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Direito Internacional Privado

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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/326825636
Roteiro de aulas: Apostila sobre Direito Internacional Privado - DPri
Presentation · August 2018
DOI: 10.13140/RG.2.2.30388.14720
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Medidas de efetividade das políticas energéticas, hídricas e ambientais View project
Denny Thame
Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"
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All content following this page was uploaded by Denny Thame on 04 August 2018.
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https://www.researchgate.net/publication/326825636_Roteiro_de_aulas_Apostila_sobre_Direito_Internacional_Privado_-_DPri?enrichId=rgreq-45998f510eebd5386d93bf99badb7512-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNjgyNTYzNjtBUzo2NTU3MzE5OTcwNDA2NDFAMTUzMzM1MDA5OTczMQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/publication/326825636_Roteiro_de_aulas_Apostila_sobre_Direito_Internacional_Privado_-_DPri?enrichId=rgreq-45998f510eebd5386d93bf99badb7512-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNjgyNTYzNjtBUzo2NTU3MzE5OTcwNDA2NDFAMTUzMzM1MDA5OTczMQ%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/project/Medidas-de-efetividade-das-politicas-energeticas-hidricas-e-ambientais?enrichId=rgreq-45998f510eebd5386d93bf99badb7512-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNjgyNTYzNjtBUzo2NTU3MzE5OTcwNDA2NDFAMTUzMzM1MDA5OTczMQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-45998f510eebd5386d93bf99badb7512-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNjgyNTYzNjtBUzo2NTU3MzE5OTcwNDA2NDFAMTUzMzM1MDA5OTczMQ%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Denny-Thame?enrichId=rgreq-45998f510eebd5386d93bf99badb7512-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNjgyNTYzNjtBUzo2NTU3MzE5OTcwNDA2NDFAMTUzMzM1MDA5OTczMQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Denny-Thame?enrichId=rgreq-45998f510eebd5386d93bf99badb7512-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNjgyNTYzNjtBUzo2NTU3MzE5OTcwNDA2NDFAMTUzMzM1MDA5OTczMQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/Escola-Superior-de-Agricultura-Luiz-de-Queiroz?enrichId=rgreq-45998f510eebd5386d93bf99badb7512-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNjgyNTYzNjtBUzo2NTU3MzE5OTcwNDA2NDFAMTUzMzM1MDA5OTczMQ%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Denny-Thame?enrichId=rgreq-45998f510eebd5386d93bf99badb7512-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNjgyNTYzNjtBUzo2NTU3MzE5OTcwNDA2NDFAMTUzMzM1MDA5OTczMQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Denny-Thame?enrichId=rgreq-45998f510eebd5386d93bf99badb7512-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNjgyNTYzNjtBUzo2NTU3MzE5OTcwNDA2NDFAMTUzMzM1MDA5OTczMQ%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 
 
Por Danielle Denny 
https://www.researchgate.net/profile/Denny_Thame/contributions 
https://ssrn.com/author=2673921 
Facebook: Denny Thame 
 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
1. Esboço Histórico do Direito Internacional Privado. 
2. Denominação e Método de Direito Internacional Privado e a Disciplina no Brasil. 
3. Noções Fundamentais e Objeto do Direito Internacional Privado 
3.1. O Objeto. 
3.2. A Denominação. 
3.3. O Direito Internacional Privado e o Direito Internacional Público. 
3.4. O Direito Público no Âmbito do Direito Internacional Privado. 
3.5. Os Conflitos Interespaciais. 
3.6. Os Conflitos Interpessoais. 
4. Fontes do Direito Internacional Privado. 
4.1. Lei. 
4.2. Tratado Internacional. 
4.3. Jurisprudência. 
4.4. Doutrina. 
4.5. Direito Costumeiro. 
4.6. Código de Bustamante. 
5. Normas do Direito Internacional Privado no Brasil. 
5.1. Lei de introdução às normas do direito brasileiro – LINDB, antiga Lei de Introdução ao Código 
Civil – LICC (Art. 7º ao 19). 
5.2. Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal-STF. 
5.3. Estatuto dos Estrangeiros 
6. Elementos de Conexão – Lei Determinadora. 
6.1. Os Elementos de Conexão: Local da Prática do Ato, Lei do Domicílio, Local da Execução do 
Contrato, Lei do Foro e Lei da Coisa. 
6.2. As Regras de Conexão. 
6.3. Elementos de Conexão no Direito Brasileiro. 
7. Dispositivos Legais-Aplicação do Direito Estrangeiro no Brasil. 
7.1. Direito Societário. 
7.2. Direito Processual. 
7.3. Direito de Família. 
7.4. Direito das Sucessões. 
7.5. Direito das Coisas. 
7.6. Direito Obrigacional. 
8. Preceitos Básicos do Direito Internacional Privado. 
8.1. Ordem Pública. 
8.2. Fraude á Lei. 
8.3. Reenvio. 
8.4. Questão Prévia. 
8.5. Adaptação ou Aproximação. 
8.6. Alteração de Estatuto ou Conflito Móvel. 
8.7. Direitos Adquiridos. 
9. Aplicação do Direito Estrangeiro 
9.1. Aplicação do Direito Estrangeiro no Processo. 
9.2. Verificação do Conteúdo e Aplicação do Direito Estrangeiro no Processo. 
9.3 Temas Específicos do Direito Processual Civil Internacional. 
9.3.1. Litispendência Internacional. 
9.3.2. Caução de Processo. 
9.3.3. Capacidade Processual da Parte. 
9.3.4. Assistência Judiciária Gratuita. 
9.3.5. Regime Jurídico dos Documentos de Procedência Estrangeira. 
10. Homologação de Sentença Estrangeira. 
10.1. Conceitos e Princípios Básicos. 
10.2. Homologação de Sentença Estrangeira no Direito Brasileiro. 
11. Contratos Internacionais. 
11.1. Conceito. 
11.2. Elementos de Conexão nos Contratos Internacionais. 
11.3. Conflitos de Leis. 
11.4. Normas Primárias e Secundárias. 
11.5. Autonomia da Vontade. 
11.6. Estrutura de um Contrato Internacional. 
11.7. Cláusulas Essenciais a um Contrato Internacional. 
11.8. Venda e Compra Internacional. 
11.9. Inconterms. 
11.10. Contratos Específicos do Comércio Internacional: Franchising, Factoring, Leasing, Joint 
Ventures, Crédito Documentário, Catering, Agência. 
12. Temas e Casos Práticos da Área voltados para a Realidade Regional de Inserção do Curso. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ACCIOLY, H. Manual de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2008. 
BREGALDA, G. Direito internacional público e direito internacional privado. São Paulo: 
Atlas, 2007. 
CASTRO, Amílcar. Direito internacional privado. Rio de Janeiro: Forense, 2005. 
RECHSTEINER, Beat Walter. Arbitragem privada internacional no Brasil. São Paulo: Revista 
dos Tribunais, 2001. 
RECHSTEINER, Beat Walter. Direito internacional privado: teoria e prática. São Paulo: RT, 
2008. 
REZEK, José Francisco. Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2008. 
RODAS, João Grandino. Contratos internacionais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. 
STRENGER, Irineu. Direito internacional privado. 6ª ed. São Paulo: LTR, 2005. 
 
DEL’OLMO, F. De S.; JAGER JR., A. Curso de direito internacional privado. 12. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2017. 
DOLINGER, J.; TIBURCIO, C. Direito Internacional Privado. 13. ed. São Paulo: Forense, 2017. 
 
Bibliografia Complementar: 
 
BASSO, Maristela. Curso de direito internacional privado. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2016. 
CNJ. Convenção da Apostila da Haia - Portal CNJ. 2018. Disponível em: 
<http://www.cnj.jus.br/poder-judiciario/relacoes-internacionais/convencao-da-apostila-da-haia>. 
Acesso em: 1 ago. 2018. 
HCCH, Hague Conference on Private International Law. Hague Conference on Private 
International Law - The World Organisation for Cross-border Co-operation in Civil and 
Commercial Matters. 2018. Disponível em: <https://www.hcch.net/en/home>. Acesso em: 1 ago. 
2018. 
MAZZUOLI, Valerio Oliveira. Direito Internacional Privado - 2a Ed. 2017. São Paulo: Forense, 
2017. Disponível em: <https://www.saraiva.com.br/direito-internacional-privado-2-ed-2017-
9719739.html>. Acesso em: 11 ago. 2017.OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias De. A segurança hermenêutica nos vários ramos do Direito 
e nos cartórios extrajudiciais: repercussões da LINDB após a Lei n. 13655/18. Brasília, DF, , 
2018. Disponível em: 
<http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/543379/Textos_para_discussao_250.pdf?seq
uence=1>. 
RAMOS, André de Carvalho. O direito internacional privado das sucessões no Brasil. Rev. secr. 
Trib. perm. revis., [s. l.], v. 4, n. 4, p. 307–324, 2016. 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO DAS AULAS 
 
Datas prováveis suscetíveis a alterações 
 
3/8/18 
__/__/____ 
1 ª Sem. 
 
Apresentação do curso e dos critérios de avaliação. Calendário de 
atividades. Esboço Histórico do Direito Internacional Privado. 
10/8/18 
__/__/____ 
2 ª Sem. 
Denominação e Método de Direito Internacional Privado e a Disciplina no 
Brasil. 
 
 
 
17/8/18 
__/__/____ 
3 ª Sem. 
Noções Fundamentais e Objeto do Direito Internacional Privado 
O Objeto. 
A Denominação. 
O Direito Internacional Privado e o Direito Internacional Público. 
O Direito Público no Âmbito do Direito Internacional Privado. 
Os Conflitos Interespaciais. 
Os Conflitos Interpessoais. 
 
24/8/18 
__/__/____ 
4 ª Sem. 
Fontes do Direito Internacional Privado. 
Lei. 
Tratado Internacional. 
Jurisprudência. 
Doutrina. 
Direito Costumeiro. 
Código de Bustamante. 
 
31/8/18 
__/__/____ 
5 ª Sem. 
Normas do Direito Internacional Privado no Brasil. 
Lei de introdução às normas do direito brasileiro – LINDB, antiga Lei de 
Introdução ao Código Civil – LICC (Art. 7º ao 19). 
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal-STF. 
Estrangeiros 
 
 
14/9/18 
__/__/____ 
6 ª Sem. 
Elementos de Conexão – Lei Determinadora. 
Os Elementos de Conexão: Local da Prática do Ato, Lei do Domicílio, Local 
da Execução do Contrato, Lei do Foro e Lei da Coisa. 
As Regras de Conexão. 
Elementos de Conexão no Direito Brasileiro. 
 
 
 
21/9/18 
__/__/____ 
7 ª Sem. 
Dispositivos Legais-Aplicação do Direito Estrangeiro no Brasil. 
Direito Societário. 
Direito Processual. 
Direito de Família. 
Direito das Sucessões. 
Direito das Coisas. 
Direito Obrigacional. 
 
Atividade Complementar 
Ler, resumir e se preparar para responder a questionário em sala sobre o 
artigo “O Direito Internacional Privado das sucessões no Brasil” de André 
de Carvalho Ramos (RAMOS, 2016) disponível em: 
http://scielo.iics.una.py/pdf/rstpr/v4n7/2304-7887-rstpr-4-07-00307.pdf 
 
21/9/18 
__/__/____ 
8 ª Sem. 
Avaliação 
28/9/18 
__/__/____ 
9 ª Sem. 
Correção e vista de provas 
5/10/18 
__/__/____ 
10 ª Sem. 
Preceitos Básicos do Direito Internacional Privado. 
Ordem Pública. 
Fraude á Lei. 
Reenvio. 
Questão Prévia. 
Adaptação ou Aproximação. 
Alteração de Estatuto ou Conflito Móvel. 
Direitos Adquiridos. 
 
 
19/10/18 
__/__/____ 
11 ª Sem. 
Aplicação do Direito Estrangeiro 
Aplicação do Direito Estrangeiro no Processo. 
Verificação do Conteúdo e Aplicação do Direito Estrangeiro no Processo. 
Temas Específicos do Direito Processual Civil Internacional. 
Litispendência Internacional. 
Caução de Processo. 
Capacidade Processual da Parte. 
Assistência Judiciária Gratuita. 
Regime Jurídico dos Documentos de Procedência Estrangeira. 
 
26/10/18 
__/__/____ 
12 ª Sem. 
Homologação de Sentença Estrangeira. 
Conceitos e Princípios Básicos. 
Homologação de Sentença Estrangeira no Direito Brasileiro. 
 
9/11/18 
__/__/____ 
13 ª Sem. 
Contratos Internacionais. 
Conceito. 
Elementos de Conexão nos Contratos Internacionais. 
Conflitos de Leis. 
Normas Primárias e Secundárias. 
Autonomia da Vontade. 
Estrutura de um Contrato Internacional. 
Cláusulas Essenciais a um Contrato Internacional. 
Venda e Compra Internacional. 
Inconterms. 
Contratos Específicos do Comércio Internacional: Franchising, Factoring, 
Leasing, Joint Ventures, Crédito Documentário, Catering, Agência. 
 
 
 
16/11/18 
__/__/____ 
14 ª Sem. 
Temas e Casos Práticos da Área voltados para a Realidade Regional de 
Inserção do Curso. 
 
Atividade Complementar 
Ler, resumir e se preparar para responder a questionário em sala sobre o 
artigo “Segurança hermenêutica” de Carlos Eduardo Elias Oliveira 
(OLIVEIRA, 2018) disponível em: 
https://www12.senado.leg.br/publicacoes/estudos-legislativos 
 
 
23/11/18 
__/__/____ 
15 ª Sem. 
 
Avaliação 
30/11/18 
__/__/____ 
16 ª Sem. 
 
Atendimento aos alunos 
7/12/18 
__/__/____ 
17 ª Sem. 
 
Prova substitutiva 
14/12/18 
__/__/____ 
18 ª Sem. 
 
Exame 
21/12/18 
__/__/____ 
19 ª Sem. 
 
Atendimento aos alunos 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Características da ordem jurídica Internacional 
Direito internacional público e privado são ramos do Direito Público 
Ausência de autoridade superior 
Ausência de hierarquia entre as normas princípio da horizontalidade das normas 
Manifestação do consentimento, Estado só se vincula se manifestar consentimento, salvo 
costume internacionalmente reconhecido e Tribunal Penal Internacional se houver recomendação 
de investigação do conselho de segurança da ONU a indivíduos de estado mesmo não signatário 
do Estatuto de Roma 
Coordenação não subordinação 
Sistema de sanção precário (muitas vezes ganha mas não leva) 
 
Direito Internacional Privado é um conjunto de regras de sobredireito colisionais para solucionar 
conflitos entre normas. É a ciência dos conflitos. 
 
Elementos de conexão condições fáticas que determinam a aplicação do Direito para dirimir 
conflito aparente de normas. 
 
História 
Na Antiguidade o estrangeiro não tinha direitos pois estes derivavam da religião, o estrangeiro 
tinha outra religião então não tinha direitos, não podia ser proprietário, casar, exercer atos do 
comércio, seus filhos eram considerados bastardos, não podia herdar nem testar. Assim, jamais 
ocorria conflito de normas entre os direitos locais e outros sistemas jurídicos, portanto era 
desnecessário o Direito Internacional Privado. Mesmo em Roma onde existia o jus civile para os 
cidadãos romanos, o jus peregrinum para os estrangeiros e o jus gentium para relações entre 
peregrinos e cidadãos, tratava-se de Direito Interno não de Direito Internacional pois não se 
reconhecia outros ordenamentos. 
 
Com a invasão do Império Romano pelos bárbaros no século V, constata-se que existia um 
primórdio de regras para solução de conflitos como por exemplo, na venda aplicava-se a lei do 
vendedor, na sucessão seguia-se a lei nacional do de cujos e a mulher se submetia à lei do 
marido. 
 
Com o regime feudal, a fixação o do homem sobre a terra com a organização de feudos sobre os 
quais o senhor feudal tinha total autonomia e comando, nenhuma outra lei senão aquela por ele 
determinada era admitida, assim instala-se um período de territorialidade da lei a partir do século 
IX. Nesse contexto a população se submetia apenas às leis vigentes no território onde estivesse 
então não havia conflito, sendo desnecessário o Direito Internacional Privado. 
 
Nos centros de mercancia como as cidades-repúblicas italianas, como Módena, Bolonha, 
Florença, Pádua, Gênova e Veneza, o feudalismo adotado era mais brando pois o foco eram as 
relações de comércio em larga escala e portanto havia contato frequente entre habitantes de 
outras cidades. Com isso surge o fenômeno de habitante de uma cidade ser demandado perante 
a justiça de outra cidade e qual seria, portanto, o conjunto de normas aplicável? Aquelas que o 
juiz do caso entendesse como preferível e mais útil (quae potior et utilior videtur). Mais preferível, 
útil e melhor são critérios subjetivos, mas para alguns autores esse é o marco para o nascimento 
do Direito Internacional Privado. 
 
Escolas estatutárias 
 
Italiana século XIV = locus regit actum aplicação da lei do local em que o ato jurídico foi realizado 
e lex loci delicti delitos devem ser submetidos à lei do lugar de sua perpetração. Bártolo de 
Sassoferato o mais notável jurista da Idade Média escreveu sobre o conflito de leis. 
 
Francesa século XVI. Charles Dumoulin foi o primeiro a introduzir a autonomiada vontade e 
Bernard d´ Argentré foi um defensor do territorialismo, assim, todos os bens imóveis sitos em um 
território e todas as pessoas nele domiciliadas devem ser regidas pelas leis locais, só 
excepcionalmente admite-se invocar lei estrangeira. 
 
Holandesa século XVII. A Holanda na época aspirava emancipação, portanto levou a teoria do 
territorialismo ao extremo, até aos bens móveis trazidos pelo estrangeiro seguem a lei do local 
onde está o proprietário. Ulrich Huber sintetizou em 3 princípios: as leis de cada Estado aplicam-
se dentro de suas fronteiras e obrigam seus súditos, mas não vão além desses limites; súditos de 
um Estado são todos os que se encontram no território; e os soberanos por cortesia internacional 
permite a aplicação extraterritorial das leis de outro Estado, ou seja, só se permite aplicar a norma 
estrangeira quando tiver criado direitos adquiridos (vested rights). 
 
Escola alemã século XVIII ou segunda escola francesa do século XVIII aperfeiçoou o que as três 
outras escolas estatutárias criaram. 
 
Doutrinas modernas 
 
Trouxeram regras sobre conflitos de leis o Código Civil de Napoleão de 1804, o Código Civil 
italiano de 1865 e o Código Civil alemão de 1896. São dessa época autores consagrados até hoje 
como Story, Savigny e Mancini. 
 
Joseph Story o primeiro a usar o termo Direito Internacional Privado, entendia que a aplicação do 
direito estrangeiro se faz na busca da justiça, não é cortesia, assim a lei estrangeira não é 
aplicada mas somente se reconhecem os efeitos que ela já tenha produzido, assim lei estrangeira 
é aceita como fato criador de direitos adquiridos (vested rights) e não como lei. 
 
Friedrich Carl von Savigny parte do pressuposto que a comunidade de direito entre os diferentes 
povos deve encontrar a lei aplicável a cada hipótese de acordo com a conformidade com a 
natureza da própria relação. Então seria o domicílio das pessoas no que tange a seu estado e 
capacidade e localização da coisa para questões dela decorrentes. 
 
Pasquale Mancini sistematizou que certas questões serão necessariamente regidas pelo principio 
da nacionalidade (o estado e a capacidade, as relação de família e as sucessões). Questões 
atinentes aos bens aos contratos e demais obrigações podem ser regidas pela lei que a pessoa 
escolher, pois são leis supletivas, princípio da liberdade. E leis de direito público e com relação à 
ordem pública são aplicadas a todos que se encontram em um território, princípio da soberania. 
Código Bustamante ou Código de Derecho Internacional Privado foi um tratado destinado a 
estabelecer regras comuns para Direito Internacional Privado nas Américas, idealizado por 
Antonio Sánchez de Bustamante y Sirven, negociado no 6 º Congresso Pan-Americano realizado 
em Cuba em 1928 anexo ao Tratado de Havana. 
 
A uniformização não foi aceita pela grande maioria então o método do Direito Internacional 
Privado mudou do sistema uniformizador para o sistema que estabelece regras harmonizadoras 
que determinarão a lei a ser escolhida em situações que extrapolem os limites da soberania. 
 
Josephus Jitta particularista, subtitui a noção de comunidade jurídica (de Savigny) por sociedade 
internacional. O Estado tem uma missão dupla manter o direito no grupo de indivíduos que 
formam a nação e garantir o cumprimento de seus deveres com relação à sociedade 
internacional. 
 
Métodos 
 
O método individual prevê a aplicação da lei doutrina e jurisprudência. O método universal a lei 
internacional, uniforme e os tratados. Para os particularistas, seguidores do método individual os 
problemas de DIP são próprios de cada estado e devem ser solucionados com base nas fontes 
internas, fontes internacionais são exceção. Para os universalistas problemas de DIP concernem 
a sociedade internacional, têm natureza internacional e só podem ser solucionados 
internacionalmente de maneira uniforme. 
 
Antoine Pillet defende o universalismo, soluções internacionais devem ser definidas em 
convenções e tratados. Normas extraterritoriais cuidam do indivíduo da sua capacidade das 
relações de família e sucessão. As territoriais são leis políticas, morais, de segurança de 
propriedade de crédito público, falência, tributos. 
 
Os métodos universalista e particularista se alternam. Na segunda metade do século XIX 
prevaleceu o universalismo, no entre guerras o particularismo e atualmente voltou o 
universalismo. 
 
Outra novidade da atualidade é o princípio da proximidade que faculta aos tribunais maior poder 
discricionário para escolher a lei aplicável que tenha maior ligação com o caso concreto. Esse 
princípio foi consagrado na Convenção de Roma de 1980 da Comunidade Econômica Europeia, 
art. 4 “Quando a lei aplicável ao contrato não tiver sido escolhida ... o contrato será regido pela lei 
do pais com o qual esteja mais proximamente conectado”. 
 
Denominação 
 
Como a principal fonte do Direito Internacional Privado é a legislação interna de cada país, para 
muitos estudiosos a denominação “internacional” da matéria está equivocada. A nacionalidade e 
a condição jurídica do estrangeiro são matérias eminentemente nacionais e nenhuma soberania 
admite interferência de fontes estranhas na elaboração de sua política de suas normas nesses 
assuntos. No mesmo sentido, as regras sobre a competência dos tribunais de cada país são 
competência do legislador de cada jurisdição. Em matéria de conflito de leis há convenções 
internacionais, mas a maioria não vigora por falta de número mínimo de ratificações. 
 
Da mesma forma o termo “privado” recebe críticas. A matéria inclui questões de Direito 
Processual, Fiscal, Monetário, Financeiro, Administrativo, Penal, portanto pouco tem de Direito 
Privado. Apenas o principal interessado na escolha da lei aplicada é o sujeito e este é sempre 
privado. Trata-se de um sobredireito, de um ordenamento da competência das competências, 
portanto de Direito Público, não privado. 
 
São várias as alternativas aventadas: 
Nomantologia = estudo (logos) do confronto (ante) das leis (nomos) 
Direito Intersistemático = conflitos interespaciais, interpessoais de natureza jurisdicional 
(MAZZUOLI, 2017) 
 
Fontes do Direito Internacional Privado. 
 
São fontes do Direito Internacional Privado: Lei interna de cada país , tratados internacionais, 
jurisprudência, doutrina, costumes e o Código de Bustamante. 
 
A principal fonte do Direito Internacional Privado é a legislação interna de cada país. No Brasil a 
principal é a Lei de introdução às normas do direito brasileiro – LINDB (Dec.-Lei nº 4.657/1942). 
 
Sobre questões relativas ao Direito Internacional Privado há diversos tratados internacionais 
(acordos formais celebrados de forma escrita por sujeitos de Direito Internacional Público). O 
Brasil é signatário de vários, como: 
 
- Convenção de Haia sobre Nacionalidade de 1930, promulgada no Brasil pelo Decreto n. 
21.798/1932 
- Convenção sobre Condição dos Estrangeiros, Havana 1928, promulgada no Brasil pelo 
Decreto n. 18.956/1929. Convenções sobre refugiado e sobre asilo diplomático 
- Convenção da ONU sobre Prestação de Alimentos no Estrangeiro, promulgada no Brasil 
pelo Decreto n. 56.826/1965 
 
O mais importante tratado sobre Direito Internacional Privado contudo é o Código de Bustamante, 
aprovado na 6a. Conferência Panamericana, ocorrida em Havana, 1928, promulgado no Brasil 
pelo Decreto n. 18.871/1929. Ele foi ratificado por 15 países sul-americanos, porém vários 
declararam reservas quanto a sua aplicação. O art. 7o. prevê que os países podem adotar o 
elemento de conexão domicílio ou nacionalidade livremente. Por causa das várias reservas e 
como as normas são muito abrangentes, o Código tem pouca aplicabilidade prática. 
 
A jurisprudência é fonte de Direito Internacional Privado, mas no Brasil é muito escasso o 
repertório de decisões a respeito do tema. A maioria trata de questões atinentes a processo 
internacional como homologação de sentenças estrangeiras e ´exequatur´ em cartas rogatórias. 
Tambémsão frequentes processos de expulsão e extradição e processos relativos a evasão 
fiscal internacional (investimentos em paraísos fiscais e remessas indevidas de recursos. 
 
Nos países europeus, por exemplo, a abrangência das decisões judiciais é muito maior, devido à 
condição fática de intensa circulação de bens, pessoas e serviços entre as fronteiras dos países 
europeus. Então os tribunais nacionais europeus têm rica experiência relativa a conflito de leis, 
nacionalidade e direitos dos estrangeiros. 
 
A doutrina, por sua vez, tem o mérito de construir uma vasta gama de conceitos que 
fundamentam as decisões dos tribunais. Exemplo de construção doutrinária: teoria das 
qualificações (classifica-se ordenadamente os fato relativamente às disposições legais ou 
costumeiras para enquadrar o fato à norma). Para Etienne Bartin (1860-1948) e Franz Kahn 
(1861-1904) que desenvolveram a teoria das qualificações, se houver dificuldade relativa à 
qualificação de um fato que tenha elementos de conexão internacional, o juiz consultará 
diretamente as fontes doutrinárias. 
 
Costumes apesar de serem reconhecidos como fonte de Direito Internacional Privado, podem ter 
mais ou menos força de acordo com o Estado em questão. No Brasil eles só são aplicados no 
caso de haver omissão da lei. 
 
 
Disciplina no Brasil 
 
As regras de Direito Internacional Privado estão previstas principalmente na Lei de introdução às 
normas do direito brasileiro – LINDB, antiga Lei de Introdução ao Código Civil – LICC (Dec.-Lei nº 
4.657/1942, Art. 7º ao 19) no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal-STF e no Estatuto 
dos Estrangeiros (Lei nº 6.815/1980). 
 
 
LINDB 
A Lei de Introdução, Decreto-Lei nº 4.657/1942, é a principal lei atinente ao Direito Internacional 
Privado brasileiro. Em seus artigos 7º e 11, dispõe sobre o direito material aplicável às relações 
referentes à pessoa e à família; em seus artigos 8º e 9º, versa sobre o tema das regras materiais 
aplicáveis às relações que digam respeito aos bens e às obrigações; na sequência, as normas 
materiais aplicáveis à sucessão por morte ou ausência no artigo 10, e questões de direito 
processual civil internacional a partir de seu artigo 12 até o 17. 
 
Sobre as regras de direito processual civil internacional, no artigo 12 a LINDB dispõe sobre 
competência jurisdicional internacional; nos artigos 13 e 14, sobre as regras próprias às provas; 
em seu artigo 15 regula a homologação de sentença estrangeira, proibindo, no artigo 16, a 
ocorrência do reenvio; por fim, em seu artigo 17 aprecia os limites de aplicação de leis, atos e 
sentenças de outros países no Brasil. 
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o 
fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos 
impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou 
consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a 
lei do primeiro domicílio conjugal. 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os 
nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa 
anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, 
se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os 
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Redação dada pela Lei 
nº 6.515, de 1977) 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, 
só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver 
sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação 
produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das 
sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento 
interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em 
pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que 
passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009). 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro 
cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua 
guarda. 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua 
residência ou naquele em que se encontre. 
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei 
do país em que estiverem situados. 
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens 
moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se 
encontre a coisa apenhada. 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se 
constituirem. 
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma 
essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos 
requisitos extrínsecos do ato. 
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o 
proponente. 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado 
o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei 
nº 9.047, de 1995) 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as 
fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem. 
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de 
serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei 
brasileira. 
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que 
eles tenham constituido, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão 
adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptiveis de desapropriação. 
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à 
sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. (Vide Lei nº 4.331, de 
1964) 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no 
Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis 
situados no Brasil. 
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma 
estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira 
competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, 
quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas 
que a lei brasileira desconheça. 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do 
texto e da vigência. 
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os 
seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestidadas formalidades necessárias para a execução 
no lugar em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição 
Federal). 
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei 
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por 
ela feita a outra lei. 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de 
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem 
pública e os bons costumes. 
 
CPC 
COMPETÊNCIA CONCORRENTE 
O judiciário brasileiro é competente para julgar uma demanda, sem excluir a possibilidade da 
causa ser julgada no estrangeiro. 
O Estado Brasileiro tem interesse na solução de conflitos relacionados a território, população e 
instituições. 
TÍTULO II 
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
CAPÍTULO I 
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a 
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
O Código Civil (arts. 70 e 75) define como domicilio o local onde a pessoa natural exerce a sua 
residência com ânimo definitivo e para a pessoa jurídica o lugar onde funcionarem as respectivas 
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos 
constitutivos. Considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver 
agência, filial ou sucursal. A súmula STF nº 363 dispõe que “a pessoa jurídica de direito privado 
pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, em que praticou o ato”. 
 
Mesmo se houver eleição de foro em um negócio jurídico, o judiciário brasileiro é competente 
quando a obrigação principal tiver de ser cumprida no Brasil. Por questão de soberania nacional é 
vedado às partes dispor sobre a competência internacional concorrente, não suscetíveis à 
vontade dos interessados (Resp nº 251.438-RJ, DJ 2/10/2000, e Resp nº 498.835-SP, DJ 
9/5/2005). 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento 
de renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
Alimentos 
O Novo CPC introduziu novas hipóteses de competência internacional concorrente, adotando a 
competência da justiça brasileira para o julgamento das ações de alimentos quando o credor tiver 
domicílio no Brasil e o devedor for domiciliado em outro país, facilitando o acesso à justiça do 
alimentando. 
 
Consumidor 
A competência internacional concorrente em relação aos defeitos dos produtos e dos ilícitos 
praticados nas relações de consumo visa o acesso à justiça do consumidor brasileiro. No entanto, 
caso o consumidor realize contrato que contenha cláusula de eleição de foro estrangeiro a 
competência da justiça nacional será afastada para julgar a demanda. Anteriormente a 
jurisprudência considerava nula a cláusula de eleição de foro diverso do domicílio do consumidor, 
por dificultar a defesa da parte hipossuficiente (CC 41728/PR, 2ª Seção, Min. Fernando 
Gonçalves, DJ 18/05/2005). 
 
 
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA 
Exclui qualquer outra além da autoridade judiciária brasileira. 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e 
ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de 
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de 
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional. 
 
Regra forum rei sitae. 
Somente a autoridade judiciária brasileira pode decidir ações sobre bens imóveis situados no 
Brasil e sucessão de bens móveis e imóveis situados no Brasil. Não podendo ser homologada 
sentença estrangeira que ratifique a partilha de bens localizados no território brasileiro. 
 
Da mesma forma, cabe exclusivamente ao judiciário brasileiro dispor sobre partilha de bens nas 
ações de divórcio, separação judicial e dissolução de união estável. Não pode ser homologada 
sentença estrangeira que disponha sobre a esse tipo de partilha, pois seria ofensa à soberania 
nacional. 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta 
a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são 
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos 
bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no 
Brasil. 
Litispendência 
O fato de existir processo no exterior não impede a propositura de demanda igual no Brasil 
(identidade de partes, de causa de pedir e de pedido), tendo em conta que a sentença proferida 
em outro país tem ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (art. 105, I, i da CF) para ter 
eficácia no território nacional. Do mesmo modo, as causa conexas (objeto da demanda idêntico 
ou mesma causa de pedir) também não afasta a jurisdição nacional. 
 
Porém a litispendência e a conexão internacional podem ser previstas em tratado internacional e 
acordo bilateral, e neste caso a propositura de ação no estrangeiro induz litispendência e 
conexão . 
 
A litispendência estrangeira somente ocorre nos casos de competência internacional concorrente 
dos artigos 21 e 22, não se aplicando para a competência exclusiva da jurisdição nacional do 
artigo 23. 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da 
ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato 
internacional, arguida pelo réu na contestação. 
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional 
exclusiva previstas neste Capítulo. 
§ 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. 
Cláusula de eleição de foro estrangeiro 
Quando estipulado em contrato internacional a cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro, 
este é o competente para o julgamento da demanda relativa às obrigações decorrentes do 
referido contrato, excluindo-se a jurisdição nacional. 
Nos contratos internacionais, a eficácia da eleição de foro estrangeiro é controvertida quando o 
Judiciário brasileiro também é competente para julgar a lide, nas hipóteses de competência 
internacional concorrente. 
 
 
Cooperação Internacional 
 
Situações que só podem ser solucionadas se as pluralidades de jurisdições envolvidas atuem de 
modo conectado. Fazer oitiva de testemunhas em um país, coletar provas em outro, localizar 
crianças sequestradas ou vitimas de tráfico de pessoas e julgar em um outro pais. 
São formas de cooperação: auxílio direto, acordos internacionais, criação de autoridades centrais, 
cartas rogatórias e homologação de sentença estrangeira. 
 
CAPÍTULO II 
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL 
Seção I 
Disposições Gerais 
Art. 26. Acooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz 
parte e observará: 
I - o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; 
II - a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, 
em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência 
judiciária aos necessitados; 
III - a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação 
brasileira ou na do Estado requerente; 
IV - a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de 
cooperação; 
V - a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. 
§ 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com 
base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. 
§ 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença 
estrangeira. 
§ 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que 
contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que 
regem o Estado brasileiro. 
§ 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de 
designação específica. 
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: 
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial; 
II - colheita de provas e obtenção de informações; 
III - homologação e cumprimento de decisão; 
IV - concessão de medida judicial de urgência; 
V - assistência jurídica internacional; 
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
 
Auxílio Direto 
Para obtenção de informações sobre o ordenamento jurídico, para colheita de provas, para outras 
medidas pedidas outros órgão que não judiciais (que seriam cartas rogatórias). Normalmente 
quando o Brasil é o estado requerente o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação 
Jurídica Internacional, da Secretaria Nacional de Justiça do Ministerio da Justiça envia o pedido 
diretamente ao país requerido. Quando o auxílio direto é passivo, o Brasil é o requerido, o 
Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, da Secretaria 
Nacional de Justiça do Ministerio da Justiça recebe do país solicitante e encaminha para a 
Advocacia Geral da União para que sejam pedidas judicialmente as providências solicitadas. 
 
 
Seção II 
Do Auxílio Direto 
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de 
autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. 
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro 
interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade 
e a clareza do pedido. 
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto 
terá os seguintes objetos: 
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos 
administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso; 
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no 
estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira; 
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres 
e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela 
execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, 
respeitadas disposições específicas constantes de tratado. 
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não 
necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências 
necessárias para seu cumprimento. 
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à 
Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada. 
Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for 
autoridade central. 
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar 
pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. 
 
 
Carta rogatória 
Equivalem às cartas precatórias mas são no âmbito internacional. Referem-se a aos judiciais, 
como citação, oitiva de testemunhas, produção de provas. No país de destino são submetidas a 
um juízo de deliberação e podem ou não receber o exequatur, ou seja a autorização para serem 
executadas. No Brasil quem dá o exequatur é o STJ. E para se solicitar o juiz brasileiro manda 
pedido ao Ministério da Justiça por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e 
Cooperação Jurídica Internacional caso exista acordo prévio entre os Estados, ou ao Ministério 
da das Relações Internacionais caso não haja acordo prévio. 
 
 
Seção III 
Da Carta Rogatória 
Art. 35. (VETADO). 
Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de 
jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. 
§ 1o A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o 
pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil. 
§ 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial 
estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira. 
Seção IV 
Disposições Comuns às Seções Anteriores 
Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira 
competente será encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado 
requerido para lhe dar andamento. 
Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os 
documentos anexos que o instruem serão encaminhados à autoridade central, 
acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido. 
Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar 
manifesta ofensa à ordem pública. 
Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira dar-se-
á por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de 
acordo com o art. 960. 
Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica 
internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado 
brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se 
ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. 
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo 
Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. 
 
 
Conferência da Haia sobre Direito Internacional Privado 
Legalização e apostilamento 
 
 
 
 
 
 
Fonte: CNJ (CNJ, 2018) 
 
 
Cresce o número de países signatários 
 
 
Fonte: HCCH (HCCH, [s.d.]) 
 
 
 
 
Homologação de sentença 
Há vários sistemas de relacionamento entre os estados: reciprocidade de fato, quando houver um 
mesmo instituto jurídico previsto nos Estados envolvidos; reciprocidade dupla quando há tratado 
entre os Estados prevendo a homologação de sentença; revisão parcial de mérito quando se 
analisam os efeitos da aplicação da lei estrangeira; revisão total do mérito quando o juiz para 
homologar a sentença estrangeira julga novamente a ação; e procedimento de delibação, 
adotado pelo brasil, mas sem revisão de mérito e sem necessidade de instituto jurídico similar ou 
tratado como base para que seja feita a homologação da sentença. 
É um processo de reconhecimento da sentença estrangeira seguida de autorização para sua 
execução no Brasil. 
 
Pode ser de decisão política ou administrativa também. Em alguns Estados o divórcio compete ao 
prefeito, será portanto objeto de homologação de sentença esse ato político do prefeito caso se 
pretenda gerar efeitos no Brasil. Lembrando que a LINDB estabelece algumas condições:Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os 
seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução 
no lugar em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i da Constituição 
Federal). 
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei 
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por 
ela feita a outra lei. 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de 
vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem 
pública e os bons costumes. 
 
 
CLT 
O artigo 651 da CLT, em seu parágrafo 3º, autoriza a atuação da jurisdição Estatal, em matéria 
de relação de trabalho, quando o dissídio ocorrido fora de nosso Estado envolver empregado 
brasileiro e empresa que aqui tenha filial ou sua sede. 
 
 
 
Elementos de Conexão 
 
Regras de conexão são as normas de Direito Internacional Privado que indicam qual direito a ser 
aplicado às situações jurídicas conectadas a mais de um sistema legal. Determinam, portanto, a 
lei a ser aplicada. 
 
Os principais são: lei do local da prática do ato (“lex loci delicti commissi”), lei do domicílio, lei do 
local da execução do contrato, lei do foro (“lex fori”) e lei da coisa (“lex rei sitae”). 
 
O primeiro passo é caracterizar (classificar ou qualificar) a questão jurídica. Trata-se de estado ou 
capacidade da pessoa então analisa-se a norma do país da nacionalidade, o domicílio ou a 
residência das pessoas envolvidas. Se trata de coisa, analisa-se a lei do local em que está 
situada. Se for ato jurídico de natureza obrigacional, a lei do local da assinatura ou de onde ele 
haverá de ser cumprido. 
 
Essa caracterização, classificação ou qualificação tripartite tem origem nas escolas estatutárias e 
é mantida até hoje. 
 
Uma vez localizada este elemento de conexão indicado está o direito vigente neste local o que 
consiste na regra de conexão. 
 
Algumas regras de conexão 
 
Lex patriae = lei da nacionalidade da pessoa física que rege estatuto pessoal e capacidade 
segundo legislações da Europa Ocidental 
 
Lex domicilii = lei do domicílio que rege estatuto pessoal e capacidade segundo legislações da 
maioria dos países americanos 
 
Lex loci actus = lei do local da realização do ato jurídico para reger seu conteúdo 
 
Locus regit actum = lei do local da realização do ato jurídico para reger as formalidades 
 
Lex loci contractus = lei do local onde o contrato foi firmado para reger sua interpretação e seu 
cumprimento 
 
Lex loci solutionis = lei do local onde as obrigações devem ser cumpridas 
 
Lex voluntatis = lei escolhida pelos contatantes 
 
Lex loci delicti lei do local onde o ato ilícito foi cometido que rege a obrigação de indenizar 
 
Lex damni = lei do lugar onde se manifestaram as consequências do ato ilícito 
 
Lex rei sitae ou lex situs = a coisa é regida pela lei do local onde está situada 
 
Mobília sequuntur personam = certos bens móveis são regidos por algumas legislações pela lei 
do local onde o proprietário está domiciliado 
 
Lex loci celebrationis = casamento é regido, no que tange às formalidades, pela lei do local em 
que se deu a celebração 
 
The proper law of the contract = Direito Internacional Britânico, consuetudinário, preve que será 
aplicado o sistema jurídico com o qual o contrato tiver mais conexão 
 
Lex monetae = lei do pais em cuja moeda a dívida ou outra obrigação for expressa 
 
Lex loci executionis = lei da jurisdição em que se efetua a execução forçada de uma obrigação 
 
Lex fori = lei do foro no qual se dá a demanda judicial 
 
Lex causae = qualquer regra de conexão que não seja a lex fori 
 
Lei mais favorável = modernamente tem se adotado a mais benéfica ou seja a que melhor 
protege o menor nas relações familiares (favor infans), a mais vantajosa para o empregado, a que 
considera valido um negocio juridio ou a constituição de uma sociedade (favor negotii), que 
reconhece um casamento (favor matrimonii), a que protege a pessoa que sofreu danos (favor 
laesi). 
 
Impasse entre regras de conexão 
Filme O Terminal, comédia de Steven Spielberg, com Tom Hanks e Catherine Zeta-Jones 
“Sinopse e detalhes: Viktor Navorski (Tom Hanks) é um cidadão da Europa Oriental que 
viaja rumo a Nova York justamente quando seu país sofre um golpe de estado, o que faz 
com que seu passaporte seja invalidado. Ao chegar ao aeroporto, Viktor não consegue 
autorização para entrar nos Estados Unidos. Sem poder retornar à sua terra natal, já que as 
fronteiras foram fechadas após o golpe, Viktor passa a improvisar seus dias e noites no 
próprio aeroporto, à espera que a situação se resolva. Porém, com a situação se arrastando 
por meses, Viktor permanece no aeroporto e passa a descobrir o complexo mundo do 
terminal onde está preso.” (...) 
 
“O roteiro de O Terminal foi inspirado na história de Merhan Nasseri, um refugiado iraniano 
que passou por uma situação semelhante ao do personagem de Tom Hanks no aeroporto 
Charles de Gaulle, em Paris. Merhan teve seu visto de entrada negado por ser iraniano e o 
certificado de refugiado concedido pelas Nações Unidas roubado.” 
Fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-40882/ 
 
 
Objeto 
Escola alemã = concurso de leis 
Escola anglo-saxã = concurso de leis + concurso de jurisdição (antes de solucionar qual lei é 
aplicável é preciso definir qual Estado tem competência para decidir a questão) 
Escola francesa (adotada no Brasil) = concurso de leis + concurso de jurisdição + nacionalidade + 
condição jurídica do estrangeiro 
(fluxo de pessoas ao redor do mundo cada vez mais intenso, temas relacionados ao tratamento 
do estrangeiro e correlatos a nacionalidade produzem cada vez mais impacto inclusive nas 
relações privadas das pessoas. 
 
Nacionalidade. 
Nacionalidade é o elo legal entre um Estado e um indivíduo. Estados têm discricionariedade para 
adotar os critérios que acharem oportunos e convenientes para a concessão de sua 
nacionalidade, mas uma vez adotados, se forem preenchidos pelo indivíduo, a nacionalidade 
deverá ser concedida. 
Originária (natos) e derivada (naturalizados) 
Vínculo social efetivo entre indivíduo e Estado = passou a ser obrigatório apos decisão da CIJ no 
caso Nottebohm (vide abaixo) 
 
Jurisprudência internacional sobre nacionalidade 
Caso Canevaro 
Na Corte Permanente de Arbitragem em 1912 houve a reinvindicação de 3 cidadão de serem 
Italianos, a Itália apoiou. Com relação a 2 deles não houve discussão, mas a um deles, o 
Canevaro, não foi concedido o direito de ser considerado italiano, pois segundo a lei peruana ele 
era cidadão daquele país, pois nasceu no Peru filho de pai italiano e tinha se candidatado a 
eleições para o Senado e exerceu funções de cônsul da Holanda, apos permissão por ele 
solicitada ao governo e ao Congresso peruano. 
Caso Tellech 
Decidido em 1928 pela Comissão Tripartite EUA X Áustria e Hungria. Alexandre Tellech, nascido 
nos EUA, filho de austríacos, titular de dupla nacionalidade foi forçado a cumprir serviço militar na 
Áustria, onde residia. A comissão decidiu que decidindo residir em território austríaco, se 
submeteu a deveres e obrigações de cidadãos austríacos decorrentes das leis internas da 
Áustria. 
Caso Nottebohm 
Julgado em 1955 pela Corte Internacional de Justiça em Haia. Friedrich Nottebohm nasceu em 
Hamburgo e era nacional alemão. Imigrou para a Guatemala, onde se dedicou a atividade 
comercial de forma muito bem sucedida. Costumava viajar frequente para a Alemanha e outros 
países para gozar férias e ao Liechtenstein para visitar um irmão que lá vivia. Em 1939, ano em 
que eclodiu a 2a. GuerraMundial, conseguiu adquirir a nacionalidade de Liechtenstein, mas 
regressou à Guatemala, onde continuava vivendo. 
Em 1943, foi preso em uma intervenção norte-americana e deportado para os EUA como cidadão 
de país inimigo, permanecendo 2 anos sem julgamento. Terminada a guerra Nottebohm tem 
recusado seu regresso à Guatemala, cujo governo confiscara suas propriedades. Nottebohm vai 
viver em Liechtenstein cujo governo assume a defesa de seus direitos processando a Guatemala 
perante a CIJ, pleiteando que Guatemala pague indenização pela detenção e expulsão de 
nacional de Liechtenstein e devolva os bens confiscados. 
A CIJ acata o argumento da Guatemala de não ser autêntica a nacionalidade de Liechtenstein, 
uma vez que foi falha sua aquisição: 
À época de sua naturalização, aparentava Nottenbohm estar mais ligado a Liechtenstein 
do que a qualquer outro Estado no que concerne à sua tradição, seu estabelecimento, 
interesses, laços familiares e intenções para o futuro mediato? (...) à data quando requereu 
sua naturalização, Nottebohm era nacional alemão desde a época de seu nascimento. 
Sempre manteve seus contatos com os membros de sua família que haviam permanecido 
na Alemanha e sempre manteve relações comeciais com aquele país. Seu país estava em 
guerra há mais de um mês e não há indicação de que o pedido de naturalização foi 
motivado pelo desejo de se dissociar do governo de seu país. Estabelecera-se na 
Guatemala há 34 anos, lá conduzindo suas atividades; este país era o principal local de 
seu interesse. Para lá regressou pouco após sua naturalização e ali manteve o centro de 
seus interesse e de suas atividades. 
 
 
Nacionalidade derivada (naturalização) 
Normalmente os países usam os critérios: ius domicilii (permanência regular no território), o ius 
laboris (exercício de alguma função para o Estado), imposição legal (casamento, origem étnica ou 
para exercer alguns direitos etc). 
 
A nacionalidade brasileira: natos e naturalizados. 
Originária (natos) 
O Brasil reconhece dois critérios para a caracterização da nacionalidade jus soli (território 
brasileiro) e jus sanguinis (filho de brasileiro), além disso, a Constituição define a condição de 
brasileiro nato e naturalizado e prevê condições: 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde 
que estes não estejam a serviço de seu país; 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer 
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República 
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela 
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) 
 
Derivada (naturalizados) 
O Brasil requer conjugação de dois requisitos um objetivo (residência ininterrupta) e outro 
subjetivo (idoneidade moral ou ausência de condenação penal): 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de 
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade 
moral; 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil 
há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 
1994) 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em 
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, 
de 1994) 
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo 
nos casos previstos nesta Constituição. 
Obs.: atenção que o artigo 12CF pede residência ininterrupta por 1 ano para países lusófonos e 
15 anos para de outros países, mas isso não significa estadia ininterrupta. O estrangeiro pode se 
ausentar do Brasil desde que não tenha alterado sua residência. 
 
Outras exigências para a naturalização no Brasil trazidas pelo Estatuto do Estrangeiro (L. 
6964/81): 
 Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: 
 I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; 
 II - ser registrado como permanente no Brasil; 
 III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, 
imediatamente anteriores ao pedido de naturalização; 
 IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; 
 V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da 
família; 
 VI - bom procedimento; 
 VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por 
crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, 
superior a 1 (um) ano; e 
 VIII - boa saúde. 
 
Para que ocorra a naturalização o estrangeiro deve peticionar na Justiça Federal, que decidira 
pela habilitação ou não. A decisão final, contudo, será tomada pelo Ministro da Justiça que tem 
competência delegada do Presidente da República (arts. 111, 115 e 117 do Estatuto do 
Estrangeiro L. 6964/81) 
Conveniência e oportunidade = A satisfação das condições previstas para a naturalização não 
garantem que o estrangeiro será naturalizado. (art. 121 Estatuto do Estrangeiro - L. 6964/81) 
 
Cargos privativos 
Na Constituição 
Art. 12 § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas. 
VII - de Ministro de Estado da Defesa 
 
Perda da Nacionalidade Brasileira 
Apesar de prevista na constituição e no Estatuto do Estrangeiro, o Ministério da Justiça tem 
evitado retirar a nacionalidade brasileira e só decreta sua perda em casos extremos ou quando 
há solicitação da própria pessoa. 
Na Constituição 
Art. 12 § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva 
ao interesse nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em 
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício 
de direitos civis; 
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. 
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o 
selo nacionais. 
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. 
 
Reaquisição de nacionalidade 
O brasileiro tanto nato quanto naturalizado que tenha perdido a nacionalidade brasileira pode 
readquiri-la a qualquer tempo quando reestabelecer seu domicílio no Brasil, desde que a adoção 
da outra nacionalidade não tenha sido motivada pela esquiva de cumprir obrigação (ex. para fugir 
do serviço militar). 
Os efeitos da reaquisição não retroagem, mas devolve o status original de brasileiro nato ou 
naturalizado. Então o brasileiro nato que perdeu sua nacionalidade brasileira por algum motivo e 
depois voltou a se domiciliar no Brasil e pediu sua reaquisição de nacionalidade volta a ser 
considerado brasileiro nato. 
 
Nacionalidade da mulher casada 
Alguns ordenamentos jurídicos ainda preveem que a mulher que casa adquire a nacionalidade do 
marido e o acompanha em eventuais modificações de nacionalidade. O Brasil é signatário da 
Convenção da ONU sobre a Nacionalidade da Mulher Casada de 1957que prevê: 
 Art. 1. Todo Estado contratante acorda em que nem a celebração, nem a dissolução 
do matrimônio entre súditos e estrangeiros, nem a mudança da nacionalidade do marido 
durante o matrimônio, poderão ipso facto produzir efeitos sobre a nacionalidade da mulher 
O entendimento dominante é de que a mulher não pode mais ser vista como inferior ao homem 
no ordenamento jurídico e não é mais destituída de plena capacidade de direito, como era 
antigamente. Além disso, a nacionalidade não é uma qualidade do estado civil, mas do estado 
político. 
 
Conflitos de nacionalidade positivos e negativos 
Dupla nacionalidade 
Criança nasce em país que adota o ius soli e é filha de pais cuja lei nacional adota o critério do 
ius sanguinis, ela terá duas nacionalidades a do país do nascimento e a do país de origem dos 
pais. 
 
 
 
Estatuto pessoal 
 
Alguns países adotam o critério da territorialidade, julgando sempre de acordo com sua própria 
lei, o que representa uma negação do Direito Internacional Privado. A maioria das legislações 
internas opta entre os critérios do domicílio e da nacionalidade, havendo um pequeno número de 
países que têm um regime híbrido: lei nacional para seus cidadão e lei domiciliar para os 
estrangeiros residentes em seu território. 
 
Conflitos móveis 
 
Conflitos entre lei anterior e lei posterior à mudança de nacionalidade ou de domicilio, 
ocasionadas não pelo fator tempo mas pela alteração do fator constitutivo do estatuto pessoal. 
 
Se uma pessoa muda de domicílio ou de nacionalidade, como isso afeta sua capacidade? Um 
francês de 18 anos que após atingir a maioridade de acordo com a lei francesa estabelece 
domicílio em pais que segue o princípio domiciliar e cuja legislação só concede a plena 
capacidade aos 21 anos será considerado capaz ou relativamente incapaz? 
 
Um sujeito incapaz, segundo sua lei pessoal, pratica uma relação jurídica e em seguida adquire 
outra nacionalidade ou muda seu domicilio, e sua nova lei pessoal considera-o capaz. Poderá 
pleitear a nulidade de ato praticado anteriormente com base na lei contemporânea ou se dirá que, 
estando submetido a outra lei, qualquer pretensão relativa a atos anteriores reger-se-á pela lei 
atual? 
 
Caso Maria Christina de Bourbon 
Espanhola com 18 anos assinou em 1931 um contrato nupcial com Antenor Patino, boliviano e 
uma vez com ele casada passou a ser boliviana. Em 1955 Maria Christina ingressou em corte 
francesa pleiteando a declaração de nulidade do contrato, com fundamento na sua menoridade à 
época, ação que, segundo a lei espanhola, só prescreveria em 30 anos. Patino defendeu-se 
sustentando que de acordo com a lei boliviana, tratava-se de nulidade relativa, cuja ação estaria 
prescrita por ter passado os 10 anos. A Corte de Cassação francesa decidiu que a inabilitação de 
menor de idade para firmar contrato matrimonial constitui modalidade de sua incapacidade geral 
de contratar, regida por sua lei pessoal a data do contrato (espanhola portanto). 
 
A LINDB adota o primeiro domicílio conjugal como a regra de conexão que há de decidir sobre 
invalidade de matrimônio e sobre o regime de bens dos cônjuges, dispõe que o domicilio do chefe 
da família determina o de toda a família, com ressalvas. Estabelece que os moveis serão julgados 
pela lei do domicilio do proprietário, o penhor pela lei do domicilio da pessoa em cuja posse se 
encontre o bem, que a sucessão mortis causa ou por ausência se aplica a lei do pais do domicilio 
do de cujus desaparecido, prevalecendo a lei domiciliar do herdeiro brasileiro se ela for mais 
benéfica do que a lei brasileira em transmissão de bens sitos no país, regulando-se a capacidade 
do herdeiro e do legatário por sua lei domiciliar e quanto ás pessoas jurídicas estrangeira aqui 
estabelecidas seu funcionamento se rege pelas leis brasileiras de seu domicilio. No campo do 
processo, a lei do domicilio do reu determina a competência jurisdicional. 
 
Exceção do Direito Cambiário 
Decorrente da Convenção Destinada a Regular Certos Conflitos de Leis em Matéria de Letras de 
Câmbio e Notas Promissórias, há uma exceção a conexão domiciliar, pois a Convenção 
estabelece que a capacidade para comprometer-se cambiariamente conecta-se à lei da 
nacionalidade. A convenção destinada a regular conflitos de leis em matéria de cheque, também 
aprovada e ratificada pelo Brasil conta com o mesmo dispositivo. 
 
Outras regras de conexão para o Estatuto Pessoal 
 
Religião 
Em muitos países asiáticos e africanos perdura a competência jurisdicional dos tribunais 
eclesiásticos e a aplicação das leis religiosas para as questões inseridas no estatuto e na 
capacidade das pessoas. Quando as regras de conexão do DIP brasileiro indicar a aplicação de 
lei de um desses países, aplicar-se-á a lei religiosa ou se homologarão sentenças de tribunais 
eclesiásticos. STF tem homologado divórcios rabínicos do Estado de Israel ou divórcios 
prolatados por tribunais muçulmanos. Só negando a homologação quando houver formula 
atentatória à nossa ordem pública com o “repúdio”, em que o marido consegue a separação 
religiosa sem que a mulher seja consultada. 
 
Caso Levinçon 
Acórdão prolatado no inicio do sec. XX na França. Casal de judeus russos contraiu núpcias na 
Rússia civilmente perante a autoridade competente e casou-se religiosamente perante um rabino. 
A ação de divórcio proposta pela esposa foi indeferida pela Justiça francesa que entendeu que 
questões de família são regidas pela lei da nacionalidade e como na Rússia os judeus estavam 
submetidos em questões matrimoniais a jurisdição religiosa só era admitido o divórcio por um 
rabino, o judiciário francês não tinha competência para decretar o divórcio. 
 
Residência 
A residência habitual é uma conexão subsidiária, aplicada, normalmente, quando a pessoa não 
tem domicílio (art. 7o. LINDB, art. 26 do Código de Bustamante e art. 9o. do Tratdo de 
Montevidéu). 
 
Foro 
Em matéria processual impera a lex fori, lei do local da ação, pois não se admite que tribunal de 
um pais processe por outras normas processuais que não as suas próprias. Para determinação 
da lei aplicável, alguns poucos países adotam o princípio da territorialidade, fora nesses países a 
lex fori é aceita apenas como norma subsidiária, quando não se consegue provar a lei estrangeira 
aplicável ou quando a lei estrangeira aplicável choca a ordem pública do foro. 
 
Jurisdição competente x Lei aplicável 
 
Jurisdição competente não se confunde com lei aplicável. 
São dois campos de atuação do DIP distintos, mas que se complementam, um campo processual 
(voltado à fixação da jurisdição) e um campo material (voltado à definição da lei material a ser 
aplicada ao caso concreto conectado a mais de um sistema jurídico). 
 
A LINDB traz a distinção bem clara entre lei aplicável e jurisdição competente. 
 
Sobre a Lei material a ser aplicável: 
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o 
fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos 
impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou 
consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a 
lei do primeiro domicílio conjugal. 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os 
nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa 
anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, 
se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os 
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. (Redação dada pela Lei 
nº 6.515, de 1977)§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, 
só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver 
sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação 
produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das 
sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento 
interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em 
pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que 
passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009). 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro 
cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua 
guarda. 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua 
residência ou naquele em que se encontre. 
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei 
do país em que estiverem situados. 
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens 
moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. 
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se 
encontre a coisa apenhada. 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se 
constituirem. 
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma 
essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos 
requisitos extrínsecos do ato. 
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o 
proponente. 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado 
o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação dada pela Lei 
nº 9.047, de 1995) 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as 
fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituirem. 
 
E sobre a jurisdição competente: 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no 
Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis 
situados no Brasil. 
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma 
estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira 
competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. 
 
Quando a lei estrangeira não se aplica em detrimento das regras de conexão? 
 
Reenvio, qualificação, ordem pública, fraude à lei, questão prévia, instituição desconhecida e 
direitos adquiridos 
 
Lembrando que as regras de conexão escolhem a lei (material e processual) aplicável, mas em 
algumas situações elas não serão aplicáveis 
 
Caso fique caracterizado, pela eventual aplicação de norma material estrangeira ao caso 
concreto, lesão a preceitos básicos e elementares à validade e subsistência do sistema jurídico 
(lesão à ordem pública, aos bons costumes e à soberania nacional), regra originária de outro 
sistema não poderá valer, na solução do caso concreto, embora assim determinado pelas regras 
de direito internacional privado. 
 
No mesmo sentido, regra originária de outro sistema não valerá, na solução do caso concreto, 
quando for alegada para evitar o cumprimento das regras de ordem pública fixadas pelo Estado, 
pretendendo, assim, o sujeito burlar a lei por meio de evasivas que possam vir a caracterizar 
fraude à lei. Ex. antes do divorcio ser aceito no ordenamento brasileiro buscava-se a obtenção de 
divórcio no exterior, homologando e produzindo efeitos de tal fato no Estado brasileiro 
 
 
Reenvio 
A LINDB proibe o reenvio no art. 16: 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei 
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por 
ela feita a outra lei. 
Trata-se de traduçãoo fiel do art 30 das Disposições sobre as Leis em Geral da Itália de 1942, o 
qual já foi alterado pela nova lei italiana de 1995 que expressamente aceita o reenvio. 
Conflito de 1o. grau é a divergência das normas substantivas de duas legislações nacionais sobre 
a mesma matéria. Conflito de 2o. grau é o conflito de leis tratado diversamente por dois sistemas 
de DIP, é um conflito entre sistemas de solução de conflitos de leis. 
O conflito de 2o. grau pode ocorrer de forma positiva ou negativa. Positiva quando dois sistemas 
jurídicos solucionam o conflito determinando a aplicação de seu próprio direito, nessa hipótese 
não ocorrerá o reenvio. 
O conflito negativo ocorre quando as regras de conflito de cada um dos sistema de DIP atribui 
competência para reger a matéria não à sua própria lei, mas à lei interna do outro sistema, ou 
seja, o pais A considera aplicável a lei do país B e o país B indica a aplicação da norma do país 
A. Nessa hipótese o país A remete para a lei do país B e o país B reenvia, devolve para a lei do 
país A. 
O exemplo clássico do conflito de 2o. grau negativo é o do nacional de país A, domiciliado 
no país B, cuja capacidade é regida de forma diversa pelo Direito Civil dos dois países 
(conflito de 1o. grau). Para solucionar este conflito das leis civis, o país A, de sua 
nacionalidade, determina, por sua norma de DIP, que se aplique à capacidade da pessoa a 
lei do país onde se encontra domiciliado, enquanto a regra do DIP do país B, onde está 
domiciliado, determina que se aplique o direito do país A, de sua nacionalidade. (...) O 
reenvio também pode ocorrer de forma mais complexa, quando o DIP do país A manda 
aplicar o direito do país B, enquanto o DIP deste país B determina a aplicação do direito do 
país C. Denomina-se isto reenvio de 2o. grau. (...) Em outra variante da mesma hipótese, o 
sistema do DIP do país B dá mais importância a outra conexão (lugar da constituição da 
obrigação para reger toda a relação jurídica, inclusive a capacidade do sujeito) e remete 
para o direito interno do país D. Aí teremos o reenvio de 3o. grau, em que o país C mandou 
aplicar direito do país A, esse enviou para o direito do país B que afinal, remete para o 
direito do país D. O número de grau será sempre um abaixo do número de países 
envolvidos: dois países, em que um remete para o outro e este devolve ao primeiro, 
constitui reenvio de 1o. grau; três países, reenvio de 2o. grau; quatro países, reenvio de 3o. 
grau. (DOLINGER, 2012. 334) 
Caso Collier v. Rivaz 
Julgado na Inglaterra em 1841, primeira jurisprudência relativa a conflito de 2o. grau de caráter 
negativo. Cidadão inglês faleceu na Bélgica. Pelo ordenamento britânico rege a sucessão o 
direito do último domicílio que não reconhecia a validade do seu testamento. Pelas leis belgas, 
como o de cujus nunca pleiteara permissão formal do governo local para fixação definitiva, o 
domicílio continuava sendo a Inglaterra onde o seu testamento era considerado válido. A corte 
britânica aceitou o reenvio do direito belga com isso reconheceu a manifestação de vontade do 
falecido. Neste caso o Sir H. Jenner pronunciou a famosa frase: “a corte sentada aqui deve 
considera-se como se estivesse sentada na Bélgica”. De fato o DIP inglês determinava a 
aplicação da lei belga, mas o DIP belga mandava aplicar a lei inglesa, então o tribunal britânico 
fez exatamente o que o tribunal belga faria: aplicou a lei inglesa. 
 
Caso Forgo 
Forgo nasceu

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