Buscar

AV2 - CIÊNCIA POLÍTICA

Prévia do material em texto

CIÊNCIA POLÍTICA 
 
Período: 2020.1 / AV2 
Disciplina: CCJ0216 / CIÊNCIA POLÍTICA Turma: 
 
AV2 
 
1) Considerando as explicações sobre a origem do Estado dos principais teóricos do 
Contratualismo, Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau, originários 
na Europa nos séculos XVII e XVIII, responda: 
A) Mesmo abrangendo várias teorias que pensam de forma diversa a origem do 
Estado, qual é o elemento que as une na vertente do Contratualismo? 
Resposta: O ponto comum entre Hobbes, Lock e Rousseau é a ideia de que a origem do 
Estado está no contrato social, ou seja, parte-se do princípio de que o Estado foi 
constituído a partir de um contrato firmado entre as pessoas. A ideia é defender que o 
Estado se originou de um consenso das pessoas em torno de alguns elementos essenciais 
para garantir a existência social. Entretanto, existem algumas divergências entre esses três 
filósofos. 
 
B) Apresente as ideias principais de Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau com 
relação à origem do Estado. 
Resposta: Para Thomas Hobbes, o contrato social se originou a partir da necessidade do 
homem de controlar a si mesmo. De acordo com o filósofo, o “estado de natureza” 
humano é de dominação sobre os demais, sendo capazes de destruir os seus iguais para 
atingir os seus desejos pessoais. Nesse sentido, o Estado deveria ser comandado por um 
só: o Leviatã. Este soberano seria capaz de organizar a sociedade na qual se instalou a 
desordem e obrigaria os indivíduos a cumprirem seus pactos, pois deteriam do poder de 
coagir aqueles que violaram sua confiança. 
Em contrapartida, Jean-Jacques Rousseau defende a ideia de que o ser humano é 
essencialmente bom, mas a sociedade que o corrompe. Ele acreditava que todo poder se 
forma a partir do povo e deve ser governado por ele. Assim, o povo deve escolher seus 
representantes para governar, pessoas que devem exercer o poder em nome dos interesses 
gerais da população. Diante disso, os cidadãos livres renunciam à vontade própria em prol 
da vontade comum. 
 
2) Há um grande consenso de que o Território, o Povo e a Soberania são os elementos 
essenciais que materializam a existência do Estado, principalmente após o 
surgimento do Estado Moderno. Apresente brevemente as características de todos 
os três elementos e a importância deles para a estruturação do Estado. 
Resposta: O território caracteriza-se pelo espaço físico ou ideal sobre o qual o Estado 
exerce a soberania com exclusividade, isto é, o âmbito de validade da norma jurídica no 
espaço. Em outras palavras, é o espaço geográfico onde reside determinada população e 
é limite de atuação dos poderes do Estado. O povo, por sua vez, é formado pelos membros 
de uma sociedade política ligados pelo vínculo jurídico-político da nacionalidade e é ele 
que eu possibilita que o Estado seja um ente dotado de vontade. Já a soberania é o 
exercício do poder do Estado, internamente e externamente. O Estado, dessa forma, 
deverá ter ampla liberdade para controlar seus recursos, decidir os rumos políticos, 
econômicos e sociais internamente e não depender de nenhum outro Estado ou órgão 
internacional. 
Esses 3 elementos constitutivos do Estado nunca se apresentam de forma isolada, ou seja, 
eles estão em comunicação interna, interagindo, dialogando e cooperando entre si, em 
sinergia, interpenetrando-se e complementando-se para a estruturação do Estado. 
 
3) ¿De uma parte, a descentralização cada vez mais assinalada em determinados 
Estado unitários, como no caso da Itália, com a figura jurídica das Regiões (criação 
constitucional de pós-guerra), e doutra parte os progressivos movimentos 
centralizadores que se observam contemporaneamente em todas as formas 
conhecidas de Estado federal, vêm acarretando consideráveis dificuldades 
doutrinárias à fixação dos critérios distintivos entre o Estado unitário 
descentralizado e o Estado federal de tendências centralizadoras.¿ (Paulo 
Bonavides, em Ciência política,10ª. edição, 2000). Com relação às formas de Estado, 
cite, pelo menos, duas características do Estado unitário e duas características do 
Estado federativo. 
Resposta: O Estado Unitário é caracterizado pela concentração de poder político na 
figura de uma autoridade central, a qual assume a agenda decisória do Estado e 
direciona os comandos desse núcleo convergente aos mais distantes espaços de 
penetração no território daquele país, ou seja, é politicamente centralizado; além disso, 
há apenas uma constituição e uma única ordem jurídica. Já o Estado Federativo 
caracteriza-se pela descentralização política, ou seja, a descentralização de poder 
assume o discurso jurídico e o Estado como um todo é repartido em pequenas unidades, 
sendo a cada uma entregue uma liberdade própria: legislativa, administrativa, 
organizacional e política; além disso, há manifestação do Poder Constituinte derivado 
decorrente (Constituições Estaduais). 
 
4) A partir do estudo realizado durante nossa disciplina, disserte acerca do Exercício 
da Autonomia Coletiva, apontando seu conceito e explicitando exemplos atuais em 
relação ao Estado Brasileiro. 
Resposta: O Exercício da Autonomia Coletiva é a capacidade de um corpo social 
expressar uma vontade coletiva em prol do bem comum, ou seja, um conjunto de pessoas 
agindo em prol de melhorias para o corpo social, através da relação com os governantes 
expressada em uma manifestação. Um ótimo exemplo do exercício da autonomia coletiva 
é a liberdade sindical e direito a greve, que tem por finalidade a proteção ou a defesa do 
interesse da categoria profissional, atendendo aos seus aspectos individuais e coletivos, 
bem como às suas fontes materiais e formais, sob pena de perpetuar a deficiente 
organização das entidades obreiras e a sua ineficácia, cada vez mais claras em tempos de 
precarização e flexibilização do trabalho. 
 
5) Vários pequenos Estados independentes, a fim de obterem maior peso político e 
econômico, resolvem se organizar sob a forma de confederação, denominada 
Confederação “C”. Em razão do sucesso da iniciativa, após cinco anos de 
experiência, os Estados confederados resolvem estreitar os laços e se organizar sob 
a forma de federação. A exceção foi o Estado “Z”, que não querendo fazer parte do 
novo pacto, resolve se desvincular da Confederação “C”. O projeto vai adiante com 
os demais Estados e estes promulgam uma Constituição criando a República 
Federativa “F”. Passados três anos de criação da República Federativa “F”, 
alegando insatisfação ao tratamento a ele dispensado, o Estado autônomo “X” 
informa que retornará a condição de Estado soberano, desvinculando-se de “F”. 
Pergunta-se: 
a) De acordo com a teorização que trata das formas de Estado, são aceitáveis as 
desvinculações de "Z'' e ''X''? 
Resposta: O Estado “Z”, por se organizar sob forma de Confederação e pelo pacto 
confederativo ser solúvel estava respaldado ao não querer fazer da República Federativa 
“F” e não se vinculou a tal. Já o Estado “X” não pode se desvincular da República 
Federativa “F”, pois o pacto federativo é indissolúvel e a Constituição foi a base do pacto. 
 
b) Quando a Confederação "C" resolveu se organizar na forma federativa, segundo 
as teorias analisadas no livro didático, que tipo de federalismo se produziu, 
centrípeto ou centrífugo? 
Resposta: Federalismo Centrípeto, pois vários Estados Independentes resolveram 
abdicar de suas independências e ter somente autonomia em prol de um Novo Estado 
Soberano Independente.

Continue navegando