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2012 Marketing de Relacionamento Prof. Alfredo Pieritz Netto Copyright © UNIASSELVI 2012 Elaboração: Prof. Alfredo Pieritz Netto Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 658.812 S586s Pieritz Netto, Alfredo Marketing de relacionamento / Alfredo Pieritz Netto. Indaial : Uniasselvi, 2012. 204 p. : il ISBN 978-85-7830- 562-8 1. Marketing de relacionamento. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título Impresso por: III apResentação Caro(a) acadêmico(a)! Estamos iniciando os estudos de uma disciplina relativamente nova, trata-se do Marketing de Relacionamento, um importante tema dentro das organizações que estão preocupadas com a sobrevivência. Assim, desenvolveremos o assunto focando os seus princípios básicos perpassando a sua origem, estratégias de apoio e ferramentas tecnológicas utilizadas para apoio dos trabalhos de relacionamento dentro das organizações. Esta disciplina aborda a compreensão dos significados do marketing de relacionamento, além de propiciar uma compreensão dos pontos fundamentais para definição de estratégias de relacionamento e conceitos utilizados no exercício da função dentro das empresas, além de promover uma reflexão e uma discussão sobre a sua importância nos dias atuais. Também serão trabalhadas, neste Caderno de Estudos, as questões da gestão do relacionamento, aprofundando os conhecimentos sobre a ferramenta de CRM (marketing de relacionamento com o cliente ou Customer Relationship Management) correlacionando-a com as diversas fases em sua implantação, e dos resultados que podem ser esperados quando implantado de forma total e correta. Finalizamos os nossos estudos com uma reflexão sobre os resultados que podem ser obtidos com o marketing de relacionamento, tanto para organização, como para cliente/consumidor. Na Unidade 1, você discutirá questões em torno da visão do relacionamento comercial e a sua interação com o marketing, no intuito de entender a evolução histórica das estratégias de relacionamento, e como se tornou uma importante ferramenta do marketing moderno. Na Unidade 2, você conhecerá como o marketing de relacionamento pode ser utilizado como uma ferramenta estratégica para que as organizações possam se diferenciar de seus concorrentes no mercado, promovendo uma reflexão mais aprofundada sobre as estratégias de relacionamento, bem como, aprofundar os seus conhecimentos sobre o CRM e a sua aplicação dentro das organizações. Na terceira e última unidade, você compreenderá o tema marketing de relacionamento como forma de fomentar o sucesso das organizações, além de demonstrar a sua aplicabilidade em sua amplitude total, e também as consequências quando não é aplicado de forma correta dentro das organizações. IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! UNI O relacionamento é tão importante para as organizações como o é para as famílias, logo precisamos desenvolver estratégias adequadas para mantermos o consumidor deslumbrado pelos produtos e serviços ofertados pelas organizações. Você está pronto para começar a estudar esta disciplina que tem se apresentado como chave para as organizações prosperarem? Bons estudos! Prof. Alfredo Pieritz Netto V VI VII UNIDADE 1 – O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING ..................... 1 TÓPICO 1 – A HISTÓRIA DOS RELACIONAMENTOS COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES ......................... 3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 3 2 A HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO COMERCIAL ATÉ O MARKETING MODERNO ... 6 3 ENTENDENDO O CONSUMIDOR PARA ENTENDERMOS O MARKETING DE RELACIONAMENTO .................................................................................................................. 11 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 16 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................................ 19 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 21 TÓPICO 2 – INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO .................. 23 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 23 2 MARKETING DE RELACIONAMENTO: CONCEITOS BÁSICOS .............................. 25 3 O CONSUMIDOR, A EMPRESA E O MARKETING DE RELACIONAMENTO ..... 33 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 36 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................................ 38 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 39 TÓPICO 3 – A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE .................................................................................................................. 41 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 41 2 A COMPLEXIDADE DO MUNDO DO CONSUMO ............................................................ 42 2.1 NECESSIDADES E DESEJOS PESSOAIS ............................................................................... 43 2.2 CULTURA E AMBIENTE SOCIAL ............................................................................................ 45 2.3 MARKETING ....................................................................................................................................... 46 2.4 RELAÇÃO COM A MARCA .........................................................................................................47 2.5 PRODUTOS CONCORRENTES ................................................................................................. 48 3 A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE ............. 49 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................................ 54 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 55 UNIDADE 2 – MARKETING DE RELACIONAMENTO: UMA FERRAMENTA PARA SE DIFERENCIAR NO MERCADO ..................................................... 57 TÓPICO 1 – CONCEITOS APLICADOS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO .............................................................................................. 59 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 59 2 A APLICAÇÃO DOS CONCEITOS NAS ORGANIZAÇÕES ........................................... 62 2.1 ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO ............................................................................ 63 2.2 OFERTA DO PRODUTO (EMPRESA E CONCORRENTES) .......................................... 70 2.3 PESSOAS ............................................................................................................................................... 73 2.4 TECNOLOGIA ................................................................................................................................... 75 sumáRio VIII 3 AS ORGANIZAÇÕES E O MARKETING DE RELACIONAMENTO ........................... 77 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 80 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................................ 84 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 86 TÓPICO 2 – O COMPORTAMENTO DOS CLIENTES E DOS FORNECEDORES (INDÚSTRIA, COMÉRCIO E PRESTADOR DE SERVIÇO) ....................... 87 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 87 2 O RELACIONAMENTO E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO COM AS ORGANIZAÇÕES ........................................................................... 88 3 O MARKETING DE RELACIONAMENTO NA ORGANIZAÇÃO ................................ 91 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 94 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................................ 98 AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................. 99 TÓPICO 3 – O CRM – CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE ................................................. 101 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 101 2 CRM (GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE) .................................... 102 2.1 CRM OPERACIONAL .................................................................................................................. 105 2.2 CRM COLABORATIVO ............................................................................................................... 105 2.3 CRM ANALÍTICO ........................................................................................................................... 105 3 A PRÁTICA DO CRM ......................................................................................................................... 108 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 112 RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................................... 115 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 117 TÓPICO 4 – ESTRATÉGIAS DE AUTOMAÇÃO APLICADAS AO MARKETING DE RELACIONAMENTO ......................................................................................... 119 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 119 2 TECNOLOGIAS DE INTEGRAÇÃO E BANCO DE DADOS ......................................... 121 3 CALL CENTER E CONTACT CENTER E FERRAMENTAS DO FRONT OFFICE ... 124 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 129 RESUMO DO TÓPICO 4 ...................................................................................................................... 133 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 135 UNIDADE 3 – O MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA DE SUCESSO .............................................................................................................. 137 TÓPICO 1 – ESTRATÉGIAS DE MARKETING E DE RELACIONAMENTO ............. 139 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 139 2 ESTRATÉGIAS DE MARKETING ................................................................................................ 140 3 ESTRATÉGIAS DE RELACIONAMENTO .............................................................................. 145 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 148 RESUMO DO TÓPICO 1 ...................................................................................................................... 150 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 152 TÓPICO 2 – O MAPA ESTRATÉGICO DO RELACIONAMENTO ................................ 153 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 153 2 “STRATEGO” – ESTRATÉGIA, UM CAMINHO SEM VOLTA ................................... 154 3 O CAMINHO PARA O SUCESSO, A EXECUÇÃO DO PLANEJADO ...................... 159 LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 162 IX RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................... 171 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 173 TÓPICO 3 – O NOVO MERCADO, NOVO CONSUMIDOR, NOVO RELACIONAMENTO UM NOVO FOCO PARA AS ORGANIZAÇÕES ......................................................................................................... 175 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................175 2 O NOVO CONSUMIDOR MODERNO .................................................................................... 177 3 COM RELACIONAMENTO NÃO SE BRINCA .................................................................... 186 RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................................... 195 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 197 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 199 X 1 UNIDADE 1 O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS O(A) acadêmico(a), após concluir o estudo desta unidade, deverá ter conheci- mentos para desenvolver as atividades relacionadas a: • conhecer os aspectos evolucionários das relações comerciais no mercado; • compreender o significado dos relacionamentos comerciais; • introduzir o tema relacionamento com a visão do marketing; • compreender a complexidade das relações entre o marketing e o marketing de relacionamento; • identificar as questões básicas pertinentes às relações comerciais na contemporaneidade; • avaliar fatores importantes que influenciam nas estratégias de marketing e de marketing de relacionamento nas organizações modernas. O universo empresarial está cada vez mais embasando suas decisões em metas mais audaciosas de volume de vendas. Esta espiral de crescimento e concorrência tem-se tornado cada vez mais dinâmica e competitiva. O estudo desta unidade desenvolverá uma visão introdutória da evolução das formas de relações comerciais e da ascensão do marketing como elemento diferenciador das ofertas no mercado, buscando desenvolver os principais conceitos relacionados ao tema marketing de relacionamento. TÓPICO 1 – A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES TÓPICO 2 – INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO TÓPICO 3 – A COMPLEXIDADE DAS RELAÇÕES COMERCIAIS NA ATUALIDADE 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 A HISTÓRIA DOS RELACIONAMENTOS COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 1 INTRODUÇÃO O mundo comercial moderno sofreu diversas transformações no decorrer dos últimos anos, e, principalmente, após a revolução industrial, que conforme Megginson, Mosley e Pietri Junior (1998, p. 38), essa revolução “aconteceu na Europa entre 1700 e 1850, porém só chegou aos Estados Unidos no fim do século XIX”. As ofertas de produtos ao mercado também evoluíram muito nas últimas décadas, e vivenciamos atualmente uma virtualização das transações comerciais, e por consequência um isolamento virtual dos consumidores. Esta nova situação comercial tem posto como Pieritz (2010, p. 5) expressou: [...] muitas empresas encontram dificuldade em se manterem no mercado, por serem envolvidas por uma miopia de mercado em que os produtos fabricados atualmente pela empresa e a sua tecnologia são suficientes para mantê-las vendedoras no mercado. Não perceberam ainda que a tecnologia evoluiu, e principalmente o consumidor evoluiu, e busca novos produtos para consumir. Podemos complementar que o consumidor mudou tanto, que atualmente até a forma de adquirir os produtos é feita de forma diferente, através de diversas opções disponibilizadas ao mesmo. Como exemplos nós temos a venda através de telemarketing, ou tecnicamente falando, televendas (vendas por telefone, ou ainda, muitas vezes, conhecido simplesmente por 0800), entre outras formas que estão surgindo. É claro que ainda não ocorreu a migração completa de comercialização para a internet, mas esta ferramenta de transação comercial vem ampliando em muito a sua participação nos últimos anos. Mas não podemos esquecer que o “marketing moderno”, como o conhecemos atualmente, é um elemento novo nas estratégias comerciais. Cada dia mais vemos nas organizações que o marketing tem assumido uma importância fundamental para o atingimento de seu sucesso, e que atualmente o profissional precisa estar sintonizado com os conceitos básicos desta área. Conforme apresentado por Kotler (2000), Cobra (1997), Dias (2004), Malhotra et al. (2006), Sâmara e Barros (2006), Las Casas (1997), entre outros, assumem e descrevem que as UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 4 empresas e os profissionais precisam evoluir, acompanhando as novas tendências de mercado, sintonizando-se com as novas tendências de consumo do mercado. A figura a seguir, apresenta um mix de imagens relacionando as tendências de comercialização moderna. FIGURA 1 – EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE COMERCIALIZAÇÃO FONTE: O autor Conforme apresentado por Zenone (2010, p. xi): Mesmo com todos os avanços tecnológicos disponíveis e acessíveis, a maioria das empresas, e de uma maior conscientização por parte dos gestores sobre o ato de entender e atender o cliente, ainda percebemos que velhos hábitos, como o de “empurrar produtos”, e a preocupação de apenas efetivar uma venda, ainda estão muito presentes no cotidiano dos mercados. A tendência atual do mercado está apresentando um aumento da “competição” comercial de oferta ao mesmo consumidor, onde verificamos que um celular compete com um jantar, com uma televisão nova, com um eletrodoméstico, com uma peça de roupa etc., na mente do consumidor, e todos os competidores estão batalhando pelo mesmo dinheiro do consumidor, pois ele irá definir pela compra de um produto ou serviço, declinando das demais opções de compra, em sua maioria das vezes. TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 5 Se você estudar a evolução do mercado, verá que na metade do século passado, os consumidores possuíam poucas opções de produtos e marcas para atender as suas necessidades, enquanto que na atualidade o mesmo consumidor possui um numero expressivo de produtos e marcas para escolher. A figura a seguir, apresenta algumas marcas de automóveis disponíveis no mercado brasileiro na atualidade. FIGURA 2 – ALGUMAS MARCAS DE CARROS DISPONÍVEIS NO MERCADO BRASILEIRO FONTE: O autor UNI Olá, acadêmico(a)! Estamos começando a estudar uma nova disciplina, e você está diante de um tema importante para as organizações atuais, que é a venda e o relacionamento com os clientes. Atualmente verificamos o surgimento de novos fornecedores e produtos no mercado, assim o profissional precisa entender: 1. Por que o número de concorrentes está crescendo no mercado. 2. Por que a quantidade de produtos similares ofertados está aumentando. 3. A concorrência deixou de ser local e passou a ser global. 4. Ganhará a batalha na mente do consumidor, o fornecedor que estiver mais preparado com a sua oferta de produto (preço, qualidade, tecnologia, atendimento etc.); naturalmente terá maior êxito, maior penetração no mercado etc. 5. Atualmente o consumidor tem muitas opções de consumo a sua disposição. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 6 6. O marketing em todas as suas vertentes: (propaganda, web marketing, marketing viral etc., e o marketing de relacionamento são fundamentais ao sucesso de uma organização). Todos estes pontos e novos elementos que possam surgir como ferramentas de marketing e comunicação são fundamentais para CATIVARMOS OS CLIENTES E VENDERMOS OS NOSSOS PRODUTOS E SERVIÇOS. BOM ESTUDO! As transações comerciais tiveram um grande avanço nas últimas décadas, se comparadas ao período da industrialização (desde a era da industrialização, até os dias atuais), em que vamos nos aprofundar um pouco mais sobre o assunto. 2 A HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO COMERCIAL ATÉ O MARKETING MODERNO Com a evolução das cidades modernas na IdadeMédia e da industrialização, surgiram diversas evoluções das necessidades das organizações para satisfazer as necessidades dos consumidores. A evolução industrial foi o propulsor da vida moderna que a humanidade tem vivenciado, conforme apresentado por Alvin Tofler, em seu livro a Terceira Onda, publicado, inicialmente, no ano de 1980 (figura a seguir). FIGURA 3 – A TERCEIRA ONDA – ALVIN TOFFLER FONTE: Toffler (1980) TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 7 Como podemos ver na figura anterior, quando verificamos a história da humanidade, a era industrial, ela está compreendida em um período muito pequeno na sua evolução. DICAS Apresentamos, a seguir, um texto com o resumo da evolução na história da humanidade, que nos leva a entender o complexo desenvolvimento comercial moderno. Boa leitura! UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA A EVOLUÇÃO DOS CICLOS DA HUMANIDADE (Adaptação de slide da apresentação de Adolfo Menezes Melito, Presidente do Instituto da Economia Criativa e Presidente do Conselho de Economia Criativa da FECOMERCIO/SP na Campus Party Brasil, 2011): • Caçadores Coletores (3 milhões de anos atrás até 8.000 a.C. (predominância). Poder: coesão do clã / tribo garante subsistência. • Economia Agrícola (8.000 a.C. até 1.000 d.C. (predominância). Poder: posse da terra (patrimonialismo). • Economia Mercantilista (1.000 d.C. até 1.850 d.C. (predominância). Poder: controle das rotas de comércio (patrimonialismo). • Economia Industrial (1.850 d.C. até 1.99? d.C. (predominância). Poder: posse dos bens de capital (patrimonialismo). 1ª Revolução Industrial: máquinas = bens de capital (1.850 d.C. até 1.950 d.C. (predominância). 2ª Revolução Industrial: processos de produção de serviço = bens de capital (1.950 d.C. até 1.980 d.C. (predominância). 3ª Onda (Alvin Toffler): controle da Informação (TIC) = bens de capital (1.980 d.C. até 1.99? d.C. (predominância). Economia Criativa (ou Pós-Industrial, ou Economia do Conhecimento, ...) 1.99? d.C. até ?? Poder: capacidade de INOVAR = bens de capital. Pessoas Qualificadas (Criativas) são as “novas máquinas” (inovar (aprender + realizar) vence possuir (patrimonialismo (posse de capital ($), conhecimento, máquinas, processos). UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 8 AGILIDADE vence TAMANHO. INOVAR = Identificar oportunidades/problemas + Desenvolver Ideias para extrair VALOR desta Identificação + Capturar o máximo do Valor Identificado (Execução das Ideias) + “Partir para outro Processo de Valor” antes do Identificado virar commodity. Uma das coisas “gritantes” na perspectiva histórica, acima, é a redução, exponencial, da Vida Útil dos Ciclos de Valor fazendo os produtos virarem commodities. Economia Criativa: a nova lógica para Geração de Valor. FONTE: Disponível em: <http://reflexeseconmicas.blogspot.com/2011/01/apagao-mao-obra- sua-rede-de-valor.html>. Acesso em: 22 dez. 2011. O comércio, sempre evoluiu com a evolução das necessidades comerciais das indústrias, mas com o advento da informática, e principalmente da internet, os consumidores evoluíram, e os processos de venda e comercialização precisaram evoluir também para acompanhar essa evolução, que se deu preferencialmente no mercado, pela concentração da população nas cidades. Para Santos et al. (2009, p. 91), o termo marketing teve sua origem do latim, da palavra: [...] mercare, termo que se referia ao ato de comercializar produtos na Roma Antiga. Foi nos Estados Unidos, porém, na década de 40, que a prática do marketing despontou, em razão da necessidade de esforço adicional para incrementar as vendas. Anteriormente, esse esforço era desnecessário, pois tudo o que era produzido, era vendido. Assim, pesquisando diversos autores como Kotler (2000), Dias (2003), Cobra (1997), Las Casas (1997), entre outros, podemos afirmar que com o estudo do marketing no início do século XX, surgiu daí uma nova forma de visualizar e compreender o mercado consumidor, buscando identificar e conhecer melhor as necessidades e os desejos dos consumidores, para que assim, as organizações produzissem o produto correto aos seus anseios de consumo, e assim, desenvolvendo as modernas práticas mercadológicas conforme cada uma das fases evolutivas das organizações industriais e comerciais, e por último, da evolução do próprio consumidor. Conforme os autores acima, podemos elaborar uma linha de tempo evolutiva das relações comerciais e do marketing, conforme apresentado na figura a seguir. TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 9 FIGURA 4 – A LINHA DO TEMPO FONTE Disponível em: <http://gersonrolim.blogspot.com/2009/06/internet-banking-atinge-325- milhoes-de.html>. Acesso em: 3 maio 2012. Os relacionamentos comerciais foram evoluindo, conforme cada fase apresentada na Figura 4, onde podemos descrever que no início, as relações eram de vendas puras, ou seja, um vendedor tinha um produto, e o cliente precisava deste produto para seu consumo e pronto. Havia poucos fabricantes e poucas opções de produtos disponíveis no mercado. Atualmente, a situação mudou muito em favor do consumidor, pois hoje ele não está limitado a comprar o produto só de uma loja. Pela internet, tem o mundo para negociar, além do que um produto lançado em qualquer país, quase que momentaneamente, fica conhecido ao mundo e aos consumidores “INTERESSADOS” em tal produto. Outra grande mudança que está ocorrendo, é que atualmente o consumidor tem diversas opções de consumo, pois temos diversos concorrentes no mercado, é só ver quantas marcas de carros de televisão, de computadores, de balas, de perfumes, de roupas etc. existem. autoativida de Lembre-se do seu manual, “não basta saber, tem que saber fazer”, por isso, a partir do que apresentamos sobre diversidade de produtos similares, marcas de produtos e concorrentes, apresento a você, acadêmico(a), um pequeno desafio de pesquisa prática: Liste o maior número possível de marcas de sabonete para banho que você conhece. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 10 As relações de consumo e os conceitos centrais de marketing estão diretamente ligados, conforme podemos ver na figura a seguir, que apresenta os conceitos centrais: necessidades, desejos, demandas, produtos, trocas, transações e mercados. Podemos dizer que o ciclo fica completo quando o relacionamento e as ações do marketing das organizações se harmonizam com o que os clientes esperam. FIGURA 5 – CONCEITOS CENTRAIS DE MARKETING FONTE: Tavares (apud NETTO, 2010, p. 162) As organizações precisam evoluir, principalmente por que o consumidor está evoluindo, e as relações comerciais e as ações de marketing precisam cada vez mais estar próximas ao consumidor. O relacionamento é fundamental para o sucesso das organizações, pois não se esqueça que o consumidor agora é do mundo, e não mais de uma cidade ou bairro. Conforme descrito por Zenone (2010, p. 2) em relação à disponibilidade de produtos: A globalização dos mercados e a constante evolução tecnológica estão proporcionando cada vez mais a diversificação dos produtos e serviços com o objetivo de se diferenciarem. Dessa forma, os clientes estão mais exigentes, seletivos e possuem ferramentas para verificar as propostas das empresas e buscar ofertas de maior valor. Eles esperam que as empresas façam mais do que informá-los ou satisfazê-los, que possam conquistá-los totalmente e, até mesmo, exceder as suas expectativas. Este ponto é importante, principalmente se levarmos em conta que Kotler e Keller (2006, p. 138) apresentam que o cliente é o único elemento gerador de lucro dentro de uma organização, pois, todos os demais setores organizacionais geram custos, e ressaltam que “as empresas devemestar orientadas para ele (nota do autor: o CLIENTE), colocando-o no topo do organograma e mantendo todos os setores focados para atender as suas expectativas”. TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 11 Pode-se afirmar que atualmente as organizações precisam estreitar o laço com o consumidor, buscando harmonizar as ações de marketing, buscando se relacionar melhor com o seu cliente, e acima de tudo trabalhando com lucro, pois de nada adianta fazer tudo isto e a organização ou o cliente ter prejuízo. Conforme apresentado por McKenna (1992, p. 5), “marketing é tudo e tudo é marketing”. Vamos conhecer um pouco mais sobre o novo consumidor? 3 ENTENDENDO O CONSUMIDOR PARA ENTENDERMOS O MARKETING DE RELACIONAMENTO Quando falamos de consumo e de consumidor, muitas vezes, não percebemos as mudanças que vêm ocorrendo no mercado, as relações de consumo, as novas formas de consumo, os novos produtos que estão sendo disponibilizados, novas marcas, concorrentes, tecnologia etc. Assim, podemos afirmar que sem entender o consumidor de determinado produto, não conseguimos definir estratégias de marketing adequadas a este público alvo. Nesta visão, é certo afirmar que o consumidor atual é diferente do consumidor dos anos de 1970, que será diferente do consumidor do ano de 2025. Veja a figura a seguir, que tenta retratar a diferença dos estilos relacionados à moda que foram consumidos no ano de 1970 e atual. FIGURA 6 – DIFERENÇA NO CONSUMO DO PRODUTO MODA NO ANO DE 1970, COMPARANDO COM A MODA ATUAL FONTE: Disponível em: <http://www.fashionbubbles.com/festas-tematicas/dancing-days/> e <http://www.passarelateen.com.br/tag/casual/>. Acesso em: 3 maio 2012. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 12 Buscando entender esta relação de consumo e de comportamentos, é que são estudadas no mercado as questões relacionadas ao comportamento do consumidor, que não são uma questão estanque e que têm mudado muito nos últimos anos. A área do comportamento do consumidor, segundo Kotler (2000), tem como objetivo estudar as pessoas, grupos e organizações identificando como elas selecionam, compram, usam e descartam produtos, serviços, ideias ou experiências de modo a satisfazer as suas vontades, necessidades e desejos. Para Poser (2005, p. 1) a natureza humana não muda, e ela apresenta que o “consumo é e sempre será uma atitude emocional”, e complementa escrevendo que “o relacionamento bom e perfeito faz a diferença em todas as relações de consumo em nossas vidas, sejam elas pessoais, profissionais ou empresariais”. (POSER, 2005, p. 2). Conforme Kotler (2000, p. 377-378), a adoção de novos produtos pelos consumidores obedece a cinco etapas, que são: 1. Conscientização: consumidor toma conhecimento da inovação, mas não tem informações a respeito dela. 2. Interesse: o consumidor é estimulado a procurar informações sobre a inovação. 3. Avaliação: o consumidor considera se experimentará a inovação. 4. Experimentação: o consumidor experimenta a inovação para poder avaliar melhor seu valor. 5. Adoção: o consumidor decide fazer uso total e regular da inovação. Uma forma de ver os consumidores no mercado é apresentada por Rogers e Scott (apud SANTOS; JESUS, 2012) que identificou cinco categorias de adotantes para novos produtos, que são: • inovadores (innovators) – são os primeiros 2,5 % de indivíduos que estão em contato com a inovação e que assumem os riscos de a utilizarem ou criarem; • adotadores (earlyadopters) – são os próximos 13,5 % dos indivíduos em um sistema a adotarem uma inovação. Eles são mais integrados ao sistema local que os inovadores e é a quem os potenciais adotadores pedirão conselho e informação sobre a inovação; • maioria inicial (earlymajority) – são os 34 % dos indivíduos a adotarem uma inovação antes da média das pessoas no sistema; • maioria tardia (later majority) – são os 34 % de céticos em um sistema. As inovações são recebidas com um ar cauteloso; assim, eles não as adotam até que a maior parte dos indivíduos do sistema tenha aceitado a novidade; • etardatários (laggards) – representam 16 % de indivíduos. São os últimos a adotarem a nova ideia. Como seus recursos são limitados, eles devem ter a certeza de que uma nova ideia não irá falhar e lhe trará bons resultados. TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 13 A representação gráfica apresentando estas categorias de adotantes para novos produtos está apresentada na figura a seguir. FIGURA 7 – CURVA DE ADOÇÃO DE NOVOS PRODUTOS PELOS CONSUMIDORES FONTE: Rogers (apud KOTLER, 2000, p. 379) Kotler (2000) apresenta 16 tendências que estão surgindo no mercado e influenciando o consumo e os consumidores, as quais estão apresentadas no quadro a seguir. QUADRO 1 – TENDÊNCIAS DE MERCADO TENDÊNCIA 1. Retorno às origens; a tendência de utilizar práticas antigas como âncoras ou suporte para os estilos de vida modernos. 2. Viver: o desejo de viver mais e de desfrutar mais a vida. O vegetarianismo, a medicina alternativa, a meditação e outras práticas para uma vida melhor e mais longa fazem parte dessa tendência. 3. Mudança de vida: o desejo de seguir um estilo de vida mais simples e menos agitado. Essa tendência é marcada por uma volta nostálgica aos valores das cidades do interior. 4. Formação de clãs: a crescente necessidade de se associar e pertencer a grupos para enfrentar um mundo mais caótico. Os profissionais de marketing estão respondendo com produtos, serviços e programas que ajudam os clientes a sentir que fazem parte de alguma coisa. 5. Encasulamento: o impulso de proteção quando o que acontece lá fora é muito difícil e assustador. As pessoas estão transformando suas casas em ninhos: decorando, assistindo a programas de TV e a filmes em vídeo, fazendo compras por meio de catálogos e utilizando secretárias eletrônicas para filtrar o mundo exterior. Casulos ‘socializados’ promovem reuniões em casa. Há também casulos ambulantes – pessoas que se fecham em seus carros com refeições para viagem e seu telefone celular. 6. Volta ao passado: a tendência de as pessoas agirem e se sentirem como se fossem mais jovens que sua idade cronológica. Gastam mais com roupas joviais e tinturas para os cabelos e têm um comportamento mais brincalhão. Elas também compram brinquedos de adultos, além de participar de acampamentos para adultos e de ‘aventuras’ nas férias. 7. Egonomia: o desejo de oferecer a si mesmo posses e experiências. A egonomia dá aos profissionais de marketing uma oportunidade de sucesso ao oferecer produtos, serviços e experiências customizados. 8. Aventura da fantasia: a necessidade de encontrar válvulas de escapes emocionais para compensar as rotinas diárias. As pessoas que seguem essa tendência vão a safáris nas férias ou gostam de comidas exóticas. Os profissionais de marketing podem aproveitar a oportunidades para criar produtos e serviços que explorem a fantasia. A tendência certamente estimulará o crescimento da realidade virtual durante a primeira década do novo milênio. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 14 9. Feminina mente: o reconhecimento de que homens e mulheres agem e pensam de maneira diferente. Um forte indicador do pensamento feminino é a popularidade de livros como homens são de Marte, mulheres são de Vênus. Como os relacionamentos são poderosos motivadores para as mulheres. 10. Queda de ícones: a ideia de que ‘se é grande, é ruim’. Para reagir a essa tendência, os profissionais de marketing estão descobrindo formas de pensar, agir e parecer menor. 11. Emancipação: a emancipação dos homens de seus papéis masculinos estereotipados. Os homens não precisam mais fazer o tipo machão, distante e forte. Essa tendência é revelada emanúncios que mostram homens cuidando com carinho de seus filhos e sendo atenciosos com suas esposas. 12. 99 vidas: a tentativa de aliviar as pressões do tempo fazendo muitas coisas de uma vez só. As pessoas tornam-se capazes de realizar ‘multitarefa’, como falar em um telefone celular enquanto navegam na internet. Os profissionais de marketing podem aproveitar a tendência as 99 vidas, criando um grupo de empreendimentos de marketing – lojas de serviços de tipo ‘tudo em suma só’. 13. Revanche do prazer: a busca clara e ‘assumida’ do prazer, em oposição ao autocontrole e à privação. Cansadas da onda de saúde do início dos anos 90, as pessoas agora estão consumindo mais carne vermelha, gorduras e açúcares e se afastando das comidas saudáveis. 14. S.O.S (Salve O Social): o desejo de tornar a sociedade mais responsável com relação à educação, à ética e ao meio ambiente. A melhor resposta para os profissionais de marketing é pedir a suas empresas que pratiquem um marketing mais socialmente responsável. 15. Pequenas indulgências: uma inclinação para se satisfazer com pequenos exageros, a fim de obter um estímulo emocional ocasional. 16. Consumidor vigilante: a intolerância para produtos de baixa qualidade e serviços inadequados. Os consumidores vigilantes querem que as empresas sejam mais conscientes e sensíveis. Por isso, reagem, boicotam, escrevem cartas e compram produtos verdes. FONTE: Kotler (2000, p. 160) São muitos os fatores que influenciam o consumidor no momento da compra de um produto, e Kotler (2000) apresenta um modelo de comportamento do consumidor, que apresentamos de forma resumida na figura a seguir. QUADRO 2 – MODELO DE ESTÍMULO E RESPOSTA DE KOTLER PARA O CONSUMIDOR Estímulos de marketing Outros estímulos Características do comprador Processo de decisão do comprador Decisão do comprador Produto Preço Praça Promoção Econômico Tecnológico Político Cultural Culturais Sociais Pessoais Psicológicas Reconhecimento de problemas Busca de informações Avaliação de alternativas Decisão de compra Comportamento após a compra Escolha do produto Escolha da marca Escolha do revendedor Frequência da compra Montante de compra FONTE: Kotler (2000, p. 183) Nesta figura podemos ver que o comprador é influenciado pelos estímulos do marketing e outros estímulos que influenciam sobre ele, porque temos a tecnologia e a cultura do consumidor como grande elemento estimulante. Estes estímulos relacionados com as características pessoais do comprador influenciam o TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 15 DICAS Para entendermos melhor os principais fatores que influenciam o comportamento de compra do consumidor, recomendamos a leitura do livro do Kotler, das páginas 182 a 206, onde você encontrará uma explicação detalhada dos principais elementos que influenciam o consumo individual. KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. Existem outras edições deste livro, e o assunto pode estar focado em outros títulos e em outras páginas. Para entendermos melhor o consumidor, recomendamos também a leitura do livro Vamos às compras, de Paco Hunderhil. Este livro é um clássico no assunto e traz uma visão para compreensão do consumo moderno: UNDERHILL, Paco. Vamos às compras! A ciência do consumo. 16. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. BOA LEITURA! processo de decisão do comprador, e assim as organizações precisam estar atentas ao que está acontecendo no mercado e com os consumidores, para não perderem o passo da onda de consumo. Mas, o mais importante aos que estudam o mercado, é atentar que o consumidor muda, e com isso, mudam também os seus desejos e suas necessidades, assim, o que ele compra e consome hoje, pode ser que não o faça amanhã. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 16 ENCANTANDO O CLIENTE EXTERNO E INTERNO Lobos – 1993 Esta é uma obra clássica da qualidade em serviços, com o charme de ser nacional. O autor coloca, de uma maneira sintética e, ao mesmo tempo, completa, outra visão sobre as variáveis componentes da qualidade em serviços. Para ele, não raro, confunde-se serviço com atendimento, porém, um atendimento por melhor que seja, por si só, não é capaz de satisfazer plenamente o cliente. Na verdade, a qualidade em serviços engloba três campos, a saber, atendimento, desempenho e custo. O desempenho é tido como a razão da existência do serviço e a ele estão relacionadas as seguintes dimensões: • validade, o serviço tem que ser efetivamente aquilo que se propõe a ser (por exemplo, um restaurante que fecha na hora do almoço não é válido); LEITURA COMPLEMENTAR Como tema atual nas rodas de marketing e relacionamento com os clientes, surge o termo “encantando o cliente” e para entendermos melhor esta visão, sugerimos a leitura de um texto clássico de Lobos (apud DEMO; PONTE, 2008, p. 58-60), apresentado a seguir. NOTA “Encantar o cliente” é um termo muito ouvido atualmente no varejo e em vendas. Para esclarecer melhor o assunto, trazemos um texto extraído do livro de Demo e Ponte (2008), que ajudará a compreender pontos importantes sobre este tema. Boa leitura! TÓPICO 1 | A HISTÓRIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS E A EVOLUÇÃO DO MARKETING E DOS CONSUMIDORES 17 • disponibilidade, o serviço tem que estar fisicamente disponível aos clientes, conforme prometido; precisão, alguns serviços só são válidos se executados exatamente como previsto (cumprimento de horários de voos, parâmetros cirúrgicos etc.); • rapidez, fator que ganhou novo fôlego como diferencial competitivo; • fidelidade às normas (ex.: cartórios, departamentos de contabilidade, englobam serviços que precisam atribuir legitimidade a algo e o processo relativo ao serviço deve ser seguido rigorosamente); • solução de problemas (ex.: consultorias técnicas, serviços de atendimento a reclamações etc.); • confiabilidade, o serviço precisa ser competente a longo prazo. Em se tratando da segunda dimensão, custos, é conveniente para as empresas prestadoras de serviços, estabelecer um preço que, ao mesmo tempo, lhe garanta margem de lucro e ofereça ao cliente a segurança de que pode pagá-lo (acessibilidade), a certeza de que a troca ilustra relações custo-benefício similares para ambas as partes (justiça), a confiança de não pagar diferente do que o faria em outras situações correlatas (competitividade) e o sentimento de a troca efetivada ter sido válida e oportuna, frente a outras trocas possíveis (custo de oportunidade). Quando a questão é atendimento, deve haver uma interação multivariável eficiente entre os seguintes elementos: • aparência das instalações, do pessoal, dos equipamentos e dos recursos de comunicação, sob a perspectiva do cliente; • disposição para servir ou “prestatividade” aos clientes; • segurança, evidenciada pelo conhecimento e domínio completos do serviço por parte dos colaboradores e habilidade em propiciar um clima de confiança e “certa” intimidade com os clientes; • a famosa e atualíssima personalização ou ainda customização, que ocorre quando a organização de serviços presta um atendimento tal que identifica os clientes como pessoas; • o chamado “high-touch”, ou “magic touch”, ou simplesmente, toque humano ou dose extra de carinho e atenção que os colaboradores dispensam aos clientes de maneira encantadora; • a capacidade da organização de reparar os erros cometidos em prejuízo do cliente, no afã de recuperá-los e transformar uma eventual insatisfação num promissor elo de fidelidade ou laço de lealdade entre as partes. Essas variáveis, em suma, constituem os elementos de avaliação dos clientes em relação à qualidade dos serviços, merecendo, portanto, atenção prioritária eespecial, segundo Lobos. Podemos destacar também e até recomendar que, com base nos critérios definidos em cada dimensão, elabore-se e valide-se estatisticamente um instrumento de pesquisa para avaliar a qualidade de um serviço prestado ao cliente. É possível traçar um diagnóstico bem interessante que permite a implementação de melhorias contínuas. UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 18 Finalizaremos a síntese desta obra observando que, normalmente, as organizações que se destacam por seus serviços reúnem certas características, combinadas interativa e harmonicamente e definidas por Lobos como “quadrado dos serviços”, com os seguintes vértices: estratégias de serviços, gente voltada para a satisfação do cliente, sistemas internacionais considerados “amistosos” pelos usuários e estrutura de apoio, detalhados a seguir: Uma estratégia de serviços é uma fórmula distintiva do fornecimento do serviço. Ela reflete uma premissa bem escolhida sobre o que o serviço representa para o cliente, em termos de benefício, e que dá origem a uma determinada posição competitiva. Tal estratégia, segundo Lobos, deve ser percebida nitidamente pelos clientes e deve ser capaz de permeabilizar o comportamento expresso da linha de frente. Uma particularidade que caracteriza os serviços como bens intangíveis é que o cliente participa pessoalmente da sua consumação o que faz necessária a existência de sistemas interacionais tidos como amistosos entre clientes externos e internos. Cabe lembrar que o que ativa tais sistemas não são tão somente ações, mas também informações, provenientes dos clientes externos a partir de instruções fornecidas pela empresa. O vértice “gente orientada socialmente” justifica-se pela importância do fator pessoas, imprescindível quando a questão é qualidade em serviços (e, em nossa opinião, em todas as outras questões organizacionais também). Isso porque serviços são, em maiores ou menores proporções, atos sociais e, nesse sentido, boas maneiras e gestos afetuosos são partes absolutamente necessárias de um bom serviço. E, por fim, uma estrutura de apoio objetiva tornar os serviços competitivos, avaliando e atendendo os requisitos dos clientes externos e internos em toda a organização. Coloquialmente, essa estrutura seriam os famosos “bastidores”, sem os quais nenhum grande evento se configura e se transforma em sucesso (ou fracasso...). FONTE: Demo e Ponte (2008, p. 58-60) O tema consumidor e as relações existentes entre as empresas são muito extensos, e merecem dedicação pelas organizações que estão preocupados em se manter no mercado, pois como escreveu Swift (2001, p. 24), “conhecer os clientes aumenta a lucratividade”. E Gummesson (2010) descreve que a sociedade é uma rede de relacionamentos e os negócios também, assim, o marketing e as vendas fazem parte de nosso dia a dia como indivíduos, organização e sociedade, entendendo bem que os costumes e culturas são próprios de cada região, país e as organizações precisam se adaptar a cada situação específica para realizar negócios nas regiões obedecendo às culturas locais. 19 Neste tópico estudamos a história dos relacionamentos comerciais e a evolução do marketing e os consumidores, e os principais pontos abordados foram: • O consumidor mudou tanto, que atualmente até a forma de adquirir os produtos são feitos de formas diferentes, através de diversas opções disponibilizadas ao mesmo, e como exemplo atual, temos a internet como meio de compra e consultas pelos consumidores. • O “Marketing Moderno”, como o conhecemos atualmente, é um elemento novo nas estratégias comerciais das organizações e vem evoluindo a cada dia. Portanto, as empresas e os profissionais precisam evoluir, para poder acompanhar as novas tendências de mercado, e com as novas tendências de consumo, se ajustando às novas estratégias de marketing para atingir o público alvo da organização. • Atualmente verificamos o surgimento de novos fornecedores e de novos produtos no mercado. Assim, o profissional, ao desenvolver as estratégias de marketing de relacionamento com os consumidores, precisa lembrar que: • o número de concorrentes está crescendo no mercado; • a quantidade de produtos similares ofertados está aumentando; • a concorrência é global, não mais local; • ganhará a batalha na mente do consumidor, o fornecedor que estiver mais preparado com a sua oferta de produto (preço, qualidade, tecnologia, atendimento etc.); • o consumidor tem muitas opções de consumo à sua disposição; • o marketing (em todas as suas vertentes: propaganda, web marketing, marketing viral etc., e o marketing de relacionamento são fundamentais para o sucesso de uma organização). • As três eras evolutivas da mudança econômica mundial, segundo Alvin Toffler, são: a primeira onda, a agrícola; a segunda onda, a industrial e a terceira onda, a da informação. • INOVAR = Identificar oportunidades/problemas + desenvolver Ideias para extrair VALOR desta identificação + capturar o máximo do Valor Identificado (Execução das ideias) + “partir para outro Processo de Valor” antes do identificado virar commodities. RESUMO DO TÓPICO 1 20 • O comércio, sempre evoluiu com a evolução das necessidades comerciais das indústrias, mas com o advento da informática, e principalmente da internet, o consumidor evoluiu, e os processos de vendas e comercialização precisaram evoluir também para atendê-lo. • Kotler e Keller (2006, p. 138) apresentam que o cliente é o único elemento gerador de lucro dentro de uma organização, pois todos os demais setores organizacionais geram custos. • Conforme apresentado por McKenna (1992, p. 5), “Marketing é tudo e tudo é marketing”. • A área do comportamento do consumidor estuda as pessoas, grupos e organizações buscando identificar como elas selecionam, compram, usam e descartam produtos, serviços, ideias ou experiências de modo a satisfazer as suas vontades, necessidades e desejos. 21 Prezado(a) acadêmico(a)! Você estudou as questões históricas do marketing e a evolução do consumo. Para praticarmos a questão de consumo, escolha um perfil de consumidor e faça uma análise de como se comporta este consumidor. Como dica, você pode usar um destes públicos consumidores: perfil de consumidor hippie, jovem skatista, crianças de classe média, jovens de periferia, meninas teen, jovens estudantes universitários etc. AUTOATIVIDADE NOTA Esta pesquisa pode ser feita por observação, por consulta na internet, por questionário etc. 22 23 TÓPICO 2 INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O relacionamento com o cliente é um daqueles temas bastante controversos dentro das organizações, mas o que significa relacionamento? O que é um bom relacionamento, ou ainda, o que é um mau relacionamento? Muitas vezes falamos que gostamos de comprar determinado produto de marca X pela qualidade que ele apresenta, mas, muitas vezes, somos influenciados pelo vendedor que está nos apresentando o produto. Assim, o relacionamento é algo muito pessoal, mas o que as equipes de marketing de relacionamento buscam padronizar em sua forma de atender o consumidor, porém, ficando a característica ao consumidor, que a forma pessoal com que foi atendido era dirigida única e exclusivamente a ele. Como se dizia antigamente: O CLIENTE É O REI! Se bem que na atualidade o cliente é bem tratado sim pelas organizações, mas ele não é o rei não. O relacionamento entre a organização e o cliente atualmente tem evoluído muito, principalmente nas organizações multinacionais, onde a tecnologia e os investimentos nesta área são bastante grandes. UNI Mas o que seria relacionamento? Conforme o Dicionário Aurélio, relacionamento significa: s.m. Ato ou efeito de relacionar. / Amizade, intimidade:travar relacionamento com alguém. 24 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING Conforme Kotler (2000), podemos entender marketing de relacionamento, como todas as ações exercidas pela empresa para manter um relacionamento comercial próximo com seus clientes e com isso conseguindo a sua fidelidade. É uma filosofia empresarial que busca fidelizar os seus clientes à empresa. Marketing de relacionamento, conforme (MADRUGA, 2006), é um processo contínuo entre a empresa e o cliente, no qual o cliente busca ser compreendido em suas necessidades e com este conhecimento a organização tenta criar um valor individualizado buscando relacionamentos duradouros. Como você pode ler, o marketing de relacionamento nada mais é do que trabalhar estratégias e ações nas organizações, de modo a desenvolver e manter os relacionamentos com os clientes, de modo a gerar negócios. Parece simples, mas não é. Atualmente podemos afirmar que são quatro pontos essências a serem trabalhados em boas estratégias de relacionamento, ou seja: • estratégias de relacionamento; • oferta do produto (empresa e concorrentes); • pessoas; • tecnologia (figura a seguir). FIGURA 8 – ELEMENTOS PARA ESTRUTURAR O RELACIONAMENTO NAS ORGANIZAÇÕES FONTE: O autor TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 25 UNI Você estudará mais detalhadamente estes 4 elementos estruturantes do marketing de relacionamento na próxima unidade. Os relacionamentos permitem que as empresas trabalhem e explorem ao máximo os seus conhecimentos e inteligência adquirida sobre os clientes e de suas necessidades. O relacionamento para as organizações é muito mais do que a simples venda ou repetição da compra pelo cliente de um produto. Vamos agora conhecer alguns novos conceitos sobre o tema. 2 MARKETING DE RELACIONAMENTO: CONCEITOS BÁSICOS O relacionamento com os clientes se tornou estratégico para as organizações, e por isto, elas têm investido grandes volumes de dinheiro para conhecê-lo, e principalmente para se relacionar com o mesmo. Para Madruga (2006), as principais ações que as organizações precisam desenvolver para construírem uma relação duradoura com os seus clientes são: 1. aprender com os clientes; 2. revisar o mix de produtos ofertados; 3. identificar o valor de cada cliente; 4. aumentar volume de vendas e de forma melhor; 5. entender o cliente; 6. modernizar a empresa conforme necessidade de mercado; 7. apresentar ofertas adequadas; 8. controlar o tempo dos relacionamentos. Conforme apresentados por diversos autores como Kotler (2000), Cobra (1997), Netto (2011), Dias (2004), Slongo e Liberali (2004), Sabatino (2003), Barnes (2002), entre outros mais, afirmam que para uma organização manter um cliente em seu portfólio é menos oneroso, que sair à conquista de novos clientes constantemente e apresenta sinais de maturidade e conscientização da importância de se relacionar com seus clientes de forma consistente para a empresa. Existem autores que chegam a afirmar que conquistar um cliente novo chega a custar 10 vezes mais que manter um cliente que já faz parte do seu portfólio. Por isto, as empresas estão tão preocupadas com o marketing de relacionamento. 26 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING Segundo Peppers (2005), o mais importante hoje não é simplesmente adquirir novos clientes, mas manter os clientes existentes em seu portfólio. As empresas vivem uma situação na qual precisam oferecer diferenciais entre as suas concorrências, preço e qualidade são fatores imprescindíveis, mas não se pode pensar que só esses fatores atendem aos clientes. O recurso mais escasso hoje são os clientes, por causa da oferta excessiva de produtos e serviços no mercado. Para desenvolver as ações de marketing de relacionamento, as organizações precisam revisar a sua estrutura de modo a desenvolver uma forma centralizada de trabalhar, onde os funcionários que lidam diretamente com o consumidor estejam aptos para praticarem as ações planejadas e responderem aos clientes da melhor forma possível. As atividades de atendimento ao cliente passaram por diversas mudanças através dos anos, e Zenone (2010, p. 17) apresentou estas mudanças de forma resumida, conforme apresentado na figura a seguir, e descreve que as mudanças foram “mudanças tanto físicas, devido aos avanços tecnológicos e ao aparecimento de novas ferramentas de interação, quanto estratégicas, pois este novo canal de relacionamento tornou-se um centro de redução de custos de atendimento como também para geração de receita.” FIGURA 9 – EVOLUÇÃO DA VISÃO DE ATENDIMENTO FONTE: Zenone (2010, p. 17) Barnes (2002) propõe o modelo dos 4 R do marketing do relacionamento, que se referem à(ao): Relacionamento, Retenção, Referência e Recuperação. Esta abordagem subentende que a empresa trabalhe os clientes há longo prazo, aumentando assim o valor do cliente. TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 27 UNI Este conceito de VALOR DO CLIENTE, muitas vezes fica um pouco subjetivo, por isso vamos ver um pequeno exemplo. Vamos imaginar um vendedor de campo, aquele que precisa visitar os seus clientes diuturnamente, fazendo as visitas de carro. Vamos imaginar que este cliente encha o tanque de combustível 10 vezes por mês, com 45 litros de gasolina em média. O vendedor abastece o carro em um posto próximo a sua residência na maioria das vezes. Se o pessoal do posto de combustível, somente o ter como mais um cliente, não analisará que ele é um cliente de consumir 5.000 litros de gasolina ano em média. E se ele morasse há 10 anos neste local, ele consumiria aproximadamente 50.000 litros de combustível. Assim, será que o posto deveria considerá-lo somente mais um cliente? Esta pequena história relata bem o VALOR DE UM CLIENTE com o tempo. Por isto, as empresas precisam melhorar o seu relacionamento com os clientes. E esta história se repete em todas as empresas, com raras exceções para compras esporádicas de alguns produtos, como quando se toma um cafezinho em um bar de beira de estrada em uma viagem de férias, onde não retornaremos novamente. FIGURA 10 – VALOR DO CLIENTE FONTE: O autor Os 4 R, conforme Barnes (2002), significam: • Retenção: significa todos os atos e estratégias que a empresa faz para manter os clientes que deseja trabalhando ações de diferenciação de modo que exceda as suas expectativas deles. Reter clientes custa menos que buscar novos clientes. 28 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING • Relacionamento: construir relacionamentos significa que a empresa precisa se aproximar dos clientes, buscando entendê-los e servi-los excedendo as suas expectativas. • Referência: a satisfação por um produto adquirido, ou pelo serviço prestado, faz com que os clientes divulguem esta satisfação a outrem de modo a servir de referência para novos consumidores. • Recuperação: recuperar clientes por falhas ocorridas em todo o processo da entrega do produto ou serviço ao cliente, ou de sua garantia e pós-venda. É importante não só recuperar o cliente, mas fazê-lo ver que ele é importante para a organização. (BARNES, 2002). Mas para que estes 4 R, os 4 elementos para estruturar o relacionamento nas organizações e outros pontos mais importantes para o marketing de relacionamento, Madruga (2006) destaca que um dos pontos primordiais ao processo é ter os funcionários que sejam bem treinados, principalmente, para possíveis imprevistos que possam ocorrer no processo, bem como tenham autonomia para solucionar o problema na hora da verdade, ou seja, quando o problema estiver ocorrendo com o cliente. Apresentamos a seguir um pequeno glossário dos principais termos relacionados ao atendimento. AÇÃO CORRETIVA - Atuação ou efeito implementado para eliminar as causas de uma não conformidade, defeito ou situaçãoindesejável detectada, a fim de evitar sua repetição. Notas: 1 - As ações corretivas podem envolver mudanças, como por exemplo, em procedimentos e sistemas, para obter a melhoria da qualidade em qualquer fase do ciclo da qualidade. 2 - Correção e ação corretiva são diferentes – correção se refere a um reparo, um retrabalho ou um ajuste e está relacionada à disposição de uma não conformidade existente; ação corretiva está relacionada à eliminação das causas de uma não conformidade. AÇÃO PREVENTIVA - Atuação ou efeito implementado para eliminar as causas de uma possível não conformidade, defeito ou situação indesejável, a fim de evitar sua ocorrência. ATENDIMENTO - Procedimento das pessoas que servem de elo entre a empresa e o cliente. ATRIBUTOS DO PRODUTO - Referem-se às propriedades importantes para um desempenho adequado do produto que, na percepção do cliente, possa exercer influência na sua preferência ou na sua fidelidade. Essas são características que normalmente diferenciamos produtos da organização em relação aos dos concorrentes, entre as quais se incluem preço e valor para o cliente. TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 29 BANCO DE DADOS - Banco de dados é um arquivo de dados de clientes, cuja finalidade é armazenar informações importantes que possam definir e orientar o comportamento do consumidor. É importante que o banco de dados contenha informações realmente pertinentes e não apenas dados que em nada contribuirão para a empresa e suas constantes e rápidas necessidades de ação. Armazenamento de dados de forma ordenada, objetivando controlar a existência de duplicidade nas informações e facilitando o acesso às informações armazenadas. BARREIRA DE TRANSAÇÃO - Fator que inibe uma troca bem-sucedida entre a firma e o cliente. BENEFÍCIOS - Atributos ou conjunto destes que represente atendimento a desejos de um segmento ou mercado ou, ainda, o atributo que motiva o comportamento de compra. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO - Meios que são utilizados para fazer com que os produtos e serviços saiam do produtor e cheguem ao cliente final. São os meios utilizados para se definir o P Praça (um dos 4Ps do marketing). COMMODITY - Produto que não apresenta diferenciação, como: chapas de aço, produtos químicos, papel, milho, feijão, entre outros. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR - Processo pelo qual as pessoas ou os grupos de pessoas passam para selecionar, comparar, usar, utilizar, dispor de produtos, serviços e experiências para satisfazer suas necessidades e desejos. Maneira pela qual um indivíduo ou grupo toma decisões relacionadas à seleção, compra e uso dos bens e serviços. CONCORRÊNCIA - Entidades que disputam, por meio da prática da competitividade, a oferta de produtos ou serviços iguais, semelhantes, ou ainda, que atendam aos mesmos objetivos daqueles produzidos pela organização. CONSUMIDOR - Aquele que faz uso dos bens ou serviços, adquiridos por si ou por outros. CRM - Customer Relation ship Management - ou Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente ou Marketing OnetoOne. ESTRATÉGIAS DE MARKETING - O conjunto de ações previstas para alcançar os objetivos de marketing. FIDELIDADE DE MARCA - Preferência contínua do consumidor em relação a um produto ou serviço. FIDELIDADE - Nível de preferência do consumidor a uma determinada marca ou veículo de comunicação. 30 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING GARANTIA DA QUALIDADE - Conjunto de atividades planejadas e sistemáticas, implementadas no sistema de qualidade e demonstradas como necessárias, para prover confiança adequada em uma entidade que atenderá os requisitos para qualidade. Notas: 1- A garantia da qualidade visa simultaneamente aos objetivos internos e externos: a) garantia da qualidade interna dentro de uma organização, a garantia da qualidade dá confiança à administração; b) garantia da qualidade externa em situações contratuais ou outras, a garantia da qualidade dá confiança aos clientes ou a outros. 2 - Algumas ações do controle da qualidade e da garantia da qualidade são inter-relacionadas. 3 - Se os requisitos para a qualidade não refletirem inteiramente as necessidades do usuário, a garantia da qualidade pode não dar a confiança adequada. MARKETING - 1. Conjunto de atividades cujo objetivo é levar bens e serviços do produtor ao consumidor. A área de ação do marketing é mais ou menos ampla conforme o enfoque que lhe dê cada empresa. 2. Técnica de administração que sustenta que os objetivos organizacionais dependem da determinação das necessidades e desejos do mercado - alvo e da sua satisfação destes de maneira efetiva e eficiente do que os concorrentes. 3. Processo de planejamento, execução, preço, comunicação e distribuição de ideias, bens e serviços de modo a criar trocas que satisfaçam objetivos individuais e organizacionais. 4. Processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. MERCADO - Conjunto de clientes e não clientes atuais e futuros para determinado produto, ou termo genérico de todos os mercados consumidores. Consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo específico, dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo. NECESSIDADE - Qualidade ou caráter de necessário, aquilo que é necessariamente exigência, aquilo que é inevitável, fatal. NECESSIDADES DOS CLIENTES - Expectativas e desejos dos clientes em relação a um produto ou serviço. VALOR - 1. Características agregadas ao produto ou serviço. 2. Benefício obtido como resultado da utilização e das experiências vividas com um produto ou serviço. É a percepção do cliente e das demais partes interessadas sobre o grau de atendimento das suas necessidades, considerando-se as características e atributos do produto, seu preço, a facilidade de aquisição, de manutenção e de uso, ao longo de todo seu ciclo de vida. As organizações buscam criar e entregar valor para todas as partes interessadas. Isto requer um balanceamento do valor na percepção dos clientes, acionistas, da força de trabalho e da sociedade. FONTE: Adaptado de: <http://www.portaldomarketing.com.br/Dicionario_de_Marketing.htm>. Acesso em: 12 maio 2012. TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 31 NOTA Você poderá acessar o site pra consultar outros termos importantes na área de marketing e administração. Vamos fazer palavras cruzadas com os termos novos que você acabou de aprender. Bom exercício! 1 É a percepção do cliente e das demais partes interessadas sobre o grau de atendimento das suas necessidades, considerando-se as características e atributos do produto, seu preço, a facilidade de aquisição, de manutenção e de uso, ao longo de todo seu ciclo de vida. 2 Consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo específico, dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo. 3 Nível de preferência do consumidor a uma determinada marca ou veículo de comunicação. 4 Procedimento das pessoas que servem de elo entre a empresa e o cliente. 5 Qualidade ou caráter de necessário, aquilo que é necessariamente exigência, aquilo que é inevitável, fatal. 6 Atributos ou conjunto destes que represente atendimento a desejos de um segmento ou mercado ou, ainda, o atributo que motiva o comportamento de compra. 7 Produto que não apresenta diferenciação, como: chapas de aço, produtos químicos, papel, milho, feijão, entre outros. 8 Entidades que disputam, por meio da prática da competitividade, a oferta de produtos ou serviços iguais, semelhantes, ou ainda que atendam aos mesmos objetivos daqueles produzidos pela organização. 9 ___________________DE DISTRIBUIÇÃO 10 Processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. AUTOATIVIDADE 32 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING 11 _____________________________ do consumidor 12 Aquele que faz uso dos bens ou serviços, adquiridos por si ou por outros. 13 NECESSIDADES DOS ___________________________ 14 __________________ CORRETIVA 1 R 2 E 3 L 4 A 5 C 6 I 7 O 8 N 9 A 10 M 11 E 12 N 13 T 14 O UNI Se você já está estudando há mais de uma hora, é bom levantar, dar uma volta e, quem sabe, tomar um copo d’água. Vamos encerrar esta seção, com uma frase de Zenone (2010, p. 49), em que afirma: “Voltando à ideia em que o foco é o cliente, a prática do marketing de relacionamento exige que a empresa esteja disposta a conhecer o cliente, levando em consideração o que os clientes pensam, sentem e aceitam. O conceito acima só terá sentido se a empresa puder conhecer o cliente em sua totalidade”. TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 33 3 O CONSUMIDOR, A EMPRESA E O MARKETING DE RELACIONAMENTO Atualmente a expressão marketing de relacionamento tem sido muito utilizada pelas organizações, e tem se tornado um elemento de diferenciação para o sucesso ou fracasso delas. São muitos os conceitos envolvidos nesta relação, mas o grande ponto de sucesso está na aplicação das ações de relacionamento na prática, e tem muito a ver com as pessoas que trabalham no atendimento ao cliente. O atendimento pela equipe de apoio, pelos vendedores e outras pessoas que fazem muitas vezes contatos com o cliente dentro das organizações são o primeiro ponto de referência do cliente com relação ao relacionamento. Assim, muitos clientes gostam de se relacionar e compram das empresas porque gostam de serem atendidas pelos seus funcionários. Uma frase que usualmente utilizo, e que ajuda muito a encontrar as pessoas certas para atender aos clientes é a de que: Para se trabalhar com o público (clientes/ outros públicos) é necessário que a pessoa (funcionário) goste de PESSOAS. Este conceito, apesar de simples e óbvio, é fundamental para os funcionários que trabalham com o público. Vamos imaginar a seguinte situação, em que o departamento comercial de determinada empresa fez toda a sua obrigação e o cliente está muito satisfeito como produto/ serviço adquirido. Mas ocorreu um problema com o cliente. Ele perdeu o documento de pagamento do produto e ainda não se lembrou deste pagamento. Aí entra em ação o setor de cobrança da empresa, e o “cobrador” trata mal o cliente. Qual você acha que será a lembrança do cliente em relação à empresa e a esta negociação? Não importa qual o setor que entra em contato com o cliente, todos precisam agir de forma profissional, e lembrar que estão tratando com o CLIENTE, e é ele que paga os salários de todos na empresa. Não se esqueça desta outra verdade no mundo dos negócios: Sem CLIENTE, não existe empresa. Assim as organizações precisam saber se relacionar bem e gerar uma visão positiva nos mesmos. ATENCAO 34 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING Um dos pontos importantes do marketing de relacionamento, conforme apresentado por Kotler e Keller (2006, p. 16), é que o mesmo “tem como meta, construir relacionamentos de longo prazo mutuamente satisfatórios com partes- chave – clientes, fornecedores, distribuidores e outros parceiros de marketing – a fim de conquistar ou manter negócios com eles”. Precisamos desenvolver dentro das organizações estratégias adequadas para o consumidor, mas, as organizações também precisam entender que nem todos são consumidores para os seus produtos ou serviços, e têm situações que a empresa não pode atender ao consumidor, principalmente se quem está buscando consumir determinado produto, não é o foco da organização. O público alvo do produto carro Ferrari é o consumidor com altíssimo poder aquisitivo e que busca status em um produto sofisticado e esportivo. Por isto, a Ferrari lança carros de baixo custo, mas, é possível que cada vez mais ela lance produtos com maior valor monetário para o seu publico alvo. Vide figura a seguir. FIGURA 11 – BOM ATENDIMENTO X MAU ATENDIMENTO FONTE: O autor TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 35 FIGURA 12 – PRODUTO SOFISTICADO – CARRO DA FERRARI FONTE: Disponível em: <http://www.google.com.br/imgres?q=logo+ferrari&hl=pt-BR&gbv =2&biw=1024&bih=522&tbm=isch&tbnid=EVaeguZsBlpu4M:&imgrefurl=http://ferrari-fiat.tk/ page/ 13&docid=bVjp8ttD8ASu7M&imgurl=http://ferrari-iat.tk/images/Ferrari_Cars/Ferrari_ Cars_5.jpg&w=1024&h=768&ei=giQ9T9CaCYHiggeP8ei4CA&zoom=1&iact=hc&vpx =496&vpy=2&dur=4722&hovh=194&hovw=259&tx=109&ty=145&sig=1163431651821299 43244&page=9&tbnh=152&tbnw=258&start=108&ndsp=13&ved=0CKkEEK0DMG4>. Acesso em: 5 maio 2012. Buscar trabalhar melhor possível a relação entre o CONSUMIDOR e A EMPRESA é o que buscaremos desenvolver na próxima unidade, aprofundando os tópicos sobre a aplicação do MARKETING DE RELACIONAMENTO. Isto somente é possível com estratégias consistentes, profissionais e tecnologia. NOTA A seguir apresentamos um texto extraído da internet, em que o autor traz verdades básicas em relação às relações de consumo. Analise e faça uma boa reflexão sobre como realmente o marketing de relacionamento está sendo aplicado dentro das organizações. Será que o consumidor está vendo o que as organizações estão investindo internamente em marketing de relacionamento, ou será que este investimento se perde no meio do caminho e o consumidor não percebe os esforços da organização? Boa reflexão e boa leitura! 36 UNIDADE 1 | O RELACIONAMENTO COMERCIAL E O MARKETING LEITURA COMPLEMENTAR Indiscutível o direito de ser atendimento com um mínimo de dignidade, quem escolhe determinado lugar/local para comprar merece. Cultura do bom atendimento, este é o começo de tudo. Nem todas as empresas têm essa consciência cristalizada na cabeça e no coração das pessoas que estão ali para executar uma das mais nobres funções da arte (ou seria má ciência?) de atrair, atender e conquistar clientes. Quanto maior a concorrência, mais essa necessidade se evidencia. Melhor, diferente e marcante. O que precisa ficar claro é que as pessoas (de todas as classes socioeconômicas), salvo raras exceções, não fazem mais compras simplesmente, ao prazer das empresas estilo toma-lá-dá-cá. Simples troca de dinheiro ou crédito por mercadorias. Elas já estão em outro estágio mais avançado do que as organizações em geral imaginam. Comprar já era. Agora a moda é viver uma experiência marcante em praticamente todas as relações de consumo. E não estamos nos referindo aos gestos de gentileza, sorriso, tapinha nas costas, cafezinho, ar condicionado, esses mimos que empresários e profissionais confundem como bom atendimento. Gentileza entra no campo da educação e da obrigatoriedade. Sua empresa pode ser campeã em mimos e ser tida e havida como um lugar onde se pratica mau atendimento. Experiência de compra tem a ver com o todo da loja. Ambiente, cores, variedade de produtos, agilidade no processo de atendimento (sistemas operacionais seguros e confiáveis), crédito, serviços, entrega e o nível de preparação das pessoas inseridas no processo de relacionamento com os clientes. Do porteiro ao presidente, não apenas os vendedores. Loja montada para satisfazer os clientes, não os investidores. A eles cabem os lucros, se fizerem uma boa loja. O Reinado é do Consumidor, mas nem Todos Respeitam Ao Gosto do Freguês TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO MARKETING DE RELACIONAMENTO 37 Servir deve ser uma verdadeira missão. Quem trabalha com venda/atendimento/encantamento,
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