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Formulário - Exercício da Estação de Competências (1)

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EXERCÍCIO ESTAÇÃO DE COMPETÊNCIAS
	NOME 
	Danielle dos Santos de Moraes Araújo
	ETAPA 1
Pesquisar e levantar impressões, ideias e noções acerca das populações indígenas existentes no Brasil. Procure catalogar frases, textos e imagens preconceituosas sobre estes grupos (sugerimos que você faça uma pesquisa nos meios de comunicação de massas, internet, redes sociais etc.)
(Informe a seguir as categorias e os termos encontrados)
	No dia 22 de setembro de 2014, por ocasião da 69ª sessão da Assembléia Geral da ONU em sua sede na cidade de Nova Iorque/EUA, realizou-se a 1ª conferência dos povos indígenas. existem hoje no mundo todo, 370 milhões de pessoas indígenas de mais de 5 mil comunidades, espalhados por 90 países. Eles representam 5% da população global e, na América Latina, são 8,3% da população. No Brasil, atualmente, o número de pessoas indígenas é de, aproximadamente, 900.000, representando 0,47%  
da população brasileira.
Os povos indígenas, após duas décadas de discussões, conquistaram perante a ONU no ano de 2007, a “Declaração sobre os Direitos dos Povos indígenas “, que foi devidamente adotada pelo Brasil. Para saber mais sobre ela clique no link abaixo:
Apesar disso, é impressionante constatar como as pessoas indígenas brasileiras, tornaram-se invisíveis para uma grande parte do povo brasileiro. E esse fenômeno contribui para sua desumanização. De uma maneira geral, quando nós nos referimos ao racismo, temos em mente quase sempre apenas as pessoas de pele negra. Nunca relacionamos de pronto o racismo contra pessoas de pele vermelha. Talvez isso aconteça porque a população de pele negra ou parda compõe a maioria do povo brasileiro, ou seja, representam 50,7 % do total, e essa força numérica os favoreça na articulação da luta por seus direitos.
Os movimentos sociais organizados por negros no Brasil já conquistaram bastante visibilidade. No entanto, os movimentos sociais organizados para a luta por direitos dos  indígenas ainda são bastante precários, talvez dada a grande diversidade entre as comunidades que somam, hoje, aproximadamente, 305 etnias e falam 274 idiomas diversos. E, também, não deve ser nada fácil para eles enfrentarem as exigências da burocracia.
E pensar que há uns 500 anos os indígenas eram milhões! E viviam em relativa paz – guerreavam entre tribos inimigas – em todo território brasileiro, a que denominavam “Pindorama “, terra de buritis e palmeiras. A conquista desse território pelos povos europeus, com predomínio dos portugueses, praticamente dizimou essa população e, talvez, por causa da abundância da planta chamada pau-brasil, deram o nome de Colônia do Brasil do Reino de Portugal ao país inventado por eles, os portugueses. O que os europeus praticaram nas Américas no passado, hoje tem nome e trata-se de um crime gravíssimo: genocídio.
Conta-nos a história oficial que os povos originários das Américas foram denominados “índios” devido ao equívoco do navegador genovês Cristóvão Colombo que, sob as ordens dos reis da Espanha, buscava a região das “Índias” (China, Índia, Japão) e, no entanto, ao chegar ao Caribe na América Central em 1492, pensou ter encontrado seu destino. Certamente, reforçou esse equívoco o fato dos habitantes dali terem as feições faciais semelhantes a dos povos asiáticos. Alguns anos após, o mesmo erro foi cometido pelo navegante português Pedro Alvarez Cabral, quando chegava ao continente sul-americano pensando tratar-se da Índia. Havia “descoberto” o Brasil.
Grande parte do que já escrevi há alguns meses com relação ao racismo praticado contra as pessoas de pele negra, é também pertinente aos povos indígenas, tais como o próprio crime de racismo e as cotas raciais/ações afirmativas, por exemplo. Agora, neste post, reproduzirei apenas alguns tópicos daquele texto e, em seguida tentarei delinear as principais regras jurídicas relativas às questões dos povos indígenas brasileiros. então, rememorando, já sabemos que o Brasil é signatário, junto à ONU, da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, desde o ano de 1969 e, por isso, adota os princípios ali estabelecidos, entre os quais o significado da expressão “discriminação racial“: “qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tem por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício num mesmo plano (em igualdade de condição), de direitos humanos e liberdades fundamentais no domínio político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio de vida pública.” O racismo constitui-se num crime contra a igualdade de todos, assegurada em nossa Constituição Federal. A Constituição considera a prática do racismo, crime inafiançável e imprescritível (artigo 5o., inciso XLII). Portanto, não cabe fiança (depósito em dinheiro como garantia) e a possibilidade de processar o réu não termina em data pré-determinada.
É a lei no. 7.716/89 – a Lei Caó – que define os crimes por discriminação ou preconceitos de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Essa lei, cujo projeto é de autoria do deputado Carlos Alberto de Oliveira, conhecido como Caó, já sofreu inúmeras alterações desde sua promulgação há 25 anos, sendo a última delas datada de novembro de 2012.
	ETAPA 2
Pesquise os conceitos de estereótipos, relativismo cultural e etnocentrismo e os confrontem com o material levantando sobre os agrupamentos indígenas brasileiros. Procure refletir sobre a seguinte questão: até que ponto tais conceituações podem desmistificar as ideias verificadas sobre os nossos indígenas? 
(ORIENTAÇÃO: no espaço abaixo apresente os conceitos indicados e faça a análise indicada no enunciado da questão)
	Etnocentrismo, estereótipos, estigmas, preconceito e discriminação
O etnocentrismo consiste em julgar, a partir de padrões culturais próprios, como “certo” ou “errado”, “feio” ou “bonito”, “normal” ou “anormal”, os comportamentos e as formas de ver o mundo dos outros povos, desqualificando suas práticas e até negando sua humanidade. Assim, percebemos como o etnocentrismo se relaciona com o conceito de estereótipo, que consiste na generalização e atribuição de valor (na maioria das vezes, negativo) a algumas características de um grupo, reduzindo-o a essas características e definindo os “lugares de poder” a serem ocupados. É uma generalização de julgamentos subjetivos, feitos em relação a um determinado grupo, impondo-lhe o lugar de inferior e de incapaz, no caso dos estereótipos negativos. No cotidiano, temos expressões que reforçam os estereótipos: “tudo farinha do mesmo saco”; “tal pai, tal filho”; “só podia ser mulher”; “nordestino é preguiçoso”; “serviço de negro”; e uma série de outras expressões e ditados populares específicos de cada região do país.”(Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC;Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)
Os estereótipos são também uma maneira de “biologizar” as ca​racterísticas de um grupo, isto é, considerá-las como fruto exclusivo da biologia, da anatomia. O processo de naturalização ou biologização das diferenças étnico-raciais, de gênero ou de orientação sexual, que marcou os séculos XIX e XX, vinculou-se à restrição da cidadania a negros, mulheres e homossexuais. (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC;Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)
Uma das justificativas, até o início do século XX, para a não extensão às mulheres do direito de voto, baseava-se na idéia de que elas possuíam um cérebro menor e menos desenvolvido do que o dos homens.A homossexualidade, por sua vez, era tida como uma espécie de anomalia da natureza, ou seja, uma doença. Nas democracias modernas, desigualdades naturais podiam justificar o não acesso pleno à cidadania. No interior de nossa sociedade, encontramos aindauma série de atitudes etnocêntricas. Muitos acreditaram que havia várias ra​ças e sub-raças, que determinariam, geneticamente, as capacidades das pessoas, hoje sabemos que isso não é verdade. (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC;Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)
Em se tratando de Brasil, não podemos deixar de falar nas religiões de matriz africana, como o candomblé e umbanda, resultado do sincretismo religioso. O sacrifício animal em algumas crenças afro-brasi​leiras tem sido considerado sinônimo de barbárie, por praticantes de outros credos. Trata-se, contudo, simplesmente de uma forma específica para que homens/mulhe​res entrem em contato com o divino, com os deuses, nesses casos, os orixás, cada qual com sua preferência, no que diz respeito ao ritual de oferenda. Outras religiões pregam formas diversificadas de contato com o divino, classificando e condenando as práticas do candomblé, como “erradas” e “bárbaras”, ou como “feitiçaria”. (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC;Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)
“O preconceito de alguns segmentos religiosos tem levado seus seguidores a atacar e desrespeitar os chamados “terreiros”. O espiritismo kardecista, hoje praticado nas mais distintas partes do Brasil, foi durante muito tempo perseguido por aqueles que, ado​tando um ponto de vista católico ou médico, afirmavam serem as práticas espíritas próprias de charlatães. Se boa parte dos/as brasileiros/as se define como católica, a verdade é que somos um país cruzado por múltiplas crenças, havendo divergências até mesmo no interior do próprio catolicismo: somos um país plural. A Constituição Brasileira garante a liberdade religiosa e de crença, e as instituições devem promover o respeito entre os/as praticantes de diferentes religiões, além de preservar o direito daqueles/as que não adotam qualquer prática religiosa. No entanto, é bastante comum encontrarmos crianças e adolescentes que exibem, com orgulho, para seus/suas educadores/as, os símbolos de sua primeira comunhão, enquanto famílias que cultuam religiões de matriz africana são pejorativamente chamadas de “macumbeiras”, sendo discrimina​das por suas identidades religiosas.” (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)
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O preconceito relativo às práticas religiosas afro-brasileiras está profundamente ar​raigado na sociedade brasileira, por essas práticas estarem associadas a negros e ne​gras, grupo historicamente estigmatizado e excluído, e cujos cultos seriam contrários ao cristianismo europeu. Vale lembrar que expressões culturais de matriz afro-bra​sileira como o samba, a capoeira e o candomblé foram, durante décadas, proibidos e perseguidos pela polícia. Isso mostra que essas práticas foram incorporadas aos símbolos nacionais no interior de processos extremamente complexos. O caso mais evidente é o samba, que de “música de negros/as” passou a ser caracteri​zado como “música nacional”. As religiões afro-brasileiras, no entanto, ainda enfren​tam um profundo preconceito por parte de amplos setores da sociedade: há quem considere o candomblé como “dança folclórica”, negando seu conteúdo religioso; há também quem o caracterize como “prática atrasada”. Em ambos os casos, seu caráter de religiosidade é negado e não tomado no mesmo padrão de igualdade de outras práticas e crenças. (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio…[et al]. – Rio de Janeiro: CEPESC;Brasília, DF : Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)
Questões de gênero, religião, raça/etnia ou orientação sexual e sua combinação di​recionam práticas preconceituosas e discriminatórias da sociedade contemporânea. Se o estereótipo e o preconceito estão no campo das idéias, a discriminação está no campo da ação, ou seja, é uma atitude. É a atitude de discriminar, de negar opor​tunidades, de negar acesso, de negar humanidade. Nessa perspectiva, a omissão e a invisibilidade também são consideradas atitudes, também se constituem em discri​minação. (Curso de especialização em gênero e sexualidade/Organizadores: Carrara,Sérgio. Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília, DF: Secretaria especial de políticas públicas para as mulheres, 2010.)
Cada grupo social tende a adotar determinada postura frente ao outro, essa seria justamente sua forma de representação. A afirmação social de uma representação tem como base fundamental a ação e a comunicação. Ela encadeia pensamento e linguagem o que permite a compreensão do mundo e assimilação das relações que nele se estabelecem. Para compreendermos quem somos em grupo, como coletividade, ou quem somos individualmente, como indivíduos, dependemos da interpretação e do reconhecimento que nos é dado pelos outros. “Ninguém pode edificar a sua própria identidade independentemente das identificações que os outros fazem dele” Habermas (1983).
O reconhecimento pelos outros é uma necessidade humana, já que o ser humano é um ser que só existe através da vida social. De acordo com Taylor (1994), “um indivíduo ou um grupo de pessoas podem sofrer um verdadeiro dano, uma autêntica deformação se a gente ou a sociedade que os rodeiam lhes mostram como reflexo, uma imagem limitada, degradante, depreciada sobre ele.”
Um falso reconhecimento é uma forma de opressão. A imagem que construímos muitas vezes sobre os portadores de deficiências, prostitutas, homossexuais, etc. é deprimente e humilhante e causa-lhes sofrimento e humilhação, ainda mais por que tais representações depreciativas são construídas quase sempre para a legitimação da exclusão social e política dos grupos discriminados. Segundo Taylor (1994), a projeção sobre o outro de uma imagem inferior ou humilhante pode deformar e oprimir até o ponto em que essa imagem seja internalizada. O preconceito seja ele do tipo que for, é um atestado de insegurança, de autoritarismo, de absolutismo intelectual, enquadrando automaticamente em categorias classificatórias e pejorativas tudo aquilo que represente diferença. No fundo, viver em democracia está na proporção direta do quanto somos pessoal e coletivamente capazes de superar os nossos medos.
O estereótipo é simplesmente o "rótulo" com que costumamos classificar certos grupos de pessoas, e é muito mais comum do que possa parecer. É introduzido no seio da sociedade e se agrega a psique das pessoas por meio de anedotas, frases feitas, contos populares etc, pois, desde a mais tenra idade, as pessoas são condicionadas a acreditar que certos grupos de pessoas estão ligados a determinados atributos ou características. (Otávio B. Lopes)
As sociedades contemporâneas são heterogêneas, ou seja, compostas por diferentes grupos humanos, classes e identidades culturais em conflito. Vivemos em sociedades nas quais os diferentes estão constantemente em contato.
	ONDE PESQUISAR?
	 Comunidades do Facebook. Link: https://www.facebook.com/
Site de busca. Google. Link: https://www.google.com.br 
Site Índios on-line. Link: http://www.indiosonline.net/ 
Site Povos Indígenas do Brasil. Link: http://pib.socioambiental.org/pt/c/0/1/2/populacao-indigena-no-brasil
Documentário Série índios no Brasil. Link: https://www.youtube.com/watch?v=QQA9wuGgZjI
http://www.brasil.gov.br/governo/2012/08/brasil-tem-quase-900-mil-indios-de-305-etnias-e-274-idiomas
	REFERÊNCIAS 
	Se for o caso, inclua aqui as referências e fontes consultadas para realização desta atividade.
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo-estereotipos-estigmas-preconceito-discriminacao.htm
https://blogdaines.wordpress.com/2014/04/04/discriminacao-e-preconceito-contra-pessoas-de-pele-negra-no-brasil/

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