no Planeta 
que compartilhado com miríades de seres vivos. 
Reaprendamos a dialogar, cultivemos uma 
espiritualidade! O que aprendemos? 
 
ANEXO 
 Claudio Monge, entrevista Diálogo e Hospitalidade 
para a Revista Humanitas19: “Antes de tudo, o diálogo, 
sobretudo neste momento, é mais do que nunca necessário. 
Para os cristãos o diálogo é constitutivo do ser, porque 
acreditamos em um Deus que é diálogo, mas estamos 
conscientes de que o termo está bastante esvaziado de sentido. 
Precisamos recuperar seu sentido mais profundo, porque 
atualmente o diálogo é, em primeiro lugar, o reconhecimento 
da humanidade do outro. Testemunhamos, nos dias atuais, 
uma crise religiosa, que é uma crise do encontro, entretanto 
não é uma crise teológica, mas, sim, antropológica. A tradição 
cristã-católica, sobretudo a de matriz europeia, desenvolveu 
muito a metafísica e a teologia de Deus, mas esqueceu que uma 
teologia de Deus não serve se ela não for uma teologia para o 
homem. A teologia de Deus deve querer encontrar-se com o 
homem. Gosto sempre de relembrar uma frase do 
Padre Congar, um dominicano que dizia: ‘Antes de uma boa 
teologia para o homem é preciso uma antropologia para Deus’. 
[...]”. “Ao assumirmos nossa própria identidade e sermos 
capazes de tomar a sério a identidade do outro, 
compreenderemos que o encontro permitirá que saiamos 
diferentes dele. Neste encontro, ao fazer um pedaço do 
caminho juntos (que não é neutro porque nossa identidade 
entra no jogo), o lugar deixa de ser caracterizado por uma única 
identidade, mas um espaço de encontro de identidades. Um 
lugar em que o outro não é totalmente capturável por nossa 
racionalidade, porque há algo que escapa à nossa 
compreensão, e este outro que não conseguimos compreender 
se torna um caminho mestre para Deus que só é possível de ser 
acolhido no momento em que ele se dá a nós”. 
 
Entrevista com Zygmunt Bauman no Encontro de Assis20 
Como nos integrarmos sem aumentar a hostilidade, sem 
separar os povos? “É a pergunta fundamental da nossa época. 
Também não podemos negar que estamos em um estado de 
guerra, e, provavelmente, essa guerra também será longa. Mas 
o nosso futuro não é construído por aqueles que se apresentam 
como "homens fortes", que oferecem e sugerem aparentes 
soluções instantâneas, como construir muros, por exemplo, 
desembainhando a arma milagrosa que resolve todos os 
problemas, enquanto o problema permanece. A única19 Cf. Claudio Monge. Entrevista à Humanitas – Unisinos. Endereço: 
http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/550863-um-ocidente-
anestesiado-na-sua-capacidade-de-hospitalidade-entrevista-especial-com-
claudio-monge- Acesso em 13/06/2018. 
personalidade contemporânea que leva adiante essas questões 
com realismo e que as faz chegar a cada pessoa é o Papa 
Francisco. No seu discurso à Europa, ele fala de diálogo para 
reconstruir a tessitura da sociedade, da justa distribuição dos 
frutos da terra e do trabalho que não representam mera 
caridade, mas uma obrigação moral. Passar da economia 
líquida para uma posição que permita o acesso à terra com o 
trabalho. De uma cultura que privilegie o diálogo como parte da 
educação. Mas, atenção, ele repete: diálogo-educação”. 
 
Por que, na sua opinião, o papa está convencido de que essa é 
a palavra que não devemos nos cansar de repetir? Afinal, o 
que é o diálogo? “Ensinar a aprender. O oposto das conversas 
comuns que dividem as pessoas: umas certas, outras erradas. 
Entrar em diálogo significa superar o limiar do espelho, ensinar 
a aprender a se enriquecer com a diversidade do outro. Ao 
contrário dos seminários acadêmicos, dos debates públicos ou 
das discussões partidárias, no diálogo não há perdedores, mas 
apenas vencedores. Trata-se de uma revolução cultural em 
relação ao mundo em que se envelhece e se morre antes de 
crescer. É a verdadeira revolução cultural em relação àquilo que 
estamos acostumados a fazer e é o que permite repensar a 
nossa época. A aquisição dessa cultura não permite receitas ou 
escapatórias fáceis, ela exige e passa pela educação que requer 
investimentos de longo prazo. Nós devemos nos concentrar nos 
objetivos de longo prazo. E esse é o pensamento do Papa 
Francisco. O diálogo não é um café instantâneo, não dá efeitos 
imediatos, porque é a paciência, a perseverança, a 
profundidade. Ao caminho que ele indica, eu acrescentaria uma 
única palavra: assim seja, amém”. 
 
Ecumenismo e diálogo inter-religioso: 
1) O que seria uma Educação para o diálogo? 
2) Por quê encontro inter-religiosos como os realizados em Assis são 
importantes? 
3) Por que o pluralismo religioso é uma riqueza à humanidade? 
4) O que é ecumenismo e o que diálogo inter-religioso? Quais são os 
pressupostos do diálogo ecumênico e inter-religioso? 
Teologia da Hospitalidade [Claudio Monge]: 
5) Quais são os aprendizados da Teologia Abraâmica da Hospitalidade 
para o diálogo inter-religioso e para a minha vida? 
Projeto de Ética Mundial [Hans Küng]: 
6) Por que a Paz Religiosa, que sustenta-se no diálogo, é vital à Paz 
entre os povos? 
7) O que, a partir das diferenças, há de comum entre as Tradições 
Religiosas? 
8) As religiões podem mobilizar pessoas porque encontram-se no 
coração das culturas. O que isso significa? 
9) Por que os temas da Justiça, dos direitos humanos e das questões 
ecológicas são vitais às religiões do mundo? 
O Papel da Religiões na Sociedade Moderna 
10) As religiões ainda são importantes no mundo contemporâneo. Por 
quê? 
11) Quais são os pressupostos, segundo Dalai Lama, de autêntico 
diálogo inter-religioso e cooperação entre as Tradições religiosas? 
12) No contexto do pluralismo religioso, qual é o procedimento 
adequado para relacionar ‘minhas convicções’ ou ‘crenças religiosas’ 
com as convicções e crenças religiosas de outras Tradições? 
 
20 Cf. Entrevista de Bauman à Humanitas – Unisinos. Endereço: 
http://www.ihu.unisinos.br/eventos/560269-bauman-as-guerras-religiosas-
apenas-uma-das-ofertas-do-mercado . Acesso em 13/08/2018. 
 
 
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/543756-congar-paladino-do-concilio
http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/550863-um-ocidente-anestesiado-na-sua-capacidade-de-hospitalidade-entrevista-especial-com-claudio-monge-
http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/550863-um-ocidente-anestesiado-na-sua-capacidade-de-hospitalidade-entrevista-especial-com-claudio-monge-
http://www.ihu.unisinos.br/159-noticias/entrevistas/550863-um-ocidente-anestesiado-na-sua-capacidade-de-hospitalidade-entrevista-especial-com-claudio-monge-
http://www.ihu.unisinos.br/eventos/560269-bauman-as-guerras-religiosas-apenas-uma-das-ofertas-do-mercado
http://www.ihu.unisinos.br/eventos/560269-bauman-as-guerras-religiosas-apenas-uma-das-ofertas-do-mercado

Mais conteúdos dessa disciplina