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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL ARTHUR RAMOS ALENCAR MARIANO CARLOS HENRIQUE DE SOUSA OLIVEIRA JUNIOR IMPACTOS FINANCEIROS DA EXECUÇÃO DE FUROS EM PEÇAS ESTRUTURAIS DE CONCRETO EM UMA NÃO COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS TERESINA, PI 2019 ARTHUR RAMOS ALENCAR MARIANO CARLOS HENRIQUE DE SOUSA OLIVEIRA JUNIOR IMPACTOS FINANCEIROS DA EXECUÇÃO DE FUROS EM PEÇAS ESTRUTURAIS DE CONCRETO EM UMA NÃO COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à coordenação de curso Bacharelado em Engenharia civil do Centro Universitário Santo Agostinho como requisito parcial à de obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Prof. Esp. Gil Alves dos Santos Junior TERESINA, PI 2019 ARTHUR RAMOS ALENCAR MARIANO CARLOS HENRIQUE DE SOUSA OLIVEIRA JUNIOR IMPACTOS FINANCEIROS DA EXECUÇÃO DE FUROS EM PEÇAS ESTRUTURAIS DE CONCRETO EM UMA NÃO COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à coordenação de curso Bacharelado em Engenharia civil do Centro Universitário Santo Agostinho como requisito parcial à de obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Data de aprovação: ___ de junho de 2019. _________________________________________ Prof. Esp. Gil Alves dos Santos Junior _________________________________________ D.sc. Matias Francisco Gomes de Sales Em memória de Antônio Carlos de Alencar Neto, Carlos Barbosa Reis e Raimundo Marques Bispo de Sousa. Mestres, conselheiros e amigos, servirão de inspiração trazendo senso de direção para nossas vidas. AGRADECIMENTOS Ao bom pai, sem a fé não haveria estruturas para continuar trilhando com garra e afinco. Ao nosso estimado orientador e professor Gil Junior, seus ensinamentos serão de exímio proveito na vida profissional e tomamos como exemplo de pessoa ética, coerente e perspicaz a quem nos espelhamos buscando sempre aprimoramento pessoal. Ao professor Ronaldo Siqueira, mestre amigo, sempre atencioso e de grande participação no curso estando presente desde o segundo ano e acompanhando nosso crescimento, aconselhando e sanando dúvidas. Aos nossos pais, que mesmo com toda dificuldade enfrentada nos apoiaram e nos confortaram em seus braços em momentos de angustia. Aos irmãos e amigos pelos momentos de descontração e fraternidade. A toda instituição que promoveu uma estrutura de ensino espetacular com quadro de professores excepcionais, com didática e metodologia ímpar. RESUMO MARIANO, A. R. A.; OLIVEIRA JUNIOR, C. H. S. IMPACTOS FINANCEIROS DA EXECUÇÃO DE FUROS EM PEÇAS ESTRUTURAIS DE CONCRETO EM UMA NÃO COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS. 2019. 54 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, UNIFSA - Centro Universitário Santo Agostinho, Teresina, 2019. Cap. 1. Ao sugerir o tema sobre perfurações em estruturas de concreto armado com objetivo de compatibilizar projetos de engenharia, se gera uma problemática pouco debatida, o custo entre métodos. Escolher um método está intrinsecamente ligado ao planejamento, este sendo essencial para o bom caminhar da construção. Como hipótese, a perfuração de uma peça estrutural de concreto armado por método destrutivo é mais cara quando comparado a uma técnica não destrutiva, podendo ser aferido um resultado contrario onde a técnica de impacto seria mais barato. Portanto, como objetivo geral se busca aferir a diferença entre os custos estimados das técnicas de compatibilização, destrutiva e não destrutiva, em peças estruturais de concreto armado de um edifício residencial. Ao tratar-se de objetivos específicos, acompanhou-se ao desenvolvimento das atividades do canteiro de obras para identificar pontos de aplicação das técnicas de compatibilização sob comparação, medição do volume de concreto perdido na aplicação da técnica destrutiva, estimar valores para composições de custo unitário das técnicas e seu tempo médio de execução. Teoricamente o material existente não busca aferir comparativos entre tais técnicas, por serem resultantes de experimentos sem controle tecnológico efetivo, advindos de erros de projeto em suas compatibilizações ou sumária falta de planejamento, com isso busca-se adicionar informações sobre as técnicas à literatura. Na tentativa de adicionar parâmetros a pratica das técnicas, os comparativos auxiliarão no meio profissional no correto dimensionamento e planejamento de projetos com redução de custos e obter parte de garantia de conforto e satisfação social. Dentro da bibliografia, temas relacionados como referencial teórico tomam destaque. Estrutura transmite esforços e garante à estabilidade, a economia é um dos fatores limitantes ao projeto, mas dá asas à imaginação dentro da engenharia, com variedades de formas e materiais. Concreto e seu casamento com o aço faz parte da gama de materiais a serem utilizadas para criação de estruturas. Alta resistência, um avanço tecnológico e tanto. A perfuração de uma estrutura muda sua conformidade geométrica e com isso altera sua resistência característica, sendo crucial o estudo sobre o uso de técnicas que alteram a estrutura para compatibilizar projetos. A obra estudada e amostra de pesquisa: edifício residencial com estrutura em vigas, pilares e lajes, todas as estruturas em concreto armado, necessárias compatibilizações do projeto estrutural com projetos auxiliares. Para isso, aferindo-se por meio de controle de obra, experimentação e registros fotográficos os dados são processados e analisados no formato de tabelas e montagem de quadros, obtendo médias de tempo, composições de custo e atribuição de um valor unitário aplicado ao volume de concreto removido na técnica destrutiva e o custo unitário aplicado ao comprimento efetivo de tubulação utilizada na técnica não destrutiva. Os resultados trazem os tempos médios, dados experimentais, medição de volumes materiais necessários, composições de custo, tabelas e quadros comparativos. Com os dados levantados, pôde-se analisar uma taxa de remoção de concreto na execução de furos e ter um resultado, para a obra do edifício Neuton Oliveira, o método destrutivo é mais caro que o método não destrutivo. A pesquisa mostra um potencial para evolução, estudo em outras obras, trazer dados mais precisos, buscar a influência de tais furos à resistência da estrutura que serve de base a trabalhos futuros, além da geração de resíduos sólidos, tema amplamente difundido na busca da preservação ambiental. Palavras-chave: Engenharia Civil; Compatibilização; Método Construtivo; Composição de custos. ABSTRACT MARIANO, A. R. A.; OLIVEIRA JUNIOR, C. H. S. FINANCIAL IMPACTS OF THE IMPLEMENTATION OF HOLES IN CONCRETE STRUCTURAL PARTS IN A NON-COMPATIBILITY OF PROJECTS. 2019. 54 p. TCC (Undergraduate) - Civil Engineering Course, UNIFSA - Centro Universitário Santo Agostinho, Teresina, 2019. Chapter 1. By suggesting the topic of perforations in reinforced concrete structures with the objective of making engineering projects compatible, a problematic is not much debated, the cost between methods. Choosing a method is intrinsically linked to planning, this being essential for the smooth walk of the building. As a hypothesis, the perforation of a structural piece of reinforced concrete by destructive method is more expensive when compared to a non- destructive technique, and a contrary result can be verified where the impact technique would be cheaper. Therefore, the general objective is to measure the difference between the estimated costs of destructive and non-destructive compatibilization techniques in reinforced concrete structural parts of a residential building. In the case of specific objectives, it was followed the development of the activities of the construction site to identify points of application of the compatibilization techniques under comparison, measurement of the volume of concrete lost in the application of the destructive technique, estimate values forcompositions of unit cost of the techniques and their average execution time. Theoretically, the existing material does not seek to benchmark such techniques, as they are the result of experiments without effective technological control, resulting from design errors in their compatibility or a lack of planning, with the aim of adding information about the techniques to the literature. In an attempt to add parameters to the practice of techniques, the comparatives will help in the professional environment in the correct design and planning of projects with reduction of costs and to obtain part of guarantee of comfort and social satisfaction. Within the bibliography, topics related as theoretical referential are highlighted. Structure transmits effort and ensures stability, economy is one of the limiting factors to the project, but it gives wings to the imagination within the engineering, with varieties of forms and materials. Concrete and its marriage to steel is part of the range of materials to be used for building structures. High resistance, a technological breakthrough and so much. The drilling of a structure changes its geometric conformity and thereby alters its characteristic resistance, and the study of the use of techniques that alter the structure to compatibilize projects is crucial. The work studied and research sample: residential building with structure in beams, pillars and slabs, all structures in reinforced concrete, necessary structural project compatibilizations with auxiliary projects. To this end, by checking the work, experimentation and photographic records, the data are processed and analyzed in the format of tables and assembly of tables, obtaining averages of time, cost compositions and attribution of a unit value applied to the volume of concrete removed in the destructive technique and the unit cost applied to the effective pipe length used in the non-destructive technique. The results bring the mean times, experimental data, measurement of necessary material volumes, cost compositions, tables and comparative tables. With the data collected, it was possible to analyze a concrete removal rate in the execution of holes and to have a result, for the work of the Neuton Oliveira building, the destructive method is more expensive than the non- destructive method. The research shows a potential for evolution, study in other works, to bring more accurate data, to seek the influence of such holes to the resistance of the structure that serves as the basis for future works, besides the generation of solid waste, a theme widely diffused in the search for preservation environmental. Keywords: Civil Engineering; Compatibility; Constructive Method; Composition of costs. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 3 1.1. Tema 3 1.2. Problema de Pesquisa 6 1.3 Hipóteses 7 1.4. Objetivos 7 1.4.1. Geral 7 1.4.2. Específicos 7 1.5. Justificativa 8 2. REFERENCIAL TEÓRICO 12 2.1. Compatibilização de projetos 12 2.2. Compatibilização de projetos estruturais em concreto armado 15 2.3. Técnicas usuais de compatibilização 17 2.4. Furos em peças estruturais de concreto armado 22 3. METODOLOGIA 25 3.1. Procedimentos metodológicos 25 3.2. População e amostra 26 3.3. Procedimentos e coleta de dados 26 3.4. Procedimentos e analise de dados 27 4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 28 4.1. Memorial Descritivo 28 4.2. Tempo de Serviço 31 4.3 Composição de Custos 38 5.0. CONCLUSÃO 40 REFERÊNCIAS 43 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Quantitativo de volume de concreto. 13 Figura 2- Shaft 16 Figura 3 - Modelo de projeto estrutural 18 Figura 4 - Esquema de montagem de pilar 19 Figura 5- Pilar invadindo região de esquadria 20 Figura 6- Incompatibilidade entre projeto elétrico e estrutural 21 Figura 7 - Furos preenchidos em lajes 22 Figura 8- Furo em laje 23 Figura 9- Cano na laje 23 Figura 10 - Martelete Perfurador Sds 820W Com Brocas GBH2-24D Bosch 31 Figura 11 - Placas de Concreto Armado 32 Figura 12 - Marcação de Furos de Shaft 1 litro 32 Figura 13 - Furos de Shaft 1 litro 33 Figura 14 - Marcação de Furos de Shaft 3 litro 33 Figura 15 - Furos de Shaft 3 litros 34 ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1 - Origens dos problemas da obra 29 Quadro 2 - Equivalente de área para tubo de PVC de 100mm (A= 0,007854m²) 29 Quadro 3 - Comprimento equivalente em tubos de 100mm 30 Quadro 4 - Comprimento Total 30 Quadro 5 - Composição de Insumos e Serviços Unitários por Método 39 Quadro 6 - Composição: Concreto para Armado, por m³ 40 Quadro 7 -Armadura para Concreto, kg 40 Quadro 8 - Fôrma e Cimbramento para Concreto, m² 41 Quadro 9 - Levantamento de Mercado, tubos pvc 100mm 42 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - SIMULAÇÃO DE LAJE, 0,2m x 0,1m x 0,05m (1 Litro) 34 Tabela 2 - SIMULAÇÃO DE LAJE, 0,4m x 0,15m x 0,05m (3 Litros) 36 Tabela 3 - TEMPO DE PERFURAÇÃO SHAFT, 0,8m x 0,15m x 0,05m (6 litros) 37 ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Taxa de extração (s/l) x Volume removido (l) 38 14 1. INTRODUÇÃO 1.1 Tema Em alusão a um caminho a ser tomado, projetar é determinar uma direção para se chegar a um objetivo com proficiência, tal que, usa-se de conhecimento técnico aplicado a fim de determinar um trajeto a se seguir e assim assegurar resultados almejados (ABNT, 2014). Tem início em uma ideia, assim, representa a concretização de uma vontade. Projetar é tornar o abstrato real, sonhar, o imaterial em material, dar vida a um ideal, a ponto de esta ideia ser uma das bases de sustentação da engenharia. Tal planejamento inicial é crucial para programar um cronograma, efetivar o quadro de colaboradores, material e fornecedores, além da garantia de executar um trabalho seguro, ágil, eficiente e de alta qualidade (PADILHA, 2015). O ato de descrever algo é a premissa para um projeto. Dentro da engenharia, descrição, significa detalhar minuciosamente aspectos arquitetônicos, métodos construtivos, materiais necessários. Registrado em memoriais descritivos, com linguagem técnica universal e com simplicidade única, a fim de evitar falhas, garantir qualidade, confiança e clareza ao bem material final, produto de todo o processo de engenharia (ABNT, 1995). Evidente que se houvesse alguma forma de prever com total certeza as falhas futuras, complicações, gastos desnecessários ou sinistros que necessitam de alguma forma de um retrabalho, não seriam necessárias preocupações com planejamento, para isso, o projeto busca estudar e estabelecer um método que mais se encaixa nos parâmetros de economia sem perder aspectos de segurança (VILLA; ORNSTEIN. 2009). A obtenção de um caminho crítico e a divisão de tarefas traz importantes objetos de estudo dentro da engenharia civil, planejamento e controle. Como o ideal é evitar falhas, é crucial desenvolver métodos capazes de identificar, corrigir ou mitigar perdas antes que ocorra o processo de execução. Aplicar tecnologias, aprimoramento técnico, treinamento de equipe, tanto para uso das ferramentas, quanto treinar a metodologia de obtenção do produto qual se deseja obter, pode ser uma das respostas ao se perguntar como realizar um trabalho límpido e eficiente (MARCELO, 2012). Assim, a tarefa de detecção e prevenção de falhas, dedução de custos, prevendo de forma sistemática a viabilidade técnica, econômica e social de um empreendimento se tornam mais fácil. Ao falar de construção civil, ou a engenharia em sua totalidade, há necessidade de projetar, ou seja, planejar é evidente quando é necessária uma preocupação com segurança, conforto e economia (GONÇALVES; et al, 2003). 15 Objetivando analisar os conceitos de perda e falhas na construção civil que ocorrem com frequência e são em sua maioria associados ao desperdício de materiais ou trabalhos refeitos, temos o planejamento anterior a execução do empreendimento. Tendo em vista que um empreendimento a ser executado possui diversas pranchas de projetos, ocorrerão interferências entre os projetos, provocados pela diferençade equipes de projetistas, métodos de trabalho, falta de comunicação ou simples descuido, e assim sendo necessária uma varredura minuciosa para detectar tais interferências. Daí nasce o conceito de compatibilização de projetos, que vem traduzir a necessidade de acabar com erros e redução de custos por perdas (ARAÚJO, 2000). As perdas como consequência, são resultados de um processo de baixa qualidade, causando não só uma elevação de custos, mas também um produto final de qualidade deficiente ou duvidosa, atingindo a premissa de qualidade, eficiência, conforto e segurança. Com acompanhamento e controle tecnológico, a presença de técnica de compatibilização pela sobreposição dos conjuntos de projetos de mesma ordem pode identificar, por exemplo: uma abertura de esquadria no local de um pilar, um duto de esgoto passando no centro de uma sala de estar, queda de um dreno sobre a pintura da fachada que provocaria manchas futuras e entre outros (MARCOS, 2014). É comum o pensar que a obra começa com a chegada da equipe de mão de obra ou com a chegada dos materiais ao canteiro de obras. Na verdade, a obra, inicia bem antes disso, na sua concepção ideológica. À medida que esse pensamento se estende, a contratação de uma equipe desqualificada é comum, que ignora planejamentos, tornando o empreendimento imprevisível e oneroso, com altos riscos de sinistros (FORMOSO, 1995). Outro fator gerador de falhas, fruto também de interferências, é quando há a presença de diversos profissionais ou equipes, interferindo um no trabalho do outro. Dessa forma os envolvidos nos projetos, tais como o engenheiro, arquiteto, fornecedores, colaboradores e o cliente que pode ou não ser o usuário final, devem salientar as consequências de tais interferências e acompanhar o planejamento à risca (SCARDOELLI, 1995). Os projetos que comumente fazem parte dessa fase inicial da obra são: arquitetônico, hidráulico, instalações elétricas, estrutural, climatização, alvenaria, incêndio, forro e vários outros, dependendo da necessidade da obra e das exigências do cliente. Sendo necessário um ou mais profissionais para cada etapa sendo crucial a comunicação entre as partes (ADESSE, 2014). O projeto executivo pode ser um eficaz instrumento, capaz de aperfeiçoar o uso dos materiais, levando em conta suas dimensões, diminuindo desperdícios na hora de sua 16 colocação e de orientar e estudar as melhores soluções de integração dos sistemas construtivos utilizados, evitando assim as não compatibilidades entre os mesmos (DUARTE; SALGADO, 2002). O planejamento se molda em um cronograma, dividindo assim a empreita em diversas etapas e obtendo um controle maior com a produção, maquinário, fornecimento de material e mão-de-obra, onde o contratante determina um prazo e cobra seu cumprimento para tal retorno pessoal esperado pelo investimento (STROHAECKER, 2017). Estar dentro de um prazo e se adequar à necessidade específica de cada obra são trabalhos ardilosos e traiçoeiros, requerendo experiência e astúcia para lidar com imprevistos. A compatibilidade entre seus inúmeros projetos traz uma folga quando falamos do inesperado, pois, ao se perceber um problema dentro da fase de organização sua prevenção é mais simples e menos onerosa que remediar o sinistro (ÁVILA, 2011). Dando ênfase a estratificação da obra em etapas, um importante componente é a estrutura, imponente, sustenta todos os esforços e realocam cargas, sua integridade é essencial para obtenção de garantias de desempenho das peças estruturais de concreto armado. Estruturas de concreto armado apresentam características monolíticas. Algumas técnicas construtivas de compatibilização trazem perfurações ou escarificações às peças estruturais, o que não é recomendado, pois, justamente pelo caráter monolítico, uma alteração feita na peça, muda toda sua reação quando solicitada pelos esforços solicitantes (ANDERY, 2000). O processo do projeto estrutural pode ser idealizado por diferentes agentes e projetistas costumam tomar decisões isoladamente. Estas decisões, sejam na área do negócio, no produto ou no processo de produção, tem repercussão direta na construtibilidade da edificação, pois precedem e determinam o processo de execução. À medida que forem necessárias alterações em um determinado projeto, tal alteração deve ser averiguada, com uma visão futura, enxergando impactos e consequências, principalmente se tratando da estrutura da edificação. Um ponto crítico de tensão criado desnecessariamente pode acumular tensões a ponto de exaurir um estado limite de serviço, perdendo seu uso, sendo necessário reforço ou até mesmo substituição que num pior cenário, caso atinja um ponto de estado limite último, venha ruir sem avisos precedentes, ocasionando acidentes e perdas até irreparáveis (FABRICIO, 2002). A perfuração de peças estruturais de concreto armado, comumente utilizado para a passagem de componentes dos projetos de instalações prediais. Caso não seja previsto um furo durante a fase de execução da peça estrutural, causa a perda material, perda e desgaste de equipamentos, se ocorrerem equívocos e o furo for executado em local errado, será necessário 17 reparo e enxerto do furo com material de alta resistência, ou seja, um simples furo necessita de uma série de analises a serem feitas e sondadas (MOREIRA, 2017). Por isso, deve-se pensar no sincronismo entre os diversos projetos, no equilíbrio entre a segurança (estrutura) e a estética (arquitetura), a economia (custos), alterações na estrutura podem imbuir perda de resistência ou alterar funcionabilidade de peças, e gerar maiores gastos e perca de tempo, assim, realizar furos deve haver cuidados. Sendo necessários furos na estrutura, sua realização após a peça estrutural pronta, traz ônus material, exige estudo e logística de toda uma equipe e controle tecnológico, para realizar sem perdas excessivas (NOVAES, 2001). 1.2. Problema de Pesquisa Quando houver a necessidade de interferência no estrutural com a presença de furos no corpo da peça de concreto armado, verificamos alguns fatores: porte da estrutura, localização do furo, método construtivo e controle tecnológico. Na hiperestática, corpos sob efeito de flexão, uma viga, possui uma linha neutra, que suporta esforços de compressão em uma parte e esforços a tração em outra. Havendo a presença de um furo, a capacidade de carga, sem atingir estado limite de serviço, em tese, reduz, prejudicando a funcionabilidade do material. Dentro da parte sob compressão, há o efeito de biela comprimida, ocasionado pelo esforço cortante, sendo assim, o furo, em local erroneamente posicionado, gera um ponto crítico de tensão, ocasionando fissuras e podendo até levar a peça à ruina. É ideal a existência de estudo na edificação, para evitar perda material, perda de logística e atrasos, os furos já deverão ser dimensionados, e com localização definida pelo projetista estrutural antes da fase de concretagem, sendo comum o uso de tubulações de PVC (Policloreto de Vinila) dentro da fôrma. Assim, ao final do processo de cura, o furo estará uniforme e executado sem muito esforço. A perfuração sem controle pode acarretar em furos mal posicionados, com presença de nichos ou executados de forma equivocada, localizações na peça estrutural errada ou uma abertura maior que a necessária, sendo preciso reparo e enxerto com material de alta resistência, que no mercado tem um preço elevado, aumentando as perdas recorrentes. Como causas notáveis: a aceleração do processo construtivo, a negligencia de etapas como o estudo de compatibilização no período de planejamento e a ineficiência do corpo fiscal, traz a necessidade do uso de técnicas, com gastos que poderiam ter sido evitados. 18 Diante deste contexto, este trabalho pretende estudar: Qual o impacto financeiro gerado a partir da utilização de métodos destrutivos de compatibilização em peças estruturaisde concreto armado quando comparado a técnicas não destrutivas? 1.3. Hipóteses H0: O método destrutivo não é mais caro em comparativo a técnica não-destrutiva. H1: O método destrutivo é mais caro em comparativo a técnica não-destrutiva. 1.4 Objetivos 1.4.1 Geral Comparar os custos estimados de técnicas destrutivas e não destrutivas para a compatibilização de projetos estruturais de concreto armado. 1.4.2 Específicos - Acompanhar o andamento da execução de uma edificação residencial. - Identificar pontos de aplicabilidade da técnica de compatibilização de projeto em peças estruturais. - Medir o volume de material desperdiçado no emprego de técnica destrutiva. -Aferir o valor da “Hora-Homem” para o emprego de técnica destrutiva de compatibilização. - Estimar para a obra em questão uma composição de custos para a técnica destrutiva e não destrutiva de compatibilização. 1.5. Justificativa Todo e qualquer ônus ao custo do produto final é dispensável. Prever gastos desnecessários é um papel da engenharia. Furos nas peças estruturais de concreto armado após o período de cura, geralmente 28 dias para atingir a resistência de projeto, geram gasto material com perda de equipamentos, furadeiras, perfuratrizes e brocas (GOLDMAN, 1986). Todo e qualquer que seja o projeto têm sua função de garantir uma perfeita execução, traz informações teóricas a fim de aperfeiçoar resultados. É esperando da execução o menor número de falhas possíveis, tal conjunto de informações deve ser bem administrado, dirigir e monitor, assim, os projetos relacionados ao empreendimento entrem em harmonia evitando assim erros básicos de compatibilização (ABNT, 2014). O termo “não compatibilização” surge à medida que há tentativas de desenvolver o processo de compatibilização, o método empregado é falho e gera dúvidas. Por exemplo, 19 reformas residenciais com a remoção descontrolada de paredes sem estudo da estrutura podendo remover os apoios e assim condenar a estabilidade, um duto de ventilação do sistema sanitário voltado para dentro da residência e assim todo o gás e o mau odor impregna no ambiente, ou até mesmo numa calha que despeja água da chuva junto a parede, provocando umidade exagerada e traz a formação de lodo e patologias no revestimento (CARVALHO, 2017). Em suma, planejar gera ganho de tempo, eficiência de execução, produtividade, maleabilidade com corpo de trabalho, diminuição de ônus por desperdício e retrabalho, com acompanhamento técnico e determinação de um corpo de trabalho definitivo (SPECK, 2005). Em patologias da construção, a compatibilização de projetos está como principal causa de falhas em obras. O método empregado está relacionado a isso, a falta de controle tecnológico e corpo técnico qualificado também influenciam no produto final (DOLABELA; FERNANDES, 2014). O ganho de tempo com a atenção ao planejamento prévio e prevenindo falhas, gera eficiência técnica, onde o método construtivo empregado será bem executado e por si só permite o seu desenvolvimento e assim melhora o desempenho dos profissionais em serviço, ganhando confiança e sem preocupações futuras com retrabalho (SANTOS, 2014). Softwares crescem a cada dia com a plataforma BIM (Building Information Modeling) ou Modelagem da informação da construção, que traduz o conceito de compatibilização de projetos, avisando e realocando quando há falhas e até sugerindo um melhor arranjo de componentes de projetos como tubos, canos, fios e elementos estruturais. Avanços como este melhoram desempenho no quesito projetar onde reflete no técnico e social (SPECK, 2005). A partir de uma consideração específica no que remete à viabilidade do estudo de ações para o desenvolvimento da engenharia no foco da análise social, verifica-se uma valorização no projeto como um todo, em forma de contribuição às iniciativas adotadas para o mesmo, do que determina buscar, de maneira a priorizar uma otimização do que é objetivada nesta pesquisa, uma qualidade do empreendimento e da edificação, do ponto de vista da organização do processo de produção e, por consequência, com visões diferenciadas de seu próprio papel no desenvolvimento do processo (NOVAES, 2014). A ideia de lucro está presente na construção civil, eficiência e retorno. Uma obra depende da submissão a uma sequência rigorosa e a um cronograma, frutos do processo de planejamento. Investimentos em planejamento geram corte de gastos, aumenta a confiança do contratante da empreita, indiretamente remete a questões ecológicas com diminuição de 20 gastos com material e maquinário. A responsabilidade ecológica no meio da construção civil aumenta incisivamente ao longo dos anos, por isso também é um ponto a ser considerado importante e significativo (CORRÊA, 2009). Trazer desenvolvimento teórico das técnicas construtivas e métodos de projeto, no meio profissional com eficiência e produtividade com agilidade e fluidez na execução dos empreendimentos, traz conforto e segurança ao analisar as dinâmicas depois de um período de uso pós-ocupação onde há um decréscimo na incidência de patologias (ORNSTEIN; VILLA, 2009). Há falhas que se desenvolvem durante o processo de execução de uma obra devido à falta de compatibilização de projetos e com ela surgem necessidades, analise profunda e aprimoramento de técnicas. Os imprevistos que são gerados têm acarretado em prejuízos, diante desse fato, desenvolver a ideia de evidenciar a realidade que ocorre nos canteiros de obras com o objetivo de conscientizar a todos sobre a importância do planejamento bem elaborado fazendo com que os resultados almejados sejam eficazes (MATOS, 2013). O interesse de empresas da construção civil pela gestão da qualidade do projeto tem motivado projetistas. Impulsionado pela competitividade encontrada no novo mercado, buscam por melhorias na produtividade, na redução de resíduos materiais, na redução de custos, na rapidez dos processos construtivos e na transparência de informações. Quando conciliadas, essas melhorias se traduzem na entrega do produto ao cliente dentro do prazo planejado, efetiva e significativa melhoria nos processos construtivos, assertividade e redução dos custos. Os projetos que compõem uma obra devem atender não apenas às necessidades técnicas, mas também conter informações que garantam a qualidade minimize o desperdício de material e aperfeiçoem a produtividade nos processos de construção (NOVAES, 2002). O desenvolvimento do projeto básico e a perfeita compatibilização entre os projetos complementares passam a se tornar o centro das atenções, uma vez que as modificações feitas ainda na fase de projeto são muito mais simples e baratas do que executar as alterações durante a obra, ou ainda posteriores à conclusão da mesma (CALLEGARI, 2007). Ao início de cada atividade deve-se analisar se existe alguma interferência entre os projetos envolvidos e, durante sua execução, deve haver maior fiscalização por parte do mestre de obras ou encarregado para que situações como a descrita acima sejam evitadas (MOTA, 2017). O processo do projeto é idealizado por diferentes agentes e projetistas que costumam tomar decisões isoladamente. Estas decisões, seja na concepção no negócio, no produto e/ou 21 no processo de produção, têm repercussão direta na construtibilidade da edificação, pois precedem e determinam o processo de execução (FABRÍCIO, 2002). A compatibilização dos projetos envolvidos, tais como arquitetônico, estrutural, elétrico, hidrossanitário e demais complementares, é o resultado da verificação de possíveis incompatibilidades obtidas na integração dos mesmos e para viabilizar esse processo, pode-se implantar medidas compatibilizadoras nas diversas etapas de projeto: estudos preliminares, anteprojeto, projetos legais e projeto executivo. A compatibilização tem como objetivo reduzir os problemas advindos da diversificação dos projetos e, por conseguinte, diminuirsituações que requeiram retrabalhos no canteiro de obras. Deste modo, busca-se antever soluções para esses problemas e assim reduzir desperdícios (YANNI, 2010). A compatibilização compõe-se em uma atividade de gerenciar e integrar projetos afins, visando o perfeito ajuste entre os mesmos, conduzindo para a obtenção dos padrões de controle de qualidade de determinada obra. Tem como objetivo minimizar os conflitos entre os projetos inerentes a determinada obra, simplificando a execução, a otimização e a utilização de materiais, tempo e mão de obra, bem como as posteriores manutenções. Para chegar a esse objetivo de construir melhor, com menos custos, é necessário um processo de conscientização de técnicos e empresários do setor da construção, o que requer investir na padronização dos processos (CRUZ, 2011). Portanto é fundamental que o profissional da construção civil valorize a etapa de projeto, pois o ela pode assumir o encargo fundamental de agregar eficiência e qualidade ao produto se for incorporado adequadamente ao processo construtivo e explorado o seu caráter estratégico de indutor da racionalização do processo construtivo e redutor dos custos dos empreendimentos (MOURA, 1998). Quanto mais projetos passarem por esse processo, maior é o grau de acerto da etapa construtiva é maior é o esclarecimento de informações passadas de um profissional para outro. A compatibilização é antecedida pela detecção de incompatibilidades geradas entre projetos, que podem ser identificadas visualmente ou com auxílio de softwares especializados que indicam de diversas formas, os locais onde elementos de disciplinas diferentes mostram incompatibilidades entre si (NOVAES, 2010). A modelagem tridimensional é o processo de desenvolvimento de uma representação matemática de qualquer superfície tridimensional de um objeto (seja inanimado ou vivo), através de software especializado. O produto é chamado de modelo tridimensional. Uma edificação é constituída por partes individuais e de conexões que ocorrem entre elas. A modelagem paramétrica permite que as partes sejam representadas por entidades modeladas, 22 as quais são atribuídas características fixas e variáveis. Os atributos fixos são definidos a partir de propriedades como forma, desempenho, custo e construtibilidade e os atributos variáveis são estabelecidos a partir de parâmetros e regras de forma que os objetos possam ser automaticamente ajustados conforme o controle do usuário ou mudança de contexto (EASTMAN; et al, 2008). Dificuldades dos gestores técnicos, que quase a totalidade das vezes, as reuniões realizadas entre projetistas e construtores são feitas de maneira informal, através de visitas ou ligações telefônicas. Segundo o próprio, apenas 11% das empresas adotavam comunicações por escrito. Mais de 90% das empresas alteravam projetos durante a execução da obra, sendo que 22% delas revelaram que as obras tinham início antes da conclusão dos projetos executivos (FORMOSO, 1993). Embora indesejáveis, podem ocorrer alterações nas discriminações de materiais, cronogramas, métodos construtivos e até mesmo no projeto ao longo da execução do empreendimento. Evitar gasto e desperdício de material traz aprimoramento técnico das metodologias de compatibilização, informando a comunidade para que esta tenha noção e aumento de produtividade através de uma maior eficiência e em um cunho social garante a segurança e conforto para que novas técnicas surjam e sejam utilizadas (MELHADO, 1994). 23 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Compatibilização de projetos No meio da construção civil, é crescente a porcentagem de retrabalho devido à falta de profissionais especializados na compatibilização de projetos e à negligência na execução do projeto no canteiro de obra e entre outras falhas. É devido a esses fatos e suas inúmeras consequências, que a engenharia civil perde qualidade de produção gerando custos excessivos e desnecessários em uma construção que além do desperdício de tempo, há o excesso de gastos não previstos anteriormente (MARCELO, 2006). De acordo com o SEBRAE (1995), compatibilização define-se como uma atividade de gerenciar e integrar projetos correlatos, visando ao perfeito ajuste entre os mesmos e conduzindo para a obtenção dos padrões de controle de qualidade total de determinada obra. A Compatibilização tem como intuito subordinar os interesses individuais dos projetistas às demandas do processo como um todo e salienta a necessidade que se trabalhe dentro de uma visão sistêmica, onde todos os intervenientes passam a ter um papel fundamental no processo tanto na participação cooperativa no desenvolvimento dos projetos quanto no próprio aprimoramento contínuo deste processo (GUS, 1996). Para reduzir os custos da obra, a atenção deve ser voltada para essa fase inicial do processo de projeto. Os projetos e serviços de arquitetura e engenharia devem se voltar à busca de soluções inovadoras de produtos e processos que atendam às necessidades dos clientes e usuários. É essencial analisar as raízes dos problemas para que estes possam ser eliminados ainda na fase de desenvolvimento. A utilização de uma metodologia de análise de falhas na etapa de elaboração de projetos garantirá a qualidade do produto, bem como de todas as etapas do processo de execução (MAIA, 2014). Enfatizando que este procedimento deve ser realizado no âmbito da coordenação de projetos, com o intuito de conciliar física, geométrica, tecnológica e produtivamente, os componentes que interagem nos elementos verticais e horizontais das edificações. Estes procedimentos constituem-se num importante fator de melhoria da construtibilidade e da racionalização construtiva por promover a integração dos diversos agentes e especialidades com a produção, ainda afirma que a compatibilização é uma ação empreendida no âmbito da coordenação das soluções adotadas nos projetos do produto e nos projetos para produção, assim como, nas especificações técnicas para a execução de cada subsistema (NOVAES, 1998). Figura 1 – Origens dos problemas da obra 24 46% 22% 15% 8% 5% 4% Origens dos problemas Concepção e projeto Execução Materiais Uso Execução Rápida Outros Fonte: (MOTTEU; CONDE, 1989) Compatibilização de projetos de engenharia é a mais nova tendência em crescimento para facilitar o trabalho e melhorar a qualidade da construção civil. Há exigência de uma série de projetos na construção de qualquer edificação, tais como: topográfico, estrutural, hidrossanitário, elétrico, de refrigeração, arquitetônico, entre outros. Geralmente tais projetos são feitos separadamente ou por equipes distintas, o que aumenta as chances de conflito ou incompatibilidade, além da escolha de uma metodologia falha em uma “não compatibilização”. Se o problema for identificado apenas durante a obra. Isso exige alterações de última hora ou até a demolição de estruturas já construídas para adaptação, causando prejuízos (ÀVILA, 2011). A compatibilização consiste justamente em sobrepor da melhor forma todos os projetos antes do início da construção e encontrar as soluções que se encaixem as necessidades do empreendimento, com uma otimização e melhor gestão de projetos, evitando o retrabalho. A sobreposição dos desenhos dos diversos projetos necessários para uma obra traz uma ideia de posicionamento e assim desenvolver técnicas de contornar imprevistos (CORREIO, 2014). O processo de compatibilização é multidisciplinar e envolve, além do projeto arquitetônico, os diversos projetos de engenharia. É, portanto, uma atividade que tem como resultado a integração das interfaces entre os projetos do edifício, com o objetivo de resolver com sucesso os problemas históricos da fragmentação dos projetos no setor de edificações e reduzir ou até eliminar alguns dos seus principais problemas: as interferências físicas e perdas de funcionalidade, que geram retrabalham no canteirode obras, decorrentes da incompatibilidade de projetos. A intenção do trabalho é detectar e corrigir falhas relacionadas às interferências e inconsistências físicas entre os vários elementos da obra, visando o perfeito 25 ajuste entre os projetos com o objetivo de minimizar os conflitos existentes, simplificando a execução, otimizando e racionalizando os materiais e o tempo de construção (SOIBELMAN, 1993). A compatibilização de projetos define-se como uma atividade de gerenciamento, onde acontece a integração das especialidades, e tem como fundamento a verificação de possíveis interferências entre os diversos projetos, de forma sistêmica, apontando e propondo adequações necessárias para a equalização e perfeito ajuste entre as especialidades envolvidas, em diferentes etapas da elaboração do projeto, se tornando uma atividade intrínseca do mesmo, simplificando a execução, antecipando eventuais problemas e minimizando conflitos e retrabalhos durante obra (HEINEK, 2001). Além do desperdício de tempo, há o excesso de gastos não previstos anteriormente. Muitos autores concordam que, para reduzir os custos da obra, a atenção deve ser voltada para essa fase inicial do processo de projeto, pois nessa etapa ainda é passível de se evitar erros e de acordo com Abrantes (1995) e Tavares Junior (2001), os projetos podem representar até 60% dos problemas da obra, Portanto, a fase de projeto desempenha um papel muito relevante na construção civil, uma vez que possibilita o mapeamento das probabilidades pré- execução, bem como, o aprimoramento de métodos executivos e a detecção de problemas, falhas e patologias, permitindo a redução de desperdícios e maximizando os ganhos financeiros na média, as obras no Brasil costumam sofrer atraso no cronograma, pois uma das causas mais comuns dos atraso em obras é o surgimento de imprevistos que exigem alterações inesperadas na construção (MALHADO, 1993). A compatibilização garante o fim dessas alterações. Além disso, boa parte das razões de atrasos em obras é devido à falta de um planejamento adequado, ou um projeto bem feito e bem detalhado. A análise de interferências deve ser realizada antes da execução da obra, afinal, um bom projeto precisa estar redondo para evitar contratempos que encareçam o trabalho, atrasem o cronograma de obras ou que desperdicem o tempo dos profissionais com retrabalho. Nesse sentido, pode-se dizer que o planejamento do desenvolvimento dos projetos, em conjunto com o cronograma, tem um papel importante no controle do prazo da obra. Compatibilizar projetos requer investimentos que podem representar de 1% a 1,5% do custo da obra, mas gera diminuição de despesas que varia de 5% a 10% desse mesmo custo. Além de reduzir o tempo gasto no canteiro de obras, assim, a compatibilização e a integração de projetos são soluções eficazes e de grande importância para a construção civil, construtoras e empreiteiras em geral, pois evitam imprevistos, além de outros problemas, como os citados anteriormente (CORREIO, 2014). 26 2.2. Compatibilização de projetos estruturais em concreto armado. Há casos recorrentes de interferências entre projetos, portanto são feitos estudos, verificações e análises, e assim são criadas técnicas usuais de compatibilização. Estas técnicas erradas ou não, são empregadas diuturnamente, com ou não controle tecnológico (TAVARES, 2003). Casos comuns são os que envolvem instalações prediais, seus componentes precisam ser contínuos e às vezes a passagem entre peças estruturais ou arquitetônicas são necessárias, causando interferência. As técnicas empregadas já seguem um padrão e são executadas, como por exemplo: passagem de eletrodutos por cima do forro, criação de shafts, reposicionamento de esquadrias, entre outros (PATRIZIA, 2001). Após a análise e constatada a interferência de projetos o responsável pela execução utilizará uma série de recursos para contornar o empecilho. A logística das técnicas e o controle tecnológico são essenciais para que não haja consequências no futuro ou impactos nos resultados almejados (CHIPARRI, 2008). A interferência do projeto arquitetônico no estrutural pode ser trivial, mas muito comum, por geralmente serem profissionais distintos que os elaboram. Ao se deparar com a imagem de uma janela sobreposta a uma viga ou um pilar, já vem à cabeça que o problema será complicado afetando todo o percalço da obra e logística. Para contornar o descrito, temos algumas opções, porém deverão ser feitas alterações em um dos projetos, sendo necessária a participação dos profissionais envolvidos (ÁRTIA, 2013). É muito comum a criação de shafts para evitar a exposição, inibir o acesso por terceiros, bem como proteger e abrigar componentes da instalação, tais como: fios, dutos, paredes e pilares. Sendo o caso de fácil execução e diversidades de materiais e técnicas que podem ser empregadas: blocos de argila, gesso, PVC (Policloreto de Vinila). Erros comuns em sua execução são relacionados a prumos e esquadro, que são suas características geométricas (STROHAECKER, 2017). Figura 2 – Shaft. Fonte: (O AUTOR, 2019) 27 Uma instalação inadequada trará grandes consequências posteriormente. É bastante usual que, para a construção do shaft, sejam perfuradas as lajes, com o intuito de dar passagem para a tubulação. Isso deve ser bem estudado pelo projetista antes de realizado construtor (SPECK, 2005). Pode ocorrer de o shaft ser incompatível com a necessidade, como por exemplo, a tubulação que passará em seu interior ser maior que sua dimensão (ALGAYER, 2014). Com isso, uma solução seria o retrabalho que geraria mais despesas com mão de obra, e desperdício material. Uma forma de evitar erros com a instalação é fazer, de modo correto, os cálculos de hidráulica, onde é possível verificar quantas prumadas serão precisas para abrigar o shaft e suas bitolas, também para dimensionar seu tamanho e posição (HOROSTECKI, 2014). É comum algumas técnicas remeterem ao esconderijo dos componentes, o projeto de instalações elétricas é um exemplo, fios e eletrodutos geralmente são embutidos nas paredes ou são dispostos acima de um forro. Existem calhas de passagem de componentes elétricos: canaletas e tubos rígidos fixos com braçadeiras que podem ficar aparentes no ambiente, porém, por terem um visual mais rústico e agressivo, esconder é a primeira opção (CÂNDIDO, 2003). À medida que se avança nas etapas da obra, vão ocorrendo imprevistos e consequentemente se precisa de uma tomada rápida de decisões, no caso, um pilar está criando dentes na alvenaria e é necessária a passagem de uma tubulação embutida na parede, há algumas possibilidades, contornar o pilar, perfurar o mesmo ou criar um shaft de passagem de tubulação. Sendo assim, o shaft é a opção mais correta a seguir em caráter técnico, não interferirá na estrutura e no âmbito técnico, e esteticamente aceitável (SUZUKI, 2015). Mesmo com previsões no planejamento e alterações caso haja imprevistos, o cuidado continua sendo necessário e se possível redobrado. Uma técnica escolhida e não ter controle de produção gerará problemas da mesma forma, tomando como exemplo a demolição de uma parede, é simples e qualquer pedreiro pode executar, mas se não atentar e ao acaso demolir a parede errada, será o trabalho de reconstrução da parede demolida e uma nova demolição, ou seja, mais material desperdiçado, equipamento desgastado e perda de frente de trabalho, atrasando outros serviços que a equipe poderia fazer (PUENTE, 2002). 2.3. Técnicas usuais de compatibilização. A compatibilização em projetos vem ganhando força na construção civil, pois é uma visão uniforme que visa manter um fluxo de trabalho constante entre os envolvidos no projeto 28 de um empreendimento, tais como engenheiros, arquitetos e empreiteiros, é benéfico tanto do ponto de vista da qualidade de uma edificação, quanto do ponto de vista da economia,a qualidade de um projeto depende da troca eficiente e segura de informações entre os agentes envolvidos no seu processo de desenvolvimento. A inexistência de informações necessárias em projetos se torna um ponto que dificulta o alcance de maior produtividade e qualidade do setor, e neste cenário, os projetos de uma edificação tornam-se ainda mais importantes nessa cadeia produtiva (ARNALDO, 2004). Figura 3 – Modelo de projeto estrutural Fonte: (ALTO-QI, 2015) É fundamental que os projetos de um empreendimento estejam compatibilizados entre si. O setor da construção é um dos setores mais sensíveis da economia, sendo considerado por alguns autores como o pulmão da economia, sua participação decresce nos períodos recessivos, enquanto que seu crescimento é maior que a média do país, em épocas de expansão. Há algum tempo atrás, o processo de construção civil era mais homogêneo, o profissional que projetava era o mesmo que executava (MIKAILDO, 2008). Segundo uma pesquisa do Project Management Institute, até 2020 serão criadas 13 milhões de novas vagas de gerente de projeto no mundo. O Brasil será o quinto país que mais vai demandar esses profissionais, com 1,3 milhão de novas vagas abertas nos próximos 6 anos. Esta demanda do mercado também está refletindo na educação. Novos cursos de gestão de projetos estão sendo abertos e a procura está aumentando. As empresas estão procurando cada vez mais a gerência de projetos, pois já perceberam a importância do profissional para a otimização de recursos financeiros e humanos. Um gerente de projeto sempre vai ter uma oportunidade no mercado, afinal sempre haverá a necessidade de evolução dentro dos negócios (ROBERTO, 2015). 29 Figura 4 – Esquema de montagem de pilar Fonte: (PEDREIRÃO, 2011) Hoje a realidade é diferente: devido ao detalhamento maior dos projetos, existe uma separação entre as áreas que atuam no meio da construção civil. Depois que o projeto arquitetônico é apresentado, os projetos complementares são elaborados separadamente. Não existe comunicação entre os projetistas. Também não há integração entre o projetista e o profissional responsável pela execução da obra. Essa falta de comunicação tem gerado muitas falhas na etapa construtiva, acarretando em atrasos, custos e baixa qualidade do serviço e retrabalhos (GRAZIANO, 2003). Sendo assim, a causa principal do atraso das tarefas e retrabalho nos canteiros de obras é a falta de comunicação entre os indivíduos responsáveis pela obra, que ocasiona divergências entre o projeto que está no papel e a execução, portanto, os projetos de uma edificação tornam-se ainda mais importantes nessa cadeia produtiva. É fundamental que os projetos de um empreendimento estejam compatibilizados entre si. Compatibilizar projetos é verificar se os componentes dos sistemas ocupam espaços conflitantes entre si, ou seja, verificar se tais componentes não estejam ocupando espaços onde se devem passar outro componente, e assim garantir que os dados compartilhados tenham conexão e sejam seguros até o fim do projeto (RICARDO, 1997). Durante a graduação, nos componentes de cálculo estrutural de concreto armado, a grandeza relacionada à geometria da peça como raio de giração, esbeltez e momento de inércia, são importantes a ponto de influenciar em todos os resultados. As peças devem ser dimensionadas para atender a parâmetros de conforto, resistência, tenacidade e durabilidade. Com isso, o posicionamento faz com que a envoltória de esforços seja única para cada conjunto estrutural, composto por: vigas, pilares, fundações e lajes (NOVAES, 1998). 30 A estrutura suporta todos os esforços, logo, ele é feito após a concepção do arquitetônico justamente para poder adequar as ideias do arquiteto a uma realidade. Exigências de portas, janelas, presença de banheiros, áreas molhadas, ventilação, uso da edificação e cargas eminentes (MEDEIROS, 2016). Tomando a base da estabilidade o posicionamento e tamanho da peça, um pilar foi dimensionado e entrou no raio de uma esquadria, uma janela, determinado pelo projeto arquitetônico. Alterar o pilar fará com que toda a estrutura tenha de ser modificada, então a interdisciplinaridade deve atuar e o engenheiro responsável pela estrutura e o arquiteto devem conversar e chegar a um consenso, afastamentos de esquadrias, remoção da janela, um novo dimensionamento do pilar ou um reposicionamento (FETZ, 2009). Na figura abaixo, percebe-se um problema de compatibilização entre projeto estrutural e arquitetônico, no qual um pilar invade a região de uma esquadria. Figura 5 – Pilar invadindo região de esquadria. Fonte: (MENEGATTI, 2015) Nesta outra figura, pode-se ver a passagem de fios elétricos pelo interior de um pilar, situação inaceitável do ponto de vista estrutural e que pode comprometer gravemente a capacidade de resistência do elemento. Figura 6 – Incompatibilidade entre projetos elétrico e estrutural Fonte: (GOOGLE IMAGENS, 2015) Problema que ocorre com certa freqüência: certa tubulação hidráulica exige um traçado que coincida com a posição estrutural de uma peça de concreto, sejam vigas ou pilares. Em fase de projeto é possível fazer a alteração sem dificuldades, mas se a falha for 31 identificada no canteiro, após a execução de componentes, não tem muita saída. Como na maioria das vezes não é possível furar a estrutura após sua concretagem, deve-se alterar o projeto da tubulação, destruindo o que já estava feito para fazer a adaptação, sabe-se que este procedimento demanda um custo adicional, que engloba mão de obra, materiais e aparelhos específicos para executar a abertura na viga, além de gerar um atraso nas atividades do cronograma elaborado para a obra (EDVANIO, 2012). Como a execução de uma abertura em viga não foi prevista no projeto estrutural, torna-se essencial efetuar uma consultoria com o projetista responsável, para que o mesmo analise a necessidade de criar um reforço estrutural nas regiões da viga próximas à abertura (MARCELO, 2010). Outra opção seria verificar com o projetista responsável pelo projeto hidrossanitário se há outra solução de posicionamento da tubulação, para que ela não atravesse a viga. Ambas as atitudes consomem tempo significativo de análise dos projetistas e consequentemente, um atraso das atividades previstas em obra. Em determinadas situações, os responsáveis pela execução de um empreendimento podem definir soluções sem consultar os projetistas responsáveis pela edificação, o que leva a atividades improvisadas em obra e, consequentemente, a perda de qualidade de uso e que em alguns casos, pode levar até mesmo a perda de segurança de uma edificação (ZIMERMANN, 2014). A questão de materiais com atraso para a entrega é muito importante e de alta definição para o cronograma da obra, pois, Nenhuma obra é feita sem materiais e a qualidade e durabilidade de uma construção dependem diretamente dos materiais que nela são empregados. Por isso, é necessário que o responsável técnico de uma edificação tenha em mente a importância de conhecer as propriedades e aplicações mais adequadas para cada material (FERNANDEZ, 2008). O retrabalho dentro do processo construtivo, alguma ou na maioria das vezes, é gerado pela falta de planejamento das operações que antecedem a obra ou pelo não alinhamento das várias etapas do projeto que devem ser seguidas por uma ordem especifica para o andamento correto da obra. Isso, na maioria das vezes invariavelmente, gera repetição de procedimentos, ou seja, é o chamado “quebra- quebra” onde se é demolida ou quebrada alguma parte que já estava concluída para colocar algo que deveria ter sido feito antes, e o que é pior: em algumas fases que já eram consideradas concluídas (HIGASHI, 2015). A análise de interferências deve ser realizada antes da execução da obra, sendo assim, um bom projeto precisa estar “redondo” para evitar contratempos que encareçam o produto finalque pode ser diversos tipos de obras, atrasem o cronograma de obras ou que desperdicem o tempo dos profissionais com retrabalho Para a construção civil, a ausência de planejamento 32 nos processos, e a consequente geração de retrabalho, não deixa de ser um tipo de patologia dentro da obra (RODRIGUEZ, 2005). 2.4. Perfurações em peças estruturais de concreto armado O furo se faz necessário quando não há previsão da passagem de algum componente da edificação, como por exemplo: tubulações de incêndio, eletrodutos e shafts. A perfuração de peças estruturais de concreto armado, lajes e vigas, devem ter cuidados, orientado por responsável técnico (MAIA, 2001). Figura 7 – Furos preenchidos em lajes. Fonte: (OS AUTORES, 2019). Na imagem, o furo não foi previsto, constatou-se a necessidade de um furo para passagens de dutos da prumada de tubos de queda, porem, foram executados em local errado, perdendo o tempo de serviço, material que foi removido e o material necessário para enxerto que geralmente é mais caro que o convencional. Podendo causar outros problemas alem da perda material (EVANDRO, 2004). Figura 8 – Furo laje Fonte: (OS AUTORES, 2019). 33 Furos sem uma orientação do responsável técnico da estrutura pode trazer incertezas, desconfinamento da armadura que pode provocar carbonatação da estrutura, corrosão da armadura, prejudica a aderência do aço no concreto e assim trazer problemas futuros relacionados à resistência e conforto de uso (MARCELO, 2009). Figura 9 – Cano na laje Fonte: (OS AUTORES, 2019). Com o auxílio do profissional, acompanhamento e controle tecnológico, o furo pode ser feito junto à execução da estrutura, desde que seja estudada a posição do furo, respeitando os cobrimentos nominais do aço, respeitando os esforços cortantes e de compressão como altura útil, tamanho máximo de espaçamento da armadura (ANDRADE, 2013). Dentro do processo de execução da estrutura de concreto armado, na confecção da forma, após posicionamento da armadura, embutir um tubo de PVC, simples e rápido, deixa um vão na concretagem e após o período de cura do concreto, que é o período em que há perda de umidade e ganho de resistência, deixando o furo uniforme e dentro de parâmetros seguros (RAMOS, 2011). Caso o processo de cura já esteja avançado e o furo não foi executado, é preciso uso de ferramentas, às vezes, a ferramenta errada pode comprometer toda uma estrutura, uma britadeira provoca vibração excessiva e prejudicial a peça, descola a armadura, causa fissuras e em termos de critérios de desempenho de uso a peça pode se tornar inutilizável e ser necessária demolição (SALGADO, 2007). Programas modernos já fazem a composição de resistência de peças imbuídas de furos, compara com a peça cheia, que seria a peça sem furos e indica um melhor local para realização dos furos, atendendo a critérios e assim auxiliando o projetista nas tomadas de decisões. Em contrapartida se há opção em não realizar o furo, é melhor obter a peça integra e sem alterações, maior desempenho e fatores de segurança confiáveis (TAVARES, 2003). Na tentativa de quantificar as perdas, materiais e de mão de obra, é possível cronometrar o serviço de execução de furos com serras, furadeiras e britadeiras, estimar um volume em função do tempo e obter ao final os valores monetários relacionados ao material 34 perdido, material gasto e tempo de atraso em relação a uma obra sem necessidade de execução de perfuração de furos usando a técnica de alocação de tubos de PVC dentro da forma das peças estruturais de concreto armado (FABRICIO, 2002). 35 3. METODOLOGIA 3.1 Procedimentos metodológicos Quanto à abordagem, esta pesquisa é quantitativa. A mesma é caracterizada pelo emprego da coleta de informações em quantificação da mesma, até a análise e o tratamento dos dados coletados, utilizando-se de técnicas estatísticas e quantitativas, como percentual, média (SUZUKI, 1995). A pesquisa quantitativa se centra na objetividade, com a utilização de dados numéricos coletados. Influenciada pelo positivismo lógico, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, colhidos com o auxílio de instrumentos formais e utilizando-se de procedimentos estruturados. Recorrendo à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno (MIKAEL, 2009). No que se refere aos objetivos, este trabalho tem aspecto descritivo. De acordo com o problema de pesquisa, o objetivo é identificar quais as vantagens e desvantagens da compatibilização de projetos, comparando os resultados com projetos sem compatibilização. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade na construção civil e por sua vez, exige do explorador uma série de informações sobre o que se deseja pesquisar (TEIXEIRA, 2004). A pesquisa descritiva expõe as características de determinada população ou de determinado fenômeno, podendo ou não explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação (FONSECA, 1999). Os procedimentos desta pesquisa são: estudo de caso, pesquisa de campo, experimental e documental. Na pesquisa documental analisam-se revistas, jornais, projetos, normas, relatórios técnicos, cartas, documentos oficiais, trabalhos de conclusão de curso. Recorre-se a fontes mais diversificadas e dispersas. Apresentando muitas vantagens, pois os documentos além de representarem uma fonte rica e estável de dados, tornam o custo da pesquisa significativamente baixo e facilitado, comparado às outras. Sendo utilizados como fontes de informações, indicações e esclarecimentos, estes documentos trazem seu conteúdo para elucidar determinadas questões e servir de prova para outras, de acordo com o interesse do pesquisador (FIGUEIREDO, 2007). Já a pesquisa experimental, consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto (CARLOS, 2007). 36 Neste tipo de investigação manipula-se deliberadamente algum aspecto da realidade, pretendendo mostrar de que modo ou por que o fenômeno é produzido. A pesquisa experimental pode ser desenvolvida em laboratório ou no campo. É usada para obter evidências de relações de causa e efeito. A causalidade pode ser inferida quando entre duas ou mais variáveis houver variação concomitante, ordem de ocorrência correta das variáveis no tempo e quando os outros possíveis fatores causais forem eliminados (TAVARES, 2003). 3.2 População e amostra A população desta pesquisa consiste nas peças estruturais de concreto armado com necessidade de perfurações e escarificações na construção da obra do edifício residencial Neuton Oliveira, localizado em: Rua Desembargador Pedro Conde, 345, Bairro dos Noivos, Teresina, Piauí. Da amostra: serão dados oriundos de orçamentos, diários de obra, projetos, cronogramas e registros de almoxarifado. Os valores que podem ser diminuídos, em questões financeiras, prazo e retrabalho. A escolha dessa amostra pode ser justificada pela relevância do fator economia para a construção civil. Para a construção acontecer é necessário um bom planejamento, antes e durante a execução, tendo de obedecer a prazos, orçamentos que garantirão seu bom desempenho. Além disso, a falta de planejamento, gerando prejuízos que podem fazer com que a obra pare, portanto sendo bastante importante a compatibilização de projetos, mais um instrumento na construção civil para economizar gastos e gerir da melhor forma o prazo e evitar retrabalhos. 3.3 Procedimentos de Coleta de dados Da coleta de dados: será por meio do estudo em normas, publicações científicas que contemplam o assunto, a fim de reunir informações a respeito das principais características, vantagens e desvantagens de projetos compatibilizados e não compatibilizados. Posteriormente, serão obtidas informaçõesatravés de vistoria e acompanhamento da obra, consultando-se documentos como relatórios técnicos, projetos, diário de obra. Nesta ocasião, será feita a coleta de dados tais como registros de almoxarifado e diários de obra. Identificar em projetos os pontos críticos do trabalho e locais do emprego das técnicas de compatibilização; Experimentalmente estimar e simular dados para execução dos métodos; cronometrar os tempos de execução das técnicas in loco; produzir peças de concreto armado que simulem 37 a capa da laje nervurada e de vigas utilizadas na obra; cronometrar e produzir relatórios sobre a execução das técnicas; buscar composições de custo existentes para as técnicas de compatibilização usuais. Por último, será realizado experimentalmente, o cruzamento de informações do tempo perdido para execução de furos e o volume de material removido, estimando valores e seus impactos. 3.4 Procedimentos de Análise dos dados A pesquisa nos documentos e trabalhos mencionados no item anterior facilitará a obtenção de dados em relação à aplicabilidade da compatibilização de projetos, e consequentemente, o reconhecimento de suas vantagens, desvantagens e limitações de uso. A visita na obra e no escritório permitirá a quantificação e conhecimento dos métodos utilizados na construção, serão Identificados em projetos os pontos críticos do trabalho e locais do emprego das técnicas de compatibilização. Será feito um experimento simulando a perfuração da laje do pavimento tipo da edificação, a partir disso, serão coletadas informações de quantidade de material desperdiçada, de equipamentos utilizados ao longo dos processos de compatibilização em toda a construção e a mão de obra que foi utilizada nos métodos de compatibilização destrutivo, e também no não destrutivo, a partir disso, será feito a estruturação de tabelas para o resultado com as médias dos valores de grandezas obtidas experimentalmente: volume, tempo e mão de obra. De acordo com as tabelas elaboradas, serão obtidas as médias de valores das grandezas acima citadas, e a partir desses valores a elaboração de uma tabela com os custos que foram gerados em cada método, usando como base de cálculo a Tabela SINAPI 04/2019, para o estado do Piauí. Após a obtenção destes custos, será elaborado um quadro comparativo entre os métodos estudados, demonstrando no mesmo a partir dos resultados obtidos na análise dos dados, qual será o método mais favorável. 38 4. RESULTADOS E DISCURSSÕES 4.1. Memorial Descritivo A aquisição da casa própria é um sonho comum, no entanto, o entendimento de como é o processo de concretização deste sonho é complexo e feito de inúmeras formas. Casas simples, sobrados, bangalôs, apartamentos, mansões, suítes, enfim, cada qual com seus métodos e variâncias. A obra do edifício Neuton Oliveira, não diferente, tenta atender os anseios da população que queira realizar esse sonho se enquadrando na categoria de residencial multi- familiar, edificação vertical, situado no endereço: Rua Desembargador Pedro Conde, Lote 435, Bairro dos Noivos, município de Teresina-PI. A edificação possui estrutura em concreto armado, fundações rasas em sapatas, transmissão de esforços em pórtico viga-pilar e laje nervurada do tipo colmeia com cubetas reutilizáveis e capa de espessura de 5 centímetros. Alvenaria de vedação em tijolo comum com dimensões de: 9 centímetros de espessura, 14 centímetros de altura e 19 centímetros de comprimento. As paredes são apoiadas diretamente sobre a laje. Abastecimento de água e esgotamento sanitário em tubos de PVC através da laje com shafts para detalhe arquitetônico, instalações de gás em tubos de cobre embutidas em contrapiso e instalações elétricas em eletrodutos rígidos presos no teto com fita furada embutidos no forro e eletrodutos flexíveis embutidos na alvenaria. O edifício possui um andar térreo com guarita, playground e garagem, mezanino com salão de festas, zeladoria e garagem com acesso por rampa, 5 pavimentos de apartamentos Tipo de 74m², 4 por andar, com 3 dormitórios suíte, cozinha, varanda e sala e 1 pavimento com 2 apartamentos máster e 1 pavimento cobertura com telhado em chapas de aço. Para conseguir compatibilizar projetos, será necessária a passagem de dutos através de peças estruturais: lajes e vigas. É previsto shafts nos banheiros e cozinhas para passagem de dutos de água e esgoto e perfurações em vigas também para passagens de dutos. Com análise dos projetos arquitetônicos, estrutural, hidrossanitário e elétrico, com vistoria de necessidades construtivas na obra, é possível identificar locais de perfurações e passagem de dutos através das peças estruturais de concreto armado e assim catalogar o volume de concreto a ser demolido diante a escolha do método de compatibilização ser destrutivo e reativo. O quadro abaixo detalha o local, a dimensão do furo, volume de concreto extraído, quantidade de furos equivalentes na obra e volume total de material perdido: 39 Quadro 01 -Quantitativo de volume de concreto. Descrição Dimensões m x m x m (Diâmetro x m) Quantidade Volume total (m³) Shaft BWC 0,8m x 0,15m x 0,05m 68 0,408 Shaft Incêndio 1,7m x 0,15m x 0,05m 7 0,08925 Furo Pontual Laje 100mm x 0,05m 16 0,00628 Furo Pontual Viga 100mm x 0,15m 51 0,06008 Passagem Elétrico 0,6m x 0,3m x 0,05m 7 0,063 Ralo 10 100mm x 0,05m 136 0,05341 Ralo 15 150mm x 0,05m 68 0,06008 Dadas as informações, podemos aferir a quantidade de concreto perdido no processo destrutivo, equivalente a 0,7401 m³ de concreto perdido. Em contrapartida o método não destrutivo, como o nome sugere, não há perdas de material, ou a perda é mínima. Consiste em localizar furos e deixar esperas com tubos de PVC de diâmetro compatível no momento em que é feita a fôrma, assim, quando o concreto curar o furo estará pronto sem necessidade de acabamentos. Portanto, para realizar o comparativo, é necessário um levantamento de quanto de tubos de PVC serão necessários para a realização do método. Como o shaft tem formato de um quadrilátero, é inviável encontrar um tubo que se encaixe ao espaço necessário. Então há duas formas, encontrar a área equivalente do shaft e equacionar com um duto de PVC de diâmetro comercial ou verificar a quantidade de quedas e deixar uma espera de mesmo diâmetro para cada tubo. Para cada duto de espera, além do comprimento útil, será exposto uma folga de 5 centímetros para cada lado. Quadro 02 – Equivalente de área para tubo de PVC de 100mm (A= 0,007854m²) Descrição Área de furo (m²) Equivalente em tubos de PVC Shaft BWC 0,12 16 Shaft Incêndio 0,255 33 Furo Pontual Laje 0,007854 1 Furo Pontual Viga 0,007854 1 Passagem Elétrico 0,18 23 Ralo 10 0,007854 1 Ralo 15 0,01767 3 Utilizar a área ocupada pelo concreto para estimar a quantidade de dutos causa uma discrepância muito assídua, sendo que o levantamento de número de quedas que passarão no shaft um trabalho mais simples e consequentemente menos oneroso. Cada furo possui uma 40 profundidade a alcançar na estrutura de concreto armado, e cada furo possui um comprimento equivalente e gera um montante de comprimento de tubo: Quadro 3 – Comprimento equivalente em tubos de 100mm. Descrição Quantidade de furos na obra Quantidade quedas presentes nos shafts Quantidade de furos em equivalência Shaft BWC 68 4 274 Shaft Incêndio 7 7 49 Furo Pontual Laje 16 1 16 Furo Pontual Viga 51 1 51 Passagem Elétrico 7 4 28 Ralo 10 136 1 136 Ralo 15 68 2* 136 O ralo de 150mm possui diâmetro comercial disponível, porém, a caráter de estimativa e base de cálculo, usamos o equivalente em preço, já que comercialmente o valor do tubo de 150mm é o dobro do valor da vara de 100mm. Quadro 04 – Comprimento total. Descrição Quantidade de furos em equivalência Comprimento unitário (m) Comprimento Total (m) Shaft BWC 274 0,15 41,1 Shaft Incêndio 49 0,15 7,35 Furo Pontual Laje 16 0,15 2,4 Furo Pontual Viga 51 0,25 12,75 Passagem Elétrico28 0,15 4,2 Ralo 10 136 0,15 20,4 Ralo 15 136 0,15 20,4 Comprimento total aferido é de 108,6 metros, porém, comercialmente são vendidas as varas de tubos de PVC, no comprimento de 3 ou 6 metros, sendo assim, teremos o comprimento em número de varas a serem utilizadas, que será 19 varas de 6 metros ou 37 varas de 3 metros. 4.2. Tempo de Serviço Para aferir o tempo do procedimento destrutivo de perfuração, além da cronometragem do serviço, foi preparado um experimento de simulação, com peças de concreto armado. Consiste na cronometragem do tempo para realizar a extração de uma quantidade predefinida de volume de concreto, no caso, peças para extração, equivalente de 3 litros de concreto e peças para extração de 1 litro de concreto além de peças com furo circular de 0,15 metro de profundidade e diâmetro de 100 mm, simulando furos em vigas. Ao fim das cronometragens, para cada categoria de perfuração, vigas ou lajes, é feito a média dos tempos e assim tendo um 41 parâmetro de medição de tempo de serviço a ser mitigado com métodos não-destrutivos e um custo hora-homem a menos na folha de pagamento, gasto que muitas vezes nem é previsto em planejamento orçamentário. Foram utilizados para a realização dos furos os seguintes equipamentos: Martelete perfurador sdsplus820w 24d 220v Bosch com dois tipos de broca, uma broca perfuratriz de impacto e uma ponta talhadeira para marteletes. Figura 10 - Martelete Perfurador Sds 820W Com Brocas GBH2-24D Bosch. FONTE: (O AUTOR, 2019). Produzidas placas de concreto armado para experimento de tempo de perfuração, simulando o capeamento da laje nervurada, essas placas possuíam aço CA-50 bitola 6.3mm, o concreto utilizado foi o CP II-32 com areia mista, brita 1 e água, o traço das placas é de 1:4:5,5:1,5. FIGURA 11 - PLACAS DE CONCRETO ARMADO. FONTE: (AUTORES, 2019). 42 Em cada placa, foram feitas marcações para a realização dos furos de shaft. Na primeira placa a dimensão da marcação para furo em placa é equivalente a 1 litro de concreto com dimensões de 0,2m x 0,1m x 0,05m. FIGURA 12 – MARCAÇÃO DE FUROS DE SHAFT 1 LITRO. Fonte: (O AUTOR, 2019). Com marcação simples das dimensões de perfuração em todas as peças, foi dado início ao rompimento com a broca ponteira. FIGURA 13 - FUROS DE SHAFT 1 LITRO. Fonte: (O AUTOR, 2019). Foram feitas marcação em 10 peças de 50 cm por 50 cm, 3 marcações de 1 litro para cada placa, como é característico do equipamento, o rompimento com martelete provoca uma vibração muito exacerbada e de alto impacto na peça de concreto armado, sendo até aconselhável cuidados para não danificar a peça estrutural. Tal impacto provocou rompimento 43 abrupto na placa na execução do terceiro furo, portanto, o terceiro furo foi descartado da média, sendo assim, realizado os três furos, contabilizados os tempos, o terceiro é descartado. Foram feitas 10 placas de 60 x 60 cm, cada qual com 2 marcações para furos em placa equivalente a 3 litros de concreto com dimensões de 0,4m x 0,15m x 0,05m. FIGURA 14 – MARCAÇÃO DE FUROS DE SHAFT 3 LITRO. Fonte: (AUTORES, 2019). Depois da marcação, foi feito a realização dos furos com o uso do martelete com a ponteira, dado os 20 tempos contabilizados, placas que se romperam no processo, foram excluídas, 2 placas se romperam, portanto desconsideradas. FIGURA 15 –FUROS DE SHAFT 3 LITROS. Fonte: (O AUTOR, 2019). 44 Da mesma forma foi feita a contabilização de 10 furos em uma viga. As tabelas a seguir, mostram tempos contabilizados: TABELA 01: SIMULAÇÃO DE LAJE, 0,2m x 0,1m x 0,05m (1 Litro) Furo Tempo de perfuração (s) 1 137 2 133 3 120 4 125 5 132 6 111 7 156 8 142 9 131 10 137 11 134 12 125 13 136 14 141 15 112 16 129 17 132 18 143 19 128 20 135 21 144 22 138 23 127 24 122 25 154 26 147 27 132 28 137 29 140 30 122 Como citado anteriormente, o terceiro furo de cada placa, mesmo sem rompimento, foi desconsiderado, sendo assim, tempos dos furos de numeração múltipla de 3, serão desconsiderados à média. O tempo médio contabilizado foi de 137 segundos, equivalendo a 2 minutos e 17 segundos, com tempo médio de 137s/l. TABELA 02: SIMULAÇÃO DE LAJE, 0,4m x 0,15m x 0,05m (3 Litros) Furo Tempo de perfuração (s) 1 246 2 252 3 240 4 247 5 267 45 6 255 7 257 8 246 9 231 10 236 11 220 12 215 13 217 14 243 15 254 16 234 17 216 18 - 19 201 20 - Por ocorrer o rompimento de duas placas, os 4 últimos tempos foram desconsiderados, os furos 18 e 20, romperam antes mesmo de finalizar o procedimento de perfuração. O tempo médio foi de 241,25 segundos, 4 minutos e 1,25 segundo, taxa foi de 80,42 s/l. notou-se uma aceleração na taxa de perfuração, mostrando o que foi percebido em prática, a medida que o buraco na peça for aumentando o trabalho é mais rápido. Na obra, foi cronometrado o tempo de execução de shafts de banheiros, aferidos 15 tempos: TABELA 03: TEMPO DE PERFURAÇÃO SHAFT, 0,8m x 0,15m x 0,05m (6 litros) Shaft Tempo de perfuração (s) 1 492 2 490 3 482 4 487 5 485 6 477 7 472 8 480 9 489 10 456 11 466 12 462 13 473 14 486 15 481 Tempo médio de 478,73 segundos, 7 minutos e 59 segundos, taxa de 79,7883 s/l. A partir da taxa pode se verificar proximidade com a extração de 3 litros, pode-se deduzir um gráfico de efeito volume x taxa de perfuração, verificando assim que a partir de 3 litros a variância na taxa de tempo por volume removido e mínima e tende a ser constante: 46 1 2 3 4 5 6 50 70 90 110 130 150 Gráfico 01 -Taxa de extração (s/l) x Volume removido (l) Considerando a taxa global de 80 s/l, para o volume de 740,11 litros, serão cerca de 59208,8 segundos ininterruptos de trabalho, equivalendo a 16 horas e 27 minutos, sem considerar pausas, atrasos por cansaço, deslocamento ou imprevistos. Foi disponibilizado um servente para o serviço, sua produtividade contabilizada em diário de obras foi de 2 apartamentos a cada 3 dias em jornada de 9 horas (segunda a quinta) e 8 horas às sextas, totalizando 44horas semanais. O serviço concluiu-se em aproximadamente 15 dias de serviço. 4.3. Composição de Custos A composição será feita para o serviço global em duas etapas, uma para a estimativa de gasto com o método escolhido de caráter destrutivo, ou seja, com impacto a estrutura, remoção de material, outra opção que se tornou inviável devido à concretagem das peças estruturais já terem sido executadas em estágio de cura avançado, que seria o método não destrutivo de formar os furos através das fôrmas das peças de concreto armado. Composição é um preço dado ao conjunto de materiais e prestações de serviço para um fim específico, por exemplo, para saber o valor de uma parede têm de serem levantados dados de mão de obra, pedreiro, servente, betoneiro, dados de insumos como, tijolos, cimento, além de equipamentos e encargos sociais. Para obras e serviços de engenharia, temos como referência oficial o SINAPI, pelo decreto 7983/2003, estabelece regras e critérios orçamentários, estabelece também atribuições 47 à caixa, sendo esta responsável por toda base técnica. Especifica insumos, composição de serviço e orçamento referência, sendo mensalmente atualizado para cada estado do território nacional com auxílio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com base no SINAPI, podemos definir a composição de custos unitários para cada método de compatibilização, método destrutivo e método não-destrutivo: Quadro 05 – COMPOSIÇÃO DE INSUMOS E SERVIÇOS UNITÁRIOS POR MÉTODO Destrutivo Não-destrutivo Mão de obra: Servente ou pedreiro para realização da manobra Quantidade de tubulação de PVC (Uso base, encanamento sanitário de diâmetro comercial 100 mm) Equipamentos: Escarificadores, furadeiras, brocas, marteletes Observação: custos de mão de obra embutidos na composição de fôrma e concretagem de peças estruturaisConcreto armado dosado em betoneira Composições são dadas em uma grandeza monetária por uma unidade de medida quantitativa, por exemplo, composição
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