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VIÉS INCONSCIENTE DA MATERNIDADE: A CONCRETIZAÇÃO DO TETO DE VIDRO Maria Gabriela Freitas Cruz 1. Introdução Desde 2000, o número de mulheres inscritas na Ordem dos Advogados do Brasil superou o número de homens, caracterizando um processo de feminilização da advocacia (BERTOLIN, 2017). Apesar dessa naturalização da presença feminina na carreira jurídica, as mulheres continuam sendo minoria nos postos mais altos das sociedades de advogados (ROCHE, 2013). Conforme explica Alice Monteiro de Barros, as mulheres estariam sujeitas a segregação horizontal, caracterizada pela “tendência a separar homens e mulheres, em determinadas profissões”, a qual tem como consequência “disparidade salarial e ocupacional”. De outro lado, também estariam submetidas a segregação vertical “responsável pelo afastamento das mulheres dos postos de direção” (BARROS, 2008). Nesse sentido, o presente trabalho buscará analisar o fenômeno do teto de vidro na advocacia sob a ótica da maternidade, a fim de verificar a pertinência dessa justificativa para a baixa representatividade feminina em posição de direção. Para tanto, o trabalho foi divido em quatro partes: (i) introdução, (ii) compreendendo o teto de vidro, (iii) viés inconsciente da maternidade e (iv) conclusão. Esclareça-se que, desde logo, que no presente artigo, viés inconsciente é utilizado para nomear o conjunto de estereótipos e preconceitos originários de experiências vividas que direcionam ou influenciam nossas escolhas. 2. Compreendendo o Teto de Vidro Cunhada pela primeira vez no Jornal Wall Street, em 1986, em reportagem intitulada “The Glass-Ceiling: Why Women Can’t Seem to Break the Invisible Barrier that Blocks Them from Top Jobs”, a qual tratou da baixa representatividade feminina nos cargos de poder, a expressão Teto de Vidro (glass ceiling) trata-se da limitação, não prevista em lei ou norma oficial, que impede as mulheres de alçarem posições de liderança nas organizações (ROCHA, 2006). Nesse sentido, o relatório da ONU Mulheres divulgado em 2016, ao realizar uma distribuição do pessoal por posições na carreira empresarial, identificou que quanto mais próximo ao topo, menor a participação feminina: De maneira mais específica, um estudo realizado pela Impulso Beta demonstra que apesar de serem maioria em termos quantitativos, as mulheres compõem, em média, apenas 30% das sócias1 dos escritórios de advocacia: No mesmo sentido, Patrícia Bertolin constatou que nos escritórios por ela pesquisados as mulheres em condição de sócia representavam, “entre 20 e 37,5%, 1 https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/o-teto-de-vidro-da-advocacia-brasileira-29112016 https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/o-teto-de-vidro-da-advocacia-brasileira-29112016 mas em todos eles, indistintamente, as profissionais do sexo feminino se encontram concentradas na base” (BERTOLIN, 2017). Percebe-se, assim, que a feminilização do Direito, no sentido de que as mulheres são maioria na OAB, nas faculdades de direito e nos próprios escritórios, não reflete na presença delas em cargos de sócias ou de tomada de decisão, de modo que, na opinião de Ligia Sica “essa feminização não é completa” (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, 2017). De acordo com Isabelle Glezer a maior alegação contra a existência desse Teto de Vidro é de que a “escassez de mulheres em posições de liderança no mercado de trabalho é consequência das escolhas feitas pelas mulheres” , em especial, quanto à decisão pela maternidade (GLEZER, 2016). Nos escritórios de advocacia pesquisados por Patrícia Bertolin, inclusive, “[f]oi recorrente nas entrevistas realizadas nessa pesquisa a menção ao fato de que as mulheres, principalmente nos níveis pleno e sênior, abandonarem os escritórios para ter filhos” (BERTOLIN, 2017). Ocorre que a associação das mulheres ao cuidado da família, como se verá a diante, é um viés inconsciente que impede as mulheres de alcançarem altos cargos, corroborando a existência do teto de vidro e não negando-o. 3. VIES INCONSCIENTE DA MATERNIDADE De acordo com Kalleo Coura de que a maioria das pessoas associa aspectos da carreira profissional aos homens e fatores familiares às mulheres, o que favoreceria a escolha de homens para as posições de liderança (COURA, 2017). Ainda que a partir dos anos 80, a atividade produtiva fora de casa tenha se tornado “tão importante para as mulheres quanto a maternidade e o cuidado com os filhos” (ROCHA et al, 2014), nos termos explicitados por Marcelo Ramos e Pedro Nicoli “a obrigação primária de cuidado” permanece “fortemente associada à figura feminina” (RAMOS e NICOLI, 2017). Nesse contexto, as mulheres passam a ser vistas como uma bomba-relógio que em breve abandonará o trabalho em prol dos filhos. No mesmo sentido, Gemma Sal destaca que “Pensar que uma mulher que trabalha é um problema em potência, e se ela engravida ou tem filhos, um problema maior” (SAL, 2010). Ocorre que, conforme leciona Badinter, do ponto de vista psicológico, não há nenhuma evidência de que “comportamentos ditos "maternos" ou "nutritícios" sejam mais especificamente femininos do que masculinos”, de modo que a ideia do instinto materno seria um mito e o amor materno, por consequência, não seria “inerente às mulheres” (BADINTER, 1985). Nesse sentido, associar as mulheres aos fatores familiares não encontraria nenhuma base científica, mas cultural, sendo portanto, um viés inconsciente. Tal viés encontra respaldo até mesmo na criação legislativa. De acordo com Maria Cecília Teodoro “as primeiras inadequações surgem do próprio texto constitucional” , que no art. 6º e no art. 201, inciso II, ao tratar dos direitos sociais e do regime previdenciário, elenca “apenas a “maternidade” como valor ou instituição merecedora de proteção”, nada dizendo respeito sobre a paternidade (TEODORO, 2017). Como consequência dessa premissa de proteção da maternidade, a autora segue apresentando inadequações do ordenamento jurídico no tratamento dos trabalhadores que tem filhos, destacando que não haveria justificativas para o tratamento diferenciado quando a licença maternidade a proibição de dispensa arbitrária e da concessão de intervalos para amamentação: A par destas inadequações, a Constituição da República ainda confere tratamento diverso à maternidade e à paternidade no que diz respeito às licenças, sendo a da gestante prevista no artigo 7º, XVII, como de 120 dias e a do homem, prevista no mesmo artigo 7º, XIX, como sendo de 5 dias. O artigo 10, II, do ADCT (ato das disposições constitucionais transitórias) prevê que “até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição, fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa “da empregada gestante”, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Ou seja, mais uma vez, confere-se apenas à mulher o direito, aqui especificamente a garantia provisória de emprego. Há que se questionar o porquê de o trabalhador homem não ter seu emprego protegido enquanto sua esposa ou companheira encontra-se gestante, haja vista que o fundamento dessa garantia à mulher é a proteção à vida do nascituro, que precisará de cuidados e demandará gastos por parte de ambos - pai e mãe. Assim, sensato seria que se garantisse o emprego e a renda de seus genitores, independente do gênero. (...) Além disso, o ordenamento jurídico garante apenas à mulher empregada dois intervalos diários de 30 minutos para amamentação do filho até seis meses de idade (art. 396 da CLT) e o oferecimento de creche (art. 389, §2o, CLT), embora a CR, em seu artigo 7º, XXV, não restrinja o direito à creche apenas às mulheres. Alguns argumentariam que apenas a mulher pode amamentar. Mas não é verdade, é comum que as mulheres ao voltarem para o trabalho estoquem leite e deixem para que as babás ofereçam ao bebê. Isso poderia serperfeitamente feito pelo pai, caso a ele fosse dada a oportunidade de ter um intervalo para amamentar seu bebê. (TEODORO, 2017) Estas diferenças de tratamento jurídico da parentalidade faz com que, por exemplo, a licença-maternidade não seja “vista como direito, mas como risco à carreira da advogada ou mesmo como um favor” (ASSUNÇÃO, 2018). Nesse contexto, o trabalho reprodutivo não só é utilizado como justificativa para segregação vertical, como também é causa para a própria inserção precária da mulher no mercado de trabalho (DEDECCA et al, 2009). Conforme explica Walsh mesmo as profissionais que valorizam a carreira e desejam se tornar sócias, tendem a incorporar culturalmente a ideia de que a mulher é a responsável pelos filhos e as tarefas domésticas (WALSH, 2012). Nas entrevistas relatadas por Patrícia Bertolin, inclusive, não raro as advogadas referiam as atividades de casa realizadas por seus companheiros como ajuda e não como obrigação compartilhada (BERTOLIN, 2017). A autora ainda relata que a internalização desse viés inconsciente de que os filhos seriam obrigação precípua da mulher geraria um sentimento de culpa nas advogadas que não conseguiriam dedicar integralmente o tempo aos filhos, em razão do trabalho (BERTOLIN, 2017). A lógica por trás desse viés é a de que os homens seriam a principal fonte de renda da família – as mulheres contribuiriam financeiramente apenas de maneira secundária – razão pela qual as atividades domésticas poderiam ser distribuídas de maneira não equânime (CHIES, 2010). Especificamente em relação aos filhos, Patrícia Bertolin ainda assevera que “para os profissionais do sexo masculino ter filhos significa serem mais dignos de respeito, mais responsáveis, enquanto para as mulheres implica receberem o “rótulo” de menos comprometida”, vez que passam a ter obrigação de compatibilizar a advocacia com as tarefas maternas (BERTOLIN, 2017). Ocorre que estudo realizado por Santos et. al constatou que “o fato de ter que cuidar, por exemplo, dos filhos pequenos não causou vínculos mais instáveis com as empresas”, mas sim fez com que as mulheres trabalhassem “muito mais do que os homens na mesma posição” (SANTOS et al, 2014). Corroborando esse resultado, análise empírica realizada internamente pela PwC verificou que “o percentual de mulheres que usufruem de licença maternidade corresponde a apenas 2%” do total de mulheres que saíram da empresa, ou seja “esse não era o principal motivo de desligamento”. Na verdade, a razão da evasão era que as oportunidades eram negadas as mulheres “na assunção de prerrogativas como “ela não poderá participar de um intercâmbio internacional por ser casada e ter filhos” (ONU MULHERES, 2016). Diante do exposto, portanto, percebe-se que a maternidade não serve de argumento para refutar o teto de vidro, pelo contrário, é utilizada como justificativa para as práticas discriminatórias nos processos de progressão de carreira, corroborando a existência da dita barreira invisível. 4. Considerações finais Como se sabe, não raro as advogadas “tem retardado a maternidade ou reduzido o número de filhos, isso quando optam por tê-los” (BERTOLIN, 2017), pelo medo de que isso dificulte sua ascensão profissional, tendo em vista que, como constado pela PwC, o cuidado com os filhos muitas vezes é utilizado como argumento para que não sejam oferecidas propostas de crescimento às mulheres. Apesar desse dado, ainda existem pessoas que tentam negar a existência teto de vidro, alegando que a baixa representatividade feminina em posições de liderança não estaria relacionada a práticas discriminatórias, mas sim ao conflito entre carreira e maternidade (SERAFIM e BENDASSOLLI, 2006). É essa a realidade também dos escritórios de advocacia pesquisados por Patrícia Bertolin, segundo os quais alegam que as promoções ocorrem por meritocracia, mas demonstram clara dificuldade com a maternidade, indicando que o reduzido número de mulheres no quadro de direção da sociedade seria fruto das escolhas e da evasão feminina. O viés inconsciente de associar apenas as mulheres as responsabilidades pela parentalidade, nesses casos, é evidente. Diante disso, dentre as medidas que poderiam reduzir o impacto da maternidade na segregação horizontal dos escritórios de advocacia, a mais importante parece ser a conscientização das pessoas em situação de poder sobre os vieses inconscientes a que estão sujeitos, como proposto pela ONU Mulheres. Isso porque, os sócios responsáveis por definir os advogados que ascenderão na carreira precisam começar a introjetar que o cuidado dos filhos é tarefa compartilhada entre homens e mulheres e que, portanto, a promoção delas não representa um maior custo para a empresa ou ainda uma potencialidade concreta de evasão. Nesse sentido, seria importante adequar o ordenamento jurídico para que as licenças maternidades sejam substituídas por licenças parentais, bem como para que as garantias constitucionais que visam proteger a criança sejam aplicadas tanto para homens quanto para mulheres, para que haja efetividade igualdade entre os sexos no momento de ascensão no mercado de trabalho (e até mesmo de seu ingresso). Paliativamente, porém, enquanto vigorar a lógica de que a mulher é responsável pelo cuidado, seria importante o fortalecimento de programas de networking para as advogadas, tendo em vista que são prejudicadas na criação dessa rede de contatos por se exigir delas a realização dos afazeres domésticos (MANGANELLI, 2012), bem como a adoção de políticas de flexibilização de horários e de home office, de modo a facilitar a conciliação entre o trabalho e o cuidado com os filhos (ACKER, 2009), devendo, nesses casos, ser adaptado o critério para promoções para não estar vinculado a quantidade de horas à disposição do escritório de advocacia, mas sim a produtividade do profissional (ainda que a distância). 5. Bibliografia ACKER, Joan. From glass celing to inequality regimes: du plafond de verre aux regimes d’inégalité. Sociologie du Travail, v. 51, 2009. ASSUNÇÃO, Larissa Aguilar de. Os horizontes femininos do Trabalho: Do chão de fábrica ao teto de vidro. Dissertação – Faculdade de Direito, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018 BADINTER, Elizabeth. Um amor conquistado - O mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. BARROS, Alice Monteiro de. Cidadania, relações de gênero e relações de trabalho. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, Belo Horizonte, v. 47, n. 77, p. 67-83, jan./jun. 2008 BERTOLIN, Patrícia Tuma Martins. Mulheres na advocacia: padrões masculinos de carreira ou teto de vidro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017. CHIES, Paula Viviane. Identidade de gênero e identidade profissional no campo de trabalho. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 18, n. 2, maio-ago. 2010. COURA, Kalleo. Não é mimimi. Jota, [online], 8 mar. 2017. Disponível em: <https://jota.info/advocacia/nao-e-mimimi-08032017>. Acesso em 07 de outubro de 2019. DEDECCA, Claudio Salvadori; RIBEIRO, Camila Santos Matos de Freitas; ISGII, Fernando Hajime. Gênero e jornada de trabalho: análise das relações entre mercado de trabalho e família. Revista de Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 7, mar/jun. 2009. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Relatório final: Guia Exame de Mulheres na Liderança. São Paulo, 2017, p. 83. Disponível em <https://direitosp.fgv.br › sites › files › arquivos › relatorio_guia_exame_final> . Acesso em 07 de outubro de 2019. GLEZER, Isabelle. O teto de vidro da advocacia brasileira. Jota, [online], 29 nov. 2016. Disponível em: <https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/o-teto-de-vidro-da- advocacia-brasileira-29112016> Acesso em 07 de outubro de 2019. INSTITUTO ETHOS. Perfil social, racial e de gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas / InstitutoEthos e Banco Interamericano de Desenvolvimento. São Paulo, maio de 2016 MANGANELLI, Anelise. A mão invisível no teto de vidro. 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