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Fundamentos da Indústria 4.0 - Apostila

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Fundamentos da Indústria 4.0 
 
 
 
 
 
 
 
Ítalo Coutinho 
 
 
 
 
 
 
 
 
2020 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 2 de 74 
 
 
 
Fundamentos da Indústria 4.0 
Ítalo Coutinho 
© Copyright do Instituto de Gestão e Tecnologia da Informação. 
Todos os direitos reservados. 
 
 
 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 3 de 74 
Sumário 
Capítulo 1. Histórico das Tecnologias Emergentes ............................................... 4 
1.1. Histórico das Revoluções Industriais ............................................................... 4 
1.2. Estudo de Caso – Indústria 4.0 e Gerenciamento de Projetos ...................... 10 
Capítulo 2. Conceitos Importantes ...................................................................... 24 
2.1. Concepção da Manufatura Avançada ............................................................ 24 
2.2. Paradigma da Manufatura Avançada ............................................................. 26 
2.3. Elementos da Indústria 4.0 ............................................................................ 30 
Capítulo 3. Elementos das Tecnologias Emergentes .......................................... 37 
3.1. Sensorização ................................................................................................. 37 
3.2. Modularização ................................................................................................ 44 
3.3. Tempo real ..................................................................................................... 48 
3.4. Virtualização .................................................................................................. 53 
Capítulo 4. Aplicações das Tecnologias Emergentes .......................................... 57 
4.1. Cibersegurança e CloudComputing .............................................................. 57 
4.2. Inteligência Artificial ....................................................................................... 59 
4.4. Drones e Sistemas Ciberfísicos / Robótica .................................................... 62 
4.5. Big Data Analysis & Impressão 3D ................................................................ 64 
4.6. Realidade Virtual / Realidade Aumentada ..................................................... 66 
4.7. Big Data / Inteligência Artificial ....................................................................... 68 
Referências................ .............................................................................................. 72 
 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 4 de 74 
Capítulo 1. Histórico das Tecnologias Emergentes 
1.1. Histórico das Revoluções Industriais 
Neste módulo: 
 Como ocorreram as Revoluções Industriais; 
 Contribuição incremental de cada Revolução Industrial; 
 Impactos na Tecnologia e Sociedade. 
A indústria e formas produtivas no geral são altamente influenciadas pelos 
desenvolvimentos científicos de uma época e, por sua vez, tem grande impacto no 
contexto socioeconômico e modelos de negócio globais. Ao se descobrir potencial 
energético do carvão, foram desenvolvidas simultaneamente máquinas à vapor e 
locomotivas, que impulsionaram o crescimento da indústria têxtil e do ferro na 
Inglaterra como nunca dantes visto, marcando o período da primeira revolução 
industrial, de 1760 a 1840. Em meados do século IX, o uso da eletricidade em cadeias 
produtivas impulsionou dentre outras as indústrias química, elétrica, de petróleo e 
acho, marcando a segunda revolução industrial, de 1850 a 1945. Entre o período pós 
Segunda Guerra e a virada do milênio, o mundo foi marcado por profundas 
transformações na produção e na velocidade do desenvolvimento de novas 
tecnologias, impulsionando o uso da internet, tecnologia de comunicação e 
digitalização, período conhecido como a terceira revolução industrial, de 1950 a 2000 
(MALANIMA, 2018). 
Atualmente, o mundo vive um período de transformação marcado pela 
interseção de diversos avanços tecnológicos oriundos das revoluções industriais 
anteriores, no qual uma grande rede de equipamentos possui tecnologia embarcada 
com rede capaz de coletar e transmitir dados (SANTOSet al., 2016), fenômeno 
chamado de internet das coisas, e bases de dados extensos e complexos (CETAX, 
2018), também chamados de big data, têm possibilitado o desenvolvimento de 
inteligência artificial (KATO, 2018). A inteligência artificial, por sua vez, aumenta a 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 5 de 74 
tendência à automatização total de fábricas e possibilita o desenvolvimento de formas 
de produção totalmente independentes de operários humanos. 
Uma grande quantidade de tecnologias como Inteligência Artificial, Learning 
Machine, Big Data Analytics e outras, estão revolucionando a economia em todo o 
mundo (COUTINHO, 2018). 
Tal contexto marca a quarta revolução industrial, também chamada de 
Indústria 4.0, termo cunhado pela primeira vez na Feira Industrial da Alemanha em 
2011, a “Feira Hanôver”, que se difere das demais por sua velocidade, alcance e 
impacto nos sistemas (MALANIMA, 2018). Com o mundo cada vez mais 
interconectado, a velocidade de disseminação e aplicabilidade de conhecimento e 
tecnologia é consideravelmente maior. Com maior alcance e velocidade de 
disseminação de informação, mudanças rápidas e profundas no comportamento dos 
indivíduos da sociedade são observadas, e dessa forma, são exigidas transformações 
intensas nas formas de negócio e o relacionamento interpessoal dentro da empresa 
e com o cliente (SCHWAB, 2016). 
Com a instauração da Indústria 4.0, as empresas buscam, cada dia mais, se 
enquadrar ao cenário, modificando seus processos e priorizando o uso das 
tecnologias da informação e de métodos ainda mais inovadores em cadeias 
produtivas, desde a chegada de oportunidades de negócio ao acompanhamento de 
entregas junto ao cliente. Com o uso das diretrizes da nova revolução industrial, o 
principal foco das empresas é a redução de custos, flexibilidade de produção e 
personalização de produto. Com isso, todas as decisões do negócio devem ser 
embasadas em dados e métricas, com definição de ações e previsão de riscos 
(AEVO, 2018). 
Assim, grandes mudanças também são necessárias na gestão dos negócios, 
que deve considerar novas tecnologias de informação e comunicação. Segundo 
Renato Borges (2018), a interconectividade da Indústria 4.0 exige que o ambiente 
interno e externo ao projeto seja constantemente considerado, já que se o mercado 
e a economia mudam, o seu projeto deve mudar. O gestor de projetos, assim, precisa 
ser dinâmico, cada vez mais interagir com atores/ferramentas existentes nesse 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 6 de 74 
cenário com visão sistêmica do negócio, entendendo o funcionamento dos 
processos/automações e as necessidades atuais dos consumidores/cliente (GUIA: 
Gestão de Projetos na Industria 4.0). Dessa forma, uma nova capacidade é exigida 
dos gestores, a bussiness inteligence, que se refere ao processo de coleta, 
organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que 
oferecem suporte a gestão de negócios (CHEN et al, 2012). Só assim, diante dos 
desafios da 4° Revolução Industrial, as organizações podem se moldar 
constantemente às inovações e necessidade da sociedade, estando à frente de sua 
concorrência e ganhando espaço no mercado (MALANIMA, 2018). 
Com a necessidade de sobrevivência das empresas atuais, que confrontam 
as exigências das rupturas trazidas pela quarta revolução industrial, novos 
paradigmas e desafios são lançados no gerenciamento de projetos, e dessa forma, 
seus gestores devem constantemente se adaptar. Sendo assim, o presente estudo 
tem como objetivo fomentar a discussão do desenvolvimento de habilidades e 
competências de um gestor de projeto, no atual contexto a partir da análise de 
questionários feitos a profissionaisatuando como gerentes de projetos e/ou gerentes 
funcionais em variados setores econômicos. 
Indústria 4.0: Uma Revolução silenciosa começou 
“Devemos lidar rapidamente com a fusão do mundo 
on-line e do mundo da produção industrial. 
Na Alemanha, chamamos de Indústria 4.0.” 
(Angela Merkel, chanceler Alemã) 
Estudamos nos livros de história sobre a chamada Revolução Industrial. Ela 
nos é apresentada como a mais importante e muitas vezes como a única. Não é bem 
assim que as coisas aconteceram, outros eventos importantes fizeram com que 
déssemos saltos de produtividade e tem muita coisa pela frente. 
A Revolução Industrial versão 1.0, de como conhecemos hoje as fábricas veio 
em um momento crucial para a ruptura de paradigmas e métodos fabris. Ocorreu na 
Inglaterra, no final do século XVIII início do XIX, logo mais em outros países como 
França, Bélgica, Holanda, Rússia, Alemanha e Estados Unidos ingressaram nesse 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 7 de 74 
novo modelo de produção industrial. Essa revolução ficou caracterizada por duas 
importantes invenções que propunham uma reviravolta no setor produtivo e de 
transportes, a ciência descobriu a utilidade do carvão como meio de fonte de energia 
e a partir daí desenvolveram simultaneamente a máquina a vapor e a locomotiva. 
Ambos foram determinantes para dinamizar o transporte de matéria-prima, pessoas 
e distribuição de mercadorias, dando um novo panorama aos meios de se locomover 
e produzir. 
A partir de 1870, uma nova onda tecnológica sedimentou a chamada Indústria 
2.0. Constata-se o emprego da energia elétrica, o uso do Motor à explosão, os 
corantes sintéticos, a produção do aço e do alumínio em escala e a invenção do 
telégrafo estipularam a exploração de novos mercados e a aceleração do ritmo 
industrial. Vários estudiosos iniciaram pesquisas para a elaboração de teorias e 
máquinas capazes de reduzir os custos e o tempo de fabricação de produtos que 
pudessem ser consumidos em escalas cada vez maiores. Neste período também deu 
início ao Fordismo, termo criado por Henry Ford, em 1914 refere-se aos sistemas de 
produção em massa e gestão. 
A década de 70, com toda sua efervescência na Cultura e Artes, trouxe 
consigo a Indústria 3.0. Foi um processo de inovação tecnológica marcado pelos 
avanços no campo da Informática, da Robótica, das Telecomunicações, dos 
Transportes, da Biotecnologia e química fina, além da Nanotecnologia. A Revolução 
Técnico-Científica e Informacional também é caracterizada por uma profunda 
alteração nos modos de produção adotados pelas grandes corporações no mundo. 
Antes, o modelo taylorista/fordista era predominante, caracterizado pela produção em 
massa das mercadorias. Atualmente, o que está em voga é o modelo Toyotista, em 
que a produção é flexibilizada de acordo com a demanda (just in time), o que exige 
uma melhor tecnologia e, obviamente, uma menor quantidade de trabalhadores, que 
devem ser cada vez mais capacitados para operar sistemas de produção cada vez 
mais complexos e sofisticados. 
Conectividade 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 8 de 74 
A massificação das telecomunicações, mais diretamente smartphones, 
acesso à Internet e a indústria da aplicativos, trouxe imensos reflexos para a indústria, 
que mais uma vez teve que se adaptar. Esta rede de dispositivos de acesso, pessoas 
e sistemas de informação está nos preparando para a “internet das coisas”, um tema 
já popular em discussão. 
O aumento na interconectividade não somente afetará nossas vidas pessoais, 
a tecnologia da informação também levará mudanças permanentes para a indústria. 
A revolução cibernética conta com veículos autônomos dentro e fora das fábricas. Os 
especialistas concordam: a Indústria 4.0 se tornou realidade. 
Figura 1 – Etapas das Indústrias. 
 
Características importantes: 
Big Data: Uma mina de ouro africana encontrou maneiras de capturar mais 
dados de seus sensores. Novos dados mostraram algumas flutuações insuspeitas 
nos níveis de oxigênio durante a lixiviação, um processo-chave. Fixando esse 
aumento de rendimento em 3,7 por cento, retorno de até US $ 20 milhões por ano. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 9 de 74 
Análise avançada: análise mais detalhada de processos pode melhorar 
drasticamente o desenvolvimento do produto. Um fabricante de automóveis usa 
dados de seu website (onde os clientes montam opções de carros) juntamente com 
dados de compra para identificar opcionais que os clientes estão dispostos a pagar a 
mais. Com esse conhecimento, ele reduziu as opções em um modelo para apenas 
13.000 - três ordens de magnitude menor do que seu concorrente, que ofereceu 
27.000.000. O tempo de desenvolvimento e os custos de produção caíram 
dramaticamente. A maioria das empresas pode melhorar a margem bruta em 30% em 
24 meses. 
Interfaces homem-máquina: A empresa de logística Knapp AG desenvolveu 
uma tecnologia de picking usando a realidade aumentada. Pickers (funcionários na 
linha de produção) usam um fone de ouvido que apresenta informações vitais em um 
visor, ajudando-os a localizar itens mais rápida e precisamente. E com ambas as 
mãos livres, eles podem construir paletes mais fortes e mais eficientes, com itens 
frágeis salvaguardados. Uma câmera integrada captura números de identificação de 
série e de lote para monitoramento de estoque em tempo real. As taxas de erro caíram 
40%, entre muitos outros benefícios. 
Transferência de digital para componentes físicos: a Local Motors constrói 
carros quase inteiramente com a impressão 3-D. Com um projeto crowdsourced 
(financiamento coletivo). Eles podem construir um novo modelo a partir do zero em 
um ano, muito menos do que a média da indústria (que gasta 6 anos). Vauxhall e GM, 
entre outros, ainda dobram muito metal, mas também usam impressão em 3D e 
prototipagem rápida para minimizar seu tempo de mercado. 
Desafios pela frente: 
Nem todo local tem acesso à Internet. Por isso os gigantes Google e 
Facebook têm projetos audaciosos para cobrir o planeta com conexões wireless. 
Ainda há muito o que desenvolver e baratear soluções. Realizar estudos na empresa 
demanda tempo e tem altos custos, nem todo empresário tem fôlego para isso. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 10 de 74 
Uma coisa é certa, rapidamente estaremos prevendo novas formas de 
trabalho humano, a robótica é uma realidade e a inserção de padrões humanos em 
seus complexos algoritmos esbarra em preceitos éticos e morais. 
 
1.2. Estudo de Caso – Indústria 4.0 e Gerenciamento de Projetos 
Neste módulo: 
 Avaliar um estudo sobre maturidade da 4ª Revolução Industrial. 
Metodologia: 
O presente trabalho visa, de forma exploratória, promover o melhor 
entendimento da Indústria 4.0 e de seus impactos no gerenciamento de projetos. 
Para estudo da real situação das empresas brasileiras no atual cenário, a coleta de 
dados se deu pela realização de questionários de múltipla escolha de 21 questões 
a 24 gestores de projetos ou envolvidos em gestão de projetos, como gerentes e 
coordenadores. A captação de informações através de mídia eletrônica. O 
questionário foi realizado no Google Forms e disponibilizado através de diversas 
redes sociais como Linkedin, Blogs e Whatsapp. Após a coleta dos dados, todas as 
respostas foram analisadas, comparando o referencial teórico com o dia a dia dos 
entrevistados, dentro dos impactado oriundos da Indústria 4.0. 
Resultados e discussão: 
No questionário usado pela pesquisa, as 11 primeiras questões tinham 
como intuito conhecer o perfil dos entrevistados. As questões de 12 a 21 tiveram o 
intuito de analisar o cotidiano dos entrevistados sobre a ótica abordada pelo artigo. 
Sendo assim, a seção resultados e discussão será dividida em 2 subseções, perfil 
dos entrevistados e Indústria 4.0. 
Perfil dos entrevistados: 
Dentre eles, 71% são do sexo masculino, o que aponta ainda a disparidadeentre os sexos, principalmente em cargos superiores (GALE at al,1995), mas ao 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 11 de 74 
mesmo tempo aponta crescimento da parcela feminina na área nos últimos anos 
(QUEIROZ at al, 2014). 
A grande maioria dos entrevistados tem entre 25 e 39 anos, sendo 29% de 
25 a 29 e 36% de 30 a 39 anos, como mostrado na Figura 1. Tal porcentagem não 
necessariamente representa o cenário atual quanto a faixa etária de gestores em 
empresas, mas representa a faixa etária de gestores que utiliza mais ativamente 
redes sociais como ferramenta de trabalho. Como a proatividade e interação com 
ferramentas inovadoras é uma característica cada vez mais buscada em gestores 
de projetos e tal característica é mais vista nas novas gerações, este pode ser o 
motivo pelo qual a idade média de quem ocupa o cargo mais alto de uma empresa 
passou de 48 a 43 anos em 4 anos em 2009. Tal tendência também é notada para 
cargos de diretoria no geral, cuja média baixou de 44 para 42 anos (iG SAO PAULO, 
2010). 
 Figura 2 – Faixa etária dos entrevistados na pesquisa. 
 
Os entrevistados, de acordo com a pesquisa, são em sua maioria, novos 
em posições de gerência, sendo 21% de 0-1 ano na nova posição, 33% de 2-5 anos 
e apenas 4% com experiências superiores a 20 anos de gerencia. Além de cargos 
de gerencia serem mais frequentes a funcionários mais experientes, uma boa 
explicação para a maioria dos funcionários não ter tanto tempo para gerenciar é 
muitas vezes a falta de capacitação para cargos de gerencia na situação atual e 
alto custo de manutenção de posições de gerencia para funcionários que não estão 
atendendo aos objetivos esperados. Tal situação leva ao conhecido turnover, ou 
rotatividade de funcionários na empresa, que tem resultados muito negativos para 
os empresários, pelo alto custo associado a demissões e novos processos seletivos 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 12 de 74 
(SEBRAE NACIONAL, 2016). Assim, é provado mais uma vez a importância da 
capacitação de um gerente de projetos, que assim consegue visualizar a relevância 
das melhores práticas no mercado e se atualizar quanto a ferramentas de 
comunicação e trabalho (SANTOS, 2013). 
Dentre os entrevistados, todos eles têm formação superior em cursos de 
áreas exatas, 13% tendo cursado Administração, 4% Economia e os demais, 
Engenharia. Apesar do grande percentual de gestores com formação em 
engenharia, as empresas nos quais os entrevistados trabalham têm ramos 
variados, sendo apenas 21% na área de engenharia, mesmo percentual para a área 
de energia. O ramo da maioria das empresas é o de serviços, 25%, e além dessas 
três principais áreas, os entrevistados trabalhando em empresas variadas como de 
comércio, construção, hospitalar, logística, poder público e tecnologia da 
informação. Dentre os gestores, 65% possuem pós-graduação em gestão de 
projetos, 17% tem adicionalmente uma certificação PMP e 17% não tem nenhum 
tipo de certificação. Dentre os que não possuem pós-graduação ou certificação, 
75% trabalham em pequeno ou microempresas. 
A grande maioria dos entrevistados trabalham em empresas de grande ou 
médio porte, 38% em empresas de grande e 38% em empresas de médio porte e 
os demais eu empresas de pequeno porte, de poder público ou sociedade sem fins 
lucrativos. A maioria dos entrevistados estão localizados na região sudeste do pais, 
92%, com sua maioria em Juiz de fora, 46%. 58% estão localizados em Minas 
Gerais, seguidos de 21% em São Paulo, 8% no Rio de Janeiro, apenas na capital, 
e 4% no Espirito Santo, Vitoria e 8% em Goiás, Goiânia. Apenas 8% trabalha com 
projetos de até 100 mil, 38% trabalha com projetos de 100 mil a 1 milhão, 50% 
trabalham com projetos entre 1 a 10 milhões e apenas 4% com projetos acima de 
10 milhões. 
A Indústria 4.0: 
Na entrevista realizada, 46% dos entrevistados quantificaram como máximo 
(100%) os impactos perceptíveis da Indústria 4.0 no dia a dia das empresas, 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 13 de 74 
seguidos de 33% apontando o impacto como elevado (80%), 17% como médio 
(60%) e apenas 4% como nulo, como mostrado na Figura 2. 
 
Figura 3 – Impactos da Indústria 4.0 no dia a dia das empresas. 
 
Quanto aos impactos da Indústria 4.0 na gestão de projetos, 4% dos 
entrevistados concordam em 100% que os impactos da Indústria 4.0 são notórios 
no gerenciamento de projetos e consideraram diariamente em sua gestão 
flexibilidade e adaptabilidade quanto aos impactos impulsionados pelo mercado e 
valores percebidos pelo cliente. No mesmo quesito, 38% dos entrevistados 
concordam em 80%, 33% dos entrevistados concordam em 60% e 17% concordam 
em 40% com a afirmativa, como também mostrado na Figura 3. 
Figura 4 – Impactos da Indústria 4.0 no gerenciamento de projetos. 
 
Dos 24 entrevistados, 75% concordam 100% na importância dos dados de 
um projeto, na transformação em um repositório de valor para toda a equipe, 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 14 de 74 
servindo de base para tomada de decisões estratégicas na execução de outros 
projetos, como mostrado na Figura 4. 
 
Figura 5 – A importância dos dados de um projeto como ferramenta 
gerencial. 
 
Dando sequência ao assunto, 25% dos entrevistados concordam em 100% 
com a utilizando de lições aprendidas e sua aplicação como ferramenta gerencial, 
33% concordam em 80% e 38% concordam em 60%, como mostra a Figura 5. 
Figura 6 – A importância das lições aprendidas de um projeto como 
ferramenta gerencial. 
 
Os itens mais utilizados no dia a dia dos entrevistados são os relatórios 
simplificados, totalizando 27% do total, em segundo ficou o conceito "Inteligência 
de Negócio", ou business intelligence, com 24% do total e a automação dos 
processos ficou em terceiro, com 21%, como apresentado na Figura 6, confirmando 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 15 de 74 
a tendência do uso de tais instrumentos para a gestão de projetos, introduzido com 
a Indústria 4.0. 
 
Figura 7 – Ferramentas/conceitos introduzidos no dia a dia de projetos 
(Indústria 4.0). 
 
Além disso, as tecnologias apontadas como mais implementadas com o 
advindo da quarta revolução industrial são mostradas na Figura 6. Nela, 22% dos 
entrevistados apontou as redes de comunicação como ferramenta mais 
implementada, 13% apontaram o Cloud Computing e 11% a virtualização 
(digitalização). É importante salientar que a percepção da maior implementação de 
uma ferramenta ou outra por parte dos entrevistados pode se justificar pela 
compatibilidade da ferramenta com o tipo de negócio ou estratégia da empresa. 
Porém, de forma geral, pode-se perceber através do feedback dos gestores 
entrevistados que ferramentas de análise de dados e interconectividade têm sido 
introduzidas e usadas ativamente no âmbito empresarial. 
 
 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 16 de 74 
 
 
Figura 8 - Tecnologias introduzidos no dia a dia de projetos (Indústria 4.0). 
 
Dos 24 entrevistados, 79% conseguem perceber que além do 
conhecimento técnico, o gestor de projetos deve possuir conhecimento estratégico, 
de negócio e liderança, como mostrado na Figura 8. Quanto aos impactos da 4° 
revolução industrial ao longo do planejamento e execução do projeto, 62% dos 
entrevistados acreditam totalmente (100%) que que o projeto deve ser modelado 
ao longo da execução com a participação ativa do cliente, seguidos de 17% 
concordam muito (80%) e 21% que concordam em partes (60%) com a afirmativa, 
como mostrado na Figura 9. Apesar dos graus de percepção variados, todos os 
entrevistados conseguem perceber a importância da capacitação e do perfil 
proativo do gestor de projetos e da influência do cliente em projetos, tornando as 
entregas na era da Indústria 4.0 cada vez mais personalizadas. 
Figura 9 – Conhecimentos de um gestor. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 17 de 74Figura 10 – Modelação do projeto de acordo com o cliente. 
 
Indo mais a fundo quanto às qualificações de um gestor de projetos, foi 
perguntado aos entrevistados quais deveriam ser as habilidades do profissional e o 
alinhamento das respostas foi visível, evidenciado na Tabela 1. Na tabela a grande 
maioria aponta que apenas conhecimento técnico não é o suficiente, muito menos 
fazer entregas seguindo o escopo inicial e os indicativos. Ao contrário, a grande 
maioria apontou como importantes habilidades do gestor de projetos atual a 
formação multidisciplinar, bom relacionamento com as partes interessadas, 
desenvolver senso crítico de forma saudável ao projeto, ter know-how em variados 
aspectos do projeto, habilidades de liderança e habilidades estratégicas para o 
gerenciamento do projeto. Curiosamente, pesquisas de mercado e foco no cliente, 
apesar de também destacadas, tiveram menos relevância para os entrevistados. 
Tal resultado sugere mais atenção dos gestores a esse aspecto, uma vez que foco 
no cliente e no mercado são extremamente importantes para a competitividade do 
cenário econômico atual e podem ser um diferencial em análises de desempenho. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 18 de 74 
Quanto aos impactos trazidos pela Indústria 4.0 mais perceptíveis, a 
maioria dos entrevistados apontaram as facilidades de monitoramento, medição, 
compartilhamento e ajuste nos projetos com o uso de dispositivos digitais. Fatores 
também muito apontados pelos entrevistados nesse quesito foram a necessidade 
de combinação de conhecimentos técnicos com conhecimentos estratégicos, 
adaptação e interação com ferramentas digitais na gestão de projetos, além de 
crescimento do foco no cliente. Esses e demais impactos apontados nessa 
pesquisa são apresentados na Tabela 2. 
Tabela 1 - Gestor de projetos da industrial 4.0, quanto a habilidades que 
deverão ser adquiridas. 
Novo profissional gestor de projetos da industrial 
4.0, quanto a habilidades que deverão ser 
adquiridas 
Habilidades 
(%) 
Novo profissional gestor de projetos da industrial 4.0, 
quanto a habilidades que deverão ser adquiridas 
0% 
Somente conhecimento técnico é o suficiente. 0% 
Fazer a entrega do projeto seguindo o escopo, 
somente 
8% 
Preocupar-se com indicadores positivos conforme 
planejado, sem aferir junto a cliente os reais 
resultados físicos e de fidelização do mesmo junto a 
empresa 
25% 
Desenvolvimento de senso de urgência 75% 
Possuir formação multidisciplinar 71% 
Ter bom relacionamento com as partes interessadas 58% 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 19 de 74 
Realizar pesquisas quanto ao mercado e atualizar-se 
sempre 
71% 
Desenvolver senso crítico, de forma saudável ao 
projeto 
58% 
Ter o cliente como foco, entendo o que é valor para 
ele em um projeto 
67% 
Know-how tecnologia da informação, controle de 
qualidade, segurança do trabalho e recursos humano 
71% 
Ter habilidades de liderança 67% 
Outros O% 
 
Tabela 2 - Impactos trazidos pela Indústria 4.0, mais perceptíveis no dia a dia 
de projetos. 
Impactos trazidos pela Indústria 4.0, mais 
perceptíveis 
Impactos (%) 
Através da utilização de dispositivos digitais, 
praticamente tudo pode ser monitorado, medido, 
compartilhado, ajustado, de forma simples e mais 
assertiva 
95,8% 
As equipes estão auto organizadas, utilizando sempre 
a inteligência coletiva como princípio organizacional 
20,8% 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 20 de 74 
O foco no cliente (e sua experiência), puxa a execução 
dos projetos 
58,3% 
O engajamento dos envolvidos no projeto ultrapassa a 
barreira organizacional, através de plataformas de 
colaboração digital, podendo saber como os 
especialistas do outro lado do mundo tem solucionado 
os problemas nos projetos 
33,3% 
O Líder de Projetos, precisa cada vez mais interagir 
com atores/ferramentas existentes nesse cenário. 
Com a automação de processos, reduzir riscos e 
perdas, através da simulação de soluções, avaliando 
os resultados, antes de alocar recursos para o projeto 
66,7% 
A economia 4.0 reafirma que os elementos estão todos 
conectados. Interna e externamente ao ambiente 
usual do projeto. Se o mercado muda o seu projeto 
deve mudar. Se a economia muda o seu projeto segue 
o mesmo caminho 
45,8% 
O conhecimento técnico em projetos, para um gestor 
é o mais importante neste novo cenário. 
4,2% 
O conhecimento técnico em projetos, deve ser 
combinado com conhecimentos estratégicos e 
negócios e de liderança, para um gestor. 
70,8% 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 21 de 74 
As sociedades digitais são um caminho sem volta. 
Adaptar-se a ela é de fundamental importância para 
realização e sobrevivência dos projetos 
70,8% 
As empresas devem ignorar os impactos da Indústria 
4.0, manter-se contemporâneos. Sem levar em 
consideração o quanto se faz necessário adaptar-se a 
novas rupturas, para manter-se no mercado 
econômico, sobrevivendo a uma economia muito mais 
competitiva e dinâmica 
0,0% 
Para o mundo corporativo, inovar é permanecer-se 
vivo! As empresas precisam constantemente se 
reinventar para se manterem em um mercado de 
altíssima competição. Garantir um ambiente propício a 
inovação e aberto a novas de ideias é um desafio 
diário dos gestores atuais. 
33,3% 
Outros 0,0% 
 
Conclusões: 
Através de questionários respondidos por gestores de projetos atuantes na 
região sudeste e centro-oeste do Brasil, foi possível mapear a grosso modo o perfil 
do gestor de projetos atual no país e suas opiniões e percepções sobre a Indústria 
4.0. A maioria dos respondentes são homens, têm faixa etária entre 25-39 anos, 
trabalham de 0-5 anos com gestão de projetos, em empresas de médio a grande 
porte e com projetos que variam de R$ 100mil - 1 milhão e tem algum tipo de 
qualificação ou certificação para o cargo. O fator mais importante discutido ao 
analisar esses dados é a diminuição da faixa etária de cargos de liderança, que 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 22 de 74 
pode estar ligado a maior facilidade das novas gerações na interação com 
tecnologias inovadoras. Além disso, o tempo relativamente curto da atuação da 
maioria na área de gestão chama atenção, o que pode indicar alta rotatividade de 
cargos e a conseguinte necessidade de qualificação dos gerentes de projetos para 
se manter na posição, principalmente com os novos desafios trazidos pela Indústria 
4.0. 
Quanto à análise da Indústria 4.0, a maioria dos entrevistados apontou seu 
elevado impacto, tanto na indústria, quanto na gestão de projetos nas empresas e 
grande relevância de coleta de dados e lições aprendidas no ambiente de projetos 
atual. Ferramentas como relatórios simplificados, bussiness intelligence e 
automação foram apontados como importantes itens introduzidos no contexto 
industrial atual, e que a maior implementação de ferramentas em empresas é a de 
redes de comunicação. Quanto às qualificações de um gestor de projetos, foram 
apontadas a necessidade de proatividade, formação multidisciplinar, interação com 
ferramentas inovadoras de comunicação, monitoramento, medições e ajuste, além 
de ter foco do projeto sempre no mercado e no cliente. Tais opiniões mostram a 
quão impactante e rápida tem sido a implementação da quarta revolução industrial 
na gestão de projetos, uma vez que a grande maioria dos profissionais trabalhando 
na área que participaram da pesquisa entendem e utilizam conceitos já trazidos por 
ela. Esse fenômeno se deve a grande interconectividade trazida pela Indústria 4.0, 
que facilita a disseminação de informações e induz grande competitividade 
empresarial. Dessa forma, os profissionais de gestão devem buscar sempre se 
atualizar e qualificar para usufruir das melhores práticas de gestão e garantir bons 
resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 23 de 74 
 
 
 
 
 Fundamentosda Indústria 4.0 – Página 24 de 74 
Capítulo 2. Conceitos Importantes 
2.1. Concepção da Manufatura Avançada 
Neste módulo: 
 Manufatura Avançada; 
 Impactos na Forma de Produzir; 
 Como o Brasil tem se apresentado diante disso tudo. 
Manufatura avançada: 
 Concepção, desenvolvimento e implantação de processos industriais 
inteligentes e sistemas integrados de tecnologia de informação e comunicação 
no chão de fábrica, utilizando práticas avançadas de produção voltadas aos 
conceitos de Manufatura 4.0, como o PIMS – Plant Information Management 
System. 
Fonte: Fundação CERTI. 
 Uma implicação relevante seria que, à medida que a base digital é incorporada 
ao chão de fábrica, torna-se possível que a produção se dê de forma mais 
individualizada e flexível e também menos intensiva em trabalho (com 
utilização de novos materiais e de novos processos e com o uso mais 
disseminado de robôs). 
Fonte: BNDES. 
IoT Industrial: 
 Consiste das máquinas conectadas à Internet e das plataformas de análises 
avançadas que processam os dados produzidos pelas máquinas. Os 
dispositivos de IoT variam de minúsculos sensores ambientais a complexos 
robôs industriais. A palavra “industrial” pode trazer à mente armazéns, 
estaleiros e instalações industriais, mas as tecnologias de IoT também podem 
fazer muito por uma vasta gama de setores, incluindo agricultura, assistência 
médica, serviços financeiros, varejo e propaganda. 
Fonte: HPE. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 25 de 74 
O que muda na forma de produzir: 
 Alto grau de customização; 
 Controle apurado da produção; 
 Alto grau de qualidade final; 
 Descentralização do processo produtivo; 
 Aumento de integradores/ montadores. 
Brasil e a 4ª Revolução Industrial: 
 Crescimento de StartUps para soluções no setor industrial; 
 SENAI em diversos estados contam com iniciativas; 
 O Brasil está preparado para a Indústria 4.0? 
“Tecnologicamente, as inovações que compõem a chamada quarta 
Revolução Industrial já são realidade, acessíveis a empresas de todo o mundo, pois 
a capacidade computacional e a automação cresceram muito e ficaram bem mais 
baratas.“ 
- Avalia o tecnologista Jorge Lopes dos Santos, assessor da Direção do 
Instituto Nacional de Tecnologia. 
 
Conclusão: 
É preciso equilibrar País Industrializado x País Integrador, fazer com que o 
desenvolvimento da indústria seja algo planejado. Promover iniciativas locais podem 
trazem grandes efeitos. O equilíbrio permite obter mais infraestrutura e 
consequentemente uma indústria mais integrada, permitindo a distribuição de 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 26 de 74 
diversos setores industriais passam a explorar a 4ª Revolução Industrial avaliando os 
benefícios da implantação e integralização. 
 
2.2. Paradigma da Manufatura Avançada 
Neste módulo: 
 Mudança na forma de produzir; 
 Redução de custos; 
 Integração de processos; 
 Amplo uso da eletrônica. 
Novo paradigma: 
Da divisão do trabalho a especialização da mão de obra. 
A emergência de novas tecnologias como Big Data, Internet das Coisas e 
manufatura aditiva cria as bases para essa nova revolução industrial. E, com ela, 
surgem uma série de mudanças de paradigma que mudam o jeito de enxergar o 
funcionamento de uma indústria e o processo que faz um produto chegar até ao 
consumidor (GRILLETTI, 2017). 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 27 de 74 
Mudanças: 
Manufatura Avançada está no centro do debate mundial sobre produtividade 
e inovação dos meios de produção. Considerada a quarta revolução industrial 
(antecedida pela mecânica, elétrica e digital), o novo paradigma vai exigir adaptação 
dos profissionais, pois com fábricas ainda mais automatizadas novas demandas 
surgirão enquanto algumas deixarão de existir. 
Fonte: UFSC 
Não basta controlar os processos, será necessário interagir as informações 
do processo produtivo com toda a cadeia de suprimentos. O consumo mudou: menos 
carro, menos alimento processado, menos bebida, menos fumo, menos é mais. O 
mercado cada vez mais demanda de produtos e serviços focados nas necessidades 
dos usuários e consumidores. 
Venda por impulso muda para Venda por indicação, e o produto deve ter a 
capacidade de solucionar problemas cada vez mais particulares no mercado. 
Máquinas produzindo máquinas: 
Figura 13 – Robôs soldadores. 
 
Fonte: Automotive business. 
 [...] a expectativa é que num futuro tecnológico próximo, sem a interferência de 
funcionários, máquinas fabricarão continuamente e sob medida (com um 
baixíssimo índice de defeitos) diferentes componentes encomendados pelo 
sistema logístico. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 28 de 74 
Fonte: Gartner (Amberg) 
 O nível de capacidade de produção integrada aumenta. Isso faz com que as 
fábricas desenvolvam tecnologicamente e também na gestão de processos 
mais inteligentes, o que torna a indústria mais preparadas para múltiplas 
montagens/ produções. 
[...] na funilaria de uma fábrica automotiva em Betim-MG, 600 robôs trabalham 
integrados em rede. 
Fonte: Pedro Kutney, AB | de Betim (MG). 
Tudo para reduzir custos: 
 Essas tecnologias combinadas geram conjuntos de oportunidade de 
manufatura competitiva sem precedentes. 
 A expectativa é que até 2025, os processos relacionados à Manufatura 
Avançada poderão reduzir custos de manutenção de equipamentos (10% a 
40%), reduzir o consumo de energia (10% a 20%) e aumentar a eficiência no 
trabalho (10 a 25%). 
Fonte: McKinsey (2016). 
Integração na manufatura: 
 "Todos os elementos da cadeia de suprimentos (materiais, produtos e 
recursos) passam a ter uma identificação de tipo IP (internet protocol), o que 
aumenta sua rastreabilidade e possibilidade de controle. A virtualização dos 
produtos, incluindo todas as suas características físicas e de engenharia, por 
sua vez, amplia as possibilidades de customização à distância, feitas pelo 
próprio consumidor final." 
– Ressalta Manoel Saisse, tecnologista da área de Engenharia de Avaliações 
e de Produção do INT. 
Exemplo: Fábrica de automóveis instalada na região central de Minas Gerais. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 29 de 74 
 
Figura 16 – Carrinhos-robôs. 
 
Fonte: Automotive business. 
[...] carrinhos-robôs entregam os componentes de cada carro assim que ele 
entra na linha, conforme a programação de produção. 
Fonte: Pedro Kutney, AB | de Betim (MG). 
 
Conclusão: 
A manufatura avançada surge com o propósito de tornar os processos 
produtivos mais enxutos, com aumento da qualidade do produto e redução de custos 
de produção. Para que os investidores consigam enxergar os benefícios da 
implantação da manufatura avançada e encarar os desafios para sua implantação, 
cada empresa precisa compreender seu espaço neste novo contexto. 
Investir só em Tecnologia não é suficiente, a gestão de qualquer negócio é 
peça-chave para que o sucesso aconteça e isso já não é novidade para ninguém. É 
preciso debater com continuidade as formas de fazer isso e como as coisas estão se 
transformando. É necessário que a indústria foque em Pesquisa e Desenvolvimento 
em conjunto com outras empresas e setores. A cadeia logística mudou mais uma vez, 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 30 de 74 
fazendo com que os processos de fabricação estejam interligados entre fornecedores, 
fábrica e consumidor, tornando a indústria um setor que passa a trabalhar pensando 
no produto personalizado. 
 
2.3. Elementos da Indústria 4.0 
Neste módulo: 
 O que caracteriza a Indústria 4.0. 
 Compreensão dos elementos e seu efeito na produção. 
 Impactos para a indústria. 
 Impactos para o profissional. 
Pilares para a 4ª Revolução Industrial: 
Diante da evolução a serviço da indústria, foram criados sistemas de 
produção inteligentes, o que envolve a união de tecnologiasfísicas e digitais e a 
integração de todas as etapas do desenvolvimento de um produto ou processo, o que 
traz como grande impacto positivo mais eficiência e aumento da produtividade. Para 
tanto, algumas bases tecnológicas e digitais se evidenciam na Indústria 4.0, sendo: 
 Tempo real: 
– Acompanhar e analisar dados em tempo real, garantindo maior 
assertividade na tomada de decisões. 
– Saber todas as etapas do processo no momento em que elas 
acontecem. 
Fonte: ESS. 
– Consiste na aquisição e tratamento de dados de forma instantânea, 
permitindo a tomada de decisões em tempo real. 
Fonte: Bruno Faustino (2016). 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 31 de 74 
 Virtualização: 
– A simulação computacional já é uma realidade, porém, a revolução da 
indústria propõe o monitoramento remoto dos processos de produção, 
a fim de evitar eventuais falhas e tornar a rede de produção mais 
eficiente. 
– A virtualização dos processos industriais permite a rápida tomada de 
decisão através de simulação computacional utilizando dados reais 
coletados em tempo real. 
Fonte: ESS. 
 Descentralização dos processos decisórios: 
– Com o propósito de melhorar a produção na indústria, sistemas 
ciberfísicos tomam decisões com base em análise de dados. 
– Isso sem depender de ação externa, tornando a tomada de decisão 
mais segura e certeira. 
 Modularização: 
– Neste conceito, o sistema é dividido em módulos, ou seja, em partes 
distintas. 
– Desta forma, uma máquina irá produzir de acordo com a demanda, visto 
que irá utilizar somente os recursos necessários para a realização de 
cada tarefa, garantindo otimização na produção e economia de energia. 
– Produção de acordo com a demanda, acoplamento e desacoplamento 
de módulos na produção. O que oferece flexibilidade para alterar as 
tarefas das máquinas facilmente. 
Fonte: Bruno Faustino (2016). 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 32 de 74 
 Orientação a serviços: 
– São utilizados softwares e instrumentos com arquitetura orientada a 
serviços, também conhecidos como Internet of Services ou Industry as 
Service. 
Fonte: ENGPROCESS. 
Como pode impactar sua empresa? 
 Tomada de decisões instantânea e descentralizada 
[...] sistemas ciberfísicos tomam decisões com base em análise de dados, 
sem depender de ação externa, tornando a tomada de decisão mais segura e certeira. 
Fonte: ESS. 
Figura 17 – Sistemas ciberfísicos tomam decisões. 
 
Fonte: Reamp. 
Otimização na gestão de estoque: 
Com a gestão de inventário, a indústria pode gerenciar a demanda por 
produtos personalizados, porque é possível ter uma visão das táticas operacionais, 
principalmente as que impactam o design, montagem e armazenagem. Então, por 
mais que o depósito pareça apenas um ‘local de armazenagem’, ele é o coração da 
empresa, e o lugar onde, de fato, a tecnologia para Gestão de Estoque pode ser 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 33 de 74 
estratégica para o fluxo de caixa, ajudando a melhorar, inclusive, o relacionamento 
com os consumidores. 
Fonte: Gabriel Lobitsky (2017). 
Redução de perdas com baixa produtividade: 
Sistemas integrados a I.A Inteligência Artificial e IoT Internet das Coisas 
permitem reduzir perdas como: 
– Perdas por falhas administrativas: compra de materiais incorretos, 
falta de instruções, emissão de notas fiscais erradas ou retirada de 
materiais por engano. 
– Perdas por falhas operacionais: falta de planejamento ou 
simplesmente por não serem realizadas da forma correta. 
– Perdas por desorganização: ocasiona perdas de tempo. Um exemplo 
é uma pessoa precisar de determinada ferramenta e não encontrar no 
local correto. 
– Perdas por logística: muitas vezes um layout de uma fábrica não é 
definido de forma adequada, fazendo com que o fluxo de material 
durante o seu processamento demore mais tempo do que o necessário 
ou que as pessoas gastem mais tempo para se movimentando ao 
executar o trabalho. 
– Perdas de tempo devido à medições e ajustes: Excessivos: ajustes 
excessivos no ambiente, nas ferramentas de trabalho e medições 
desnecessárias também ocasionam perdas. 
Fonte: Cristiano Bertulucci Silveira (2018). 
Virtualização e digitalização: 
– A virtualização tem como papel principal proporcionar elevados ganhos 
de eficiência, simplificar a adoção de novas tecnologias e permitir a 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 34 de 74 
melhor gestão sobre um conjunto cada vez maior de sistemas que 
controlam toda a cadeia produtiva. 
Fonte: A Voz da Indústria. 
Digitalização: 
– Sinteticamente, a Indústria 4.0 proporciona ganhos de natureza 
sistêmica porque promete: 
1. Utilizar a expertise administrativa do setor de software na alocação de 
recursos, produção de componentes e no gerenciamento das obras; 
2. Controlar etapas e processos produtivos. 
3. Estabelecer requisitos de performance associados ao equipamento, 
garantindo a manutenção adequada no tempo estabelecido a prestação 
de serviços de qualidade e segurança aos usuários. 
Fonte: Uirá Falseti (2016). 
 Novos produtos e serviços: 
– O jeito como as pessoas usam os produtos hoje indica aos 
empreendedores como será o design do futuro. Os dados gerados a 
cada uso — que vão do modo como você dirige, assiste televisão, se 
exercita e até dorme — vão moldando os produtos que veremos em 
breve nas prateleiras. 
– O resultado disso é que os novos produtos e serviços serão inspirados, 
mais do que nunca, no uso que o consumidor faz hoje dos produtos que 
tem, em uma abordagem de engenharia e design inteiramente centrada 
no consumidor. 
Fonte: Laís Grilletti (2017). 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 35 de 74 
 Demanda por conhecimento: 
– Evolução do profissional com formação multidisciplinar e flexível, além 
de domínio de novas ferramentas, idiomas e competências emocionais. 
São capazes de se adaptarem facilmente a uma nova cultura de 
negócios e habilitados socialmente para desempenhar trabalhos 
colaborativos. 
Fonte: Alessandro Nunes (2018). 
Como pode impactar o profissional? 
 Como profissional, você deve buscar conhecimento interdisciplinar nas áreas 
de sistemas de informação, automação e mecatrônica. O profissional da 
Indústria 4.0 é flexível, dinâmico e tem paixão pela inovação tecnológica. 
 Como empreendedor ou gestor, você precisa estudar os investimentos 
necessários para modernizar e, se preciso, reestruturar a sua planta para essa 
nova realidade. Provavelmente, será necessário investir em maquinário mais 
recente, que comporte a utilização de internet das coisas e demais tecnologias. 
Fonte: ENGPROCESS. 
Conclusão: 
Se voltarmos na história das revoluções industriais passadas, veremos que, 
tudo que foi desenvolvido não foi descartado nem ficou obsoleto. A quarta revolução 
promove a convergência das tecnologias passadas para um novo modelo que permite 
integra-las a uma rede ciber-física suficientemente inteligente capaz de reduzir 
custos, melhorar os processos, tomadas de decisões e a qualidade dos produtos. 
Existe uma mudança também nos setores de serviços, novos modelos de 
negócios surgem com o propósito de atender demandas particulares, onde cada 
cliente ou usuário sabe exatamente de sua necessidade. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 36 de 74 
Essa mudança faz com que a indústria precise se atualizar com maior 
frequência, não só em tecnologia, mas principalmente em mão-de-obra qualificada. 
Os profissionais e gestores precisam trabalhar com a interdisciplinaridade. E novas 
profissões surgem em função das mudanças tecnológicas e de novos modelos de 
negócios. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 37 de 74 
Capítulo 3. Elementos das Tecnologias Emergentes 
3.1. Sensorização 
Neste módulo: 
 Surgimento dos sensores. 
 Utilização na indústria. 
 O que contribuiu para a ascensão da 4ª Revolução Industrial. 
Sensores: 
 Sensor:instrumento físico que realiza leituras diretas ou indiretas. Tem como 
função principal monitorar um processo. 
 Por meio dos dados coletados por um sensor, decisões serão tomadas. 
Figura 1 – Sensor de uma câmera. 
 
História dos sensores: 
 O primeiro sensor que se tem notícia foi criado em 1592, por Galileu Galilei. 
 Ele usou um tubo invertido cheio de ar e água, no qual a elevação de 
temperatura exterior produzia dilatação do ar e a consequente alteração do 
nível da água. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 38 de 74 
Figura 19 – Galileu Galilei (1592). 
 
Fonte: Justus Sustermans (1636). 
Tipos de sensores: 
 Sensores de luz: células solares, fotodiodos, fototransistores, tubos 
fotoelétrico, CCDs, radiômetro de Crookes e sensor de imagem. 
 Sensores de som: microfones, hidrofone e sensores sísmicos. 
 Sensores de temperatura: termômetros, termopares, resistores sensíveis a 
temperatura (termístores), termômetros e termostatos. 
 Sensores de calor: bolômetro e calorímetro. 
 Sensores de radiação: contador Geiger e dosímetro. 
Figura 2 – (a) Radiômetro de Crookes, (b) Calorímetro, (c) Fotodiodo. 
 
 (a) (b) (c) 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 39 de 74 
 Sensores de partículas subatômicas: cintilômetro, câmara de nuvens e 
câmara de bolhas. 
 Sensores de resistência elétrica: ohmímetro. 
 Sensores de corrente elétrica: galvanômetro e amperímetro. 
 Sensores de tensão elétrica: eletrômetro e voltímetro. 
 Sensores de potência elétrica: wattímetro. 
Figura 3 – (a) Cintilômetro, (b) Multímetro, (c) Wattímetro. 
 
 (a) (b) (c) 
 Sensores magnéticos: compasso magnético, compasso de fluxo de porta, 
magnetômetro e dispositivo de efeito Hall. 
 Sensores de pressão: barômetro, barógrafo, indicador da velocidade do ar e 
variômetro. 
 Sensores de fluxo de gás e líquido: sensor de fluxo, anemômetro, medidor 
de fluxo, gasômetro, aquômetro e sensor de fluxo de massa. 
 Sensores químicos: eletrodo íon-seletivo, eletrodo de vidro para medição de 
ph, eletrôdo redox e sonda lambda. 
 Sensores de movimento: arma radar, velocímetro, tacômetro, hodômetro e 
coordenador de giro. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 40 de 74 
Figura 4 – (a) Sensor de Efeito Hall, (b) Fluxo de Água e (c) Íon-Seletivo. 
 
(a) (b) (c) 
 Sensores de orientação: giroscópio, horizonte artificial e giroscópio de anel 
de laser. 
 Sensores mecânicos: sensor de posição, selsyn, chave e strain gauge. 
 Sensores de proximidade: um tipo de sensor de distância, porém menos 
sofisticado, pois apenas detecta uma proximidade específica. Uma 
combinação de uma fotocélula e um LED ou laser. Suas aplicações são nos 
telefones celulares, detecção de papel nas fotocopiadoras, entre outras. 
 Sensores de distância: tipo radar. 
Figura 5 – (a) Giroscópio, (b) Proximidade e (c) Strain Gauge. 
 
(a) (b) (c) 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 41 de 74 
Aplicações na Indústria Tradicional: 
Criados em 1950, os sensores tornaram-se ao longo dos anos peças 
fundamentais à automação industrial. Estes produtos são responsáveis pela detecção 
de quaisquer movimentações no ambiente fabril, seja para contagem de material, 
controle de direção, até nível de fluidos e verificação de material dentro do recipiente. 
Há ainda os sensores utilizados para a segurança dos profissionais que 
operam o maquinário (NR-12). 
Na indústria tradicional, os sensores são utilizados para fazerem a coleta de 
dados de funcionamento de equipamentos e também realizarem o controle de 
funcionamento das máquinas ou planta como um todo. 
Figura 6 – Configuração dos sensores na indústria tradicional. 
 
Nesse modelo de indústria, os sensores seguem uma configuração conforme 
mostrado na Figura 19. 
É conceito padrão da indústria tradicional manter a seguinte configuração de 
sistemas sensoriais: 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 42 de 74 
1. Dispositivos de coleta de dados do campo conectados a um barramento de 
campo. 
2. Possuir uma central CLP conectada ao barramento, que recebem os sinais dos 
sensores com dados das máquinas definido como um nível de controle. 
3. Obtém uma central que realiza a Gestão dos Processos de operação das 
máquinas. 
4. Controle do processo produtivo. 
5. Nível que libera informações para o setor empresarial, o qual recebe todos os 
dados gerados pelos sensores e os convertem em informações para tomada 
de decisão. 
Aplicações na Indústria 4.0: 
A principal proposta do uso de sensores na Indústria 4.0 visa trazer o nível de 
controle de dados e as informações da fábrica para tempo real, assim como um maior 
controle do processo produtivo e da qualidade do produto. 
Figura 21 – Configuração dos sensores na Indústria Tradicional. 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 43 de 74 
Assim, conforme mostrado na Figura 21, as novas tecnologias de sensores 
embarcadas na Indústria 4.0 propõe dispositivos que desde o campo nos processos 
de coleta de dados já estejam conectados a uma rede de internet, a qual as máquinas 
possam estar conectadas entre si e comunicando em tempo real. 
Outro ponto é o acesso a dados mais precisos que os gestores podem ter em 
tempo real, que somados a precisão da inteligência artificial podem monitorar e tomar 
decisões mais assertivas. 
Informação interconectada: 
Nesse âmbito, a proposta de utilização de sensores mais inteligentes fica 
muito mais desafiadora. 
Trata-se de integração global de dados e informações. 
 
Digitalização: 
 Sensores podem ser analógicos ou digitais. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 44 de 74 
 A partir do momento em que os sensores ficaram menores, com menor custo, 
precisão de leitura e os dados eram transmitidos de forma binária para centrais 
integradas com a planta, a forma de produzir mudou mais uma vez. 
 “A digitalização é o primeiro passo para a indústria entrar nesse novo patamar 
tecnológico. Em outros países como Alemanha, China, Coreia do Sul, Japão e 
EUA, nos quais a Indústria 4.0 está mais avançada, ela já propiciou aumento 
da produtividade, redução de custos de manutenção de equipamentos, 
consumo de energia e aumento da eficiência do trabalho. ” 
Fonte: ITForum365. 
Conclusão: 
 Moore tinha razão. 
 Quanto mais sensores e a leitura em tempo real, mais produtividade. 
 O desenvolvimento não para, a prototipação se torna mais fácil. 
 
3.2. Modularização 
Neste módulo: 
 Conceito de módulo. 
 Modularização na indústria. 
 Importância para a consolidação da Indústria 4.0. 
O que é um módulo? 
 “Módulo é uma unidade planejada segundo determinadas proporções e 
destinada a reunir-se ou ajustar-se a outras unidades análogas, de várias 
maneiras, formando um todo homogêneo e funcional.” 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 45 de 74 
 
Fonte: Ferreira, 1988: 438 
 “... produtos com características mais específicas e com ciclos de vida cada 
vez mais curtos, levam a linhas de produção ou montagem que precisam ser 
remanejadas com setups mais rápidos e eficazes, portanto a opção é não 
depender de linhas rígidas e com células dependentes. 
 Opção por criar Centros de Trabalho mais independentes possível, ou que 
possam ser dinamicamente substituídos mediante falha. ” 
Fonte: A Voz da Indústria. 
Produtos modulares: 
 Os produtos chamados de modulares podem ser entendidos como sistemas 
completos, que executam suas funções através de diferentes módulos 
interligados entre si. Estes módulos podem se combinar de diferentes 
maneiras, formando uma variada gama de produtos. 
Fonte: FIDO Edu. 
 “O termo ‘produto modular’refere-se, tradicionalmente, a produtos que são 
desenhados para satisfazer a uma variedade de requisitos com várias 
combinações. A maior proposta por trás da modularização é a produção de 
uma variedade de produtos racionalizados e o conceito de modularização é 
relativamente amplo de modo que o conceito é de um design para a 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 46 de 74 
variabilidade, um design para família de produtos e desenvolvimento de 
plataformas. ” 
Fonte: Blackenfelt, 2001, Apud. Cardozo, 2005: 23. 
Exemplo na Indústria Automotiva: 
 Por exemplo, diversos componentes mecânicos menores como pistão, rodas 
e engrenagens, podem ser agrupados de modo a fazer parte de sistemas 
maiores como motor, suspensão, plataforma/chassi, câmbio e estes, por sua 
vez, podem compor um único módulo que constitui todo o sistema mecânico 
do automóvel. 
Fonte: Fido EDU. 
 A Mercedes-Benz já utiliza o conceito de modularidade em seus automóveis 
há algum tempo. A empresa que sempre se caracterizou pela produção de 
automóveis de luxo, lançou no Salão do Automóvel de Detroit em 2008 os 
modelos S 300 BLUETEC HYBRID e o ML 450 HYBRID, projetados com 
tecnologia modular. As duas versões são equipadas cada uma com dois tipos 
de motores: um à gasolina e outro elétrico com um sistema hibrido. 
 
 A própria fábrica da Volkswagen de Resende produz caminhões sob 
encomenda, no sistema conhecido como Tailor Made. O veículo é feito a partir 
da necessidade do cliente, que na maioria das vezes são grandes empresas 
de transporte, que necessitam de produtos especiais para funções especificas. 
Fonte: Fido EDU. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 47 de 74 
 
 No atendimento ‘Tailor Made’, o caminhão é montado segundo as preferências 
do consumidor: motor; caixa de câmbio; relação de eixo traseiro; medidas de 
distância entre eixos; acabamentos de cabine e cor, adequando, ainda mais, o 
veículo à aplicação ou vocação a que se destina. A Volkswagen é a primeira 
montadora no país a produzir e vender modelos personalizados em escala 
industrial. 
Fonte: Diário do Vale: 2000. 
 
Quarta Revolução Industrial: 
Uma tecnologia de confiança. 
Historicamente, a confiança era acrescentada aos produtos ou transações 
conforme eles caminhavam pela cadeia de valor de sua fabricação. Registros físicos 
ou eletrônicos rastreavam todos os objetos para provar sua origem, seu destino, 
quantidade e história. 
 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 48 de 74 
Figura 7 – Livro: Aplicando a Quarta Revolução Industrial. 
 
Fonte: Klaus Schwab. 
Conclusão: 
 Os módulos reforçam o princípio de descentralização da 4ª R.I. 
 A conectividade, principalmente wireless, com o real time potencializarão este 
princípio. 
 As aplicações são variadas. 
Próximo módulo: 
 O que é real time? 
 Quais são os seus mecanismos? 
 Qual a sua contribuição para a Indústria 4.0? 
 Você já se irritou com o atraso na transmissão do seu jogo preferido? 
 
3.3. Tempo real 
Neste módulo: 
 Processamento de dados em tempo real. 
 Coleta de dados. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 49 de 74 
 Arquitetura de real time. 
 
O que é real time? 
 O que você acharia de acompanhar todo os indicadores de desempenho de 
sua planta industrial em tempo real, como taxa de rotatividade de produtos, 
percentual de ocupação de postos de trabalho, estimativa de tempo de 
produção de cada módulo, entre outros parâmetros? 
 Real time (tempo real): capacidade de leitura de dados no chão de fábrica de 
forma segura, rápida e útil para o processo decisório industrial. 
Consequências do real time: 
 As constantes pressões por redução de margem de lucro, melhoria de 
qualidade de produtos e segurança operacional que a indústria de 
processamento vem sofrendo, tem levado as mesmas a utilizarem ferramentas 
especializadas de otimização de processos. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 50 de 74 
 Nas décadas de 1980 e 1990, esta indústria investiu fortemente na utilização 
de ferramentas de otimização estacionária em tempo real (RTO) nas formas 
on-line e off-line. 
Fonte: ALMEIDA, Euclides 2011. 
Real time dinâmico: 
 Esta tecnologia já atingiu o seu grau de maturidade. Porém, está limitada pelas 
suas características estacionárias, não tendo capacidade de otimizar 
processos diante das perturbações frequentes, tais como alterações de 
qualidade e quantidade de carga, transições decorrentes de alterações de 
programação de produção ou de receita de uma produção em batelada, ou 
semi-batelada, dentre outros. 
 Para cobrir este espaço, a otimização dinâmica em tempo real (DRTO) é a 
tecnologia adequada para reduzir a quantidade de produtos fora de 
especificação e otimizar o lucro operacional diante destas perturbações. 
Fonte: ALMEIDA, Euclides 2011. 
Características do ambiente real time: 
 Insights: para mostrar onde a operação pode economizar e lucrar – em tempo 
real. Gestores podem customizar os dashboards e focar nas métricas mais 
relevantes para cada situação, obtendo insights para tomada rápida e precisa 
de decisões. 
 Simplificação: não interrompe operações, além de proporcionar ampla 
plataforma de compatibilidade. Da implementação à operação, simplifica o 
trabalho de gestores e técnicos nos ambientes cada vez mais complexos das 
unidades fabris conectadas. 
 Segurança: controle máximo sobre o que trafega nas redes para garantir a 
segurança de sistemas, máquinas e pessoas na Indústria 4.0. É necessário a 
customização de alertas e dashboards para que a equipe de segurança atue 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 51 de 74 
com foco total, baseada em sua própria estratégia de proteção sobre 
ambientes altamente complexos. 
 Transações: avalia a qualidade das transações em todas as pontas, do Data 
Center à experiência do usuário, passando pelas linhas de produção 
inteligentes. Com a transformação digital da indústria, monitorar a qualidade 
transacional é uma necessidade crítica. 
 Visibilidade: a solução captura dados e monitora todas as transações entre 
os dispositivos conectados (IIoT), sistemas, aplicações e infraestrutura de TI, 
fornecendo visão 360 graus das operações. Com esse nível de visibilidade, 
lideranças e especialistas identificam imediatamente a causa raiz de falhas, 
mantendo a produtividade e a eficiência da linha de produção – e do negócio 
como um todo. 
Fonte: ZERUM. 
Real time – Telemetria e exemplos: 
Atualmente, WinTAX4 está, sem dúvida, no topo do ranking das aplicações 
de PC para aquisição e análise de dados em competições Motorsport. Este é o 
resultado de mais de 20 anos de evolução contínua e estreita parceria com as equipas 
de topo na F1, DTM, WRC, Le Mans Series, GT, MotoGP e SuperBike. 
Fonte: Magneti Marelli. 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 52 de 74 
Os fabricantes precisam colaborar, monitorar e comunicar dados disponíveis 
ao vivo para alcançar a excelência operacional. O Power BI ajuda sua equipe a 
monitorar dados em tempo real de várias fontes em um painel e fazer uma pesquisa 
detalhada para identificar problemas quando necessário. Receba alertas em tempo 
real com aplicativos móveis do Power BI e torne suas operações mais eficientes para 
obter maior agilidade e minimizar os tempos de resposta. 
Fonte: Microsoft. 
 
Conclusão: 
 Sem tempo real o lucro não vem. 
 Apoio para a manutenção preditiva. 
 Investimento após análise custo-benefício. 
Próximo módulo: 
 Por que ter um sistema digital copiando um sistema físico? 
 O que é a Virtualização? 
 A Virtualização como elemento da 4ª Revolução Industrial. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 53 de 74 
3.4. Virtualização 
Neste módulo: 
 Conceito de Virtualização. 
 O que são Gêmeos Digitais? Qual a importância para a Indústria 4.0? 
Conceituando a virtualização: 
 Para o pessoal de TI trata-se do ato de criar uma versão virtual de qualquer 
coisa, incluindo a simulação de uma plataforma de hardware, sistema 
operacional, dispositivo de armazenamento ou recursos de rede, por exemplo. 
Fonte: Portnet. 
 
Virtualização na indústria: 
 A virtualização da indústria é uma prática que permite reproduzir o 
funcionamento das fábricas de forma fiel no ambiente digital. 
 Como pode ser aplicado a todas as etapas de produção, a tecnologia torna os 
processos mais inteligentes, permitindo antecipar problemas e tomar decisões 
estratégicas rapidamente. 
Fonte: A Voz da Indústria. 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 54 de 74 
A Virtualização possibilita uma arquitetura onde é possível executar diversos 
sistemas sem que seja necessário executá-los nos computadores de trabalho 
(Workstations). Todo o processamento e consumo de recursos das aplicações é 
realizado pelo servidor físico, e não mais nas workstations, o que permite que estas 
possam ser máquinas mais simples, ou até mesmo apenas “monitores”; também 
conhecidos como ThinClient, acessando o servidor e utilizando os sistemas de forma 
remota. 
Fonte: Yukon Automação. 
 
E os Gêmeos Digitais? 
 
 Desenvolvido para se comportar da mesma maneira do que seu 
correspondente no mundo real, o gêmeo digital é abastecido com dados desse 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 55 de 74 
irmão real, e assim tem a capacidade de simular condições de desempenho e 
funcionalidade desse objeto. 
 “O gêmeo digital é um passo a mais no processo de desenvolvimento de 
modelos. Em vez de você apenas simular, você consegue usar sinais reais do 
objeto em questão. Quanto mais informações você tiver, consegue 
desenvolver um gêmeo digital mais robusto.” (MAMEDE, L. G.) 
Fonte: Siemens/ Estadão. 
 O apelidado “gêmeo digital” trata-se, então, de uma cópia digital de um navio 
real – incluindo seus sistemas – que sintetiza a informação disponível sobre o 
navio num ecossistema digital. O uso de ‘gêmeos’ digitais permite a 
optimização, manutenção, produção e sustentabilidade de um navio durante 
todo o seu ciclo de vida. 
Fonte: Cargo Revista. 
 
Além do sistema supervisório: 
 Simulações já são utilizadas atualmente, assim como sistemas supervisórios. 
 No entanto, a Indústria 4.0 propõe a existência de uma cópia virtual das 
fábricas inteligentes. 
 Permitindo a rastreabilidade e monitoramento remoto de todos os processos 
por meio dos inúmeros sensores espalhados ao longo da planta. 
Fonte: CitiSystems. 
 
 
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Conclusão: 
 As simulações serão mais precisas e seguras com virtualização. 
 Setup de máquina e layout produtivo ganham com a virtualização. 
 Trata-se de um importante pilar para implantar a Indústria 4.0. 
 Última fronteira da Transformação Digital. 
Figura 8 – Digital Twin and Big Data Towards Smart Manufacturing and 
Industry 4.0: 360 Degree Comparison. 
 
Fonte: 
https://www.researchgate.net/publication/322512249_Digital_Twin_and_Big_Data_To
wards_Smart_Manufacturing_and_Industry_40_360_Degree_Comparison. 
 
 
https://www.researchgate.net/publication/322512249_Digital_Twin_and_Big_Data_Towards_Smart_Manufacturing_and_Industry_40_360_Degree_Comparison
https://www.researchgate.net/publication/322512249_Digital_Twin_and_Big_Data_Towards_Smart_Manufacturing_and_Industry_40_360_Degree_Comparison
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 57 de 74 
Capítulo 4. Aplicações das Tecnologias Emergentes 
Neste módulo: 
 Como ocorreram as Revoluções Industriais. 
 Contribuição incremental de cada Revolução Industrial. 
 Impactos na Tecnologia e Sociedade. 
 
4.1. Cibersegurança e CloudComputing 
Computação na nuvem e cibersegurança chegam à nossa realidade. 
Segundo Marc Andreessen, co-fundador da Netscape, Membro do Conselho de 
Administração do Facebook, todo garoto que sai de Harvard e todos os garotos que 
saem da escola agora pensam que podem ser o próximo Mark Zuckerberg, e com 
essas novas tecnologias como a computação em nuvem, e eles realmente têm isso 
a um triz. 
Recentemente, ataques a computadores e servidores fizeram com que muitas 
empresas e pessoas comuns ficassem reféns de sequestradores de dados. Parece 
um conto do Isaac Asimov, mas não, é realidade e não tenho uma boa notícia para 
você: isso se tornará mais comum do que possamos imaginar. 
Em dezembro de 2016, o ministro de defesa francês Jean-Yves Le Drian 
revelou uma nova ramificação das Forças Armadas francesas batizada de “Quarto 
Exército”, a qual atuará em conjunto com a Força Aérea, Marinha e Exército. No 
entanto, o domínio de responsabilidade do Quarto Exército será o espaço cibernético, 
palco que vem sendo utilizado com crescente frequência por atores estatais e não 
estatais. 
O Exército Cibernético francês consiste em 3.200 soldados, mais 4.400 
reservistas. Um avanço significativo comparado a 6 anos atrás, quando a defesa 
cibernética da França era realizada por apenas 100 soldados. O investimento inicial 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 58 de 74 
será de 1 bilhão de euros até 2019, uma vantagem considerável em relação aos 
sistemas de armas, exércitos e treinamento das Forças Armadas tradicionais, que 
são muito mais caras de se obter e manter. 
Cloud Computing: 
O termo vem sendo utilizado para designar o processamento de dados em 
servidores remotos e em rede. Tecnicamente é o máximo uso da Internet e seus 
recursos. Significa que você compra um software para controlar sua empresa que tem 
o desenvolvedor em Santa Catarina, suas operações são em Minas Gerais, mas os 
dados são processados e armazenados em qualquer lugar do mundo. 
As aplicações mais simples já usamos bastante. Fotos, dados 
compartilhados, agenda de contatos e outras informações do nosso smartphone 
podem ser encontradas e sincronizadas automaticamente em computadores e 
tablets. O compartilhamento de arquivos, backup e uso compartilhado seria outra 
aplicação cotidiana. Isso mostra a capacidade em termos as informações em mais de 
um dispositivo, ao mesmo tempo. 
O controle da empresa também se encontra na palma da mão. Os principais 
aplicativos para gerenciamento empresarial já têm suas versões on-line em celulares 
e tablets. O pedido de bebidas para o bar é processado on-line, toda uma rede 
logística se inicia e favorece a otimização dos recursos da empresa. Economia e 
rapidez, tudo o que o empresário queria. 
Ameaças reais: 
Mesmo com todas essas facilidades, algumas empresas ainda evitam ter 
seus dados flutuando para aqui e acolá. Empresas do Governo são as mais 
preocupadas. Imagina a quantidade de informações estratégicas para o país que 
poderiam ficar à mercê de pessoas ou países mal-intencionados. O privilégio de 
determinada informação poderia colocar em cheque toda a nossa economia. 
O sequestro de informações, as espionagens no ciberespaço e a fragilidade 
de alguns sistemas ainda geram ameaças reais e imediatas. Os servidores precisam 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 59 de 74 
atualizar suas defesas o tempo todo e estarem preparados para pesados ataques. 
Existem eventos do pessoal de TI só para testar sistemas e suas fragilidades. Os que 
mais têm crescidos no Brasil se chamam Hacklaton, um dia inteiro de estudantes 
tentando burlar poderosos sistemas. Hackers para o bem. 
Confiar desconfiando: 
Não tem volta, manter pesadas e caras estruturas de informática na empresa 
já é passado para muitas organizações. É bom manter uma equipe preparada para 
fazer o trabalho certo. Backups e redundância de canais de comunicação são 
algumas formas de prever problemas futuros. 
A Legislação Brasileira ainda não tem toda a regulamentação para o que 
ocorre na Internet. Por isso é bom tomar cuidado ao contratar serviços. Como dito, os 
seusdados podem se encontrar em um país que de repente sofre uma pane mundial, 
a mais de 10 mil km de distância e o seu negócio poderá ficar off-line. 
 
4.2. Inteligência Artificial 
A inteligência artificial irá dominar os negócios! Como disse Steve Wozniak, 
co-fundador da Apple, se construímos esses dispositivos para cuidar de tudo para 
nós, eventualmente eles vão pensar mais rápido do que nós e vão se livrar dos seres 
humanos lentos para que as empresas e seus negócios sejam mais eficientes. 
Não pense que apenas o Wozniak tem uma visão apocalíptica do futuro e as 
máquinas. Neste seleto clube, alertam também Bill Gates (Microsoft), Stephen 
Hawking (astrofísico) e Elon Musk (cientista bilionário estilo Tony Stark). A 
preocupação comum a todos é o uso excessivo e abusivo de algoritmos nas 
máquinas, que podem tomar decisões por si só e interferirem no nosso cotidiano. 
Para Douglas Ciriacco, a Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da 
computação que se propõe a elaborar dispositivos que simulem a capacidade 
humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas, enfim, a 
capacidade de ser inteligente. 
 
 
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Está no seu carro: 
Alguns carros vendidos no Brasil já têm um pouco desta tecnologia de tomada 
decisão por um software. Carros como CRV e HRV, ambos da Honda, contém 
dispositivos que tomam ações para evitar que eles capotem ou saiam numa curva. 
Avaliando inclinação do veículo, velocidade e resposta a frenagem do motorista, o 
sistema atua fazendo correções, tornando a direção mais firme e evitando acidentes 
graves. 
Google e Tesla já estão testando a IA em carros para fazerem muito mais. A 
ideia é que os carros possam ser autônomos e consigam realizar trajetos mais 
rápidos, seguros e que consumam menos combustível. Elon Musk (um dos sócios da 
Tesla) acredita que em um futuro próximo os carros autônomos estarão disponíveis 
e a preços acessíveis. 
Mercado Financeiro: 
Há um bom tempo já estão em funcionamento sistemas robotizados para 
compra e venda de ações. Existe uma legislação própria e tratados internacionais 
para regular esta prática e evitar estrondos em economias. Imagina a decisão de 
venda de todas as ações de determinada empresa baseada em dados incorretos ou 
insuficientes. Seria um grande estrago e imensas perdas financeiras. 
Neste tipo de IA podemos destacar dois tipos de automação: o robot-advisor 
e o robot-trader. O robot-advisor é um serviço de gestão focado na alocação dos 
recursos do investidor em diferentes classes de ativos financeiros. É uma solução 
completa para quem quer investir e não tem tempo ou vontade de administrar o 
patrimônio sozinho. Já o robo-trader é uma ferramenta para automatizar estratégias 
de investimento na bolsa de valores, baseadas, na maioria das vezes, em análise 
técnica ou gráfica. Neste último tipo de robô, a estratégia é montada para tentar 
identificar oportunidades de ganho com a flutuação de preço das ações negociadas 
na BM&FBovespa, e garantindo assim trades serão executados sem atraso. 
 
 
 
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O que vem por aí: 
Cortana no Windows do Bill Gates, Siri no celular do Wozniak, Alexa na 
Amazons do Bezos, são alguns exemplos que irão ampliar e nos imergir neste 
fascinante (e perigoso) mundo da Inteligência Artificial. Olha alguns números e 
pesquisas (os dados são de 2016): 
1. Havia mais de US $ 300 milhões em capital de risco investido em startups da 
IA em 2014, um aumento de 300% em relação ao ano anterior. (Bloomberg) 
2. Até 2020, 85% das interações com clientes serão gerenciadas sem um ser 
humano. (Gartner) 
3. Dos executivos, 44% acreditam que o benefício mais importante da inteligência 
artificial é "comunicações automatizadas que fornecem dados que podem ser 
usados para tomar decisões". (Ciência Narrativa) 
4. Até o final de 2018, "assistentes digitais de clientes" irão reconhecer os clientes 
por rosto e voz através de canais e parceiros. (Gartner) 
5. Dos executivos, 80% acreditam que a inteligência artificial melhora o 
desempenho dos trabalhadores e cria empregos. (Ciência Narrativa) 
6. Até 2020, os agentes inteligentes gerenciarão 40% das interações móveis. 
(Gartner) 
7. A inteligência artificial substituirá 16% dos empregos americanos no final da 
década. (Forrester) 
8. 15% dos proprietários de telefones da Apple usam os recursos de 
reconhecimento de voz da Siri. (BGR) 
Ei Siri, o que temos para fazer em Divinópolis sábado à noite? 
 
 
 
 
 Fundamentos da Indústria 4.0 – Página 62 de 74 
4.4. Drones e Sistemas Ciberfísicos / Robótica 
Robôs na fábrica, no espaço e na bolsa de valores. 
Segundo Buzz Aldrin, astronauta americano dos Projetos Apollo: 
Mandar os humanos de volta para a lua não seria vantajoso. Seria 
mais de 50 anos após a aterrissagem da primeira vez quando 
chegamos lá, e provavelmente seríamos bem-vindos pelos chineses. 
Mas devemos voltar para a Lua sem astronautas e construir, com 
robôs, uma base lunar internacional, para que possamos construir 
uma base em Marte de forma robótica. 
Quando a palavra robô vem em nossa mente inevitavelmente lembramos dos 
The Jetsons, famosa série de desenho animada americano que lotou nosso 
imaginário. Na série uma emprega doméstica robô, com mil e uma habilidades, 
também demonstra personalidade e interage com a família do futuro. Ainda vamos 
demorar um pouco para esse grau de tecnologia, mas muita coisa anda acontecendo. 
A robótica está presente fortemente na indústria automobilística. Hoje é 
impensável montar uma linha de montagem de carros sem a presença de robôs na 
soldagem e na pintura. Outras etapas mais complexas ainda têm a intervenção 
humana, certamente por pouco tempo. 
A garotada que conhece de programação já usa os chamados bots para que 
determinado personagem avance no jogo. Quando estão estudando os bots tomam 
decisões e não deixam o jogo on-line parar nunca. Não estamos falando de alunos 
de nível superior e sim de escola média, com seus 14 e 15 anos de idade. O desafio 
desperta a curiosidade e desperta habilidades. 
Somos movidos pelo desafio, criar sistemas sejam mecatrônicos ou de 
software que copiam nossas habilidades está no topo da mais alta aplicação de 
diversas tecnologias. É um mix de disciplinas da Engenharia e da Tecnologia da 
Informação. Impensável tudo isso ocorrer anos atrás, a facilidade da comunicação faz 
com que grupos trabalhem em sistemas robóticos em todo o mundo. 
 
 
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Robô no espaço: 
Recentemente a JAXA (Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial) 
publicou imagens da nova câmera que ajudará os astronautas na Estação Espacial 
Internacional (ISS). O novo colega dos astronautas, conhecido como Int-Ball, tem 
formato esférico e dois "olhos", fazendo com que o robozinho lembre a personagem 
Eve, do filme da Wall-E. 
O que mais chamou a atenção no robô é que ele flutua, como se fosse um 
drone, e pode ser controlado por cientistas na Terra. A máquina também transmite 
mensagens em tempo real, o que possibilita que problemas na Estação Espacial 
possam ser rapidamente resolvidos com auxílio de outros cientistas. 
O próximo passo é desenvolver robôs que consigam sair da ISS ou de naves 
e realizar atividades no espaço. Sejam atividades de experimentos, reparo de 
satélites ou exploração da Lua ou Marte. A ideia não está longe, porém os 
investimentos são muito altos. 
Mercado financeiro atento: 
Certamente a 3ª Grande Guerra se passará no Ciberespaço. Ela tem grandes 
chances de se iniciar por motivos econômicos provocados por grandes desequilíbrios. 
A nossa capacidade de processamento e raciocínio vem rapidamente sendo 
multiplicada algumas vezes por sistemas computacionais. E se esses mesmos 
sistemas por meio de robôs agissem indiscriminadamente no Mercado Financeiro? 
Caos! 
O uso de robôs

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