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CENTRO UNIVERSITÁRIO JOAQUIM NABUCO FISIOTERAPIA - 3MA DISCIPLINA: HISTOLOGIA APLICADA PROF. MSC. ANA PAULA SANTOS PORTFÓLIO HISTOLÓGICO DE APRENDIZAGEM Portfólio Histológico apresentado por Gleison Rodrigues da Silva na disciplina de Histologia Aplicada como requisito da 2 Avaliação no curso de Fisioterapia do Centro Universitário Joaquim Nabuco. Paulista-PE, 2020 INTRODUÇÃO A histologia humana é a ciência que estuda a estrutura e funções dos tecidos e órgãos que compõem o corpo humano, sendo muito importante seu estudo para entender o funcionamento das tecidos que desempenham papéis fundamentais no corpo. Neste portfólio será abordado os os tecidos e alguns sistemas presente no corpo, apresentando de forma resumida suas funções, onde estão localizadas, suas estruturas. Aqui também há como a fisioterapia pode intervir nesses tecidos. OBJETIVO GERAL: Apresentar como os tecidos se organizam no corpo, quais funções desempenham, suas principais características, e também os órgãos. SUMÁRIO 1. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO E GLANDULAR __________________________ 4 2. TECIDO CONJUNTIVO _________________________________________________________ 7 2.1 TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO ___________________________________ 10 2.2 TECIDO CONJUNTIVO CARTILAGINOSO ________________________________________ 12 2.3 TECIDO CONJUNTIVO ÓSSEO (OSSIFICAÇÃO) ___________________________________ 16 2.4 TECIDO CONJUNTIVO ADIPOSO ________________________________________________ 20 2.5 TECIDO CONJUNTIVO SANGUÍNEO E HEMATOPOIÉTICO _________________________ 24 3.0 TECIDO MUSCULAR ___________________________________________________________ 30 4.0 TECIDO NERVOSO _____________________________________________________________ 36 5.0 SISTEMA TEGUMENTAR _______________________________________________________ 42 6.0 SISTEMA CIRCULATÓRIO ______________________________________________________ 48 7.0 SISTEMA DIGESTÓRIO E ANEXOS _______________________________________________ 53 1. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO E GLANDULAR O tecido epitelial está presente sob duas formas: de revestimento e glandular. O tecido epitelial de revestimento (TER) é o tecido que reveste toda a superfície externa do corpo (epiderme) e as cavidades corporais internas. É caracterizado por possuir células poliédricas e justapostas, pouca substância extracelular e sem a presença de vasos sanguíneos (avascular). Além disso, suas células estão unidas firmemente através dos complexos juncionais. Praticamente todas as células epiteliais estão apoiadas sobre um tecido conjuntivo, que é de onde elas obtêm sua nutrição. Eles estão separados do tecido conjuntivo subjacente pela lâmina basal. A forma das células epiteliais varia muito, desde células colunares altas até células pavimentosas, com todas as formas intermediárias entre estas duas. O núcleo dos vários tipos de células epiteliais tem forma característica, variando de esférico até alongado ou elíptico. As células da epiderme são renovadas na região da membrana basal por divisão celular. Daí, as células migram da camada germinativa em direção à superfície, tornando-se queratinizadas ao longo do caminho. Ao chegarem na superfície, morrem e descamam. Sua origem embrionária vem da ectoderme, mesoderme e endoderme. As suas principais funções são: revestimento (pele), absorção de moléculas (intestino), secreção (glândulas), sensorial (neuroepitélio olfatório e gustativo) e contração (células mioepiteliais). funções do epitélio. medresumos 2016 - histologia Os epitélios podem ser classificados de acordo com o número de camadas de células entre a lâmina basal e a superfície livre e pela morfologia das células epiteliais. Quando o epitélio é composto por uma única camada de células, ele é denominado de epitélio simples; quando ele é composto por mais de uma camada de células, ele é denominado epitélio estratificado. Quanto à morfologia, as células podem apresentar-se pavimentosas (achatadas como pedras de pavimento), cubóides ou colunares (prismática ou cilíndrica). Os epitélios estratificados são classificados apenas pela morfologia das células da camada superficial. Além destas duas grandes classes de epitélios, que são identificados pela morfologia celular, há dois outros tipos distintos: pseudoestratificado e de transição. Portanto, o epitélio simples pode ser: pavimentoso, colunar ou pseudoestratificado; e o epitélio estratificado é classificado em: pavimentoso, cubóide, colunar ou de transição. classificação do T.E.R. medresumos 2016 - histologia. O epitélio acima é simples (apresenta apenas uma camada de células) e colunar. brasilescola.uol.com.br O tecido acima é estratificado (apresenta mais de uma camada de células) e pavimentoso. brasilescola.uol.com.br O tecido epitelial glandular é um epitélio cujas células têm capacidade de liberar alguma substância. Ele se origina de células epiteliais que abandonam a superfície da qual se formaram e penetram no tecido conjuntivo adjacente. Os elementos secretados normalmente são: polipeptídeos, hormônios, substâncias ricas em lipídios e carboidratos, etc. Com base no método de distribuição de seus produtos de secreção, as glândulas são classificadas em dois grandes grupos: Glândulas exócrinas: secretam seus produtos através de ductos, para a superfície epitelial, interna ou externa, da qual se originaram. forma mais simples de glândula exócrina, sendo representadas por células secretoras isoladas em um epitélio. medresumos 2016 - histologia. Glândulas endócrinas: não possuem ductos, tendo perdido suas ligações com o epitélio do qual se originaram, e secretam seus produtos nos vasos sanguíneos ou linfáticos para serem distribuídos. A Fisioterapia Dermato-Funcional, que tem como objetivo a recuperação físico, estético e funcional das alterações decorrentes dos distúrbios endócrinometabólicos, tegumentares, vasculares e de cicatrização do organismo. O fisioterapeuta, por meio de recursos físicos, pode atuar nas diversas alterações do padrão estético como: acne, cicatrizes hipertróficas, fibro edema gelóide, entre outras. Um recurso muito utilizado nessa área é o ácido, os ácidos são todas as substâncias que possuem seu potencial hidrogeniônico (pH) inferior ao da pele, transformando-a em uma região ácida,proporcionando uma descamação cutânea que pode ser desde uma simples esfoliação até o alcance de um peeling. O termo peeling deriva do inglês to peel, que significa descamar,compreendido como um procedimento destinado a produzir uma renovação celular da epiderme. Esses procedimentos são indicados para estimular o processo de renovação celular que ocorre na epiderme, normalmente, a pele jovem demora cerca de 21 dias para promover regeneração celular da epiderme corporal e 14 dias para a epiderme do couro cabeludo, porém se torna mais lenta com o passar do anos, sendo necessários esses tratamentos. 2. TECIDO CONJUNTIVO O tecido conjuntivo ou conectivo, forma um conjunto contínuo com os tecidos epiteliais, muscular e nervoso, a fim de manter o corpo funcionalmenteintegrado. Ele é originado do mesoderma embrionário. Suas funções são; - Sustentação estrutural: estabelecimento e manutenção da forma do corpo. Ligamentos, cartilagens, tendões que prendem os músculos aos ossos. - Servir de meio para trocas: nutrientes e oxigênio. - Defesa e proteção: células fagocitárias e imunocompetentes (que produzem anticorpos) e células produtoras de substâncias farmacológicas (que regulam a inflamação). - Protegem formando uma barreira física contra invasão e traumas mecânicos. - Regeneração. - Armazenamento de gorduras. Esse tecido é caracterizado por ter inúmeros tipos de células, separadas por abundante material extracelular produzido por elas, outra características sua é por ser um grupo diversificado de tecidos com várias funções e também por possuir uma alta vascularização. Sua matriz celular é composta fundamentalmente de fibras que resistem à tração e compressão. A matriz extracelular conjuntiva consiste em diferentes combinações de proteínas fibrosas e de substância fundamental. Elas são: - Substância Fundamental Amorfa (SFA): material hidratado amorfo. É composto por: Glicosaminoglicano (GAGs), Proteoglicanos e Glicoproteínas de Adesão. - Fibras: também é um dos principais constituintes da matriz extracelular e podem ser de três tipos: Fibras Colágenas (Tipo I ao Tipo XX): são fibras inelásticas e possuem grande resistência à tração. São constituídas por subunidades finas ou tropocolágenos. São sintetizados pelos fibroblastos. Fibras Elásticas: são constituídas por elastina (responsável por sua elasticidade), cujos principais componentes são: glicina e prolina, e microfibrilas que dão estabilidade e Fibras Reticulares: pouco resistentes, encontrados em órgãos hematopoiéticos (medula óssea, timo, baço, fígado e rins). - Fluido Intersticial: Água, íons, pequenas moléculas e proteínas de baixo peso molecular. Tecido Conjuntivo Propriamente Dito. Percebe-se uma grande matriz extracelular. todamateria.com.br As células do tecido conjuntivo estão agrupadas em duas categorias: células fixas e células transitórias. As células fixas são populações de células residentes que se desenvolvem e permanecem no local do tecido conjuntivo onde exercem suas funções. Possuem vida longa. Estão incluídos neste grupo os: fibroblastos(cicatrização), pericitos(podem se diferenciar em células de músculos lisos e de células endoteliais após lesões), células adiposas(sintetiza, armazena e libera gorduras), mastócitos(participam no processo inflamatório e nas reações de hipersensibilidade imediata por armazenarem histamina e heparina) e macrófagos(fagocitose). O tecido conjuntivo é classificado em tecido conjuntivo propriamente dito e tecidos conjuntivos especializados (osso, sangue e cartilagem), e ainda existe o tecido conjuntivo embrionário. O tecido conjuntivo embrionário inclui o tecido mesenquimatoso e o tecido mucoso. - O Tecido Mesenquimatoso está presente somente na fase embrionária, formada por células mesenquimatosas (células que possuem atividade mitótica dando origem a maioria das células do tecido conjuntivo frouxo) imersas em uma substância fundamental gelatinosa contendo fibras reticulares dispersas. - O Tecido Mucoso é um tecido conjuntivo frouxo amorfo possuidor de uma matriz gelatinosa composta basicamente de ácido hialurônico e esparsamente povoada por fibras de colágeno tipo I. III e fibroblastos. Este tecido também é denominado geleia de Wharton e é encontrado somente no cordão umbilical e no tecido conjuntivo subdérmico do embrião. tecidos conjuntivos especializados. todamateria.com.br/tecido-conjuntivo/ 2.1 TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO Os quatro tipos reconhecidos tecido conjuntivo propriamente dito são: tecido conjuntivo frouxo, denso, reticular e adiposo. Diferem em sua histologia, localização e função. - Tec. Conjuntivo Frouxo (ou Areolar): é composto por fibras dispostas frouxamente e por células dispersas incluídas em uma substância fundamental gelatinosa. Ele preenche os espaços do corpo abaixo da pele, fica abaixo do revestimento mesotelial da cavidade interna do corpo, está associado à adventícia dos vasos sanguíneos e envolve o parênquima das glândulas. - Tec. Conjuntivo Denso: é formado por uma quantidade maior de fibras e menor de células quando comparado ao tecido conjuntivo frouxo. É classificado quanto a disposição de suas fibras. Pode ser: - Tec. Conjuntivo Denso Não Modelado: as fibras estão dispostas irregularmente. Resistente a trações em todas as direções. - Tec. Conjuntivo Denso Modelado: pode ser de colágeno (composto por fibras de colágenos compactas orientadas em cilindros que resistem a trações). E pode ser também elástico possuindo fibras elásticas paralelas umas as outras, formando lâminas delgadas ou membranas fenestradas. - Tec. Reticular:é formado por fibras de colágeno tipo III secretados pelos fibroblastos. nesta foto podemos reparar em algumas características, como o tecido conjuntivo frouxo se localizando abaixo do epitélio e conjuntivo denso com uma quantidade menor de células porém com mais fibras. medpri.me Um dos problemas que podem ocorrer no tecido conjuntivo é a presença de edemas, que é o aumento do líquido intersticial, seja ele provocado por obstrução de vasos linfáticos por infecções parasitárias, obstrução venosa ou dificuldade de retorno do sangue venoso: insuficiência cardíaca ou por desnutrição que causa redução do volume proteico sanguíneo e diminuição da pressão osmótica. comparações de edemas a um pé normal.alinelage.com.br A fisioterapia dispõe de algumas técnicas e recursos utilizados para o tratamento desses edemas, são eles: drenagem linfática manual, terapias compressivas e exercícios miolinfocinéticos. 2.2 TECIDO CONJUNTIVO CARTILAGINOSO A cartilagem possui uma matriz firme e flexível resistente às tensões mecânicas e secreta a matriz a qual se torna presa. A cartilagem está envolvida na formação óssea endocondral (servindo de molde para os ossos) e formação óssea intramembranosa (formação de ossos chatos a partir de membranas pré-existentes). Características gerais - Tecido conjuntivo especializado, sendo um pouco mais rígido que o TCPD e mais flexível. - Consistência rígida. - Superfície ligeiramente elástica e muito lisa. - Não possui vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. - Tem metabolismo baixo. Funções - Suporte de tecidos moles; - Reveste superfícies articulares; - É essencial para a formação e crescimento dos ossos longos; - Facilita o deslizamento dos ossos longos nas articulações: reveste extremidades ósseas nas articulações protegendo-as de maiores atritos; - Forma o molde inicial de muitos ossos durante o desenvolvimento embrionário. Uma das funções do tecido cartilaginoso é revestir articulações, de forma a facilitar o deslizamento e amortecer choques. biologianet.com Os condroblastos são células situadas no pericôndrio semelhantes a fibroblastos, e estão próximas à cartilagem, podendo facilmente multiplicar-se por mitose. Originam os condrócitos (os condroblastos criam lacunas e formam os condrócitos). Os condrócitos, in vivo, ocupam toda a lacuna; nos preparados histológicos aparecem retraídos. Suasprincipais características são: - Os periféricos são achatados e os centrais mais arredondados; - Tem núcleo grande, nucléolo proeminente, citoplasma pouco corado, muitas mitocôndrias, RER, e Complexo de Golgi desenvolvido; - Secretam colágeno, principalmente o tipo II, proteoglicanas e glicoproteínas; - Vivem sob baixas tensões de oxigênio, degradando a glicose por mecanismo anaeróbio - Os nutrientes chegam do sangue por difusão, através da água de solvatação e pelo bombeamento promovido pelas forças de compressão. O tecido cartilaginoso é constituído por dois tipos celulares (condroblastos e condrócitos) e uma matriz. biologianet.com A composição da matriz é composta por: - Proteoglicanas - Compostos de agrecana preenchem o interstício entre os feixes de fibras colágenas - As cadeias laterais de GAGs das PGs formam pontes eletrostáticas com colágeno. A glicoproteína de adesão condronectina conecta os condrócitos à MEC. Obs¹: O ácido hialurônico liga-se as proteoglicanas, fixando as fibras colágenas, dando à cartilagem a sua resistência característica. A condronectina vai fixar as fibras colágenas às células da cartilagem. Obs²: A consistência firme da cartilagem se deve às ligações eletrostáticas entre as GAGs sulfatados e o colágeno, e à grande quantidade de moléculas de águas presas às GAGs. A cartilagem não tem vasos sanguíneos, linfáticos ou nervos. Suas células recebem nutrientes do tecido conjuntivo vascularizado que o envolve. A matriz extracelular é composta por glicosaminoglicanos, proteoglicanos, fibras de colágeno e fibras elásticas, dando à cartilagem função amortecedora, além disso, cobre a superfície articular dos ossos, possibilitando o deslizamento sem fricção. O pericôndrio é uma bainha de tecido conjuntivo que cobre a maior parte da cartilagem. É composta por uma camada fibrosa externa e uma camada celular interna que secreta matriz extracelular. Ela é vascularizada, fornecendo nutrientes para cartilagem. Suas funções são de servir como fonte de novos condrócitos para o crescimento, além da nutrição da cartilagem. - Externa: fibrosa (colágeno tipo I), com fibroblastos e vasos sanguíneos; - Interna: celular (células condrogênicas). A cartilagem hialina é a mais abundante no corpo e é composta principalmente por fibras de colágeno tipo II. Podem ser encontrados na superfície articular dos ossos, anéis dos brônquios e traquéia, nariz e laringe. Esta cartilagem constitui um molde de muitos ossos durante o desenvolvimento embrionário (forma o primeiro esqueleto do embrião). a cartilagem hialina é originada de células mesenquimatosas que se reúnem para formar massas densas denominadas centro de formadoras de cartilagem. As células da cartilagem hialina são: - Células Condrogênicas: são células fusiformes originadas de células mesenquimatosas e podem se diferenciar em condroblastos e células osteoprogenitoras. - Condroblastos: são originadas de duas fontes: as células condrogênicas da camada celular externa do pericôndrio e as células mesenquimatosas. - Condrócitos: são condroblastos envolvidos pela matriz extracelular. A matriz extracelular em torno dos condrócitos e pobre em colágeno e rica em condroitino-sulfato, o que contribui para a basofilia, metacromasia (capacidade de mudar a cor do corante) e a reação PAS+ (para determinar a presença do muco) dessa região (Matriz Territorial); A Matriz Interterritorial é mais rica em colágeno II e pobre em proteoglicanas. A matriz da cartilagem hialina é formada por fibras de colágeno tipo II, proteoglicanos e fluídos e extracelular. A matriz extracelular é dividida em duas regiões: matriz territorial, rica em colágeno e pobre em proteoglicanos; e a matriz interterritorial, pobre em colágeno tipo II e rica em proteoglicanos. A cartilagem elástica assemelha-se a cartilagem hialina exceto por possuir fibras elásticas na matriz e no pericôndrio. Está presente no pavilhão da orelha, tuba auditiva interna e externa, epiglote e laringe. Ao contrário da cartilagem hialina e elástica, a fibrocartilagem não possui pericôndrio e sua matriz possui fibras de colágeno tipo I. Ela está presente nos discos intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares e ligadas aos ossos. Alguns hormônios possuem alguns efeitos sobre a cartilagem como estimular ou inibir o crescimento da cartilagem e a formação da matriz, e algumas vitaminas possuem efeitos como reduzir a largura dos discos epifisários, acelerar calcificação dos discos epifisários, inibir a síntese da matriz e modificar arquitetura do disco epifisário, levando ao escorbuto e também quando a matriz não se calcifica verdadeiramente causando raquitismo. Assim como já vimos na parte de tecido epitelial, a fisioterapia dermatofuncional pode atuar nas diversas alterações do padrão estético como: acne, cicatrizes, hipertrofias e etc. Podendo destacar as estrias, que são caracterizadas por uma atrofia da pele, devido ao rompimento das fibras elásticas presentes na derme. Elas formam lesões paralelas, surgindo principalmente nas coxas, nádegas, abdômen, mamas e dorso do tronco ( nos homens). Existem alguns recursos utilizados para melhorar, como a galvanopuntura ou eletrolifting. Esta técnica pode ser aplicada utilizando eletros com ou sem agulha. Consiste na utilização da corrente galvânica atuando em microamperagem (µA) com o objetivo de suavizar estrias e alterações das linhas de expressão que se formam na face devido à contração muscular. aplicação. nemtudoedefisio.wordpress.com 2.3 TECIDO CONJUNTIVO ÓSSEO Os ossos formam o esqueleto, estrutura essencial de sustentação do corpo humano. Ele também protege órgãos vitais como o encéfalo, medula espinhal, coração e pulmão além de servir de local para inserção de músculos, participando do sistema locomotor e participar do armazenamento de minerais, principalmente o cálcio. Os ossos contêm uma cavidade interna que abriga a medula óssea, órgão hematopoiético responsável pela produção das células do sangue. Todos os ossos são recobertos, tanto na superfície interna como na externa, por camadas de tecido contendo células osteogênicas. Internamente, tem-se o endósteo (tecido conjuntivo frouxo), que contém uma camada de células osteogênicas e osteoblastos. Externamente, o osso é revestido pelo periósteo (tecido conjuntivo denso), que nele é composto por fibras externas de colágeno tipo I e substância fundamental rica em proteoglicanos e glicoproteínas. O tecido ósseo é um tecido resistente que forma os nossos ossos. https://brasilescola.uol.com.br A matriz óssea, considerada como material extracelular calcificado, é constituída por componentes orgânicos e inorgânicos. Como não existe a difusão de substâncias através da matriz calcificada do osso, a nutrição dos osteócitos depende de canalículos que perfuram esta matriz. Esses canalículos possibilitam as trocas de moléculas e íons entre os capilares sanguíneos e os osteócitos. A parte inorgânica dos ossos constitui cerca de 65% de seu peso seco. Os principais constituintes são: cálcio, fósforo, magnésio, citratos e bicarbonato. O cálcio e fósforo estão presentes na forma de cristais de hidroxiapatitaque está ordenada entre as fibras de colágeno tipo I dando ao osso força e dureza. Os cristais atraem água formando a capa de hidratação, permitindo trocas de íons com o fluido extracelular.O componente orgânico do osso é composto principalmente por fibras de colágeno tipo I, mas também é possível identificar outras estruturas como glicosaminoglicanos sulfatados. As células osteoprogenitoras são originárias das mesenquimatosas embrionárias, elas têm a capacidade de realizar mitose e se diferenciar em osteoblastos. As células osteoprogenitoras são mais abundantes no período de crescimento ósseo intenso. Os osteoblastos são produzidos a partir da diferenciação das células osteoprogenitoras, sua principal função é a secreção de matriz óssea orgânica. Estão localizados na superfície dos ossos como células colunares ou cubóides. Além disso, os osteoblastos lançam prolongamentos curtos que entram em contato para formar as junções comunicantes. Ao fazer a exocitose da matriz óssea, os osteoblastos vão se envolvendo por essa matriz, ficando situados em regiões denominadas lacunas, para formar os osteócitos. A maior parte da medula óssea vai ser calcificada entre a matriz e os osteoblastos formando-se uma camada delgada que os separam: o osteóide. Os osteócitos são células ósseas maduras derivadas dos osteoblastos que ficaram aprisionados dentro das lacunas da matriz extracelular calcificada. Das lacunas, irradiam canalículos que abrigam os prolongamentos citoplasmáticos dos osteócitos. Esses prolongamentos entram em contato entre si, formando junções comunicantes, permitindo a comunicação de íons e pequenas moléculas. Os osteócitos são essenciais para a produção da matriz óssea, e sua morte é seguida por reabsorção da matriz. Os osteoclastos são células gigantes e multinucleadas derivadas de um precursor na medula óssea comum com os monócitos: a célula progenitora granulocítica macrófago. Os osteoclastos desempenham papel na reabsorção óssea (participam dos processos de remodelação dos ossos). Obs: A atividade de reabsorção óssea dos osteoclastos é regulado por dois hormônios: o paratormônio (estimula os osteoblastos a liberar OPGL, estimulando, assim, a ação dos osteoclastos) e a calcitonina, produzidos respectivamente pela paratireóide e tireóide. células do tecido ósseo. medresumos 2016 histologia Os ossos são classificados de acordo com sua forma anatômica: - Ossos Longos: Corpo situado entre duas cabeças. Ex: Tíbia - Ossos Curtos: Possuem aproximadamente mesma largura e comprimento. Ex: Ossos do Carpo - Ossos Chatos: São achatados delgados semelhantes a placas. Ex: Ossos da caixa Craniana - Ossos Irregulares: Têm forma irregular. Ex: Esfenóide e Etmóide - Ossos Sesamóides: Formam-se dentro de tendões. Ex: Patela Em uma observação mais atenta aos ossos é possível classificar os ossos em compactos e esponjosos. Além disso, é possível identificar nos ossos esponjosos as trabéculas e espículas. Estas se projetam da a superfície interna do osso compacto para a cavidade da medula. A medula óssea é composta por dois tipos: medula óssea vermelha, produtora de células do sangue e a medula amarela constituída principalmente por gordura. O corpo de um osso longo é composto por duas epífises separadas pela diáfise. Em pessoas em crescimento é possível identificar a placa epifisária, que separa a diáfise da epífise. A superfície articular dos ossos é revestida por cartilagem hialina, altamente polida, que reduz a fricção dos ossos que se articulam. A placa epifisária e a metáfise são responsáveis pelo crescimento do osso em comprimento. A diáfise é coberta pelo periósteo exceto nos tendões e onde os músculos se inserem no osso e na superfície articular dos ossos. O periósteo é formado por tecido conjuntivo denso não-modelado, rico em fibras colágenas e são fixas nos ossos pelas fibras de Sharpey. A camada externa ajuda a distribuir o suprimento sanguíneo enquanto a camada celular interna possui células osteoprogenitoras e osteoblastos. observação macroscópica de um osso. meresumos 2016 histologia Na observação microscópica é possível identificar dois tipos de ossos: Primário e secundário. - Primário (Imaturo/não lamelar): é o primeiro osso a se formar durante o desenvolvimento fetal e durante a reparação óssea. Ele é rico em osteócitos e em feixes de colágeno não modelado, que, mais tarde serão substituídos por osso secundário. - Secundário (maduro/lamelar): é osso maduro composto por lamelas paralelas ou concêntricas. Nesses ossos apresentam trabéculas que se ligam com lacunas vizinhas formando uma rede de canais intercomunicantes, que facilitam o fluxo de nutrientes hormônios, íons e produtos do catabolismo dos e para os osteócitos. Durante o desenvolvimento embrionário, a formação do osso pode ocorrer de duas maneiras: intramembranosa ou endocondral. O primeiro osso a se formar é o osso primário, que mais tarde será reabsorvido e substituído pelo secundário, que permanece por toda vida e é reabsorvido lentamente. A calcificação começa quando há deposição de fosfato de cálcio sobre a fibrila de colágeno. Esta calcificação é estimulada por alguns proteoglicanos e pela osteonectina. No adulto, a formação e a reabsorção de osso permanecem em equilíbrio, enquanto o osso é remodelado para atender às forças aplicadas sobre ele. A estrutura interna do osso adulto é remodelada continuamente com novo osso sendo formado e o osso morto ou o que está morrendo, sendo absorvidos. Após uma lesão, osso sofre uma série de processos de reparo (formação óssea intramembranosa e endocondral) responsável pela volta de sua integridade. As articulações podem ser classificadas em : - Diartroses ou Articulações Sinoviais: são articulações móveis que permitem movimentos amplos. - Sinartroses ou Articulações Fibrosas: As articulações fibrosas incluem todas as articulações nas quais os ossos são mantidos por tecido conjuntivo fibroso também conhecido como ligamento sutural. Sincondroses:cartilagem do tipo hialina que, com o passar do tempo (fim do crescimento), ossificam, passando a se chamar sinostoses e Sindesmoses: articulações fibrosas localizadas entre os ossos longos do esqueleto apendicular do antebraço e da perna. Um dos problemas que podem acometer o tecido ósseo é a osteoporose, que é a diminuição da massa óssea devido à queda dos níveis de estrógeno, diminuindo a atividade de osteoblastos. Com isso, a reabsorção óssea por meio dos osteoclastos passa a ser maior. Na osteoporose, a fisioterapia é indicada para prevenir complicações, como deformidades e fraturas ósseas, e também fortalecer os músculos, ossos e articulações, para assim melhorar a qualidade de vida do paciente. Ela ainda conta com os benefícios cardíacos e respiratórios, além de melhorar o equilíbrio da pessoa, que ajuda também a evitar quedas. comparação entre um osso normal e um com osteoporose. https://drauziovarella.uol.com.br 2.4 TECIDO CONJUNTIVO ADIPOSO As células adiposas são células completamente diferenciadas cuja função é sintetizar, armazenar e liberar gorduras. Os adipócitos são originados de células mesenquimatosasindiferenciadas (tecido conjuntivo mesenquimatoso). Eles funcionam na síntese e armazenamento de triglicerídeos. Constitui cerca de 20 à 25% do peso corporal na mulher, estando mais concentrado no quadril, coxas, nádegas e seios, e cerca de 15 à 20% no homem, localizando-se principalmente na região abdominal. O tecido adiposo é composto por adipócitos uniloculares e multiloculares. As principais diferenças estão relacionadas a vascularização e a atividade metabólica. Suas funções são: - Reserva energética. - Modelamento do corpo. - Proteção contra impactos. - Isolamento térmico do organismo. - Preenchimento de espaços. - Manutenção de certos órgãos em suas posições normais. - Atividade secretora: o tecido adiposo pode ser considerado a maior glândula do corpo, pois secreta a leptina que atua em nível de hipotálamo dando a sensação de satisfação. Acredita-se que o tecido adiposo seja originado por dois processos distintos: (1) formação primária de gordura que ocorre na vida fetal por grupo de células epitelióides precursoras, que se localizam em locais específicos do feto, acumulando gotículas de lipídios na forma de tecido adiposo multilocular. (2) No fim da vida fetal, as células precursoras fusiformes, diferenciam-se em muitas áreas do tecido conjuntivo do feto formando uma única gotícula em cada célula, compondo o tecido adiposo unilocular. histogênese do tecido adiposo. medresumos 2016 histologia O tecido adiposo unilocular tem algumas características como, a cor do tecido unilocular varia entre branco e amarelo escuro dependendo da dieta, apresenta uma única gotícula de gordura e é fortemente irrigada por vasos sanguíneos que formam redes de capilares em todos os tecidos, suas células contêm receptores para várias substâncias como insulina, hormônio de crescimento, noradrenalina e glicocorticóides, que facilitam a captação e liberação de ácidos graxos livres e glicerol. - Principal reserva de energia a longo prazo - Coloração amarela devido a presença de caroteno - Extremamente vascularizado - Lipídios sob a forma de triacilgliceróis - Possuem septos envolvendo cada adipócito dos quais partem fibras reticulares - Acúmulo influenciado pelo sexo, idade e estado de nutrição - Distribuição: criança nos panículo adiposo, na mulher: mamas, quadris, nádegas, coxas e axilas e no homem: nuca, parte inferior da barriga, costas e flancos. Já as características do tecido adiposo multilocular é que armazenam gorduras em gotículas múltiplas, apresentam cor marrom avermelhada e está presente em muitas espécies de mamíferos que hibernam, no recém-nascido humano, localiza-se na região do pescoço e na região interescapular, quando amadurecem, essas gorduras coalescem tornando-se semelhantes a tecido adiposo unilocular. - Serve para dissipar energia (principalmente em forma de calor) em vez de armazenar - Coloração devido ao alto conteúdo de citocromos das mitocôndrias e ao extenso suprimento sanguíneo. - Lipídios sob a forma de triacilgliceróis. - Principal papel termorregulação, fundamental para recém-nascidos. - Distribuição: Escasso em pessoas adultas, Feto e recém-nascidos: representa 2 a 5% do peso corporal (escápulas, nas axilas, na região da nuca e ao longo dos grandes vasos sanguíneos). À esquerda, é possível observar o tecido adiposo multilocular, enquanto, à direita, está presente o tecido adiposo unilocular. https://brasilescola.uol.com.br Durante a digestão a gordura é cindida no duodeno pela lípase pancreática em ácidos graxos e glicerol. O epitélio intestinal absorve essas substâncias e as transforma no retículo endoplasmático liso em triglicerídeos que são envolvidos por proteínas formando os quilomícrons. Além disso, lipoproteínas de baixa densidade (VLDL) sintetizada pelo fígado e ácidos graxos ligados à albumina também estão presentes no sangue. No fígado, as células adiposas armazenam VLDL e glicose. A gordura localizada é uma disfunção que atinge o tecido adiposo, onde essa gordura acaba se acumulando em algumas áreas mais do que em outras. A fisioterapia dermato-funcional vem sendo procuradas para a resolução deste problema de formas menos invasivas possíveis, como a eletrolipólise. A Eletrolipólise é uma técnica que utiliza corrente elétrica despolarizada de baixa ou média frequência (entre 1 e 4.000Hz), com a finalidade de redução da gordura localizada. A frequência de 30Hz: que atua diretamente sobre o adipócito pela estimulação elétrica das terminações do sistema nervoso simpático. Esta estimulação age de forma a desencadear uma liberação do AMP cíclico intra adipocitário, gerando a lipólise. resultado após o tratamento com eletrolipólise. https://blogfisioterapia.com.br 2.5 TECIDO CONJUNTIVO SANGUÍNEO E HEMATOPOIÉTICO Tecido sanguíneo O sangue é um fluido viscoso, levemente alcalino cuja cor varia de vermelho brilhante a vermelho escuro, e que corresponde a aproximadamente 7% do peso do corpo. O volume total do sangue em um adulto normal é de cerca de 5L, e ele circula por todo corpo, dentro dos limites do sistema circulatório. O sangue é um tecido conjuntivo especializado composto por elementos figurados – hemácias, glóbulos brancos e plaquetas em suspensão em um componente fluído (matriz extracelular) denominado plasma. tecido sanguíneo e seus componentes. medresumos 2016 histologia Suas características: - Fluido viscoso - Origem mesodérmica - Correspondendo a aproximadamente 7% do peso corporal - Cor variando de vermelho brilhante (arterial) a vermelho escuro (venoso) - Pouco mais denso que a água (1,060) - Sabor salgado - pH ligeiramente alcalino (7,35 a 7,45) Suas funções: - Transportar gases e alimentos de que necessita as células do organismo. - Receber dessas células os produtos do metabolismo e transportá-los para serem excretados. - Distribuir os produtos das glândulas de secreção interna. - Transportar eletrólitos. - Auxiliar o equilíbrio acidobásico, da temperatura e osmótico do organismo. - Contribuir para defesa do organismo O plasma é uma solução aquosa contendo componentes de pequeno e de elevado peso molecular, que correspondem a 10% do seu volume. As proteínas plasmáticas correspondem a 7% e os sais inorgânicos a 0,9%, sendo o restante formado por compostos orgânicos diversos, tais como: aminoácidos, vitaminas, hormônios e glicose. As proteínas presentes no plasma são: - Albumina: maior proteína do corpo responsável por manter a pressão osmótica coloidal e transporta alguns metabólitos insolúveis. - Globulina (α e β): transportam íons metálicos, lipídios ligados a proteínas e vitaminas lipossolúveis. - Globulina γ: anticorpos da defesa imunológica. - Proteínas da Coagulação (protrombina e fibrinogênio): formação de filamentos de fibrina. - Proteínas do Complemento (C1 a C9): destruição de micro-organismos e início da inflamação. - Lipoproteínas do Plasma (quilomícrons, VLDL e LDL) As hemácias são as células mais numerosas do sangue sendo responsáveis pelo transporte de oxigênio e CO2 para e dos tecidos do corpo. São células anucleadas de formato bicôncavo (nos humanos) que contém grande quantidade de hemoglobina, proteína transportadora de O2. Com esse formato, a hemácia normal proporciona grande superfície em relação ao volume, o que facilita as trocas de gases. Sobre os tipos sanguíneos podemos classificar: - Sistema ABO - Tipo A: antígeno A; anticorpo anti-B - Tipo B: antígeno B; anticorpo anti-A - Tipo O: sem antígeno; anticorpo anti-A e B - Tipo AB: antígenos A e B; sem anticorpos -Sistema RH - Rh (+) contém antígeno denominado fator Rh - Rh (-) não contém antígeno denominado fator Rh - Doador universal: Tipo O (-) - Receptor universal: Tipo AB (+)hemácias e leucócitos. todoestudo.com.br Os leucócitos são classificados em duas categorias principais: - Granulócitos: possuem grânulos citoplasmáticos específicos. São: neutrófilos, eosinófilos e basófilos. - Agranulócitos: não possui grânulos específicos. São: linfócitos e monócitos. Ao contrário das hemácias, os leucócitos não agem na corrente sanguínea, mas usam-na como um meio de transporte de uma região do corpo para outra. Realizam diapedese. Neutrófilos constituem a maioria da população dos glóbulos brancos. Eles são fagócitos ávidos, destruindo bactérias que invadem os espaços do tecido conjuntivo. São polimorfonucleares, com núcleos formados de 2 a 5 lóbulos (mais frequentemente, 3 lóbulos) ligados entre sí por pontes de cromatina. Eosinófilos são muito menos numerosos do que os neutrófilos. Fagocitam complexos antígeno-anticorpo e matam parasitos invasores. Basófilos são semelhantes aos mastócitos (células do tecido conjuntivo que liberam heparina e histamina nas reações de hipersensibilidade imediata) apesar de terem origens diferentes. O citoplasma é carregado de grânulos maiores do que o dos outros granulócitos, os quais muitas vezes obscurecem o núcleo. Os basófilos liberam agentes farmacológicos que iniciam, mantêm e controlam o processo inflamatório. Os linfócitos são agranulócitos e formam a segunda maior população de glóbulos brancos do sangue. Dependendo das moléculas localizadas em sua superfície, podem ser separados em dois tipos principais: linfócitos B e T. Depois de estimulados por um antígeno específico os linfócitos B e T ativam-se, proliferam-se e diferenciam-se em duas subpopulações: - Células da memória: não participam da resposta imunológica, mas permanecem como um clone pronto para montar uma resposta contra exposições futuras a um determinado antígeno. - Células efetoras (executoras e nulas): podem ser classificadas em B e T. - As células efetoras B se diferenciam em plasmócitos que produzem anticorpos contra antígenos. - Já as células efetoras T se diferenciam em células citotóxicas T (LTc)- CD8 (exterminadoras), que entram em contato físico e matam as células estranhas ou as alteradas por vírus; e as células auxiliares T (LTh)– CD4, responsáveis pelo início e desenvolvimento da maioria das respostas imunológicas humorais ou celulares. - As células nulas são compostas por duas populações distintas: células tronco (circulantes, que dão origem a todos os elementos figurados do sangue) e as células natural killer (matam algumas células estranhas e as alteradas por vírus, sem a influência do timo ou de linfócitos T). Os monócitos são as maiores células circulantes do sangue e migram para os espaços do tecido conjuntivo onde são denominados de macrófagos. Células de núcleo ovóide, em forma de rim ou ferradura, geralmente excêntrico. Ao se converterem em macrófagos, fagocitam material e partículas indesejáveis, produzem citocinas necessárias para respostas inflamatórias e imunológicas e apresentam epítopos a linfócitos T. tipos de leucócitos. sobiologia.com.br Obs¹: são funções dos leucócitos: - Fagocitose: função pela qual certas células animais (amebas, fagócitos) absorvem partículas, micróbios, englobando-os por pseudópodes, a fim de digeri-los. - Quimiotaxia: reação de células ou de organismos a estímulos químicos, gerando um tipo de guia até o local onde a célula é necessária. - Movimento Amebóide: projeções de pseudópodes semelhantes aos da ameba. - Diapedese: passagem de glóbulos brancos através das paredes (fenestrações) de vasos capilares. As plaquetas são pequenos fragmentos celulares anucleados (mas contém organelas), discóides, derivados dos megacariócitos da medula óssea. Em caso de lesões, as plaquetas atuam limitando a hemorragia ao revestimento endotelial do vaso sanguíneo através da formação da rede de fibrina. A hemostasia é o processo de prevenir a perda de sangue pelos vasos intactos e de parar o sangramento de vasos rompidos. Se dá no seguinte processo: 1.Vasoconstrição. 2.Agregação de plaquetas. 3.Coagulação sanguínea Tecido hematopoiético O tempo de vida limitado das células do sangue exige sua renovação constante, a fim de manter constante a população de células circundantes. A hematopoese (hemocitopoiese) é o processo responsável pela formação de células a partir de outras células precursoras existentes na medula óssea. Ela pode ocorrer tanto no período pré-natal quanto no pós-natal. tecido hematopoiético. infoescola.com A cavidade da medula dos ossos longos e dos interstícios entre as trabéculas dos ossos esponjosos abriga um tecido macio, gelatinoso, altamente vascularizado e muito rico em células, denominado medula óssea. Ela está isolada do osso pelo endósteo e constitui cerca de 5% do peso total do corpo. A medula óssea é a principal responsável pela formação de células do sangue (hematopoese) e por sua entrada na circulação sanguínea. A medula óssea também cria um microambiente favorável para grande parte do processo de maturação dos Linfócitos B e para maturação inicial dos Linfócitos T (que será completa no timo). Na vida pós-natal, os eritrócitos, granulócitos, linfócitos, monócitos e plaquetas se originam a partir de células-tronco da medula óssea vermelha. Conforme o tipo de glóbulo formado, o processo recebe os seguintes nomes: eritropoese, granulocitopoese, linfocitopoese, monocitopoese e megacariocitopoese. Muitos linfócitos são formados na medula óssea, porém existe proliferação dessas células nos órgãos linfáticos, a partir de linfócitos originados na medula óssea. As células sanguíneas passam por muitos estágios de diferenciação e maturação na medula óssea, antes de passarem para o sangue. células-tronco pluripotentes. infoescola.com Acredita-se que todas as células sanguíneas derivam de um único tipo celular da medula óssea, por isso recebe o nome de célula-tronco pluripotente. Estas últimas proliferam e originam duas linhagens: a das células linfóides, que vai dar origem aos linfócitos, e a das células mielóides, que origina os eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas. Durante sua diferenciação, os linfócitos são transportados pelo sangue para os linfonodos, timo, baço e outros órgãos linfáticos, onde proliferam. A hematopoese resulta da proliferação e diferenciação simultâneas de células-tronco que, à medida que se diferenciam, vão reduzindo sua potencialidade. As células-tronco mielóides originam hemácias, granulócitos, monócitos e megacariócitos, aparecendo todos esses tipos celulares na mesma colônia. As células-tronco linfóides originam apenas linfócitos. O processo de hematopoese depende de alguns fatores, como: um microambiente adequado e da presença de fatores de crescimento. Esses fatores são substâncias denominadas fatores de crescimento ou fatores estimuladores de colônias, responsáveis por estimular a proliferação e a diferenciação das células imaturas e a atividade funcional das células maduras. A “estirpe mielóide” diz respeitos aos eritrócitos, plaquetas, leucócitos granulares (neutrófilos, basófilos e eosinófilos) e monócitos-macrófagos. O nome do desenvolvimento dessas células recebe o nome de mielopoiese.A “estirpe linfóide” diz respeitos, unicamente, aos linfócitos, que podem ser do tipo linfócito B e linfócito T, sendo conhecido por linfopoiese o desenvolvimento dessas células. - Eritrocitopoiese: de acordo com o grau de maturação, as células eritrocíticas são chamas de: proeritroblastos, eritroblastos basófilos, eritroblastos policromáticos, eritroblastos ortocromáticos (ou acidófilos), reticulócitos e hemácias. - Granulocitopoiese: o mieloblasto é a célula mais imatura já determinada para formar exclusivamente os três tipos de granulócitos. Quando surge nela granulações citoplasmáticas específicas, ela passa a receber o nome de promielócito neutrófilo, eusinófilo ou basófilo, de acordo com o tipo de granulação presente. Os estágios seguintes de maturação são o mileócito, o metamielócito, o granulócito com núcleo em bastão e o granulócito maduro (neutrófilo, eosinófilo e basófilo). - Monopoiese: as plaquetas se originam na medula óssea vermelha pela fragmentação de pedaços do citoplasma dos megacariócitos. Este, por sua vez, forma-se pela diferenciação dos megacarioblastos. - Linfocitopoiese: processo de formação dos linfócitos. A célula mais jovem da linhagem é o linfoblasto, que forma o prolinfócito, formando este, por sua vez o linfócito maduro. O linfócito B sai maduro da medula óssea, enquanto que os linfócitos T migram para o timo para completarem o processo de maturação. 3.0 TECIDO MUSCULAR Trata-se do tecido formado por fibras musculares e que está presente em múltiplos pontos do nosso corpo. O tecido muscular é um tecido de origem mesodérmica caracterizado pela presença de células alongadas, denominadas de fibras musculares ou miócitos, com um citoplasma rico em fibras proteicas, que conferem a esse tecido a capacidade de contração, capacidade essa que promove produção dos movimentos corporais, estabilização das posições corporais, regulação do volume dos órgãos, movimento de substâncias dentro do corpo, produção de calor, etc. Sua estrutura macroscópica se organiza da seguinte forma: https://www.biologianet.com/biologia-celular/o-que-celula.htm Tipos de Músculos Existem três tipos de tecido muscular: Músculo Liso (ML)Músculo Estriado Cardíaco (MEC) Músculo Estriado Esquelético (MEE). Existem diferenças entre eles quanto à microscopia, localização e voluntariedade. No primeiro caso, o cardíaco e o esquelético apresentam um aspecto de estrias pelo posicionamento das miofibrilas no sarcômero, que é a unidade funcional muscular; no liso existe uma disposição diferente. Este último está presente na parede da maior parte das vísceras ocas do corpo, como estômago, intestino, bexiga urinária, vasos sanguíneos, etc. O cardíaco e o esquelético, como os próprios nomes sugerem, localizam-se no coração (miocárdio) e presos ao esqueleto, respectivamente. A única contração que se dá de forma voluntária é a do MEE. 1. Tecido muscular cardíaco: Localizam-se no coração apresenta miócitos estriados com um ou dois núcleos centrais. e apresenta contração independente da vontade do indivíduo (contração involuntária) e suas células são compostas apenas de um único núcleo, sendo por isso chamadas de células mononucleadas. Quase metade do volume celular é ocupada por mitocôndrias, o que reflete a dependência do metabolismo aeróbico e a necessidade contínua de ATP. Glicogênio e gotículas lipídicas formam o suprimento energético. Como o consumo de oxigênio é alto, há uma abundante quantidade de mioglobina. O retículo endoplasmático é relativamente esparso. Como as células têm vida longa, com o avançar da idade, acumulam lipofucsina. O coração humano um órgão cavitário (que apresenta cavidade), basicamente constituído por três camadas: ● Pericárdio – é a membrana que reveste externamente o coração, como um saco. Esta membrana propicia uma superfície lisa e escorregadia ao coração, facilitando seu movimento ininterrupto; ● Endocárdio – é uma membrana que reveste a superfície interna das cavidades do coração; ● Miocárdio – é o músculo responsável pelas contrações vigorosas e involuntárias do coração; situa-se entre o pericárdio e o endocárdio. 2. Músculo estriado esquelético: O tecido muscular estriado esquelético é formado por feixes de fibras cilíndricas muito longas e multinucleadas(Os núcleos dessas células estão localizados na periferia, próximos ao sarcolema, membrana plasmática das células do tecido muscular), conhecidas por fibras musculares estriadas esqueléticas. Esses feixes são envolvidos pelo epimísio, uma membrana externa de tecido conjuntivo denso. Destas membranas partem septos de tecido conjuntivo muito fino, chamados perimísios, por onde os vasos sanguíneos entram nos músculos. São músculos de movimentos voluntários. As células musculares esqueléticas do adulto não se dividem. No entanto, é possível a formação de novas células no processo de reparo após lesão ou de hipertrofia decorrente do exercício intenso, através da divisão e fusão de mioblastos quiescentes, as células satélites. Elas são fusiformes, mononucleadas, com o núcleo escuro e menor do que aquele da célula muscular. Estão posicionadas entre a lâmina basal e a membrana plasmática dessa célula. As células do músculo estriado esquelético apresentam estriações transversais, por isso a denominação de músculo estriado. Essa estriação é formada pela alternância entre uma faixa clara e uma escura. A faixa escura é denominada de banda A e apresenta filamentos contráteis finos (actina) e espessos (miosina). Já a faixa clara recebe o nome de banda I e apresenta apenas filamentos contráteis finos (actina). Possuem a linha Z, é uma linha transversal escura que se localiza no centro da banda I. A banda H é uma linha clara localizada no centro da banda A. Essas partes formam unidades conhecidas como sarcômeros, que estão localizadas entre duas linhas Z e possuem uma banda A entre duas semibandas I. Uma repetição linear de sarcômeros forma uma miofibrila. https://www.infoescola.com/biologia/fibra-muscular/ https://www.infoescola.com/histologia/tecido-conjuntivo-denso/ 3. Tecido muscular liso: O tecido muscular liso, também chamado de tecido muscular não estriado ou tecido muscular visceral, é constituído por células mononucleadas e alongadas. Esse tipo de músculo pode ser encontrado nas paredes dos órgãos ocos, como estômago, útero, bexiga, artérias, veias, vasos sanguíneos, etc. O núcleo é único central, alongado ou, quando as células estão contraídas, pregueado, em formato de saca-rolhas. O citoplasma perinuclear contém retículo endoplasmático rugoso, ribossomas livres, Golgi, retículo endoplasmático liso, mitocôndrias e glicogênio. O mecanismo de contração do músculo liso é uma modificação do mecanismo dos filamentos deslizantes. No início da contração, os filamentos de miosina aparecem e os de actina são puxados em direção e por entre eles. O deslizamento dos filamentos de actina aproxima os corpos densos levando ao encurtamento da célula. As fibras musculares individuais podem sofrer contrações peristálticas parciais. Durante o relaxamento, os filamentos de miosina diminuem em número, desintegrando-se emcomponentes citoplasmáticos solúveis. As fibras musculares lisas são capazes de contração espontânea que pode ser modulada pela inervação autônoma. Ambas as terminações nervosas, simpática e parassimpática, estão presentes e exercem efeitos antagônicos. Em alguns órgãos, a atividade contrátil é aumentada pelos nervos colinérgicos e diminuída pelos nervos adrenérgicos, enquanto em outras ocorre o oposto O músculo liso, assim como o músculo estriado cardíaco, apresenta movimentos involuntários e age no organismo de diversas formas: ● Empurrando o alimento ao longo do tubo digestório; ● Regulando o fluxo de ar dos pulmões, através do controle do diâmetro dos brônquios e bronquíolos; ● Regulando o fluxo de sangue para regiões do corpo através do controle do diâmetro dos vasos sanguíneos; ● Controlando a intensidade da luz que chega aos olhos, por meio da regulação do diâmetro da pupila; ● Ajudando durante o parto com a contração do útero, etc. O músculo liso pode ser dividido em dois grandes tipos: Músculo Liso Multiunitário: é composto por fibras musculares separadas e discretas, que se contraem independentemente das outras, alguns exemplos desses músculos são o músculo ciliar do olho, o músculo da íris e o músculo piloeretores que causam a ereção dos pêlos quando estimulados pelo sistema nervoso simpático. Músculo Liso Unitário: milhares de fibras musculares lisas que se contraem juntas, que são ligadas por muitas junções comunicantes, das quais os íons fluem livremente de uma célula para outra, de forma que os potenciais de ação, ou o simples fluxo de íons, podem passar de uma fibra para a seguinte e fazer com que se contraiam em conjunto, esse tipo de músculo pode ser encontrado nas paredes da maioria das vísceras do corpo, incluindo o intestino, os ductos biliares, os ureteres, o útero e muitos vasos sanguíneos. Cada célula do tecido muscular liso é envolvida por um revestimento constituído por uma rede de filamentos de proteína chamado de endomísio. Esse tipo de musculatura não apresenta perimísio (envoltório interno constituído de tecido conjuntivo rico em fibras colágenas) e nem epimísio (envoltório resistente de tecido conjuntivo, rico em fibras colágenas, que recobre todo o músculo). Contração Muscular Para que se processe a contração muscular, além do estímulo representado pelo influxo nervoso, cujo modo de ação é ainda discutido, concorrem dois outros elementos: a substância contrátil e a energia para contração. A substância contrátil do músculo é representada pela actomiosina e a energia para a contração é fornecida pelo ATP (ácido adenosintrifosfórico), substância dotada de radicais fosfóricos ricos em energia, normalmente o ATP muscular é https://www.infoescola.com/biologia/sistema-nervoso/ https://www.infoescola.com/quimica/ion/ formado a partir do A DP e do fósforo rico em energia no decorrer do mecanismo da glicólise 2 . A glicólise é realizada em duas fases a partir do glicogênio muscular. Numa primeira fase, anaeróbia, há degradação da glicose até ácido pirúvico, o qual, quando persiste a falta de oxigênio, é transformado em ácido lático. A segunda fase, aeróbia, consiste nas reações do ciclo do ácido cítrico ou ciclo de Krebs que, partindo do ácido pirúvico, vai até a formação de C0 2 e H 2 0. O tecido muscular é constituído por células alongadas, em forma de fibras, que se dispõe agrupadas em feixes. Essas células são caracterizadas pelo seu formato alongado, uma especialização é a função de contração e distensão das fibras musculares, formada por numerosos filamentos proteicos de actina (miofilamentos finos) e miosina (miofilamentos grossos). Actina: é a principal constituinte dos filamentos finos das células musculares. Essa proteína pode se apresentar de duas maneiras distintas, conforme a ionização do meio: em meios de menor força iônica, apresenta-se sob a forma de actina G, de caráter globular; ao passo que em meios de maior força iônica, tem-se a actina F, de caráter fibroso,algumas proteínas associadas compõem os filamentos fino. O filamento fino, no músculo estriado, é constituído pela polimerização da actina G em actina F, associada à tropomiosina e à troponina. Cada molécula de actina G tem um sítio de ligação para a miosina. ● Tropomiosina:é uma molécula em forma de bastão,com 2nm dediâmetro e 41nm de comprimento,constituída por duas cadeias polipeptídicas em ∞ hélice,que se enrolam uma na outra.Em condições de relaxamento, ou seja, enquanto o músculo está descontraído, este ponto de conexão entre os filamentos está ocupado por uma terceira proteína denominada tropomiosina, que envolve filamentos de actina. Assim, para uma contração ocorrer, a tropomiosina deve liberar o ponto de ligação entre a actina e a miosina. Além disso, a cabeça da miosina deve apresentar um movimento para atingir o filamento de actina, e realizar o “empurrão”. ● Troponina: A contração somente será possível caso íons de cálcio (Ca2+) sejam exportados dos retículos sarcoplasmáticos e façam uma ligação a troponina, sendo que esta movimenta os filamentos de tropomiosina, desbloqueando os sítios de ligação entre actina e miosina. é constituída por três polipeptídeos: troponinaC, que se liga ao Ca2+, atroponinaT, que se liga à tropomiosina, e a troponina I que seliga a actina G. A fisioterapia é uma excelente aliada para casos nos quais é necessário incentivar o fortalecimento e a recuperação muscular. Ela engloba a mobilização dos tecidos moles do corpo, como os músculos, tendões e ligamentos. As técnicas empregadas por profissionais desse meio ajudam a estabilizar as regiões que foram debilitadas pela intensa atividade física, além de amenizar dores e outros desconfortos. Podemos citar, como exemplos, a liberação miofascial, a crioterapia (banho de gelo) e o alongamento. 4.0 TECIDO NERVOSO O tecido nervoso forma um complexo sistema de comunicações neuronais do corpo. Este tecido é constituído por talvez até um trilhão de neurônios com um número imenso de interconexões. Alguns neurônios têm receptores, terminações complexas especializadas para a recepção de diferentes tipos de estímulo (mecânicos, químicos,térmicos) e transdução em impulsos nervosos capazes de serem conduzidos para centros nervoso superiores. A seguir, estes impulsos são transferidos para outros neurônios nos quais são processados e transmitidos para centros mais altos em que ocorre a percepção de sensações ou é dado início a respostas motoras. Em geral, o tecido nervoso tem como função: - Detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações geradas pelos estímulos sensoriais; - Organizar e coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento de quase todas as funções do organismo. A fim de realizar estas funções, o sistema nervoso está anatomicamente organizado em sistema nervoso central (SNC), que compreende encéfalo e medula espinhal, e no sistema nervoso periférico (SNP), localizado fora do SNC (nervos cranianos, que nascem no encéfalo; nervos espinhais, que nascem na medula; gânglios associados a eles). Funcionalmente, o SNP está dividido em um componentesensitivo (aferente), que recebe e transmite impulsos para o SNC, onde são processados, e um componente motor (eferente), que se origina no SNC e transmite impulsos para órgãos efetores espalhados pelo corpo. O componente motor está, por sua vez, subdividido em: - Sistema nervoso somático: impulsos gerados no SNC são transmitidos para os músculos esqueléticos por meio de um único neurônio. - Sistema nervoso autônomo: os impulsos do SNC são primeiro transmitidos para um gânglio autônomo por meio de um neurônio pré-ganglionar; um segundo neurônio, originário do gânglio autônomo, chamado de pós-ganglionar, transmite impulsos para músculos lisos, músculo cardíaco ou glândulas. corte histológico de um tecido nervoso. https://pt.wikipedia.org Anatomicamente é dividido em: 1. Sistema Nervoso Central 1.1. Encéfalo 1.1.1. Cérebro 1.1.1.1. Telencéfalo: dividido em dois hemisférios responsável pelo centro de controle do SN, seja ele a realização de estímulos motores ou a interpretação de estímulos sensitivos. 1.1.1.2. Diencéfalo: dividido em tálamo (recebe todas as fibras aferentes que ascendem na medula) e hipotálamo (responsável pela manutenção da homeostase do corpo). 1.1.2. Tronco Encefálico 1.1.2.1. Mesencéfalo 1.1.2.2. Ponte 1.1.2.3. Bulbo 1.1.3.Cerebelo 1.2. Medula Espinhal : dividida em quatro regiões de acordo com as vértebras que se relaciona: cervical, torácica, lombar e sacral. 2. Sistema Nervoso Periférico 2.1. Nervos: cranianos (que fazem contato com o encéfalo) e espinhais (que fazem contato com a medula). São formados pelo conjunto de axônios de neurônios. 2.2. Gânglios: constituídos pelo conjunto de corpos de neurônios. OBS¹: O sistema nervoso periférico é dividido, funcionalmente, em: SN somático e SN autônomo. Este, por sua vez, é dividido em SNA simpático e SNA parassimpático, de modo que os dois apresentem certas diferenças: - O SN simpático entra em ação quando o corpo necessita de uma resposta rápida a momentos de estresse, como luta e fuga. Sua fibra pré-ganglionar é mais curta que a fibra pós-ganglionar. - O SN parassimpático entra em ação em situações geralmente antagonistas ao primeiro, de modo que prepara o corpo para momentos de descanso e digestão. Sua fibra pré-ganglionar é mais longa que a fibra pós-ganglionar. As células do sistema nervoso são classificadas em duas categorias: neurônios (responsáveis pelas funções de recepção, integração e motoras do sistema nervoso) e células da neuroglia, responsáveis pela sustentação e proteção dos neurônios. As células da neuroglia, localizadas exclusivamente no SNC, incluem astrócitos, oilodentrócitos, micróglia (células microgliais) e células e ependimárias. As células de Schwann apesar de estarem localizadas no SNP, hoje em dia também são consideradas com células da neuroglia. neurônio e seus componentes. medresumos 2016 histologia Os neurônios são células altamente diferenciadas, dotadas de propriedades como irritabilidade e condutibilidade, sendo constituídos por três partes distintas: o corpo celular (pericário ou soma), dendritos múltiplos e um axônio. - Corpo celular: o corpo celular de um neurônio é a porção central da célula onde ficam o núcleo e o citoplasma perinuclear. - Dendritos: pequenos filamentos nervosos que se projetam do corpo celular, sendo eles prolongamentos especializados para a recepção de estímulos vindos de células sensitivas, axônios e de outros neurônios. - Axônios: geralmente único, é um prolongamento de diâmetro variável e com até 1 metro de comprimento que, em geral, apresentam dilatações denominadas de terminações do axônio, em sua extremidade, ou perto dela. As terminações axonais, também chamadas de bulbos terminais (botões terminais), são regiões nas quais os impulsos podem ser transmitidos de uma célula para outra. OBS²: Impulso nervoso. Quando a célula nervosa está em repouso, ou seja, polarizada, apresenta concentrações maiores Na+ no meio extracelular e uma maior de K+ no meio intracelular. Ao receber um estímulo, há o início de uma inversão nessa concentração, com a entrada de Na+ e saída de K+, fazendo com que o interior se torne positivo, caracterizando a fase de despolarização. Ao fim da transmissão do impulso, há um estágio de repolarização, com as concentrações retornando aos gradientes normais. transmissão do impulso nervoso. sobiologia.com.br OBS³: Sinapses nervosas são os pontos onde as extremidades de neurônios vizinhos se encontram e o estímulo passa de um neurônio para o seguinte por meio de mediadores químicos, os neurotransmissores. As sinapses ocorrem no "contato" das terminações nervosas (axônios) com os dendritos. Em outras palavras, é o contato entre um terminal pré-sináptico e um terminal pós-sináptico (outro neurônio, célula muscular ou célula glandular), estando eles divididos pela fenda sináptica. O contato físico não existe realmente, pois as estruturas estão próximas, mas há um espaço entre elas (fenda sináptica). Dos axônios são liberadas substâncias (neurotransmissores), que atravessam a fenda e estimulam receptores nos dendritos e assim transmitem o impulso nervoso de um neurónio para o outro. Essas sinapses podem ser químicas: acontece quando o potencial de ação, ou seja, o impulso é transmitido através de um mecanismo químico: o neurotransmissor. Neste tipo de sinapse, encontramos todos os componentes que comumente são citados, como: membrana pré-sináptica, fenda sináptica e membrana pós-sináptica. Apresenta como características: são mais lentas que as elétricas; o impulso é transmitido em uma única direção, podendo ser bloqueada; apresenta efeitos pós-sinápticos prolongados. E as sinapses podem ser elétricas: são menos comuns que as químicas. Neste tipo, as células apresentem um íntimo contato através de junções abertas do tipo GAP que permite o livre trânsito de íons de uma membrana a outra. Desta maneira, o potencial se propaga de forma bem mais rápida. Apresenta ainda como características: maior velocidade de transmissão; é bidirecional; com efeito excitatório; apresenta curta duração. Os astrócitos são as maiores células da neuroglia. Os astrócitos agem capturando íons e restos do metabolismo dos neurônios, tais como potássio, glutamato e GABA, que se acumulam no microambiente dos neurônios. Estas células também contribuem para o metabolismo energético do córtex cerebral liberando glicose do glicogênio armazenado. Os astrócitos localizados na periferia do SNC formam uma camada contínua sobre os vasos sanguíneos e podem auxiliar a manutenção da barreira hematoencefálica (impede o contato de substâncias tóxicas, antígenos, imunoglobulinas - com exceção do IgG - como SN). astrócito e um capilar. medresumos 2016 histologia Espalhadas por todo o SNC, as células microgliais são pequenas, escutas, assemelhando-se levemente aos oligodendrócitos. Funcionam como fagócitos removendo fragmentos e estruturas lesadas do SNC. Quando ativadas, elas agem como células apresentadoras de antígeno e secretam citocinas. célula microglial. medresumos 2016 histologia As células ependimárias são células epiteliais de colunares baixas a cubóides, que revestem os ventrículosencefálicos e o canal da medula espinhal. Em algumas regiões, estas células são ciliadas, uma característica que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano(LCR). Nos locais em que o tecido neural é delgado, as células ependimárias formam uma membrana limitante interna , revestindo o ventrículo, e uma membrana limitante externa, abaixo da pia-máter. células ependimárias. medresumos 2016 histologia Os oligodendrócitos são semelhantes aos astrócitos. Os oligodendrócitos interfasciculares, localizados em fileiras ao lado de feixes de axônios, são responsáveis pela produção e manutenção da mielina em torno dos axônios do SNC, servindo para isolá-los. Ao produzir mielina, os oligodendrócitos funcionam de modo semelhante às células de Schwann do SNP, exceto que um único oligodendrócito pode envolver vários axônios com segmentos de mielina, enquanto que uma célula de Schwann envolve com mielina somente um único axônio. oligodendrócitos. medresumos 2016 histologia Ao contrário de outras células da neuroglia, as células de Schwann estão localizadas no SNP, onde envolvem axônios. Elas podem formar dois tipos de cobertura sobre estes axônios, mielínicas e amielínicas. A mielina formada pelas células de Schwann organiza-se de modo a formar uma bainha enrolada várias vezes em torno do axônio. Ao longo do comprimento do axônio, ocorrem interrupções na bainha de mielina, expondo-a a intervalos regulares; estas interrupções são denominadas nódulo de Ranvier. células de Schwann. medresumos 2016 histologia A fisioterapia neurofuncional tem como objetivo desenvolver ações de promoção, prevenção de agravos e recuperação da capacidade funcional de pessoas com condições clínicas que danificam o Sistema Nervoso Central (SNC) e/ou Sistema Nervoso Periférico (SNP). 5.0 SISTEMA TEGUMENTAR O tegumento, composto pela pele e seus anexos (glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, pêlos e unhas), é o maior órgão e constitui 16% do peso corporal. A pele, o maior órgão do corpo, é composta pela epiderme e pela derme subjacente. A hipoderme é uma camada de gordura (panículo adiposo unilocular) que não é considerado como componente da pele, mas constitui a fáscia superficial da dissecção anatômica que cobre todo o corpo, imediatamente abaixo da pele. Além de dar uma cobertura para os tecidos moles subjacentes, a pele realiza muitas outras funções, incluindo: - Proteção contra lesões, invasão bacteriana e dessecação; - Regulação da temperatura do corpo; - Recepção de sensações contínuas (tato, temperatura e dor); - Excreção pelas glândulas sudoríparas; - Absorção de radiação UV solar para a síntese de vitamina D. A pele, o maior órgão do corpo, é composta pela epiderme e pela derme subjacente. A hipoderme é uma camada de gordura (panículo adiposo unilocular) que não é considerado como componente da pele, mas constitui a fáscia superficial da dissecção anatômica que cobre todo o corpo, imediatamente abaixo da pele. Além de dar uma cobertura para os tecidos moles subjacentes, a pele realiza muitas outras funções, incluindo: - Proteção contra lesões, invasão bacteriana e dessecação; - Regulação da temperatura do corpo; - Recepção de sensações contínuas (tato, temperatura e dor); - Excreção pelas glândulas sudoríparas; - Absorção de radiação UV solar para a síntese de vitamina D. Epiderme e derme destacadas na imagem. auladeanatomia.com A epiderme, a camada superficial da pele, origina-se do ectoderma e é constituída por tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado. O epitélio pavimentoso da pele é constituído por quatro populações de células: queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel, distribuídas em cinco camadas: Basal, Espinhosa, Granulosa, Lúcida e Córnea. - Queratinócitos: são as células mais numerosas da pele representando as próprias células pavimentosas das camadas, dispostas nas cinco camadas da epiderme. Tem como função o revestimento, sendo elas continuamente renovadas (a camada mais superficial é composta de células mortas e queratina presente dentro dessas células). - Melanócitos: são as células produtoras de melanina (mas quem armazena a melanina são os queratinócitos). Estão presentes apenas nas duas camadas mais internas, mas possuem pseudópodes que envolvem os queratinócitos. A melanina, quando chega nos queratinócitos por difusão, é armazenada sobre o núcleo para protegê-lo das radiações ultravioleta. - Células de Langerhans: macrófagos presentes na pele com função de fagocitar microrganismos. São “apresentadoras de antígenos”, que demonstram esses antígenos aos linfócitos B que iniciam a resposta imunológica com produção de anticorpos. - Células de Merkel: células sensoriais que captam estímulos nervosos e os transmitem. camadas da epiderme. auladeanatomia.com Podemos classificar as camadas da epiderme da parte mais interna para a superfície, temos: Basal, Espinhosa, Granulosa, Lúcida e Córnea. - Camada Basal (estrato germinativo): camada mais profunda da pele, sendo considerada como estrato germinativo na qual ocorrem as mitoses para formação das demais camadas. Ela forma entrelaçamentos com a derme e está separada desta por uma membrana basal. Suas células são colunares ou cubóides, basófilas, localizadas sobre a membrana basal. É uma camada rica em células tronco mitoticamente ativas. Nessa camada são encontrados também os primeiros filamentos intermediários de queratina (que aumentam gradativamente à medida que se aproxima da superfície), células de Merckel e melanócitos (é a camada que possui a maior quantidade de melanócitos para terem um contato mais rápido com os queratinócitos). - Camada Espinhosa: é a camada mais espessa da epiderme. São células ainda cubóides ou ligeiramente achatadas unidas por feixes de queratina e grandes quantidades de desmossomos. Ainda há a presença de células tronco (apenas nessas duas primeiras camadas), com menores processos de mitose. Essa camada é assim chamada devido a presença de tonofilamentos (formados pelos desmossomos) de citoqueratina que unem essas células entre si, apresentando um aspecto de espinhos. Os seus grânulos são revestidos por membranas, e também estão presentes as células de Langerhans. Desaparecem as células de Merkel. -Camada granulosa: camada composta por 3 a 5 camadas de queratinócitos poligonais achatados, nas quais já é presente grânulos de querato-hialina (histidina e cistina) e grânulos lamelares. Desaparecem as células de Langerhans. - Camada Lúcida: presente somente na pele espessa. As suas células são delgadas e achatadas, eosinófilas e translúcidas. Acontece o desaparecimento do núcleo e organelas citoplasmáticas, surgindo numerosos filamentos de queratina que ainda são vistos como desmossomos. É nessa camada que acontece as reações de destruição, sendo a última camada em que se tem células vivas. Elas são destruídas por enzimas lisossomais, que atacam os núcleos e as organelas, restando apenas a queratina. - Camada córnea: é constituída por variadas camadas de células achatadas, mortas, de citoplasma repleto de queratina e denominadas escamas. Os queratinócitos passam a ser placas sem vida. A derme, camada
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