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04_Legislacao_Aplicada_ao_SUS - Ed

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EBSERH – NACIONAL 
 
 
 
 
 
1. Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do 
Sistema Único de Saúde (SUS) – princípios, diretrizes e arcabouço legal ................................ 1 
2. Controle social no SUS .................................................................................................... 8 
3. Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde ................................................... 15 
4. Constituição Federal 1988, Título VIII - artigos de 194 a 200 .......................................... 22 
5. Lei Orgânica da Saúde - Lei n º 8.080/1990, Lei nº 8.142/1990 e Decreto Presidencial nº 
7.508, de 28 de junho de 2011 ............................................................................................... 27 
6. Determinantes sociais da saúde ..................................................................................... 66 
7. Sistemas de informação em saúde ................................................................................. 70 
8. RDC nº 63, de 25 de novembro de 2011 que dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas 
de Funcionamento para os Serviços de Saúde ....................................................................... 74 
9. Resolução CNS nº 553, de 9 de agosto de 2017, que dispõe sobre a carta dos direitos e 
deveres da pessoa usuária da saúde ..................................................................................... 81 
10. RDC nº 36, de 25 de julho de 2013 que institui ações para a segurança do paciente em 
serviços de saúde e dá outras providências ............................................................................ 89 
 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
1. Apostila (concurso e cargo); 
2. Disciplina (matéria); 
3. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
4. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
 
 
 
1 
 
 
mailto:professores@maxieduca.com.br
1. Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a 
construção do Sistema Único de Saúde (SUS) – princípios, diretrizes e 
arcabouço legal. 
 
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL 
 
As políticas públicas de saúde no Brasil têm sofrido modificações ao longo dos anos, e tais mudanças 
historicamente têm sido pelo menos aparentemente para adequarem-se aos contextos políticos, 
econômicos e sociais. 
Somente com a chegada da família real, em 1808, é que algumas normas sanitárias foram impostas 
para os portos, numa tentativa de impedir a entrada de doenças contagiosas que pudessem colocar em 
risco a integridade da saúde da realeza. Em 1822, com a Independência do Brasil, algumas políticas 
débeis de saúde foram implantadas, tais políticas eram referentes ao controle dos portos e atribuía às 
províncias quaisquer decisões sobre tais questões. 
Somente com a Proclamação da República, em 1889, é que as práticas de saúde em nível nacional 
tiveram início. Oswaldo Cruz e Carlos Chagas que estiveram à frente da Diretoria Geral de Saúde pública 
(DGSP), implementaram um modelo sanitarista visando erradicar epidemias urbanas e a criação de um 
novo Código de Saúde Pública, tornando-se responsável pelos serviços sanitários e de profilaxia no país, 
respectivamente. 
O Estado brasileiro teve sua primeira intervenção em 1923, com a Lei Elói Chaves, através da criação 
das Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs), que asseguravam aos trabalhadores e empresas 
assistência médica, medicamentos, aposentadorias e pensões. Foram substituídas pelos Institutos de 
Aposentadoria e Pensões (IAPs) passando a abranger uma quantidade maior de trabalhadores(3). 
Conforme refere Figueiredo; Tonini (2007), ao extinguir os IAPs, em 1967, o Instituto Nacional de 
Previdência Social (INPS) foi implantado, atendendo, também, trabalhadores rurais por meio do Fundo 
de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL) e trabalhadores com carteira assinada através do 
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Somente no final da década 
de 80 deixou de exigir carteira de trabalho para atendimentos em hospitais, tornando a saúde menos 
excludente e mais universal. 
Na década de 70 surgiu o Movimento da Reforma Sanitária que tinha como objetivo conquistar a 
democracia para mudar o sistema de saúde. O conceito saúde - doença bem como o processo de trabalho 
e a determinação social da doença foram rediscutidos. No final da década de 80 o quadro social e político 
no país era diferente, onde o movimento de redemocratização expandia-se pelos estados brasileiros e a 
oposição ganhava força no Congresso Nacional. 
Dentro desse contexto ocorria, em 1986, a VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS) que tinha como 
presidente Sérgio Arouca e que, pela primeira vez, foi verdadeiramente popular refletindo o momento pelo 
qual o país passava. O grande marco da VIII Conferência Nacional de Saúde foi a criação do Sistema 
Único Descentralizado de Saúde (SUDS), que posteriormente tornou-se Sistema Único de Saúde (SUS) 
além de ter consolidado as ideias da Reforma Sanitária. 
A saúde ganhou espaço a partir de então com a Constituição Federal de 1988 (CF\88) que criou o 
SUS rompendo, dessa forma, com o antigo modelo de saúde que era dominado pelo sistema 
previdenciário. A saúde passou a ser direito de todos e dever do Estado. Os princípios e diretrizes 
estabelecidos foram: descentralização, integralidade, participação da comunidade, regionalização e 
hierarquização. 
O SUS foi regulamentado em 1990, com a Lei Orgânica de Saúde (LOS), a Lei Nº 8.080 e a Lei Nº 
8.142 onde se deu destaque para a construção de um modelo de atenção fundamentado na 
epidemiologia, controle social, descentralização e regionalização com base municipal. 
A primeira LOS regulamenta o SUS em todo o país definindo seus princípios e diretrizes, que 
contemplam a universalidade, a integralidade da assistência, equidade, descentralização e a participação 
da comunidade. 
Estabelece condições para o norteamento do gerenciamento e sobre as condições para a promoção, 
proteção, recuperação da saúde, organização e funcionamento dos serviços de saúde. A segunda 
regulamenta a participação da sociedade na formulação das políticas de saúde, dispõe sobre as 
transferências intergovernamentais de recursos através do Fundo Nacional de Saúde, que faria o repasse 
de forma regular e automática para cada esfera. 
As Normas Operacionais Básicas (NOB’s) foram instituídas para nortear a operacionalização do 
sistema, sendo a mais importante a NOB\SUS 01-96, pois a partir dela o município tornou-se o principal 
responsável por atender às necessidades do cidadão com requisitos de Gestão Plena da Atenção Básica 
 
1 
 
 
e Gestão Plena do Sistema Municipal, onde o Município passou a ser responsável, dentre outras, pela 
elaboração da programação municipaldos serviços básicos de saúde bem como pelos serviços de 
referência ambulatorial especializada e hospitalar; executar ações básicas de vigilância sanitária e 
epidemiológica, de média e alta complexidade; manter os sistemas de cadastros atualizados e avaliar o 
impacto das ações do sistema sobre as condições de saúde da população e do meio ambiente. 
A União passou a normalizar e financiar e os Municípios a executar as ações. Criou a Programação 
Pactuada e Integrada (PPI), que tinha como objetivo alocar recursos de assistência à saúde nos estados 
e municípios, como forma de universalizar o acesso da população a todo tipo de assistência nos três 
níveis de complexidade. Também foi criado o Piso de Atenção Básica (PAB), que alterou o financiamento 
das ações básicas, tornando necessário uma avaliação da aplicação dos recursos e impactos. 
A NOAS - SUS 01\2001 transformou o modelo vigente de gestão em Gestão Plena da Atenção Básica 
- Ampliada (GPAB-A), ampliando o debate sobre a municipalização\regionalização e instituindo o Plano 
Diretor de Regionalização (PDR), que estabeleceu as diretrizes para uma assistência regionalizada, 
organizada, de forma que o território estadual foi dividido em regiões e microrregiões de saúde tendo 
como base critérios sanitários, epidemiológicos, geográficos, sociais, a oferta de serviços e a 
acessibilidade que a população tem aos mesmos, bem como o diagnóstico dos problemas de saúde mais 
frequentes e das prioridades de intervenção. 
E o Plano Diretor de Investimentos (PDI), que define as prioridades e estabelece as estratégias no que 
se refere a investimentos dos recursos de modo que seja prestada assistência em todos os níveis de 
complexidade. 
Em 2006 com o Pacto pela Saúde, foram extintas essas formas de habilitação, através da Portaria Nº 
399\2006 passando a vigorar o Termo de Compromisso e Gestão (TCG) que contemplava atribuições 
dos entes federados bem como os indicadores de monitoramento e avaliação dos Pactos. 
Nas suas três dimensões, Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e Gestão do SUS, foram estabelecidas 
no primeiro seis prioridades representando o compromisso entre os gestores do SUS em torno de 
prioridades que apresentem impacto sobre a situação de saúde da população brasileira, que são: Saúde 
do Idoso; Controle do câncer de colo do útero e da mama; Redução da mortalidade infantil e materna; 
Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endêmicas, com ênfase na dengue, 
hanseníase, tuberculose, malária e influenza; Promoção da Saúde; Fortalecimento da Atenção Básica. 
Em 2008 a Portaria do MS Nº 325\08 criou mais cinco prioridades no Pacto pela Vida passando a 
totalizar onze prioridades. As cinco prioridades estabelecidas foram: Saúde do Trabalhador; Saúde 
Mental; Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência; 
Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência; Saúde do Homem. 
O Pacto em Defesa do SUS expressa os compromissos entre os gestores com a consolidação do 
processo da Reforma Sanitária Brasileira e o Pacto de Gestão do SUS estabelece as responsabilidades 
dos entes federados para o fortalecimento da gestão em seus eixos de ação. 
Já em 2011 com o Decreto Nº 7.508\2011 o TCG foi substituído pelo Contrato Organizativo da Ação 
Pública da Saúde (COAP) tendo como objetivo a organização e a integração das ações e serviços de 
saúde, sob responsabilidade dos entes federativos com a finalidade de garantir a integralidade das ações 
e serviços de saúde a partir da definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, 
desempenho, recursos financeiros. 
Reconhece a atenção básica como porta de entrada do sistema e como eixo principal das Redes de 
Atenção à Saúde (RAS) que constitui um conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de 
complexidade crescente com o intuito de garantir a integralidade tendo como porta de entrada para tais 
ações a atenção primária; urgência e emergência; atenção psicossocial e serviços especiais de acesso 
aberto e a partir destes partem as referências para serviços de atenção ambulatorial e hospitalar 
especializado. 
Por fim, o SUS representa o maior projeto de inclusão social no Brasil, proporcionando aos que antes 
eram excluídos pelo sistema garantia de assistência à saúde. Entretanto a despeito da mesma 
imponência do projeto gigantescas dificuldades são encontradas em sua implementação relacionadas ao 
financiamento, regulação incipiente, precárias condições de trabalho falhas na descentralização. 
Necessitando de um fortalecimento no que se refere à regulação da assistência à saúde no país que 
apesar dos avanços obtidos com a descentralização explicita problemas como leitos insuficientes para 
atender a demanda da população que necessita de atendimentos, principalmente de média e alta 
complexidade, que em sua maioria estão sob o poder do setor privado complementar e filantrópico. 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Questões 
 
1. (SEAP/GO - Técnico de Saúde - SEGPLAN/GO) - O Movimento da Reforma Sanitária Brasileira, 
no Brasil, ocorreu no final da década de 70. Nasceu na luta contra a ditadura e estruturou-se nas 
universidades, no movimento sindical, em experiências regionais de organização de serviços, com o 
objetivo de: 
(A) garantir a execução das ações e serviços de saúde, privilegiando a atenção básica e a população 
de baixa renda. 
(B) assegurar a saúde como direito de todo o cidadão; garantir o acesso da população às ações de 
cunho preventivo e/ou curativo; promover a descentralização da gestão e o controle social das ações de 
saúde. 
(C) promover a integração das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico. 
(D) desenvolver programas que privilegiem o atendimento individual e as práticas curativas nas áreas 
mais periféricas do território nacional. 
(E) nenhuma das alternativas está correta. 
 
2. (FESF - Enfermeiro - AOCP) - Preencha as lacunas e, em seguida, assinale a alternativa correta. 
Em , aconteceu a 8ª. Conferência Nacional de Saúde (CNS) que tinha como tema 
 e constituiu-se em fórum de luta pela do sistema de saúde e pela 
implantação de políticas sociais que defendessem e cuidassem da vida. Era um momento chave do 
Movimento e da afirmação da indissociabilidade entre a garantia da saúde como direito 
social irrevogável e a garantia dos demais direitos humanos e de cidadania. O relatório final da 8ª CNS 
lançou os fundamentos da proposta do _. 
(A) 1988 / Saúde para todos no ano 2000 / descentralização / da reforma sanitária / SUS 
(B) 1987 / Saúde para todos no ano 2000 / centralização / estudantil / INAMPS 
(C) 1986 / Democracia é Saúde / descentralização / da reforma sanitária / SUS 
(D) 1988 / Democracia é Saúde / descentralização / reforma sanitária / INAMPS 
(E) 1986 / Saúde para todos no ano 2000 / descentralização / estudantil / SUS 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.C 
Comentários 
1. Alternativa B 
A saúde ganhou espaço a partir de então com a Constituição Federal de 1988 (CF\88) que criou o 
SUS rompendo, dessa forma, com o antigo modelo de saúde que era dominado pelo sistema 
previdenciário. A saúde passou a ser direito de todos e dever do Estado. Os princípios e diretrizes 
estabelecidos foram: descentralização, integralidade, participação da comunidade, regionalização e 
hierarquização. 
 
2. Alternativa C 
Na década de 70 surgiu o Movimento da Reforma Sanitária que tinha como objetivo conquistar a 
democracia para mudar o sistema de saúde. O conceito saúde - doença bem como o processo de trabalho 
e a determinação social da doença foram rediscutidos. No final da década de 80 o quadro social e político 
no país era diferente, onde o movimento de redemocratização expandia-se pelos estados brasileiros e a 
oposição ganhava força no Congresso Nacional. Dentro desse contexto ocorria, em 1986, a VIII 
Conferência Nacional de Saúde (CNS) que tinha como presidente Sérgio Arouca e que, pela primeira vez, 
foi verdadeiramente popular refletindo o momento peloqual o país passava. O grande marco da VIII 
Conferência Nacional de Saúde foi a criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS), que 
posteriormente tornou-se Sistema Único de Saúde (SUS) além de ter consolidado as ideias da Reforma 
Sanitária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
BASES LEGAIS DO SUS1 
 
Diretrizes 
 
Conforme a Constituição Federal de 1988, o SUS é definido pelo artigo 198 do seguinte modo: As 
ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e constituem um 
sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
- Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
- Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
- Participação da comunidade. 
 
Princípios Doutrinários e Organizativos 
 
Universalidade: "A saúde é um direito de todos", como afirma a Constituição Federal. Naturalmente, 
entende-se que o Estado tem a obrigação de prover atenção à saúde, ou seja, é impossível tornar todos 
sadios por força de lei. Significa que o Sistema de Saúde deve atender a todos, sem distinções ou 
restrições, oferecendo toda a atenção necessária, sem qualquer custo. 
 
Integralidade: a atenção à saúde inclui tanto os meios curativos quanto os preventivos; tanto os 
individuais quanto os coletivos. Em outras palavras, as necessidades de saúde das pessoas (ou de 
grupos) devem ser levadas em consideração mesmo que não sejam iguais às da maioria. 
 
Equidade: todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como, no entanto, 
o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de saúde variam. Por isso, enquanto 
a Lei Orgânica fala em igualdade, tanto o meio acadêmico quanto o político consideram mais importante 
lutar pela equidade do SUS. 
Trata-se da igualdade da atenção à Saúde, sem privilégios ou preconceitos. O SUS deve disponibilizar 
recursos e serviços de forma justa, de acordo com as necessidades de cada um. O que determina o tipo 
de atendimento é a complexidade do problema de cada usuário. 
 
Participação da comunidade: o controle social, como também é chamado esse princípio, foi mais 
bem regulado pela Lei n.º 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências de 
Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos de Saúde, que são 
órgãos colegiados também em todos os níveis. Nos Conselhos de Saúde ocorre a chamada paridade, 
isto é, enquanto os usuários têm metade das vagas, o governo tem um quarto e os trabalhadores outro 
quarto. 
 
Descentralização político-administrativa: o SUS existe em três níveis, também chamado de esferas 
nacional, estadual e municipal, onde cada uma apresenta comando único e atribuições próprias. Os 
municípios têm assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos serviços 
de saúde; as transferências passaram a ser "fundo a fundo", ou seja, baseadas em sua população e no 
tipo de serviço oferecido, e não no número de atendimentos. 
 
Resolubilidade: é a exigência de que, quando um indivíduo busca o atendimento ou quando surge 
um problema de impacto coletivo sobre a saúde, o serviço correspondente esteja capacitado para 
enfrentá-lo e resolvê-lo até o nível da sua competência. 
 
Hierarquização: os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível primário deve 
ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados apenas quando 
necessário. 
 
 
 
 
1 
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde. Brasília. CONASS, 2011. 
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. ABC DO SUS: Doutrinas e princípios. Brasília, 1990. 
BRASIL, Ministério da Saúde. Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde. O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios. 3. ed. Brasília, 
2009. 
CARVALHO, Antônio Ivo de. Políticas de saúde: fundamentos e diretrizes do SUS. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC. 
[Brasília]: CAPES: UAB, 2010. 
 
4 
 
 
Regionalização: constitui eixo estruturante do Pacto de Gestão do SUS, o que evidencia a importância 
da articulação entre os gestores estaduais e municipais na implementação de políticas, ações e serviços 
de saúde qualificados e descentralizados. 
Neste processo são identificadas e constituídas as regiões de saúde – espaços territoriais nos quais 
serão desenvolvidas as ações de atenção à saúde, objetivando alcançar maior resolutividade e qualidade 
nos resultados, assim como maior capacidade de cogestão regional. Os principais instrumentos de 
planejamento da regionalização são o Plano Diretor de Regionalização (PDR), o Plano Diretor de 
Investimentos (PDI) e a Programação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde (PPI). 
A política de regionalização prevê a formação dos colegiados de gestão regionais que têm a 
responsabilidade de instituir processo de planejamento regional que defina prioridades e pactue soluções 
para organizar a rede de ações e serviços de atenção à saúde das populações locais. 
 
Municipalização: estratégia que reconhece o município como principal responsável pela saúde de 
sua população. Municipalizar é transferir para as cidades a responsabilidade e os recursos necessários 
para exercerem plenamente as funções de coordenação, negociação, planejamento, acompanhamento, 
controle, avaliação e auditoria da saúde local, controlando os recursos financeiros, as ações e os serviços 
de saúde prestados em seu território. 
O princípio da descentralização político-administrativa da saúde foi definido pela Constituição de 1988, 
preconizando a autonomia dos municípios e a localização dos serviços de saúde na esfera municipal, 
próximos dos cidadãos e de seus problemas de saúde. 
 
Complementariedade do setor privado: a Constituição definiu que, quando por insuficiência do setor 
público, for necessária a contratação de serviços privados, isso deve se dar sob três condições: 
- a celebração de contrato, conforme as normas de direito público, ou seja, interesse público 
prevalecendo sobre o particular; 
- a instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS. 
Prevalecem, assim, os princípios da universalidade, equidade, etc., como se o serviço privado fosse 
público, uma vez que, quando contratado, atua em nome deste; 
- a integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica organizativa do SUS, em termos 
de posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços. Dessa forma, em cada região, 
deverá estar claramente estabelecido, considerando-se os serviços públicos e privados contratados, 
quem vai fazer o que, em que nível e em que lugar. 
 
Dentre os serviços privados, devem ter preferência os serviços não lucrativos, conforme determina a 
Constituição. 
 
Questões 
 
1. (TJ/SP – Enfermeiro Judiciário - VUNESP/2019) A Constituição da República Federativa do 
Brasil estabelece que as ações e serviços públicos de saúde integrem uma rede regionalizada e 
hierarquizada, constituindo um sistema único, que deve ser organizado de acordo com diretrizes, entre 
elas, 
(A) a centralização, com protagonismo do município, por meio das unidades básicas de saúde (UBS). 
(B) a descentralização, com direção única em cada esfera de governo. 
(C) a centralização, com protagonismo da esfera federal representada pelo Ministério da Saúde. 
(D) o atendimento integral, com prioridade para as atividades curativas, sem prejuízo dos serviços de 
atenção primária à saúde. 
(E) a implantação do programa de Saúde da Família como estratégia para a efetivação da atenção 
básica à saúde. 
 
2. (Pref. Guarda Mor/MG – Enfermeiro – REIS & REIS Implica a delimitação de uma base territorial 
para o sistema de saúde, que leva em conta a divisão político-administrativa do país, mas também 
contempla a delimitação de espaços territoriais específicos para a organização das açõesde saúde, 
subdivisões ou agregações do espaço político-administrativo. 
(A) Hierarquização dos serviços de Saúde; 
(B) Centralização dos serviços de Saúde; 
(C) Regionalização dos Serviços de Saúde; 
(D) Integralização dos Serviços de Saúde. 
 
 
5 
 
 
3. (Pref. Apiacá/ES – Enfermeiro-PSF – IDECAN) Em relação aos princípios do SUS, marque V 
para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 
( ) Universalidade: o SUS deve atender a todos, sem distinções ou restrições, oferecendo toda a 
atenção necessária, sem qualquer custo. 
( ) Integralidade: o SUS deve oferecer a atenção necessária à saúde da população, promovendo ações 
contínuas de prevenção e tratamento aos indivíduos e às comunidades, em quaisquer níveis de 
complexidade. 
( ) Participação social: o SUS deve disponibilizar recursos e serviços com justiça, de acordo com as 
necessidades de cada um, canalizando maior atenção aos que mais necessitam. 
( ) Equidade: é um direito e um dever da sociedade participar das gestões públicas em geral e da 
saúde pública em particular; é dever do Poder Público garantir as condições para essa participação, 
assegurando a gestão comunitária do SUS. 
 
A sequência está correta em 
(A) V, F, F, F. 
(B) V, V, F, F. 
(C) F, V, V, V. 
(D) F, V, F, V. 
(E) V, F, V, V. 
 
4. (SEMSA - Pref. Manaus/AM - Enfermeiro em Saúde Pública – CETRO) Baseado nos preceitos 
constitucionais, a construção do SUS (Sistema Único de Saúde) norteia-se pelos seguintes princípios 
doutrinários: 
I. universalidade: a garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão. 
II. integralidade: cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade. 
III. equidade: assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que cada 
caso requeira, more o cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras. 
IV. descentralização: a garantia constitucional de que a população usufruirá das unidades e das 
entidades representativas das políticas de saúde em todos os níveis, desde o federal até o local. 
 
É correto o que está contido em 
(A) I e IV, apenas. 
(B) I, III e IV, apenas. 
(C) I, II, III e IV. 
(D) I, II e III, apenas. 
(E) II, III e IV, apenas. 
 
5. (Pref. Piripiri/PI - Enfermeiro – Urgência - INSTITUTO LUDUS) Permitir o acesso à tecnologia 
de alto custo apenas aos cidadãos que possuam seguros privados de saúde contraria um dos princípios 
básicos do SUS e significa ausência de: 
(A) Integridade. 
(B) Hierarquização. 
(C) Universalização. 
(D) Municipalização. 
(E) Equidade. 
 
6. (Pref. Botucatu/SP - Agente de Saúde Pública – CETRO) A garantia de atenção à saúde a todo 
e qualquer cidadão e a implicância do dever de prestação de serviços de saúde por parte dos governos 
municipais, estaduais e federal denominam-se 
(A) Universalidade. 
(B) Integralidade. 
(C) Equidade. 
(D) Descentralização. 
(E) Regionalização. 
 
7. (EBSERH/ HUPAA-UFAL - Técnico em Enfermagem - Saúde do Trabalhador – IDECAN) A 
regionalização, que é um dos princípios do SUS, significa 
(A) dividir o financiamento da saúde pública no Brasil. 
(B) responsabilizar os municípios pela oferta de todos os serviços de saúde do SUS. 
 
6 
 
 
(C) dividir as responsabilidades fiscais da aplicação dos recursos públicos em saúde. 
(D) organizar os serviços de saúde em cada região para que a população tenha acesso a todos os 
tipos de atendimento. 
(E) estabelecer o total de recursos que os Estados e municípios podem receber pelos procedimentos 
realizados de média e alta complexidade. 
 
8. (EBSERH/ HC-UFPE - Técnico em Enfermagem – IDECAN) O princípio do SUS que se refere à 
direção única em cada esfera de governo é a 
(A) integralidade. 
(B) universalidade. 
(C) participação da comunidade. 
(D) descentralização político-administrativa. 
(E) integração em nível executivo das ações de saúde. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.C / 03.B / 04.D / 05.E / 06.A / 07.D / 08.D 
 
Comentários 
 
1. Resposta: B 
Conforme a Constituição Federal de 1988, o SUS é definido pelo artigo 198 do seguinte modo: As 
ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e constituem um 
sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
- Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
- Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais; 
- Participação da comunidade. 
 
2. Resposta: C 
A regionalização são identificadas e constituídas as regiões de saúde – espaços territoriais nos quais 
serão desenvolvidas as ações de atenção à saúde. 
 
3. Resposta: B 
A primeira e a segunda afirmativas são verdadeiras. A terceira e a quarta afirmativas foram invertidas, 
o conceito de Equidade foi colocado na Participação da comunidade e vice-versa, portanto são falsas. 
 
4. Resposta: D 
A primeira, segunda e terceira afirmativas são verdadeiras. A quarta afirmativa é falsa, pois o princípio 
da descentralização é preconizar a autonomia dos municípios, isto é, a localização dos serviços de saúde 
estarão próximos dos cidadãos sendo local e não como informado desde o federal até o local. 
 
5. Resposta: E 
Trata-se da igualdade da atenção à Saúde, sem privilégios ou preconceitos. O SUS deve disponibilizar 
recursos e serviços de forma justa, de acordo com as necessidades de cada um. O que determina o tipo 
de atendimento é a complexidade do problema de cada usuário. 
6. Alternativa A 
Significa que o Sistema de Saúde deve atender a todos, sem distinções ou restrições, oferecendo toda 
a atenção necessária, sem qualquer custo. 
7. Resposta: D 
A regionalização deve orientar a descentralização das ações e serviços de saúde. Neste processo são 
identificadas e constituídas as regiões de saúde – espaços territoriais nos quais serão desenvolvidas as 
ações de atenção à saúde, objetivando alcançar maior resolutividade e qualidade nos resultados, assim 
como maior capacidade de cogestão regional. 
 
8. Resposta: D 
Descentralização político-administrativa: O SUS existe em três níveis, também chamado de esferas: 
nacional, estadual e municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. 
 
7 
 
 
2. Controle social no SUS. 
 
 
 
PARTICIPAÇÃO POPULAR E CONTROLE SOCIAL 
 
As conquistas populares no Brasil têm apresentado trajetória emblemática para a mobilização social 
em defesa do direito à saúde. A década de 80 representou o momento de institucionalização das práticas 
inovadoras para o setor, fundamentadas na concepção da saúde como produção social e direito, que 
foram consolidadas na década de 90, nas Conferências e nos Conselhos de Saúde. 
A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, tornou-se um marco por ter discutido o 
aprofundamento dos grandes temas que subsidiaram a Assembleia Nacional Constituinte culminando na 
inscrição, na Constituição Federal, da participação da comunidade como uma das diretrizes do Sistema 
Único de Saúde criado pelo artigo 198, cujo inciso III assegura essa participação. 
As últimas Conferências Nacionais de Saúde, da 9ª à 12ª, reafirmam como indispensáveis a 
implementação e o fortalecimento dos mecanismos de controle social existentes. 
A 12ª Conferência Nacional de Saúde afirma a necessidade de “estimular e fortalecer a mobilização 
social e a participação cidadã nos diversos setores organizados da sociedade, com a aplicação dos meios 
legais disponíveis, visando efetivar e fortalecer o Controle Social na formulação, regulação e execução 
das políticas públicas, de acordo com as mudanças desejadas para a construção do SUS que queremos”. 
Nesse processo, algumas propostas emanadas das Conferências devem ser destacadas e valorizadas 
como desafios à consolidação e ao fortalecimento do controle social no SUS: 
- Garantia de efetiva implantação dos Conselhos de Saúde estaduais e municipais, assegurando aos 
mesmos infraestrutura e apoio para o seu fortalecimento e pleno funcionamento; 
- Consolidação do caráter deliberativoe fiscalizador dos Conselhos de Saúde, com composição 
paritária entre usuários e demais segmentos; 
- Reafirmação da participação popular e do controle social na construção do modelo de atenção à 
saúde, requerendo o envolvimento dos movimentos sociais considerados sujeitos estratégicos para a 
gestão participativa; 
- Aperfeiçoamento dos atuais canais de participação social, criação e ampliação de novos canais de 
interlocução entre usuários e sistema de saúde, e de mecanismos de escuta do cidadão, como serviços 
de ouvidoria e outros. 
 
1- Diretriz 
Fortalecer a participação e o controle social sobre todas as instâncias e os agentes que fazem parte 
do SUS, fortalecendo os laços políticos que garantem a sustentabilidade das ações em saúde. 
 
Medidas 
- Dotar os Conselhos de Saúde de infraestrutura e apoio logístico para exercer seu papel no controle 
social. 
- Apoiar a educação permanente de agentes e conselheiros para o controle social e a ação 
participativa. 
- Implantar o Sistema Nacional de Ouvidoria do SUS. 
- Expandir a divulgação e o uso pela população da Carta de Direitos do Usuário da Saúde e implantar 
o Portal dos Direitos do Usuário dos Serviços de Saúde. 
 
Ao longo dos últimos anos, os Conselhos de Saúde instituídos pela da Lei n.º 8.142/90 (BRASIL, 1990) 
e reforçados pela Emenda Constitucional n.º 29, de 13 de setembro de 2000 (BRASIL, 2000), vêm sendo 
gradativamente estruturados nos estados e municípios brasileiros, acumulando as mais variadas 
experiências em busca de ações e instrumentos que favoreçam o desempenho de suas atribuições legais 
e políticas, que são: 
- Atuar na formulação de estratégias de operacionalização da política de saúde; e 
- Atuar no controle social da execução da política de saúde. 
 
Essa busca vem sendo legitimada nas reuniões dos Conselhos de Saúde, nos encontros e plenárias 
regionais, estaduais e nacionais de conselhos e conselheiros. Passa também por permanentes 
negociações entre os interesses específicos de cada segmento representado no Conselho de Saúde e 
por maior clareza nas relações entre o controle social e o gestor do Sistema Único de Saúde (SUS) em 
 
8 
 
 
cada esfera de atuação – municipal, estadual e nacional – e outras instâncias da política de saúde. Nesse 
contexto, cidadania e saúde compreendem direitos sociais, aspectos legais e conceituais, que são pontos 
de apoio para a construção da intersetorialidade. 
Por conta disso, aumentam as solicitações dos Conselhos de Saúde de todas as regiões do País por 
informações e diretrizes que venham balizar o processo de educação permanente e contribuir para a 
efetividade do controle social no SUS. 
O Conselho Nacional de Saúde, em 1999, discutiu e deliberou pela formulação de diretrizes gerais 
para a capacitação de Conselheiros de Saúde. O documento foi, então, elaborado com a participação de 
representantes do Programa de Educação em Saúde, da Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério 
da Saúde, de universidades, de organizações não governamentais, de trabalhadores, das Secretarias de 
Saúde e dos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde que possuíam experiências em atividades de 
capacitação e teve como título “Diretrizes Nacionais para Capacitação de Conselheiros de Saúde”. 
Entretanto, para atender as orientações da 11.ª Conferência Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 
2001) e 12.ª Conferência Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2005), o Grupo de Trabalho de 
Capacitação de Conselheiros de Saúde, instituído pelo Conselho Nacional de Saúde em sua 143.ª 
Reunião Ordinária, em 2004 (REUNIÃO..., 2004), e reestruturado na 152.ª Reunião Ordinária, em 2005 
(REUNIÃO..., 2005), realizou a atualização do documento na perspectiva de educação permanente para 
o controle social no SUS. 
Para efeito dessas diretrizes, considera-se educação permanente para o controle social no SUS, os 
processos formais de transmissão e construção de conhecimentos por meio de encontros, cursos, oficinas 
de trabalho, seminários e o uso de metodologias de educação à distância, bem como os demais 
processos participativos e fóruns de debates – Conferências de Saúde, Plenárias de Conselhos de Saúde, 
Encontros de Conselheiros, seminários, oficinas, dentre outros. 
Ressalta-se que a capacitação de Conselheiros de Saúde está incluída nessa proposta mais ampla de 
educação permanente para o controle social no SUS. Assim, a educação permanente trata da 
aprendizagem que se processa no ritmo das diferenças sociais, culturais e religiosas dos sujeitos sociais. 
Considera as necessidades sentidas, as condições e as oportunidades dos sujeitos sociais de absorver 
e refletir sobre o conhecimento ao longo da vida, requerendo um tempo adequado e diferenciados 
momentos. 
 
2 Nota sobre a atualização das diretrizes 
As “Diretrizes Nacionais para a Capacitação de Conselheiros de Saúde” foram elaboradas em 1999 
para atender a demanda sobre formação de conselheiros que vinha se configurando desde a realização 
do I Congresso Nacional de Conselhos de Saúde, em abril de 1995, na cidade de Salvador – BA 
(CONGRESSO..., 1995). Depois de formuladas e aprovadas no Conselho Nacional de Saúde, passaram 
a ser o maior referencial para as iniciativas de capacitação de conselheiros de saúde em todo o território 
nacional. 
Entretanto, da sua concepção até hoje, fatos novos ocorreram e que precisavam ser considerados 
para efeito de qualquer discussão sobre o fortalecimento do controle social no SUS. Foram realizadas, 
por exemplo, Conferências Nacionais de Saúde e diversas Conferências Temáticas que trazem em seus 
relatórios propostas importantes e abrangentes que devem ser contempladas na formação para o controle 
social no Sistema Único de Saúde. 
Com o objetivo de ampliar o conhecimento junto à sociedade e as informações sobre os princípios, as 
diretrizes e o modo de organização do Sistema Único de Saúde, a 11.ª Conferência Nacional de Saúde 
(CONFERÊNCIA..., 2001) e a 12.ª Conferência Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2005) propuseram 
que fosse articulada, pactuada e implementada uma política de educação permanente para o controle 
social no SUS, envolvendo os conselheiros de saúde, para atuarem no controle social e também serem, 
se necessário, multiplicadores das iniciativas de formação de outros sujeitos sociais. 
Logo, uma política para um público mais abrangente, objetivando possibilitar, tanto aos conselheiros 
como aos representantes da sociedade, a participação no processo de acompanhamento e de avaliação 
das ações e serviços de saúde. 
O Conselho Nacional de Saúde promoveu a atualização dessas diretrizes para atender as deliberações 
da 11.ª Conferência Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2001) e da 12.ª 
 
Conferência Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2005) e as contidas nos relatórios das 
Conferências Temáticas. Assim, as questões sobre capacitação de conselheiros de saúde estão 
incorporadas ao processo de educação permanente para o controle social no SUS. O que significa dizer 
que toda e qualquer iniciativa de formação para o controle social deve: 
a) priorizar os conselheiros de saúde e outros sujeitos sociais; 
 
9 
 
 
b) considerar o mundo de significação – familiar, social e profissional – dos participantes, utilizando-se 
de recursos voltados à reflexão crítica do conhecimento, habilidades, atitudes, hábitos e convicções para 
que possam efetivamente exercer a sua cidadania. 
 
Desse modo, todas as alterações procedidas no documento “Diretrizes Nacionais para a Capacitação 
de Conselheiros de Saúde” (BRASÍLIA, 1999), publicado em 1999, estiveram voltadas para: 
a) a garantia da capacitação de conselheiros de saúde; 
b) a ampliação do processo da capacitação para a educação permanente para o controle social no 
SUS; 
c) a inclusão de outros sujeitos sociais no processo de educação permanente para o controle social no 
SUS; 
d) o envolvimento de sujeitos sociais, de conselheiros de saúde ou ex-conselheiros que possuem 
experiência em educação populare participação nos Conselhos de Saúde; 
e) a ampliação da concepção do conceito de cidadania conforme previsto na Constituição Federal; 
f) a ampliação do conceito e da prática da democracia. 
Grupo de Trabalho do Processo de Educação Permanente no Controle Social do SUS/CNS 
 
3 Justificativa 
É reconhecido por todos a relevância dos Conselhos de Saúde na descentralização das ações do SUS, 
no controle do cumprimento de seus princípios e na promoção da participação da população na sua 
gestão. 
Em seu processo de consolidação no âmbito das políticas públicas, os Conselhos de Saúde, como 
instâncias colegiadas e deliberativas à estrutura do SUS, representam espaços participativos nos quais 
emerge uma nova cultura política, configurando-se como uma prática na qual se faz presente o diálogo, 
a contestação e a negociação a favor da democracia e da cidadania. 
A dinâmica de funcionamento dos Conselhos de Saúde é estabelecida nas relações entre usuários, 
gestores, prestadores de serviço e trabalhadores de saúde, sendo, portanto, suas deliberações, em geral, 
resultado de negociações que contemplam a diferença de interesses de cada segmento e 
representações. Garantem, ainda, transparência de relação entre os distintos grupos que o constituem, 
no trato das questões de saúde sob sua avaliação, e que reforçam a necessidade de interatividade desses 
segmentos. 
Essas relações que têm como contexto a representatividade, a qualificação e a capacidade de 
formulação de seus membros, a visibilidade de suas propostas, a transparência de sua atuação, a 
permeabilidade e a comunicação com a sociedade vão definir em cada Conselho de Saúde a qualidade 
de sua ação. 
É possível observar que o desempenho dos Conselhos de Saúde – espaços de consolidação da 
cidadania – está relacionado à maneira como seus integrantes se articulam com as bases sociais, como 
transformam os direitos e as necessidades de seus segmentos em demandas e projetos de interesse 
público e como participam da deliberação da política de saúde a ser adotada em cada esfera de governo. 
Em face da diversidade que ocorre no processo de desenvolvimento da organização dos movimentos 
sociais e de mobilização das forças políticas nos estados, municípios e Distrito Federal, a atuação dos 
Conselhos de Saúde no direcionamento das políticas de saúde deve promover a mesma oportunidade de 
acesso de todas as representações da sociedade às informações sobre o SUS, quer seja de ordem 
técnico-normativa, quer de ordem econômico-jurídica. De igual forma deve promover a avaliação de como 
as informações são entendidas e utilizadas para fundamentar as conquistas de cada segmento e, 
principalmente, a luta pela garantia dos princípios do SUS. 
As dificuldades para que os Conselhos de Saúde exerçam suas atribuições, definidas e garantidas 
pela legislação, têm sido ressaltadas e debatidas por organizações governamentais, não-governamentais 
e pelos próprios Conselhos de Saúde. Essas iniciativas resultam no desenvolvimento de experiências 
que contribuem para a atuação na formulação de estratégias, de diretrizes, no controle da execução das 
políticas e nas deliberações acatadas pelo gestor. Configurando-se assim, o fortalecimento do controle 
social no SUS. 
Os resultados de experiências realizadas em vários estados, municípios e Distrito Federal, por 
iniciativa do governo e da sociedade civil voltadas para o controle social do SUS, têm demonstrado que, 
apesar das dificuldades peculiares à conjuntura social e política de cada realidade, muitos avanços 
qualitativos ocorreram. Ainda assim, os relatórios das Conferências de Saúde, dos Encontros Nacionais 
e Encontros Estaduais de Conselheiros e de Conselhos de Saúde, e das Plenárias de Conselhos de 
Saúde, enfatizam a necessidade do desenvolvimento de atividades de educação permanente para 
controle social no SUS, envolvendo Conselheiros de Saúde e demais sujeitos sociais. 
 
10 
 
 
Ressalta-se que a atuação dos Conselhos de Saúde como órgãos deliberativos, tanto no que diz 
respeito ao planejamento quanto à execução das ações do SUS, mostra-se de fundamental importância 
no dimensionamento das dificuldades e possibilidades de efetivação das políticas de saúde voltadas para 
a cidadania, sobretudo nos momentos em que se discute a ampliação da participação social nas 
instâncias de governo. 
Nesse sentido, é oportuno desencadear processos de educação permanente para o controle social no 
SUS que possibilite à sociedade, além da compreensão da estrutura e funcionamento do SUS e do 
processo de construção do modelo assistencial voltado aos seus princípios e diretrizes, um entendimento 
ampliado de saúde. Sendo, desse modo, possível uma maior articulação intersetorial para que as ações 
dos Conselhos de Saúde possam ser caracterizadas como de formulação e deliberação de políticas 
públicas comprometidas com a qualidade de vida da população brasileira. 
Processos de educação permanente para o controle social no SUS devem ter como nível de 
abrangência a sociedade, na qual o cidadão tem o direito de conhecer, propor, fiscalizar e contribuir para 
o fortalecimento do controle social no SUS e o aperfeiçoamento dos Conselhos de Saúde, como 
instâncias deliberativas da política de saúde, promovendo, assim, a superação dos limites de sua atuação 
enquanto meros legitimadores de propostas aparentemente complexas, de domínio dos técnicos e 
políticos mais experientes. É, pois, de fundamental importância uma política voltada para o controle social, 
de iniciativa de cada Conselho de Saúde, e que garanta a atualização de demandas de informações sobre 
questões apresentadas como temas da agenda política do SUS. 
É, pois, de responsabilidade intransferível dos Conselhos de Saúde as ações de educação permanente 
para o controle social no SUS, de seus conselheiros. Quanto às iniciativas de educação permanente para 
o controle social no SUS, dos sujeitos sociais, poderão ser desenvolvidas por instituições e entidades 
parceiras dos Conselhos de Saúde. Porém precisam estar direcionadas para a socialização das 
informações, dos conhecimentos e para a efetividade do controle social, reiteradas nos textos da 
legislação vigente, no acúmulo de experiências políticas e em consonância com estas diretrizes. 
A partir dessa visão, devem ser elaboradas pelos Conselhos de Saúde e deliberadas as respectivas 
políticas e planos de ação sobre o processo de educação permanente para o controle social no SUS, com 
definição de valores orçamentários, sistemas de monitoramento e de avaliação. 
 
4 Objetivos 
A implantação da política de educação permanente para o controle social no SUS comprometida com 
a garantia dos direitos sociais, com o fortalecimento dos Conselhos de Saúde e com o envolvimento de 
outros sujeitos sociais deve ter como objetivos: 
a) oportunizar aos Conselheiros de Saúde e demais representantes da sociedade brasileira condições 
de acesso às informações e aos conhecimentos sobre o SUS para o exercício da cidadania, a partir da 
compreensão de que as ações e serviços de saúde são direitos constitucionais, que representam retorno 
dos tributos e contribuições sociais, que são pagos ao Estado; 
b) discutir as diretrizes, as políticas e os princípios do SUS, que definem o modelo de atenção à saúde, 
a efetivação de sua gestão nos diversos níveis, papel das Comissões Intergestores e dos Conselhos de 
Saúde, as metas a serem alcançadas e os obstáculos reais que dificultam a sua efetivação; 
c) fortalecer a atuação dos conselheiros de saúde e sujeitos sociais como articuladores da participação 
da sociedade no processo de implementação do SUS; 
d) propiciar aos conselheiros de saúde e demais representantes da sociedade a compreensão do 
espaço dos Conselhos como locus de manifestação de interesses plurais frequentemente conflitantes e 
negociáveis, tendo como horizonte as políticas públicas e de saúde congruentes com os princípios do 
SUS; 
e) desenvolver estratégias que promovam o intercâmbio de experiênciasentre as instâncias do 
controle social do SUS e o incremento da articulação com suas bases; 
f) contribuir para a formação de uma consciência sanitária que considere a compreensão ampliada de 
saúde e contemple sua articulação intersetorial com outras áreas das políticas públicas; 
g) contribuir para a estruturação e articulação de canais permanentes de informações sobre os 
instrumentos legais – leis, normas, decretos e outros documentos presentes na institucionalização do 
SUS – alimentados pelos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Municipais, do Distrito Federal, 
entidades e instituições; 
h) contribuir para formação de formadores e de multiplicadores para o controle social; 
i) propiciar discussões referentes ao controle público externo; e 
j) aprofundar os debates das Diretrizes Nacionais de Educação Permanente do Conselho Nacional de 
Saúde junto aos Conselhos de Saúde. 
 
 
11 
 
 
5 Estratégias operacionais e metodológicas para o controle social 
Recomenda-se que o processo de educação permanente para o controle social no SUS ocorra de 
forma descentralizada, respeitando as especificidades e condições locais a fim de que possa ter maior 
efetividade. 
Considerando que os membros do Conselho de Saúde renovam-se periodicamente e outros sujeitos 
sociais alternam-se em suas representações, e o fato de estarem sempre surgindo novas demandas 
oriundas das mudanças conjunturais, torna-se necessário que o processo de educação permanente para 
o controle social esteja em constante construção e atualização. 
A operacionalização do processo de educação permanente para o controle social no SUS deve 
considerar a seleção, preparação do material e a identificação de sujeitos sociais que tenham condições 
de transmitir informações e possam atuar como facilitadores e incentivadores das discussões sobre os 
temas a serem tratados. Para isso é importante: 
- identificar as parcerias a serem envolvidas, como: universidades, núcleos de saúde, escolas de saúde 
pública, técnicos e especialistas autônomos ou ligados a instituições, entidades dos segmentos sociais 
representados nos Conselhos, Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Fundo das Nações Unidas 
para a Infância (Unicef), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(Unesco), Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), Associação Brasileira de Pós-Graduação 
em Saúde Coletiva (Abrasco) e outras organizações da sociedade que atuem na área de saúde. Na 
identificação e articulações das parcerias, deve ficar clara a atribuição dos conselhos, conselheiros e 
parceiros; 
- realizar as atividades de educação permanente para os conselheiros e os demais sujeitos sociais de 
acordo com a realidade local, garantindo uma carga horária que possibilite a participação e a ampla 
discussão dos temas, democratização das informações e a utilização de técnicas pedagógicas para o 
controle social que facilitem a construção dos conteúdos teóricos e, também, a interação do grupo. 
Sugere-se que as atividades de educação permanente para o controle social no SUS sejam enfocadas 
em dois níveis: um geral, garantindo a representação de todos os segmentos, e outro específico, que 
poderá ser estruturado e oferecido de acordo com o interesse ou a necessidade dos segmentos que 
compõem os Conselhos de Saúde e os demais órgãos da sociedade. 
Para promover o alcance dos objetivos do processo de educação permanente para o controle social 
no SUS, recomenda-se a utilização de metodologias que busquem a construção coletiva de 
conhecimentos, baseada na experiência do grupo, levando-se em consideração o conhecimento como 
prática concreta e real dos sujeitos a partir de suas vivências e histórias. Metodologias essas que 
ultrapassem as velhas formas autoritárias de lidar com a aprendizagem e muitas vezes utilizadas como, 
por exemplo, a da comunicação unilateral, que transforma o indivíduo num mero receptor de teorias e 
conteúdo. 
Recomenda-se, também, a utilização de dinâmicas que propiciem um ambiente de troca de 
experiências, de reflexões pertinentes à atuação dos Conselheiros de Saúde e dos sujeitos sociais e de 
técnicas que favoreçam a sua participação e integração, como, por exemplo, reuniões de grupo, plenárias, 
estudos dirigidos, seminários, oficinas, todos envolvendo debates. 
A 12.ª Conferência Nacional de Saúde (CONFERÊNCIA..., 2005) recomendou a realização de ações 
para educação permanente e propôs que as atividades do Conselheiro de Saúde fossem consideradas 
de relevância pública. Essa proposição foi contemplada na Resolução n.º 333/2003 (BRASIL, 2003c), 
aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde, que garante ao Conselheiro de Saúde a dispensa, sem 
prejuízo, do seu trabalho, para participar das reuniões, eventos, capacitações e ações específicas do 
Conselho de Saúde. 
Assim, o processo proposto, especialmente, no que diz respeito aos Conselhos de Saúde deve dar 
conta da intensa renovação de Conselheiros de Saúde, que ocorre em razão do final dos mandatos, ou 
por decisão da instituição ou entidade de substituir o seu representante. Isto requer, no mínimo, a oferta 
de material básico informativo, uma capacitação inicial promovida pelo Conselho de Saúde e a garantia 
de mecanismos que disponibilizem informações aos novos Conselheiros. 
 
Sugestões de material de apoio: 
- Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU); 
- Declaração dos Direitos da Criança e Adolescente (Unicef); 
- Declaração de Otawa, Declaração de Bogotá e outras; 
- Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 2003) – Capítulo da Ordem Social; 
- Leis Federais: 8.080/90 (BRASIL, 1990a), 8.142/90 (BRASIL, 1990b), 8.689/93 (BRASIL, 1993), 
9.656/98 (BRASIL, 1998) e respectivas Medidas Provisórias; 
- Relatórios das Conferências Nacionais de Saúde; 
 
12 
 
 
- Normas Operacionais do SUS; 
- Princípios e Diretrizes para a Gestão do Trabalho (NOB/ RH – SUS), 2005 (BRASIL, 2005), Diretrizes 
e Competências da Comissão Intergestora Tripartite (CIT), Comissões Intergestoras Bipartites (CIBs) e 
das Condições de Gestão dos Estados e Municípios; 
- Constituição do Estado e Leis Orgânicas do Estado, do Distrito Federal e Município; 
- Seleção de Deliberações do Conselho Estadual de Saúde (CES), Conselho Municipal de Saúde 
(CMS) e pactuações das Comissões Intergestoras Tripartite e Bipartite; 
- Resoluções e deliberações do Conselho de Saúde relacionadas à Gestão em Saúde: Plano de 
Saúde, Financiamento, Normas, Direção e Execução, Planejamento – que compreende programação, 
orçamento, acompanhamento e avaliação; 
- Resolução do Conselho Nacional de Saúde n.º 333/2003 (BRASIL, 2003c), Resolução n.º 322/2003 
(BRASIL, 2003b), Resolução n.º 196/96 (BRASIL, 1996) e outras correspondentes com mesmo mérito, e 
deliberações no campo do controle social – formulação de estratégias e controle da execução pelos 
Conselhos de Saúde e pela sociedade. 
 
A definição dos conteúdos básicos de educação permanente para o controle social no SUS deve ser 
objeto de deliberação pelos plenários dos Conselhos de Saúde nas suas respectivas esferas 
governamentais. 
Recomenda-se que, para esse processo, seja prevista a criação de instrumentos de acompanhamento 
e avaliação dos resultados das atividades. 
 
6 Responsabilidades 
6.1 Esferas governamentais 
Compete ao Estado, nas três esferas do governo: 
a) Oferecer todas as condições necessárias para que o processo de educação permanente para o 
controle social ocorra, garantindo o pleno funcionamento dos Conselhos de Saúde e a realização das 
ações para a educação permanente e controle social dos demais sujeitos sociais. 
b) Promover o apoio à produção de materiais didáticos destinados às atividades de educação 
permanente para o controle social no SUS, ao desenvolvimento e utilização de métodos, técnicas e 
fomento à pesquisa que contribuam para esse processo. 
 
6.2 Ministério da Saúde 
a) Incentivar e apoiar, inclusive nos aspectos financeiros e técnicos, as instâncias estaduais, 
municipaise do Distrito Federal para o processo de elaboração e execução da política de educação 
permanente para o controle social no SUS; 
b) Manter disponível e atualizado o acervo de referências sobre saúde e oferecer material informativo 
básico e audiovisual que propicie a veiculação de temas de interesse geral em saúde, tais como: 
legislação, orçamento, direitos em saúde, modelo assistencial, modelo de gestão e outros. 
 
6.3 Conselho Nacional de Saúde 
a) Elaborar, em conjunto com o Ministério da Saúde, a política nacional e o plano de ação sobre o 
processo de educação permanente para o controle social no SUS e deliberar sobre a respectiva política 
e plano de ação, com definição de valores orçamentários e sistemas de monitoramento e avaliação; 
b) Manter disponível e atualizado, na sua sede, o acervo de referências sobre o controle social; 
c) Instituir mecanismos de divulgação e troca de experiências sobre o processo de educação 
permanente para o controle social no SUS de conselheiros, por meio de: 
- espaço na página do Conselho Nacional de Saúde na internet; 
- espaço no Jornal do Conselho Nacional de Saúde; 
- relatos de experiências apresentados em diversos eventos nacionais de saúde; 
- apoio à realização de Plenárias Nacionais de Conselhos de Saúde, Encontros Nacionais de 
Conselheiros de Saúde, bem como impressão e distribuição dos seus documentos, relatórios ou anais; 
- promoção de cursos, seminários e eventos relacionados ao controle social e democracia participativa; 
e 
- divulgação de experiências exitosas sobre controle social. 
d) Aprovar os materiais didáticos destinados às atividades de educação permanente para o controle 
social no SUS; 
e) Propor, em conjunto com os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, e Conselho de Saúde do 
Distrito Federal, mecanismos de acompanhamento e avaliação que permitam a consolidação de 
 
 
13 
 
 
resultados e estudos comparativos de experiências de educação permanente desenvolvidos nos estados, 
municípios e Distrito Federal; 
f) Acompanhar, monitorar e avaliar, com os Conselhos Estaduais de Saúde, Conselho de Saúde do 
Distrito Federal e Conselhos Municipais de Saúde, o processo de educação permanente desenvolvidos 
no País. 
 
6.4 Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal 
a) Viabilizar, no âmbito de sua esfera de governo, recursos financeiros, materiais e humanos para a 
execução das atividades relacionadas com a educação permanente para o controle social no SUS; 
b) Apoiar financeira e tecnicamente a realização e a participação de conselheiros de saúde em eventos 
sobre o controle social no SUS. 
 
6.5 Conselhos de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal 
a) Elaborar, em conjunto com a Secretaria de Saúde, a política e o plano de ação do processo de 
educação permanente para o controle social no SUS, e deliberar sobre a respectiva política e plano de 
ação, em sintonia com política nacional, com definição de valores orçamentários e sistemas de 
monitoramento e avaliação; 
b) Desenvolver o processo de educação permanente para o controle social no SUS, considerando as 
especificidades locais; 
c) Estabelecer, parcerias com instituições e entidades locais, para a realização do processo de 
educação permanente para o controle social no SUS, em conformidade com estas diretrizes; 
d) Promover, com instituições e entidades, processo de comunicação, informação e troca de 
experiências sobre educação permanente para o controle social no SUS; 
e) Viabilizar a realização de eventos sobre o controle social no SUS; e 
f) garantir a participação de conselheiros de Saúde em eventos do controle social. 
 
Destaca-se que os processos autônomos de educação permanente para o controle social do SUS e a 
mobilização de representantes, por parte das entidades com participação no Conselho de Saúde, devem 
ser reconhecidos e incentivados. 
 
7 Mecanismos de acompanhamento e avaliação 
Considerando os objetivos propostos pelo processo de educação permanente para o controle social 
no SUS, é importante garantir que as atividades de acompanhamento e avaliação sejam desenvolvidas 
para oferecer subsídios às etapas de adequação e aperfeiçoamento desse processo. No que se refere à 
definição das atividades de educação permanente para o controle social, as estratégias adotadas devem 
possibilitar o acompanhamento e avaliação contínuos durante a execução e não somente no seu final, 
incluindo a participação dos sujeitos sociais envolvidos nesse processo. 
No tocante à avaliação, esta deverá ter como base os objetivos alcançados, conteúdos desenvolvidos, 
metodologias aplicadas, troca de experiências e, principalmente, o reflexo nas deliberações do Conselho 
de Saúde e participação da população na gestão do SUS. Os mecanismos de acompanhamento e 
avaliação adotados devem estar voltados tanto para o processo de educação permanente para o controle 
social no SUS em si, quanto para seus resultados. 
Sobre os resultados, deve-se enfatizar a necessidade da realização de estudos que possam identificar 
o impacto das ações de educação permanente para o controle social no SUS, além de estudos sobre a 
prática, atuação e a contribuição dos Conselheiros de Saúde e dos demais sujeitos sociais para o 
fortalecimento da organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde. 
 
Questões 
 
01. (Prefeitura de Fortaleza/CE – Técnico de Enfermagem – Prefeitura de Fortaleza/CE/2018) O 
Controle Social é uma Diretriz e um Princípio do Sistema Único de Saúde (SUS), utilizada como 
mecanismo de participação da comunidade nas ações de saúde em todas as esferas de governo. Essa 
participação ocorre de forma institucionalizada por meio de: 
(A) dos Conselhos de Saúde. 
(B) das Secretarias de Saúde dos Estados e dos Municípios. 
(C) dos líderes comunitários municipais e estaduais. 
(D) dos Conselhos de Saúde e da Conferência de Saúde. 
 
 
 
 
14 
 
 
Gabarito 
01.D 
Comentários 
 
01. Resposta: D 
A 12ª Conferência Nacional de Saúde afirma a necessidade de “estimular e fortalecer a mobilização 
social e a participação cidadã nos diversos setores organizados da sociedade, com a aplicação dos meios 
legais disponíveis, visando efetivar e fortalecer o Controle Social na formulação, regulação e execução 
das políticas públicas, de acordo com as mudanças desejadas para a construção do SUS. 
Essa busca vem sendo legitimada nas reuniões dos Conselhos de Saúde, nos encontros e plenárias 
regionais, estaduais e nacionais de conselhos e conselheiros. Passa também por permanentes 
negociações entre os interesses específicos de cada segmento representado no Conselho de Saúde e 
por maior clareza nas relações entre o controle social e o gestor do Sistema Único de Saúde (SUS) em 
cada esfera de atuação – municipal, estadual e nacional – e outras instâncias da política de saúde. Nesse 
contexto, cidadania e saúde compreendem direitos sociais, aspectos legais e conceituais, que são pontos 
de apoio para a construção da intersetorialidade. 
 
 
3. Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde. 
 
 
 
CONSELHOS DE SAÚDE2 
 
A Lei n.º 8.142/90, resultado da luta pela democratização dos serviços de saúde, representou e 
representa uma vitória significativa. A partir deste marco legal, foram criados os Conselhos e as 
Conferências de Saúde como espaços vitais para o exercício do controle social do Sistema Único de 
Saúde (SUS). 
Os Conselhos de Saúde foram constituídos para formular, fiscalizar e deliberar sobre as políticas de 
saúde. Para atingir esse fim, de modo articulado e efetivo, conhecer o SUS passou a ser imprescindível. 
Deliberar acerca das políticas de saúde é uma grande conquista da sociedade! Garantir a 
implementação das deliberações é uma disputa permanente em defesa do SUS. 
Ao longo dos últimos anos, os Conselhos de Saúde instituídos pela da Lei n.º 8.142/90 (BRASIL, 
1990b) e reforçados pela Emenda Constitucional n.º 29, de 13 de setembro de 2000 (BRASIL, 2000), vêm 
sendo gradativamenteestruturados nos estados e municípios brasileiros, acumulando as mais variadas 
experiências em busca de ações e instrumentos que favoreçam o desempenho de suas atribuições legais 
e políticas, que são: 
- atuar na formulação de estratégias de operacionalização da política de saúde; e 
- atuar no controle social da execução da política de saúde. 
É reconhecido por todos a relevância dos Conselhos de Saúde na descentralização das ações do SUS, 
no controle do cumprimento de seus princípios e na promoção da participação da população na sua 
gestão. 
Em seu processo de consolidação no âmbito das políticas públicas, os Conselhos de Saúde, como 
instâncias colegiadas e deliberativas à estrutura do SUS, representam espaços participativos nos quais 
emerge uma nova cultura política, configurando-se como uma prática na qual se faz presente o diálogo, 
a contestação e a negociação a favor da democracia e da cidadania. 
A dinâmica de funcionamento dos Conselhos de Saúde é estabelecida nas relações entre usuários, 
gestores, prestadores de serviço e trabalhadores de saúde, sendo, portanto, suas deliberações, em geral, 
resultado de negociações que contemplam a diferença de interesses de cada segmento e 
representações. Garantem, ainda, transparência de relação entre os distintos grupos que o constituem, 
no trato das questões de saúde sob sua avaliação, e que reforçam a necessidade de interatividade desses 
segmentos. 
Essas relações que têm como contexto a representatividade, a qualificação e a capacidade de 
formulação de seus membros, a visibilidade de suas propostas, a transparência de sua atuação, a 
 
 
2 BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Diretrizes nacionais para o processo de educação permanente no controle social do SUS. Brasília: 
Editora do Ministério da Saúde, 2006. 
 
15 
 
 
permeabilidade e a comunicação com a sociedade vão definir em cada Conselho de Saúde a qualidade 
de sua ação. 
É possível observar que o desempenho dos Conselhos de Saúde – espaços de consolidação da 
cidadania – está relacionado à maneira como seus integrantes se articulam com as bases sociais, como 
transformam os direitos e as necessidades de seus segmentos em demandas e projetos de interesse 
público e como participam da deliberação da política de saúde a ser adotada em cada esfera de governo. 
Ressalta-se que a atuação dos Conselhos de Saúde como órgãos deliberativos, tanto no que diz 
respeito ao planejamento quanto à execução das ações do SUS, mostra-se de fundamental importância 
no dimensionamento das dificuldades e possibilidades de efetivação das políticas de saúde voltadas para 
a cidadania, sobretudo nos momentos em que se discute a ampliação da participação social nas 
instâncias de governo. 
 
RESOLUÇÃO Nº 453, DE 10 DE MAIO DE 20123 
 
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima Trigésima Terceira Reunião 
Ordinária, realizada nos dias 9 e 10 de maio de 2012, no uso de suas competências regimentais e 
atribuições conferidas pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei no 8.142, de 28 de 
dezembro de 1990, e pelo Decreto no 5.839, de 11 de julho de 2006, e 
Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de Saúde, nas três esferas de Governo, na X 
Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos de Saúde, 
nas 9a, 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, e nas Conferências Estaduais, do Distrito Federal 
e Municipais de Saúde; 
Considerando a experiência acumulada do Controle Social da Saúde à necessidade de aprimoramento 
do Controle Social da Saúde no âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos Estaduais e 
Municipais referentes às propostas de composição, organização e funcionamento, conforme o § 5o inciso 
II art. 1o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990; 
Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS no 333/92 realizada nos espaços de Controle 
Social, entre os quais se destacam as Plenárias de Conselhos de Saúde; 
Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, ampliar e acelerar o processo de Controle Social 
do SUS, por intermédio dos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais, das Conferências de Saúde e 
Plenárias de Conselhos de Saúde; 
Considerando que os Conselhos de Saúde, consagrados pela efetiva participação da sociedade civil 
organizada, representam polos de qualificação de cidadãos para o Controle Social nas esferas da ação 
do Estado; e 
Considerando o que disciplina a Lei Complementar no 141, de 13 de janeiro de 2012, e o Decreto nº 
7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica da Saúde, resolve: 
Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos 
Conselhos de Saúde: 
 
DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE Primeira Diretriz: 
 
o Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de 
Saúde (SUS) em cada esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde, 
da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização 
e competência fixadas na Lei no 8.142/90. O processo bem-sucedido de descentralização da saúde 
promoveu o surgimento de Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, 
incluindo os Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos 
de Saúde da esfera correspondente. Assim, os Conselhos de Saúde são espaços instituídos de 
participação da comunidade nas políticas públicas e na administração da saúde. 
Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade Social, o Conselho de Saúde atua na formulação 
e proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus 
aspectos econômicos e financeiros. 
 
DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE 
 
Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde é estabelecida por lei federal, estadual, do 
Distrito Federal e municipal, obedecida a Lei no 8.142/90. 
 
3 Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2012/res0453_10_05_2012.html Acesso em: 08/11/2019. 
 
16 
 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2012/res0453_10_05_2012.html
Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos Conselhos de Saúde o Poder Executivo, 
respeitando os princípios da democracia, deverá acolher as demandas da população aprovadas nas 
Conferências de Saúde, e em consonância com a legislação. 
 
A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE 
 
Terceira Diretriz: a participação da sociedade organizada, garantida na legislação, torna os Conselhos 
de Saúde uma instância privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação 
e fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e 
financeiros. A legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários em relação ao conjunto 
dos demais segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto por representantes de 
entidades, instituições e movimentos representativos de usuários, de entidades representativas de 
trabalhadores da área da saúde, do governo e de entidades representativas de prestadores de serviços 
de saúde, sendo o seu presidente eleito entre os membros do Conselho, em reunião plenária. Nos 
Municípios onde não existem entidades, instituições e movimentos organizados em número suficiente 
para compor o Conselho, a eleição da representação será realizada em plenária no Município, promovida 
pelo Conselho Municipal de maneira ampla e democrática. 
I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de Saúde e constituído em lei. 
II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e 333/03 do CNS e consoante com as 
Recomendações da 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da 
seguinte forma: 
a) 0% de entidades e movimentos representativos de usuários; 
b) 5% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde; 
c) 5% derepresentação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins 
lucrativos. 
III - A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais terá como critério a representatividade, 
a abrangência e a complementaridade do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho de 
Saúde. De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade, serão contempladas, 
dentre outras, as seguintes representações: 
a)associações de pessoas com patologias; 
b)associações de pessoas com deficiências; 
c)entidades indígenas; 
d)movimentos sociais e populares, organizados (movimento negro, LGBT...); 
e)movimentos organizados de mulheres, em saúde; 
f)entidades de aposentados e pensionistas; 
g)entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confederações e federações de 
trabalhadores urbanos e rurais; 
h)entidades de defesa do consumidor; 
i)organizações de moradores; 
j)entidades ambientalistas; 
k)organizações religiosas; 
l)trabalhadores da área de saúde: associações, confederações, conselhos de profissões 
regulamentadas, federações e sindicatos, obedecendo as instâncias federativas; 
m)comunidade científica; 
n)entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais campo de estágio, de pesquisa e 
desenvolvimento; 
o)entidades patronais; 
p)entidades dos prestadores de serviço de saúde; e 
q)governo. 
IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas no Conselho de Saúde terão os conselheiros 
indicados, por escrito, conforme processos estabelecidos pelas respectivas entidades, movimentos e 
instituições e de acordo com a sua organização, com a recomendação de que ocorra renovação de seus 
representantes. 
V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de representações de usuários, trabalhadores 
e prestadores de serviços, ao seu critério, promovam a renovação de, no mínimo, 30% de suas entidades 
representativas. 
VI - A representação nos segmentos deve ser distinta e autônoma em relação aos demais segmentos 
que compõem o Conselho, por isso, um profissional com cargo de direção ou de confiança na gestão do 
 
 
17 
 
 
SUS, ou como prestador de serviços de saúde não pode ser representante dos(as) Usuários(as) ou de 
Trabalhadores(as). 
VII - A ocupação de funções na área da saúde que interfiram na autonomia representativa do 
Conselheiro(a) deve ser avaliada como possível impedimento da representação de Usuário(a) e 
Trabalhador( a), e, a juízo da entidade, indicativo de substituição do Conselheiro( a). 
VIII - A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, representação do Poder Judiciário e do 
Ministério Público, como conselheiros, não é permitida nos Conselhos de Saúde. 
IX - Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em atividade no Município, caberá ao 
Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da 
Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus objetivos a estruturação e composição do 
Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não houver 
Conselho Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento. 
X - As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão remuneradas, considerando-se o seu 
exercício de relevância pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo para o 
conselheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, entidades competentes e instituições, o Conselho 
de Saúde emitirá declaração de participação de seus membros durante o período das reuniões, 
representações, capacitações e outras atividades específicas. 
XI - O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos seus atos conforme legislação vigente. 
 
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE SAÚDE 
 
Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão autonomia administrativa para o pleno 
funcionamento do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, autonomia financeira e organização da 
secretaria-executiva com a necessária infraestrutura e apoio técnico: 
I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua estrutura administrativa e o quadro de 
pessoal; 
II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executiva coordenada por pessoa preparada 
para a função, para o suporte técnico e administrativo, subordinada ao Plenário do Conselho de Saúde, 
que definirá sua estrutura e dimensão; 
III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento; 
IV - o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, 
quando necessário, e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões 
devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias; 
V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são abertas ao público e deverão acontecer em 
espaços e horários que possibilitem a participação da sociedade; 
VI - o Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante o funcionamento do Plenário, que, além 
das comissões intersetoriais, estabelecidas na Lei no 8.080/90, instalará outras comissões intersetoriais 
e grupos de trabalho de conselheiros para ações transitórias.As comissões poderão contar com 
integrantes não conselheiros; 
VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora eleita em Plenário, respeitando a paridade 
expressa nesta Resolução; 
VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas mediante quórum mínimo (metade mais um) 
dos seus integrantes, ressalvados os casos regimentais nos quais se exija quórum especial, ou maioria 
qualificada de votos; 
a) entende-se por maioria simples o número inteiro imediatamente superior à metade dos membros 
presentes; 
b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro imediatamente superior à metade de membros do 
Conselho; 
c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do total de membros do Conselho; 
IX - qualquer alteração na organização dos Conselhos de Saúde preservará o que está garantido em 
lei e deve ser proposta pelo próprio Conselho e votada em reunião plenária, com quórum qualificado, para 
depois ser alterada em seu Regimento Interno e homologada pelo gestor da esfera correspondente; 
X - a cada três meses, deverá constar dos itens da pauta o pronunciamento do gestor, das respectivas 
esferas de governo, para que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre andamento do 
plano de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante e a forma de 
aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e concluídas no período, bem como a produção e a oferta 
de serviços na rede assistencial própria, contratada ou conveniada, de acordo com o art. 12 da Lei no 
8.689/93 e com a Lei Complementar no 141/2012; 
 
 
18 
 
 
XI - os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa, buscarão auditorias externas e independentes 
sobre as contas e atividades do Gestor do SUS; e 
XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar-se por meio de resoluções, recomendações, 
moções e outros atos deliberativos. 
As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo chefe do poder constituído em cada esfera 
de governo, em um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o prazo 
mencionado e não sendo homologada a resolução e nem enviada justificativa pelo gestor ao Conselho 
de Saúde com proposta de alteração ou rejeição a ser apreciada na reunião seguinte, as entidades que 
integram o Conselho de Saúde podem buscar a validação das resoluções, recorrendo à justiça e ao 
Ministério Público, quando necessário. Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, 
Municipais e do Distrito Federal, que têm competências definidas nas leis federais, bem como em 
indicações advindas das Conferências de Saúde, compete: 
I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, mobilizar e articular a sociedade de forma 
permanente na defesa dos princípios constitucionais que fundamentam o SUS; 
II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras normas de funcionamento;

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