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PONTO - 12 - TRF2

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PROVA ORAL MAGISTRATURA FEDERAL – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
PONTO 12
Conteúdo
CONSTITUCIONAL: Processo Legislativo. Iniciativa Legislativa. Comissões Permanentes e Temporárias. Poderes. Fiscalização Financeira e Orçamentária. Imunidades.	1
TRIBUTÁRIO: Tributos de Competência da União Federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.	23
ADMINISTRATIVO - Responsabilidade Civil do Estado. Contratual e Extra-contratual. Causas Excludentes e Atenuantes da Responsabilidade. Teoria do risco administrativo. Fatos do Príncipe e de Administração.Extinção do contrato.	62
PENAL: Ilicitude. Causas de exclusão da ilicitude: estado de necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito. Crimes na exploração e utilização de energia nuclear. Crimes contra a segurança nacional. Crimes relativos a minas terrestres antipessoal (Lei n° 10.300, de 31 de outubro de 2001). Crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.	83
PREVIDENCIÁRIO: Previdência social Rural e Previdência Social Privada. Regimes especiais. Regime previdenciário do servidor estatutário. Previdência complementar.	111
CIVIL: Contratos em Espécie. Compra e Venda. Permuta. Estimatório. Doação. Locação. Empréstimo. Prestação de Serviço. Empreitada. Depósito. Mandato.	155
COMERCIAL - Sistema Financeiro Nacional. Constituição. Competência de suas Entidades Integrantes. Instituições Financeiras Públicas e Privadas. Sistema Financeiro da Habitação.	179
INTERNACIONAL PÚBLICO: Imunidade de Jurisdição e de Execução do Estado e organizações internacionais.	209
INTERNACIONAL PRIVADO: A Arbitragem sob a ótica da jurisprudência dos tribunais superiores e da Lei de Arbitragem (lei n° 9.307, de 23.09.1996). A Convenção de Nova Iorque sobre alimentos.	213
PROCESSO CIVIL - Dos Recursos. Disposições Gerais. Apelação. Agravo. Embargos de Declaração.	249
PROCESSO PENAL: Os recursos em geral. Apelação. Recurso em sentido estrito. Protesto por novo júri. Embargos. Carta testcmunhável. Reclamação. Recurso Especial. Recurso Extraordinário. Agravo em Execução Penal. Os processos nos Tribunais. Habeas corpus. Mandado de segurança em matéria penal. Revisão criminal.	263
DIREITO AMBIENTAL – Áreas de preservação permanente e unidades de conservação	315
HUMANOS: A incorporação do direito internacional dos direitos humanos pelo ordenamento jurídico brasileiro.	326
ECONÔMICO - Liberdade de iniciativa econômica. Limitações e condicionamentos. O liberalismo econômico e o Estado intervencionista.	330
Princípios Institucionais da Magistratura: Da magistratura de carreira.	346
CONSTITUCIONAL: Processo Legislativo. Iniciativa Legislativa. Comissões Permanentes e Temporárias. Poderes. Fiscalização Financeira e Orçamentária. Imunidades[footnoteRef:1]. [1: Atualização com base nos resumos do TRF2 de 2013 e do TRF1 de 2014.] 
Atualização em dezembro de 2014.
PROCESSO LEGISLATIVO
FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO
O processo legislativo ordinário possui três fases: fase introdutória, em que ocorre a iniciativa legislativa; fase constitutiva, formada pelas emendas, deliberação ou votação e a sanção ou veto; fase complementar, em que ocorrem a promulgação e a publicação.
FASE INTRODUTÓRIA (INICIATIVA LEGISLATIVA) – São de iniciativa privativa ou exclusiva do Presidente da República as matérias previstas no art. 61, § 1º, da CF, que, em geral, dizem respeito à organização do Poder Executivo e aos seus servidores.
Destoa apenas a iniciativa relativa ao Ministério Público (alínea d: organização do Ministério Público, bem como normas gerais para a organização dessa instituição), que é concorrente com o Procurador-Geral da República. A propositura de Emenda Constitucional também consiste em hipótese de iniciativa concorrente.
Já o Supremo Tribunal Federal tem iniciativa da lei complementar que dispõe sobre o estatuto da magistratura (art. 93, CF) e das leis de criação e extinção de cargos e fixação de remuneração de seus serviços auxiliares, bem como a sua proposta orçamentária (art. 99, § 2.º, I, CF).
Os Tribunais Superiores têm iniciativa das leis de alteração do número dos membros dos tribunais inferiores; de criação e extinção de cargos e fixação de remuneração e subsídios de seus membros, dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver, dos seus serviços auxiliares e os dos juízes que lhes forem vinculados.
No mais, a iniciativa é dos próprios parlamentares, além da iniciativa popular, que pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles (art. 61, § 2.º, CF).
A usurpação de iniciativa gera inconstitucionalidade formal do projeto de lei, sendo insanável, mesmo que a iniciativa seja do Presidente da República e ele sancione a lei (ADIn nº 1.391-2/SP). Dessa forma, a Súmula nº 5 do STF (“A sanção do projeto supre a falta de iniciativa do Poder Executivo”) foi superada pelo seu próprio entendimento.
FASE CONSTITUTIVA (DELIBERAÇÃO OU VOTAÇÃO) – A deliberação ou votação é geralmente precedida de estudos e pareceres de comissões técnicas (permanentes ou especiais), como, p. ex., a Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que realiza o controle prévio de constitucionalidade da proposta. O art. 58, § 2.º, I, da CF ainda permite às comissões, em razão da matéria de sua competência, votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa. Tal forma de votação é denominada de delegação interna corporis por Manoel Gonçalves Ferreira Filho, isto é, delegação do plenário para a comissão.
A apresentação de emendas é uma faculdade dos membros ou de órgãos das Casas Legislativas. Emendas são sugestões de modificação da matéria contida em projetos de ato normativo. Cumpre observar que não será admitida emenda parlamentar que importe em aumento da despesa prevista nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República (ressalvado o disposto no art. 166, §§ 3.º e 4.º, da CF – matéria orçamentária), e nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público (art. 63, CF). Também não pode haver emenda no caso de delegação imprópria, que ocorre quando a lei delegada é submetida à votação pelo Parlamento (art. 68, § 3º).
Conforme a iniciativa, a discussão e votação dos projetos de lei iniciarão em uma ou outra Casa do Congresso Nacional. Assim, projetos de iniciativa dos Deputados Federais e dos Senadores, ou de Comissões, iniciarão a sua discussão e votação na Casa a que pertencer o parlamentar ou a Comissão. Já os projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, e dos cidadãos, bem como as medidas provisórias, terão início na Câmara dos Deputados (art. 61, § 2.º c/c art. 64, CF). Como tais matérias costumam ser as mais importantes, a Câmara acaba funcionando como casa iniciadora predominantemente, sendo o Senado a casa revisora. Havendo emendas o projeto retorna à casa iniciadora para análise, de sorte que a casa iniciadora pode fazer prevalecer seu posicionamento, o que é criticado pela doutrina, que entende ser esse papel típico do Senado. Após a votação, sendo a propositura aprovada, será objeto de autógrafo, que é a consolidação do texto com as emendas.
A sanção é a aquiescência do Presidente da República aos termos de um projeto de lei aprovado pelo Parlamento, podendo ser expressa (o Presidente expressamente manifesta a sua concordância com o texto no prazo de até quinze dias úteis) ou tácita (decorrido o prazo de quinze dias úteis, o silêncio do Presidente da República importa em sanção – art. 66, § 3º, da CF).
	O veto é a manifestação expressa irretratável de discordância do chefe do Poder Executivo com o conteúdo (parcial ou total) do projeto de leiaprovado pelo Legislativo. De acordo com a EC 76/2013, o veto será apreciado em sessão conjunta (não unicameral), dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores (art. 66, § 4º, CF). Após a EC 76/2013, não mais é analisado em escrutínio secreto. Esgotado esse prazo sem deliberação, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final (art. 66, § 6º, CF). Se não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente (art. 66, § 5º, CF).
	O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea (art. 66, § 2.º, CF). Isso evita que o veto, por exemplo, de apenas uma palavra, altere substancialmente o sentido da norma legal. Idêntica proibição não se aplica ao controle concentrado de constitucionalidade, por meio do qual o STF pode extirpar meras palavras dos textos normativos.
	Veto jurídico ocorre quando o Presidente entende que o projeto é inconstitucional (controle prévio). Veto político ocorre quando o Presidente entende que o PL é contrário ao interesse público. O veto deve ser motivado e o Presidente deve comunicá-lo em 48 horas ao Presidente do Senado, encaminhando os motivos.
Os decretos legislativos e resoluções são dispensados de sanção ou veto, bem como as Emendas à Constituição, que são promulgadas pela Mesa das duas Casas (CF, art. 60, §3º).
FASE COMPLEMENTAR (PROMULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO DA LEI) – A promulgação é um ato legislativo de comunicação, aos destinatários da lei, de que esta foi criada com determinado conteúdo. Atesta que a ordem jurídica foi inovada, declarando a existência da lei, que passará, a partir desse momento, a gerar efeitos. Desta forma, a lei nasce com a sanção ou com a rejeição do veto, mas seus efeitos somente se produzem a partir da promulgação (esse é o entendimento amplamente majoritário, embora há quem afirme ser a promulgação o ato que transforma o projeto em lei).
	Em regra, é o Presidente da República quem promulga a lei. Não sendo por ele promulgada dentro de 48 (quarenta e oito) horas, se for o caso de sanção tácita ou rejeição de veto, o Presidente do Senado Federal a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, o Vice-Presidente do Senado irá fazê-lo (art. 66, § 7.º, CF).
	A publicação é o mecanismo pelo qual se transmite a promulgação da lei (declaração solene de sua existência e de seu conteúdo) aos seus destinatários. Com a publicação no Diário Oficial, presume-se de conhecimento público a existência e o conteúdo da lei e, por consequência, seu cumprimento obrigatório. A publicação é condição para a lei entrar em vigor e tornar-se eficaz. Segundo Pontes de Miranda, promulgação e publicação diferenciam-se pelos pressupostos e características. Quanto aos pressupostos, a promulgação refere-se à existência da lei e a publicação à eficácia; quanto às características, a promulgação refere-se à executoriedade e a publicação à obrigatoriedade.
	Promulgação
	Existência da lei
	Executoriedade
	Publicação
	Eficácia da lei
	Obrigatoriedade
HIPÓTESES DE TRANCAMENTO DE PAUTA
1) MEDIDA PROVISÓRIA (artigo 62, § 6º) - A partir do 45° dia após a publicação da MP. O prazo de 45 dias aqui é comum para ambas as casas legislativas.
2) URGÊNCIA PRESIDENCIAL (artigo 64, § 2º) - Em regra, não há tempo predefinido para a aprovação de um PL. Mas pode haver regime de urgência (processo legislativo sumário):
	§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
	§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação.
§ 3º - A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
	§ 4º - Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
	Cada casa tem 45 dias para apreciar o PL em regime de urgência. Se houver emenda, esta deve ser apreciada em 10 dias. Por essa razão, diz-se que o regime de urgência dura 100 dias (45 + 45 + 10). Se o prazo não for observado, tranca-se a pauta, exceto quanto às deliberações legislativas que tenham prazo constitucional determinado.
	
3) APRECIAÇÃO DE VETO (art. 66, § 6º) - Esgotado o prazo de 30 dias para apreciação do veto, ela acaba tendo precedência em relação às outras duas hipóteses de trancamento de pauta.
	É possível o desrespeito à ordem cronológica para análise dos vetos. O Min. Teori Zavascki (MS 31816 AgR-MC/DF, 2013) afirmou que, em face da inércia parlamentar, caso houvesse a aplicação rígida dos §§ 4º e 6º do art. 66, com eficácia retroativa, isso significaria um caos para a atuação do Legislativo e causaria insegurança jurídica, dado grande número de vetos aguardando apreciação pelo Congresso. Em razão disso, diante da singular gravidade do cenário fático e jurídico da situação em apreço, por maioria, o Plenário do STF deu provimento ao agravo regimental para revogar a medida liminar anteriormente concedida pelo Min. Luiz Fux, que determinou a observância da ordem cronológica dos vetos para que então se analisasse a nova lei de distribuição dos royalties de petróleo.
Como será feito o destrancamento da pauta quando ocorrer simultaneamente as 3 hipóteses?
	MP
e
URGÊNCIA PRESIDENCIAL
	SESSÃO SEPARADA
	CADA CASA
	VETO
	SESSÃO CONJUNTA
	MESA DO CONGRESSO
	Vota primeiro a MP, por força do §2º do artigo 64, CF. Contudo, há quem defenda que o veto tem precedência até mesmo em relação à MP.
REJEIÇÃO DE PROJETO DE LEI E DE PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO
	Projeto de lei rejeitado pode ser reapresentado na mesma sessão legislativa? Em regra, não, aplicando-se o princípio da irrepetibilidade. Mas ele poderá ser reapresentado mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas (art. 67). Neste caso, surge mais uma hipótese de iniciativa: iniciativa de maioria absoluta dos membros de uma das casas em caso de rejeição do PL, na mesma sessão legislativa. O princípio da irrepetibilidade não é, pois, absoluto para os projetos de lei. Será apenas para as PECs (e para as MPs, no caso do Executivo).
PL – REJEITADO – POSSÍVEL A REPROPOSITURA NA MESMA SESSÃO (MAIORIA ABSOLUTA)
PEC – REJEITADA - IMPOSSÍVEL A REPROPOSITURA NA MESMA SESSÃO
ESPÉCIES NORMATIVAS
	LEI ORDINÁRIA E LEI COMPLEMENTAR - A LC tem campo material distinto da LO. As hipóteses de LC estão taxativamente previstas na CF, não podendo nenhuma outra espécie normativa regulamentá-las (nem tratados), enquanto a LO pode tratar de qualquer matéria que não seja de lei complementar, resolução ou decreto legislativo. Assim, tudo o que não for regulamentado por LC, decreto legislativo ou resolução poderá sê-lo por LO. Se uma LC trata de matéria de lei ordinária, ela não será invalidada, por uma questão de economia legislativa. Contudo, esta lei será formalmente complementar, mas materialmente ordinária. Isso significa que poderá ser revogada por lei ordinária. Ex: lei da COFINS.
	Ademais, no aspecto formal, o quorum da LC (69) é de maioria absoluta, enquanto o da LO é de maioria relativa ou simples, estando presente a maioria absoluta dos membros. Contudo, os quora de instalação são iguais (maioria absoluta). No mais, o processo legislativo é o mesmo.
	
	EMENDAS CONSTITUCIONAIS - Constituem a manifestação do Poder Constituinte Reformador. A CF 88 é rígida, pois o seu processo de alteração é mais árduo, solene, que o processo de alteração das outras espécies.
	O art. 60 da CF traz os legitimados para apresentar Proposta de Emenda à Constituição:
- um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
- Presidente da República;
- mais dametade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
	O quorum de aprovação é 3/5 dos Membros de cada Casa, em 2 turnos.
	A promulgação é feita pelas Mesas da Câmara e do Senado, com seu respectivo número de ordem (número da emenda). Nisso a EC também difere da lei, que é promulgada pelo Presidente em 48 horas.
	PEC rejeitada pode ser reproposta? Não pode ser reproposta na mesma sessão legislativa (60, § 5º). Como visto, o princípio da irrepetibilidade, para emendas, é absoluto.
	
	Há, ainda, as limitações que impedem a emenda da CF:
(1) Limitações circunstanciais: Não se aprovam Emendas Constitucionais na vigência de:
- intervenção federal;
- estado de sítio; e
- estado de defesa.
	PEC aprovada nessas circunstâncias de crise institucional será inconstitucional.
(2) Limitações materiais: Abrangem as cláusulas pétreas (60, §4º):
	§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
	I - a forma federativa de Estado;
	II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
	III - a separação dos Poderes;
	IV - os direitos e garantias individuais.
(3) Limitações temporais: Possibilidade de emenda apenas durante certo período de tempo. Há limitação temporal na CF 88? Não. Havia limitação temporal na CF 1824.
(4) Limites implícitos: São aqueles que, embora não escritos, decorrem da própria sistemática constitucional. Costuma-se apontar os seguintes limites implícitos:
1- inalterabilidade da titularidade do Poder Constituinte originário. O titular é o povo, através do consenso, o que está expresso no parágrafo único do art. 1º, constituindo o princípio da soberania popular. O Congresso Nacional não pode alterar esse princípio.
2- indelegabilidade da titularidade do Poder Constituinte Reformador. Ex.: emenda autorizando o Presidente a emendar a Constituição. O Congresso é o único legitimado para alterar a Constituição, assim como o STF é o último intérprete da Constituição.
3- inalterabilidade do processo legislativo de reforma da Constituição.
4- inalterabilidade dos limites explícitos, temporais, circunstanciais e materiais, como o art. 60, § 4°. Não se pode fazer uma Emenda Constitucional para abolir a existência de cláusulas pétreas para, em seguida, suprimi-las.
5- impossibilidade de reforma constitucional que acarrete redução da competência dos Estados, posto que tende a abolir a Federação.
6- impossibilidade de permissão da perpetuidade dos mandatos (sua temporariedade é assentada do princípio republicano).
7- impossibilidade de modificação do critério de rigidez estabelecido pelo legislador constituinte para a reforma constitucional.
	LEI DELEGADA (ART. 68) - As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. É uma exceção ao princípio da indelegabilidade de atribuições de um Poder para outro. A delegação é para o Presidente da República, e chama-se delegação externa corporis, porque é para fora do Poder Legislativo.
	O Presidente edita a lei delegada, a partir de delegação do Congresso, a qual se dá por meio de resolução. A resolução diz qual o limite da autorização, o procedimento para a edição da lei delegada e qual a matéria a ser por ela tratada (68, §3º). A resolução pode, inclusive, determinar que a lei delegada não precisará de aprovação posterior pelo Congresso. Se houver necessidade de aprovação pelo Congresso, será em votação única, sendo vedada qualquer emenda (delegação imprópria). A aprovação será por maioria simples.
	Nem toda matéria pode ser delegada. Há limitações materiais (68, §1º), não podendo ser objeto de delegação:
- os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal;
- as leis sobre organização do Poder Judiciário e do Ministério Público;
- a legislação sobre nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
- a legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamento;
- matérias reservadas à lei complementar.
	Observe-se que, através da resolução, se transfere apenas, e temporariamente, competência para legislar sobre determinadas matérias, permanecendo a titularidade da aludida competência com o Legislativo, que poderá, mesmo tendo havido delegação ao Presidente, legislar sobre a mesma matéria.
	DECRETO LEGISLATIVO (49) - Espécie normativa que regulamenta matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional.
	Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
	I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
	Com relação aos tratados, é de competência privativa do Presidente a celebração, conforme dispõe o art. 84, VIII. Esta regra, contudo, deve ser associada a este art. 49, I, que estabelece como sendo de competência exclusiva do Congresso Nacional, através da elaboração de decreto legislativo, resolver sobre eles.
	Assim, primeiro há a celebração do tratado, convenção ou ato internacional pelo Presidente da República. Posteriormente, e internamente, o Parlamento decide sobre sua viabilidade, conveniência e oportunidade. A seguir, o Presidente, através de decreto, promulga o texto, publicando-o, em português, em órgão da imprensa oficial, dando-se, pois, ciência e publicidade da ratificação da assinatura já lançada, ou, caso esta não se tenha externado, da adesão a um determinado tratado ou convenção de direito internacional.
	O decreto presidencial que promulga o texto tem caráter de norma infraconstitucional, tendo os mesmos efeitos, em regra, de uma lei ordinária, e podendo, por conseguinte, ser revogado por norma posterior, bem como ser questionada a sua constitucionalidade perante os tribunais, de forma concentrada ou difusa. Excetuam-se os tratados de direitos humanos, que podem ter natureza de emenda constitucional (caso aprovados, após a EC n. 45/2004, em observância ao correspondente rito legislativo) ou caráter supralegal (demais casos).
	Assim, temos:
	CELEBRAÇÃO DO TRATADO (EXECUTIVO) – FASE EXTERNA
	APROVAÇÃO (REFERENDO) DO PARLAMENTO – FASE INTERNA – Decreto legislativo
	DEPÓSITO DOS INSTRUMENTOS DE RATIFICAÇÃO EM ÂMBITO INTERNACIONAL – FASE EXTERNA
	PROMULGAÇÃO POR DECRETO PRESIDENCIAL – FASE INTERNA
	PUBLICAÇÃO – FASE INTERNA
	II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;
	III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
	IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
	V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
	VI - mudar temporariamente sua sede;
	VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
	VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
	IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
	X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
	XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes;
	XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;
	XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
	XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
	XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais; (raposa serra do sol)
	XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. (exceto se for para reforma agrária)
	
	O procedimento é o seguinte: qualquer membro ou comissão da Câmara ou do Senado encaminha o projeto de decreto legislativo, que deve ser discutido e votado, em único turno, nas 2 casas, com aprovação por maioria simples. Após, vai direto para a promulgação, sendo dispensada a sanção, pois a competência é exclusiva (48, caput). Quem promulga é o Presidente do Congresso, que é quem exerce a Presidência do Senado.
	Além das hipóteses do art. 49, há previsão de decreto legislativo no art. 62, §3º, referente à regulamentação dos efeitos de medida provisória não convertida em lei.
		
	RESOLUÇÕES - Regulamentam as matérias de competência privativa da Câmara (51) ou do Senado (52). É possível ainda a resolução do Congresso Nacional, na hipótese de lei delegada (68, §2º). Esta, aliás, é a única previsão expressa de resolução para o Congresso Nacional.
	ÚNICA RESOLUÇÃO DE COMPETÊNCIA DO CONGRESSO – LEI DELEGADA. O RESTO É DECRETO LEGISLATIVO.
	A lei fala em competência privativa, mas trata-se de competência exclusiva, posto que indelegável.
	A resolução na Câmara só passa por esta casa. A do Senado idem. Vigora o unicameralismo. Após aprovada por maioria simples, é promulgada e publicada.
	Por meio de resolução, por exemplo, o Senado suspende eficácia de lei tida por inconstitucional pelo Supremo em controle difuso. A decisão no impeachment também é feita por resolução. O regimento interno das Casas do Congresso é feito por resolução.
	Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
	I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
	II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
	III - elaborar seu regimento interno;
	IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
	V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
	Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
	I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
	II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
(…)
	Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II [julgamento por crimes de responsabilidade], funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
	Repare que o Senado julga, nos crimes de responsabilidade, os Ministros do Supremo, os Membros do CNJ e do CNMP, o PGR e o AGU (que tem status de ministro, mas não é julgado apenas em caso de crime conexo). Trata-se do impeachment.
	III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública [“sabatina”], a escolha de:
	a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
	b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
	c) Governador de Território;
	d) Presidente e diretores do banco central;
	e) Procurador-Geral da República;
	f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
	IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
	V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
	VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
	VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
	VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
	IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
	X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
	XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
	XII - elaborar seu regimento interno;
	XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
	XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
	XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
	
	MEDIDA PROVISÓRIA - Não são leis, mas têm força de lei. O antecedente imediato das atuais medidas provisórias é o antigo decreto-lei, previsto na Constituição anterior, com larga e abusiva utilização pelo Presidente da República. Apesar dos abusos efetivados com o decreto-lei, a prática demonstrou a necessidade de um ato normativo excepcional e célere, para situações de relevância e urgência. Pretendendo regularizar esta situação e buscando tornar possível e eficaz a prestação legislativa do Estado, o legislador constituinte de 1988 previu as chamadas medidas provisórias, espelhando-se no modelo italiano. Nelson Nery Jr. critica a sua manutenção no texto constitucional após a opção popular pelo Presidencialismo, haja vista ser uma espécie normativa típica do regime parlamentarista, cuja rejeição pode acarretar a queda do Primeiro-ministro, ao passo que no regime presidencialista não há qualquer sanção para o uso indevido da medida provisória.
	Governador e prefeito também podem editá-la, segundo entendimento do STF (ADI 2391), desde que exista expressa previsão na CE para o governador. Ainda não houve apreciação dos casos de prefeito, mas o STF vem tendendo a dizer que pode, desde que haja previsão na CE e na Lei Orgânica, observadas as regras da CF.
	Os pressupostos da MP são a relevância e a urgência. Ela não revoga lei anterior, mas a paralisa, suspendendo sua eficácia. Se a MP perder efeito, a lei volta a produzir os seus efeitos. Isso não é repristinação, pois a lei sequer chegou a ser revogada.
	Não podem versar sobre:
- matérias entregues à lei complementar;
- matéria penal;
- processo civil;
- processo penal;
- nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
- organização do MP e Poder Judiciário,
- PPAs, LDOs, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvados créditos extraordinários;
- detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
- mesma matéria já aprovadaem projeto de lei pendente de sanção do Presidente da República;
- serviços locais de gás canalizado, pois o art. 25, §2º, da VF determina que a exploração se dará pelos Estados por meio de lei, sendo vedada a edição de MP.
- regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação da Emenda Constitucional nº 32, de 2001 (art. 246).
	Obs: MP que trate sobre majoração ou instituição de impostos, exceto os que não respeitem ao princípio da anterioridade, somente produzirão efeitos no exercício financeiro seguinte ao que tiverem sido convertidas em lei até o último dia do exercício em que editada.
	O art. 62 da CF/88 determina que, em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. Uma vez editada, a MP permanecerá em vigor pelo prazo de 60 dias e será submetida, imediatamente, ao Poder Legislativo, para apreciação, nos termos do art. 62.
	A EC n. 32/01 não só alterou o novo prazo constitucional de vigência das medidas provisórias, como também o disciplinou de maneira diversa da redação original do texto constitucional. O prazo será contado da publicação da medida provisória, porém, ficará suspenso durante os períodos de recesso do Congresso Nacional, diferentemente do que ocorria anteriormente, quando o Congresso deveria ser convocado extraordinariamente para reunir-se no prazo de 5 dias e deliberar sobre a MP. Assim, a medida provisória poderá excepcionalmente exceder o prazo constitucional de 60 dias, se for editada antes do recesso parlamentar.
	Na opinião de Pedro Lenza, a suspensão do prazo no período de recesso significa um retrocesso, uma vez que, de acordo com a regra anterior, antes do advento da EC 32/2001, adotada a MP pelo Presidente e estando o Congresso em recesso, haveria convocação extraordinária em 5 dias. Com a nova regra, o prazo (de 60 dias) fica suspenso durante o período de recesso do Congresso Nacional. Em contrapartida, amenizando a falta de previsão expressa de convocação extraordinária para o caso de adoção de MP, a EC 32/2001 estabeleceu que, em eventual convocação extraordinária, havendo medidas provisórias em vigor na data de sua convocação, serão elas automaticamente incluídas na pauta de convocação.
	§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando.
	§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
	§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.
	§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
MEDIDA PROVISÓRIA – COMISSÃO MISTA APRECIA. MAS A VOTAÇÃO É EM SEPARADO
	§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
	A contrario sensu, é possível a reedição da MP na sessão legislativa seguinte, ainda que tenha sido rejeitada.
	§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
	Trata-se de um verdadeiro contrassenso a conservação da MP mesmo em caso de rejeição. Ora, se a perda dos efeitos é ex tunc, como dizer que as relações jurídicas conservar-se-ão regidas pela extinta MP? Acaba-se, na prática, permitindo a aprovação por decurso de prazo, pelo menos quanto às relações constituídas nesse período.
	§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
	Na opinião de Pedro Lenza, este § 12 é uma verdadeira aberração jurídica, já que, se houve projeto de lei de conversão, alterando o texto original da emenda, a manutenção de seu texto até que seja sancionado ou vetado (pelo Chefe do Executivo) mantém em vigor dispositivo com força de lei (a medida provisória) contrário à manifestação do Parlamento, que, expressamente, refutou aquele dispositivo legal. Assim, entre o período que medeia o projeto de lei de conversão e a sua sanção ou veto pelo Presidente da República, estaremos diante de ato com força normativa já execrada pelo Legislativo.
	Não é mais cabível a reedição de MP. Ex.: MP do plano real que foi reeditada por 70 vezes.
	Questões relevantes sobre MP:
	(1) Requisitos de urgência e relevância: conceitos jurídicos indeterminados. O STF entendia que o preenchimento concreto caberia ao Presidente da República, num primeiro momento, e depois ao Congresso Nacional. Ocorre que ambos os juízos eram políticos. Sempre se entendeu que não caberia controle judicial. Apenas em dois casos o Supremo admitiu controle judicial:
	A – Aumento de prazo para a Fazenda Pública propor ação rescisória. Ou a Fazenda está querendo aumentar prazos que estão terminando (há urgência, mas há desvio de poder) ou não há urgência. Por isso não caberia MP.
	B – MP que abriu créditos orçamentários extraordinários. Foi o caso da ADI 4048, proposta pelo PSDB. Considerou-se, nesse caso, que há um requisito a mais na MP sobre crédito extraordinário, além da urgência e da relevância: só se podem atender despesas imprevisíveis e urgentes, como comoção, guerra etc. As despesas, embora fossem relevantes, eram previsíveis, logo não cabia MP.
	(2) Questão de direito intertemporal: As medidas provisórias possuem natureza dúplice, pois são, ao mesmo tempo, uma norma que produz efeitos imediatos e, por outro lado, constituem fase de um processo legislativo especial. Essa natureza dúplice gera alguns problemas de direito intertemporal. Ex.: a MP Y é incompatível com a Lei X. Ao ser editada, suspende a eficácia da Lei X. Se o Congresso Nacional não converte a MP, a Lei X vai valer a partir do fim da eficácia da MP. E no período em que vigeu a MP? Os seus efeitos são válidos? A regra é a seguinte: cabe ao Congresso decidir, por meio de decreto legislativo, como serão regidas as relações do período. Se não o fizer em 60 dias, a MP será considerada válida para aquele período. Suponha-se que o decreto legislativo determine que não haverá incidência da MP. Como fica?
1ª corrente: não cabe controle, pois o poder constituinte originário deu competência ao Congresso Nacional para decidir sobre os efeitos;
2ª corrente: é possível o controle, pois a segurança jurídica deve pautar a decisão do CN.
	Se o Congresso converte a MP em lei, sem alterações, não há qualquer problema.
	Se o Congresso converte a MP em lei, mas com alterações, a MP será mantida até a sanção ou o veto do projeto. Se o Presidente vetar, por exemplo, as alterações, elas nunca produzirão efeitos.
	MP NÃO APROVADA – DECRETO LEGISLATIVO OU MANUTENÇÃO DA MP
	MP APROVADA SEM ALTERAÇÕES – SEM PROBLEMAS
	MP APROVADA COM ALTERAÇÕES – MP VÁLIDA ATÉ SANÇÃO OU VETO
COMISSÕES NO PARLAMENTO
	São órgãos constituídos em cada Casa, compostos de número geralmente restrito de membros, encarregados de convocar autoridades, realizar audiências públicas, estudar, examinar e iniciar proposições legislativas e apresentar pareceres, entre outras atribuições (art. 58, § 2º).
COMISSÕES PERMANENTES, TÉCNICAS OU TEMÁTICAS
	Subsistem através das legislaturas, são organizadas em função da matéria, geralmente coincidente com o campo funcional dos Ministérios. O art. 58 da CF estabelecesuas atribuições. As Comissões mais importantes são a de Constituição e Justiça, que tem a incumbência de realizar o controle prévio de constitucionalidade das proposições, e a de Finanças e Orçamento, que se manifesta em todas as proposições que afetem direta ou indiretamente o erário. O art. 82, III, da Lei n. 8.078/90 dá legitimidade à comissão do Poder Legislativo que cuide de matéria de consumidores (órgão despersonalizado) para a propositura de ação judicial que tenha por objeto a defesa do consumidor.
	Elas podem, inclusive, votar um projeto de lei, que assim não será submetido ao Plenário da Casa, salvo se houver recurso de 1/10 dos membros da Casa (58, §2º, II).
	58, § 2º - às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
	I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
	II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
	III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições;
	IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;
	V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
	VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
COMISSÕES ESPECIAIS OU TEMPORÁRIA
	Extinguem-se com o término da legislatura ou antes dela – neste último caso, quando, constituídas para opinarem sobre determinada matéria, tenham preenchido o fim a que se destinam. Exemplo: comissão especial que, anos atrás, estudou a problemática das terras de estrangeiros no país.
COMISSÕES MISTAS
	Formam-se de Deputados e Senadores, a fim de estudarem assuntos expressamente fixados, especialmente aqueles que devam ser decididos pelo Congresso Nacional, em sessão conjunta de suas Casas. Podem ser permanentes ou temporárias. São exemplos as comissões mistas para emissão de pareceres sobre medidas provisórias (art. 62, § 8º) e para acompanhamento orçamentário (art. 166, § 1º).
COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO
	São órgãos que desempenham papel de grande relevância na fiscalização e controle da Administração. Na Constituição vigente foram bastante prestigiadas, a ponto de receberem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, em conjunto ou separadamente, poderão criar tantas CPIs quantas julgarem necessárias, respeitadas as limitações regimentais (v.g., número máximo de cinco CPIs simultâneas, que foi julgado constitucional pelo STF) e observados os requisitos constitucionais (art. 58, § 3º).
	58, § 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
	
	Criação da CPI. Deve haver requerimento de, no mínimo, 1/3 dos parlamentares, em conjunto ou separadamente (requisito formal). Segundo Pontes de Miranda, a CPI constitui um verdadeiro instrumento das minorias contra as maiorias, já que bastam 1/3 dos membros para a instauração de uma CPI, mesmo contra a vontade dos outros 2/3.
	Seria inconstitucional Lei Orgânica ou Constituição Estadual que estabeleça quorum superior ao 1/3, de acordo com o entendimento do STF, pois, como visto, a CPI é instrumento de proteção das minorias parlamentares. A redução do quorum é porém possível. O alargamento é que não é possível, já que prejudicaria o direito das minorias.
	Objeto. Apurar fato certo e determinado (requisito material ou substancial). Ex: uma CPI da corrupção do Judiciário não seria possível, já que não há fato certo, mas seria viável uma CPI para apurar o desvio de verbas na construção de determinado prédio judicial. O STF permite que uma única CPI analise fatos determinados (no plural).
	Cabe CPI de fatos tipicamente judiciais ou de atribuição do MP? O STF diz que não. Seria uma ingerência indevida do Legislativo em áreas afetas aos outros poderes. Ex: CPI intimou juiz para que esclarecesse decisão judicial – o STF dispensou o juiz de depor.
	Prazo. A CPI deve se dar por prazo certo (requisito temporal). Além disso, deve terminar no fim da legislatura. A CF não fala qual o prazo, mas os regimentos internos das Casas do Parlamento estabelecem.
	Poderes. Segundo a CF, as CPIs terão “poderes de investigação próprios das autoridades judiciais”. Mas e Juiz tem poder de investigação? Na República Federativa do Brasil, o juiz não investiga porque é adotado o sistema processual penal acusatório (separação entre os órgãos de acusação, de defesa e de julgamento). Se o juiz não investiga por quê a expressão? Porque a norma foi elaborada sem técnica jurídica, de sorte que o termo deve ser entendido como “poderes de instrução processual próprios das autoridades judiciais”.
	Embora a CF tenha dado poder de investigação às CPIs, há matérias que devem ser submetidas ao juízo. Conforme analisa o Ministro Celso de Mello em seu voto no MS-23452/RJ, “o postulado da reserva constitucional de jurisdição importa em submeter, à esfera única de decisão dos magistrados, a prática de determinados atos cuja realização, por efeito de explícita determinação constante do próprio texto da Carta Política, somente pode emanar do juiz, e não de terceiros, inclusive daqueles a quem se haja eventualmente atribuído o exercício de poderes de investigação próprios das autoridades judiciais”. Isso significa que a CPI não poderá praticar determinados atos de jurisdição atribuídos exclusivamente ao Poder Judiciário, vale dizer, atos propriamente jurisdicionais reservados à primeira e última palavra dos magistrados. Destacam-se os seguintes casos:
a) Determinar a busca e apreensão domiciliar.
b) Decretar prisão (subtração ou restrição da liberdade de locomoção).
c) Decretar a interceptação telefônica (artigo 5º XII, CF).
d) Determinar constrição judicial ou medidas assecuratórias (artigo 125, CPP): arresto, sequestro, hipoteca ou indisponibilidade de bens.
e) Proibir que o cidadão saia da comarca ou país.
	A CPI pode diretamente por autoridade própria, sem a integração do Judiciário, praticar os seguintes atos:
a) Afastar os sigilos bancário e fiscal do investigado.
b) Requisitar dados telefônicos (não pode quebrar sigilo de comunicação telefônico, mas poderá ter acesso a registros telefônicos pretéritos).
c) Notificar testemunhas, informantes e investigados. (Se não comparecerem, pode determinar a condução coercitiva. Todos estão obrigados a depor na CPI, mas algumas autoridades podem marcar hora, dia e local, desde que razoáveis).
d) Prender em flagrante por falso testemunho a testemunha. O investigado não é testemunha, não podendo ser preso por falso testemunho. A testemunha tem o direito de se calar em relação ao que possa produzir prova contra si (direito ao silêncio), como direito à não autoincriminação.
e) Prender em flagrante por desacato à autoridade. Ex.: dar um tapa na cara do membro da CPI.
f) Determinar a realização de diligências. Ex.: vistorias, exames, perícias.
g) Requisitar (determinar) auxílio de servidores públicos. Ex.: requisitar auditores da Receita Federal e do Banco Central.
	Embora possa quebrar certos sigilos, a CPI está sujeita aos mesmos ônus do juiz, notadamente quanto à fundamentação da quebra. Se não o fizer, a medida determinada poderá ser afastada.
	O STF, em 2004 (ACO 730), passou a decidir que as CPIs estaduais também podem quebrar sigilo, em nome do pacto federativo, não tendo se manifestado quanto às municipais. Entretanto, o mesmofundamento pode ser aplicado às CPIs municipais. Há posição contrária, no sentido de que os municípios devem requerer isso ao juiz, como medida de segurança.
	Não há necessidade de devido processo legal ou contraditório, pois o intuito é investigatório e não acusatório.
	A competência para julgar MS e HC em face da CPI que ocorre perante o Congresso Nacional é do STF, em razão de a autoridade coatora ser parlamentar federal.
	Conclusões da CPI. Devem ser encaminhadas ao MP.
	
COMISSÕES REPRESENTATIVAS
	Durante o recesso, funciona a comissão representativa do Congresso. É como se fosse o plantão judiciário. Esta comissão é eleita na última sessão ordinária do período legislativo. Não confundir período legislativo com sessão legislativa ordinária: período legislativo é aquele que antecede o recesso. Há 2 períodos legislativos a cada sessão legislativa ordinária: 02/02 a 17/07 e 01/08 a 22/12.
FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
	A Constituição Federal disciplina, nos artigos 70 a 75, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, com auxílio do Tribunal de Contas da União e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
	Da análise dos referidos dispositivos, é possível enxergar a fiscalização contábil, financeira e orçamentária sob três ângulos:
(1) Quanto à atividade controlada, a fiscalização abrange os aspectos contábil, financeiro, orçamentário, operacional e a patrimonial, o que permite a verificação da contabilidade, das receitas e despesas, da execução do orçamento, dos resultados, dos acréscimos e das diminuições patrimoniais;
(2) Quanto aos aspectos, abrange o controle de legalidade dos atos; de legitimidade (exame de mérito a fim de verificar se, além de legal, a despesa é legítima, tal como a atender a ordem de prioridade estabelecida no plano plurianual); economicidade (a Administração Pública deve realizar as despesas da forma mais econômica possível ao erário); fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos; cumprimento de programas e metas.
(3) Quanto às pessoas controladas, abrange os entes políticos, as entidades da Administração Direta e Indireta, bem como qualquer pessoa física ou entidade pública, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. “As empresas públicas e as sociedades de economia mista, entidades integrantes da administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante a aplicação do regime jurídico celetista aos seus funcionários” (STF, MS 26.117, Pleno, 2008). O STF, na ADI n. 3.026/DF, entendeu que a OAB é uma entidade sui generis, não se enquadrando como mera autarquia, tampouco se tratando de conselho de classe de sorte, sendo que, por esse motivo, não estaria submetida à fiscalização pelo Tribunal de Contas.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
	Insere-se no Legislativo, mas é órgão com autonomia própria.
	Composição. O TCU é composto por 9 ministros, sendo 1/3 escolhido pelo Presidente e 2/3 pelo Congresso (art. 73):
§ 1º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
	§ 2º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
	I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
	II - dois terços pelo Congresso Nacional.
	Os ministros do TCU são julgados pelo STF – e contam com as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do STJ (art. 73, § 3º, da CF) –, enquanto os conselheiros do TCE e do TCM são julgados pelo STJ.
	Atribuições dos Tribunais de Contas.
(1) Opinativa ou consultiva: elaboração de parecer prévio às contas anuais do Presidente da República (quem julga as contas do Presidente da República é o Congresso Nacional – art. 49, IX, da CF); responder à consulta formulada por autoridade competente sobre matérias de sua competência (Lei orgânica do TCU, art. 1, XVII).
(2) Fiscalizadora: realizar, por iniciativa própria ou do Legislativo, ou de comissão técnica ou inquérito, auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nos órgãos e entes do Poder Público; fiscalizar contas nacionais de empresas supranacionais que tenham capital da União; fiscalizar os recursos repassados por meio de convênio; acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União e da adm. Indireta, mediante inspeção e auditoria ou por meio de demonstrativos próprios; efetuar o cálculo das quotas dos fundos de participação (art. 161 CF); decidir sobre denúncia em matéria de licitação e contratos administrativos; acompanhar a evolução patrimonial dos agentes públicos (Lei 8.730/93); acompanhar o cumprimento da LRF; regulamentar e fiscalizar a divisão dos recursos da CIDE.
(3) Julgamento de Contas: julgar as contas dos administradores e de todos aqueles responsáveis por recursos públicos, da Adm. Direta e Indireta e contas de quem der causa a prejuízo ao erário.
(4) Registro: aprecia a legalidade da admissão de pessoal da Adm. Direta e Indireta, salvo cargo em comissão. Aprecia a concessão de aposentadoria, reformas e pensões, salvo melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.
(5) Sancionadora: Aplica multa em caso de ilegalidade de despesa; declara a inabilitação (05 a 08 anos) para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança em casos graves; declara a inidoneidade do licitante por até cinco anos.
(6) Corretiva: Fixa prazo para que o órgão ou ente corrija ilegalidades; susta, se não atendida a ordem anterior, o ato impugnado (não o contrato, que será sustado diretamente pelo Congresso), comunicando à Câmara e Senado; pode, ainda, adotar todas as medidas necessárias às correção das irregularidades em contratos, caso o Congresso ou o Executivo não o façam, inclusive determinando a anulação da avença.
	A atuação do TCU pode gerar sanções de natureza civil e administrativa (ex: declaração de inidoneidade). Todavia, mesmo que o agente tenha praticado falta funcional, na forma da Lei n. 8.112, o TCU não tem o condão de impor sanção disciplinar.
	Segundo a Súmula 347 do STF, cabe ao TC realizar, no caso concreto, controle de constitucionalidade: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.”
	Modalidades de prestação de contas:
(1) Contas anuais (ordinárias):
1.1 contas de governo: a prestação está nos arts. 49, IX e 71, I da CF. TCU elabora parecer prévio, cabendo ao CN julgar as contas do Presidente da República. Leva em conta aspectos gerais relacionados à execução dos orçamentos públicos federais, notadamente a compatibilidade com a LRF. Verifica aspectos macroeconômicos.
1.2 contas de gestão: definidas no art. 71, II da CF. Devem expressar a legalidade, legitimidade e a economicidade dos atos administrativos que compreendem a gestão do administrador. Verificam-se os atos dos ordenadores de despesas das diversas unidades administrativas.
(2) Contas especiais: decorrem da omissão em prestar contas, não comprovação da aplicação dos recursos repassados pela União, desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, de que resulte dano ao erário.
	Ascontas podem ser julgadas das seguintes formas: a) regulares: exatidão contábil e de acordo com a legalidade e economicidade dos atos de gestão; b) regulares com ressalvas: quando evidenciarem impropriedade ou falta de natureza formal de que não resulte dano ao erário; determina-se a correção das irregularidades como forma de prevenir futuras falhas; c) irregulares. O Tribunal condena ao pagamento da dívida, atualizada monetariamente e acrescida de juros de mora devidos, podendo, ainda, aplicar multa. A decisão é título executivo extrajudicial.
	O STF tem posicionamento no sentido de que o Tribunal de Contas ou o Ministério Público que nele atua não tem legitimidade para executar suas decisões: “(...) somente o ente da Administração Pública prejudicado possui legitimidade para executar títulos executivos extrajudiciais cujos débitos hajam sido imputados por Cortes de Contas no desempenho de seu mister constitucional” (RE 525663 AgR, 2011). Assim, se, por exemplo, o TCE julgar irregulares contas de Município e aplicar multa, caberá apenas ao Município – e não à Procuradoria do Estado, por exemplo – executar a decisão.
	O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas possui fisionomia institucional própria, que não se confunde com a do Ministério Público comum, seja os dos Estados, seja o da União, o que impede a atuação, ainda que transitória, de Procuradores de Justiça nos Tribunais de Contas.
	Obs.: Súmula Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
TRIBUNAIS DE CONTAS DOS ESTADOS
	Com relação aos TCEs (75, parágrafo único), são compostos por 7 conselheiros. Súmula STF n. 653: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro a sua livre escolha.
	O STF já decidiu que, quanto aos TCEs, o Constituinte estadual deve observar a arquitetura constitucional, por determinação do caput do art. 75 da CF: “As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.”
TRIBUNAIS DE CONTAS E MUNICÍPIOS
	A CF vedou a criação de novos TCMs, mas permitiu a manutenção daqueles que já existiam (31, §1º). Assim, as contas municipais podem ser apreciadas, em relação àqueles Municípios que, na data da Constituição, não contavam com Tribunal de Contas próprio, ou pelo Tribunal de Contas dos Municípios ou pelo Tribunal de Contas do Estado, ambos órgãos estaduais, conforme dispuser a respectiva Constituição Estadual.
	Diversamente ao que ocorre no âmbito estadual e federal, o parecer do Tribunal de Contas, quanto aos Municípios, usufrui de certa vinculatividade (art. 31, § 2º): “O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.”
IMUNIDADES (INDENIDADES) PARLAMENTARES
	São prerrogativas inerentes à função parlamentar. Não são direitos da pessoa, decorrendo somente do exercício da função que ela exerce. Por essa razão, são irrenunciáveis e não violam o princípio da isonomia. Há 2 tipos de imunidades (ou inviolabilidades): material (real, substantiva) ou formal (processual, adjetiva). A imunidade formal pode ser para o processo ou para a prisão.
	IMUNIDADE FORMAL
	IMUNIDADE MATERIAL
	Prisão	
	
	Processo penal	
	
	- Consistem em garantia da própria sociedade, porque garante a independência do órgão que representa a vontade popular.
- Sempre existiram nas CF brasileiras.
- Foro por prerrogativa de função é uma faceta das imunidades.
IMUNIDADE MATERIAL
	Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
 	A imunidade material implica a subtração da responsabilidade penal e civil do parlamentar, por suas opiniões, palavras e votos, pois se trata de cláusula de irresponsabilidade geral do Direito Constitucional material. Explica Nélson Hungria que, nas suas opiniões, palavras e votos, jamais se poderá identificar, por parte do parlamentar, qualquer dos chamados crimes de opinião ou crimes da palavra, como os crimes contra a honra, incitamento ao crime, apologia de criminoso, vilipêndio oral a culto religioso etc., pois a imunidade material exclui o crime nos casos admitidos; o fato típico deixa de constituir crime, porque a norma constitucional afasta, para a hipótese, a incidência da norma penal. Quanto à ausência de responsabilidade civil, não obstante o STF já houvesse firmado o entendimento de que estava abarcada pela inviolabilidade prevista no art. 53, foi incluída explicitamente por meio da E.C. n.º 35/01.
 	Se o ato tiver sido praticado fora do Congresso Nacional deve guardar relação com a atividade parlamentar para ser alcançada pela imunidade. Se for praticado dentro do recinto, tem natureza absoluta, mesmo que não tenha relação com o mandato (STF, Inq 2330/DF).
 
	A natureza jurídica é de excludente de antijuridicidade ou de tipicidade, a depender da corrente que se adote.
	Suplente de parlamentar não possui imunidade (AP 665/MT, 2012). Da mesma forma, o congressista afastado do cargo perde o direito à imunidade parlamentar (INQ 725-RJ).
	A importância da imunidade material consiste em conferir liberdade de atuação ao parlamentar. Mas se ele abusar de suas prerrogativas, poderá haver quebra de decoro.
IMUNIDADE FORMAL - PRISÃO (53, §2º) OU PROCESSO
	A imunidade formal quanto à prisão ocorre desde a expedição do diploma, a qual é anterior à posse. A prisão só é possível em caso de flagrante delito de crime inafiançável. No caso de flagrante delito por crime inafiançável, os autos devem ser encaminhados em 24 horas à Casa respectiva, que, pelo voto da maioria (absoluta) dos seus Membros, resolverá sobre a prisão.
PARLAMENTAR - IMUNIDADE FORMAL PARA A PRISÃO, SALVO EM CASO DE FLAGRANTE DE CRIME INAFIANÇÁVEL – DESDE A EXPEDIÇÃO DO DIPLOMA
	Com relação à imunidade formal para o processo, a EC 35/2001 estabeleceu que, após o STF receber a denúncia por crime cometido após a diplomação, deve ser dada ciência à Casa, a qual poderá sustar o andamento da ação penal, após representação oferecida por partido nela representado. Antes, o STF precisava de prévia autorização da Casa para processar o parlamentar.
	53, § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
PARLAMENTAR - IMUNIDADE FORMAL PARA O PROCESSO – SOMENTE PARA CRIME APÓS A DIPLOMAÇÃO – CASA PODE SUSTAR O ANDAMENTO DA AÇÃO
	O §4º estabelece que o pedido de sustação será apreciado pela Casa em 45 dias. Mas em que prazo a Casa pode sustar a ação penal? Até o fim desta ou em 45 dias? O entendimento predominante esclarece que devem ser conjugados os §3º e §4º. O partido pode pedir à Casa que requeira a sustação até o fim da ação penal, e a Casa deve analisar o pedido do partido em 45 dias.
	Se, por exemplo, certo indivíduo cometeu crime em 2005 e, em 2006, elegeu-se deputado federal, sendo diplomado e submetido à competência do STF, deverá haver comunicação à Casa? Não, não deve haver comunicação à Casa nessa situação, pois a imunidade do processo só surge por crime ocorrido após a diplomação, o que não ocorreu aqui, em que houve o deslocamento da competência.
PARLAMENTAR ESTADUAL OU DISTRITAL
	Por força do 27, §1º, da CF, eles têmas mesmas prerrogativas do deputado federal: imunidade material e formal.
	27, § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
VEREADOR
	Ele só tem a imunidade material (29, VIII), a qual é restrita à circunscrição do município. Não dispõe da imunidade formal, podendo sofrer persecução penal, por delitos outros que não sejam crimes contra a honra, independentemente de prévia licença da Câmara.
	29, VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS DOS PARLAMENTARES FEDERAIS
	Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
	
	I - desde a expedição do diploma:
	a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
	b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea anterior;
	
	II - desde a posse:
	a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
	b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no inciso I, "a";
	c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
	d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
PERDA DO MANDATO DE PARLAMENTAR (ART. 55)
	Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
	HIPÓTESES DE PERDA DO MANDATO
	PECULIARIDADES
	I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
	§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
(Não é mais por voto secreto!)
	II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
	§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
(Não é mais por voto secreto!)
	III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
	§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
	IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
	§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
	V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
	§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
	VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
	§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
(Não é mais por voto secreto!)
	Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
	I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;
	II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
	§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.
	§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.
	§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.
	Pedro Lenza observa que, no caso de investidura nos cargos apontados no inciso I, haverá perda das imunidades parlamentares, apesar de não haver perda do mandato.
	Condenação criminal pelo STF e perda automática do mandato por Parlamentar Federal[footnoteRef:2]. “A condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por si só, para acarretar a perda do mandato eletivo de Deputado Federal ou de Senador? O STF, ao condenar um Parlamentar federal, poderá determinar a perda do mandato eletivo? [2: Tópico reproduzido do site “Dizer o Direito”. Disponível em https://docs.google.com/file/d/0B4mQkJ-pSXwqUkZqTjA5c2ZlYUU/edit?pli=1. Acesso em 9-12-2014.] 
	1ª corrente: NÃO.
Quem decide se haverá a perda é a Câmara ou o Senado.
	2ª corrente: SIM
A Câmara ou o Senado irá apenas formalizar a perda que já foi decretada.
	(…) No caso desses parlamentares há uma norma específica que excepciona a regra geral.
Trata-se do art. 55, VI e § 2º da CF/88: (...)
	Para a segunda corrente, o § 2º do art. 55 da CF/88 não precisa ser aplicado em todos os casos nos quais o Deputado ou Senador tenha sido condenado criminalmente, mas apenas nas hipóteses em que a decisão condenatória não tenha decretado a perda do mandato parlamentar por não estarem presentes os requisitos legais do art. 92, I, do CP ou se foi proferida anteriormente à expedição do diploma, com o trânsito em julgado em momento posterior.
Em outras palavras:
 Se a decisão condenatória NÃO determinou a perda do mandato eletivo, nos termos do art. 92, I, do CP: a perda do mandato somente poderá ocorrer se a maioria absoluta da Câmara ou do Senado assim votar (aplica-se o art. 55, § 2º da CF/88);
 Se a decisão condenatória DETERMINOU a perda do mandato eletivo, nos termos do art. 92, I, do CP: a perda do mandato ocorrerá sem necessidade de votação pela Câmara ou Senado (não se aplica o art. 55, § 2º).
O procedimento estabelecido no art. 55 da CF disciplinaria circunstâncias em que a perda de mandato eletivo parlamentar poderia ser decretada com base em juízo político. No entanto, esse procedimento não é aplicável quando a aludida perda foi determinada em decisão do Poder Judiciário como efeito irreversível da sentença condenatória.
A deliberação da Casa Legislativa, prevista no art. 55, § 2º, da CF, possui efeito meramente declaratório, sem que possa ser revista ou tornada sem efeito a decisão condenatória final proferida pelo STF.
	(...)
	(...)
	O STF adotou esta corrente no julgamento do Senador Ivo Cassol (AP 565/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 7 e 8.8.2013).
	O STF adotou esta corrente no julgamento do “Mensalão” (AP 470/MG, rel. Min. Joaquim Barbosa, 10 e 13.12.2012).
Obs1: como se observa acima, houve uma mudança de entendimento do STF. Isso ocorreu em virtude do ingresso de dois novos Ministros na Corte (Teori Zavaski e Luis Roberto Barroso) que votaram no sentido de que não há perda automática, devendo haver deliberaçãoda Câmara ou do Senado.
Obs2: o tema ainda não está consolidado porque o próprio Min. Luis Roberto Barroso (que havia adotado a primeira corrente acima) proferiu, em 02/09/2013, decisão monocrática recente na qual acena com a possibilidade de ser construída uma terceira posição (MS 32.326/DF). Segundo essa decisão liminar, que ainda não foi submetida ao Plenário, em caso de condenação de Deputado Federal ou Senador, a Casa Legislativa irá decidir sobre a perda ou não do mandato, nos termos do § 2º do art. 55 da CF/88. No entanto, para o Min. Barroso, se o regime de cumprimento da pena for o fechado e a quantidade da pena superior ao mandato, a Casa Legislativa, obrigatoriamente, deverá determinar a perda desse mandato, considerando que as condições do regime fechado são logicamente incompatíveis com o exercício do mandato parlamentar.”
TRIBUTÁRIO: Tributos de Competência da União Federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Rosangela Lucia Martins - romartins.mt@hotmail.com
ESCLARECIMENTO: O PONTO É MUITO GENÉRICO - TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA DA U, E, DF e M – minha estratégia foi falar das espécies tributárias, repartição de competência e detalhar os impostos federais, pois os impostos federais não é cobrado de modo claro em nenhum ponto. Já o ponto 10 trata das taxas e contribuições de melhorias, o ponto 11 fala do empréstimo compulsório, das contribuições em geral, do preço público e do pedágio, e o ponto 13 aborda as contribuições para a seguridade social. Equivaleria a um livro esmiuçar aqui todas as espécies tributárias. 
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS:
Partindo-se da classificação quinquipartite ou pentapartite dos tributos (adotada pelo STF), temos cinco espécies tributárias:
1. Impostos (art. 145, I, 153, 154, 155 e 156, da CF).
2. Taxas (art. 145, II da CF) 
3. Empréstimos Compulsórios (art. 148, CF).
4. Contribuições especiais:
4.1. Sociais:
4.1.1. Sociais Gerais (art. 149, caput, 212, parágrafo 5º, 240, CF).
4.1.2. Seguridade Social (art. 195, CF).
4.1.3. Seguridade Social Residual (art. 195, parágrafo 4º da CF).
4.1.4. Previdenciárias próprias (art. 149, parágrafo 1º da CF).
4.2. Intervenção no Domínio Econômico (arts. 149, caput, e 177, parágrafo 4º da CF).
4.3. Interesse de Categorias Profissionais (art. 149, caput da CF).
4.4. Custeio do Serviço de Iluminação Pública (art. 149-A da CF).
 5. Contribuição de Melhoria (art. 145, III, CF) 
1. Tributos de Competência da União Federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
UNIÃO
impostos DE COMPETÊNCIA PRIVATIVA - 
a)IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO – II – [art. 153, I, CF]
b)IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO – IE – [art. 153, II, CF]
c)IMPOSTO DE RENDA – IR – [art. 153, III, CF]
d)IMPOSTO SOBRE PRODUTO INDUSTRIALIZADO – IPI – [art. 153, IV, CF]
e)IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS – IOF – [art. 153, V, CF]
f)IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL – ITR – [art. 153, VI, CF]
g)IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS – IGF – [art. 153, VII, CF]
COMPETÊNCIA RESIDUAL PARA IMPOSTO - imposto extraordinário de guerra: (art. 154, I, CF) : somente a União pode instituir, por meio de LC, imposto que não tenha fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos discriminados na CF.
competência comum - taxas, contribuições de melhoria -– todos os entes possuem
competência exclusiva - Empréstimo compulsório: somente a União poderá criar empréstimo compulsório para atender às despesas públicas decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência ou no caso de investimento público (art. 148, I e II, CF). 
CONTRIBUIÇÕES – em:
1)CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS somente a União
a)CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS GERAIS somente a União
b)CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL [art. 195, CF] 
c) CONTRIBUIÇÕES PRA REGIME PREVIDENCIÁRIO PRÓPRIO – competência concorrente
2)CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. somente a União
3)CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DE CATEGORIA PROFISSIONAL OU ECONÔMICA. somente a União
4) CONTRIBUIÇÃO RESIDUAL (195, §4º)
A competência para instituir contribuições é EXCLUSIVA da união, EXCETO a contribuição para o regime previdenciário próprio que é de competência privativa da U, E, M e DF 
ESTADOS
impostos – competência privativa (E TAXATIVA -não pode instituir novos impostos) 
a)IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E DOAÇÃO – ITCMD – [art. 155, I, CF]
b)IMPOSTO SOBRE A CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇO – ICMS – [art. 155, II, CF] 
c)IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULO AUTOMOTOR – IPVA – [art. 155, III, CF]
competência COMUM para taxas: como os estados possuem competência material residual, a doutrina atribui a eles a competência comum para a instituição de taxas.
taxas, contribuições de melhoria. - competência comum – todos os entes possuem
Contribuições para regime próprio:é possível que os Estados criem contribuições previdenciárias em relação aos seus servidores para custeio do regime próprio de previdência.
MUNICÍPIOS
impostos – competência privativa e taxativa 
a)IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA – IPTU – [art. 156, I, CF]
b)IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO INTER VIVOS OU POR ATO ONEROSO – ITBI – [art. 156, II, CF]
c)IMPOSTO SOBRE SERVIÇO – ISS – [art. 156, III, CF]
taxas, contribuições de melhoria. - competência comum – todos os entes possuem
Contribuições para regime próprio:é possível que os Estados criem contribuições previdenciárias em relação aos seus servidores para custeio do regime próprio de previdência.
Contribuições para iluminação pública: competência EXCLUSIVA - Municípios e DF.
DISTRITO FEDERAL
COMPETÊNCIA CUMULATIVA ou MÚLTIPLA - impostos de competência dos Estados e dos Municípios [art. 147, parte final c.c. art. 155, caput, CF]
 TERRITÓRIOS FEDERAIS [art. 147, CF]
impostos estaduais: competência da UNIÃO.
impostos municipais: (a)território dividido em Municípios: competência do TERRITÓRIO.
			(b)território não dividido em Municípios: competência da UNIÃO.
IMPOSTO DE RENDA
DOUTRINA
1. LEGISLAÇÃO
Art. 153, III, CF. 
Art. 43 e 45 co CTN. 
IRPF – Lei n.º 7713/88, Lei n.º 9250/95
IPRJ – Lei n.º 8981/95 e 9430/96
2. BASE ECONÔMICA
O art. 153, III da CF outorga competência para instituir imposto sobre renda (acréscimo patrimonial produto do capital ou do trabalho) ou proventos (acréscimo patrimonial produto decorrente de atividade que já cessou) de qualquer natureza. O que deve ser tributado é o acréscimo patrimonial, e não o patrimônio, faturamento, ou algo semelhante. Por exemplo, indenização, seja por dano moral, seja por dano material, não caracteriza acréscimo patrimonial, e, por isso, não incide imposto de renda.
3. CRITÉRIOS CONSTITUCIONAIS PARA INSTITUIÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA E PROVENTOS
O §1º do art. 150 da CF estabelece exceção à anterioridade nonagesimal mínima – embora sujeita ao princípio da anterioridade - e o §2º do art. 153 da CF estabelece outros critérios para a instituição do imposto de renda e proventos, quais sejam “será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei”.
3.1. generalidade - é o critério que diz respeito ao campo subjetivo, mais especificamente à sujeição passiva ao tributo. Ou seja, deve abranger todos os contribuintes que pratiquem o ato ou estejam em igual relação como fato descrito na hipótese de incidência, não admite nenhuma tributação especial.
3.2. universalidade - diz repeito à extensão da base de cálculo, que deve abranger quaisquer rendas e proventos auferidos pelo contribuinte. Vale dizer, deve abranger as rendas recebidas como uma totalidade, unidade, não podendo diferenciar em espécies. 
3.3. progressividade - exige a variação positiva da alíquota na medida que há aumento da base de cálculo. Difere-se da seletividade, que significa alíquotas diferentes para objetos diferentes. Não importa o sujeito, mas sim o produto. Esta última é mais adequada para impostos reais. A progressividade serve para aplicar o art. 145, §1º da CF, ou seja, tributar conforme a capacidade contributiva.
4. ASPECTO MATERIAL - O fato gerador do imposto de renda é a aquisição da disponibilidade

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