Buscar

ARTIGO CIENTÍFICO E MEMORIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEMA 10
METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO 1 
TEMA 10. METODOLOGIA E ESTRUTURA 
DOS TRABALHOS ACADÊMICOS I: RESENHA, 
ARTIGO CIENTÍFICO E MEMORIAL.
Verificamos que a qualidade dos trabalhos acadêmicos 
depende de alguns requisitos que precisam ser seguidos 
e uniformizados, dentre os quais o respeito às normas da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Neste tema 
estudaremos conteúdos que lhe nortearão quanto à organização 
e estruturação de trabalhos acadêmicos como resenha, artigo 
científico e memorial, que são algumas produções exigidas no 
ensino superior. As orientações aqui apresentadas lhe fornecerão 
os principais parâmetros, mas a sua utilização não dispensa a 
consulta a outras publicações na área. 
RESENHA
Comumente solicitados como trabalhos acadêmicos, 
sobretudo nos cursos de graduação, a resenha trata de 
comunicação sintética, incluindo avaliação e análise informativa 
ou crítica de um texto, artigo, livro, capítulo de livro ou de uma 
obra (LUBISCO; VIEIRA, 2019). Mediante leitura, as resenhas 
possibilitam tomar conhecimento prévio do conteúdo de uma 
obra, além de auxiliar na seleção de fontes para elaboração de um 
trabalho científico e na atualização bibliográfica do pesquisador. 
Vale destacar que não se deve confundir resenha com resumo. 
Além de apresentar um texto de pequeno porte, a resenha é mais 
abrangente que um resumo, permitindo evidenciar credenciais 
do autor, apreciações críticas, novas abordagens, novos 
conhecimentos, novas teorias, comparações com obras diversas 
da mesma área de conhecimento e também recomendações 
para os leitores. A resenha pode ser classificada em dois tipos: 
2 HELISANGELA ACRIS ARAUJOVANESSA DO ESPIRITO SANTO ALMEIDA
descritiva ou informativa, quando expõe o conteúdo do texto; e 
a resenha crítica, quando se manifesta sobre o valor e alcance do 
texto analisado, admitindo comentários críticos, julgamentos e 
comparações (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Há muitos modelos para estruturação das partes de uma 
resenha crítica, porém, a sua organização ocorre em parágrafos 
que contenham a divisão típica de um trabalho acadêmico: 
introdução, desenvolvimento e conclusão. Sem necessidade 
de que esta divisão esteja aparente. Com base em Lakatos e 
Marconi (2003), Severino (2008) e Amorim (2018), a redação 
de uma resenha crítica contem os seguintes itens:
1. Referência bibliográfica da obra
• Transcrição dos dados bibliográficos completos da 
publicação resenhada: autor, título (incluindo subtítulo 
se houver), edição, local de publicação, editora, ano de 
publicação e número de páginas ou de volumes.
2. Dados sobre o autor da obra base (Credenciais do 
autor)
• Nome, profissão, nacionalidade, titulação, cargos 
exercidos e obras publicadas, entre outros.
3. Resumo da obra (Digesto)
• Resumo das principais ideias expressas pelo autor.
• Exposição sintética e precisa do conteúdo do texto, que 
deve ser objetiva e incluir os pontos principais da obra 
avaliada, seguindo os capítulos ou parte por parte. 
4. Conclusões da autoria
• Inclui a síntese das principais conclusões a que a autoria 
da obra chegou: o autor da obra apresenta conclusões? 
(ou não?) Onde foram colocadas? (final da publicação ou 
dos capítulos?) Quais foram? 
METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO 3 
• Caso as conclusões não se apresentem separados do 
corpo da obra, os principais resultados obtidos pelo autor 
deverão ser indicados. 
5. Crítica do resenhista (apreciação da obra)
• Trata da avaliação que o resenhista faz sobre o texto 
após leitura e síntese. O julgamento da obra pode situar 
a autoria em relação às escolas ou correntes científicas e 
filosóficas, bem como às circunstâncias culturais, sociais, 
econômicas e históricas.
• Permite citar outros autores/obras de referência para 
enriquecer o comentário crítico, mas isso, em forma 
de citação (direta ou indireta) com as suas devidas 
referências em lista ao final da resenha.
• Pode destacar os méritos e contribuição que a obra traz 
para determinados setores, sua originalidade, qualidade 
científica, literária ou filosófica.
• Permite avaliar o estilo do texto e a linguagem utilizada: É 
conciso? Objetivo? Simples? É claro? Coerente? Acessível? 
É uma linguagem técnica? Quanto à forma do texto: é 
lógica? Sistematizada? Há equilíbrio e originalidade na 
disposição das partes? E outros tantos aspectos que o 
resenhista julgar interessantes.
• Permite explicitar falhas de edição (nesse caso, deve 
indicar a página), incoerências e limitações do texto. 
Contudo, as críticas devem ser dirigidas às ideias e 
posições do autor perante a teoria abordada, e de forma 
alguma à sua pessoa, enquanto crítica pessoal.
4 HELISANGELA ACRIS ARAUJOVANESSA DO ESPIRITO SANTO ALMEIDA
6. Indicações do resenhista
• A quem é dirigida a resenha: estudantes, especialistas, 
grande público?
• Fornece subsídios para o estudo de quais disciplinas? 
• Pode ser adotado (a) em que tipo de curso?
7. Localização da obra
• Este é um item indicado por poucos autores, entretanto, 
muitas vezes torna-se interessante trazê-lo, pois, 
principalmente no âmbito do curso superior, poderá 
facilitar ao estudante, a localização da obra utilizada, em 
caso da necessidade de acessá-la novamente.
Complementarmente, de acordo com Arcoverde e 
Arcoverde (2007), a composição geral de uma resenha exige os 
seguintes aspectos: 
a.Introdução: com texto breve que contextualiza o autor, o 
assunto da obra lida, seus objetivos e sua relevância para um 
leitor interessado no assunto.
b. Resumo da obra: pode ser uma resenha sem crítica, 
ou seja, apresentar apenas uma descrição das ideias do autor 
resenhado; e um resumo com crítica, que além de apresentar 
as ideias, inclui julgamento do resenhista, indicando pontos 
positivos e/ou negativos, revelando ideologias etc. 
c. Opinião: o resenhista, ao produzir seu texto, responde a 
algumas questões, admitindo um posicionamento, um juízo de 
valor, e argumentando-o.
METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO 5 
ARTIGO CIENTÍFICO
Conforme a norma NBR 6022 (ABNT, 2018, p. 2), o 
artigo técnico e/ou científico é “parte de uma publicação, com 
autoria declarada, de natureza técnica e/ou científica”. Lakatos 
e Marconi (2003, p. 259) designam artigos científicos como 
“pequenos estudos, porém completos, que tratam de uma 
questão verdadeiramente científica, mas que não se constituem 
em matéria de um livro”. Já Severino (2007) se refere a artigos 
científicos como documentos destinados para publicação em 
revistas e periódicos científicos, com fins de registro e divulgação 
de resultados de estudos novos ou pouco explorados, ou ainda 
para tratar de questões em discussão no âmbito científico. 
Lubisco e Vieira (2019) reconhecem que o artigo científico trata 
de uma pesquisa em andamento ou o seu resultado, e cujo aceite 
para publicação é sujeito a julgamento. 
Juntamente com livros, dissertações, teses, normas, 
relatórios, patentes, enciclopédias e dicionários, os artigos 
científicos representam um documento primário, que é a 
informação produzida diretamente pelo autor, e, portanto, 
representa a fonte original da informação.
De acordo Pereira (2012), os artigos científicos constituem 
“[...] a unidade de informação do periódico científico. Por 
meio deles, as informações do autor são transformadas em 
conhecimento científico, que é de domínio público”. Nesse caso, 
o texto do artigo original (scientific article ou paper, em inglês) 
é geralmente dividido em quatro seções: introdução, métodos, 
resultados e discussão. Na Tabela 1 são apresentadas perguntas-
chave que podem ajudar a compreender o conteúdo das quatro 
seções de um artigo original e o relacionamento entre elas.
6 HELISANGELA ACRIS ARAUJOVANESSA DO ESPIRITO SANTO ALMEIDA
Tabela 1 – Estrutura do artigo científico em quatro seções e 
respectivos questionamentos. 
Fonte: Pereira (2012).
A norma NBR 6022 (ABNT, 2018, p. 4) classifica o artigo 
em dois tipos: “[...] o artigo de revisão, parte de uma publicaçãoque resume, analisa e discute informações já publicadas; e o 
artigo original, parte de uma publicação que apresenta temas 
ou abordagens originais”. Ainda conforme a normatização, 
a estrutura básica de um artigo comporta os elementos pré-
textuais, textuais e pós-textuais:
Seções Perguntas-chave
Introdução
De que trata o estudo? 
Por que a investigação foi feita?
O que se sabia sobre o assunto no início 
da investigação?
Ou melhor, o que NÃO se sabia sobre o 
assunto e motivou a investigação?
Método Como o estudo foi realizado?
Resultados
O que foi encontrado? 
Quais são os fatos revelados pela 
investigação?
Discussão
O que significam os achados 
apresentados?
Os achados estão de acordo com os 
resultados de outros autores ou são 
divergentes?
O que este estudo acrescenta ao que já 
se sabe sobre o assunto?
METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO 7 
1. ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 
1.1 Título: deve ser redigido no idioma do documento e ser 
apresentado na página de abertura do artigo. 
1.2 Autor: o nome do autor deve ser inserido de forma 
direta, incluindo o prenome (abreviado ou não) e sobrenome. 
Para mais de um autor, os nomes podem ser grafados na mesma 
linha, separados por vírgula ou em linhas distintas.
1.3 Resumo no idioma do documento: deve ser elaborado 
conforme a norma NBR 6028 (ABNT, 2003). Se houver um 
resumo em outro idioma, este deve suceder o resumo no idioma 
do documento, ou seja, de língua vernácula. 
1.4 Datas de submissão e aprovação: devem ser indicadas 
as datas (dia, mês e ano) de submissão e aprovação do artigo 
para publicação.
2. ELEMENTOS TEXTUAIS
2.1 Introdução: parte inicial do artigo na qual devem constar 
a delimitação do assunto tratado, os objetivos da pesquisa e 
outros elementos necessários para situar o tema do artigo.
2.2 Desenvolvimento: parte principal que contém a 
exposição ordenada e detalhada do assunto tratado. 
2.3 Considerações finais: (e não mais Conclusão) parte 
final na qual se apresentam as considerações correspondentes 
aos objetivos e/ou hipóteses formulados.
3. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
3.1 Referências: devem ser elaboradas e apresentadas 
conforme a ABNT NBR 6023 / 2018. 
8 HELISANGELA ACRIS ARAUJOVANESSA DO ESPIRITO SANTO ALMEIDA
Os elementos pós-textuais podem incluir, opcionalmente, de 
acordo à necessidade do trabalho, outros itens não obrigatórios, 
como: glossário, anexos, apêndices e agradecimentos. 
IMPORTANTE
Vale ressaltar que todo trecho citado, quer direta ou 
indiretamente, precisa ter a referência completa da 
obra relacionada na lista de referências ao final de todo 
trabalho acadêmico ou científico. Da mesma forma que, 
para toda referência listada, equivale um trecho citado 
da obra no corpo do texto elaborado.
Não há citação sem referência, nem referência sem 
citação!!!
Regras Gerais
Quanto às regras gerais de formatação de um artigo, o texto 
original da normatização NBR 6022 (ABNT, 2018) fornece as 
orientações listadas a seguir. Com o propósito de aplicação 
desta norma, devem ser consultadas adicionalmente as normas 
NBR 6024 (ABNT, 2012) e NBR 10520 (ABNT, 2002). Quanto 
à formatação técnica do texto do artigo, os periódicos e revistas 
costumam definir normas específicas, cabendo aos autores se 
certificarem antes da submissão do trabalho à publicação.
METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO 9 
Vejamos as regras gerais de formatação do artigo científico:
a) Formato: recomenda-se fonte em tamanho 12 e 
espaçamento simples, e não mais um e meio (1,5). Citações 
com mais de três linhas, paginação, notas, legendas e fontes das 
ilustrações e tabelas devem ser em tamanho menor e uniforme 
(Geralmente convencionam-se fonte 10 como fonte reduzida). 
b) Seções: títulos das seções com ou sem indicativo 
numérico devem ser conforme a ABNT NBR 6024.
c) Citações e notas: devem ser apresentadas conforme 
a ABNT NBR 10520. Notas de tabelas devem ser conforme 
as Normas de apresentação tabular do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE).
d) Sigla: quando mencionada pela primeira vez no texto, 
deve ser indicada entre parênteses, precedida do nome completo. 
EXEMPLO: Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT). 
e) Tabelas: devem ser citadas no texto, inseridas o mais 
próximo possível do trecho a que se referem, e padronizadas 
conforme as Normas de apresentação tabular do IBGE. Deve-
se obrigatoriamente indicar a fonte consultada, mesmo que seja 
produção do próprio autor, de acordo com a ABNT NBR 10520. 
f) Ilustrações: devem ser precedidas de sua palavra 
designativa (figura, imagem, desenho, esquema, gráfico, 
fotografia, entre outros), seguida de seu número de ordem de 
ocorrência no texto, em algarismos arábicos, de travessão e 
do respectivo título. Após a ilustração, deve-se indicar a fonte 
consultada conforme a norma ABNT NBR 10520. A ilustração 
deve ser citada no texto e inserida o mais próximo possível do 
trecho a que se refere.
10 HELISANGELA ACRIS ARAUJOVANESSA DO ESPIRITO SANTO ALMEIDA
EXEMPLO:
Mapa 1 – Região Norte do Brasil
 
Fonte: EMBRAPA (2019). Disponível em: https://www.embrapa.br/contando-ciencia/
regiao-norte
Pereira (2017), sobre noções práticas que podem auxiliar 
a preparação de relatos bem feitos de investigação, 
discute, em artigo de mesmo título, os Dez passos para 
produzir um artigo científico de sucesso, dentre os quais:
Passo 1. Decida o objetivo a ser alcançado no artigo. 
Passo 2. Escolha o periódico para o qual o artigo será 
submetido. 
METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO 11 
Passo 3. Muna-se de guias que facilitem a redação do 
texto. 
Passo 4. Redija a estrutura do artigo. 
Passo 5. Complemente o texto com as partes que lhe 
faltam. 
Passo 6. Revise o texto mais de uma vez. 
Passo 7. Certifique-se de que o artigo está 
metodologicamente correto. 
Passo 8. Assegure-se de que não há falhas de redação. 
Passo 9. Submeta o artigo para publicação. 
Passo 10. Lide adequadamente com editores e revisores.
MEMORIAL
Segundo Arcoverde e Arcoverde (2007), o memorial 
constitui um gênero textual rico e dinâmico inserido na “ordem 
do relatar”, ou seja, um gênero que narra episódios significativos 
da memória e experiências relevantes. Pode ser designado, 
também, como um gênero que possibilita a expressão da 
construção da identidade, o registro de emoções, vivências, 
descobertas e sucessos que marcam a trajetória pessoal e 
profissional de um indivíduo. Deste modo, o memorial pode ser 
usado para designar o seu percurso de vida, enquanto estudante 
ou profissional, refletindo sobre momentos dos eventos dos 
quais participou e ainda sobre sua própria ação. 
Chama atenção o fato que o memorial possui uma 
estrutura composicional bastante maleável, e não representa 
um documento definitivo e finalizado. Uma vez que possui 
características flexíveis e não segue um roteiro fechado, o 
gênero se define como um texto aberto, que evidencia a marca 
12 HELISANGELA ACRIS ARAUJOVANESSA DO ESPIRITO SANTO ALMEIDA
estilística do seu autor. Deste modo, no gênero memorial, 
o(a) memorialista é ao mesmo tempo escritor(a), narrador(a) 
e personagem da sua história. A partir das suas memórias e 
escolhas para registrar as suas experiências, o texto escrito pode 
produzir certos efeitos nos possíveis leitores.
No contexto acadêmico, os memoriais têm ampla 
tradição no Brasil, constituindo-se em documentos que 
descrevem trajetórias de professores universitários para 
fins de concursos ou progressões na carreira docente. O 
resultado final possibilita aos leitores compreenderem 
o conjunto de atividades desenvolvidas, bem como as 
impressões do(a) autor(a) sobre tais atividades. Para 
além da função de avaliação institucional, os memoriais 
acadêmicos representam também um testemunho da 
vivência universitária dos(as) docentes, levando em 
conta as ações de ensino, pesquisa e extensão. Como 
são redigidos na primeira pessoa do singular, do mesmo 
modo que cartas e diários, esse gênero textual expõe as 
razões do sujeito na sua parcialidade e subjetividade.Por este motivo, a sua elaboração frequentemente causa 
desconforto entre os pesquisadores, já que a redação 
acadêmica utiliza uma linguagem escrita na terceira 
pessoa do singular ou na primeira pessoa do plural 
(VIEIRA, 2017).
Volpato e Cruz (2012) indicam que o memorial expõe as 
informações de um curriculum vitae de forma discursiva. 
Considerando o cenário acadêmico, os autores sugerem a 
seguinte estrutura básica para sua elaboração:
METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO 13 
1. Capa e folha de rosto: contendo nome, título (Memorial), 
local e ano. 
2. Sumário: contendo seções enumeradas na mesma ordem 
e grafia em que aparecem no documento. 
3. Corpo do memorial: contendo um cabeçalho com o 
título, data e os dados subdivididos em seções redigidas na 
forma narrativa, podendo incluir: 
• Títulos e aprovação em concursos.
• Atividades profissionais desenvolvidas.
• Formação e aperfeiçoamento: como ocorreram os cursos 
e seus reflexos na carreira profissional.
• Produção científica, literária e artística: mencionar 
trabalhos acadêmicos como dissertações e teses, livros, 
capítulos de livro, organização de livro, artigos científicos, 
divulgação científica em jornais ou revistas, traduções, 
resenhas, notas científicas, participação em relatórios 
técnicos, trabalhos artísticos, exposições, pesquisa em 
andamento, entrevistas concedidas, entre outros. 
Após compreender que o memorial é um gênero textual que 
registra trajetórias de vida, propomos que você elabore o seu 
memorial. 
1. Faça um breve relato das lembranças mais marcantes 
de sua história de vida como estudante da escola que você 
frequentou no Ensino Médio até o ingresso na universidade. 
Antes de iniciar, você pode refletir sobre as seguintes questões:
- Que fatos pitorescos, situações e recordações eu gostaria 
de registrar?
14 HELISANGELA ACRIS ARAUJOVANESSA DO ESPIRITO SANTO ALMEIDA
- Quais as minhas melhores recordações? E quais as piores? 
- Aconteceu algo que marcou a minha vida neste período?
- Com a escrita do meu memorial, eu pretendo convencer o 
seu leitor acerca de
 quê?
- Qual o sentido que eu quero provocar, no outro, com a 
leitura da minha história? 
De alguém vencedor? Batalhador? Infeliz? Crítico? 
- Que modelo narrativo eu vou adotar? Um relato tradicional 
ou inusitado que
surpreenda meu leitor com questionamentos, 
posicionamentos críticos, ou algo
com formato poético?
- Que reflexões finais eu posso argumentar em relação à 
minha história de
 vida? 
2. Para facilitar a produção do seu memorial, sugerimos 
um breve roteiro que poderá auxiliá-lo (a)! Mas, lembre-se, 
você poderá reelaborar e flexibilizar este roteiro imprimindo 
o seu estilo!
- Como era minha escola na época em que eu estudei?
- Quais os fatos marcantes para mim naquela época?
- Todos tinham acesso à escola?
- De que forma a escola daquela época contribuía para o 
exercício da
 cidadania?
- A escola onde eu estudei era igual à escola nos dias de hoje?
- O ensino, hoje, melhorou ou piorou? Por quê?
- Como foi o inicio do meu percurso universitário?
METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO 15 
3. Organizando a escrita do memorial:
- Elabore as suas respostas e escreva a primeira versão do 
seu memorial
 com base nos aspectos destacados.
4. Revisando e reescrevendo o memorial:
- Após produzir a primeira versão do seu memorial, revise-o 
observando se o
 texto está adequado ao leitor para o qual se escreve;
- Releia o texto para conferir se não há problemas de 
inadequação à norma
culta da língua padrão;
- Após revisão, realize as alterações necessárias no texto e 
reescreva-o; 
- Ao final, solicite a um(a) colega que leia o seu memorial e 
faça comentários.
Fonte: adaptado de Arcoverde e Arcoverde (2007).
E lembre-se: a prática e o esforço contínuo na elaboração 
destes documentos contribuirão para que a qualidade dos seus 
trabalhos seja progressiva, e também para que você tenha cada 
vez mais autonomia na produção intelectual e saiba comunicá-
la adequadamente.
16 HELISANGELA ACRIS ARAUJOVANESSA DO ESPIRITO SANTO ALMEIDA
REFERÊNCIAS
ARCOVERDE, Maria Divanira de Lima; ARCOVERDE, Rossana Delmar de 
Lima. Leitura, interpretação e produção textual. Campina Grande; Natal: 
UEPB/UFRN, 2007.
AMORIM, Ana Paula. Módulo Didático de Metodologia da Pesquisa. Salvador: 
FTC EAD, 2018. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: 
informação e documentação: apresentação de citações em documentos. Rio de 
Janeiro, 2002. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: informação 
e documentação: resumo: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: informação 
e documentação: numeração progressiva das seções de um documento: 
apresentação. Rio de Janeiro, 2012. 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação 
e documentação: artigo em publicação periódica técnica e/ou científica: 
apresentação. Rio de Janeiro, 2018. 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Fundamentos de 
Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
LUBISCO, Nídia Maria Lienert; VIEIRA, Sônia Chagas. Manual de estilo 
acadêmico: trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. 6. ed. Salvador: 
EDUFBA, 2019.
PEREIRA, Mauricio Gomes. Estrutura do artigo cientifico. Epidemiologia e 
Serviços de Saúde, Brasília, 21(2):351-352, abr-jun, 2012.
PEREIRA, Mauricio Gomes. Dez passos para produzir artigo científico de 
sucesso. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, 26(3):661-664, jul-set, 2017. 
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do 
trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 
2. ed. Novo Hamburgo,RS: Feevale, 2013.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São 
Paulo: Cortez, 2007. 
METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO 17 
VIEIRA, Carlos Eduardo. Memorial acadêmico para Professor Titular. 
Exercício de escrita de si: uma trajetória intelectual no âmbito do ensino e da 
pesquisa em história da educação. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 63, p. 
291-312, jan./mar. 2017. 
VOLPATO, Gilson Luiz; CRUZ, Maria Inês Andrade. Memorial: sugestões para 
elaboração. 2. ed. Botucatu,SP: 2015. Disponível em: https://www.fca.unesp.br/
Home/Biblioteca/memorial-2a.-edicao-2015.pdf. Acesso em: 01 set. 2019.

Outros materiais