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rotina na educação infantil

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O QUE É ROTINA E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Andresa dos Santos Silva
andresapgm@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
	Este trabalho faz uma reflexão acerca das rotinas, do tempo e do cotidiano na educação infantil, especificamente nas creches no trabalho com crianças pequenas. Para que isso aconteça o pensar a organização e o planejamento dentro das creches e como se estabelecem as rotinas nesses espaços.
	Nesse sentido, vimos aqui aprofundarmos na conceitualização sobre o cotidiano, tempo, rotina, rotinização a partir de uma perspectiva e revisão bibliográfica dos escritos da autora Maria Carmen Silveira Barbosa. É importante dizer que está indagação surgiu a partir da leitura dos artigos da autora, junto a discussão com um grupo de estudantes de pós-graduação em educação infantil do Instituto Federal Catarinense de Videira/Sc.
	Ao longo das observações, compartilhamos momentos da rotina cotidiana, do ambiente a ser observado, assim essa vivência e observação motivou a buscar reflexões a respeito do trabalho realizado na creche que leva a caminhos do interesse e reflexão do tema abordado em um dos Centro de Educação Infantil da cidade de Videira no Estado de Santa Catarina. Tendo em vista a importância de uma rotina bem planejada é significante para um atendimento e ensino de qualidade que contribua para o desenvolvimento e autonomia na primeira infância.
	É comum que em situações do cotidiano em espaços de Educação Infantil nos deparemos com uma rotina maçante, baseada, mas nos momentos de cuidados. Neste contexto a reflexão sobre a rotina nesse trabalho possibilitou pensar que mesmo diante das adversidades os educadores possam conciliar momentos de cuidados integrados ao brincar e ao educar.
Ao longo das observações, momentos da rotina cotidiana e do ambiente a ser observado, assim como essa vivência motivou a buscar a partir de algumas reflexões como se dava a rotina diária no trabalho com as crianças e como as próprias crianças observam o seu dia a dia.
Nesta perspectiva, apresentados os caminhos percorridos para a ocorrência da observação, por primeiro contemplamos os conceitos do tema em foco, e a compreensão do cotidiano e da rotina da creche. Por segundo se faz a observação e discussão do impacto e reconhecimento que uma rotina bem planejada na Educação Infantil proporciona o melhor desenvolvimento infantil.
Concluímos que no contexto da Educação Infantil ainda temos um longo caminho a percorrer quando se fala de compreender e planejar a rotina do educar e do cuidar, Para que o professor possa alcançar os seus objetivos e desenvolver as atividades de forma organizada proporcionado segurança e autonomia às crianças é preciso que a rotina da instituição de ensino considere as necessidades do professor, das crianças e da própria escola.
2. TEMPO, COTIDIANO E ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
	Conforme Barbosa (2006), uma sociedade moderna onde o conhecimento e a informação estão ligados não apenas à produção de bens, mas também à comunicação e a informação, tornar-se importante desenvolver não apenas habilidades básicas tradicionais, mas também criatividade, competência comunicativa e capacidade de solucionar problemas.
	Referência nacional para a formulação dos currículos e das propostas pedagógicas das instituições escolares, segundo a BNCC (BRASIL) a Educação Infantil é o início e o fundamento do processo educacional sendo assim entrada na creche ou na pré-escola significa, na maioria das vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se incorporarem a uma situação de socialização estruturada. Enfatizando que a creche é um lugar de cuidar e educar compreendo a necessidade da reflexão sobre a rotina e o cotidiano, afinal a rotina quando não planejada, aprisiona e automatiza o trabalho dos educadores para melhor entendermos a relação tempo, cotidiano e rotinas, buscou-se alguns conceitos nas bibliografias relacionada a Educação infantil.
Relação cotidiano e tempo na educação infantil
	Desde os nossos primeiros anos de vida, fomos inseridos em um cotidiano, e na medida em que fomos crescendo, fomos aprendendo a lidar com ele.
	O Cotidiano pode indicar o tempo no qual se dá a vivência e a relação espaço-temporal na qual se dá essa vivência, é tudo aquilo que é habitual, o conjunto de todas as ações diárias, o que é comum e fazemos diariamente. Em Fragmentos sobre a rotinização da infância (BARBOSA 2000), apresenta alguns fragmentos que apontam que o cotidiano é demarcado como um conceito de vida diária, e a rotina como artefato que organiza um estilo de vida onde:
o cotidiano é muito mais abrangente e refere-se a um espaço-tempo fundamental para a vida humana, pois é nele que acontecem tanto as atividades repetitivas, rotineiras, triviais, como também é o locus onde há a possibilidade de encontrar o inesperado, onde há margem para a inovação, onde se pode alcançar “o extraordinário do ordinário” (Lefebvre, 1984, p. 51).
	Barbosa, discute que o cotidiano engloba todo o fazer do ser humano, que faz parte da nossa vida e nos acompanha em todos os momentos. Desde o nosso nascimento a medida que crescemos, temos que lhe dar com situações, regras, hábitos, tradições da cultura a qual fazemos parte, as relações sociais, e nosso cotidiano fruto de nossas escolhas e coletividade.
	Pensar no tempo e em nosso cotidiano não é uma tarefa fácil, mas por vez necessária para se compreender a administração do mesmo. Como podemos ver, as questões que envolvem o tempo ou sua medição estão presentes em diversas comunidades desde épocas remotas. O tempo é uma convenção social que tem acompanhado nosso próprio desenvolvimento. O tempo pode ser visto como uma função social reguladora da vida humana, parte de um processo civilizador que o homem criou para coagir a si próprio, para que se possa força-se a fazer algo. 	Nesse sentido pensando o tempo na Educação infantil, para as crianças o tempo começa a ser percebido a partir da sequência e duração dos eventos que acontecem em seu cotidiano. Conforme Oliveira (2009) o tempo de uma criança deve ser respeitado para atender o relógio biológico dos pequeninos, especialmente com os menores de três anos.
	Ao ler Barbosa (2006) percebe-se que a autora pensa o tempo como, uma variável que imprime o movimento, que oferece a dimensão de continuidade, como um articulador que evidencia que temos um passado, que nos permite compartilhar experiências e pensar possibilidades para o futuro, é o que dar sentido à vida. No que se refere a organização do tempo nos espaços da Educação Infantil, é fundamental organizar momentos diferenciados de acordo com as necessidades biológicas, psicológicas, e sociais das crianças.
	Maria Carmen Silveira Barbosa e Maria pesquisando a organização do espaço e do tempo na escola infantil afirma:
Observei que a vida coletiva na educação infantil se estrutura no cotidiano a partir de algumas variáveis como: o modo como os espaços são organizados (móveis, decorações e acessórios) ou as materialidades que estão à disposição do grupo (jogos e brinquedos, objetos cotidianos, materiais artísticos, científicos e tecnológicos) e que oferecem as possibilidades para as ações das crianças – individuais e em grupo – e para estabelecer relações de convívio entre adultos e criança (Barbosa, 2000).
	Temos tempos marcados para organizar e estruturar estas atividades em uma sequência rotineira. São ações que preenchem o nosso dia em atividades desenvolvidas em um espaço-tempo contidas no nosso cotidiano, o que vem a ser a nossa rotina. Assim como o tempo, o espaço também deve ser organizado levando-se em conta o objetivo da Educação Infantil de promover o desenvolvimento integral das crianças.
Rotinas e rotinização na educação infantil
	A rotina está dentro do cotidiano, ou seja, a primeira é um complemento da segunda. A rotina tem que considerar a vida cotidiana em sua complexidade e amplitude, o que significa levar em conta a interligação com o mundo, o prazer, a liberdade, a tomada de consciência, a fantasia, a imaginaçãoe as diferentes maneiras dos sujeitos viverem em sociedade.
	A rotina é um momento muito importante dentro das instituições de educação infantil sendo um elemento que proporciona as crianças a sensação de segurança, estabilidade e facilidade de organização espaço-temporal.
	Segundo (Barbosa, 2006) as rotinas podem ser vistas como produtos culturais criados, produzidos e reproduzidos no dia a dia, tendo como objetivo a organização da cotidianidade. Ainda de acordo com a autora a mesma exemplifica o que viria a ser a rotina: o horário, o emprego do tempo, a sequência de ações, o trabalho dos adultos e das crianças, o plano diário, a rotina diária, horário de entrada e saída das crianças, horário de alimentação, turno dos funcionários.
	Vimos que a rotina envolve organização e planejamento, que na educação infantil contribui para o desenvolvimento e autonomia da criança reconhecendo a como cidadã detentora de direitos e saberes, promovendo humanização e educação de qualidade, seguindo o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente onde a criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. (Lei n ° 13.869/2019). 	A rotina envolve a organização da vida, relacionadas ao trabalho, a aspectos sociais e pessoal, tendo a função de programar as atividades diárias. Compõe a rotina todas aquelas ações, que são recorrentes ou repetidas da vida cotidiana coletiva.
	Na atualidade a rotina é entendida como uma categoria pedagógica da educação infantil, sendo a principal estruturadora da vida coletiva diária da creche. Desta forma, (Barbosa, 2006) reflete que é necessário diferenciar a vida cotidiana, em sua complexidade e em sua amplitude, das rotinas, isto é, de uma racionalização ou de uma tecnologia constituída pelos seres humanos e pelas instituições para organizar e controlar a vida cotidiana. Ainda para a autora a rotina, para as crianças pequenas não está relacionada somente a organização do tempo e do espaço educativo, mas implica também na sua constituição enquanto ser humano.
	Assim, percebemos a rotina em diversos momentos na creche, nos períodos de higiene e cuidados pessoais, de alimentação, nas atividades dirigidas e coletivas, na hora da roda, na hora do sono, na hora das refeições, na hora da brincadeira e da contação de histórias, o horário, o emprego do tempo, a sequência de ações, o trabalho dos adultos e das crianças, o plano diário, a rotina diária, a jornada e outros. As diferentes atividades que compõem a rotina na Educação Infantil possuem suas finalidades e formas de organização.
	A rotina foi inserida no esquema de organização do trabalho pedagógico ao prescrever o que se deve fazer e em que momento a respeito da rotina que é imposta/vivida pelas crianças das creches. A concepção de educação e de cuidado se concretiza na organização do trabalho diário desenvolvido nas instituições de educação infantil que por sua vez se expressa pelo modo de operar a rotina, para tanto o professor precisa articular uma rotina que não se torne rotinização, ou seja, mecânica.
	Uma das críticas que a autora faz sobre a rotina é o fato da mesma ser realizada apenas para cumprir metas, sem um planejamento que respeite o tempo individual, Barbosa afirma que a rotina:
Quando se torna apenas uma sucessão de eventos, de pequenas ações, prescritas de maneira precisa, levando as pessoas a agirem e a repetirem gestos e atos em uma sequência de procedimentos que não lhes pertence nem está sob seu domínio, é o vivido sem sentido, pois está cristalizado em absolutos.
	A dificuldade dessa experiência de vivência do tempo baseada, possivelmente, na institucionalização do tempo infantil em locais próprios e com a disciplina de horários fixos para sua educação, observamos muitas vezes nas instituições de Educação Infantil são as rotinas com hábitos consolidados, sem que aja muito tempo e espaço para a reflexão e tomada de consciência de educadores e demais profissionais.
	A autora apresenta também a preocupação com a rotina conceituada como processo mecânico e monótono de simples repetições do habitual, trazendo o conceito de rotina rotineira a respeito de “tudo aquilo que é feito todos os dias de forma similar e repetida sem, ou quase sem, nenhuma variação” (BARBOSA, 2006, p.40).
	A organização do tempo deve considerar as necessidades e ritmos infantis e ser suficiente para que adultos e crianças usufruam juntos, dos espaços que foram planejados cuidadosamente e podem ser modificados e reorganizados durante as brincadeiras e demais atividades.
3. CARACTERÍSTICA DA ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
	Aqui, compartilho alguns relatos que foram possíveis observar no Centro Municipal de Educação Infantil (CEMEI), objeto do presente trabalho na Cidade de Videira, estado de Santa Catarina. Neste estudo optou-se por realizar uma abordagem mais qualitativa, utilizando-se de observações e conversas com as educadoras que exercem funções neste CEMEI. 
No que se refere ao espaço físico:
· Possui em média 9 salas de aulas, 
· Uma área verde com parquinho e uma casinha de madeira, quase que diariamente recebem as crianças de pré. 
· Uma área também externa com pedrinhas de brita, onde quase que diariamente recebem as crianças de maternais e ao menos três vezes por semana as crianças bem pequenas da turma de berçários
Ao longo das observações, momentos da rotina cotidiana e do ambiente a ser observado, assim como essa vivência motivou a buscar a partir de algumas reflexões como se dava a rotina diária no trabalho com as crianças e como as próprias crianças observam o seu dia a dia.
	Partindo do ponto em questão, sobre a rotina diária relatarei momentos da acolhida até o momento que as crianças se encontram com as professoras no início da manhã. A recepção das crianças começa às 6:30 h – para as crianças que necessitam permanecer na creche em período integral e ou parcial.
· Turma de Berçários: são recebidas em sua respectiva sala, desde então começa os cuidados de higiene, troca de fraudas, roupas, e a primeira refeição dos pequeninos.
· Turma de Maternais: reúnem-se em uma única sala e por volta das 7h30m, cada auxiliar (monitora) recebe sua turma e se dirige para o café da manhã, após o café, esperam a chegada de todas as crianças enquanto assistem televisão, sendo um filme ou DVD com músicas ou mesmo um momento de brincadeira com brinquedos, e ficam aguardando a chegada das professoras que iniciam suas atividades as 9:00 horas.
· Turma de Pré: reúnem-se em uma única sala e por volta das 7h30m, cada auxiliar (monitora) recebe sua turma e se dirige para o café da manhã, após o café, esperam a chegada de todas as crianças enquanto assistem televisão, sendo um filme ou DVD com músicas ou mesmo um momento de brincadeira com brinquedos, e ficam aguardando a chegada das professoras que iniciam suas atividades as 9:00 horas. 
Após o momento do café e higienização, as 9:00 horas momento que as professoras chegam e cada turma se reúne em sua sala. A partir desse momento em diante cada professora conduz as atividades em sala de aula, com, chamada, roda de música hora do conto, atividades lúdicas e dirigidas, jogos, ou seja, atividades que estimulem o desenvolvimento da criança.
	Por volta das 11:00 horas começa os horários de refeições e almoço, realizam as refeições no refeitório, todas as turmas se organizam em três momentos para que seja mas organizado e tenha espaço para todos, e para respeitar a necessidade das crianças.
· Turma de berçário: realizam suas refeições em sala com ajuda das professoras e auxiliares;
· Turma de Maternais: realizam as refeições no refeitório;
· Turma de Pré: realizam as refeições no refeitório.
Logo após a refeição, ocorre a higiene, escovação de dentes, e o repouso, conhecido como a Hora do Soninho e momentos que envolvem as necessidades da criança como troca de roupas ou fraldas. Nesse momento as crianças que frequentam o período parcial matutinocomeçam a ir para casa, e as que frequentam o período integral vão para sala para o repouso, e as professoras fazem o intervalo de almoço no horário de 12:00 as 14:00, e nesse período as crianças ficam com as auxiliares.
	Um pouco antes do início da tarde, as 12:30 as crianças do período vespertino começam a chegar no CEMEI, algumas chegam com sono e deitam para o repouso, outras chegam e precisam ser trocadas, e nesse meio tempo deitam ou se sentam para que nesse momento impere o silêncio enquanto os outros coleguinhas consigam descansar e dormir. 
Entre 13:15 e 13:30 aqueles que dormiram começam a despertar, e nesse momento sempre a interação entre uma criança e outra, ou entre crianças e a auxiliar, é nessa hora também que as crianças começam a questionar muito sobre o tempo, e a rotina que irar ocorrer por seguinte, algumas das frases que mais se ouvi são: “professora, já posso levantar”; prof. já tá na hora de ir no parque”; “mais professora o que vamos fazer quando acordar?”; “já estou com fome!”; “queremos brincar, já pode?”; “professora hoje é dia de educação física?”; “a minha professora já está chegando?”; “hoje têm atividade?” entre outras perguntas e questionamentos, como o momento do sono é o momento em que as crianças ficam somente com as monitoras essas perguntas são todas direcionadas a elas.
	No retorno das professoras à sala as crianças já estão quase todas acordadas, muitas já estão levantadas e trocadas, a professora junto a sua auxiliar, ajudam a colocar os sapatos e a levar ao banheiro, depois voltam para a sala, para uma conversa onde recepcionam os alunos que vieram somente no período da tarde, depois da conversa pode ser que tenha uma leitura de um livro para as crianças, ou cantam uma música juntos, depois dão início as atividades organizadas para aquele dia ou semana, lembrando que cada professora organiza seu tempo e rotina de maneiras diferentes uma dá outra. 
	Entre às 14:30 horas e as 15:00 é o momento do lanche da tarde no refeitório – para todas as turmas seguindo a mesma organização do café e do almoço, após ao lanche as professoras levam as crianças para o parquinho em dias de sol, nesse momento acontece uma divisão por horários e por dias da semana para que todas as turmas consigam aproveitar os espaços externos.
As 16:00 horas as professoras começam a levar as crianças para se higienizar, fazer troca de roupas e fraldas se necessário, lavar as mãos e o rosto, beber água, fazerem suas necessidades e esperarem pelos pais ou responsáveis.
A partir das 16:30 o horário de saída das professoras, e de muitas das crianças, no fim da tarde as 17:00 horas tem o momento da fruta para as crianças que permanecem no CEMEI em período integral, nesse horário mais da metade das crianças já foram para suas casas, as auxiliares se reúnem com todas as crianças que ainda permanecem no CEMEI, geralmente em duas salas. Somente nesse observou-se uma maior interação entre as crianças pequenas interagindo com as crianças maiores, nesses últimos momentos fica à disposição das crianças a televisão com filmes, músicas e ou brincadeiras e alguns brinquedos na sala. 
	Os detalhes citados acima, contam a rotina de um dia na educação infantil, particularmente nesse CEMEI, cada turma e faixa etária tem suas peculiaridades e sua rotina diária que é planejada junto a professora da sala e do corpo gestor da instituição. Ao observar alguns dias de trabalho das educadoras com as crianças percebi que sim a rotina se torna mecânica e as próprias crianças e professoras reclamam da situação pois parecem estarem vivendo exatamente a mesma coisa todos os dias o que se torna completamente exaustivo ao longo do tempo.
	Ao ouvir alguns relatos por parte das professoras algumas dizem, continuamente, que falta tempo, para concluir o projeto do mês, que não vencem realizar as atividades que haviam planejado para a semana, que não consegui iniciar e terminar nenhuma atividade com as crianças, reclamam que as crianças estavam muito agitados. 
Falta tempo para realizar tudo aquilo que desejam e tudo aquilo que delas lhe é exigido, por parte delas mesmas, da direção, da coordenação pedagógica da secretaria de educação, e por parte dos pais das crianças que sempre questionam qual atividade a criança realizou no dia.
	Percebi também na fala das professoras que as mesmas estão sempre angustiadas e não conseguem ter tempo para escutar as crianças, para olhar para cada criança, para brincar com os pequenos, logo muitas vezes se diminuem o tempo de brincadeira com as crianças para permanecer em sala fazendo atividades no intuito de desenvolver nas crianças “habilidades” que lhes é fundamental para o desenvolvimento.
	Para que o professor possa alcançar os seus objetivos e desenvolver as atividades de forma organizada proporcionado segurança e autonomia às crianças é preciso que a rotina da instituição de ensino considere as necessidades do professor, das crianças e da própria escola.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DA OBSERVAÇÃO DA ROTINA NO COTIDIANO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
	A partir da análise da rotina na Educação Infantil e da observação de como a mesma se dá no cotidiano, foi possível perceber a insatisfação das professoras quanto ao tempo e quanto as suas rotinas, quanto a isso as educadoras demostraram possuir insegurança de como essa rotinização pode o seu trabalho e afetar a interação com as crianças e até mesmo com as experiências que essas crianças vão vivenciando durante o período que se encontram na instituição.
	De acordo com (Barbosa 2013), a velocidade se manifesta no modo como a infância vem tendo diminuída sua duração no início deste século e também no modo como as crianças são apressadas para atender aos horários da instituição, para acompanhar o ritmo dos demais colegas, o ritmo das fábricas, o ritmo do capital. As ações das crianças são reguladas por tempos fixos – fragmentados, sequenciais, lineares – estabelecidos pelos adultos, sem encadeamentos: nem intelectual, nem corpóreo, isto é, sem sentido pessoal. São ações que se iniciam, se desenvolvem e que se findam – produtivas ao sistema e improdutivas para a vida das crianças.
	Partindo da questão que uma rotina de vida sem sentido, as ações não deixam marcas. Logo se percebe a importância que o planejamento por parte tanto de professores quanto de toda a instituição é fundamental para o andamento da rotina e para o desenvolvimento das crianças, percebi ao longo da observação que algumas monitoras e professoras tem dificuldades de perceber que o momento de brincar da criança é muito importante, tal como o momento da roda de conversa, do momento da contação de histórias, o ato da acolhida, troca, alimentação, higienização são importantes para as experiências que a criança vai obter ao longo de sua trajetória, e para as memórias que as mesmas vão construir durante sua passagem na creche.
	Barbosa 2013, afirma que todo o tempo investido livremente pelas crianças nas coisas que lhes dizem respeito, nas coisas que as afetam, naquilo que as desafia, que as distingue, se não tiver uma produção objetiva, é visto como perder tempo. Portanto, o que encontramos nas escolas infantis é a presença desse tempo característico das relações capitalísticas, que brutaliza a vida cotidiana e empobrece a experiência da infância.
	Em conversas com o corpo docente tive oportunidade de perguntar sobre qual a importância da rotina, as educadoras respondem que reconhecem a importância da rotina para o desenvolvimento da autonomia das crianças, tal como propõem os (RCNEs,1998). Neste sentido os (RCNEs,1998) trazem contribuições importantes quanto ao que diz respeito ao desenvolvimento pleno das crianças nos aspectos cognitivos, afetivos e físicos e sociais, orientando as professoras.
 	De forma geral fica claro o comprometimento das educadoras com o papel de cuidar e educar das crianças, mas falta ainda a melhor compreensão do planejamento na rotina escolar e a importância do mesmo em cada atividade e situações repassadas para as crianças.
	Quanto a isso segundo a autora Barbosa, pensara rotina na educação infantil, e contribui que podemos incorporar, nas práticas da vida cotidiana, outros modos de conceber e produzir o tempo, formas que rompam com a lógica temporal dominante. Construir tempo para estar junto e fazer-se presente. Um ambiente onde as pessoas compartilham as coisas simples e ordinárias do dia a dia e também geram contextos para que o extraordinário possa invadir o cotidiano. Para constituir encontros na vida cotidiana é necessário um tempo longo de permanência e também a participação de todos na definição dos usos do tempo que se realiza no cotidiano da escola.
	Neste sentido, a autora coloca que apesar das propostas de rotinas das instituições de educação transmitirem a ideia de que são algo particular e singular às unidades educativas, essas estão diretamente ligadas à organização social e política, isto é as rotinas não são construídas naturalmente e sim conforme as “regras” impostas pela sociedade. Assim, a rotina pedagógica é um componente de grande importância para estruturar e organizar os tempos e espaços das instituições de educação infantil levando em consideração as especificidades dos sujeitos envolvidos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Em síntese, se faz a observação e discussão do impacto e reconhecimento que uma rotina bem planejada na Educação Infantil necessária para proporciona o melhor desenvolvimento infantil. É possível perceber que ao elaborar um planejamento e definir o que se pretende trabalhar e alcançar, é preciso ter clareza para que as ações efetivadas tenham significado educacional e por consequência não tornar a rotina da creche maçante. Para que o professor possa alcançar os seus objetivos e desenvolver as atividades de forma organizada proporcionado segurança e autonomia às crianças é preciso que a rotina da instituição de ensino considere as necessidades do professor, das crianças e da própria escola. As instituições de ensino que não possuem uma rotina adequada dificultam o trabalho do professor, bem como, a adaptação e autonomia das crianças.
Ao longo da observação no CEMEI ouvindo as professoras expondo questões referentes às rotinas na educação infantil, considerando seus relatos podemos compreender que apesar da rotina esse contexto pode ser analisado por outro ângulo, no qual os rituais servem como maneira de criação da identidade social, criando assim sentidos para as crianças. Em face ao debate reiteramos a necessidade de reflexões sobre as rotinas, de tal forma que as regras e normas sejam discutidas, construídas e reconstruídas constantemente. A partir daí, aumentam-se as chances das crianças serem respeitadas na sua totalidade, enquanto sujeitos ativos e de direitos.
	Concluímos que no contexto da Educação Infantil ainda temos um longo caminho a percorrer quando se fala de compreender e planejar a rotina do educar e do cuidar. Os espaços infantis precisam repensar e planejar seu trabalho, proporcionando as crianças um tempo de qualidade, atividades e brincadeiras que despertem a magia e os despertem a curiosidade e a imaginação, assim contribuindo para seu desenvolvimento como pessoa.
6. REFERÊNCIAS
BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Por Amor e Por Força: Rotinas na educação infantil. Campinas: Tese de Doutorado, Faculdade de Educação/ Unicamp, 2000.
BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. Organização do espaço e do tempo na escola infantil. In: CRAIDY, C.; KAERCHER, G. E. Educação Infantil. Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001, p. 67-79.
BARBOSA, Maria C. S. A Rotina nas Pedagogias da Educação Infantil: dos binarismos à complexidade, Currículo sem Fronteiras, v.6, n.1, p. 56-69, Jan/Jun2006. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol6iss1articles/barbosa.pdf.
BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Tempo e Cotidiano – tempos para viver a infância. Teoria & Prática, Campinas, v.31, n.61, p.213-222, nov. 2013.
BARBOSA, Maria Carmen Silveira. A Rotina Como Categoria Pedagógica. In: _______ Por amor e por força: rotinas na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2006.
BILÓRIA, Jéssica Ferreira; Metzner Andréia Cristina. A importância da rotina na Educação Infantil. Revista Fafibe On-Line — ano VI – n.6 — nov. 2013 — p. 1–7 — ISSN 1808-6993. Disponivel em: <unifafibe.com.br/revistafafibeonline>
BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (RCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5, 2009.
______. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998
 
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, vol.1, 2 e 3, 1998.
ELIAS, Norbert. [Et.al] Sobre o tempo. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes [et al]. Creches: Crianças faz de conta & cia. 15. ed. Petropolis. Rio de Janeiro: Vozez 2009.

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