Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Faculdades integradas Rio Branco A c o n s t r u ç ã o d a m a r c a a p a r t i r d e a t r i b u t o s p e s s o a i s Cláudio Souto A marca como pessoa_final.indd 1 16.10.08 10:43:17 A marca como pessoa_final.indd 2 16.10.08 10:43:17 A marca como pessoa_final.indd 3 16.10.08 10:43:17 SOUTO, Cláudio A marca como pessoa / Cláudio Souto, Jundiaí - SP, 2008. 72 páginas, 23 x 30 cm. Esta monografia é o Trabalho de Conclusão do Curso MBA em Branding - Gestão de marcas, das Faculdades Rio Branco, desenvolvida sob a orientação da Professora Virginia Antunes de Jesus. Inclui como apêndice o portfólio da Souto Crescimento de Marca "Crescer é preciso". 1. Design, 2. Branding, 3. Marcas, 4.Pessoas, 5. Identidade corporativa, 6. Markekting, 7. Publicidade. A marca como pessoa_final.indd 4 16.10.08 10:43:17 Faculdades integradas Rio Branco A c o n s t r u ç ã o d a m a r c a a p a r t i r d e a t r i b u t o s p e s s o a i s O r i e n t a d o r a Profª Virginia Antunes de Jesus S ã o P a u l o - 2 0 0 8 Cláudio Souto A marca como pessoa_final.indd 5 16.10.08 10:43:17 A marca como pessoa_final.indd 6 16.10.08 10:43:17 Como definir conceitos para uma marca a partir de uma análise simples de alguns pontos da personalidade e do comportamento humano? Desde a fase do nascimento e infância, passando por formação, relacionamentos e manutenção, esta obra procura destacar como detalhes comuns e corriqueiros do nosso cotidiano podem se tornar importantes referências quando se trata de construção de marcas. Traçando um paralelo entre nossas vidas e de outras pessoas, alguns tópicos relacionados ao estilo, a maneira de se vestir, de falar, de se relacionar, são analisados e aplicados em um contexto corporativo, sobre uma marca. É possível perceber que, apesar de tantas estratégias e teorias desenvolvidas ao longo das últimas décadas, de inúmeras discussões e metodologias complexas, repletas de termos por muitos incompreendidos, o simples olhar para uma marca como uma pessoa já entrega elementos e conceitos suficientes para estruturá-la a ponto de gerar uma forte relação com seu público. A propósito, sempre pessoas. Resumo A marca como pessoa_final.indd 7 16.10.08 10:43:17 A marca como pessoa_final.indd 8 16.10.08 10:43:17 Abstract How to define concepts for a brand from the simple analisys of some personality aspects and behavior. From birth and childhood, through formations, relationtiships and so on, this work seeks to emphasize how simple and common details of our day to day bases can become important references when it comes to developing brands. Drawing a parallel between our lives and others, some topics related to style, the way they dress, speak and the way we relate to each other are analyzed and applied in a corporative context, in terms of branding. You can see that, despite many strategies and theories developed over the last few decades, numerous discussions and complexed methodologies full of terms that are misunderstood by many, simply looking at a brand as a person already delivered enough elementes and concepts to structure it to the point of generating a strong relationship with their public, which by the way, are always people. A marca como pessoa_final.indd 9 16.10.08 10:43:17 A marca como pessoa_final.indd 10 16.10.08 10:43:17 Dedicatória que com sua doce voz, sempre me diz: você consegue!; que apoia minhas idéias mesmo quando precisa trabalhar mais enquanto eu as realizo; que dá uma força fora do comum na empresa; Te amo, linda! A marca como pessoa_final.indd 11 16.10.08 10:43:17 A marca como pessoa_final.indd 12 16.10.08 10:43:17 Muito Obrigado! Deus, o criador dos criativos; Adriane, pelo encorajamento. Sem suas palavras, não teria feito; Aninha, por me esperar acordada para ouvir uma historinha; Felipe, pelo carinho e sorriso inspirador; Sarinha, por chegar neste ano; Mãe, pelo cuidado sem medir esforços; Dil, que me inspirou desde a infância; Nenê, que sempre me cobriu de carinho; Val, por todo apoio e incentivo; Lucas, Gabriel e todos que já passaram pela Souto, por sonharem junto comigo; Elizeu e Mara, pelo constante apoio; Juliano e Luiz, pela companhia nesta empreitada; Antônio Roberto, pela iniciativa e pelos conselhos; Professora Virgínia, pelo pronto socorro monográfico; Todos os meus amigos e clientes, que de uma forma ou de outra, contribuem com minha formação. A marca como pessoa_final.indd 13 16.10.08 10:43:17 A marca como pessoa_final.indd 14 16.10.08 10:43:17 I ntrodução Relação natural - Marca e pessoa B erço Planejamento Personal idade - A beleza das di ferenças Caráter - Valores ét icos Temperamento Identidade e formação Est i lo guarda-roupa Fala e som cheiro Apt idão, formação e foco Especia l idade e conhecimento Relacionamentos Amigos Comunidade v ida socia l Dia-a- dia Saúde f ís ica e mental Equi l íbr io Reputação - seu maior patr imônio Projetos e metas Conclusão Apêndice Referências bibl iográf icas 17 21 25 29 33 37 39 41 43 45 47 49 55 57 58 61 62 64 67 69 71 A marca como pessoa_final.indd 15 16.10.08 10:43:17 A marca como pessoa_final.indd 16 16.10.08 10:43:17 17 A importância das marcas nas vidas das pessoas é cada vez mais notável nos dias em que vivemos. Raramente encontramos alguém que não sofre interferência de uma marca em sua maneira de pensar e agir sobre determinado assunto ou produto. Se a pessoa não liga para uma marca de roupas, por exemplo, com certeza para outra categoria de produtos, a marca terá maior importância. Assim, para quase todas as pessoas que vivem dentro de um contexto social economicamente ativo, as marcas, em um ou outro momento, influenciam seus pensamentos e decisões. Essa influência não atinge apenas pessoas que têm melhor poder aquisitivo e que, consequentemente, têm a liberdade de escolher este ou aquele produto. A decisão influenciada por marcas está presente até mesmo na vida das pessoas que têm escassez de recursos financeiros, em determinadas situações, de maneira ainda mais forte do que em camadas mais favorecidas da sociedade. marcaepessoa r e l a ç ã o n a t u r a l Onde houver pessoas envolvidas em um convívio social, mesmo que pequeno, sempre haverá interferências de marcas. A marca como pessoa_final.indd 17 16.10.08 10:43:17 A marca como pessoa_final.indd 18 16.10.08 10:43:17 19 Do carro na garagem até o desinfetante no banheiro, nossas roupas, móveis, o restaurante onde às vezes almoçamos, a academia que freqüentamos, tudo possivelmente tenha sido escolhido por influência de suas marcas. O relacionamento das marcas com as pessoas se inicia no exato momento em que a marca é criada. Essa relação é algo natural da existência da marca. Com o tempo as pessoas se relacionam emocionalmente com as marcas. Elas amam, se apaixonam, indicam, vibram e vivem as marcas, utilizando-as para comunicar aos outros quem são e em que acreditam. Considerando a força e a beleza dessa relação, não há uma metáfora melhor para conceituar uma marca do que imaginá-la como uma pessoa que tem atitudes, comportamentos, caráter, que se veste, que se relaciona com o outro, enfim, que se comunica. Tal pensamento auxilia a definição de características pessoais para a marca, como sua forma de ser, de agir, seu estilo e seu visual. Assim como nas pessoas, o alinhamento desses elementos formará a personalidade da marca, e uma marca com uma personalidade bem definida se relacionará melhor com as pessoas. A marca como pessoa_final.indd 19 16.10.08 10:43:17 P l a n e j a m e n t o A marca como pessoa_final.indd 20 16.10.08 10:43:17 21 “ Vamos ter um f i lho? Como vai chamar? L e g a l ! E se for menino?” A similaridadeentre pessoa e marca existe desde o surgimento das primeiras idéias. Normalmente, o segmento de atuação de uma marca é a primeira coisa a ser definida. Isso se deve por uma série de fatores como aptidão dos seus idealizadores, conhecimento adquirido ao longo de suas vidas ou simplesmente por uma oportunidade existente no mercado. A busca pelo nome começa logo em seguida, e os planos e sonhos começam a se desenvolver mesmo antes que a marca efetivamente tenha “nascido”. P l a n e j a m e n t o Essa fase de planos e sonhos dos criadores é de suma importância para as marcas. Neste momento, as decisões interferem em sua formação e, ainda que sejam pequenas nessa fase, irão tomar grandes proporções conforme a marca for se desenvolvendo. A marca como pessoa_final.indd 21 16.10.08 10:43:17 P l a n e j a m e n t o A marca como pessoa_final.indd 22 16.10.08 10:43:17 23 Alguns questionamentos são fundamentais no planejamento da marca: • É realmente o momento correto para criá-la? • Há recursos necessários para realizar tudo o que se está planejando? • A região é favorável para seu desenvolvimento? • O conhecimento sobre os produtos e serviços são suficientes ou há pessoas que possuam tal conhecimento e que estarão envolvidas no processo de criação da marca? Quanto mais provada for a idéia da marca antes de seu nascimento, mais consistência ela terá e, consequentemente, mais facilidade de se desenvolver. P l a n e j a m e n t o A marca como pessoa_final.indd 23 16.10.08 10:43:18 P e r s o n a l i d a d e A b e l e z a d a s d i f e r e n ç a s A marca como pessoa_final.indd 24 16.10.08 10:43:18 25 P e r s o n a l i d a d e A b e l e z a d a s d i f e r e n ç a s Há um dito popular que diz: há gente pra todos os gostos e ainda sobram sete. Em se falando de personalidade, isso é uma verdade absoluta. Por mais que conheçamos pessoas, nos mais variados lugares do mundo, nunca encontraremos sequer uma exatamente igual a outra. Isso é uma das coisas mais impressionantes da existência humana. Essa multiplicidade de cores, sons e gestos sem fim expressa diferentes personalidades em diferentes culturas, cada qual com sua maneira de pensar, de agir e de enxergar o mundo e a vida. Mesmo se nos atermos a apenas uma cultura, um pequena vila, ou simplesmente a um grupo de pessoas com os mesmos ideais, ainda assim, não encontraremos personalidades identicas. A personaliade é a razão pela qual cada um de nós somos únicos. Essa individualidade é a base dos tantos relacionamentos que desenvolvemos ao longo de nossas vidas. Por isso, conhecer gente é sempre muito bom e muito interessante. Cada amigo, cada colega, cada conhecido ou simplesmente cada pessoa com quem trocamos algumas palavras em algum lugar, algum dia, tem sempre palavras, olhares e sorrisos diferentes. Desfrutamos bem dos nossos relacionamentos quando entendemos as diferenças de cada um e aprendemos a ficar sempre com o melhor de cada pessoa. Assim também devem ser as marcas: únicas. Ainda que em um mesmo contexto cultural, no mesmo segmento de mercado, oferecendo produtos similares, possuir uma personalidade distinta e consistente irá atrair pessoas e gerar relacionamentos. A personalidade pode ser descrita como uma combinação específica de valores, atitudes e comportamentos. Neste sentido, compreende as dimensões emocionais, cognitivas e de comportamento que estão estruturadas e organizadas de uma forma característica e são estáveis ao longo do tempo. Sternberg, 2001 A marca como pessoa_final.indd 25 16.10.08 10:43:18 As pessoas se relacionam com as marcas pela sua maneira única de ser, pensar e se comunicar. A marca como pessoa_final.indd 26 16.10.08 10:43:18 27 Uma das maiores distorções que uma personalidade pode sofrer é quando se procura agir com a intenção de se parecer com outra pessoa. Dificilmente as atitudes e ações de uma pessoa são completamente absorvidas por outra, mesmo quando há vontade de que isso aconteça. É bem verdade que se pode aprender e evoluir observando outras pessoas, mas sempre deve-se respeitar as características de cada indivíduo. Para uma marca, qualquer esforço para se parecer o outro, pode ser desastroso. Perder a identidade perante o cliente compromete o relacionamento, a fidelidade. Tentar copiar a linguagem, a comunicação ou o posicionamento de um concorrente é uma evidência de que a a marca necessita realmente rever sua postura de mercado, encontrar sua essência, seu DNA, e definir sua personalidade para poder agir com ética e orgulho de ser quem realmente ela é. A definição da personalidade da marca é que vai trazer a ela individualidade em todas as suas formas de expressão, inclusive na definição de seus produtos e serviços, e na maneira que estes serão apresentados ou executados. A individualidade de uma marca quando bem explorada agrega a ela características exclusivas. A exclusividade aproxima as pessoas que se identificam com essas características. Um relacionamento sustentado nessa identificação entre a pessoa e a marca tende a ser mais duradouro. É mais forte do que um apelo promocional ou simplesmente oportunista. Cada um com a sua A marca como pessoa_final.indd 27 16.10.08 10:43:18 A marca como pessoa_final.indd 28 16.10.08 10:43:18 29 A etapa suprema é a consolidação do caráter, consiste na resolução firme de querer fazer algo e colocá-lo realmente em prática. (...). Se, por exemplo, prometi algo a alguém, devo manter minha promessa, mesmo que isso acarrete algum dano. Porque um homem que toma uma decisão e não a cumpre, não pode ter confiança em si mesmo. (Munzel, 1999.) O caráter de uma pessoa define os relacionamentos que ela terá por toda sua vida. Manter a integridade do caráter deveria ser algo de extrema importância para todas as pessoas. Ser fiel às suas próprias palavras traz dignidade e transmite tranquilidade a todos que estão por perto. Um homem de caráter é um porto seguro para seus amigos, para seus pais, seus filhos e sua esposa. O inverso é bem verdadeiro. Uma pessoa que não honra suas palavras, com algum tempo perde completamente a credibilidade e afasta as pessoas do seu círculo de relacionamento. Até mesmo quando se está falando a verdade, não transmite confiança alguma, pois seu histórico não prova o contrário e seus ouvintes não possuem garantias de que o que se está ouvindo é real. Podemos afirmar que o caráter define praticamente todas as outras áreas da vida de uma pessoa. Suas relações relações comerciais, emocionais e até mesmo sociais mais simples como uma conversa na fila de um banco. A autenticidade das palavras e ações sempre serão provadas e expostas de alguma maneira, e a imagem pessoal será mais positiva ou mais negativa, dependendo seu caráter. A marca como pessoa_final.indd 29 16.10.08 10:43:18 A marca como pessoa_final.indd 30 16.10.08 10:43:18 31 Tão importante como na vida de uma pessoa, é o caráter na existência de uma marca. Um bom posicionamento de marca sempre está baseado em uma promessa clara, facilmente compreendida. Normalmente essa promessa está ligada à personalidade dessa marca, evidenciando o que ela tem de exclusivo. Quando não há uma entrega dessa promessa, o cliente se sente traído, enganado. Por isso, quando se está trabalhando a definição da personalidade da marca, seu posicionamento e sua promessa, deve-se estar completamente seguro de que se trata de uma promessa com viabilidade total de ser cumprida. Muitas marcas, ao elaborarem um posicionamento sobre uma promessa impossível de ser cumprida, acabam abrindo um buraco no qual mais tarde elas mesmas cairão. A credibilidade da marca passa a ser uma bomba- relógio, pronta a estourar a qualquer momento. Uma promessa de marca deve estar calçada em uma sólida infra- estruturapessoal e tecnológica, com treinamentos, investimentos e sistemas bem desenvolvidos, ainda que sejam de pequena proporção. Deve-se comunicar a promessa no tempo certo, a fim de que o cumprimento possa ser algo natural, parte do jeito de ser da marca. Assim, o consumidor se entrega com plena confiança de que o prometido é uma lei para a marca. Um alto nível de fidelidade pode ser alcançado quando uma marca age constantemente com caráter e ética, honrando seus valores. O consumidor não só se sentirá muito bem atendido como será uma testemunha constante da funcionalidade da marca. O cliente muitas vezes acredita tanto em uma determinada marca, que não admite que outras pessoas a critiquem ou falem mal dela. Isso se dá pela qualidade das percepções, relações e experiências positivas que a marca já lhe proporcionou, sempre cumprindo o que havia prometido. Se uma promessa de marca não pode ser cumprida, é melhor que ela nunca saia de dentro da empresa. A marca como pessoa_final.indd 31 16.10.08 10:43:18 Temperamento A marca como pessoa_final.indd 32 16.10.08 10:43:18 33 De acordo com as definições do psicólogo californiano David Keirsey, temperamento são nossas inclinações, diferente de caráter, que são nossos hábitos. Hipócrates (460 – 370 a.C.) foi o primeiro a estudar temperamentos. Seu estudo foi enriquecido, posteriormente, pelo médico romano Galeano. Nessa etapa, Galeano denominou os quatro tipos de temperamentos como: sanguíneo, colérico, fleumático e melancólico. Cada um deles possui pontos fortes e pontos fracos; constantemente se identifica mais de um tipo em cada pessoa, embora sempre haja um dominante. Como pessoas, não podemos mudar, adaptar ou trocar nosso temperamento. Podemos apenas nos conhecer melhor e equilibrar nossas ações de acordo com nossos defeitos e qualidades. Em se tratando de construção de uma marca, podemos sim extrair os pontos positivos dos temperamentos, determinando, a partir daí, atitudes que melhor se encaixam no segmento de atuação, nos produtos e serviços oferecidos. Neste momento também é importante analisar o público com o qual a marca se relacionará e ajustar o comportamento para que haja maior identificação entre ambos. Temperamento A marca como pessoa_final.indd 33 16.10.08 10:43:18 A marca como pessoa_final.indd 34 16.10.08 10:43:18 35 Apenas para ilustrar um exemplo, vamos determinar alguns pontos para compor o temperamento de uma suposta marca de roupas para adolescentes. Para simplificar, neste instante não levaremos em conta os pontos negativos que acompanham as qualidades dentro de cada temperamento. Em um estudo mais aprofundado, os pontos negativos de cada temperamento devem também ser analisados e evitados, podendo, assim, deixar o comportamento da marca ainda mais atrativo para seu público. Temperamento Sanguíneo Comunicativo, eufórico, destacado, entusiasta, afável, simpático, bom companheiro, compreensivo, crédulo. Temperamento Colérico Enérgico, visionário, resoluto, independente, otimista, prático, eficiente, decidido, líder, audacioso. Temperamento Melancólico Habilidoso, talentoso, minucioso, sensível, perfeccionista, esteta, idealista, leal, dedicado e auto-disciplinado. Temperamento Fleumático Calmo, tranquilo, digno de confiança e cumpridor de deveres, eficiente e organizado, conservador, prático, objetivo, líder, diplomata, bem- humorado, tímido. Qualidades selecionadas: Comunicativa, entusiasta, simpática, enérgica, independente, otimista, decidida e idealista. Com base nessas qualidades, podemos determinar o temperamento da marca e seu comportamento frente a seu público, neste caso, adolescentes. Essas qualidades podem ser expressas no corte das roupas, na forma de atendimento dos vendedores, na linguagem dos textos de seus catálogos, no atendimento telefônico, enfim, elas podem ser trabalhadas em todo ponto de contato possível com seu público estratégico. Determinar o temperamento de uma marca e monitorá-lo constantemente facilita a canalização positiva de suas atitudes e ações e o fortalecimento de suas qualidades e diferenciais competitivos. A marca como pessoa_final.indd 35 16.10.08 10:43:18 A marca como pessoa_final.indd 36 16.10.08 10:43:18 37 Quantos estilos de pessoas você conhece? Creio que sejam muitos. Possivelmente se você fizer uma lista, verá que são ainda mais do que imaginava. Há pessoas com os mais variados estilos. Há, por exemplo, alguns que são conservadores no que se refere a alimentação, outros experimentam de tudo antes mesmo de saber o nome das coisas. Há os que sabem tudo de tecnologia, e outros mal operam o celular. Uns possuem alto nível de conhecimento teórico, e outros nunca leram sequer um manual do usuário de um produto. Assim, poderíamos seguir enumerando dezenas e dezenas de estilos de pessoas, cada qual com sua forma de agir. Uma marca se apoderar de um estilo e gerir suas ações a partir deles. Isso será mais um elemento para compor a sua imagem na memória das pessoas. É comum ouvirmos um comentário do tipo: - A marca X age assim porque ela é ousada. A marca Y nunca faria isso. Isso exemplifica como um estilo de ação pode contribuir para fortalecer a percepção do estilo da marca para seu público. Estilo A marca como pessoa_final.indd 37 16.10.08 10:43:18 Guarda-roupa A marca como pessoa_final.indd 38 16.10.08 10:43:18 39 Usamos uma roupa para trabalhar, outra para ficar em casa, outra diferente para jantar fora, outra na tarde de sábado e outra diferente ainda para o almoço de domingo. Porém é fácil achar uma relação entre elas. No geral, mesmo usando roupas adequadas a cada situação ou ambiente, as pessoas sempre estarão com uma mesma linha, um mesmo estilo de se vestir. Isso é comprovado quando vemos alguém dizer: - Você está parecido com fulano hoje. Isso acontece porque estamos acostumados a ver as pessoas dentro de uma determinada linha de roupas, e, quando essa pessoa sai um pouco desse estilo, nota-se facilmente a diferença. Também podemos incluir nessa análise alguns outros pontos como peso, altura, quando se usa um sapato mais alto, por exemplo, corte de cabelo, barba, óculos e tudo mais que altera o aspecto visual de uma pessoa. Às vezes é possível reconhecer um amigo de longe, em meio a uma multidão, apenas pelo estilo da roupa que ele está usando. Quando qualquer um desses elementos são trocados ou modificados, as outras pessoas notam diferença. Assim também acontece com a identidade visual das marcas. Cada elemento gráfico, cada cor, alinhamento e sistema gráfico, juntamente com sua forma de Guarda-roupa aplicação em todas as peças gráficas – fachada, uniformes, frota, comunicados, publicidade, sinalização, etc. –, têm seu papel na composição e identificação da marca por parte do seu público. Toda essa comunicação deve estar completamente de acordo com o estilo da marca. Pode soar estranho uma pessoa aparecer no trabalho, na mesma função e ambiente, um dia de bermuda e outro de terno e gravata. É preciso ter coerência na identidade visual, para que as pessoas a identifique facilmente. É preciso saber escolher a roupa certa para cada ocasião, mas ter sempre uma coisa em mente: é necessário estar bem vestido em qualquer ocasião, pois nunca se sabe quem você vai encontrar por aí. Pode ser uma pessoa estratégica para seu network, que pode ficar com uma impressão equivocada sobre você caso te veja vestido inadequadamente. E o pior, talvez você não tenha outra chance de mudar esse conceito na mente dele. Pode ser caro o preço para uma marca, por não se apresentar de acordo com a necessidade. Há conceitos sobre a marca que são automaticamente transmitidos pela sua identidade visual. Antes que uma palavra sequer seja lida, o consumidor já pode ter estabelecido padrões baseado em suas referênciasvisuais. Transmitir exatamente o que a marca é em sua identidade visual facilita a compreensão do consumidor e o aproxima para que um diálogo possa ser iniciado. A marca como pessoa_final.indd 39 16.10.08 10:43:18 A marca como pessoa_final.indd 40 16.10.08 10:43:18 41 Sabemos quem atende o telefone apenas pelo “Alô”. Não só pelo som, mas também pelo sotaque, pela entonação, pelo volume. Também identificamos as pessoas por algumas palavras que usam com mais freqüência, ou pela forma de estruturar a frase. Sempre lembramos um determinado ditado que tal pessoa sempre fala. Logo, podemos notar que a fala se constitui em um forte elemento da identidade de uma pessoa. Assim, criar estilos de linguagem para uma marca, estabelecer um padrão de volume de voz e estilo vocal para o atendimento telefônico, redigir dentro da mesma linha os pronunciamentos da direção da empresa à imprensa, direcionar as publicações da imprensa e a linguagem publicitária são procedimentos que irão dar mais consistência à fala da marca, à sua identidade verbal. Ter uma assinatura sonora para a marca, uma música determinada para esperas telefônicas, jingles ou anúncios em mídia eletrônica também pode contribuir muito para a identidade da marca. Podemos citar, por exemplo, a Intel, que utiliza sua assinatura sonora de maneira sistemática no rádio, televisão e, em alguns casos, na internet. A marca é reconhecida mesmo sem que estejamos vendo algo sobre ela. É reconhecida de olhos fechados. Fala e som A marca como pessoa_final.indd 41 16.10.08 10:43:18 A marca como pessoa_final.indd 42 16.10.08 10:43:18 43 É muito comum lembrarmos de alguém ou de algum lugar quando sentimos um cheiro específico. Nossa memória olfativa é comprovadamente a mais eficiente do que as outras. Lembramos muito mais os cheiros que sentimos do que o que vemos. Quando uma pessoa sempre usa um mesmo perfume, acabamos por relacioná-la definitivamente àquele cheiro. É a identidade olfativa dessa pessoa. Cheiro A aplicação dessa identidade em uma marca pode ser muito mais explorada do que em uma pessoa. É possível fazer um estudo dos elementos que possuem uma conexão olfativa com o produto, levantando fragrâncias que provocam sensações relacionadas aos atributos e características deste e, assim, criar uma única fragrância para essa marca. A aplicação dessa fragrância pode ser feita nos pontos de vendas, nos eventos, exposições e feiras e, às vezes, até mesmo no produto. A marca como pessoa_final.indd 43 16.10.08 10:43:18 Aptidão, formação e foco A marca como pessoa_final.indd 44 16.10.08 10:43:18 45 Tem gente que parece que nasce sabendo uma série de coisas e têm facilidade de aprender mais ainda em relação ao que parece já saber. Gosta, identifica-se e tem habilidade para fazer, tem aptidão. Normalmente, essas pessoas logo se identificam profissionalmente e investem no que farão por toda sua vida. A formação profissional agrega ainda mais conhecimento e a evolução é sempre notável. É natural e certo que o sucesso profissional de pessoas assim chegue com o tempo. Pois o que se faz de forma mais natural e com gosto, sempre alcança bons níveis de qualidade. Há pessoas que, mesmo não identificando suas aptidões tão claramente, decidem por uma área de estudo e buscam conhecimento e formação até que ficam preparadas para atuar com eficiência, solidificando-se no mercado como bons profissionais. Muitas vezes, pessoas assim dariam certo em várias áreas de atuação, bastando apenas buscarem conhecimento para tanto. Há também outra classe de pessoas que identifica várias aptidões e tem vontade de seguir praticamente todas elas. Ficam inquietas em relação ao tempo de retorno de cada profissão, cargo ou empreendimento e acabam trocando de área ou de emprego antes do tempo mínimo suficiente para que algum resultado interessante apareça. Como isso tende a acontecer por muitas e muitas vezes seguidas, pessoas que agem assim, sem foco, acabam passando muito tempo de suas vidas sem ter reconhecimento e um bom resultado do seu trabalho, apesar de possuir talento e aptidão para muitas coisas. Quando olhamos com essa mesma ótica para as marcas, podemos identificar que elas possuem diferentes aptidões, conhecimento e autoridade para falar sobre determinado assunto, ou seja, sabem o que fazem, conhecem sobre o que vendem ou dominam os serviços que oferecem. Quando uma marca conquista autoridade sobre uma determinada área de atuação, ela pode procurar expandir seu espaço no mercado criando extensões dos seus produtos ou serviços. Quanto mais forte o conceito dela em relação ao conhecimento do produto, mais fácil o consumidor assimilará os novos produtos. O que não pode acontecer com uma marca é a falta de foco em relação a um mercado, ou a um produto. Manter o foco é uma atitude que aproximará cada vez mais a marca do sucesso. Quando já se está solidificada, aí sim é o momento de ela se expandir, seja geograficamente, com novos produtos e serviços, ou às vezes para outros mercados. Aptidão, formação e foco A marca como pessoa_final.indd 45 16.10.08 10:43:18 Especialidade e conhecimento A marca como pessoa_final.indd 46 16.10.08 10:43:18 47 Quando uma pessoa é mais que eficiente em sua área profissional, e possui um desenvolvimento acima da média, acaba se destacando no mercado. As pessoas começam a considerá-la como um referencial sobre o assunto, um especialista. É muito bom poder contar com um especialista quando temos dúvidas a respeito de algo. Temos a certeza de que ele nos dará a resposta certa e mais confiável que possamos encontrar. No que ele disser, acreditamos. Uma marca tem a obrigação de ser especialista em seus produtos e serviços. O domínio do assunto, da tecnologia, do Knowhow deve estar enraizado na marca desde seu nascimento. A necessidade do consumidor hoje vai muito além de produtos pré-definidos e de soluções “enlatadas” em prestação de serviços. As marcas devem oferecer produtos que se adequem às necessidades de cada cliente, o que em muitas vezes exige conhecimento pleno sobre o produto, para que adaptações e personalizações sejam feitas com sucesso. À medida que o consumidor percebe o conhecimento e domínio que a marca possui em relação ao que oferece, ele se entrega e confia, certo de que sempre terá os melhores produtos e serviços, mesmo que tenha que pagar mais por isso, pois, na maioria das vezes, sempre que se procura produtos usando como critério o menor preço, eles não atingem o nível desejado de satisfação. Especialidade e conhecimento A marca como pessoa_final.indd 47 16.10.08 10:43:18 A marca como pessoa_final.indd 48 16.10.08 10:43:18 49 Creio que você já deve ter escutado: Diga-me com quem andas, e direi quem tu és. Ao longo de nossas vidas desenvolvemos inúmeros relacionamentos em vários níveis de intensidade. Já nos primeiros anos de escola começam a aparecer as primeiras amizades. Muitas delas levamos por toda a nossa vida. Em outras, vivemos fases intensas e logo se acabam. Há também aquelas que surgem antes mesmo de conhecer a pessoa, por pura empatia, e parece até que já existia por longa data. A verdade é que os amigos são fundamentais em nossas vidas. Eles trazem brilho, vida e nos fazem dar boas risadas e experimentarmos momentos únicos. Nas dificuldades nos auxiliam, nos fazem companhia quando precisamos ter alguém por perto. Eles se lembram da gente quando ficam sabendo de uma oportunidade de emprego que pode nos ajudar, nos avisam quando descobrem uma loja de fábrica, mesmo que percam a chance de ter uma roupa exclusiva. Podemos resumir tudo isso afirmando que quem tem amigos, tem vantagens e benefícios e, de certa forma, é mais forte do que as pessoas que não desfrutam de amizades. À medida que uma amizade se desenvolve, as pessoas envolvidasacabam compartilhando os mesmos sentimentos e gostos. Isso faz com que as pessoas vivam em concordância e aceitem mais uma à outra. Por isso o ditado: “Diga-me com quem andas, e direi quem tu és”. Pois se você anda com uma pessoa, é porque concorda com o que ela faz e possivelmente o faça igual. No mundo das marcas, as amizades são igualmente importantes, só que com algumas diferenças. Os amigos de uma marca são primeiramente os funcionários das empresas que desenvolve seus produtos. Depois seus fornecedores, parceiros de produção e, obviamente, seus clientes. Os seus amigos especiais. A marca como pessoa_final.indd 49 16.10.08 10:43:19 Linha de tênis da Adidas com solas desenvolvidas pela Goodyaer. Um exemplo de amizade entre duas marcas. A marca como pessoa_final.indd 50 16.10.08 10:43:20 51 No caso dos colaboradores de uma marca, como amiga, a marca deve sempre manter essa relação equilibrada, sendo compreensiva, sabendo reconhecer o que é feito para o bem dela, sabendo ceder quando necessário e também sabendo dizer não, para o próprio fortalecimento da relação. Os fornecedores são outro grupo de amigos de uma marca. Em muitos casos, tão ou mais importantes que os funcionários. Eles são responsáveis por processos que, muitas vezes, definem a qualidade do produto final. Cultivar um bom relacionamento com eles é sadio para a vida e imagem da marca. O grupo de amigos da marca mais especial, e que merece um cuidado ainda mais intenso, é o grupo dos clientes. São eles, o motivo maior de toda marca. São eles que impulsionam as decisões e evoluções de uma marca. O esforço da marca para fortalecer a amizade com o cliente deve ser praticamente incondicional. É muito importante que ele veja a marca como um amigo que sempre está disposto a fazer de tudo para agradá-lo. Quando o cliente tem essa percepção, ele retribui com uma amizade fiel e duradoura, ou seja, retribui com o que é mais precioso para uma marca. Há ainda uma outra categoria de amizade que uma marca pode ter. É a amizade com uma outra marca. Quando uma marca se alia a outra para o desenvolvimento de um produto específico, cada uma respeitando a aptidão, a tecnologia e o conhecimento da outra, é um belo modelo de amizade. Há muitos exemplos de relacionamentos entre marcas que funcionam muito bem no mercado. A Adidas e a Goodyear é um deles (veja as imagens na página ao lado). A Adidas lançou uma linha de tênis com a sola desenvolvida pela Goodyear. O resultado final é muito interessante. No que se trata da qualidade do calçado, a Adidas tem autoridade para falar e uma bela história para provar. Tem, inclusive, condições de produzir uma sola para seu próprio tênis, sem depender de outra marca, de outra fábrica. Mas, quando desenvolve um projeto em parceria com uma marca, também muito bem conceituada no mercado que atua como a Goodyear, há uma troca de atributos entre as marcas. Elas se complementam e as duas acabam sendo beneficiadas por muitos motivos. O produto fica extremamente atrativo para o consumidor. Pois só o fato de uma ou duas marcas estarem assinando um mesmo produto, já transmite a idéia de que uma aprovou o trabalho da outra. Isso já é um testemunho de que o produto tem qualidade. A marca como pessoa_final.indd 51 16.10.08 10:43:20 A Parati Track&Field da Volkswagem. Um ótimo exemplo de transferência de atributos, graças à amizade existente entre as marcas. A marca como pessoa_final.indd 52 16.10.08 10:43:20 53 No mercado automobilístico também há bons exemplos de relacionamentos entre duas marcas. A Parati Track&Field da Volkswagem é um deles (veja algumas imagens na página ao lado). A Parati tem um conceito de um carro forte, aventureiro, que aguenta qualquer pressão, resistente, etc. Quando a Trackfield aplica sua marca assinando o veículo está assumindo esses atributos para ela e também transferindo os seus para o veículo. As pessoas que já tinham um bom relacionamento com a marca Trackfield, automaticamente ficam simpatizadas com o carro. Isso é refletido mais ou menos no pensamento de que o amigo do meu amigo é meu amigo também. Quando muito bem estudadas e planejadas, essas ações agregam valores para ambas as marcas. Vale lembrar que o ditado popular citado no início deste capítulo se encaixa perfeitamente no contexto de marcas. Logo, a escolha de uma boa companhia é fundamental para essas parcerias. A marca como pessoa_final.indd 53 16.10.08 10:43:20 A marca como pessoa_final.indd 54 16.10.08 10:43:20 55 A cordialidade, a gentileza, o auxílio e um bom sorriso são sempre muito bem-vindos na vida em comunidade. Desde o porteiro do prédio até o gerente do banco, não importa a posição social da pessoa em relação à nossa, todos merecem receber um “bom dia!”, acompanhado de um verdadeiro sorriso. Ser sempre educado, responder com gentileza mesmo às perguntas mais desconexas de um subordinado, ser brando nas palavras são atitudes que fazem bem primeiramente a nós mesmos e, em segundo plano, a todos que se relacionam conosco. No ritmo das grandes cidades, por exemplo, o trânsito se tornou uma arena para muitos. É bem verdade que até mesmo o indivíduo mais tranqüilo do mundo, em alguns momentos, tem vontade de esmurrar a buzina quando é vítima de alguma irresponsabilidade alheia. Mas vamos pensar bem. O mundo é pequeno. Não é raro ouvir alguém dizer: "buzinei! E quando vi, era meu vizinho de garagem do apartamento". Nunca se sabe quando você pode encontrar alguém que você destratou por aí. Logo, o melhor que podemos fazer é ser educado sempre. Assim, sua reputação sempre será boa e constante, sem variação em todos os lugares e para todas as pessoas. Para uma marca, ser bem vista e querida por outras empresas e pela comunidade corporativa como um todo é também muito importante. Isso faz com que o bom conceito sobre ela seja constante e não sujeito a comentários negativos que muitas vezes abalam a credibilidade já conquistada com muito custo. Não importa o nível ou tamanho do cliente, o tratamento da marca para com ele deve ser sempre o melhor possível. Há que se tomar muito cuidado com os planos e sistemas de fidelização que excluem os clientes menos expressivos e cobrem de benefícios e privilégios a outros, por exemplo. Creio que são sim necessários, até mesmo para valorizar a fidelidade de alguns. Mas não podem, de maneira alguma, permitir que os clientes que não estão no grupo dos seletos sintam-se descartados ou deixados de lado. Isso, com o tempo, pode afastá-los para sempre da marca, mesmo quando já puderem desfrutar de todos os privilégios oferecidos. Há grupos de interesse inseridos na comunidade de uma marca que, embora não apareçam tanto no dia-a- dia, são muito importantes e possuem um grande poder de influência a longo prazo: os estudantes. Eles são os profissionais que estarão no mercado em poucos anos. Se uma marca não tiver uma boa relação com o grupo de estudantes que estão em formação na área em que ela atua, terá dificuldade de ter os melhores profissionais trabalhando para ela. Uma boa marca sempre está no topo da lista dos universitários como sendo um ótimo lugar para iniciar sua carreira. C o m u n i d a d e A marca como pessoa_final.indd 55 16.10.08 10:43:20 A marca como pessoa_final.indd 56 16.10.08 10:43:20 57 Às vezes temos de ir a uma festa de aniversário mesmo quando o que mais precisávamos era descansar da semana de trabalho. Manter nossa vida social, ainda que às vezes nos canse um pouco, faz muito bem e nos traz muitas alegrias. Participar de eventos, expor em feiras, promover encontros e entretenimento, apoiar iniciativas da comunidade e outras ações, ajudam a manter a marca ativa e envolvida com seu público. No momento de decidir sobre o investimento que é necessáriopara desenvolver projetos com esse foco, devemos ter em mente que o retorno financeiro dificilmente aparecerá a curto prazo. O que mais importa nesse momento é manter a marca viva na mente das pessoas. Vida social A marca como pessoa_final.indd 57 16.10.08 10:43:20 Saúde física e mental A marca como pessoa_final.indd 58 16.10.08 10:43:21 59 Todo mundo sabe decor: Atividade física pelo menos três vezes por semana. Alimentação variada e o mais saudável possível. Teatro, cinema, música e livros estão aí pra serem usados. Analisando bem, são coisas simples. Quando praticadas regularmente, possuem um poder imenso de tornar nossa vida melhor no presente e nos dias que virão. Elas nos deixam mais dispostos, mais espertos e atualizados. Ajudam a desviar boa parte do stress diário, o que com certeza acaba se revertendo em maior dinâmica e eficiência no que desenvolvemos. Com o corpo e com a mente sãos, somos mais produtivos em todos os sentidos. Uma marca também deve cuidar de sua saúde física. É a parte da insfra-estrutura que a faz funcionar. As fábricas, os equipamentos, a tecnologia, a logística, o suprimento, a matéria-prima, enfim, devem estar sincronizados perfeitamente como um organismo, onde um orgão depende do outro para funcionar bem. Assim como nossa mente, a marca possui sua infra-estrutura pessoal. É a parte pensante da marca, que faz a máquina funcionar e lhe dá a direção do que fazer. O cuidado para manter os pensamentos da marca no caminho certo, para evitar um descontrole de sentimentos e emoções que pode refletir diretamente em todas as outras áreas da empresa, prejudicando a vida da marca. A marca como pessoa_final.indd 59 16.10.08 10:43:21 A marca como pessoa_final.indd 60 16.10.08 10:43:21 61 Equilíbrio O equilíbrio é uma das qualidades mais valiosas que alguém pode ter. Ser extremista, por exemplo, no que se trata de atividade física, pode levar a pessoa a ter problemas de articulações e lesões irreparáveis. O equilíbrio pode ser aplicado a todas as áreas de nossa vida. Ele sempre contribuirá para o melhor resultado. Para todos os pontos citados nesta obra, é necessário agir com equilíbrio. A dosagem certa nas estratégias e ações de uma marca sempre será positiva. É realmente muito importante investir e cuidar da identidade visual de uma marca, por exemplo, mas a aplicação excessiva de informações, sistemas gráficos e logotipos pode ser cansativo para quem os vê diariamente, provocando um certo “enjôo” visual. No que se refere a treinamento, quando é demasiado, as pessoas acabam agindo como robôs, sem a mínima habilidade de improvisação e diálogo natural. Isso pode tornar o atendimento muito impessoal, prejudicando a aproximação do cliente. Poderia citar vários outros exemplos de que o excesso pode muito prejudicar o resultado final, mesmo que às vezes pareça ser o mais correto. Para a marca, o equilíbrio é fundamental. A marca como pessoa_final.indd 61 16.10.08 10:43:21 Reputação | seu maior patrimônio A marca como pessoa_final.indd 62 16.10.08 10:43:21 63 Construir uma reputação pode levar a vida inteira. Destruí-la, um minuto. A reputação de uma marca deve ser constantemente vigiada. Deve estar protegida como seu bem mais precioso. Isso vai além de ter um bom relações públicas e uma boa assessoria de imprensa. Trata- se de realmente agir sempre de forma correta e ser transparente na comunicação dos seus atos. Há muitos fatores incontroláveis que podem manchar a reputação, aos quais todas as marcas estão sujeitas. No caso de uma companhia aérea, por exemplo, quando ocorre um acidente, é inegável que a confiança dos consumidores seja abalada. Mesmo que o motivo do acidente não seja por falha direta da companhia, o nome dela estará estampado nas manchetes. Em caso como este, é preciso administrar a crise da melhor maneira e, na medida do possível, recuperar o que se perdeu. Vale mais ter um bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a riqueza e o ouro. Provérbios 22.1, Bíblia Sagrada. A marca como pessoa_final.indd 63 16.10.08 10:43:21 Projetos e metas A marca como pessoa_final.indd 64 16.10.08 10:43:21 65 aguardando a marca dizer: "Olhem!, agora nós fazemos desse jeito e também oferecemos mais isso!" Quando novos projetos de uma marca já consolidada chegam no momento certo para o consumidor, ela herda o conceito já construído na mente das pessoas, o que torna todo o processo muito mais fácil. Isso pode acontecer com expansões geográficas, ampliação da linha de produtos ou até mesmo entradas em novos mercados. Há casos bem interessantes no mercado de marcas que lançam produtos que possuem os mesmos atributos encontrados no principal produto da marca. Como os calçados da Pirelli por exemplo. Até então como uma marca apenas de pneu na mente do consumidor. Quando lança um tênis, há uma transferência de credibilidade imediata. O pensamento é quase automático: meu carro sempre “calçou” Pirelli, agora posso calçar também. Ter metas, projetos e sonhos funciona como um constante incentivo para a marca e, com certeza, a levará em lugares mais distantes. Não importa se aos 5, 10, 30, ou 90 anos de idade, sonhar com o dia de amanhã faz bem. Os sonhos nos trazem sensações diferentes em cada fase da vida. Quando crianças, sonhamos sem nos preocuparmos com as possibilidades. Somos poderosos e sem limitações. Conforme vamos nos desenvolvendo, nossos sonhos vão conhecendo os caminhos das realizações e se moldando aos recursos que temos. Quando menos esperamos, estamos vivendo muito mais do que já sonhamos ou imaginamos um dia. Isso nos dá força para irmos além, quebrar barreiras e paradigmas que muitas vezes construímos sozinhos. Quem vive sonhando e planejando está sempre cheio de bons motivos para acordar, trabalhar, sorrir e viver. Uma marca também precisa se manter viva, com sonhos e metas. Deve pensar em ir além, conquistar mais seu espaço, ampliar seu terreno. Muitas marcas passaram anos no mesmo lugar, com um mesmo perfil de público, fiel, que estava apenas S o n h a r n o s m a n t é m v i v o s A marca como pessoa_final.indd 65 16.10.08 10:43:21 A marca como pessoa_final.indd 66 16.10.08 10:43:21 67 A partir de uma análise simples de alguns aspectos da vida de pessoas, é possível traçar pontos importantes na existência de uma marca. De acordo com a necessidade de cada área de atuação, pode-se adaptar as comparações e paralelos para extrair os melhores resultados. Estruturar a construção e manutenção de uma marca, considerando-a como uma pessoa, contribui muito para a definição de sua essência, de sua personalidade e na maneira com a qual ela interagirá com seu público. Como seu público obviamente se trata de pessoas, essa interação acontece de forma mais fácil, muitas vezes naturalmente. Há uma melhor identificação e aceitação da maneira de ser da marca, dos seus pensamentos e valores. A partir daí, o consumidor é atraído e impulsionado a iniciar um relacionamento com ela. Se as expectativas do cliente são atendidas e até superadas, é natural que, com o tempo, ele se torne um amigo da marca. Ser leal a um amigo, é muito mais simples do que ser leal a uma empresa. Ser amiga do consumidor é o maior nível de relacionamento que uma marca pode alcançar. Para isso ela precisa, pelo menos, parecer uma pessoa. Conclusão A marca como pessoa_final.indd 67 16.10.08 10:43:21 A marca como pessoa_final.indd 68 16.10.08 10:43:21 69 A Souto Crescimento de Marca, no mercado desde 2001, adotou a metodologia A Marca Como Pessoa a partir de 2008 para desenvolver um trabalho mais abrangente para seus clientes. Essa forma de trabalho possibilita analisar, diagnosticar e reposicionar marcas já atuantes e também traçar estratégias para novas marcas. Apêndice Para divulgação dos conceitosbásicos desza metodologia, a Souto desenvolveu o portfólio "Crescer é preciso" em formato de revista. Nele, além dos trabalhos desenvolvidos nos últimos anos, também há um artigo assinado pelo especialista Eduardo Tomiya, sobre identidade visual e valor de marca. A marca como pessoa_final.indd 69 16.10.08 10:43:21 A marca como pessoa_final.indd 70 16.10.08 10:43:21 71 Referências bibliográficas TOMYIA, Eduardo Brand Value Management, BA Knowledge, CHEVERTON, Peter Cómo Funcionan las marcas, Nuevos empreendedores. Colecion The Sunday Times - Editorial Gedisa, S.A., 2007 MUNZEL, F. Kant’s conception of moral character: the critical link of morality, antropology and reflective judgment. Chicago: The University of Chicago Press, 1999. STERNBERG, R. J. Psychology – In search of the human mind, 3rd Ed., Hartcourt College Publishers, 2001. ELLWOOD, Iain O livro essencial das marcas, Clio Editora, 2000. Bíblia Sagrada, on line: www.bibliaonline.com.br, Texto da Edição Almeida Revisada e corrigida. A marca como pessoa_final.indd 71 16.10.08 10:43:21 A marca como pessoa_final.indd 72 16.10.08 10:43:21
Compartilhar