Roteiro Contratos Administrativos PDF

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AULA: CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
1 - Conceito: firmados entre a Administração e terceiros e sujeitos ao regime jurídico-
administrativo. Ex.: concessão de serviço público, PPP, contrato de obra, fornecimento, 
alienação 
 
 
- diferenças para contratos da Administração: contratos da Administração constituem um 
gênero que engloba todos os vínculos firmados pela AP. Já os contratos administrativos 
são um espécie de CdaAdm porque estão submetidos ao Direito Administrativo (a AP 
ocupa posição de superioridade: verticalidade) 
 
 
- contratos privados da AP: compra e venda, doação, financiamento, permuta, seguro, 
locação (contratos sem verticalidade) (art. 62, § 3o, da Lei 8666/93) 
 
Ao lado dos contratos da Administração existem os convênios e parcerias (art. 116 da Lei 
8666/93), caracterizados pelos interesses convergentes (acordos de cooperação para 
objetivos comuns) 
 
Contratos relativos a imóveis da União regem-se pelo DL 9760/46, aplicando-se a lei geral 
somente em caráter subsidiário (art. 121, parágrafo único, da Lei 8666/93) 
 
ATENÇÃO: Tanto nos contratos administrativos como nos privados da Administração, 
exige-se prévia licitação 
 
 
 
2- Competência para legislar 
 
De acordo com o Art. 22, XXVII, da CF: compete à União editar normas gerais sobre 
contratos administrativos (Lei 8666/93, Lei 8987/95, 11079/04, 11107/05) 
 
 
 
3 - Prévia Licitação 
 
Em regra, a celebração do contrato exige prévia licitação, mas nem sempre (vedação, 
dispensa, inexigibilidade e licitação dispensada...... tem contrato mas não tem licitação). 
 
 
 
 
 
 
 
	
  
	
  
	
  
	
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4 - Normas aplicáveis 
 
Plano constitucional: 
 
* Art. 22, XXVII, da CF; 
* Art. 37, XXI, da CF (base constitucional do equilíbrio econômico-financeiro) 
* Art. 175 da CF 
* Art. 241 da CF 
 
 
Plano legislativo: 
 
* Lei 8666/93 (arts. 54 e seguintes): o art. 54 sujeita os contratos administrativos à 
aplicação subsidiária do DIREITO PRIVADO 
 
* Lei 8883/94: (alterou a 8666/93) 
 
* Leis específicas como 8.987/95 (concessões), 11.079 (PPPs), 11.107/05 (consórcios 
públicos) + contratos do RDC 
 
 
 
5 - Sujeitos do Contrato (arts. 2o e 6º, XIV e XV, da Lei 8666/93) 
 
Administração = contratante 
 
Particular = contratado 
 
* pessoas jurídicas de Direito Privado da Administração Indireta também celebram 
contratos administrativos (prestadoras de serviços públicos) 
 
Pode haver subcontratação? Em regra não porque o subcontratado não venceu a licitação 
(exceção: a) se for parcial; b) prevista no E e C; c) autorização do PP 
 
 
6- Microempresas e EPPs 
 
Os arts. 146, III, “d”, 146, parágrafo único, 170, IX, e 179 da CF definem o princípio do 
tratamento diferenciado a tais empresas, quando constituídas sob as leis brasileiras ou 
com sede e administração no país 
 
Nas licitações, vantagens específicas (arts. 42, 43 e 44 da LC 123/06) 
 
Atualmente existem 3 vantagens especiais a MEs e EPPs nos contratos administrativos 
(art. 48 da LC 123/06): 
 
a)   instauração de processo licitatório aberto somente a tais empresas, limitado a R$ 
80.000,00 
	
  
	
  
	
  
	
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b)   nas licitações para compra de bens de natureza divisível, deve-se criar uma cota de 
até 25% do objeto em favor das MEs e EPPs 
c)   em licitações para contratação de obras e serviços, o edital pode exigir 
subcontratação de tais empresas 
 
7 – Formalização (em regra, deve ser escrito) 
 
- Art. 60, parágrafo único (admite contrato verbal: a) compra (fornecimento); b) pequenas 
compras (*** mudou: até R$ 8.800 reais); c) pronto pagamento; d) regime de adiantamento 
 
 
8 – Prazos (sempre determinado) (art. 57 da L 8666/93) 
 
 A duração dos contratos fica adstrita à vigência dos respectivos créditos 
orçamentários. A regra, portanto, é duração de 1 ano. Exceto em 4 casos: 
 
a)   projetos previstos no PPA (até 4 anos); 
b)   serviços de execução contínua (até 60 meses já com prorrogações + 12 meses 
excepcionais); 
c)   aluguel de equipamentos e programas de informática (até 48 meses); 
d)   forças armadas (até 10 anos) 
 
Os §§ do art. 57 admitem PRORROGAÇÃO (justificada por escrito e autorizada pela 
autoridade + previsão no E/C + na vigência do contrato): é o aumento de prazo com o 
mesmo contratado e nas mesmas condições anteriores. Difere da RENOVAÇÃO: outro 
ajuste com o mesmo objeto (em regra, exige nova licitação....... mas pode manter o mesmo 
contratado em casos de DISPENSA E INEXIGIBILIDADE). 
 
- O art. 57 não se aplica a contrato que não gera despesa (ex.: concessão) porque não 
precisa de crédito orçamentário 
 
- valores acessórios: a) correção monetária (no contrato); b) reajuste (aumento de custo); 
c) revisão (situação extraordinária) 
 
9 - Cláusulas Exorbitantes (cláusulas de privilégio) 
 
- nome e função (conferem poderes contratuais especiais para a AP visando defesa do 
interesse público) 
 
- contratos administrativos têm “natureza de contrato de adesão” (MSZP) 
 
- não precisam estar escritas no contrato (porque estão na lei e derivam da supremacia do 
interesse público) 
 
QUAIS SÃO? 
 
a) exigência de garantia (art. 56, § 1º, da Lei 8666/93) 
 
	
  
	
  
	
  
	
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A escolha da garantia é DIREITO DO CONTRATADO (será devolvida se tudo correr 
bem). Havendo inadimplemento, o PP executa a a garantia (mínimo indenizatório ... 
superando a garantia, o contratado indeniza o restante) 
 
ATENÇÃO: a garantia se limita a até 5% do valor do contrato ou até 10% se houver 
risco financeiro, grande vulto ou alta complexidade 
 
- Se houver bens públicos cedidos ao contratado em depósito, a garantia pode ter 
adição do valor desses bens 
 
b) alteração unilateral (art. 58, I): a alteração pode ser qualitativa (mudança no projeto) ou 
quantitativa (acréscimo ou supressão) 
 
**LIMITES: até 25% (obras, serviços ou compras) ou até 50% (reforma de edifício ou 
equipamento). 
 
A alteração unilateral produz DIREITO AO REEQUILIBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO 
(aumento na remuneração). 
 
c) rescisão unilateral (art. 58, II). Em casos de: 
 
1)   inadimplemento por parte do contratado (sem indenização) (caducidade na 
concessão) 
2)   desaparecimento do objeto, insolvência, falência (sem indenização) 
3)   por razões de interesse público, art. 78, XII (garantida indenização) (fato 
superveniente alheio à vontade das partes 
4)   caso fortuito ou força maior, art. 78, XVII (garantida indenização.... art. 79, §2º) 
 
 
 
 
 
 
d)   fiscalização (art. 67): a AP pode colocar um agente ou terceiro para acompanhar a 
execução do contrato 
 
- art. 71, § 1o + Súmula 331 do TST (na falta de fiscalização, o Estado responde por 
sua omissão) 
 
e) aplicação de penalidades – sanções administrativas (art. 87) 
 
- advertência (escrita) 
- multa (única que pode cumular com outra sanções) 
- suspensão de contratar com o mesmo ente (até 2 anos) 
- declaração de inidoneidade (até 2 anos, vale para qualquer ente, exige reabilitação sob 
pena de permanecer inidônea, só por ministro ou secretário) 
 
	
  
	
  
	
  
	
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•   sempre por processo 
•   não existe gradação 
•   existe desconsideração da personalidade jurídica nas sanções contratuais (STJ) 
 
Há também previsão de CRIMES (arts. 89 a 99) 
 
f) anulação: decorre do poder de autotutela. Extingue o contrato por causa de defeito (se 
o particular não colaborou para causar o vício, será indenizado). 
 
g) outras prerrogativas: para garantir a continuidade da prestação, a Administração pode 
determinar ainda: a) assunção do objeto; b) ocupação e utilização do local, materiais e 
equipamentos; c) execução da garantia; d) retenção dos créditos decorrentes do contrato 
(interrupção de pagamento). 
 
 
 
h) restrição à “exceptio non adimpleti contractus” (exceção do contrato não cumprido) (art. 
78, XV): o particular pode suspender a execução se deixar de receber durante 90 DIAS, 
salvo calamidade, guerra ou grave perturbação. 
 
 
10. Equilíbrio Econômico-Financeiro (art. 37, XXI, da CF) 
 
- significado: o contratado tem direito àpreservação da sua margem de lucro, prevista no 
momento da assinatura do contrato, de modo que sobrevindo fato novo imprevisível que 
aumente o custo, o contrato tem direito ao aumento de remuneração 
 
 Tem como fundamento o princípio contratual do “rebus sic stantibus” e também a 
“teoria da imprevisão”. 
 
ATENÇÃO: melhor usar: 
a) REAJUSTE para atualização do valor frente perdas inflacionárias ou aumento nos 
insumos (normalmente tais circunstâncias têm previsão contratual) 
 
b) REVISÃO/RECOMPOSIÇÃO para alterações no valor efetivo do pagamento 
(circunstâncias insuscetíveis de recomposição por reajuste). 
 
TEORIA DAS ÁLEAS 
 
 Circunstância excepcionais que autorizam revisão (áleas extraordinárias): 
 
 
a) Alteração unilateral do contrato: quando a administração proceda modificações 
quantitativas (art. 65, § 1º) ou qualitativos (art. 65, § 4º) no objeto; 
 
b) Fato do príncipe: evento estatal externo ao contrato que aumenta sua onerosidade 
(evento geral) 
 
	
  
	
  
	
  
	
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c) Fato da administração: causado pelo Poder Público contratante (interno ao contrato e 
não-geral) 
 
d) Sujeições imprevistas (CABM) ou interferências imprevistas (HLM): dificuldades de 
ordem material imprevisíveis. Ex.: encontro de lençol dágua durante escavação (o 
contratado tem direito integral à reparação). 
 
 
10 – Extinção dos contratos 
 
 Pode se dar por CONCLUSÃO DO OBJETO, TÉRMINO DO PRAZO, ANULAÇÃO 
(defeito) ou RESCISÃO. 
 
A lei prevê 3 tipos de rescisão (art. 79): 
 
A)  RESCISÃO UNILATERAL: se houver culpa do contratado, não tem indenização e 
haverá SANÇÃO; não havendo culpa (ex.: rescisão por interesse público) cabe 
INDENIZAÇÃO. 
B)  RESCISÃO AMIGÁVEL: é feita por acordo entre as partes 
C)  RESCISÃO JUDICIAL: feita por inadimplemento do CONTRATANTE ou do 
CONTRATADO (nesse caso, a Adm. pode também rescindir unilateralmente) 
 
Lembrar da anulação/revogação da licitação: art. 49 da Lei 8666/93 
 
 
11 – Contratos em espécie (itens 8.12 e seguintes do capítulo 8 do Manual) 
 
A)   CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO (art. 175 da CF e Lei 8987/95) 
 
- contrato mais importante no BR (contrato-mãe) 
 
Conceito (art. 2o, II, da L8987): Poder Público (poder concedente) delega a PRESTAÇÃO de 
serviço público a PJ ou consórcio privado (concessionária), mediante tarifa (ou preço 
público) paga pelo usuário (tarifa/preço não é tributo por isso pode ser aumentada por ato 
administrativo e cobrança imediata) 
 
- lei específica 
 
- prazo determinado 
- concorrência 
 
- por conta e risco do concessionário (concedente não assume risco da prestação e a 
responsabilidade por prejuízos é DIRETA E OBJETIVA DO CONCESSIONÁRIO) 
 
- admite subconcessão (licitação pelo concessionário + parcial + edital e no contrato) 
 
- não confundir com concessão precedida de obra pública 
 
	
  
	
  
	
  
	
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B)   PERMISSÃO DE SP (art. 174 da CF + art. 40 da 8987/95): nos termos do direito 
brasileiro, a permissão tem natureza de CONTRATO ADMINISTRATIVO (mas para 
a doutrina é ato unilateral, discricionário e precário) 
 
- exige licitação em qq modalidade 
- autorização legislativa 
- natureza precária (revogável a qualquer tempo, desde que haja fato novo) 
- pode favorecer PJ ou PF 
- pode ter prazo indeterminado 
 
 
*** A revogação da permissão gera dever de indenizar? 
Resposta: Depende. Revogação de permissão comum (prazo indeterminado) não 
gera dever de indenizar. Mas na permissão anômala (prazo determinado), a 
revogação antecipada gera dever de indenizar (proteção à confiança legítima: 
quebra de expectativa) 
 
 
C)   CONTRATOS DA 8666/93 
 
- prestação de serviços 
- fornecimento (compra e venda) 
- obra pública (projetos básico e executivo) 
- alienação (art. 17) 
 
 
D)   PPPs (11.079/04) 
 
- tipo de concessão com distribuição objetiva de riscos (responsabilidade 
solidária) entre o parceiro público e o parceiro privado 
- duração 5 a 35 anos 
- valor mudou (a partir de 10 milhões) 
- criação de SPE (o controle fica com iniciativa privada) “pejotização” 
 
 
- admite duas modalidades: 
a) c. patrocinada: tarifa + contraprestação (até 70% pelo PP) 
b) c. administrativa: a Adm é a usuária 
 
- admite arbitragem (art. 11, III) 
- admite inversão de fases (julgamento das propostas antecede a habilitação) 
 
- art. 2o, § 4 (vedações): fornecimento de mão-de-obra, fornecimento e instalação de 
equipamentos ou EXECUÇÃO DE OBRA PÚBLICA 
 
 
 
 
	
  
	
  
	
  
	
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E)   Consórcios Públicos (Lei 11.107/05) 
 
- ajustes de cooperação entre entes federativos 
 
- Pejotização (art. 6o): criação de Pessoa Jurídica (associações públicas ou 
consórcios de direito privado: a nova entidade integra a Administração indireta 
de todos os consorciados) 
 
- a celebração inicia com elaboração protocolo de intenções (art. 4o). Depois o 
protocolo é publicado na imprensa oficial. Por fim, deve ser ratificado por lei 
específica da entidade consorciada 
 
- contrato de programa (dispensa de licitação: art. 24, XXVI, da Lei 8666) 
 
 
 
F)   Contratos do RDC (Lei 12462) 
 
Outras dicas sobre licitação no RDC: 
- usando RDC não há aplicação da Lei 8666/93 
 
fase 1 = edital publicado no DO + site (dispensado DO para obras até 150 mil e demais 
objetos de até 80 mil) 
 
 
fase 2 = invertida (após edital, vem a fase de julgamento das propostas: menor preço ou 
maior desconto, técnica e preço, conteúdo artístico, maior oferta, maior retorno 
econômico) 
 
fase 3 = Habilitação 
 
fase 4 = Recursos (fase única: 5 dias úteis) 
 
fase 5 = Encerramento (homologa e adjudica) 
 
DICA: pode ter sistema aberto ou fechado de lances 
 
CONTRATOS: 
 
- Contratação integrada: PB + PE + obra 
- Pena de suspensão do direito de contratar por até 5 anos 
- Admite mais de 1 empresa para executar o mesmo objeto