Higiene Vocal 2

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DISCIPLINA: VOZ
Higiene Vocal
	A higiene vocal consiste de algumas dicas básicas que auxiliam a preservar a saúde do trato vocal e a prevenir o aparecimento de alterações e doenças. Essas dicas podem ser seguidas por todos, principalmente por aqueles que se utilizam mais da voz.
	A prevenção vocal só depende da conscientização.
Higiene Vocal
	O ato de falar ou de cantar requer gasto de energia, portanto fale e cante quando estiver em boas condições de saúde, a fim de não cometer esforços físicos. 
	Use roupas confortáveis, que não apertem principalmente na garganta, peito, cintura e abdômen. 
Higiene Vocal
	Aqueça e desaqueça a voz, antes e depois de usá-la por muito tempo. O aquecimento trabalha a flexibilidade muscular, necessária para que a extensão vocal ocorra sem tensão. O desaquecimento é necessário para retornar à voz falada natural.
	Ingira alimentos leves e de fácil digestão para evitar o refluxo gastroesofágico. 
	Evite pastilhas refrescantes antes de cantar/falar. Estas geralmente têm efeito "anestésico" e você pode cometer abuso vocal sem se dar conta. 
Higiene Vocal
	Monitore sua voz; aprenda a ouvir sua qualidade vocal e a reconhecer suas sensações de tensão/esforço desnecessários. 
	Procure evitar conversar em lugares ruidosos como: reuniões sociais, ruas muito movimentadas, dentro de carro em funcionamento, dentro do metrô, em danceterias ou shows de música, etc. 
	Quando estiver em grupo (como em sala de aula, por exemplo), procure falar no centro do ambiente, para que a acústica do local se encarregue de propagar sua voz; assim, você estará poupando-se de um esforço desnecessário. 
Higiene Vocal
	Procure falar/cantar de forma tranqüila: respire adequadamente, pausadamente, procurando não esmagar a voz nem usar o "ar de reserva" durante uma conversa/canto. 
	Evite pigarrear, pois este ato provoca um grande atrito nas pregas vocais.
	Quando for inevitável o uso prolongado de sua voz, procure contrabalançar, fazendo um repouso vocal de pelo menos 30 minutos, a fim de poupar a musculatura fonatória e irrigar as pregas vocais. 
Higiene Vocal
	Observe a sua tensão. Aprenda a descobrir as pistas que o seu corpo dá: Como ele está antes do relaxamento? Qual é a parte de seu corpo que mais demora a relaxar? Quais são os músculos que você retesa quando fica tenso? Como está sua respiração?!
	Não fume. A exposição a fumaça, provoca o acúmulo de secreções nas pregas vocais, e o ressecamento da mucosa. O fumo irrita e altera a estrutura celular do aparelho fonador, sendo o fator principal para o aparecimento do câncer de laringe. 
Higiene Vocal
	Adote o hábito de beber água. A hidratação é fundamental para a sua saúde vocal.
	Beba água durante o uso profissional a voz.
	Evite beber líquido muito gelado, é melhor que esteja em temperatura ambiente.
Higiene Vocal
	 Evite a bebida alcoólica durante o uso vocal. O álcool, além de ser considerado "droga pesada" pela O.M.S. (Organização Mundial de Saúde), tem um efeito anestésico e relaxante muscular, provocando a diminuição da sensibilidade que leva ao esforço e à fadiga vocal. 
	Outras drogas, como anabolizantes ou alucinógenos, podem causar severos danos à saúde vocal (não apenas pelo efeito direto da ação do fármaco mas também pelas conseqüências da situação como um todo). 
Higiene Vocal
	Evite falar com o som ligado ou assistindo TV. 
	Evite a tosse voluntária, pois provoca um trauma mecânico intenso entre as pregas vocais, podendo lesioná-las.
	Evite o ar condicionado, pois o resfriamento é realizado através da redução da umidade do ar com conseqüente ressecamento da mucosa das PPVV, alterando a vibração das mesmas e gerando produção vocal com esforço e tensão. Se não for possível evitar o ar condicionado, aumente o consumo de água durante o tempo de exposição.
Higiene Vocal
	Evite o consumo de leite, chocolate e seus derivados antes da atividade vocal, pois esses alimentos aumentam a viscosidade do muco no trato vocal e conseqüentemente a necessidade de pigarrear.
	Procure consumir maçã e outros alimentos fibrosos adstringentes, pois têm uma ação de higienização da cavidade oral e da faringe. 
	Procure ingerir sucos e frutas cítricas, caso não seja portador de RGE. 
Higiene Vocal
	Procure utilizar um vestuário confortável, que não prejudique a excursão da laringe e o fluxo respiratório.
	A atenção a postura é fundamental. Mantenha-se com cabeça e tronco eretos, com os dois pés apoiados no chão, durante a atividade vocal, para facilitar a livre movimentação da laringe e do diafragma. 
	Evite falar de forma travada ou tensa. Articule bem as palavras, intensificando um pouco as expressões faciais, porém sem exagero. Isto poupa a sua laringe.
	Não grite, sempre que possível procure se aproximar da pessoa para conversar.
Higiene Vocal
	Faça alongamentos com os braços e pescoço e espreguice ao acordar, pois isto descontrai a musculatura extrínseca do pescoço.
	Durante o banho, deixe a água quente cair sobre os ombros, fazendo movimentos de rotação com a cabeça e ombros, para minimizar a tensão do dia a dia.
	Utilize alguns momentos do dia para fazer pequeno repouso de voz.
Higiene Vocal
	Evite o uso vocal durante atividade física, pois o esforço provoca sobrecarga na musculatura da laringe.
	Evite cantar em videokes ou participar de corais sem preparação vocal.
	Evite cantar ouvindo MP3 ou junto com o CD, pois a sua extensão vocal difere da extensão do cantor, o que gera um abuso vocal.
Higiene Vocal
	Evite falar excessivamente em presença de infecções ou inflamações de vias aéreas superiores e também em quadros alérgicos, pois o tecido que reveste a laringe esta edemaciado nestes quadros e o atrito entre as PPVV passa a ser uma forte agressão à mucosa.
	Evite medicamentos de impacto vocal. São eles, os calmantes, as aspirinas e os diuréticos. Os diuréticos e os calmantes ressecam a mucosa de via aérea superior. A aspirina aumenta a circulação sangüínea na periferia da PPVV, o que provoca a fragilidade capilar, quando associado ao trauma vocal.
	Evite alimentos de difícil digestão e muito condimentados, pois provacam azia e RGE, além de prejudicarem a movimentação livre do diafragma.
Higiene Vocal 
	Evitar durante o uso profissional da voz ar seco, úmido, vento, frio, calor, mofo, poeira, odores, vapores, substâncias voláteis ou quaisquer agentes de poluição que podem exigir maior esforço muscular e/ou respiratório na emissão vocal e/ou afetar a integridade mucoepitelial das vias aerodigestivas superiores.
Orientação Vocal/ Conduta Profilática
	Evitar obesidade e manter atividade física aeróbica regular;
	Participar de Programas de esclarecimento das funções e disfunções vocais;
	Evitar a auto-medicação. A automedicação está absolutamente contra-indicada, sendo importante o conhecimento de eventuais produtos, fitoterápicos ou remédios que estejam em uso, pois podem apresentar ação sinérgica e/ou adversa com medicamentos prescritos pelo medico.
Orientação Vocal/ Conduta Profilática
	Seguir avaliações e cuidados clínicos gerais regulares
	Identificar e respeitar predisposições, sensibilidades, alergias e limites individuais
	Alimentação regular, evitando jejum prolongado ou abusos alimentares, em especial antes de dormir
	Evitar excesso de tensão, stress e estado crônico de ansiedade
Evidências Científicas (benefícios)
	Repouso vocal absoluto ou relativo;
	Antiinflamatórios; Antibióticos; Antifúngicos;
	Analgésicos; Corticosteróides; Descongestionantes;
	Mucolíticos; Inalações e nebulizações; 
	Antiácidos;
	Prócinéticos; Cuidados posturais e dietéticos;
	Toxina botulínica;
	Cirurgias tais como adenotonsilectomias, rinosseptoplastias, turbinectomias, faringopalatoplastias, microcirurgias da laringe, tiroplastias, laringectomias, laringotraqueoplastias;
	Radioterapia e quimioterapia anti-neoplásica;
	Orientação vocal preventiva, instrução sobre técnica vocal, fonoterapia e emprego de recursos de amplificação sonora.
EvidênciasCientíficas (Malefícios)
	Abuso vocal;
	Fumo (tabagismo);
	Abuso de álcool (etilismo-alcoolismo);
	Refluxo laringo-faríngeo;
	Efeitos colaterais de vários medicamentos (por ex., uso prolongado de corticosteróides inalatórios) e substâncias de uso popular.
	Exposição a produtos químicos e irritantes das vias aéreas.
Evidências Científicas 
	balas mentoladas – Não há estudos científicos a respeito. 
	cristais de gengibre – Não há trabalhos relacionando sua ação nos problemas da laringe ou da voz. 
	mastigar cravo – Não há estudos científicos a respeito.
	gargarejos com vinagre e similares – Não há trabalhos relacionando sua ação nos problemas da laringe ou da voz. 
	própolis e mel – Não há trabalhos relacionando sua ação nos problemas da laringe ou da voz. Não há evidência científica mostrando a sua efetividade clínica nas vias aero-digestivas superiores. 
Evidências Científicas
	romã – Não há trabalhos relacionando sua ação nos problemas da laringe ou da voz. Pode ter ação antimicrobiana e antifúngica.
	leite e derivados – Não há trabalhos relacionando sua ação na laringe ou na voz. 
	maçã – Não há trabalhos relacionando sua ação nos problemas da laringe ou da voz. Tem ação adstringente e daria fluidez ao muco faringo-laríngeo.
	cafeína – Acredita-se que a cafeína possa ter uma ação diurética, comprometendo a qualidade da voz por interferir na lubrificação das pregas vocais.
Período médio de afastamento do uso profissional da voz
	Laringites virais agudas leves – 1 a 5 dias; 
	Laringites virais agudas moderadas – 5 a 10 dias; 
	Laringites bacterianas agudas leves – 5 a 10 dias;
	Laringites bacterianas agudas moderadas – 10 a 20 dias;
	Hematoma de prega vocal – 10 a 20 dias;
	Nódulos, pólipos e cistos vocais pequenos – 30 a 45 dias;
	Nódulos, pólipos e cistos vocais moderados – 45 a 90 dias;
	Paralisias e lesões maiores ou processos mais intensos – indefinido
Uso Excessivo Vocal
	Trata-se do uso da voz de forma mais contínua e intensa, comum na atividade de professores, vendedores ambulantes, operadores de tele-atendimento, telefonistas, cantores e locutores, entre outros.
	Período superior a 6 (seis) horas ao dia, ou em tempo inferior, porém em ambientes ou situações mais exigentes. 
	Ambientes:
	com exposição a ruído (salas de aula sem isolamento acústico e em vias públicas que gerem competição sonora)
	sob exposição a fatores ambientais como ar seco, úmido, vento, frio, calor, poeira, mofo, odores, vapores, substâncias voláteis ou quaisquer agentes de poluição
	Esses ambientes exigem maior esforço muscular e/ou respiratório na emissão vocal e/ou afetam a integridade mucoepitelial das vias aero-digestivas superiores. 
	
Risco de desenvolver laringopatias
	Risco inerente (risco “menor” de desenvolver laringopatia) - ex: profissionais liberais;
	Baixo risco (maior probabilidade) - ex: professores em meio expediente, em adequadas condições ambientais;
	Risco moderado - ex: professores em tempo integral e/ou inadequadas condições ambientais;
	Alto risco - ex: profissionais que exercem atividades que envolvem constante abuso, gritos ou uso da voz em ambiente excessivamente ruidoso e/ou poluído. 
Risco clínico moderado e alto
	Uso intenso, constante e prolongado, sem grande exigência de qualidade - professores, advogados, políticos, operadores de tele-atendimento, atendentes, telefonistas, comerciários, alguns profissionais liberais;
	Uso intenso, não constante nem prolongado, com grande exigência de qualidade - cantores, professores de canto, regentes de corais, atores, locutores, alguns profissionais liberais;
	Uso em múltiplas funções combinadas ou eventuais, amadores sem preparo - cantores que são professores, profissionais liberais que são cantores, uso de voz falada e cantada, uso social intenso de voz (falada), etc.