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LIVRO HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA

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1
HISTOLOGIA E 
EMBRIOLOGIA
ANA CAROLINA TORRE MORAIS
EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIAFACULDADE ÚNICA
1
HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA
ANA CAROLINA TORRE MORAIS
1
2
Ana Carolina Torre Morais
Formada em Ciências Biológicas, bacharelado em Biologia da Conservação, mestre em 
Biologia Animal e doutora em Biologia Celular e Estrutural. Atuou na área de Morfofisiolo-
gia Reprodutiva, espermatogênese descritiva em animais silvestres, experimental e toxico-
logia de metais pesados. Professora do curso de Ciências Biológicas (EAD) da Faculdade 
Única de Ipatinga.
HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2020
3
4
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações 
importantes nas quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão 
do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar 
ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção 
para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função 
específica, mostradas a seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros 
da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo 
apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada 
unidade, associando-os a suas ações, seja no ambiente 
profissional ou cotidiano.
Atividades de fixação sobre o conteúdo visto e aplicado 
no livro.
Apresentação dos significados de um determinado 
termo ou palavras mostradas no decorrer do livro.
Espaço para marcar citações de algum livro, artigo ou 
site que sustenta e reforça uma ideia.
FIQUE ATENTO 
BUSQUE POR MAIS 
VAMOS PENSAR? 
FIXANDO O CONTEÚDO 
GLOSSÁRIO 
CITAÇÕES 
5
SUMÁRIO
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
1.1 Introdução......................................................................................................................................................................................................9
1.2 O tecido epitelial.....................................................................................................................................................................................10
1.3 Características dos tecidos epiteliais.......................................................................................................................................11
1.4 Junções intercelulares.......................................................................................................................................................................12
1.5 Tipos de tecidos epiteliais................................................................................................................................................................13
1.5.1 Tecido epitelial de revestimento..............................................................................................................................................13
1.6 Classificação das glândulas...........................................................................................................................................................15
1.6.1 Glândulas endócrinas......................................................................................................................................................................15
1.6.2 Glândulas exócrinas.........................................................................................................................................................................15
1.6.3 Glândulas anfícrinas ou mistas...............................................................................................................................................16
1.7 Tecido conjuntivo...................................................................................................................................................................................17
1.7.1 Componentes do tecido conjuntivo.....................................................................................................................................17
1.7.2 Matriz extracelular (MEC).............................................................................................................................................................18
1.8 Tipos de tecidos conjutivo.............................................................................................................................................................20
1.8.1 Tecido conjutivo propriamente dito...................................................................................................................................20
1.8.2 Tecido conjutivo especializado..............................................................................................................................................20
1.9 Tecido adiposo..........................................................................................................................................................................................21
1.9.1 Tipos de tecido adiposo..................................................................................................................................................................21
2.1 Introdução..................................................................................................................................................................................................27
2.2 Tecido cartilaginoso...........................................................................................................................................................................28 
2.3 Tipos de cartilagem...........................................................................................................................................................................29
2.4 Tecido ósseo.............................................................................................................................................................................................32
2.4.1 Constituintes do tecido ósseo.................................................................................................................................................32
2.4.2 Tipos de tecido ósseo....................................................................................................................................................................33
2.5 Sangue e tecido hematopoiético............................................................................................................................................36
2.6. Constituintes do sangue...............................................................................................................................................................37
2.7 Tecido hemopoético...........................................................................................................................................................................41
3.1 Introdução..................................................................................................................................................................................................47
3.2 Tecido muscular...................................................................................................................................................................................48
3.3 Tipos de tecidos muscular............................................................................................................................................................49
3.4 Tecido nervoso.......................................................................................................................................................................................54
3.5 Células do tecido nervoso..............................................................................................................................................................55
3.6 Os sistemas do tecido nervoso.................................................................................................................................................584.1 Introdução.................................................................................................................................................................................................64
4.2 Sistema reprodutor masculino.................................................................................................................................................65
4.3 Espermatogênese..............................................................................................................................................................................67
4.4 Sistema reprodutor feminino....................................................................................................................................................69
4.5 Oogênese....................................................................................................................................................................................................71
4.6 Ciclo menstrual.....................................................................................................................................................................................74
4.7 Fecundação.............................................................................................................................................................................................75
CONHECENDO OS TECIDOS EPITELIAL, CONJUTIVO E ADIPOSO
CONHECENDO OS TECIDOS CARTILAGINOSO, ÓSSEO E SANGUÍNEO
CONHECENDO OS TECIDOS MUSCULAR E NERVOSO
CONHECENDO OS SISTEMAS REPRODUTORES ATÉ A FECUNDAÇÃO
6
SUMÁRIO
UNIDADE 6
6.1 Introdução................................................................................................................................................................................................97
6.2 Dobramento do embrião............................................................................................................................................................98
6.3 Derivados das camadas germinativas..............................................................................................................................101
6.4 Principais eventos da quarta à oitava semana.........................................................................................................102
6.5 Principais eventos do período fetal....................................................................................................................................104
6.6 Fatores que influenciam o crescimento fetal............................................................................................................106
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................................................................110
CONHECENDO O DESENVOLVIMENTO HUMANO, DO DOBRAMENTO DO 
EMBRIÃO AO PARTO
UNIDADE 5
5.1 Introdução..................................................................................................................................................................................................80
5.2 Clivagem do zigoto.............................................................................................................................................................................81
5.3 Formação e implantação do blastocisto............................................................................................................................82
5.4 Formação da cavidade amniótica, saco vitelino e mesoderma extraembrionário.........................85
5.5 Gastrulação...............................................................................................................................................................................................87
5.6 Formação da notocorda................................................................................................................................................................88
5.7 Neurulação...............................................................................................................................................................................................90
5.8 Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular................................................................................................93
CONHECENDO O DESENVOLVIMENTO HUMANO, DA CLIVAGEM DO ZIGOTO À 
FORMAÇÃO INICIAL DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
7
UNIDADE 1
Os tecidos que compõem o corpo humano são formados por células e pela matriz 
extracelular que variam de acordo com cada tecido. Nesta unidade, conheceremos 
os tecidos epitelial de revestimento e glandular, algumas das suas variações do 
tecido conjuntivo, e o tecido adiposo. A compreensão básica de cada tecido se dará 
atra-vés da apresentação da sua anatomia microscópica.
UNIDADE 2
Na unidade 02, conheceremos os tipos de tecido conjuntivo especializados com 
características peculiares que os diferenciam dos demais. O tecido cartilaginoso 
devido à constituição da sua matriz pode apresentar uma consistência mais rígida 
ou mais elástica. Já o tecido ósseo possui matriz mineralizada, proporcionando 
a este tecido consistência rígida. Diferentemente dos demais tecidos, a matriz do 
sanguíneo é líquida.
UNIDADE 3
Os tecidos que compõem a unidade 03 fazem parte do grupo dos quatro tecidos 
básicos que compõem o corpo humano. O tecido muscular caracteriza-se pelas 
suas células alongadas que são especializadas para contração. Já o tecido nervoso 
é um dos tecidos mais especializados do corpo humano, e se encontra distribuído e 
interligado por todo organismo, formando uma rede de comunicação entre o meio 
interno e o externo.
UNIDADE 4
Nesta unidade inicaremos o estudo da embiologia, que é a ciência que estuda desde 
a produção dos gametas até o nascimento do feto. A gametogênse é o processo que 
ocorre no interior nas gônadas femininas e masculinas, e culmina na formação dos 
gametas (células haploides). Na fecundação ocorre a fusão dos gametas e forma-se 
uma nova célula denominada zigoto, que tem número diploide de cromossomos.
UNIDADE 5
Na unidade 05 iremos conhecer a clivagem do zigoto, que ocorre após a fecundação. 
Posterior a isso, haverá a implantação do blas-tocisto no endométrio uterino, 
a formação de um disco bilaminar composto pelo epiblasto e hipoblasto, que 
posteriormente formará o disco trilaminar com as três camadas germinativas 
(endoderma, mesoderma e ectoderma), que originarão todos os tecidos e órgãos do 
nosso corpo.
UNIDADE 6
Por fim, daremos continuidade ao desenvolvimento embrionário com o dobramento 
do embrião, e logo após, o término do período embrionário. O período fetal então se 
inicia, e durante este período, o feto torna-se um ser humano reconhecível e todos os 
sistemas importantes já estão formados. Nas últimas semanas de gestação, há uma 
desaceleração do crescimento, e o feto está pronto para nascer.
C
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UNIDADE 1
CONHECENDO OS TECIDOS 
EPITELIAL, CONJUNTIVO E ADIPOSO
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1.1
 IN
TR
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 A histologia é a parte da ciência 
destinada ao estudo dos tecidos do corpo 
humano. Este termo foi utilizado pela 
primeira vez em 1819 pelo anatomista e 
fisiologista alemão, Karl Mayer. Para realizar 
o estudo dos tecidos é preciso prepará-
los para que possam ser visualizados ao 
microscópio de luz, também conhecido 
como microscópio óptico. A preparação 
se inicia com a fixação de pequenas 
partes do tecido e esse processo químico 
é importante para evitar a alterações 
indesejadas ou a sua decomposição. 
Após a fixação, os fragmentos de tecidos 
são embebidos em substâncias que lhes 
proporcionam uma consistência rígida, 
necessária para que posteriormente 
possam ser realizados cortes de espessuras 
micrométricas através do micrótomo. Para 
que os cortes histológicos possam ser 
observados e estudados em microscopia 
de luz, é necessário que estes passem pelo 
processo de coloração. Os váriosmétodos 
de coloração existentes, além de evidenciar 
os vários componentes dos tecidos, 
permitem a distinção entre eles. 
 Os tecidos que compõem o corpo 
humano são organizados em apenas 
quatro grupos. Estes grupos se dividem 
de acordo com suas características e 
funções, sendo classificados como: epitelial, 
conjuntivo, muscular e nervoso. Os tecidos 
são formados por células e pela substância 
intercelular, também denominada matriz 
extracelular, sendo que estes componentes 
mudam de acordo com a variedade de cada 
tecido.
Serão abordados a seguir, a anatomia 
microscópica dos tecidos fundamentais 
e suas variedades, objetivando assim a 
compreensão básica de suas características 
e funções. Os estudos se iniciarão com os 
tecidos epitelial, conjuntivo e suas res-
pectivas variações.
10
1.2
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 O epitélio é formado por uma ou 
várias camadas de células que estão muito 
próximas umas das outras (justapostas) 
e com pouca substância intercelular. 
Apresenta a função de revestir as superfícies 
do corpo humano, como por exemplo a 
pele e o intestino, mas também formam 
as unidades funcionais das glândulas 
secretórias, como por exemplo as glândulas 
salivares e sebáceas.
 Apesar de não termos estudado 
ainda a embriologia, vale ressaltar que 
a origem dos epitélios ocorre durante o 
desenvolvimento embrionário, e estes se 
originam de três folhetos embrionários, são 
eles:
 - Ectoderma: origina o epitélio que 
recobre o organismo externamente, a pele 
e glândulas anexas, e todas as estruturas do 
sistema nervoso;
 - Mesoderma: origina vários órgãos 
epiteliais, dentre eles, os que compõem 
o sistema urinário e genital, além do 
endotélio dos vasos, e os músculos lisos e 
esqueléticos;
 - Endoderma: dá origem ao epitélio 
do tubo digestivo e as glândulas anexas, 
origina também o epitélio do sistema 
respiratório e das suas várias glândulas 
(HADLER; SILVERIA, 1993).
FIQUE ATENTO
Os folhetos embrionários, também denominados fo-
lhetos germinativos, são camadas de células forma-
das durante o desenvolvimento embrionário que dão 
origem aos órgãos e tecidos dos seres vivos. Com ex-
ceção dos poríferos, que não apresentam folhetos e, 
por-tanto, não há diferenciação tecidual, e dos cnidá-
rios que possuem apenas dois folhetos germinativos 
(diblásticos ou diploblásticos), todos os demais gru-
pos de animais apresentam três folhetos germina-
tivos (triblásticos ou triploblásticos). Essas camadas 
surgem durante a gastrulação, a partir de células 
tronco pluripotentes que vão se tornando cada vez 
mais restritivas até formar uma das três camadas: 
ectoderma, mesoderma e endoderma. Os destinos 
finais desses folhetos germinativos são a formação 
dos tecidos e órgão humanos, processo denominado 
organogênese.
11
1.3
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 1) Células justapostas: as células do 
epitélio estão muito próximas umas das 
outras, mas estão não aderidas;
 2) Pouca substância intercelular ou 
matriz extracelular: como as células são 
justapostas, existe pouca matriz entre as 
células;
 3) Avasculares: ausência de vasos 
sanguíneos e linfáticos. Todos os nutrientes 
chegam por difusão e vem do tecido 
conjuntivo que está subjacente;
 4) Estão apoiadas sobre a lâmina 
basal: superfície de contato entre as 
células epiteliais e o tecido conjuntivo. Os 
principais componentes das lâminas basais 
são colágeno (tipo IV), glicoproteínas e 
proteoglicanas;
 5) Se renovam constantemente por 
mitose: a renovação celular ocorre de forma 
relativamente rápida;
 6) Junções intercelulares: a posição 
e estabilidade das camadas de células 
epiteliais ocorre por meio moléculas e 
junções (junções de adesão, de oclusão e 
junções comunicantes).
 Os epitélios possuem diversas 
funções: revestimento e proteção (as 
várias camadas de células na pele além de 
revestir, protegem), absorção (epitélio do 
intestino), secreção (glândula sudorípara), 
sensorial (epitélio da língua com os botões 
gustativos), reprodutiva (epitélio testículo 
onde se formam os gametas), excreção 
(túbulos renais), troca gasosa (alvéolos 
pulmonares).
12
1.4
 J
U
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S 
IN
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C
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R
E
S 
 Para se manter o epitélio coeso, 
com células justapostas e estáveis, alguns 
pontos de contato (união) entre as células 
adjacentes se fazem necessários, sendo as 
principais responsáveis, moléculas como 
as caderinas, selectinas e integrinas, e as 
junções intercelulares.
 Tipos de junções:
 • Junções de oclusão: impedem a 
passagem de substâncias e a livre difusão 
de lipídios e proteínas;
 • Junções de adesão ou ancoragem: 
são constituídas pelas zônulas de adesão, 
desmossomos e hemidesmossomos. São 
responsáveis pela adesão de uma célula 
epitelial a outra adjacente.
 • Junções comunicantes ou gap: 
são formadas por estruturas em formas 
de canais (conexons) que permitem a 
passagem de moléculas pequenas.
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 (2
0
17
, p
. 6
6)
Figura 2: Representação Esquemática de Células de Reves-
timento Epitelial
Fonte: Educação e Transformação (2019)
Existem diferentes tipos de especializações 
nas membranas plasmáticas que contribuem 
para a coesão e a comunicação entre as célu-
las adjacentes, dentre essas estão as jun-ções 
intercelulares. Apesar das estruturas de coe-
são serem encontradas na maioria dos teci-
dos, são mais abundantes nos epitélios.
Entenda mais sobre as junções intercelulares:
LINK: https://bit.ly/39Etpt0
BUSQUE POR MAIS 
Figura 2: Micrografia Eletrônica de Célula de Revestimento 
Epitelial do Intestino Grosso
Fonte: Junqueira e Carneiro (2017, p. 67)
Existem diferentes tipos de especializações 
nas membranas plasmáticas que contribuem 
para a coesão e a comunicação entre as célu-
las adjacentes, dentre essas estão as junções 
intercelulares. Apesar das estruturas de coe-
são serem encontradas na maioria dos teci-
dos, são mais abundantes nos epitélios.
Entenda mais sobre as junções intercelulares:
LINK: https://bit.ly/39Etpt0
BUSQUE POR MAIS 
SCANEIE O CÓDIGO 
E ACESSE O LINK
13
1.5 TIPOS DE TECIDOS EPITELIAIS
 O tecido epitelial pode ser dividido 
em dois grupos principais, levando-se em 
consideração suas características e funções 
especializadas, são eles: os epitélios de 
revestimento e os glandulares.
1.5.1 TECIDO EPITELIAL DE
REVESTIMENTO
 As células que formam o epitélio de 
revestimento estão organizadas em camadas 
e cobrem ou revestem as superfícies e 
cavidades do corpo. Para classificar e nomear 
os diferentes tipos de epitélio, leva-se em 
consideração:
 1) Número de camadas de células:
 • Epitélios simples: apenas uma camada 
de células;
 • Epitélios estratificados: mais de uma 
camada de células, mas é o formato das 
células superficiais que dá o nome ao epitélio;
 2) Forma da célula: 
 Como na microscopia de luz não é 
possível ver as membranas celulares, para 
saber a forma da célula é preciso olhar o 
formato do núcleo (em azul)
 • Pavimentoso: 
 • Prismático (colunar ou cilíndrico): 
 • Cúbico: 
 3) Presença de especializações:
 • Cílios: são prolongamentos longos 
formados por microtúbulos, dotados de 
motilidade que ocorrem nas superfícies de 
algumas células epiteliais. São encontrados 
nos epitélios da traqueia e tuba uterina;
 • Microvilosidades ou borda estriada: 
são projeções citoplasmáticas em forma 
de dedos, que variam de tamanho e têm a 
função de aumentar a área de absorção dos 
epitélios. São encontradas no tecido epitelial 
do intestino;
 • Estereocílios: são prolongamentos 
longos e imóveis que se ramificam. São 
encontrados no epidídimo;
 • Células caliciformes: são células que 
secretam muco presentes na traqueia e 
intestino.
 4) Categorias especiais de epitélios:
 Alguns epitélios não se encaixam nas 
definições de simples ou estratificados, pois 
apresentam características distintas e por isso 
são classificados como categorias especiais 
(KIERSZENBAUM;TRES, 2012).
 • Epitélio pseudoestratificado: é um 
tipo intermediário de epitélio (entre simples 
e estratificado), no qual todas as suas células 
se apoiam na lâmina basal, mas nem todas 
alcançam o lúmen. Encontrado na traqueia, e 
classificado como epitélio pseudoestratificado 
prismático ciliado com células caliciformes 
(Figura 3A) e no epidídimo, classificado como 
epitélio pseudoestratificado prismático com 
estereocílios (Figura 3B).
 • Epitélio de transição (urotélio): é 
um epitélio estratificado e sua camada mais 
superficial é constituída de células globosas. 
Estas células mudam seu formato de acordo 
com a distensão da bexiga. Este epitélio reveste 
as passagens urinárias como a bexiga, o ureter 
e a parte superior da uretra (Figura 3C).
Figura 3 - Tipos Especiais de Epitélio
Fonte: Adaptado de Kierszenbaum e Tres (2016)
14
 5) Tipos de epitélios de revestimento
 Epitélios simples subdividem-se em: 
 • Pavimentoso: reveste vasos sanguíneos e linfáticos, denominado endotélio (Figura 4A); 
 • Prismático ou cilíndrico: 
reveste o intestino delgado (Figura 
4B);
 • Cúbico: revestimento interno 
dos túbulos renais (Figura 4C).
 • Já os epitélios estratificados 
são classificados de acordo com o 
formato das células que se encontram 
na camada mais superficial ou externa, 
subdividindo-se em: 
 • Estratificado pavimentoso 
que são classificados como não 
queratinizado: reveste cavidades 
úmidas, como boca, esôfago, canal 
anal (Figura 4D); e que-ratinizado: 
reveste superfícies secas como a nossa 
pele (Figura 4E); 
 • Estratificado prismático: 
encontrado em poucas áreas do 
corpo humano (conjuntiva ocular e 
nos grandes ductos excretores das 
glândulas salivares); 
 • Estratificado cúbico: 
encontrado nos folículos ovarianos em 
crescimento.
 • Tecido Epitelial Glandular
 As glândulas são formadas por 
meio da proliferação através de mitose 
das células epiteliais, que invadem o 
tecido conjuntivo subjacente, e podem 
ser classificadas primeiramente, de 
acordo com o número de células e 
com a presença ou não de ductos.
Figura 4: Tipos de Epitélio de Revestimento
Fonte: Adaptado de Kierszenbaum e Tres (2016)
15
1.6 CLASSIFICAÇÃO 
DAS GLÂNDULAS
 1) Número de células:
 • Unicelulares: formada por células 
glandulares isoladas, como as células 
caliciformes presentes no epitélio do intestino 
delgado e trato respiratório;
 • Multicelulares: formada por várias 
células epiteliais, e constituem o parênquima 
dos órgãos.
 2) Ausência ou presença de ducto 
nas glândulas multicelulares:
 • Ausência de ducto: glândulas que 
lançam o produto de sua secreção nos vasos 
sanguíneos são denominadas endócrinas;
 • Presença de ducto: glândulas que 
lançam o produto de sua secreção para o meio 
externo são denominadas exócrinas;
 • Glândulas anfícrinas: são aquelas que 
possuem tanto uma porção endócrina, quanto 
uma exócrina.
1.6.1 GLÂNDULAS ENDÓCRINAS
 Como as glândulas endócrinas não 
possuem ductos secretores, suas secreções 
são lançadas e transportadas pela corrente 
sanguínea até o seu local de ação, por isso são 
rodeadas de capilares sanguíneos fenestrados. 
Estas glândulas armazenam suas secreções, e 
quando são estimuladas por sinais químicos e 
elétricos, ocorre a liberação destas nos capilares 
sanguíneos.
 As glândulas endócrinas podem ser 
diferenciadas em dois tipos de acordo com a 
organização de suas células:
 • Glândula Endócrina Cordonal: as células 
secretoras desta glândula formam cordões 
celulares que são entremeados por capilares 
sanguíneos. Exemplos: adrenal, paratireoide e 
adenohipófise (Figura 5A);
 • Glândula Endócrina Folicular: as células 
secretoras se arranjam em folículos ou vesículas 
que são preenchidos pelo material secretado. 
Exemplo: tireoide (Figura 5B). 
 • A seta indica os capilares sanguíneos.
Figura 5: Tipos de Glândulas Endócrinas
Fonte: Adaptado de Lambert e Payeras (2019)
1.6.2 GLÂNDULAS EXÓCRINAS
 As glândulas exócrinas mantêm 
conexão com o epitélio que as originou, pois 
permanecem conectadas à superfície deste 
epitélio por meio de ductos tubulares que 
são responsáveis por transportar a secreção 
para o exterior da glândula. Estas glândulas 
possuem dois componentes: as unidades 
secretoras, denominadas adenômeros, que 
são responsáveis pela produção e liberação 
da secreção; e os ductos secretores, 
responsáveis por transportar a secreção 
para o meio externo.
 • Classificação das glândulas 
exócrinas
 Para se classificar as glândulas 
exócrinas levam-se em consideração vários 
fatores, são eles: 
 1) Número de ductos
 • Simples: são aquelas que 
apresentam somente um ducto não 
ramificado (intestinal e sudorípara);
 • Composta ou ramificada: quando 
o ducto excretor se subdivide, podendo 
atingir altos níveis de complexidade em 
grandes glândulas (pâncreas e salivares).
 2) Quanto à forma das unidades 
secretoras (adenômeros)
 • Tubulosa: encontrada no intestino 
grosso;
 • Acinosa: encontrada na porção 
exócrina do pâncreas e na glândula parótida;
 • Túbulo-acinosa: glândula 
submandibular;
 • Alveolar: glândula sebácea (Figura 
6);
16
 3) Produto de secreção (critério muito 
usado para glândulas salivares)
 • Serosa: possui secreção fluida rica em 
proteínas e água, células com lume pouco 
evidente, núcleo esférico vesiculoso, citoplasma 
muito corado e coloração marcante (Figura 7A);
 • Mucosa: sua secreção é viscosa e rica em 
glicoproteínas e água, células com lume amplo 
e evidente, núcleo achatado, citoplasma pouco 
corado e coloração fraca (Figura 7B);
 • Sero-mucosa: apresenta uma porção 
serosa e outra mucosa, e sua secreção é mista 
(Figura 7C).
Figura 6: Glândulas Exócrinas
Fonte: JUNQUEIRA; CARNEIRO (2017, p. 77).
Figura 7:Tipos de Glândulas Exócrinas
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2017) e Lambert e Paye-
ras (2019)
 4) Quanto ao modo de liberação da 
secreção
 • Holócrina: a secreção corresponde à 
própria célula. Como a célula morre e se desfaz, 
sua reposição ocorre pelas células tronco da 
periferia. Exemplo: glândula sebácea.
 • Merócrina: a secreção é liberada por 
exocitose sem perda de outro material celular, 
como ocorre na glândula parótida e pâncreas;
 • Apócrina: para a liberação da secreção 
ocorre a perda parcial da porção apical da célula, 
como ocorre na glândula mamária (Figura 8).
Figura 8: Classificação das Glândulas Exócrinas Quanto a Libera-
ção da Secreção
Fonte: Martins et. al. (2018, online)
1.6.3 GLÂNDULAS ANFÍCRINAS 
OU MISTAS
 São glândulas que atuam 
simultaneamente como glândula endócrina, 
liberando sua secreção na corrente 
sanguínea, e como glândula exócrina, que 
libera a secreção através de ductos para o 
exterior. Alguns órgãos têm funções tanto 
endócrina quanto exócrina, são eles: o 
fígado, que possui células que secretam a 
bile através de ductos e também secretam 
hormônios como o IGF-1 (fator de regulação 
de crescimento) no sangue; o pâncreas, no 
qual as células acinosas secretam enzimas 
digestivas (suco pancreático) na cavidade 
intestinal, enquanto as células das ilhotas 
secretam insulina e glucagon no sangue; 
os testículos que produzem e liberam os 
espermatozoides nos túbulos seminíferos e 
testosterona no sangue.
As glândulas epiteliais são responsáveis por pro-
duzir secreções que podem ser liberadas através 
de ductos ou na corrente sanguínea. As secre-
ções das glândulas exócrinas são liberadas por 
meio de ductos que se abrem para a superfície 
externa (exterior do corpo ou em outros órgãos).
Entenda mais sobre a histologia das glândulas 
exócrinas sero-mucosas.
Entenda mais sobre a histologia das glândulas 
exócrinas sero-mucosas.
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=DKGia-
quWU-o
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dsfsa
Máquina de escrever
G. parótida.
dsfsa
Máquina de escrever
Esôfago
dsfsa
Máquina de escrever
G. submandibular
17
1.7 TECIDO CONJUNTIVO
 O tecido conjuntivo é o responsável 
por fornecer apoio e conexão para todos os 
outros tecidos, sendo este papel mecânico 
realizado pelo conjuntode moléculas da 
matriz extracelular que conecta e liga as 
células e órgãos, dando assim suporte ao 
corpo. Este tecido é composto por células e 
matriz extracelular (MEC), e é exatamente a 
diferença na qualidade e quantidade destes 
componentes que definem as variações e 
os tipos de tecido conjuntivo. Uma diferença 
marcante entre o tecido conjuntivo e outros 
tecidos, como o epitelial, muscular e nervoso, é 
que o seu principal componente não são suas 
células e sim a matriz extracelular.
1.7.1 COMPONENTES DO 
TECIDO CONJUNTIVO
 • Células 
Existem duas categorias de células no tecido 
conjuntivo, aquelas que são fixas ou residentes 
e as células transitórias. 
 1) Células fixas ou residentes: compostas 
por uma população de células que se originam 
no próprio tecido conjuntivo e lá permanecem. 
São elas: fibroblastos/fibrócitos e adipócitos.
 • Fibroblastos: são células fusiformes com 
prolongamentos citoplasmáticos irregulares, 
núcleo claro, grande e ovoide. Possuem 
citoplasma rico em retículo endoplasmático 
rugoso e o complexo de Golgi bem 
desenvolvido, características estas de células 
que estão em plena atividade de síntese. São 
responsáveis pela produção de fibras colágenas, 
reticulares, elásticas, além das glicoproteínas e 
proteoglicanas que compõem a matriz (Figura 
9A). 
 • Fibrócitos: são células metabolicamente 
quiescentes, com poucos prolongamentos 
citoplasmáticos, núcleo menor, mais escuro e 
alongado quando comparado aos fibroblastos. 
Possuem pouca quantidade de retículo 
endoplasmático rugoso no citoplasma. Com 
estímulos adequados, como por exemplo em 
um processo de cicatrização, os fibrócitos 
revertem seu estado quiescente e se tornam 
células metabolicamente ativas novamente, 
ou seja, tornam-se fibroblastos (Figura 9B).
 • Adipócitos ou células adiposas: são 
células do tecido conjuntivo que podem 
aparecer isoladas ou em pequenos grupos, 
se especializaram em reserva energética e no 
controle da temperatura corporal.
 - F: fibroblastos; 
 - Cabeça de seta: fibrócitos
Figura 9: Células Residentes do Tecido Conjuntivo
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2017)
 2) Transitórias: células que se originam 
principalmente na medula óssea, caem na 
corrente sanguínea e são recrutadas para o 
conjuntivo. São elas: macrófagos, mastócitos, 
plasmócitos e leucócitos. 
 • Macrófagos: são células muito 
ativas com movimentação ameboide 
que atuam na defesa do organismo, e se 
derivam dos monócitos. Os monócitos 
são células originadas da medula óssea 
que circulam no sangue e migram para o 
tecido conjuntivo, onde amadurecem e se 
diferenciam em macrófagos. Os macrófagos 
contêm lisossomos em abundância em 
seu citoplasma e quando estão ativados 
(estimulados por infecção) apresentam 
numerosas vesículas fagocíticas para o 
armazenamento dos materiais ingeridos.
 Os macrófagos apresentam funções 
como fagocitar corpos estranhos e restos 
celulares, além de capturar antígenos e 
apresentá-los para os linfócitos T, como parte 
da resposta inflamatória e imunológica. Além 
disso, secreta várias substâncias que atuam 
na defesa do organismo e renovação tecidual. 
Os macrófagos recebem nomes específicos 
em alguns órgãos (sistema fagocitário 
mononuclear), são denominados de células 
de Kupffer no fígado, células de Langerhans 
na pele, osteoclastos nos ossos e micróglia no 
sistema nervoso central (Figura 10A).
18
 • Mastócitos: são originados de 
células da medula óssea sem grânulos 
citoplasmáticos, que quando migram para o 
tecido conjuntivo, se proliferam e acumulam 
grânulos em seu citoplasma (grânulos 
metacromáticos). Os mastócitos são células 
grandes, globosas, com citoplasma repleto de 
grânulos e núcleo esférico bem centralizado. 
Os mastócitos além de colaborarem com as 
reações imunes, desempenham importante 
papel na inflamação, reações alérgicas e na 
expulsão de parasitas (Figura 10B).
 • Plasmócitos: são células grandes que 
devido a sua grande atividade de sínte-se, 
apresenta retículo endoplasmático rugoso 
bem desenvolvido, complexo de Golgi 
extenso e nucléolo proeminente. Possui 
núcleo esférico, excêntrico, com grumos de 
cromatina que se alternam com áreas claras, 
em um arranjo que lembra uma roda de 
carroça. Os plasmócitos derivam do linfócito B 
e produzem anticorpos, as imunoglobulinas, 
que tem participação importante nas reações 
imunes. Apesar de não serem numerosos no 
tecido conjuntivo, podem ser encontrados 
em grande quantidade nos locais onde ocorre 
inflamação crônica e em locais sujeitos a 
invasão de microrganismos (Figura 10C).
 • Leucócitos: são células especializadas 
na defesa do nosso organismo contra 
microrganismos. Também denominados 
glóbulos brancos, são constituintes do tecido 
conjuntivo que migram do sangue através 
das paredes dos capilares sanguíneos e 
vênulas, processo denominado diapedese. Os 
leucócitos não retornam ao sangue depois 
de terem migrado para o tecido conjuntivo, 
com exceção dos linfócitos que circulam 
continuamente no sague e em vários 
compartimentos do corpo, como o sangue, 
a linfa, tecidos conjuntivos, órgãos linfáticos 
(Figura 10D).
Figura 10: Células Transitórias do Tecido Conjuntivo
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2017) e Martins et. al. 
(2018).
1.7.2 MATRIZ EXTRACELULAR (MEC)
 A matriz extracelular é um componente 
importante do tecido conjuntivo. 
Diferentemente do que ocorre nos demais 
tecidos, que têm as células como seus principais 
constituintes, no tecido conjuntivo é a MEC 
que predomina. A matriz é constituída por 
fibras (colágenas, reticulares e elásticas) e pela 
substância fundamental amorfa.
 • Fibras: existem no tecido conjuntivo 
três tipos de fibras, as colágenas, as elásticas e as 
reticulares. As fibras colágenas e as reticulares 
são formadas pela proteína colágeno, já as 
fibras elásticas são formadas principalmente 
pela elastina. Essas fibras se distribuem 
desigualmente pelo tecido e fornecem assim a 
característica principal de cada tipo de tecido 
conjuntivo.
 1) Fibras colágenas: são constituídas 
pela proteína colágeno que é a proteína mais 
abundante no organismo, encontrada na pele, 
osso, cartilagem, músculo liso e lâmina basal. O 
colágeno pode ser classificado em diversos tipos 
(do ti-po I ao XXV) de acordo com as diferenças 
na composição de aminoácidos, na morfologia 
e nas suas propriedades físicas. As fibras 
colágenas são formadas pela polimerização do 
tropocolágeno (unidades moleculares alonga-
das) e normalmente aparecem agrupadas 
formando feixes. Estas são as fibras mais 
frequentes do tecido conjuntivo e caracterizam-
se pela sua espes-sura mais grossa, sendo mais 
resistentes e distendem-se pouco quando so-
frem tensão, características estas responsáveis 
pela resistência da nossa pele, evitando que ela 
rasgue quando é esticada (Figura 11A).
 2) Fibras elásticas: possuem dois 
componentes, a elastina que se encontra em 
sua parte central, e as microfibrilas que ficam 
ao redor, envolvendo a elastina. São fibras mais 
19
finas que as fibras colágenas e conferem 
elasticidade ao tecido conjuntivo, pois cedem 
às trações, mas retornam a sua forma inicial 
quando cessam as forças tracionantes. São 
encontradas em paredes de vasos, ligamentos 
amarelos da coluna vertebral e ligamento 
superior do pênis (Figura 11A).
 3) Fibras reticulares: são compostas 
principalmente por colágeno do tipo III que 
está associado a uma grande quantidade de 
glicoproteínas e proteoglicanas. São fibras 
muito finas que se organizam formando 
um arcabouço de sustentação, sendo 
abundantemente encontradas em músculo 
liso, no fígado e em órgãos hematopoiéticos 
(baço e medula óssea) (Figura 11B).
Figura 11: Fibras do Tecido Conjuntivo
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2017) e Martins et. al. 
(2018).
 • Substância Fundamental Amorfa: a 
substância fundamental intercelular é uma 
complexa mistura molecular, composta 
por glicosaminoglicanas, proteoglicanas e 
glicoproteínas, incolor, transparente e viscosa. 
Responsável por preencherespaços entre 
as células e as fibras do tecido conjuntivo, 
atuando ao mesmo tempo como lubrificante 
e como uma barreira contra a penetração de 
microrganismos.
O tecido conjuntivo fornece apoio e conexão 
para todos os outros tecidos do corpo, e difere de 
todos os demais tecidos por ser sua matriz extra-
celular (MEC) seu principal componente. A MEC 
deste tecido contém diferentes combinações de 
proteínas fibrosas e várias macromoléculas que 
constituem a substância fundamental amorfa.
Vamos entender um pouco mais sobre a consti-
tuição, os tipos e funções do tecido conjun-tivo?
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20
1.8 TIPOS DE TECIDO CONJUNTIVO
 O tecido conjuntivo pode ser classificado 
em dois tipos principais:
 1) Tecido Conjuntivo Embrionário: é um 
tipo de tecido conjuntivo frouxo que é formado 
durante o desenvolvimento embrionário inicial, 
possui uma consistência gelatinosa que se 
dá pela predominância da matriz extracelular 
hidrofílica. Este tecido é encontrado no cordão 
umbilical e devido a suas características 
também é denominado tecido conjuntivo 
mucoso ou geleia de Wharton (KIERSZENBAUM; 
TRES, 2012) (Figura 12A).
 2) Tecido Conjuntivo Adulto: apresenta 
diversidade estrutural que ocorre devido a 
variação da proporção dos seus componentes 
(células e MEC) em cada tecido. De acordo com 
esta variação pode-se subclassificar este tecido 
em tecido conjuntivo propriamente dito e tecido 
conjuntivo especializado.
1.8.1 TECIDO CONJUNTIVO
PROPRIAMENTE DITO
 Existem duas variações para o tecido 
conjuntivo propriamente dito, são elas: tecido 
conjuntivo frouxo e tecido conjuntivo denso, 
que pode ser modelado e não modelado.
 • Tecido conjuntivo propriamente dito 
frouxo: caracterizado por conter mais células 
do que fibras colágenas em sua constituição, o 
que torna esse tecido delicado, flexível e pouco 
resistente à tração. Responsável por preencher 
es-paços não ocupados por outros tecidos, por 
nutrir e apoiar o tecido epitelial (sendo assim 
localizado sob a pele de todo o corpo), e por 
envolver músculos, nervos e vasos sanguíneos e 
linfáticos (Figura 12B).
 • Tecido conjuntivo denso: diferente 
do que é encontrado no tecido conjuntivo 
frouxo, contém mais fibras colágenas do que 
células, características essas que oferecem 
mais resistência e proteção. Quando as fibras 
colágenas são orientadas aleatoriamente e 
entrelaçadas, oferecendo mais elasticidade, o 
tecido conjuntivo é denominado não-modelado. 
Este tecido é responsável por formar as cápsulas 
envoltórias de órgãos como o baço, o fígado, 
de cartilagens, ossos e também encontrado na 
derme profunda da pele (Figura 12C). Quando 
suas fibras colágenas estão orientadas em 
feixes em uma direção, como em tendões 
(ligam músculos aos ossos) e ligamentos 
(ligam ossos entre si), o tecido conjuntivo 
denso é denominado modelado (Figura 12D).
 • Setas: fibroblastos; 
 • Cabeças de seta: prolongamentos 
citoplasmáticos dos fibroblastos.
Figura 12: Tipos de Tecido Conjuntivo
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2017) e Martins et. al. 
(2018)
1.8.2 TECIDO CONJUNTIVO
ESPECIALIZADO
 O tecido conjuntivo especializado 
compreende tipos de tecidos conjuntivos com 
características não observadas nos tecidos 
conjuntivos embrionário e propriamente dito, 
são eles:
 • Tecido Conjuntivo Elástico: É um tipo 
de tecido conjuntivo que fornece elasticidade, 
pois é formado por fibras elásticas, fibras 
colágenas e fibroblastos. Encontrado nos 
ligamentos da coluna vertebral nos quais 
as fibras elásticas estão dispostas de forma 
irregular, e também nas paredes das aortas, 
onde as fibras elásticas estão dispostas em 
camadas.
 • Tecido Conjuntivo Reticular: O tecido 
conjuntivo reticular é muito delicado, formado 
por fibras reticulares associadas a fibroblastos 
especializados, denominados células 
reticulares. As células reticulares se encontram 
dispersas ao longo da matriz extracelular e 
seus prolongamentos citoplasmáticos cobrem 
21
uma parte das fibras reticulares e a substância 
fundamental amorfa, formando assim uma 
estrutura trabeculada, que se assemelha 
a uma esponja, dentro da qual as células e 
fluidos podem se mover livremente. Este 
tecido forma o estroma de órgãos do sistema 
linfáticoimunológico, como linfonodos e baço, 
da medula óssea e do fígado.
 Os demais tecidos conjuntivos 
especializados (adiposo, hematopoético, 
cartilaginoso e ósseo) serão abordados 
posteriormente.
1.9 TECIDO ADIPOSO
 O tecido adiposo é um tipo especializado 
de tecido conjuntivo que possui mais células, 
denominadas adipócitos, do que fibras 
colágenas e substância fundamental amorfa. 
Este tecido é o local mais importante de 
armazenamento de energia do nosso corpo, 
sendo armazenada na forma de triglicerídeos. 
Além da função de reserva energética, o tecido 
adiposo também faz o isolamento térmico do 
organismo; protege os órgãos contra choques 
mecânicos, mantendo-os em suas posições 
normais; forma os coxins que absorvem choques 
na palma da mão e na planta dos pés; modela a 
superfície do corpo, sendo em parte, responsável 
pelas diferenças do seu contorno entre homens 
e mulheres; e além disso, sintetizam e secretam 
diversos tipos de moléculas.
 Os adipócitos podem ser encontrados 
isolados ou em pequenos grupos, porém a maior 
parte destas células são encontradas na forma 
de grandes agregados. As células adiposas 
são originadas de células mesenquimais 
indiferenciadas, que além de formarem outros 
tipos celulares, dão origem aos lipoblastos que 
se diferenciam em adipócitos.
1.9.1 TIPOS DE TECIDO ADIPOSO
 Existem dois tipos de tecido adiposo, 
que se diferenciam pela distribuição no corpo, 
estrutura e fisiologia, são eles:
 • Tecido Adiposo Unilocular (Amarelo): o 
tecido adiposo unilocular ou amarelo tem essa 
denominação pois possui apenas uma grande 
gotícula de gordura que ocupa praticamente 
todo o citoplasma da célula. Essa gotícula não 
possui membrana em volta e devido ao seu 
tamanho, desloca o núcleo para a periferia 
da célula, e as organelas celulares ficam 
concentradas no citoplasma em torno do 
núcleo. A cor dos adipócitos uniloculares varia 
entre branco e amarelo-escuro dependendo 
da dieta de cada indivíduo.
 Em indivíduos adultos, este tecido 
representa praticamente todo o tecido 
adiposo do corpo, e seu acúmulo em 
determinados locais é influenciado pela 
idade e sexo do indivíduo. O tecido adiposo 
unilocular é encontrado em maior quantidade 
sob a pele do abdome, nádegas, coxas, mamas 
e nas axilas, sendo também encontrado 
em outros tecidos preenchendo os lugares 
vazios, e nas plantas dos pés e palmas das 
mãos como amortecedor de impactos. Atua 
também como armazenamento de energia, 
isolante térmico e protege os órgãos vitais 
contra choques (Figura 13A).
 • Tecido Adiposo Multilocular 
(Marrom): o tecido adiposo multilocular 
também é denominado de marrom, sua cor 
característica devido à grande vascularização 
e às numerosas mitocôndrias que estão 
presentes em suas células. Suas células são 
menores que as do tecido adiposo unilocular, 
tem formato poligonal e seu citoplasma 
é cheio de gotículas lipídicas de vários 
tamanhos, repleto de mitocôndrias com 
cristas mitocondriais longas.
 A distribuição do tecido adiposo 
multilocular pelo corpo é limitada a algumas 
áreas determinadas, sendo encontrado 
principalmente no feto e no recém-nascido. 
No adulto sua quantidade é bem reduzida, 
pois este tecido não apresenta crescimento. 
A função deste tecido é produzir calor, 
sendo muito importante nos mamíferos que 
hibernam e em recém-nascidos (Figura 13B).
22
Figura 13: Tipos de Tecido Adiposo
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2017)
VAMOS PENSAR?
A lipoaspiração é uma cirurgia que visa remover 
o “excesso de gordura” em determinadas regi-
ões do corpo. No Brasil, esta é a segunda cirurgia 
plástica mais realizada, ficando atrás apenas do 
implante de silicone. Técnicas cirúrgicasinovado-
ras aliadas às evidências científicas de que o teci-
do adiposo é metabolicamente ativo, fez com que 
pesquisadores sugerissem que a lipoaspiração 
pudesse alterar o perfil metabólico do paciente, 
pela perda imediata de gordura corporal, poden-
do assim ser utilizada no tratamento da obesida-
de. Estudos relacionados a esse tema ainda não 
identificaram uma quantidade segura para a re-
tirada do tecido adiposo durante os procedimen-
tos cirúrgicos, mostrando assim a vulnerabilida-
de dos pacientes sobre alterações metabólicas.
GLOSSÁRIO
Glicoproteínas: são proteínas que tem um ou mais 
açúcares ligados covalentemente a sua estrutura 
peptídica, sem repetição de unidades em série.
Proteoglicanas: são proteínas que são formadas 
por uma proteína nuclear com uma ou mais ca-
deias de glicosaminoglicano ligadas covalente-
mente.
Células quiescentes: são células que não estão ati-
vamente em síntese, estão em repouso, mas de-
pendendo do estímulo podem voltar a ficar ativas.
Glicosaminoglicanas: são polímeros lineares lon-
gos, não flexíveis, que se dispõem em cadeias não 
ramificadas, e têm como base unidades de dissa-
carídeos repetidas.
Parênquima: são os elementos funcionais de um 
órgão.
Estroma: é o tecido de sustentação de um órgão 
(sustenta as células funcionais - parênquima) e nor-
malmente é formado por tecido conjuntivo.
23
FIXANDO O CONTEÚDO
1 - Analise as proposições abaixo relacionadas aos tecidos epitelial, conjuntivo e adiposo.
I. Nos tecidos conjuntivos há pouca variabilidade celular e muito material intercelular.
II. O tecido epitelial é altamente irrigado por vasos sanguíneos.
III. Para que os tecidos possam ser analisados por microscopia de luz, estes precisam ser 
preparados adequadamente.
IV. As junções comunicantes encontradas no tecido epitelial permitem a passagem de 
moléculas pequenas entre as células adjacentes.
V. As glândulas exócrinas permanecem conectadas à superfície do epitélio que as originou 
por meio de suas porções secretoras, denominadas ductos tubulares.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras.
2 - Assinale a alternativa que apresenta corretamente os tipos celulares e os tecidos onde 
são tipicamente encontrados.
a) Linfócitos – tecido adiposo.
b) Adipócitos – tecido epitelial.
c) Fibroblastos – tecido conjuntivo.
d) Plasmócitos – tecido epitelial.
e) Células caliciformes – tecido conjuntivo.
3 - (IFSUL/2015) O tecido epitelial está dividido em tecido epitelial de revestimento e tecido 
epitelial glandular. O tecido epitelial de revestimento, além de revestir o corpo, forra as 
cavidades internas como a traqueia e os brônquios. Observando sua aparência, nessas 
cavidades internas, tem-se a impressão de que existe mais de uma camada de células, 
pois, os núcleos, dispõem-se em diferentes alturas.
Essa disposição celular caracteriza o epitélio
a) Uniestratificado.
b) Pluriestratificado.
c) Pseudoestratificado.
d) Transição.
e) Não estratificado.
24
4 - Dentre as funções do tecido adiposo, qual pertence ao tecido adiposo multilocular?
a) Reserva energética.
b) Proteger órgãos contra choque mecânicos.
c) Preencher lugares vazios entre os órgãos.
d) Isolante térmico.
e) Produção de calor.
5 - Os tecidos epiteliais são avasculares e devido a isso, a nutrição das células epiteliais é 
feita através de outro processo. Qual processo é esse?
a) Transporte ativo.
b) Pinocitose.
c) Difusão.
d) Osmose.
e) Transporte passivo.
6 - (UERN/2015) Analise as afirmativas.
I. O tecido de revestimento dos rins é constituído por células cúbicas simples.
II. Os alvéolos pulmonares apresentam um epitélio pseudoestratificado pavimentoso.
III. O epitélio estratificado pavimentoso ocorre revestindo a cavidade nasal, a tra-queia e os 
brônquios.
IV. O tipo de epitélio da epiderme é o estratificado pavimentoso.
V. O epitélio estratificado de transição ocorre revestindo a bexiga urinária.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) III, IV e V.
7 - Recordando de todos os critérios para se classificar o tecido epitelial, como podemos 
classificar este tecido?
a) Tecido Epitelial de Revestimento Simples Pavimentoso.
b) Tecido Epitelial de Revestimento Estratificado Pavimentoso Não Queratinizado.
c) Tecido Epitelial de Revestimento Simples Prismático.
d) Tecido Epitelial de Revestimento Simples Cúbico.
e) Tecido Epitelial Estratificado de Transição.
25
8 - Levando em consideração todos os tecidos epiteliais e suas características, qual a 
classificação do tecido abaixo?
a) Tecido Epitelial de Revestimento Estratificado Pavimentoso Não Queratinizado.
b) Tecido Epitelial de Revestimento Estratificado Pavimentoso Queratinizado.
c) Tecido Epitelial de Revestimento Simples Pavimentoso Não Queratinizado.
d) Tecido Epitelial Estratificado de Transição.
e) Tecido Epitelial de Revestimento Estratificado Prismático.
26
CONHECENDO OS TECIDOS 
CARTILAGINOSO, ÓSSEO E 
SANGUÍNEO
UNIDADE 2
27
2.
1 I
N
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 Os tecidos são formados por células e 
pela substância intercelular, componentes 
estes variam de acordo com cada tecido. 
Os tecidos que compõem esta unidade são 
tipos de tecido conjuntivo especializados 
com características peculiares que os 
diferenciam dos demais. 
 O tecido cartilaginoso possui 
características que o difere dos tecidos 
estudados até o momento, pois de acordo 
com a constituição da sua matriz, este 
tecido pode apresentar uma consistência 
mais rígida ou mais elástica. 
 No tecido ósseo sua matriz é 
mineralizada, ou seja, foi impregnada por 
sais de cálcio e fosfato, o que tornou esta 
matriz rígida e calcificada.
 O sangue é um tecido constituído 
por células e muita matriz extracelular 
que, diferentemente das demais é 
líquida. Como as células deste tecido tem 
um período de vida curto e precisam 
prontamente serem repostas, o tecido 
hemopoiético é o responsável pela 
produção destas células. Serão abordados 
a seguir, a anatomia microscópica dos 
tecidos cartilaginoso, ósseo, sanguíneo 
(hemopoiético), e suas variações, 
objetivando assim a compreensão básica 
de suas características e funções.
28
2.
2 
TE
C
ID
O
 C
A
R
TI
LA
G
IN
O
SO
 O tecido cartilaginoso é um tipo 
de tecido conjuntivo especializado, 
que diferente dos tecidos estudados 
até o momento, pois apresenta uma 
consistência rígida. Sua constituição é 
típica do tecido conjuntivo, possui células 
denominadas condrócitos e matriz 
extracelular (MEC), que agora estão 
envoltas pelo pericôndrio. Entretanto, o 
tecido cartilaginoso é avascular, ou seja, 
não possui vasos sanguíneos e toda a 
nutrição do tecido chega por difusão 
através da MEC, exceto para a cartilagem 
fibrosa que é nutrida pelo líquido sinovial. 
Este tecido também é desprovido de vasos 
linfáticos e nervos.
 O tecido cartilaginoso é responsável 
por dar suporte aos tecidos moles, pelo 
revestimento das superfícies articulares 
dos ossos, o que facilita o deslizamento 
dos ossos nas articulações e na absorção 
de choques. É um tecido essencial para a 
formação e crescimento dos ossos longos 
tanto durante a vida uterina quanto de-
pois do nascimento. As diversas funções 
do tecido cartilaginoso variam de acordo 
com a estrutura da sua matriz extracelular, 
que é constituída pelas proteínas colágeno 
ou colágeno mais elastina, associadas 
com ácido hialurônico, macromoléculas 
(proteoglicanas) e diversas glicoproteínas.
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 Conforme os seus constituintes 
e as diversas necessidades funcionais 
do organismo, o tecido cartilaginoso é 
dividido em três tipos: a cartilagem hialina, 
a cartilagem elástica e a cartilagem fibrosa 
ou fibrocartilagem.
 1) Cartilagem Hialina 
 A cartilagem hialina é o tipode 
cartilagem mais abundante nos seres 
humanos. No feto, antes de ocorrer a 
reabsorção e substituição pelo osso, a 
cartilagem hialina é responsável por 
formar a maior parte do esqueleto. Já 
no adulto, ela persiste na cartilagem das 
fossas nasais, laringe, nas vias respiratórias 
superiores (traqueia e brônquios), na 
extremidade ventral das costelas e nas 
superfícies articulares das articulações dos 
ossos longos. Constitui o disco epifisário, 
que se localiza entre a diáfise e epífise 
dos ossos longos e é responsável pelo 
crescimento desses ossos em extensão 
(Figura A).
 A cartilagem hialina é composta 
por células, fibras e matriz extracelular, 
além do pericôndrio que envolve este 
tecido.
 • Células 
 a) Condrogênicas
 As células condrogênicas são 
derivadas de células mesenquimais. 
Possuem formato fusiformes, seu 
citoplasma é escasso e apresentam 
pequeno complexo de Golgi, poucas 
mitocôndrias e pouco retículo 
endoplasmático rugoso. Estas células 
diferenciam-se em condroblastos, que 
iniciam a síntese da matriz ao seu em 
torno (Figura 14).
 b) Condroblastos
 Os condroblastos são células 
derivadas das células condrogênicas que 
se localizam na periferia da cartilagem. 
São células jovens com formato ovalado 
e características estruturais de uma 
célula com alto poder de síntese, com 
retículo endoplasmático rugoso e 
complexo de Golgi bem desenvolvidos, 
e grande quantidade de mitocôndrias 
e vesículas secretoras (Figura 14). Na 
cartilagem hialina, os condroblastos 
secretam colágeno, principalmente do 
tipo II, e os componentes da substância 
fundamental amorfa (proteoglicanas, 
glicosaminoglicanas e glicoproteínas de 
adesão, como a condronectina).
 c) Condrócitos 
 Os condroblastos após 
secretarem continuamente sua matriz 
ficam aprisionados em pequenos 
compartimentos individuais, as lacunas. 
Nesta fase, estas células são denominadas 
condrócitos. Os condrócitos são células 
que variam de formato, são ovoides 
aqueles localizados mais na superfície e 
arredondados os que se encontram mais 
profundamente no tecido cartilaginoso. 
Estas células aparecem em grupos 
denominados isógenos, pois todas as 
células são originadas de um único 
condrócito. Cada grupo isógeno pode 
conter até oito células (Figura 14).
Figura 14: Células e Pericôndrio da Cartilagem
Fonte: GARTNER; HIATT, 2007.
 • Matriz da Cartilagem
 A matriz extracelular é composta 
pela substância fundamental amorfa que 
apresenta um arcabouço macromolecular 
com glicoproteínas, proteoglicanas, 
colágeno e água, sendo o componente 
com maior percentualidade na matriz. 
A condronectina é uma glicoproteína 
adesiva que desempenha um importante 
papel, pois mantém o contato das células 
da cartilagem com os componentes 
fibrosos (colágeno tipo II) e amorfos 
(macromoléculas) (Figura 15).
30
 A matriz do tecido cartilaginoso 
é compartimentalizada (territorial e 
interterritorial). A matriz territorial está em 
torno de cada lacuna, ela é pobre em colágeno 
tipo II e rica em proteoglicanos, o que faz com 
que esta se core mais fortemente. Já a matriz 
interterritorial compreende a maior parte da 
matriz extracelular, é rica em colágeno tipo II e 
possui pouca quantidade de proteoglicanos, por 
isso esta matriz é menos corada.
 • Pericôndrio
 O pericôndrio é o tecido que envolve todas 
as cartilagens hialina (menos a cartilagem 
articular), e a cartilagem elástica. Contudo, na 
fibrocartilagem não há pericôndrio. Este tecido 
é formado na sua maioria por tecido conjuntivo 
denso, sendo que na sua parte superficial 
é composto por fibras colágenas do tipo I, 
fibroblastos e vasos sanguíneos (pericôndrio 
fibroso). Já o pericôndrio próximo à cartilagem 
é composto por fibras colágenas tipo I e células 
condrogênicas, sendo denominado pericôndrio 
celular. O pericôndrio é responsável pela 
nutrição, oxigenação e eliminação de refugos 
metabólicos do tecido cartilaginoso, pois é nele 
que se encontra os vasos sanguíneos e linfáticos 
que inexistem nas cartilagens. Além 
disso, o pericôndrio é uma fonte de novos 
condrócitos.
 • Crescimento da cartilagem
 O crescimento da cartilagem 
ocorre por meio de dois processos: o 
intersticial que se dá pela divisão mitótica 
dos condrócitos e ocorre na fase inicial de 
formação da cartilagem; e o crescimento 
aposicional que ocorre a partir das 
células condrogênicas do pericôndrio 
e são responsáveis pelo crescimento e 
regeneração do tecido.
 Os novos condrócitos formados 
pelos dois processos de crescimento, logo 
produzem os componentes da matriz 
(fibras e substância fundamental amorfa), 
sendo este crescimento muito maior do 
que o produzido pelo aumento do número 
de células. Contudo, à medida que a matriz 
vai se tornando rígida, o crescimento 
intersticial não é mais viável e a cartilagem 
cresce apenas por aposição.
 • Histogênese da cartilagem
 As células do tecido cartilaginoso 
são originadas das células do mesênquima 
no embrião. A primeira modificação 
observada nestas células é que seus 
prolongamentos se retraem e estas se 
tornam arredondadas, diferenciando-
se em condroblastos, que prontamente 
iniciam a síntese da matriz ao seu redor. 
Como ocorre uma contínua síntese e 
secreção da matriz, os condroblastos 
ficam aprisionados nas lacunas e então 
são denominados condrócitos (que ainda 
são capazes de se dividir). Esse processo, 
ocorre do centro das cartilagens para 
a periferia, de modo que observamos 
células com características de condrócitos 
na parte central, e células mais 
periféricas como condroblastos. Células 
mesenquimais na periferia da cartilagem 
em desenvolvimento, se diferenciam para 
formar fibroblastos que fabricam fibras 
colágenas, e que constituirão o tecido 
conjuntivo denso formando o pericôndrio. 
 2) Cartilagem Elástica 
Figura 15: Componentes da Matriz Cartilaginosa
Fonte: JUNQUEIRA; CARNEIRO (2017, p. 127)
31
 A cartilagem elástica se assemelha à 
cartilagem hialina, pois possui uma matriz 
composta por delicadas fibrilas de colágeno 
tipo II, além da substância fundamental amorfa 
com proteoglicanas, glicosaminoglicanas e 
glicoproteínas de adesão (condronectina). 
Mas se diferencia desta, pela presença e 
abundância das fibras elásticas, o que confere 
mais flexibilidade ao tecido. Esta cartilagem 
possui pericôndrio rico em fibras elásticas e 
seu crescimento se dá principalmente por 
aposição. É encontrada na orelha (tuba auditiva 
e pavilhão auditivo), na epiglote e na laringe (Fi-
gura 16B).
 3) Cartilagem fibrosa 
 A cartilagem fibrosa possui 
características intermediárias entre a 
cartilagem hialina e o tecido conjuntivo denso 
modelado. Em algumas regiões dos tendões e 
ligamentos não é possível distinguir os limites 
entre estes dois tecidos. Outras características 
importantes são: não possui pericôndrio e sua 
nutrição é realizada pelo líquido sinovial; a MEC 
é constituída por densas fibras de colágeno 
tipo I e II, o que permite resistir a fortes forças 
de tração; a substância fundamental amorfa 
é escassa e está limitada nas proximidades 
das lacunas dos condrócitos. Os condrócitos 
frequentemente se alinham em fileiras e os feixes 
de fibras colágenas seguem uma orientação 
aparentemente irregular ou paralelamente aos 
condrócitos, sendo esta orientação de acordo 
com as forças que atuam sobre o tecido. Este 
tipo de cartilagem é encontrado nos discos 
intervertebrais, sínfise pubiana, meniscos, 
inserção de tedões e ligamentos nos ossos. Sua 
função é a sustentação e resistência (Figura 
16C).
Figura 16: Tipos de Cartilagens
Fonte: Adaptado de Junqueira e Carneiro (2017)
O tecido cartilaginoso corresponde a um tipo espe-
cializado de tecido conjuntivo que apresenta uma 
consistência rígida, dependendo da constituição 
das fibras de sua matriz. Essa consistência permi-
te que este tecido forneça suporte para os tecidos 
moles. Além disso, outra função importante é que 
através da cartilagem ocorre a formação e cresci-
mento dos ossos longos do corpo. Vamos entender 
um pouco mais sobre ascaracterísticas, funções e 
os tipos de tecido cartilaginoso?
LINK: https://bit.ly/3jV3Dp1
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VAMOS PENSAR?
Hérnia de disco
O disco intervertebral é uma estrutura fibrosa e 
cartilaginosa que envolve o núcleo pulposo, de 
consistência gelatinosa. Esse anel fibroso quando 
sofre uma fissura ou desgasta, provoca uma ex-
pansão que também pode chegar a extravasar. 
Quando a lesão do anel fibroso é extensa, pode 
ocorrer a expulsão do núcleo pulposo e no conco-
mitante achatamento do disco. Dependendo do 
local que ocorre o extravasamento, o paciente po-
derá sentir fortes dores, pois pode comprimir ner-
vos. Essa doença não tem cura, mas tratamentos 
com profissionais adequados podem melhorar 
muito a dor e na maioria das vezes, as pessoas po-
dem voltar a ter uma vida normal.
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32
 O tecido ósseo é tipo especial de tecido 
conjuntivo, formado por células e matriz que 
devido a impregnação de sais de cálcio e fosfato, 
processo denominado mineralização, tornou-
se rígida e calcificada (KIERSZENBAUM; TRES, 
2012).
 Assim como o tecido cartilaginoso, o 
tecido ósseo possui o periósteo que o envolve.
 Este tecido possui as seguintes funções:
 • É o principal constituinte do esqueleto e 
oferece suporte para as partes moles do corpo, 
permitindo o seu movimento, funcionando 
como alavanca na locomoção;
 • Proteção de órgãos vitais, pois forma as 
caixas onde se alojam esses órgãos (craniana 
para o cérebro e torácica para o coração e o 
pulmão);
 • Aloja e protege a medula óssea, que 
é um tecido de consistência gelatinosa, com 
células tronco e que forma o sangue;
 • Depósito de cálcio (99% do cálcio do 
corpo), fosfato e íons. O tecido ósseo armazena e 
libera esses minerais e íons de forma controlada 
para manter a adequada concentração destes 
no corpo.
2.4 TECIDO ÓSSEO
2.4.1 CONSTITUINTES DO TECIDO ÓSSEO
 • Matriz Extracelular
 A matriz extracelular do tecido ósseo se 
diferencia da matriz dos demais tecidos pelo 
fato de sofrer a mineralização (impregnação de 
sais de cálcio e fosfato), mas além de sua parte 
inorgânica, possui os demais constituintes da 
sua parte orgânica. 
 • Parte Orgânica: corresponde a 
35% do peso ósseo, as fibras colágenas do 
tipo I representam 90% desta parte, possui 
glicosaminoglicanos e proteoglicanos 
semelhantes aos encontrados na cartilagem, e 
glicoproteínas adesivas como a osteonectina.
 • Parte Inorgânica: corresponde a 65% do 
peso ósseo, possui cristais de fosfato de cálcio 
(hidroxiapatita), além destes, outros íons são 
encontrados em pequenas quantidades como 
bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato. 
 Células 
 a) Osteogênicas
 São células de origem mesenquimal 
(no embrião) e do periósteo (fibroblastos) que 
podem se diferenciar em osteoblastos. Na fase de 
crescimento dos ossos e quando são necessárias 
reparações de lesões ósseas, estas células são 
mais ativas e aumentam sua atividade dando 
origem a novos osteoblastos para o tecido ósseo.
 b) Osteoblastos
 São células mais jovens, mais ativas 
que sintetizam a parte orgânica da matriz e 
localizam-se na borda do tecido. São originadas 
das células osteogênicas e mesenquimais. 
Tem formato cuboide e não possuem muitos 
prolongamentos. Participada mineralização 
da matriz, lançando moléculas que atraem os 
íons para se depositarem na matriz. A matriz 
óssea recém-sintetizada e ainda não calcificada 
é denominada osteoide e se localiza perto dos 
osteoblastos (Figura 17).
Figura 17: Células do Tecido Ósseo
Fonte: JUNQUEIRA; CARNEIRO (2017, p. 133)
 c) Osteócitos
 São células menos ativas quando 
comparado aos osteoblastos e localizam-se 
imersos em lacunas dentro da matriz. São 
originadas das células osteogênicas e dos 
osteoblastos no periósteo. São células com forma 
alongada e inúmeros prolongamentos, estes 
prolongamentos estão envolvidos por matriz 
formando os canalículos ósseos. São através das 
junções comunicantes dos prolongamentos 
que os osteócitos fazem contato um com o 
outro e por onde passam pequenas moléculas 
e íons. Estes prolongamentos constituem os 
33
canalículos ósseos e são essenciais para a 
manutenção da matriz óssea.
 d) Osteoclastos
São células grandes originadas da fusão de 
monócitos que formam um grande macrófago 
e são multinucleadas podendo conter até 30 
núcleos. Promovem a reabsorção da matriz 
óssea, mas não há fagocitose e sim acidificação 
com lançamento de enzimas e, posteriormente 
ocorre a deposição de cálcio. A reabsorção é 
importante para o crescimento e regeneração 
óssea. Localizam-se margeando a matriz óssea, 
e através da sua ação enzimática escavam 
a matriz formando depressões conhecidas 
como lacunas de Howship (Figura 17).
 e) Periósteo e Endósteo
 O tecido ósseo é recoberto 
externamente pelo periósteo, e internamente 
pelo endósteo. As principais funções destes 
componentes do tecido ósseo são a nutrição 
deste tecido e o fornecimento de novos 
osteoblastos, para que ocorra a recuperação e 
o crescimento tecidual.
 O periósteo na sua camada mais 
superficial é formado principalmente por um 
tecido conjuntivo denso com fibras colágenas 
e fibroblastos. Já a sua porção mais profunda 
é composta mais pelas células osteogênicas, 
que se dividem por mitose e se diferenciam 
em osteoblastos.
 O endósteo (endo = dentro; ósteo: osso) 
é constituído por uma camada única de células 
osteogênicas e reveste alguns canais como o 
medular, de Harvers e os de Volkmann.
2.4.2 TIPOS DE TECIDO ÓSSEO
 O tecido ósseo pode ser classificado 
tanto de forma macroscópica (anatômica) e, 
quanto de forma microscópica (histológica).
 • Classificação Macroscópica do tecido 
Ósseo 
 • Osso compacto: é um tecido 
maciço (não apresenta cavidades visíveis) 
e vascularizado. Está localizado nas regiões 
mais periféricas dos ossos longos, chatos e 
irregulares.
 • Osso esponjoso: composto por 
trabéculas ósseas que são inúmeras cavidades 
comunicantes. Localizado na extremidade 
dos ossos longos (epífise) e nas regiões mais 
centrais de ossos chatos e irregulares. As 
regiões cilíndricas dos ossos longos (diáfise) 
são quase totalmente compactas, com uma 
pequena quantidade de osso esponjoso 
na parte profunda que delimita o espaço 
ocupado pela medula (Figura 18).
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 • Classificação Microscópica do 
Tecido Ósseo
 Os dois tipos de tecido ósseo 
que são classificados histologicamente, 
denominados tecido ósseo primário e 
secundário, possuem as mesmas células 
e os mesmos constituintes da matriz 
extracelular. A diferença é que o tecido 
ósseo primário, tanto no desenvolvimento 
embrionário quanto na reparação de 
fraturas, aparece primeiro. Contudo é um 
tecido temporário e logo é substituído 
pelo tecido ósseo secundário (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2004).
 • Tecido ósseo primário: possui fibras 
colágenas dispostas de forma irregular que 
podem ser observadas em várias direções. É 
um tecido com pouca mineralização e está 
presente nas trabéculas do osso esponjoso e 
no tecido ósseo em desenvolvimento.
 • Tecido ósseo secundário (lamelar): é 
o tipo de tecido ósseo encontrado no adulto, 
presente no osso compacto. É um tecido 
muito mineralizado. Suas fibras colágenas 
se dispõem regularmente no tecido e se 
organizam de forma peculiar, em lamelas. 
Estas lamelas podem estar arranjadas de 
forma paralela umas às outras ou ainda 
formando camadas concêntricas ao redor 
de canais (canais de Harvers) que possuem 
34
vasos e nervos no seu interior, formando assim 
o sistema de Harvers ou ósteon. Os canais de 
Harvers conseguem comunicar-se entre si, com 
a cavidade medular e com a superfície externa 
do osso por meio de canais denominados Volk-
mann, que são canais transversos ou oblíquos 
e não apresentam lamelas ósseas concêntricas 
(Figura 19). Na imagem a seta aponta para os 
vasos sanguíneos.
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O tecido ósseo diferentemente dos outros tecidos 
pode ser classificado por suas características ana-
tômicas ou macroscopicamente e também por 
suas características histológicas ou microscopica-
mente. É importante saber diferenciá-las e enten-
der as características peculiares e funções de cada 
uma delas. Entenda mais sobre as classificações 
macroscópica e microscópica do tecido ósseo:
LINK:https://www.youtube.com/watch?v=Mr42b-
SA0Nto
LINK:https://www.youtube.com/watch?v=x_24L-
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 • Histogênese do Tecido Ósseo
 A formação do tecido ósseo se dá a partir 
de dois tipos de ossificação, denominados 
intramembranosa e endocondral.
 • Ossificação intramembranosa: 
ocorre a partir de uma membrana conjuntiva 
(mesênquima ou periósteo) e o local da 
membrana onde a ossificação começa é 
denominado centro de ossificação primário. 
As células mesenquimais sofrem estímulos e 
diferenciam-se em grupos de osteoblastos, que 
produzem matriz e ficam aprisionados. A matriz 
então se mineraliza e forma os osteóides. Esses 
grupos de osteóides se formam quase que ao 
mesmo tempo no centro de ossificação, dando 
origem às traves ósseas. Entre essas traves 
formam-se cavidades que dão ao osso um 
aspecto esponjoso. É por meio desse processo 
de ossificação que se formam os ossos frontal, 
parietal e partes do occipital, do temporal e dos 
maxilares superior e inferior. Essa ossificação 
também contribui para o crescimento dos 
ossos curtos e para o crescimento dos ossos 
longos.
 • Ossificação endocondral: ocorre a 
partir de um molde cartilaginoso (cartila-
gem hialina), e é a principal responsável 
pela formação dos ossos curtos e longos. 
A ossificação endocondral se inicia sobre 
um molde de cartilagem hialina que sofre 
modificações. A partir do seu pericôndrio 
forma-se um anel de osteoblastos, esse 
anel denominado anel ósseo é formado por 
ossificação intramembranosa. O anel ósseo 
deprime a nutrição do tecido cartilaginoso, os 
condrócitos tornam-se hipertróficos e morrem 
por apoptose. Posteriormente, capilares 
sanguíneos e células osteogênicas (oriundos 
do tecido conjuntivo adjacente) invadem as 
cavidades que eram previamente ocupadas 
pelos condrócitos. Essas células diferenciam-
se em osteoblastos que produzirão matriz 
óssea sobre a cartilagem calcificada. Todo 
esse processo que ocorre na diáfise do 
osso é conhecido como o centro primário 
de ossificação. Já o centro secundário de 
ossificação ocorre na região da epífise, sendo 
toda cartilagem epifisária substituída por 
tecido ósseo, exceto na superfície articular e no 
disco epifisário. 
 O disco epifisário é um disco cartilaginoso 
que será responsável pelo crescimento do osso 
em expansão, desaparecendo pelo processo 
de ossificação, aproximadamente quando 
o indivíduo completar 20 anos de idade, 
cessando assim o crescimento longitudinal dos 
ossos. O disco epifisário pode ser dividido em 
regiões ou zonas de acordo com as alterações 
sofridas na cartilagem e a formação do tecido 
ósseo
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35
 • Regiões do disco epifisário: 
 • Zona de Repouso: não há alteração na 
cartilagem hialina e está voltada para epífise;
 • Zona de Proliferação: multiplicação de 
condrócitos que formam fileiras paralelas de células 
achatadas e empilhadas, e mantém a zona em 
repouso;
 • Zona de Cartilagem Hipertrófica: condrócitos 
entrando em processo de apoptose;
 • Zona de Cartilagem Calcificada: ocorre a 
mineralização da matriz cartilaginosa com lacunas 
vazias (locais onde estavam os condrócitos);
 • Zona de Ossificação: o resto da matriz 
cartilaginosa serve de apoio para as células 
osteogênicas. Esta é a zona em que aparece o tecido 
ósseo.
Figura 20: Regiões do Disco Epifisário
Fonte: JUNQUEIRA E CARNEIRO (2017, p. 146)
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 O sangue é um tipo especializado 
de tecido conjuntivo que é constituído 
por células (elementos figurados do 
sangue) e muita matriz extracelular que 
é líquida (plasma), características essas 
que o diferem dos demais tecidos. Este 
tecido apresenta as características de 
um fluido viscoso, com cor variante de 
vermelho brilhante a vermelho-escuro, 
que circula por todo o corpo através do 
sistema circulatório, e no indivíduo adulto 
apresenta um volume total de 5 a 6 L.
 O sangue apresenta diversas 
funções:
 • É o meio de transporte para as 
células de defesa do organismo. Pois 
através dele os leucócitos deixam o sistema 
circulatório, atravessam os capilares 
sanguíneos (diapedese) e se concentram 
rapidamente nos tecidos lesionados 
ou naqueles que foram atacados por 
microrganismos, representando assim 
uma das primeiras barreiras do corpo 
contra infecções.
 • Além do transporte das células, o 
sangue também é responsável pelo trans-
porte de oxigênio e gás carbônico através 
das hemácias.
 • Contribui para a homeostasia 
do organismo através da regulação da 
distribuição de calor, e da manutenção do 
equilíbrio acidobásico e osmótico dos teci-
dos.
 • Atua como meio de distribuição de 
hormônios, possibilitando a troca de men-
sagens químicas entre os órgãos do corpo. 
 • É responsável pela hemostasia que 
é o mecanismo para estancar a perda de 
sangue após ocorre algum dano vascular.
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 O tecido sanguíneo possui dois 
componentes (células e plasma) que 
podem ser separados pelo processo de 
centrifugação, mas para que este tecido 
não coagule é necessário que o recipiente 
onde será depositado este sangue seja 
revestido por um anticoagulante. Assim, 
quando centrifugado o sangue sedimenta-
se em várias camadas.
 As hemácias (ou eritrócitos) 
sedimentados correspondem cerca de 45% 
do volume do sangue e formam a camada 
mais inferior e densa do hematócrito 
(percentual do volume de hemácias no 
sangue). Logo acima desta camada fica a 
leucoplaquetária, composta por leucócitos 
(células brancas) e as plaquetas. A fração 
sobrenadante transparente acima 
destas camadas corresponde ao plasma 
sanguíneo (Figura 21).
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 • Plasma
 O plasma é componente líquido do 
sangue composto basicamente por 90% de 
água, 7% de proteínas plasmáticas, 0,9% de 
sais inorgânicos e o restante é constituído 
por compostos orgânicos (aminoácidos, 
vitaminas, hormônios, lipídios e glicose). 
Dentre as proteínas que compõem o 
plasma, pode-se citar: a albumina que 
têm importante papel na manutenção da 
pressão osmótica do sangue; as gamaglo-
bulinas que são anticorpos e denominadas 
imunoglobulinas; e o fibrinogênio e a 
pro-trombina que são fundamentais no 
processo de coagulação sanguínea. 
 • Componentes Celulares do 
Sangue
 Os componentes celulares do 
sangue são: as hemácias, também 
denominadas de eritrócitos ou glóbulos 
vermelhos; os leucócitos ou glóbulos 
brancos; e as plaquetas.
 1) Hemácias (eritrócitos ou glóbulos 
vermelhos)
 As hemácias são células anucleadas 
que possuem forma discoidal bicôncava e 
sua função principal é o transporte de gases 
(O2/CO2). Estas células são produzidas na 
medula óssea e durante sua maturação 
perdem seu núcleo e organelas, fato 
este que ocasiona um tempo de vida 
curto a estas, de aproximadamente 120 
dias. Outra característica das hemácias 
é que são células bem flexíveis, o que 
permite que atravessem com facilidade as 
bifurcações dos capilares sanguíneos mais 
finos, sofrendo deformações, mas sem se 
romperem. 
 As hemácias são repletas de 
hemoglobina que é uma proteína 
transportadora de oxigênio. A 
hemoglobina é uma proteína conjugada 
com ferro, formada por quatro 
subunidades cada uma com um grupo 
heme (Fe2+) (Figura 22). Pode-se distinguir 
três tipos de hemoglobinas que são 
consideradas normais: A1 que representa 
97% da hemoglobina normal do adulto; 
A2 representa 2%; e F (fetal) representa 1%. 
A hemoglobina fetal

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