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Projeto de Pesquisa Científica Eleições na Internet Final

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Universidade Municipal São Caetano do Sul
Escola de Comunicação
Alexandre Ricoy Monteiro
Leandro Duarte Cabral 
Manoela Vieira
Maria Cristiana Pereira Alves
Rodrigo Mendes da Silva
ELEIÇÕES NA INTERNET: a publicidade política nas mídias sociais
São Caetano do Sul
2014
Alexandre Ricoy Monteiro 1391465
Leandro Duarte Cabral 141264 2
Manoela Vieira 1412188
Maria Cristiana Pereira Alves 1410851
Rodrigo Mendes da Silva 1410166
ELEIÇÕES NA INTERNET: a publicidade política nas mídias sociais
Projeto de pesquisa científica desenvolvido como avaliação de aproveitamento no módulo teoria e pesquisa em comunicação.
Orientação: Prof. Ms. Daniela Urbinati Castro, Profa. Dra. Priscila F. Perazzo, Prof. Dr. Roberto Elísio dos Santos
São Caetano do Sul
2014
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................4
PERGUNTA-PROBLEMA......................................................................................................................7
OBJETIVOS.............................................................................................................................................8
JUSTIFICATIVA.....................................................................................................................................9
METODOLOGIA...................................................................................................................................10
A) ESTRUTURALISMO
B) ANÁLISE DO DISCURSO
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................................13
ANEXOS................................................................................................................................................15
INTRODUÇÃO
A Internet como mídia digital se destaca devido a suas grandes e marcantes mudanças nas últimas décadas. É responsável pela alta conectividade e globalização, refez a forma da sociedade interagir e se comunicar, principalmente em sua socialização política.
Devido ao crescente número de internautas na sociedade (pessoas que têm acesso à Internet), o uso de novas mídias, seja websites, listas de e-mails, Orkut, blogs, entre outros fóruns serão frequentes nas estratégias políticas de divulgação de propagandas e interação com a sociedade. Todos esses meios vêm substituindo de forma progressiva as antigas estruturas de organização das campanhas eleitorais. (GONÇALVES e BRAGA 2008, p. 121).
A Internet, considerada como um novo meio que “provê aquele que envia um recurso relativamente barato para transmitir grandes volumes de informação”, está vinculada à técnica sofisticada da comunicação via Web e oferece ao comunicador uma diversidade de possibilidades de escolha: texto, imagens, som e vídeo, ou formas que forem consideradas mais apropriadas para uma mensagem particular (GOMES, 2005, p. 65).
A Ciberdifusão de informações diversificadas e temáticas alternativas é uma das características e diferenciais da internet comparada aos outros meios de comunicação de massa. Acima de fronteiras territoriais e alcance de locais anteriormente restritos em função das limitações de outros meios de comunicação, como uma rápida disseminação de informação através de meios eletrônicos (PEREIRA, 2011, p.135).
Estudos sobre as novas formas de comunicação digital argumentam a possibilidade de uma “democracia direta eletrônica”, na qual a Internet vira palco para discussões sobre os diversos temas públicos (GONÇALVES; BRAGA 2008, p. 123).
Os grandes conglomerados midiáticos muitas vezes restringem a visibilidade e interatividade destes movimentos sociais, em razão principal de suas limitações tecnológicas, o que desperta sabiamente a tentativa de autonomia dos movimentos sociais, com a construção e manutenção de sites oficiais destas entidades, blogs, microblogs e fanpages que contrapõem externamente aos meios de mídias tradicionais delimitadas por meios impressos, radiofônicos e televisivos. Diferente dos meios tradicionais, a internet possui e permite vários níveis e formas de interação, interatividade e um alcance a um custo muito baixo (PEREIRA, 2011, p.129).
Ao analisar os tópicos mais comentados no Twitter, os Trending Topics, de 2010, Molon (2012, p.62) observa que “o Twitter apresentou também os Trending Topics por categorias e apenas Dilma Rousseff conseguiu figurar nas listas”, indicando que já naquela época a política estava de alguma forma, sendo comentada pelos usuários da internet em microblogs.
O que antes era apenas vivenciado através de comícios, visitas eleitorais e campanhas veiculadas aos meios tradicionais, hoje também faz parte das redes sociais, como blogs e sites dos partidos e candidatos políticos. Uma alternativa é a utilização de podcast e videocast que buscam uma familiaridade com a mídia tradicional, a fim de estabelecer uma visualização semelhante a da televisão (CANAVILHAS, 2009, p.10).
Num paralelo à legislação, o autor cita que em 2009 houve uma minirreforma eleitoral, que embora criticada por especialistas e entusiastas, “pela primeira vez apresentou alguma distinção entre a propaganda política através da rede e aquela difundida por outros meios.” Mas, ainda afirma que há uma dificuldade de dominar e regulamentar o meio eletrônico na esfera da propaganda eleitoral (MOLON, 2012, p.13).
É feita uma crítica implícita a Pierre Lévy, de que mesmo com a nova legislação ainda há uma visão simplista da Internet e dos meios digitais, comparando-os com os meios convencionais, numa relutância de entendê-lo como algo novo e diferente (MOLON, 2012, p.15).
Ao relatar entrevistas com os responsáveis pelas campanhas eleitorais de Dilma e Marina, verificamos a estratégia usada por ambos para a comunicação das candidatas com o público jovem, que é, em geral, quem mais utiliza as mídias sociais, não só apenas como veículo de propaganda (MOLON, 2012, p.70).
Os assessores de imprensa enxergaram nesta plataforma digital, maneiras de estreitar a relação entre o candidato e o eleitor, aproximando-os de forma que exista um feedback instantâneo entre eles, desta forma apresenta uma ideia de campanha transparente, ou seja, os blogs e/ou redes sociais auxiliam na comunicação, o que possibilita aos próprios eleitores o debate com os candidatos, por meio de comentários dos posts ou por conversas online. 
Paralelamente a isso, existe a facilidade de medir a audiência dos candidatos, o Twitter é um exemplo perfeito para essa medição, através de followers (seguidores) é possível quantificar a popularidade que cerca a imagem do usuário (CANAVILHAS, 2009, p.09).
Houve a extensão do debate político para a rede de diversas formas, inclusive, na campanha de Marina, foi criado o chamado “Social Game (O Mundo de Marina)”, jogo que leva mensagens e ideologias da candidata, alcançando até mesmo crianças, que transporiam depois suas experiências aos pais (MOLON, 2012, p.71).
Os dispositivos online contribuem para uma campanha mais ampla, ou seja, a Internet é um meio de comunicação aliado aos meios tradicionais, que tem maior alcance e visibilidade sem deixar de se adequar as linguagens abordadas em cada um deles com acessibilidade e interação (CANAVILHAS, 2009, p.11).
Há muito espaço a ser aprimorado, afinal, a internet é uma ferramenta considerada nova, mas que alcança grandes volumes de pessoas, e em menor tempo comparado a TV. 
Essas bases se aprimoram constantemente, logo, as eleições de 2014, contribuirão também para a análise dessas melhorias. 
“É dentro desta realidade que precisamos entender o papel atual da mídia, suas práticas e atores, como uma mediação fundamental entre sociedade e esfera pública, central na elaboração e justificação das atitudes políticas” (ALDÉ, 2004, p.02).
PERGUNTA-PROBLEMA
Quais as características da publicidade eleitoral nas mídias sociais?
OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho é identificar as características da publicidade eleitoral na campanha presidencial brasileirade 2014 nas mídias sociais. 
As mudanças ocorridas nas campanhas desde o início da utilização da internet como divulgação do candidato, até o impacto que trouxe sobre o modo de produção e de transmissão das informações.
A inclusão da propaganda eleitoral nas redes sociais, como novos dispositivos que aproximam candidatos e eleitores.
A acessibilidade e interatividade serão mencionadas como fenômenos midiáticos nessa nova forma de propaganda política. Entender as normas e regras para a circulação dessa propaganda eleitoral nas mídias digitais.
JUSTIFICATIVA
 Esse tema é importante para o meio acadêmico, pois nos leva a compreender quais características a propaganda política apresenta no meio digital. Ao analisarmos boa parte do conteúdo disponível sobre o tema, nos propomos a levantar de forma contemporânea o objetivo supracitado e acrescentar à sociedade.
METODOLOGIA
A) Estruturalismo
O trabalho desta pesquisa partirá da corrente do Estruturalismo.
Usando o método e princípios desse movimento, as características e funções sistemáticas das narrativas serão avaliadas como estruturas através das quais o significado é produzido dentro de uma cultura específica.
Para conceituar o estruturalismo, de forma geral, nada melhor do que as considerações de Hubert Lepargneur:
“trata-se sempre de descobrir, por trás das aparências, além da organização aparente dos objetos, estruturas inteligíveis que expliquem certo funcionamento, e isso num campo que se relaciona como atividade humana, individual ou coletiva (nenhuma atividade humana, no seu exercício concreto, pode escapar ao condicionamento cultural)” (p.5, 1972).
Essa corrente reuniu vários autores e pesquisadores de diversas áreas humanas. 
Baseado nos pressupostos teóricos disseminados pela linguística, do início e meados do século XX, Ferdinand Saussure teve seu papel pioneiro no que se refere à linguística no estruturalismo, através dele que essa corrente teve sua maior ascensão (LEPARGNEUR, 1972, p.13).
Depois de sua morte, seus discípulos publicaram seus estudos em 1916, o Curso de linguística Geral, o que ocasionou a revolução saussuriana. Foi a partir dessa obra, e das fecundas discussões por ela levantadas, que a disciplina Linguística ganhou o relevo de ciência e influenciou o Estruturalismo europeu e americano, segundo Lepargneur.
“De qualquer maneira, Saussure pôs em relevo a importância da língua como sistema (semiologia); era, de fato, passar de uma problemática de diacronia para a problemática da sincronia (Saussure falou de “sistema”, mas seu “sistema” deu origem a “estrutura” do estruturalismo) [...] o aspecto sincrônico tem a primazia sobre o outro, porque ele é a única e verdadeira realidade para o povo que fala”(LEPARGNEUR, 1972, p.17).
Essas manifestações mostram a abrangência do fenômeno estruturalista, nos campos da pesquisa das ciências humanas.
B) Análise do Discurso
Para investigarmos os prints (ver anexo páginas 15,16,17,18) das redes sociais Facebook e Twitter das campanhas dos candidatos presidenciais na rede de computadores da internet, a Análise do Discurso (AD) foi escolhida como metodologia, que abrange as relações entre a língua e o sujeito de forma diferenciada.
A semiologia junto com a semiótica forneceu uma reflexão teórica sobre as avaliações da AD.
O presente trabalho se concentra na Análise do Discurso como função de compreender a mensagem, o seu valor e sua dependência em relação às campanhas eleitorais por meio das redes.
 Assim, descortinar além do conteúdo, o entendimento e o foco da utilização desse conteúdo e quais as consequências de seu uso:
 “A Análise do Discurso como seu próprio nome indica não trata de língua, não trata de gramática, embora todas essas coisas lhe interessassem. Ela trata do próprio discurso. E a palavra discurso, etimologicamente tem em si a ideia de curso de percurso, de correr por um movimento. O discurso é assim, a palavra em movimento, prática da linguagem como estudo do discurso, observa o homem falando” (ORLANDI, 2009, p. 15).
Essa abordagem envolve algo mais do que saber do que se fala, logo, saber quem fala e para quem fala e como falam, pois o discurso pode ter inúmeras funções e significados, desse modo consideramos:
“O discurso não se reduz, portanto, a um dizer explícito, pois ele é permanentemente atravessado pelo seu avesso. Percebemos a existência das “entrelinhas” implícita no trecho, a ambiguidade do discurso e suas possibilidades.” (BRANDÃO, 2004, p.66).
A inserção da semiótica, seguindo a linha de pensamento dos precursores dessa disciplina, Ferdinand de Saussure e C. S. Peirce revelam as formas como o indivíduo dá significados a tudo que o cerca, seja por meio da interpretação dos signos na sua relação com o contexto social por meio da utilização da linguagem ou meramente pela forma como o raciocínio processa esses significados atrelados a realidade referencial mediada pelo interpretante, possibilitam interpretações do conteúdo proposto pela presente pesquisa. (LOPES; CODATO, 2005, p. 206).
A semiótica se define como a “Ciência que estuda os sistemas dos signos (linhas, códigos, sinalizações etc.)” segundo Peti Robert (CODATO; LOPES, 2005, p. 206).
Já semiologia “Teoria dos signos e do sentido, e da sua circulação na sociedade (R.Barthes) mencionados por Codato e Lopes, levantam hipóteses sobre novas formas de entendimento da mensagem, seja pela sua forma ou seu significante (2005, p.207), de forma mais fracionada e focada para cada caso (2005, p.210).
Nesse trajeto metodológico, os prints selecionados das redes sociais dos próprios candidatos presidenciais, com os recursos teóricos da semiótica e semiologia auxiliaram no entendimento do ponto de vista expresso, a forma de seu discurso, de sua representação, dos objetos que formam a estrutura que se referem á construção das imagens e linguagem do Facebook e Twitter de forma holística. 
Através dessas interpretações, o interdiscurso: todo conjunto de formulações feitas e já esquecidas que determinam o que dizemos (ORLANDI, 2009, p.33) e o intradiscurso: o que dizemos em condições dadas (ORLANDI, 2009, p.33) terão seu papel para avaliar a ideologia proposta de cada candidato eleitoral. 
Segundo Orlandi, a ideologia se materializa na linguagem, não há discurso sem sujeito, e não há sujeito sem ideologia, o indivíduo é interpelado e sujeitado pela ideologia e é assim que a língua faz sentido.
É necessário, porém salientar que através da sintaxe no discurso, os níveis do discurso serão discutidos de forma que a argumentação do enunciador (candidatos) e o enunciatário (usuários da rede) apresentem um jogo de persuasão, a levar o enunciatário a aceitar o que esta sendo comunicado (FIORIM , 1996, p.40) .
BIBLIOGRAFIA
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QUEIROZ, Adolpho; MANHANELLI, Carlos; BAREL, Moisés Stefano (Orgs.). Marketing Político, do comício a internet. São Paulo: ABCOP (Associação brasileira de consultores políticos), 2007.
ANEXOS
Dilma Rousseff
Aécio Neves
Marina Silva
Luciana Genro
Eduardo Jorge
Pastor Everaldo
19

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