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Psicopedagogia Institucional

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Psicopedagogia Institucional 1
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1
Didática no Ensino
Auditoria Contábil Tributária 1
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PSICOPEDAGOGIA 
INSTITUCIONAL
Psicopedagogia Institucional 1
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1
Didática no Ensino
Auditoria Contábil Tributária 1
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MONTEIRO, Adna Melo, 2020
Psicopedagogia Institucional - Belém - Editora (Faculdade Estratego).
32 páginas.
Palavras chaves: 1. Psicopedagogia; 2. Aprender ; 3. Intervenção; 4. Diagnósti-
co institucional.
Psicopedagogia Institucional 2
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s
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................3
1. CONCEITUANDO A PSICOPEDAGOGIA ...................................................................................5
1.1. CONCEITUANDO A PSICOPEDAGOGIA .....................................................................5
1.2 O OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA ......................................................6
1.3 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA ...........................................................7
2.TEORIAS QUE EMBASAM O TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO ..................................11
3. A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL NOS DIFERENTES ESPAÇOS ....................13
4.TÉCNICAS, INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO 
E DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL ......................................................................................................15
4.1 O DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO .......................................................................15
4.2 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL PARA LEVANTA-
MENTO DA REALIDADE - DIAGNÓSTICO ..........................................................................16
5. INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 22
6. ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA .............................................................24
7. PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO .............................................................................25
8. A PSICOPEDAGOGIA NA INCLUSÃO ..........................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................31
*
* A navegação deste e-book por meio de botões interativos pode variar de funcionalidade dependendo de cada leitor de PDF.
Psicopedagogia Institucional 3
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INTRODUÇÃO
A psicopedagogia é um campo de atuação epistemológico e prático, 
considerada uma área de conhecimento relativamente nova, embrionária, em 
construção. Que tem como foco o processo de aprendizagem humana na 
dimensão das relações humanas, compreendendo todas as que perpassam nas 
trocas de aprendizagem tal como a relação professor-aluno, professor-professor, 
aluno-família, professor-família, seja na perspectiva daquele que aprende 
quanto daquele que ensina, isto é, ensinantes e aprendentes; na dimensão do 
desenvolvimento em geral, avaliando as competências que se desenvolvem 
e em que ponto se encontram e na dimensão das habilidades específicas para 
cada aprendizagem observando a performance do aluno ante os desafios dos 
conteúdos de ensino.
Neste módulo estudaremos os fundamentos da psicopedagogia institucional, 
as teorias que embasam o trabalho psicopedagógico, a psicopedagogia nos 
diferentes espaços, as técnicas, instrumentos e procedimentos de investigação 
institucional, a intervenção psicopedagógica nas dificuldades de aprendizagem, 
as provas de diagnóstico operatório e o papel do psicpedagogo no contexto da 
inclusão.
Temos como objetivos no desenvolvimento deste módulo:
OBJETIVO GERAL:
• Compreender a psicopedagogia na perspectiva da prática institucional
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Conceituar e caracterizar a psicopedagogia institucional;
• Reconhecer o papel do psicopedagogo nos diferentes espaços institucionais;
• Identificar e aplicar diferentes técnicas, instrumentos e procedimentos de 
investigação e diagnóstico institucional;
• Aplicar estratégias de intervenção e tratamento de ações preventivas e 
terapêuticas nas dificuldades de aprendizagem.
Fundamentos da Psicopedagogia
“Estudar não é para mim, acho que não nasci para estudar.” (autor 
desconhecido)
É possível que você já tenha mantido contato com a psicopedagogia e 
formulado algum conceito ou ideia de qual seja a abordagem da psicopedagogia 
e seu campo de atuação ou mesmo que tenha se perguntado “o que é 
psicopedagogia”?
Psicopedagogia Institucional 4
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Para darmos início a este módulo vamos resgatar alguns conceitos sobre a 
psicopedagogia, objeto de estudo e seu campo de atuação.
A epígrafe acima é muito recorrente, há uma diversidade de alunos que 
acreditam não ter nascido para estudar por terem uma imensa dificuldade 
de aprender. Os problemas de aprendizagem estão no cotidiano das escolas, 
dos lares, hospitais ou empresas e é dentro desse contexto de dificuldade de 
aprendizagem que surge a psicopedagogia. No entanto, este é um conhecimento 
que vai além das dificuldades, transtornos ou distúrbios de aprendizagem, trata-
se de um olhar para a aprendizagem humana no seu sentido mais amplo.
 Há mais ou menos 30 anos, o campo de estudos da psicopedagogia começa 
a surgir com a finalidade de compreender, estudar e intervir ante aos problemas 
de aprendizagem. 
 Conforme Bossa (2011, p. 25), o termo “sugere tratar-se de uma aplicação 
da psicologia à pedagogia, porem tal aplicação não reflete o significado que esse 
termo assume em razão do seu nascimento.” Como foi referido no parágrafo 
anterior, é uma abordagem sobre a aprendizagem humana, para tanto, a psicologia 
e a pedagogia não conseguem, sozinhas, responder as questões da aprendizagem 
humana. A história da psicopedagogia aponta o seu nascimento a partir com a 
nomenclatura de psicopedagogia curativa numa articulação com a medicina, 
psicanálise, psicologia e pedagogia.
Conforme afirma Macedo apud Bossa (2011), a psicopedagogia nasce da 
necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem e 
que por esta razão, não se basta como aplicação da psicologia à pedagogia. 
Sendo assim, outras áreas do conhecimento como a neurologia, fonoaudiologia, 
medicina, psicanálise, linguística juntas formam o corpo teórico da psicopedagogia 
tornando-a uma área de conhecimento inter e transdisciplinar.
Psicopedagogia Institucional 5
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1. CONCEITUANDO A PSICOPEDAGOGIA
“Estudar não é para mim, acho que não nasci para estudar.” (autor des-
conhecido) 
É possível que você já tenha mantido contato com a psicopedagogia e 
formulado algum conceito ou ideia de qual seja a abordagem da psicopedagogia 
e seu campo de atuação ou mesmo que tenha se perguntado “o que é 
psicopedagogia”?
Para darmos início a este módulo vamos resgatar alguns conceitos sobre a 
psicopedagogia, objeto de estudo e seu campo de atuação.
A epígrafe acima é muito recorrente, há uma diversidade de alunos que 
acreditam não ter nascido para estudar por terem uma imensa dificuldade 
de aprender. Os problemas de aprendizagem estão no cotidiano das escolas, 
dos lares, hospitais ou empresas e é dentro desse contexto de dificuldade de 
aprendizagem que surge a psicopedagogia. No entanto, este é um conhecimento 
que vai além das dificuldades, transtornos ou distúrbios de aprendizagem, trata-
se de um olhar para a aprendizagem humana no seu sentido mais amplo.
 Há mais ou menos 30 anos, o campo de estudos da psicopedagogia começa 
a surgir com a finalidade de compreender, estudar e intervir ante aos problemas 
de aprendizagem. 
 Conforme Bossa (2011, p. 25), o termo “sugere tratar-se de uma aplicação 
da psicologia à pedagogia, porem tal aplicação não refleteo significado que esse 
termo assume em razão do seu nascimento.” Como foi referido no parágrafo 
anterior, é uma abordagem sobre a aprendizagem humana, para tanto, a psicologia 
e a pedagogia não conseguem, sozinhas, responder as questões da aprendizagem 
humana. A história da psicopedagogia aponta o seu nascimento a partir com a 
nomenclatura de psicopedagogia curativa numa articulação com a medicina, 
psicanálise, psicologia e pedagogia.
Conforme afirma Macedo apud Bossa (2011), a psicopedagogia nasce da 
necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem e 
que por esta razão, não se basta como aplicação da psicologia à pedagogia. 
Sendo assim, outras áreas do conhecimento como a neurologia, fonoaudiologia, 
medicina, psicanálise, linguística juntas formam o corpo teórico da psicopedagogia 
tornando-a uma área de conhecimento inter e transdisciplinar.
1.1. CONCEITUANDO A PSICOPEDAGOGIA
Abordar o conceito de psicopedagogia, é um convite a perguntar: o que é 
aprendizagem? O que é aprender? 
 Definir aprendizagem parece ser um desafio, Catania (1992) refere que não 
há definições satisfatórias para aprendizagem e faz alusão a uma mudança de 
Psicopedagogia Institucional 6
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comportamento resultante da aquisição de algum tipo de conhecimento. Para 
outros autores a aprendizagem é o modo como cada um adquire conhecimento. 
Chamat (2007) afirma que a aprendizagem constitui-se em um processo que é 
próprio do ser humano, e é muito mais abrangente que a aprendizagem escolar. 
 A aprendizagem humana e suas implicações parece ser um dos desafios 
da ciência que implica em procurar entender como se aprende ou porque 
determinadas pessoas aprendem e outras parecem não aprender, ou constroem o 
conhecimento por diferentes caminhos. Esta é a preocupação da psicopedagogia.
A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de 
uma demanda - o problema de aprendizagem, colocado em um território 
pouco explorado, situado além dos limites da psicologia e da pedagogia 
– e evoluiu devido a existência de recursos, ainda que embrionários, para 
atender a essa demanda, constituindo-se assim, em uma prática. Como 
se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se inicial-
mente do processo de aprendizagem. (BOSSA, 2007, p. 24)
A mesma autora amplia este conceito afirmando que é também o estudo 
das características da aprendizagem humana, como reconhecer, tratar, prevenir, 
compreender como se aprende, quais os fatores que condicionam esta 
aprendizagem e suas alterações.
 A psicopedagogia é, portanto uma área de estudos, de desenvolvimento de 
teorias e técnicas voltadas para a aprendizagem humana, seja numa perspectiva 
preventiva ou terapêutica. Weiss (1991), afirma que a “psicopedagogia busca a 
melhoria das relações com a aprendizagem, assim como a melhor qualidade na 
construção da própria aprendizagem de alunos e educadores.”
 Trata-se de um olhar voltado para o sujeito da aprendizagem, seja ele o aluno, 
o professor, a escola, família, organizações. A partir de um conjunto de práticas 
de intervenção no campo da aprendizagem em dois âmbitos: o preventivo e o 
terapêutico. 
1.2 O OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA
A psicopedagogia é uma área do conhecimento que tem como objeto 
de estudo a aprendizagem humana. Autores como Kiguel, Neves e Golbert 
apresentam o processo de aprendizagem humana, dentro deste processo o ato de 
aprender e ensinar como o objeto de estudo da psicopedagogia, na perspectiva 
preventiva e na terapêutica. Os referidos autores não tratam este objeto de forma 
isolada, aspectos como padrões evolutivos normais e patológicos, a influência 
do meio e as realidades interna e externa da aprendizagem compõe toda a 
complexidade que é o processo de aprendizagem humana.
Apesar de apresentarem uma ideia consensual sobre o objeto de estudo 
da psicopedagogia, vale ressaltar que a concepção de aprendizagem resulta de 
Psicopedagogia Institucional 7
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uma visão de homem, e a práxis psicopedagógica é envolvida por uma película 
chamada de subjetividade humana, e é nesta subjetividade que a ideia de 
consenso é rompida por uma prática com diferentes caminhos.
1.3 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA
O fenômeno da aprendizagem que é permeado pelas ações de ensinar e 
aprender ocorre tanto de forma sistemática, planejada no contexto da escola 
ou de outra instituição mas também acontece espontaneamente no ambiente 
familiar, nas relações sociais, nos jogos, brincadeiras, aprendizagem acontece de 
repente de uma ou de outra maneira.
Scoz (1994) compreende a área de atuação do psicopedagogo tramitando 
ora na clinica, ora na institucional, no entanto, ambas voltadas para o processo de 
aprendizagem.
Dessa forma, compreende-se que a atuação do psicopedagogo não se 
limita a espaço físico. De acordo com Bossa (2011), mas em especial, “ao espaço 
epistemológico que lhe cabe, ou seja, ao lugar deste campo de atividade e ao 
modo de abordar o seu objeto de estudo.”
A psicopedagogia pode acontecer a partir de três perspectivas: da Clínica, 
da Pesquisa e da perspectiva Institucional.
1.3. 1 Perspectiva Clinica
A perspectiva clínica ocupa-se com o sujeito que aprende de forma holística, 
sua história pessoal, seus vínculos familiares e sua modalidade de aprendizagem, 
considerando neste processo o aprender, o não aprender e o aprender a aprender, 
buscando possibilitar que o sujeito aprendente seja protagonista do seu processo 
de aprendizagem.
 Na psicopedagogia clinica é fundamental compreender o conceito de 
modalidades de aprendizagem, pois baseada nesta compreensão que é possível 
descrever, compreender e intervir na maneira com que cada sujeito relaciona-se 
com o objeto do conhecimento. 
Dentre as teorias propostas por Bossa (2011) para embasar o trabalho psico-
pedagógico, podemos destacar:
a) Biologia, psicologia e pedagogia
b Medicina, psicanálise e fisioterapia
c) Psicanálise, pedagogia, neuropsicologia
d) Matemática, música e a psicologia social
e) Pedagogia, psicanálise e a música
Você sabia?
Psicopedagogia Institucional 8
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 Sara Paín e Alícia Fernandes, com base nos pressupostos teóricos de 
Piaget, propõe uma prática psicopedagógica que privilegia as modalidades de 
aprendizagem a partir do processo assimilativo-acomodativo. O referido modelo 
foi proposto inicialmente por Paín. Alícia Fernandez amplia esta concepção para a 
Psicopedagogia clinica, pensando em uma aprendizagem que se constitui a partir 
de quatro elementos simultaneamente: organismo, corpo, inteligência e desejo. 
Esta modalidade é descrita por Alícia Fernandes como ”um molde, ou esquema 
de operar que vai sendo utilizado nas diferentes situações de aprendizagem.” 
E por falar nestes 4 elementos e situações de aprendizagem, sugiro que você 
acesse o link http://janeladafilosofia.blogspot.com/2014/08/textos-de-rubem-
alves.html, para ler o texto de Rubem Alves: A arte de produzir fome.”
 A psicopedagogia clínica, de acordo com Bossa (2011) Exerce suas 
funções nas dimensões terapêutica e institucional, buscando a compreensão 
das complexas relações de aprendizagem, dos lugares e papéis de sujeitos em 
suas redes históricas e pela formulação de espaços e dispositivos adequados ao 
resgate e à promoção da aprendizagem.
1.3.2 Perspectiva da Pesquisa
Na perspectiva da pesquisa compreende um conjunto de conhecimentos 
que auxiliam na investigação sobre os fenômenos relativos aos processos 
de aprendizagem humana bem como a elaboração de um corpo teórico, 
epistemológico a partir da investigação e de estudos em torno do processo de 
aprendizagem.
1. 3. 3 Perspectiva da Instituição
A psicopedagogia institucional, diferente da psicopedagogia clinica analisa 
as relações institucionais quanto ao processo de aprendizagem, seja em relação 
ao grupo ou o individuo no grupo da empresa, do hospital, intervindo nas relações 
familiares, no diagnósticode sujeitos, na relação professor-aluno.
O campo de atuação da psicopedagogia refere-se não só ao espaço físi-
co onde se dá esse trabalho, mas também, e em especial, ao espaço epis-
temológico que lhe cabe, ou seja, ao lugar deste campo de atividade e ao 
modo de abordar seu objeto de estudo. (BOSSA: 2011, p. 47)
Este espaço de atuação seja físico, seja epistemológico ocupa seu lugar 
com diferentes modalidades de atuação, na clinica/terapêutica, preventiva 
ou puramente teórica tendo em vista que necessita refletir sobre a práxis 
psicopedagógica, seja seu objeto de estudo, o individuo ou o grupo.
Tanto o enfoque preventivo quanto o terapêutico podem se desenvolver na 
Psicopedagogia Institucional 9
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prática de:
•  Anamnese
•  Contato com a escola
•  Observação do desempenho em situação de aprendizagem
•  Solicitação de exames e acompanhamentos complementares: neurológico, psi-
cológico, psiquiátrico, clinico, oftalmológico e outros que se fizerem necessários.
 O enfoque terapêutico, não deixa de ser preventivo tendo em vista que o 
tratamento de um problema de aprendizagem ou transtorno pode evitar outros 
de diferentes naturezas. Da mesma forma, o preventivo também é terapêutico 
quando considera a singularidade do sujeito do conhecimento.
Fogali (2006) refere que no
sentido etimológico do termo “terapêutico”, seu significado refere-se à 
parte da medicina que estuda e põe em prática os meios que se adequam 
ao alívio e cura dos doentes. O termo que significa “eu curo” (de “thera-
peuo”) deriva-se do grego “therapeutike” e do latim tardio “therapeutica”.
A abordagem terapêutica, identifica, analisa e elabora o diagnóstico e 
tratamento das dificuldades de aprendizagem. Podendo ser aplicada em 
diferentes contextos de necessidades:
• Atendimento aos alunos encaminhados com baixo rendimento escolar e 
dificuldades de aprendizagem;
• As dificuldades de aprendizagem podem se manifestar nas mais diversas 
áreas, tais como: 
1. atividade motora: hiperatividade ou hipoatividade; dificuldade de 
coordenação
2. Emoções – desajustes emocionais leves, baixa auto-estima;
3. Percepção – reprodução inadequada de formas geométricas, inversão 
de letras;
4. Sociabilidade – inibição participativa, pouca habilidade social, 
agressividade
5. Memória – dificuldades de fixação;
6. Área verbal – problemas na codificação, decodificação simbólica,
Irregularidades na lectoescrita, disgrafia;
Neste trabalho de ensinar a aprender, o psicopedagogo recorre a critérios 
diagnósticos no sentido de compreender a falha na aprendizagem – daí o 
caráter clinico da psicopedagogia, ainda que seu objetivo seja a preven-
ção dos problemas de aprendizagem. (BOSSA: 2011, p. 45)
Psicopedagogia Institucional 10
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No enfoque preventivo, a orientação deve permear o trabalho do 
psicopedagogo no que diz respeito ao processo ensino-aprendizagem com 
foco na aquisição do conhecimento. É função do psicopedagogo, quanto à 
área preventiva, assessorar e acompanhar a escola, empresa, família e outras 
instituições no desenvolvimento de projetos educacionais, detectar possíveis 
problemas no processo de ensino-aprendizagem; participar da dinâmica das 
relações da comunidade educativa, realizar orientações metodológicas para o 
processo ensino-aprendizagem, considerando as características do indivíduo ou 
grupo; colocar em prática alguns processos de orientação educacional, vocacional 
e ocupacional em grupo ou individual.
Bossa (1994) apresenta três níveis em que a intervenção psicopedagógica 
pode se dar, quanto ao enfoque preventivo:
1º nível, diminuir a frequência dos problemas de aprendizagem. Questões 
didático-metodológicas, formação e na orientação de professores, e 
aconselhamento aos pais. 
2º nível, diminuir e tratar dos problemas de aprendizagem já instalados, 
procura-se avaliar os currículos com os professores para que não se repita tais 
transtornos. 
3º nível, eliminar os transtornos já instalados, em um procedimento clínico 
com todas as suas implicações. O caráter preventivo permanece aí, uma vez que, 
ao eliminarmos um transtorno, estamos prevenindo o aparecimento de outros.
Psicopedagogia Institucional 11
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2.TEORIAS QUE EMBASAM O TRABALHO 
PSICOPEDAGÓGICO
Conforme referido em parágrafos anteriores, a psicopedagogia não reflete 
uma combinação entre a psicologia e a pedagogia, pois esta seria uma visão 
reducionista quanto à psicopedagogia enquanto área de conhecimento. 
É necessário, portanto, conhecer as origens teóricas que dão corpo a este 
conhecimento. Nádia Bossa (2011) apresenta em seu livro “A Psicopedagogia no 
Brasil: contribuições a partir da prática”, algumas das áreas cientificas que tem 
contribuído com a construção de um corpo teórico:
Psicologia – “a psicopedagogia herda o velho problema do paralelismo 
psicofísico, um dualismo, que ora privilegia o físico (observável), ora o psí-
quico (a consciência); (p.38)
Psicanálise – “encarrega-se do mundo inconsciente, das representações 
profundas, operantes por meio da dinâmica psíquica que se expressa por 
meio de sintomas e símbolos;” (p. 40)
Psicologia social – “encarrega-se da constituição do sujeito que responde 
às relações familiares, grupais e institucionais, em condições sócio eco-
nômicas culturais especificas e que contextuam toda a aprendizagem.” 
(p. 41)
Epistemologia e a psicologia genética – “se encarregam de analisar e des-
crever o processo construtivo do conhecimento pelo sujeito em intera-
ção com os outros e com os objetos.” (p.41)
Linguística – traz a compreensão da linguagem, um dos meios que carac-
terizam o tipicamente humano e cultural: a língua enquanto código dis-
ponível a todos os membros de uma sociedade. (p.41)
Pedagogia – “contribui com as diversas abordagens do processo ensino-
-aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem ensina.” (p. 41)
Neuropsicologia – possibilita a “compreensão dos mecanismos cerebrais 
que subjazem ao aprimoramento das atividades mentais, indicando-nos a 
que correspondem, do ponto de vista orgânico, todas as evoluções ocor-
ridas no plano psíquico.” (p. 41)
Como foi possível perceber, o psicopedagogo sustenta a sua prática em 
pressupostos teóricos distintos porem convergentes por conceber o ser humano 
em sua diversidade, seja na perspectiva pedagógica, esta vista a partir de quem 
aprende e de quem ensina, ou em outra percepção teórica. Cada enquadramento 
Psicopedagogia Institucional 12
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do psicopedagogo está diretamente ligado a sua identificação com determinada 
abordagem estabelecendo sempre uma correlação com a sua formação.
 
Dentre as teorias propostas por Bossa (2011) para embasar o trabalho psico-
pedagógico, podemos destacar:
a) Biologia, psicologia e pedagogia
b Medicina, psicanálise e fisioterapia
c) Psicanálise, pedagogia, neuropsicologia
d) Matemática, música e a psicologia social
e) Pedagogia, psicanálise e a música
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3. A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL NOS 
DIFERENTES ESPAÇOS
A psicopedagogia institucional se desenvolve a partir de três linhas de 
trabalho: relações de aprendizagem, a construção do conhecimento do sujeito e 
a qualificação nos processos de aprendizagem. Vale ressaltar que o sujeito, neste 
contexto, é a própria instituição imbricada de sua filosofia, valores e ideologias.
Todo o sujeito da aprendizagem deve ser percebido em sua totalidade, 
considerando que todas as suas dimensões são coparticipantes de seus processos 
de aprendizagem, por meio do entrelaçamento e da manifestação dos processos 
cognitivos, na relação com o objeto do conhecimento; afetivo-emocionais estão 
presentes na dimensão relacional que se configura também por meio das relações 
sociais, culturais, orgânicas, psíquicas e pedagógicas, concebendo o sujeito como 
individual e coletivo. Para aprendersão necessárias condições cognitivas, afetivas, 
criativas e associativas.
A ação do psicopedagogo não está restrita ao contexto da escola, mas pode 
se dar também nas empresas, organizações assistenciais, hospitais, igrejas, família 
e em qualquer espaço onde se permita que aconteça troca de saberes.
Para cada instituição especificamente, o psicopedagogo deverá dispor de 
instrumentos adequados a realidade, a demanda, e as necessidades próprias de 
cada sujeito da aprendizagem.
 Na escola, há uma diversidade de demandas, queixas e realidades que 
diariamente se manifestam, das quais, algumas podem merecer destaque:
• o fracasso escolar; 
• o currículo; 
• o planejamento com enfoque psicopedagógico; 
O papel do Psicopedagogo na instituição, seja ela a escola ou a empresa, é 
intervir nos processos de aprendizagem. Desde aprender a ler e escrever 
como também aprender a organizar os espaços na empresa ou mesmo per-
ceber o seu espaço como sujeito na instituição.
 “Existe também uma proposta de atuação nas empresas, onde o objetivo seria favorecer a aprendizagem 
do sujeito para uma nova função, auxiliando-o para um desenvolvimento mais efetivo de suas atividades.”
Bossa (2011, p. 48)
Psicopedagogia Institucional 14
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• a avaliação da aprendizagem; 
• conselho de classe; 
• trabalho com projetos; 
• afetividade e aprendizagem; 
• reuniões de pais; 
• formação continuada de profissionais da educação; 
• indisciplina na escola; 
• inclusão.
Scoz (1998), “afirma que além de intervir nos descompassos da aprendizagem, 
o psicopedagogo que atua na instituição escolar deve ser preocupar com a 
melhoria da qualidade de ensino”. Todos os elementos acima referenciados 
são atenuantes na qualidade do ensino, sendo desta feita alvo da intervenção 
psicopedagógica.
Heloisa Fogali (1998) aponta os diferentes espaços em que a atuação do 
psicopedagogo poder ser praticada:
O psicopedagogo é o profissional que pode contribuir de maneira eficiente na administra-
ção da aprendizagem individual e organizacional, diagnosticando e propondo soluções 
para os problemas relacionados à aprendizagem na empresa. NASCIMENTO (2008)
Psicopedagogia familiar – ampliando a percepção sobre os processos de apren-
dizagem de seus filhos, resgatando a família no papel educacional, complemen-
tar à escola, diferenciando as múltiplas formas de aprender, respeitando as dife-
renças dos filhos;
Psicopedagogia empresarial – ampliando formas de treinamento, resgatando a 
visão do todo, as múltiplas inteligências, resgatando a criatividade e os diferentes 
caminhos para buscar saídas, desenvolvendo o imaginário, a função humanística 
e dos sentimentos na empresa ao construir projetos e dialogar sobre eles.
Psicopedagogia hospitalar – possibilitando aprendizagem, o lúdico e as oficinas 
psicopedagógicas com os internos.
Psicopedagogia Institucional 15
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4.TÉCNICAS, INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE 
INVESTIGAÇÃO E DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL
Para Sara Pain, no aprender, o sujeito põe em jogo quatro estruturas: a 
estrutura orgânica (o organismo), a estrutura corporal (o corpo), a estrutura 
cognitiva e, finalmente, a estrutura desejante. Tais estruturas atuam de forma 
interligada e interdependente, influenciando-se mutuamente. 
 Sobre os instrumentos e procedimentos de investigação, o diagnóstico 
deve ser o primeiro passo, ou mesmo uma hipótese inicial e que o sujeito deve 
ser acompanhado e avaliado em outros momentos. A autora refere que na 
avaliação diagnóstica todas as estruturas do sujeito devem ser levadas em conta, 
considerando que o sujeito se compõe no conjunto de todas as estruturas em 
pleno funcionamento.
4.1 O DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
Weiss (2010), aborda o diagnóstico a partir do fracasso escolar, que, de acordo 
com a autora, este fracasso vem a ser “uma resposta insuficiente do aluno a uma 
exigência ou demanda da escola.” Ela analisa esta questão a partir de diferentes 
perspectivas, que são: 
Perspectiva da sociedade, conforme a autora, esta permeia todas as outras, 
compondo este conjunto estão a cultura, as condições socioeconômicas, as 
relações político-sociais e econômicas, o tipo de estrutura social, ideologias e 
suas relações. 
Na perspectiva da análise institucional – escola, considerada pela autora 
como a maior contribuinte para o fracasso escolar. A escola não pode ser avaliada 
de forma isolada, se faz necessário percebe-la a partir da perspectiva anterior, 
considerando que é reflexo da sociedade em que está inserida.
E por fim, Weiss (2010), pensa o diagnóstico do fracasso escolar pela 
perspectiva do aluno, com foco nas suas condições internas de aprendizagem.
A autora destaca que o fracasso escolar é resultante deste conjunto de fatores 
adoecidos. 
Na avaliação psicopedagógica pretende-se perceber os recursos utilizados 
e as dificuldades da criança na tentativa de apropriar-se do conhecimento. Desta 
forma, consideram-se necessários procedimentos para coletar os dados:
Todo diagnóstico psicopedagógico é, em si, uma investigação, é uma pesquisa do que não 
vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. (WEISS: 2010)
Psicopedagogia Institucional 16
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 entrevista inicial – tem como objetivo colher os primeiros dados, levantar a 
queixa, o sintoma
 Anamnese – levantamento de dados sobre a história de vida
 Análise do material escolar – metodologias, sala de aula, encaminhamento 
das atividades.
 Relatório escolar – avaliação comportamental e pedagógica
MODELO DE SEQUENCIA DIAGNÓSTICA, ESBOÇO PROPOSTO POR 
WEISS (2010):
• Entrevista familiar
• Entrevista de anamnese
• Sessões lúdicas centradas na aprendizagem;
• Complementação com provas e testes quando necessário;
• Síntese diagnóstica 
• Entrevista de devolução e encaminhamento
ELEMENTOS DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO, POR WEISS 
(2010):
• Encaminhamento
• Entrevista
• Observação
• Devolução da informação do diagnóstico
4.2 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL PARA 
LEVANTAMENTO DA REALIDADE - DIAGNÓSTICO
Dinâmica de grupo 01 – demanda organizacional
Tema – Pensando em minha equipe – Dinâmicas de grupo para o 
desenvolvimento do potencial humano (SIMIONATO: 2006)
Objetivos: 
1. Avaliar a equipe de trabalho
2. Auto avaliar-se
3. Efetuar uma releitura de conceitos usuais
“O sucesso de um diagnóstico não reside no grande número de instrumentos utilizados, 
mas na competência e sensibilidade do terapeuta em explorar a multiplicidade de aspec-
tos revelados em cada situação”. (WEISS, 2000, p.30)
Psicopedagogia Institucional 17
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4. Refletir sobre o papel de cada pessoa em um mesmo grupo
5. Refletir sobre as formas de atuação de cada participante em um grupo
6. Refletir sobre as possibilidades internas de cada pessoa em um grupo 
específico
Refletir sobre a flexibilidade de cada integrante em um contexto grupal
Material:
 Uma caneta ou lápis e uma folha de sulfite para cada participante.
 Lousa ou flip chart
 Texto para fechamento da dinâmica: “Parábola dos potes” (autor 
desconhecido)
 Na lousa ou flip chart o facilitador anotará:
1. Solidária
2. Responsável
3. Justa
4. Participativa
5. Desanimada
6. folgada
7. Individualista
8. Amigável
9. Competitiva
10.I ndiferente
11. Estimulada
12.O rganizada
“como você sente a sua equipe de trabalho:”
Fotografia 1: Como você se sente
Fonte: SIMIONATO, Regina Bratfisch. Dinâmicas de grupo para desenvolvimento do potencial humano. Campinas, SP: Papiru
PARÁBOLA DOS POTES
Havia dois grandes e belos potes que, num canto do quintal, falavam entre si:
- Ah, que tédio! Que vida! Viver aqui, exposto a tudo, sol, vento, chuva, calor... 
Por mais que eu me proteja, como sobreviverei? Aqui estou perfeitamente 
tampado, lacrado para proteger-me e ainda assim sinto-me ameaçado, vazio. 
Não vejo graça em estar aqui. 
Tranquilamente, retrucava o outro pote:
- Veja,eu encontro-me aqui, aberto, nada me protege a boca, ou melhor, o 
meu interior. Cai a chuva, eu recebo-a. Vem o vento, eu sinto-o bem dentro de 
mim. Vem o sol e me leva as gotinhas que retornam para o céu. E nem por isso 
sinto-me ameaçado...
- Ora, grande vantagem! Seu interior não guarda mais a cor original como o 
meu, sua cor é cada vez mais diferente. Você não é mais o mesmo...
- Sim, e isso me alegra! O meu interior transforma-se a cada dia, à medida em 
que novas coisas penetram-me. Posso sentir cada criatura que me visita e cada 
uma delas deixa algo de si para mim, assim como deixo para elas, pouco a pouco, 
Psicopedagogia Institucional 18
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a minha cor. 
- É, mas você não tem mais paz, a todo instante você é solicitado, carregam você 
todo o dia para levar água, ao passo que eu permaneço no meu lugar. Ninguém 
me incomoda, quando aproximam-se, já sei que é a você que eles querem.
- Sim, se solicitam-me é porque tenho algo a dar e o que dôo não é diferente 
do que você pode dar. Deixo-me encher pela água da chuva, que cai tanto sobre 
mim quanto sobre você. Encho-me até transbordar. Outros seres precisam desta 
água e eu os sirvo. Esvazio-me e deixo-me encher de novo, assim minha vida é 
um constante dar e receber. Enquanto isso, desinstalo-me, saio do meu pequeno 
mundo e vou ao encontro de outros mundos. Já conheci potes diversos, animais, 
pessoas, tantas coisas e seres! E cada uma faz-me perceber ainda mais o pote que 
eu sou.
- Não sei, se continuar assim, brevemente serás um pote quebrado, gasto, e 
então de que adiantará tudo isso? 
- Creio que se me desgasto a cada dia é para ser possível levar vida a outros 
seres. Vejo que o mais importante não é ser um pote intacto tal como fui feito, 
mas um pote de valor como estou tornando-me. Se vou durar pouco tempo não 
importa, se o pouco que eu viver tiver sentido trouxera-me alegrias e fizera-me 
sentir cada vez mais o que é ser pote, isso me basta....
Já era tarde, o sol já havia se escondido quando os dois cansaram-se de 
falar. O pote aberto, sentindo-se cansado logo adormeceu, o que não foi possível 
para o outro pote, ele não conseguira dormir, pois algumas palavras ditas pelo 
companheiro viam-lhe à mente e não o deixavam em paz.
TRANSFORMAR O INTERIOR! ...PAZ!...ESVAZIAR-SE!..DEIXAR-SE 
ENCHER! DEIXAR ALGO DE SI! ...SER POTE!...DESINSTALAR-SE!... PEQUENO 
MUNDO... SER FELIZ!... SER ÚTIL AO IRMÃO.. LEVAR ALEGRIA... HUMILDADE! 
PACIÊNCIA...MANSIDÃO..COMPROMETIDO COM O REINO DE DEUS
Na manhã seguinte, enquanto um pote acordava, outro dormia, porque fora 
grande o seu esforço para tirar a tampa que o acompanhava por tanto tempo.
 
DINÂMICA DE GRUPO 02 – DEMANDA ORGANIZACIONAL
Tema – Estimulo ou stress – Dinâmicas de grupo para o desenvolvimento do 
potencial humano (SIMIONATO: 2006)
Objetivos: 
1. Refletir a respeito da diferença que existe entre estimular os colegas 
da equipe de trabalho e promover o stress no grupo;
2. Exercitar a colaboração entre as pessoas de um mesmo grupo;
3. Refletir a respeito da responsabilidade individual de cada elemento da 
Psicopedagogia Institucional 19
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equipe para um bom resultado final;
4. Exercitar a competitividade saudável e produtiva num grupo
MATERIAL
 Dois chapéus
 Uma caixa de papelão com aproximadamente 40cm de largura X 80cm de 
comprimento X 20cm de altura;
 Música bem agitada
PROCEDIMENTO
a) O facilitador dividirá os participantes em duas com igual número de 
componentes. Caso o grupo esteja constituído por número ímpar, uma pessoa 
será convidada a exercer o papel de “fiscal” na atividade (ficará observando o 
desempenho dos participantes). O facilitador alertará também que todos deverão 
estar calçados.
b) Cada equipe deverá se posicionar a aproximadamente um metro de 
distância da outra, formando duas fileiras (uma pessoa ao lado da outra em cada 
fileira);
c) Entre as duas fileiras e no centro delas, será colocada a caixa de 
papelão;
d) O facilitador oferecerá um chapéu para o primeiro participante de 
cada uma das equipes;
e) Os participantes serão orientados para que, assim que a música 
começar a tocar, o primeiro deverá colocar o chapéu na cabeça, sentar-se no 
chão, tirar o sapato do pé direito, levantar-se, colocar o sapato na caixa de papelão 
(pode atira-lo ou ir até a caixa para coloca-lo dentro da sala).
f) A tarefa prosseguirá com essa regra até a última pessoa de cada fileira;
g) Esta ultima pessoa, após ter executado o procedimento como as 
outras, deverá, com o chapéu na cabeça, correr até o início da sua fileira e colocar 
o chapéu na cabeça do primeiro colega;
h) Este, então, terá que, sem deixar o chapéu cair, correr até a caixa, 
procurar seu sapato, voltar para seu lugar, sentar-se no chão, calçar seu sapato, 
ficar de pé e colocar o chapéu na cabeça do colega da direita.
i) A tarefa prosseguirá dessa forma até que uma das equipes a conclua 
primeiro e consequentemente vença a brincadeira.
PONTOS A SEREM LEVANTADOS NA DISCUSSÃO
Psicopedagogia Institucional 20
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 As equipes seguiram as regras do jogo?
 Alguém tentou burlar propositadamente alguma regra?
 As pessoas de uma mesma equipe incentivaram o colega que estava 
realizando a sua etapa ou gritaram desordenadamente provocando um clima de 
anarquia?
 Todos se sentem incentivados com esse tipo de estimulo, ou algumas 
pessoas se sentem melhor em um ambiente mais tranquilo?
 As pessoas se concentraram na tarefa da sua equipe ou ficaram vigiando o 
desempenho da outra equipe, assinalando falhas, por exemplo?
 Ainda sobre o diagnóstico psicopedagógico, Weiss (2010), indica os 
aspectos a serrem observados durante a sessão:
• A temática, que envolverá o significado do conteúdo das atividades em seu 
aspecto manifesto e latente;
• A dinâmica, que é expressa através da postura corporal, gestos, tom de voz, 
modo de sentar, de manipular os objetos , etc;
• O produto feito pela paciente, que é a escrita, o desenho, as contas, a leitura, 
etc, permitindo assim uma primeira avaliação do nível pedagógico.
 
“Uma forma de primeira sessão diagnóstica é proposta por Jorge Visca 
(1987, p.72), através da entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem” 
(WEISS: 2010). “Em todo momento, a intenção é permitir ao sujeito cons-
truir a entrevista de maneira espontânea, porem dirigida de forma experi-
mental. Interessa observar seus conhecimentos, atitudes, destrezas, me-
canismos de defesa, ansiedades, áreas de expressão da conduta, níveis de 
operatividade, mobilidade horizontal e vertical etc. (p.72)
Observações que podem ser feitas na EOCA (WEISS:2010, p. 60):
NÍVEL PEDAGÓGICO:
 Leitura silabada com retrocessos; não respeita a pontuação. Compreende 
somente as palavras, não percebe o significado do texto. Troca letras m por n, a 
por o, e e por a;
 Na escrita, trocou letras v por b, q por c. Não distingue a letra cursiva da letra 
de imprensa;
 Parece não ter construído a noção de número, não faz cálculo mental.
 O nível pedagógico está bastante abaixo de sua escolaridade, sua produção 
corresponde ao nível de ensino de primeira série.
HIPÓTESES
 No nível intelectual: normal
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 Estágio de pensamento: talvez transição entre o pré-operatório e o 
operatório concreto, com oscilações
 Vinculo inadequado com a aprendizagem escolar
 Grande ansiedade com relação aos objetos escolares
 Dificuldade na coordenação viso motora
 Modalidade de aprendizagem parece ter predomínio da assimilação
 Dificuldade na organização de atividades, má distribuição do tempo
 Sentimento de menos valia
 Baixo nível de atenção; dificuldade de concentração.
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5. INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NAS 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Pensar a intervenção psicopedagógica é ponderar sobre as necessidadese 
dificuldades do sujeito do conhecimento, seja criança ou adulto. Dentre as áreas 
de intervenção destacam-se os métodos de aprendizagem bem como as formas 
de estimulação.
O psicopedagogo busca não só compreender o porquê de o sujeito não 
aprender algumas coisas, mas o que ele pode aprender e como. A busca 
desse conhecimento inicia-se no processo de diagnostico, momento em 
que a ênfase é a leitura da realidade daquele sujeito, para então proceder 
a intervenção que é o próprio tratamento ou o encaminhamento. (BOSSA 
2007, p.94.)
 A criteriosa leitura da realidade do sujeito na intervenção pode se dar 
simultaneamente ao diagnóstico como também ser eficiente e eficaz no que diz 
respeito aos resultados. É no diagnóstico, na intervenção e na contextualização 
que a ação psicopedagógica se solidifica.
 Conforme Sá (2008), a intervenção pode ser interpretada a partir de seis 
premissas, das quais a primeira, pode ser realizada pela perspectiva do ensinante, 
mostrando-lhe a diferença entre o saber o conhecer. A segunda intervenção trata 
do lugar em que o ensinante ocupa na vida dos seus filhos e alunos; trata-se de 
abrir espaço para o aprender possibilitando assim, a construção do conhecimento, 
bem como a construção de sim mesmo em que dois trabalhos são realizados 
ao mesmo tempo: a construção do conhecimento e a construção de si mesmo, 
como sujeito criativo e pensante. Na terceira intervenção psicopedagógica 
emana a dúvida quanto ao que se entrega a criança, sujeito da aprendizagem 
tentando compreender-se enquanto sujeito da aprendizagem. A segurança e 
a responsabilidade vem dar corpo a quarta intervenção psicopedagógica; na 
quinta intervenção a criança é mediadora e consequentemente e corresponsável 
por seus processos de aprendizagem. Na sexta e última cria-se os espaços de 
aprender, brincar e trabalhar.”
 Santos et al. (2012), Rubinstein (1999) e Batalloso (2011) percebem a 
intervenção por três prismas, a intervenção precoce, a intervenção com foco 
no sujeito e suas relações com a aprendizagem, e a intervenção quanto ao 
amadurecimento pessoal, respeitando suas características singulares. 
Para que as propostas de intervenção tenham eficácia, é necessário hierarquizar 
as dificuldades e saber quais são os obstáculos dominantes e coadjuvantes. Nessa 
hierarquização deve-se considerar aspectos como: A necessidade do grupo ou 
do indivíduo; a idade do cliente, o material disponível e o tempo.
Psicopedagogia Institucional 23
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 Porto (2011) propõe algumas intervenções psicopedagógicas na instituição: 
•  rever o projeto político-pedagógico para discutir as questões 
pedagógicas e adequá-las de acordo com a realidade da instituição de 
ensino; 
•  trabalhar com turmas menores; 
•  oferecer cursos de formação e autoformação aos professores e à 
equipe pedagógica 
•  flexibilizar o currículo.
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6. ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
A elaboração do roteiro de observação psicopedagógica requer por parte 
deste profissional um olhar diferenciado, humanizado para o sujeito aprendente, 
bem como o ensinante. Seja na escola ou em outro espaço.
A pesquisadora Nádia Bossa, propõe que para a construção de um roteiro 
psicopedagógico, se faz necessário pensar em parâmetros orientadores, pensar 
possibilidades para que o aluno se aproxime do objeto do conhecimento.
A autora refere que identificação da causa determina a intervenção, para 
tanto, é necessário observar as áreas de desenvolvimento e as competências 
envolvidas na aprendizagem acadêmica. Três grandes áreas do desenvolvimento 
são sugeridas por Nádia Bossa no roteiro de observação psicopedagógica: área 
relacional, área de desenvolvimento em geral, área das habilidades específicas 
para a aprendizagem acadêmica.
a) Relacional: modos de relacionar-se com os colegas, professor e com 
o processo de aprendizagem. A observação concentra-se em dois universos 
específicos, que sejam: a relação do aluno com os colegas e a relação do aluno 
com o professor.
b) Desenvolvimento em geral: observar em que ponto de desenvolvimento 
este aluno encontra-se, observar como e até que ponto as competências 
cognitivas se desenvolveram.
c) Habilidades especificas: observação da performance do aluno em 
aspectos essenciais na identificação da natureza do problema em determinada 
área do conteúdo. 
Psicopedagogia Institucional 25
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7. PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO 
7.1 PROPOSTAS DE INTERPRETAÇÃO POR GLASSER E ZIMMERMAN;
Provas do diagnóstico operatório (WEISS: 2010, p 179)
As propostas abaixo foram transcritas da obra: WEISS (2010). “Psicopedagogia 
Clínica: Uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar”.
Nº 01 – INFORMAÇÃO
Consiste em 3 perguntas de dificuldade crescente em que se busca o 
domínio dos conhecimentos gerais. Usa elementos de memória, capacidade de 
compreensão, capacidade associativa, interesses diversos, leituras e estudos.
As informações envolvem:
• Conhecimentos de vida prática;
• Ensinamentos escolares em nível de primeiro grau (ensino fundamental);
Interpretação dos resultados – Hipóteses sugeridas:
Altos escores:
• Boa memória, boa base de conhecimentos oriunda de meio cultural rico, boa esco-
laridade, leituras;
• Interesse pelo meio ambiente, curiosidade e ambição intelectual; hiperelaboração 
das respostas com excesso de detalhes;
• Necessidade exagerada de acumular informações, em que o conhecimento equi-
vale a segurança.
BAIXOS ESCORES:
• Má memória
• Limitação intelectual
• Orientação para o fracasso; medo de adquirir conhecimentos, de saber;
• Mecanismo de hiperassimilação, perfeccionismo com perda da objetividade da 
resposta
• Hostilidade diante da aprendizagem escolar;
“As provas de diagnóstico operatório tem como objetivo principal determinar o grau de aquisi-
ção de algumas noções-chave do desenvolvimento cognoscitiva com que opera. Entretanto, 
como em todo o diagnóstico, a observação é bem mais abrangente.” (WEISS: 2010, p. 107)
Psicopedagogia Institucional 26
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• Ansiedade por fracassos prematuros e êxito em questões mais difíceis;
• Menor orientação para a reflexão e maior orientação para a ação.
Nº 02 – VOCABULÁRIO
 Constitui-se de uma lista de 4 palavras em ordem de dificuldade crescente. 
O sujeito deve defini-las, explicando livremente o que cada uma significa.
 Esta prova reflete o nível cultural e de escolaridade do sujeito, ou melhor 
ainda, o meio sociocultural em que vive. Pretende dar uma visão da capacidade 
da criança adquirir informações, de sua riqueza de ideias, do tipo e qualidade da 
sua linguagem (fluência verbal), o grau de abstração que é capaz e dos processos 
de pensamento que usa (resposta mais concretas ou abstratas)
Interpretação dos resultados – Hipóteses sugeridas:
Altos escores
• Bom ambiente cultural, familiar e boa escolarização;
• Bom nível pensamento abstrato para analisar e sintetizar ideias;
• Excesso de “intelectualização.”
• Baixos escores:
• Ambiente culturalmente baixo e escolaridade fraca
• Alta de fluência verbal e de bom domínio da linguagem verbal;
• Dificuldade na área auditiva (memória e discriminação).
Nº 03 – COMPLETAR FIGURAS 
• A prova é constituída de 20 cartões com representações de objetos e uma única 
cena. Em todos os desenhos falta uma parte importante. O sujeito deve nomear ou 
apontar o que falta. Existe uma ordem crescente de dificuldade e um limite de tem-
po para cada resposta. 
• Exige atenção e identificação visual de objetos, com uma rápida discriminação do 
que é essencial no global da figura.
• É uma prova muito sujeita a respostas aleatórias. Por outro lado, pela pouca verba-
lização é útil para crianças que ficaram ansiosas nas provas verbais. 
Interpretação dos resultados – hipóteses sugeridas
Altos escores
• Boa disposição para a aprendizagem;
• Conformismoexcessivo, perfeccionismo, sentimento de não poder omitir nada
• Excelente concentração
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Baixos escores
• Ansiedade impedindo a fixação em detalhes; só vê o geral-superficial
• Falta de adequação à realidade expressa por respostas absurdas 
• Baixa atenção e concentração em função da ansiedade causada por motivos diver-
sos.
Nº 04 – QUEBRA-CABEÇAS
• Esta prova consiste na montagem de 04 quebra-cabeças, com as figuras de um 
menino, um cavalo, um rosto e um automóvel, dentro de um tempo limitado.
• A montagem final da figura deve ser deduzida e não copiada ... Ela requer uma 
percepção de detalhes com boa antecipação visual das relações parte-todo, sín-
tese de formas visuais concretas, coordenação viso motora, flexibilidade para tra-
balhar com meta desconhecida no início da atividade, capacidade para justapor 
peças sem significado, formando um todo que é significativo na prática. 
• É uma prova sujeita à interferência emocional pelo significado e às associações 
possíveis em relação à tarefa. (por exemplo, rosto mutilado, pessoa cortada).
Interpretação dos resultados – hipóteses sugeridas:
Altos escores
• Boa capacidade para experiências motoras
• Bom uso de ensaio e erro
• Boa visão antecipatória de conjuntos, de sínteses
Baixos escores
• Deficiências perceptivas ou viso motoras
• Falta de interesse por tarefas manipulativas
• WDificuldade em sínteses e globalizações visuais
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8. A PSICOPEDAGOGIA NA INCLUSÃO 
O sentido etimológico da palavra incluir, significa conter em, compreender, 
fazer parte de, ou participar de. Portanto, falar de inclusão é promover um espaço 
em que o aluno sinta-se participante do processo educacional, participante no 
sentido mais amplo da palavra e não integrado no processo. Integrar não é incluir.
A educação inclusiva traz consigo uma mudança dos valores da educação 
tradicional, o que implica desenvolver novas políticas e reestruturação da 
educação. Para isso, é necessária uma transformação do sistema educacional, 
ainda exclusivo, direcionado para receber crianças dentro de um padrão de 
normalidade estabelecido historicamente.
Conforme Sassaki (2003), os primeiros estudos evidenciam um quadro no 
qual, as pessoas com deficiência física ou mental, eram estigmatizadas por sua 
condição, consideradas inúteis para a sociedade, sendo desta forma descartadas 
socialmente. Qualquer pessoal que contrariasse o estereótipo de beleza era 
deixada à margem da sociedade, total excluídas.
 Na Roma antiga foram identificados relatos onde pessoas com 
deficiência eram sumariamente eliminadas, e com permissão para tal, além 
de compulsoriamente usadas para entretenimento e pelo mercado sexual. 
Prostituídos, de acordo com Silva (1987): cegos, surdos, deficientes mentais, 
deficientes físicos e outros tipos de pessoas nascidos com má formação eram 
também, de quando em quando, ligados a casas comerciais, tavernas e bordéis; 
bem como a atividades dos circos romanos, para serviços simples e às vezes 
humilhantes. 
 Com o avanço da ciência, sobretudo a medicina, uma nova concepção, 
um novo olhar é lançado para as questões que envolviam a possibilidade de 
inserir as pessoas com deficiência no convívio social. Começou-se a aceitar 
que as deficiências são condições naturais, refutando assim a ideia de que a 
deficiência advinha tão somente do plano espiritual. A partir desta visão, nasceu 
a perspectiva de cura destes indivíduos, passando a ser um problema da área 
médica. Esse entendimento favoreceu então o surgimento do Paradigma da 
Institucionalização, que consiste basicamente na construção de um modelo 
onde instituições (hospitais, conventos ou asilos) são criadas com a finalidade 
de “curar” os indivíduos ali internados para obtenção de tratamento. Contudo, 
deparou-se com uma metodologia em que o então “paciente” era mantido 
aprisionado, considerados como ameaças à sociedade, muitas vezes alvos de 
torturas. Segundo Sassaki (2003), é neste momento também que observa-se 
os primeiros relatos sobre o surgimento da educação especial que privilegiavam 
crianças que apresentava necessidades específicas. 
 Durante séculos este paradigma manteve-se inalterado e soberano, 
Psicopedagogia Institucional 29
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exercendo seu pulsante poder de segregação, sob a tutela de que as comunidades 
eram “libertas” das pessoas consideradas um fardo, haja vista serem incapazes. 
A partir desse conceito se ditavam as regras, em geral incorretas, descabidas e 
empregadas de maneira equivocada. Apesar do surgimento de novas reflexões 
sobre o tema, os indivíduos ainda eram colocados em ambientes de total 
isolamento, ou seja, a segregação era a única opção. 
 A partir do século XX, esse modelo passou a ser discutido, ao passo que 
as instituições foram reconhecidas como locais que promovem a exclusão das 
pessoas com deficiência, do seio da sociedade, conforme Goffman (1962). 
Suscita-se então que a pessoa com deficiência foi enfim notada, diante das suas 
reais necessidades. Deste modo “a segregação institucional foi mantida e levou a 
uma fase dita de integração das pessoas com deficiência na sociedade.” 
 De posse dessa nova concepção, surge o Paradigma da Integração 
que dispunha de elementos voltados a minimizar os efeitos que o modelo da 
Institucionalização causou ao longo dos anos, por meio da segregação pura, com 
a estratégia de estabelecer regras que privilegiem o acesso escolar à pessoa com 
deficiência, normalmente por meio de um processo de escolarização limitado, e 
que muitas vezes não atendia à realidade de todos. “O paradigma da integração 
social consiste em adaptarmos as pessoas com deficiência aos sistemas sociais 
comuns e, em caso de incapacidade por parte de algumas dessas pessoas, 
criarmos sistemas especiais separados para elas [...].” 
 Sassaki (2003) destaca “o surgimento de classes especiais, dentro de salas 
comuns” cuja prática, ainda que revestida de outra tonalidade mais nobre, aplica o 
modelo de segregação ainda vivo dentro do contexto social, e neste caso escolar. 
Estabelecer um novo modelo onde a principal inciativa parte da separação ou 
distanciamento de um aluno com deficiência perante outros alunos normais, 
apenas reforça que o modelo integracionista opta pela potencialização da 
discriminação. Nesta concepção é possível averiguar que o modelo integracionista 
foi sobreposto pelo inclusivista, de maneira lenta e gradual.
 Na década de 1980, surge então o Paradigma da Inclusão, que toma o seu 
devido lugar e passa a encabeçar as temáticas dispostas nas mesas de discussões, 
a fim de consolidar a participação das pessoas com deficiência no meio social. As 
práticas da inclusão foram sendo reforçadas em debates, congressos e no meio 
escolar, abarcada com princípios fundamentais que são carregados por uma 
corrente filosófica defendida por pensadores e teóricos de diversas áreas. 
 A prática psicopedagógica deve respeitar a individualidade de cada sujeito, 
levando em consideração os aspectos relevantes na vida desse aluno, pois tentar 
sanar o sintoma sem compreender suas causas não surte o efeito desejado 
(PONTES, 2010). 
 A Psicopedagogia tem uma função importante neste processo inclusivista, 
dando apoio à família que chega com sua criança e que necessita ajudá-la em 
Psicopedagogia Institucional 30
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seu desenvolvimento, apoiando os educadores em seu exercício educacional 
direcionando o melhor e mais seguro caminho para se alcançar o objetivo que é a 
aprendizagem. 
 É função do psicopedagogo desenvolver ações que mobilizem a 
comunidade escolar no sentido de transformar a escola em um ambiente 
efetivamente inclusivo. Esta ação se fortalece quando uma rede de profissionais 
é formada, numa tecitura forte capaz de derrubar barreiras atitudinais e outras 
que possam surgir naescola e além de seus muros.
 
Psicopedagogia Institucional 31
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Psicopedagogia Institucional 32
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Didática no Ensino
Auditoria Contábil Tributária1
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Desenho Instrucional: Tiago Lobato
Design editorial/gráfico: Darlan Conrado
Revisão pedagógica: Aline Ramos
Revisão ortográfica: Adriana Morais
2020
	Sumário
	1. Conc
	2.Teori
	3. A Psic
	4.Téc
	5. inter
	6. Rot
	7. Prov
	8. A ps
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