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Disciplina: Direito Internacional Privado - Profª. Marilene Durães -- resumo feito tendo por base a obra : Direito Internacional Privado : Teoria e Prática Brasileira . Autora: Nádia de Araújo – 2ª ed – Rio de Janeiro : Renovar. LEI APLICÁVEL AOS CONTRATOS INTERNACIONAIS Contrato internacional – Caracteriza-se a internacionalidade de um contrato pela presença de um elemento que o ligue a dois ou mais ordenamentos jurídicos. Todo Contrato internacional será regido por uma lei nacional determinada pelo DIPriv. do Estado onde a questão estiver sendo julgada. a) Critérios utilizados para determinar a lei aplicável; · Lex loci celebrationis – lei do lugar da celebração do contrato; · Lex loci executionis – lei do lugar a execução do contrato b) A Regra de conexão adotada no direito brasileiro. Art. 9º da LICC (Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro) “Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem”. § 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. § 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. O direito brasileiro adota a teoria da expedição da resposta como o momento em que se aperfeiçoa a obrigação nos contratos entre ausentes, mas é a lei da residência do proponente a lei apontada pelo legislador como competente para reger a obrigação contratual. c) - A autonomia da vontade no direito brasileiro: 1) Lei de Introdução de 1916 – Art. 13. “ Regulará, salvo estipulação em contrário, quanto à substância e aos efeitos das obrigações, a lei do lugar de onde forem contraídas”. A Nova LICC de 1942 suprimiu essa expressão que consagrava, entre nós, a aceitação da autônoma da vontade das partes. Se a autonomia da vontade das partes é ou não aceita pelo direito brasileiro, convêm ressaltar que, como nos ensina Nádia de Araújo, “Os tribunais brasileiros não enfrentaram a questão diretamente, nem parecem ter abraçado as teses pró- autonomia defendida por alguns doutrinadores. De qualquer forma a doutrina lembra que é sempre bom sermos cautelosos quando da elaboração de uma cláusula determinando a lei aplicável em um contrato internacional, pois o judiciário brasileiro ainda não têm opinião consolidada sobre o assunto. 2) A necessidade de reforma da nossa LICC e a Convenção Interamericana sobre o Direito Aplicável aos Contratos Internacionais de 1994 (México) – Diz essa Convenção que : “O Contrato rege-se pelo direito escolhido pelas partes...” O Brasil assinou essa Convenção, mas ainda não a ratificou “João Grandino Rodas critica a postura adotada pela lei brasileira na medida em que o primitivismo e a inadequação das nossas regras de DIPr são incompatíveis com o papel que queremos desempenhar no mercado internacional. 3) A aceitação do princípio da autonomia da vontade na Europa e nos EUA 4) A possibilidade de aplicação de mais de um ordenamento jurídico (leis de diferentes países) ao contrato : 1º O sistema do DIPr. - ( Ás vezes teremos um contrato onde mais de um ordenamento vai ser chamado a rege-lo. Isso acontece quando para a capacidade, forma, substância e execução, adota-se leis de diferentes países; 2º - O sistema do dépeçage – decorre da autonomia da vontade das partes, que tem a faculdade de determinar mais de uma lei aplicável à substância do Contrato. d) A Cláusula de eleição de foro Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: I - de alimentos, quando: a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. O “STJ” ( Superior Tribunal de Justiça ) decidiu que não se pode afastar, pela inclusão de cláusula que elege o foro estrangeiro, a competência internacional da autoridade judiciária brasileira. Segundo opinião da Nádia de Araújo, “a jurisprudência demonstra que a interpretação dada à lei não reconhece poder à cláusula de eleição de foro estrangeiro para impedir a propositura da ação no Brasil, nos casos do art. 88 do CPC. A inclusão da cláusula elegendo foro estrangeiro no contrato exige cautela, pois não garante que somente este será o competente (Op. cit. P.358)”. (Na citação acima, não se esqueçam que a referência correta é artigo 23 do CPC e não art. 88 pois esse era o artigo antes da reforma)
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