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Aprofundamento
Todas as carreiras
Semana 16
 
 
 
 
1 
Biologia 
 
Citoplasma: aprofundamento 
 
Resumo 
 
O citoplasma consiste no material contido no interior da célula, delimitado pela membrana plasmática, e 
contém as organelas celulares. 
 
 
É composto por uma porção viscosa (citosol, ou hialoplasma), onde ocorre a maioria das reações químicas 
necessárias para a manutenção da vida. O fluido citoplasmático é composto principalmente por água, 
proteínas, sais minerais e açúcares, e pode armazenar, no caso de animais, gordura e glicogênio. 
 
Organelas 
 
 
• Retículo Endoplasmático Rugoso: também chamado de ergastoplasma, é formado por uma série de 
sacos achatados, com ribossomos aderidos a sua membrana. Sua principal função é a síntese de 
proteínas, que serão enviadas ao meio extracelular através do Complexo Golgiense. 
• Retículo Endoplasmático Liso: Composto por cisternas membranosas, apresenta mais de uma função: 
sintetiza lipídios, atua na desintoxicação do organismo (metabolização de álcool, por exemplo), e 
apresenta uma possível função de armazenamento nos vegetais, produzindo os vacúolos. 
 
 
 
 
2 
Biologia 
 
• Complexo Golgiense: Uma série de bolsas membranosas que lembram pratos empilhados, tem função 
de armazenamento de substâncias, empacotamento, secreção de substâncias recebidas, organização 
do acrossomo nos espermatozoide e síntese de glicídios. Também forma lisossomos. 
OBS: o RER produz a proteína (enzima) secretora e a envia para o complexo de Golgi. O complexo 
empacota essa proteína em uma vesícula secretora e a secreta da célula. 
• Lisossomos: Bolsas membranosas que contém enzimas digestivas capazes de realizar a digestão 
intracelular. Materiais fagocitados são digeridos pela fusão do fagossomo ao lisossomo, formando 
assim um vacúolo digestivo para digerir aquele material. Os lisossomos também realizam o papel de 
autofagia, destruindo as organelas desgastadas para aproveitar sua matéria-prima, bem como a 
apoptose, o processo de morte programada da célula e autólise, em que a célula é digerida por completo. 
 
OBS: a doença do minerador, também chamada de silicose é ligada ao lisossomo, uma vez que a 
inalação de sílica induz a desregulação dos lisossomos e induz a célula ao suicídio. 
 
• Mitocôndria: A mitocôndria é a usina energética da 
célula, sendo responsável pela produção do ATP 
através do processo da respiração celular. A 
mitocôndria possui um DNA próprio, o DNA 
mitocondrial, idêntico ao DNA mitocondrial materno, 
tendo em vista que as mitocôndrias são sempre 
herdadas da mãe. Teoriza-se que as mitocôndrias 
foram seres procariontes que passaram a estabelecer 
uma relação simbionte com eucariontes. Uma 
evidência é o fato do DNA mitocondrial ser circular, 
muito semelhante ao DNA bacteriano, além dos 
ribossomos 70s. O nome desta teoria é Teoria 
Endossimbionte. 
 
• Cloroplasto: Organela presente em células vegetais, também se encaixa na Teoria Endossimbionte, 
tendo sua origem similar a das mitocôndrias. A função do cloroplasto é realizar fotossíntese, 
convertendo energia solar em energia química. É no cloroplasto que está contido o pigmento 
fotossintetizante das plantas, a clorofila. 
 
 
 
 
 
3 
Biologia 
 
• Citoesqueleto: rede citoplasmática de proteínas presente somente em organismos eucariontes. São 
responsáveis pela sustentação, locomoção e transmissão de sinais das células. São compostos por 
microtúbulos, microfilamentos e filamentos itermediários. 
− microtúbulos: formados pela proteína tubulina, sustentam e moldam a célula, responsáveis pela 
movimentação das organelas e formam os centrossomos, que darão origem aos centríolos. 
− microfilamentos: formados pela proteína actina, são bastões sólidos responsáveis pelo 
movimento celular e ciclose (movimentação do citoplasma para reorganizar as organelas 
citoplasmáticas). 
− filamentos intermediários: formados por queratina, são “cordas trançadas”, responsáveis pelo 
posicionamento do núcleo; formam o axônio dos neurônios e só está presente em eucariontes 
pluricelulares. 
 
• Centríolos: Não são envolvidos por membrana e, portanto, não são considerados organelas por alguns 
autores, mas ainda são de fundamental importância na célula animal, tendo em vista que participam na 
divisão celular, auxiliando na movimentação dos cromossomos. Também formam cílios e flagelos. A 
organização de microtúbulos no citoplasma se dá pelo centrossomo, que é composto por dois 
centríolos dispostos juntos, cada um com estrutura em forma de cilindro. 
• Ribossomos: Assim como os centríolos, não são considerados como organelas por alguns, tendo em 
vista que não são envoltos por membrana. Sua função é a síntese de proteínas. Os ribossomos 
acoplados ao RER têm função de sintetizar proteínas para exportação, enquanto ribossomos livres no 
citoplasma sintetizam proteínas para uso interno da célula. 
• Peroxissomos: Organelas esféricas responsáveis por metabolizar a água oxigenada (H2O2), um dos 
principais radicais livres. São vesículas repletas de catalase, uma enzima capaz de quebrar H2O2 em 
H2O + O2 na seguinte reação: 2 H2O2 + Catalase -> 2 H2O + O2. 
 
 
• Glioxissomos: células vegetais que transformam lipídios em carboidratos. Também estão 
envolvidas no processo de fixação do gás carbônico, durante o processo de fotossíntese. 
• Vacúolos: responsáveis pelo armazenamento de excretas nas plantas. São espaços, como se 
fossem uma “bolsa” de armazenamento dentro da célula. São também, responsáveis pelo controle 
osmótico e reprodução dos vegetais (armazenam pigmentos que atraem os insetos). 
OBS: vacúolos contráteis ou pulsáteis – “bombas” que expulsam a água que é absorvida pelos 
protozoários. 
 
 
 
 
 
 
4 
Biologia 
 
Exercícios 
 
1. Analise o esquema de uma célula adulta: 
 
As estruturas I,II, III e IV caracterizam-se pela presença, respectivamente, de : 
a) glicídeo, lipídeo, água e ácido nucleico 
b) proteína, lipídeo, água e ácido nucleico 
c) lipídio, proteína, glicídio e ácido nucleico 
d) lipídio, glicídeo, ácido nucleico e água 
e) glicídeo, proteína, ácido nucleico e água 
 
2. O termo célula foi utilizado pela primeira vez por Robert Hooke (1655) para descrever um pedaço de 
cortiça visto por meio de lentes de aumento. No início do século XIX o botânico Schleiden e o zoólogo 
Schwann formularam a teoria celular. A Teoria Celular afirma que as células constituem as unidades 
morfológicas e fisiológicas de todos os seres vivos. As afirmações abaixo se referem aos 
componentes celulares. Leia as seguintes afirmações: 
I. A membrana plasmática, presente em todas as células, é constituída por uma dupla camada 
lipoglicídica. 
II. Os ribossomos são organelas presentes em todas as células, sendo os responsáveis pela síntese 
proteica. 
III. O retículo endoplasmático é constituído por canais delimitados por membranas, possui função 
de transporte, está presente em células eucariontes. 
IV. O complexo de Golgi é formado por pequenas bolsas com enzimas digestivas e está presente em 
todas as células. 
V. As mitocôndrias têm em geral a forma de bastonetes, são as responsáveis pela respiração celular 
aeróbica e estão presentes nas células eucarióticas. 
VI. No núcleo das células encontramos os cromossomos que são constituídos por DNA associado a 
ribossomos. 
 
Estão corretas apenas: 
a) I, II e III. 
b) II, III e V. 
c) III, V e VI. 
d) II, IV, V e VI. 
e) I, III e V. 
 
 
 
 
5 
Biologia 
 
3. No esquema abaixo, as setas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 indicam as estruturas de uma célula eucarionte. 
 
Com base no esquema, analise as afirmativas. 
I. O complexo golgiense, indicado pelo número 4, recebe vesículas cheias de proteínas do retículo 
endoplasmático liso. 
II. O número 6 indica os polirribossomos, que são grupos de ribossomos unidos por uma molécula 
de RNA mensageiro. 
III. O retículo endoplasmático liso, indicado pelo número 1, é responsávelpela síntese de proteínas. 
IV. O número 5 indica a mitocôndria, que tem como função a respiração celular. 
V. O número 3 indica a membrana plasmática, que é composta por vários fosfolipídios que se 
organizam em uma dupla camada constituída pelas proteínas mergulhadas (proteínas integrais) 
e pelas proteínas aderidas (proteínas periféricas) nessas camadas. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas IV e V são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras. 
e) Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras. 
 
 
 
 
 
6 
Biologia 
 
4. Uma indústria está escolhendo uma linhagem de microalgas que otimize a secreção de polímeros 
comestíveis, os quais são obtidos do meio de cultura de crescimento. Na figura abaixo podem ser 
observadas as proporções de algumas organelas presentes no citoplasma de cada linhagem. 
 
Qual é a melhor linhagem para se conseguir maior rendimento de polímeros secretados no meio de 
cultura? 
a) I. 
b) II. 
c) III. 
d) IV. 
e) V. 
 
5. No citoplasma das células são encontradas diversas organelas, cada uma com funções específicas, 
mas interagindo e dependendo das outras para o funcionamento celular completo. Assim, por 
exemplo, os lisossomos estão relacionados ao complexo de Golgi e ao retículo endoplasmático 
rugoso, e todos às mitocôndrias. 
a) Explique que relação existe entre lisossomos e complexo de Golgi. 
b) Qual a função dos lisossomos? 
c) Por que todas as organelas dependem das mitocôndrias? 
 
 
6. As funções das células estão relacionadas com sua estrutura e com sua atividade metabólica. 
Apresenta-se abaixo uma tabela em que estão discriminadas, em porcentagens, as extensões de 
membranas de algumas organelas de duas células, A e B, provenientes de dois órgãos diferentes. 
 
 
a) Compare os dados das células A e B e indique em qual delas predomina a atividade de 
destoxificação e em qual predomina a atividade de secreção. Justifique. 
http://2.bp.blogspot.com/-_oXMxp81BOc/VPYQQvhtO3I/AAAAAAAABfA/q6lDfqtmwf4/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.png
 
 
 
 
7 
Biologia 
 
7. Experimentos bioquímicos realizados com os dois tipos celulares mostraram que a célula A 
apresentava metabolismo energético mais elevado do que o da célula B. Como o resultado desses 
experimentos pode ser confirmado a partir dos dados fornecidos pela tabela? 
É comum, nos dias de hoje, ouvirmos dizer: “estou com o colesterol alto no sangue”. A presença de 
colesterol no sangue, em concentração adequada, não é problema, pois é um componente importante 
ao organismo. Porém, o aumento das partículas LDL (lipoproteína de baixa densidade), que 
transportam o colesterol no plasma sanguíneo, leva à formação de placas ateroscleróticas nos vasos, 
causa frequente de infarto do miocárdio. Nos indivíduos normais, a LDL circulante é internalizada nas 
células através de pinocitose e chega aos lisossomos. O colesterol é liberado da partícula LDL e passa 
para o citosol para ser utilizado pela célula. 
a) O colesterol é liberado da partícula LDL no lisossomo. Que função essa organela exerce na célula? 
b) A pinocitose é um processo celular de internalização de substâncias. Indique outro processo de 
internalização encontrado nos organismos e explique no que difere da pinocitose. 
c) Cite um processo no qual o colesterol é utilizado. 
 
 
8. Muitas gelatinas são extraídas de algas. Tais gelatinas são formadas a partir de polissacarídeos e 
processadas no complexo golgiense sendo, posteriormente, depositadas nas paredes celulares. 
a) Cite o processo e as organelas envolvidos na formação desses polissacarídeos. 
b) Considerando que a gelatina não é difundida através da membrana da célula, explique 
sucintamente como ela atinge a parede celular. 
 
 
 
 
8 
Biologia 
 
Gabarito 
 
1. A 
Uma célula vegetal é composta, por: I-parede celular, que caracteriza-se pela presença de celulose (um 
glicídeo); II-membrana plasmática, que é composta por lipídeos e proteínas; III-vacúolo, que é uma 
estruta que armazena água; IV-núcleo, onde são encontrados os ácidos nucleicos. 
 
2. B 
A membrana plasmática é constituída de uma dupla camada fosfolipídica, proteínas e colesterol; 
algumas bactérias possuem o formato de bastonetes, mas não as mitocôndrias; os ribossomos estão 
presentes no citoplasma, onde ocorre a síntese de proteínas. 
 
3. A 
O complexo de Golgi está indicado pelo número 1 e trabalha em conjunto com o retículo endoplasmático 
rugoso; o retículo endoplasmático liso está indicado pelo número 4 e não possui ribossomos em sua 
composição, logo, não faz a síntese de proteínas; 
 
4. A 
Como estamos interessados em uma linhagem que secrete polímeros, que serão usados na alimentação, 
devemos observar a linhagem que possui uma grande quantidade de organelas responsáveis pelo 
processo de secreção celular. Essa organela é o complexo golgiense, e, com isso, a linhagem que possui 
maior concentração é a I. 
 
5. 
a) O Complexo de Golgi armazena substâncias e para liberá-las forma vesículas. Quando a substância 
armazenada é a enzima digestiva, a vesícula formada leva o nome lisossomo. 
b) A função dos lisossomos é a digestão intracelular. 
c) Todas as organelas dependem das mitocôndrias porque estas produzem energia (ATP) através da 
respiração celular aeróbica. Essa energia é utilizada pelas outras organelas para realizarem suas 
funções. 
6. 
a) A atividade de destoxificação predomina na célula A porque essa célula tem REL bem mais 
desenvolvido, se comparado com a célula B; já na célula B predomina a atividade de secreção, porque 
tem RER e CG mais desenvolvidos. 
b) O resultado desse experimento pode ser confirmado pelos dados da tabela, que indica uma maior 
extensão da membrana externa e da membrana interna mitocondrial na célula A do que na célula B. 
7. 
a) Sua função é promover a digestão intracelular. 
b) Um outro processo é a fagocitose. Pinocitose: internalização de partículas por meio de invaginação 
da membrana plasmática (partículas líquidas, menores). Fagocitose: internalização por meio de 
pseudópodes (partículas maiores, sólidas). 
c) O colesterol é usado na síntese dos hormônios esteroides. 
 
 
 
 
 
9 
Biologia 
 
8. 
a) A formação de polissacarídeos inicia-se com a formação de monossacarídios (por exemplo, a 
glicose). A polimerização ocorre no complexo golgiense. 
b) Os polissacarídeos que compõem a parede celular são eliminados do complexo golgiense a partir 
de vesículas, atingindo a parede celular. 
 
 
 
 
 
1 
Filosofia 
Empirismo 
 
 
Empirismo x Racionalismo 
Durante o Renascimento até o Iluminismo um debate em especial se tornou notável: o processo do conhecer. 
Conhecida como Teoria do Conhecimento (ou Gnosiologia), essa área da Filosofia foi o cenário de uma 
discussão rica que colaborou com o desenvolvimento da ciência e seu método como conhecemos hoje. 
Por um lado (como já vimos) o Racionalismo defendia que o conhecimento advindo da razão era mais 
confiável que aquele que produzimos por intermédio da experiência. O saber se baseava no uso lógico-
dedutivo do intelecto. Para que o conhecimento funcionasse desse modo algumas ideias precisariam ser 
inatas. Essa era a defesa do principal pensador do racionalismo, René Descartes. Ele afirmava que o ser 
humano já nascia com ideias que dispensariam assim a obtenção de conhecimento através da interação 
com o exterior. 
Já o Empirismo defendia que, apesar da importância incontornável da razão no processo do conhecer, sua 
origem está na experiência. A interação como mundo e com diferentes fenômenos oportunizada momentos 
de conhecimento em que a razão atuava, estando assim condicionada a esses momentos. Sendo assim, as 
sensações e percepções eram basilares na formação do conhecimento, com a razão sendo utilizada num 
segundo momento.John Locke e a mente como uma tábula rasa 
John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês. Interessado em vários campos como química, teologia e 
medicina (sua área de formação), o pensador foi um importante teórico do conhecimento e filósofo político 
(sendo considerado o pai do liberalismo político). Ele desenvolveu suas teorias sobre a origem e o alcance 
do conhecimento em sua obra “Ensaios sobre o entendimento humano”. Para ele, não existem ideias inatas 
(ideias que já nasceriam com o homem, como por exemplo a ideia de Deus), o homem nasce como uma 
tábula rasa, desprovido de qualquer conhecimento, sem nenhuma ideia pré-formada em sua alma. Nada 
existe na mente humana que não tenha passado pelos sentidos. A esse ponto é redundante dizer que Locke 
foi um crítico potente do racionalismo e sua proposta baseada na razão. 
Para Locke o conhecimento é adquirido ao longo da vida através da experiência sensível imediata e seu 
processamento interno. Nós interagimos com os objetos e com os fenômenos e produzimos ideias a partir 
dessa interação. Locke vai defender que nossas ideias serão criadas empiricamente a partir da sensação e 
da reflexão. 
Num primeiro estágio, nossas ideias são criadas pela sensação, cujo estímulo externo é oriundo de 
modificações na mente feitas pelos sentidos em uma experiência qualquer. Assim, através da sensação 
percebemos as qualidades (primárias ou secundárias) das coisas. Tais qualidades podem produzir ideias 
em nós. 
As qualidades primárias são sempre objetivas, ou seja, existem realmente nas coisas independentemente 
do sujeito que as contempla. Como exemplo temos o movimento, o repouso, o número, a configuração, a 
extensão, entre outros. Já as qualidades secundárias são aquelas que variam de acordo com o sujeito e que 
são, portanto, subjetivos. Como exemplo temos a cor, o som, o saber, entre outros. 
Num segundo estágio tudo é processado internamente. É nesse momento que a alma processa os objetos 
apreendidos pelos sentidos. As ideias nesse estágio resultam da combinação e associação das sensações 
 
 
 
 
2 
Filosofia 
de reflexão. A mente sintetiza e gera uma série de ideias que não passíveis de surgir a partir da experiência. 
Processos como, nas palavras de Locke, a percepção, o pensamento, o duvidar, o crer, o raciocinar. A reflexão 
seria o equivalente aos sentidos na produção de ideias, mas agindo no nosso interior, tendo como matéria-
prima o conhecimento que absorvemos das experiências e desempenhando um processo complexo e cada 
vez mais aprofundado que culmina na reflexão sobre as próprias operações da mente. Por esse pressuposto 
percebemos que o conhecimento vai de coisas mais simples para as mais complicadas e sempre de fora 
para dentro. 
 
Francis Bacon e o Método indutivo 
O filósofo Francis Bacon (1561-1626) foi um importante intelectual de sua época, tendo também participado 
da vida política, chegando a ser chanceler no governo do rei Jaime I. Como filósofo, foi grande crítico da 
ciência dedutiva Aristotélica, alegando que para o desenvolvimento da ciência era necessário ter um método 
de descoberta e análise mais eficiente, focado numa investigação mais rigorosa, precisa e empírica, com 
como ocorre no método indutivo. 
Para Bacon a ciência era uma técnica e os conhecimentos científicos deveriam servir ao homem no objetivo 
de dominar a natureza e reinstaurar o que ele chamou de Imperium Hominis (império do homem) sobre as 
coisas. Inclusive se atribui a Bacon o lema “saber é poder” com vistas a realizar o controle do homem sobre 
a natureza com o objetivo de expandir a prosperidade humana. 
O método indutivo de Bacon critica a análise da natureza baseada no aristotelismo. Suas conclusões acerca 
do conhecimento dão conta da necessidade de experimentar os fatos, um a um, o máximo possível, para os 
interpretar e induzir leis gerais, ou seja, esse método sempre parte do particular para o geral. Para ele, toda 
filosofia anterior se baseava num método de antecipação dos fatos e não da real interpretação da natureza. 
O método indutivo de Bacon se divide em quatro etapas: 
• Coleta de informações a partir da observação rigorosa e atenta da natureza; 
• Reunião e organização sistemática e racional dos dados recolhidos pela experiência e observação; 
• Formulação de hipóteses (explicações gerais) segundo a análise dos dados recolhidos e que possam 
levar à compreensão dos fenômenos; 
• Testagem para comprovação ou refutação das hipóteses a partir de experimentações. 
 
 
A teoria dos ídolos 
 Bacon vai iniciar sua reflexão acerca do conhecimento humano alegando que certos preconceitos, 
noções erradas, dificultam a apreensão correta que temos sobre a realidade. Esses preconceitos serão 
chamados por ele de ídolos. Concebendo a ciência como uma prática, ou atividade, Bacon tem aversão pelo 
pensamento meramente contemplativo. A ciência deveria ser objetiva e produzir efeitos reais na vida do ser 
humano. Para que procedessem corretamente, os cientistas deveriam se afastar dos possíveis enganos do 
pensamento. O termo ídolo vem de eidolon (que em grego significa imagem, simulacro ou fantasma). Bacon 
está tentando usar o sentido de “vazio” da palavra ídolo. No âmbito religioso, ídolo é uma representação de 
algo divino a ser adorado, mas não é a própria divindade, sendo assim, uma representação vazia e, em última 
instância, um engano. Assim Bacon atribui à palavra ídolo no contexto de sua teoria o sentido de “erro 
habitual, preconceito, noção enganosa e equívoco”. Para bacon há quatro tipos de ídolo: 
Os ídolos da tribo: A palavra “tribo” aqui faz referência à espécie humana, ou seja, os ídolos da tribo são 
aqueles preconceitos que surgem nas comunidades como verdades dadas e não questionadas. Nesse 
sentido, os “ídolos da tribo” se diferenciam do espírito científico, na medida em que as hipóteses levantadas 
pela ciência precisam estar de acordo com os fatos. Assim, Bacon entende que a astrologia, por exemplo, é 
 
 
 
 
3 
Filosofia 
uma falsa ciência, dadas as suas generalizações apressadas. Outra característica importante dos “ídolos da 
tribo” é a atribuição de propriedades humanas às coisas da natureza. Um exemplo disso é a ideia dos antigos 
de que “a natureza tem horror ao vácuo”, ou seja, atribui-se a natureza algo que, na verdade, é uma mera 
suposição humana. Ocorre pela noção de que o que existe está na exata medida da nossa capacidade de 
percepção. Bacon afirma que, ao contrário, nossa percepção precisa ser guiada pelo método para dar conta 
da verdade, com risco de distorcer e corromper o conhecimento. 
Os ídolos da caverna: Os ídolos da caverna têm sua origem não na comunidade, como os “ídolos da tribo”, 
mas sim em cada pessoa ou indivíduo. Assim, por conta das características individuais, ou mesmo por causa 
da educação a que um indivíduo é submetido, serão geradas falsas ideias às quais a ciência precisa se opor. 
Os ídolos da caverna, portanto, decorrem dessas características que, para Bacon, “perturbam” o espírito 
humano. Bacon atribui à diferença entre as pessoas a distorção e corrupção do conhecimento. Sem o 
método, cada um conclui aquilo que lhe parece mais plausível, ativa ou passivamente, por ouvir alguém que 
se tem grande admiração ou até pelo acaso. A cada um os fenômenos se manifestam de uma forma, com 
variações e perturbações. 
Os ídolos do foro: Os ídolos do foro ou do mercado são aqueles que decorrem da linguagem, através da qual 
são atribuídas palavras a certas coisas que são inexistentes ou mesmo palavras confusas a coisas que 
existem. Nesse sentido, há diversas controvérsias as quais nos apegamos apenas por questões linguísticas. 
Como exemplo, temos palavras que se referem a coisas inexistentes como “primeiro motor”. Bacon observa 
que as pessoas, para viver em sociedade, precisam se relacionar e isso acontece através da comunicação. 
O mau uso das palavras bloqueia o intelecto e produz enganose inverdades. As palavras, em vez de elucidar, 
podem levar os homens a controvérsias e mal-entendidos. 
Os ídolos do teatro: Os ídolos do teatro se referem às teorias ou reflexões filosóficas que, muitas vezes, estão 
mescladas com a teologia, com o saber comum e, até mesmo, com superstições profundamente arraigadas. 
Nesse sentido, ele compara os sistemas filosóficos a fábulas que poderiam ser representadas no palco. 
Bacon atribui a formulação dos ídolos do teatro à credulidade, tradição e negligência, que permitem que 
pensadores insiram no ambiente científico pensamentos viciosos e anticientíficos. 
 
Quem foi David Hume? 
David Hume nasceu na Escócia em 1711. Ele foi o maior expoente do iluminismo escocês e um dos principais 
filósofos britânicos do empirismo. Além de um empirista radical, Hume também foi reconhecido por seu 
ceticismo filosófico. Seu ceticismo é crítico aos outros pensadores empiristas que acreditavam na 
possibilidade de um conhecimento verdadeiro, mas sua crítica se direciona principalmente à Descartes e seu 
pensamento teológico-metafísico. 
 
 
 A questão da validade do conhecimento 
David Hume é um pensador cético, ou seja, ele duvida que possa haver qualquer conhecimento indubitável. 
Assim, o entendimento humano possui limites bastante estreitos, afinal de contas estamos submetidos aos 
sentidos e aos hábitos, o que nos leva a produzir conhecimentos que, na melhor das hipóteses, são apenas 
prováveis, mas nunca certezas absolutas. Hume questiona o princípio de causalidade, bem como a 
metafísica existente na sua época. 
O ceticismo é uma corrente de pensamento existente desde os antigos e é retomada pelo pensamento 
moderno, notadamente no campo da teoria do conhecimento. Em linhas gerais, ceticismo é justamente a 
dúvida ou suspeita sobre todo e qualquer tipo de conhecimento. O cético, portanto, é aquele que duvida da 
possibilidade do conhecimento verdadeiro, restando-nos apenas, como dissemos acima, conhecimentos 
 
 
 
 
4 
Filosofia 
prováveis. O ceticismo humeano nasce na medida em que ele defende que todo conhecimento humano 
provém das experiências que temos através de nossos sentidos. Não há, seguindo esse ponto de vista, uma 
razão pura capaz de encontrar uma base sólida para um conhecimento inquestionável ou indubitável. Se, 
portanto, o conhecimento provém da experiência (tese empirista), e a experiência sensível é variável, logo 
nenhum conhecimento pode ter uma pretensão universal de validade. 
 
 
A questão da origem do conhecimento 
O conhecimento, segundo Hume, deriva sempre de percepções individuais, que podem ser impressões ou 
ideias. A diferença entre impressões e ideias é apenas o grau de vivacidade com o qual afetam nossa 
mente. De um lado, as impressões são percepções originárias e que, por isso mesmo, são mais vivas, como 
por exemplo, ver, ouvir, sentir dor, etc. De outro lado, as ideias são percepções mais fracas por serem 
derivadas, por serem “pálidas cópias” das impressões. Desse esquema conceitual podemos concluir que, 
segundo David Hume, não há ideias inatas em nossa mente, isto é, ideias que teriam nascido conosco e que 
seriam, portanto, independentes da experiência. Toda ideia que existe em nossa mente é derivada das 
nossas impressões. 
Há, no entanto, ideias complexas, que nascem da associação entre ideias através da nossa 
imaginação. Assim, se combinamos em nossa mente a ideia de lobo, por exemplo, com a ideia de homem, 
podemos formar a ideia de “lobisomem”. Essas associações se sucedem na vida psíquica do ser humano, 
combinando-se por semelhança, contiguidade ou causalidade. 
A associação por semelhança ocorre quando uma impressão se liga à uma ideia anterior já contida na mente, 
como uma rememoração. Hume exemplifica que uma pintura sobre um lugar ou uma pessoa nos remeteria 
a pensar sobre o lugar ou pessoa em si. Já a contiguidade no tempo e no espaço é uma associação 
relacionada à conexão possível entre os objetos que geram as percepções e ideias. Pensar num cômodo de 
uma casa pode levar a pensar no restante dos cômodos, assim como pensar em um lápis pode levar a pensar 
em uma borracha. E a associação por causalidade ocorre quando se observa uma relação entre causa e 
efeito, percebendo as impressões geradas por essa relação ou remetendo às ideias já consolidadas sobre o 
evento. Hume exemplifica a ferida como exemplo de causalidade, pois pensar numa ferida invariavelmente 
leva a pensar sobre a dor conseguinte. 
 
 
Tipos de raciocínio e o problema da causalidade. 
Hume afirma que existem dois tipos de raciocínio, o demonstrativo e o provável. O raciocínio demonstrativo 
é o do tipo autoevidente, como proposições matemáticas. Não é necessário comprovação empírica de sua 
validade e negar esse raciocínio envolve uma contradição lógica. Esse tipo de raciocínio é o típico da 
dedução, que traz, antes de qualquer experiência ou “testagem” sua carga de validade (falso ou verdadeiro). 
Já o raciocínio provável está baseado na experimentação. Ele não é autoevidente e necessita de verificação 
ou confirmação para que se tenha certeza absoluta da sua validade. Esse tipo de raciocínio é formado por 
qualquer proposição que não seja de base puramente lógica, por exemplo “o banheiro é a segunda porta à 
direita”, é preciso ir até a segunda porta à direita para se ter certeza de que o banheiro é ali, sua validade 
depende de comprovação. Dessa forma, caso não seja “testado”, um raciocínio provável nunca poderá ser 
afirmado como absoluto. 
A crítica à noção de causalidade nasce da confusão que Hume afirma ser comum entre esses dois tipos de 
raciocínio. Para que a associação de causalidade (conexão necessária entre dois fenômenos) pudesse ser 
 
 
 
 
5 
Filosofia 
considerada como válida seria preciso haver uma impressão anterior que lhe desse origem. No entanto, para 
Hume, não há nenhuma impressão correspondente à noção de causalidade. 
Isso significa, então, que as relações de causalidade entre fenômenos se referem ao nosso hábito de 
pensarmos esses fenômenos como ligados um ao outro, mas não a uma relação real entre objetos externos 
a nós. O exemplo mais famoso que Hume utiliza para explicar essa teoria é o seguinte: Por mais que sempre 
tenhamos associado ao nascer de um novo dia ao nascimento do sol, por mais que isso sempre tenha 
ocorrido até o dia de hoje, isso não significa que essa conjunção de fenômenos seja necessária. Nada 
garante a necessidade do surgimento do sol no dia de amanhã. 
Assim, o máximo que podemos alcançar, do ponto de vista do conhecimento, é uma grande probabilidade 
de que um evento ocorrerá ou não ocorrerá, mas nunca podemos extrair uma certeza, dado que não existe 
nenhum conhecimento a priori, isto é, independente de nossa experiência sensível. 
Hume afirma que nós temos uma tendência interpretar nossas inferências como leis da natureza (é assim 
que o método indutivo funciona). Nossos hábitos e crenças nos fazem formular supostas leis e supostas 
conexões necessárias entre eventos que, em última análise, são apenas sucessões de fatos e sequência de 
eventos sem nenhum nexo causal. Por termos habitualmente observado esses fenômenos se sucederem 
acreditamos que eles ocorrerão novamente, o que não é garantido segundo o filósofo escocês. Associações 
por causalidade se configuram então como raciocínios do tipo provável, mas em situação de demonstrativos 
(indubitáveis). Essa é a crítica ao método indutivo dirigida por Hume, pois, experimentar um fenômeno muitas 
vezes não transforma em indubitável o que é provável. No final, somos guiados por nossos hábitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Filosofia 
Exercícios 
 
1. Em sua obra Ensaio acerca do entendimento humano o filósofo inglês John Locke escreveu: 
Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel branco, desprovida de todos os 
caracteres, sem quaisquer ideias;como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que 
a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde 
apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da 
experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio 
conhecimento. 
Empregada tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas de nossas mentes, que 
são por nós mesmos percebidas e refletidas, nossa observação supre nossos entendimentos com 
todos os materiais do pensamento. 
 
Considere as seguintes afirmativas sobre esse texto. 
I. O texto expressa a posição do empirismo filosófico em relação ao problema do conhecimento. 
II. O texto expressa a posição do racionalismo cartesiano. 
III. O texto é uma defesa do ceticismo filosófico. 
IV. A expressão “operações internas de nossas mentes” significa as ações que realiza nossa mente, 
tais como imaginar, pensar, lembrar, sentir. 
V. A expressão “objetos sensíveis” é usada no texto para se referir a valores, tais como a Justiça, a 
Liberdade e o Bem. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas II e III estão corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV estão corretas. 
c) Somente a afirmativa I está correta. 
d) Somente as afirmativas IV e V estão corretas. 
e) Somente a afirmativa V está correta. 
 
 
 
 
 
 
7 
Filosofia 
2. Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, 
aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos 
em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e 
montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de 
conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma 
de um cavalo, animal que nos é familiar. 
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995. 
 
Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que: 
a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação. 
b) o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível. 
c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso. 
d) os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória. 
e) as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria. 
 
 
3. Francis Bacon (1561 – 1626) filósofo, escritor e político Inglês considerado um dos grandes 
precursores do método moderno de pesquisa científico afirmou: “Os ídolos e noções falsas que ora 
ocupam o intelecto humano e nele se acham implantados não somente o obstruem a ponto de ser 
difícil o acesso da verdade, como, mesmo depois de seu pórtico logrado e descerrado, poderão 
ressurgir como obstáculo à própria instauração das ciências, a não ser que os homens, já precavidos 
contra eles, se cuidem o mais que possam”. 
BACON, Francis. “Novum Organum” (versão eletrônica) XXXVIII . Disponível em: www.psb40.org.br/bib/b12.pdf Acesso em 20 
de maio de 2015. 
 
Segundo Bacon, “são de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana”, qual item abaixo 
não corresponde ao pensamento do filósofo: 
a) Ídolos do teatro – as opiniões que se formam em nós em decorrência dos poderes das 
autoridades que nos impõem seus pontos de vista. 
b) Ídolo da tribo – as opiniões que se formam em nós, por sermos da espécie humana, ou seja, em 
decorrência da natureza humana. 
c) Ídolo da caverna – as opiniões que se formam em nós por erros e defeitos de nossos órgãos dos 
sentidos. 
d) Ídolos do direito – as opiniões que se formam em nós por meio de decretos e leis que não podem 
ser questionados. 
e) Ídolos do fórum – as opiniões que se formam em nós como consequência da linguagem e de 
nossas relações com os outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Filosofia 
4. Para Hume, portanto, a causalidade resulta apenas de uma regularidade ou repetição em nossa 
experiência de uma conjunção constante entre fenômenos que, por força do hábito, acabamos por 
projetar na realidade, tratando-a como se fosse algo existente. É nesse sentido que pode ser dito que 
a causalidade é uma forma nossa de perceber o real, uma ideia derivada da reflexão sobre as 
operações de nossa própria mente, e não uma conexão necessária entre causa e efeito, uma 
característica do mundo natural. 
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p. 183. 
De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre causalidade em Hume, é correto afirmar: 
a) A experiência prova que a causalidade é uma característica do mundo natural. 
b) O conhecimento das relações de causa e efeito decorre da experiência e do hábito. 
c) A simples observação de um fenômeno possibilita a inferência de suas causas e efeitos. 
d) É impossível obter conhecimento sobre a relação de causa e efeito entre os fenômenos. 
e) O conhecimento sobre as relações de causa e efeito independe da experiência. 
 
 
5. Suponhamos, então, a mente como sendo, como dizemos, um papel branco vazio de todos os 
caracteres, sem quaisquer ideias. Como ela vem a se tornar equipada? [...] De onde tem ela todos os 
materiais da razão e do conhecimento? A isso eu respondo, numa palavra, a partir da experiência, na 
qual todo o nosso conhecimento está fundado e a partir do qual ele mesmo em última instância é 
derivado. 
(John Locke, Ensaio sobre o entendimento humano, Livro II, Cap. I, 2) 
 
Considere as seguintes afirmações acerca da filosofia de John Locke. 
I. As duas fontes de conhecimento são a sensação, pela qual chegamos à maioria de nossas ideias, 
e a reflexão, pela qual chegamos às ideias oriundas da percepção das operações de nossa própria 
mente. 
II. O pensamento é composto de ideias e, como só temos acesso às coisas a partir de nossas ideias, 
não conhecemos as coisas. 
III. Se é possível explicar a possibilidade do conhecimento apenas a partir de nossas ideias, pelo 
princípio de economia ontológica, Locke descarta a existência de coisas para além das nossas 
ideias e de mentes que percebem essas ideias. 
 
 Está(ão) correta(s) apenas 
a) I. 
b) II. 
c) III. 
d) I e II. 
e) II e III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Filosofia 
6. Mesmo supondo que as faculdades racionais de Adão fossem inteiramente perfeitas desde o primeiro 
momento, ele não poderia ter inferido da fluidez e da transparência da água que ela o afogaria, ou da 
luz e do calor do fogo, que este o consumiria. Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades que 
aparecem aos sentidos, tanto as causas que o produziram como os efeitos que surgirão dele; nem 
pode nossa razão, sem o auxílio da experiência, jamais tirar uma inferência acerca da existência real 
e de um fato. 
HUME, D. Investigação acerca do Entendimento Humano. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 50. 
 
Com base na interpretação do texto, explique o conceito de causalidade na epistemologia de David 
Hume. 
 
7. “Parece evidente que, se todas as cenas da natureza fossem continuamente alteradas de tal maneira 
que jamais dois acontecimentos tivessem qualquer semelhança um com o outro mas cada objeto 
fosse sempre inteiramente novo, sem nenhuma semelhança com qualquer coisa que se tivesse visto 
antes, jamais teríamos, nesse caso, alcançado a mais tênue ideia de necessidade, ou de uma conexão 
entre esses objetos”. 
(Hume, D. Uma Investigação sobre o Entendimento Humano, Seção 8, In: Antologia de textos filosóficos, SEED, 2009, p. 
378.) 
 
Com base na passagem acima e no conjunto do texto, responda: segundo Hume, como se forma a 
ideia de necessidade? Por que essa ideia não teria lugar se “as cenas da natureza se alterassem 
continuamente”? 
 
 
 
 
 
 
10 
Filosofia 
Gabarito 
 
1. B 
I. O texto trata de maneira básica de como Lockecompreende o processo do conhecer. Como 
sabemos, Locke é um empirista, por isso, expressa que todo conhecimento vem da experiência 
II. O texto não expressa o racionalismo. Poderíamos dizer que o racionalismo é o inverso do 
empirismo, pois acredita que os sentidos são falhos e devemos confiar na razão como origem do 
conhecimento 
III. Locke não é cético. Ele acredita que o conhecimento que podemos alcançar pela experiência é 
confiável e verdadeiro 
IV. A mente, para Locke, processa internamente informações colocadas lá pela experiência. Ou seja, 
não se trata de não utilizar a razão no processo do conhecer, mas apenas de considerar a 
experiência como ponto de partida. A mente desempenha diversas dessas operações internamente 
como afirmado 
V. Objetos sensíveis são coisas materiais, concretas que interagimos através de nossos sentidos. 
 
2. A 
Hume era sentimentalista, e acreditava que a ética era baseada na emoção ou sentimento em vez de 
princípios morais. Disso decorre que as ideias surgem a partir de sensações. 
 
3. D 
a teoria dos ídolos de Bacon apresenta quatro tipos. Esses quatro tipos estão corretamente descritos 
nas alternativas A, B, C e E, restando a alternativa D como incorreta 
 
4. D 
Hume é um dos maiores críticos da famosa teoria da causalidade. Nesse sentido, de acordo com o seu 
pensamento, é impossível obtermos conhecimento sobre a relação entre causa e efeito entre os 
fenômenos. 
 
5. A 
Para Locke o conhecimento só é possível através de experiência sensorial ou de operações derivadas 
da experiência. Ele define como fonte primária a sensação, que representa a interação direta com 
objetos sensíveis. E a reflexão, que representa a produção de ideias que ocorre graças a operações 
internas de mente derivadas da fonte primária 
 
6. A experiência, para Hume, constitui fonte de conhecimento ao revelar a relação causal existente entre 
os fenômenos naturais. Toda causa gera, como consequência, um efeito. A experiência, e não a razão, 
é quem captura a relação existente entre uma causa e seu efeito. Logo, a experiência é fonte reveladora 
da relação causal. O que Hume questiona é o fato de a experiência, assim como a razão, serem 
insuficientes na justificação da existência de uma conexão causal entre os fenômenos naturais. Que o 
fogo, em razão do calor que lhe é inerente, produz queimaduras, é um conhecimento empírico. Ou seja, 
há uma relação direta entre o fogo (causa) e a queimadura (efeito) revelada pela experiência. No entanto, 
a experiência é incapaz de inferir a existência de uma conexão necessária entre fogo e calor. Não há 
nada na experiência que garanta a manutenção da relação causal entre fogo e calor. Nem a experiência 
nem a razão podem inferir sobre a determinação causal entre os fenômenos naturais. Sabemos apenas 
que há uma relação causal, mas não sabemos se há, de fato, uma conexão causal (de forma necessária) 
 
 
 
 
11 
Filosofia 
entre o fogo e o calor. Enfim, identificar a causa de um efeito não envolve um conhecimento objetivo da 
causa em si, de suas qualidades e poderes não perceptíveis, nos quais o efeito estaria necessariamente 
implicado. Essa necessidade causal não se pode conhecer, isto é, não se tem acesso àquilo que na 
causa implica necessariamente o efeito. Só notamos uma relação uniforme e regular ou uma conjunção 
constante entre o que consideramos causa de um determinado efeito produzido, ambos percebidos pela 
experiência, numa sucessão temporal. 
 
7. Como saber do que precisamos? A necessidade existe como evento prático da vida. Efetivamente temos 
necessidades. Mas, tal qual a noção de causa e efeito, a necessidade não existe racionalmente, mas 
como processo desencadeado pelo hábito. Como toda ideia ou conhecimento é produzido pelas 
sensações, ou seja, pela experiência, a necessidade se correlaciona com o hábito. A partir pelas da 
satisfação da necessidade, observando os efeitos dessa realização, correlacionamos a necessidade 
com o evento que a satisfez, dessa forma construindo a ideia de necessidade. Ou seja, como essa noção 
não pode ser construída a priori, só geramos a ideia de necessidade a partir de sua efetiva prática, de 
experimentarmos sua satisfação. 
 
 
 
 
1 
Física 
 
Exercícios sobre termodinâmica 
 
Exercícios 
 
1. (Enem 2011) Um motor só poderá realizar trabalho se receber uma quantidade de energia de outro 
sistema. No caso, a energia armazenada no combustível é, em parte, liberada durante a combustão 
para que o aparelho possa funcionar. Quando o motor funciona, parte da energia convertida ou 
transformada na combustão não pode ser utilizada para a realização de trabalho. Isso significa dizer 
que há vazamento da energia em outra forma. 
CARVALHO, A. X. Z. Física Térmica. Belo Horizonte: Pax, 2009 (adaptado). 
 
De acordo com o texto, as transformações de energia que ocorrem durante o funcionamento do motor 
são decorrentes de a 
a) liberação de calor dentro do motor ser impossível. 
b) realização de trabalho pelo motor ser incontrolável. 
c) conversão integral de calor em trabalho ser impossível. 
d) transformação de energia térmica em cinética ser impossível. 
e) utilização de energia potencial do combustível ser incontrolável. 
 
 
2. (Enem 2014) Um sistema de pistão contendo um gás é mostrado na figura. Sobre a extremidade 
superior do êmbolo, que pode movimentar-se livremente sem atrito, encontra-se um objeto. Através 
de uma chapa de aquecimento é possível fornecer calor ao gás e, com auxílio de um manômetro, medir 
sua pressão. A partir de diferentes valores de calor fornecido, considerando o sistema como hermético, 
o objeto elevou-se em valores h,Δ como mostrado no gráfico. Foram estudadas, separadamente, 
quantidades equimolares de dois diferentes gases, denominados M e V. 
 
 
 
A diferença no comportamento dos gases no experimento decorre do fato de o gás M, em relação ao 
V, apresentar 
a) maior pressão de vapor. 
b) menor massa molecular. 
c) maior compressibilidade. 
d) menor energia de ativação. 
e) menor capacidade calorífica. 
 
 
 
 
2 
Física 
 
3. (Epcar (Afa) 2012) Com relação às máquinas térmicas e a Segunda Lei da Termodinâmica, analise as 
proposições a seguir. 
I. Máquinas térmicas são dispositivos usados para converter energia mecânica em energia térmica 
com consequente realização de trabalho. 
II. O enunciado da Segunda Lei da Termodinâmica, proposto por Clausius, afirma que o calor não 
passa espontaneamente de um corpo frio para um corpo mais quente, a não ser forçado por um 
agente externo como é o caso do refrigerador. 
III. É possível construir uma máquina térmica que, operando em transformações cíclicas, tenha como 
único efeito transformar completamente em trabalho a energia térmica de uma fonte quente. 
IV. Nenhuma máquina térmica operando entre duas temperaturas fixadas pode ter rendimento maior 
que a máquina ideal de Carnot, operando entre essas mesmas temperaturas. 
 
São corretas apenas 
a) I e II 
b) II e III 
c) I, III e IV 
d) II e IV 
 
 
4. (Fgv 2015) O gráfico ilustra o comportamento das pressões (p), em função dos volumes (V), em duas 
transformações consecutivas, AB e BC sofridas por certa massa de gás encerrada em um recipiente 
dotado de êmbolo, como o cilindro de um motor à explosão. Sabe-se que há uma relação entre os 
volumes ocupados pelo gás na transformação A BAB(V 2 V ),=  e também entre as pressões 
c B A(p 2 p 4 p ).=  =  
 
 
É correto afirmar que as transformações AB e BC pelas quais o gás passou foram, respectivamente, 
a) isotérmica e isométrica. 
b) isotérmica e isobárica. 
c) adiabática e isométrica. 
d) adiabática e isobárica. 
e) isométrica e isotérmica. 
 
 
 
 
 
3 
Física 
 
5. (Epcar (Afa) 2011) O diagrama abaixo representa um ciclo realizado por um sistema termodinâmico 
constituído por n mols de um gás ideal.Sabendo-se que em cada segundo o sistema realiza 40 ciclos iguais a este, é correto afirmar que a(o) 
a) potência desse sistema é de 1600 W. 
b) trabalho realizado em cada ciclo é - 40 J. 
c) quantidade de calor trocada pelo gás com o ambiente em cada ciclo é nula. 
d) temperatura do gás é menor no ponto C. 
 
 
6. (Unicamp 2007) Um gás ideal sofre uma compressão isobárica sob a pressão de 3 24 10 N m e o seu 
volume diminui 30,2 m . Durante o processo, o gás perde 31,8 10 J de calor. A variação da energia 
interna do gás foi de: 
a) 
31,8 10 J 
b) 
31,0 10 J 
c) 
28,0 10 J−  
d) 
31,0 10 J−  
e) 
31,8 10 J−  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Física 
 
7. (Famema 2017) Duas máquinas térmicas ideais, 1 e 2, têm seus ciclos termodinâmicos representados 
no diagrama pressão  volume, no qual estão representadas quatro transformações isotérmicas 
maior(T e menorT ) e quatro transformações adiabáticas. O ciclo ABCDA refere-se à máquina 1 e o 
ciclo EFGHE, à máquina 2. 
 
 
 
Sobre essas máquinas, é correto afirmar que, a cada ciclo realizado, 
a) o rendimento da máquina 1 é maior do que o da máquina 2. 
b) a variação de energia interna sofrida pelo gás na máquina 1 é maior do que na máquina 2. 
c) a variação de energia interna sofrida pelo gás na máquina 1 é menor do que na máquina 2. 
d) nenhuma delas transforma integralmente calor em trabalho. 
e) o rendimento da máquina 2 é maior do que o da máquina 1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Física 
 
8. (Puccamp 2017) A utilização das máquinas térmicas em larga escala, mesmo com seu baixo 
rendimento, contribuiu decisivamente para a Primeira Revolução Industrial. Simplificadamente, uma 
máquina térmica é um dispositivo que retira calor de uma fonte quente, utiliza parte desse calor para 
realizar trabalho e direciona o calor restante para uma fonte fria. 
 
 
 
Suponha que uma máquina térmica de rendimento 8,0% envie uma quantidade de calor igual a 
64,6 10 J para a fonte fria em certo intervalo de tempo. O trabalho realizado por essa máquina nesse 
intervalo de tempo é 
a) 
34,0 10 J. 
b) 
54,0 10 J. 
c) 
53,7 10 J. 
d) 
51,2 10 J. 
e) 
73,7 10 J. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Física 
 
9. (Epcar (Afa) 2018) Um sistema gasoso constituído por n mols de um gás perfeito passa do estado x 
para o estado y por meio dos processos distintos 1 e 2 mostrados no esquema a seguir. 
 
 
 
Se no processo 2 o sistema realiza um trabalho de 200 J e absorve uma quantidade de calor de 500 J, 
é correto afirmar que 
a) quando o sistema for trazido de volta ao estado inicial x sua energia interna irá diminuir de 
700 J. 
b) a variação da energia interna será a mesma tanto no processo 1 quanto no 2. 
c) o trabalho realizado no processo 1 será igual ao trabalho realizado no processo 2. 
d) se no processo 1 o trabalho realizado for de 400 J o calor recebido será de 1.000 J. 
 
 
10. (Pucsp 2017) O diagrama abaixo mostra um ciclo realizado por 1mol de um gás monoatômico ideal. 
 
 
 
Determine, em porcentagem, o rendimento de uma máquina de Carnot que operasse entre as mesmas 
fontes térmicas desse ciclo. 
a) 24 
b) 35 
c) 65 
d) 76 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Física 
 
Gabarito 
 
1. C 
De acordo com a segunda lei da termodinâmica. “È impossível uma máquina térmica, operando em 
ciclos, converter integralmente calor em trabalho. 
 
2. E 
Como mostrado no gráfico, para uma mesma elevação h,Δ a quantidade calor absorvido pelo gás M é 
menor do que a absorvida pelo gás ( )M VV Q Q . 
 
 
Mas, para uma mesma variação h,Δ temos também uma mesma variação de volume ( V).Δ Como se 
trata de transformações isobáricas, os trabalhos realizados (W) também são iguais. 
Supondo gases ideais: 
M M
M V M V
V V
W n R T 
W p V n R T n R T n R T T T T.
W n R T 
Δ
Δ Δ Δ Δ Δ Δ Δ
Δ
=
= =  =  = =
= 
Assim: 
M V M V M VQ Q n C T n C T C C .Δ Δ     
 
3. D 
I. Falsa. Máquinas térmicas são dispositivos usados para converter energia térmica em energia 
mecânica com consequente realização de trabalho. 
II. Verdadeira. Idem enunciado. 
III. Falsa. De acordo com a Segunda Lei da Termodinâmica, nenhuma máquina térmica, operando em 
ciclos, pode retirar calor de uma fonte e transformá-lo integralmente em trabalho. 
IV. Verdadeira. Idem enunciado. 
 
4. A 
Pela equação geral, tem-se que: 
p V
cte.
T

=
 
Assim, pode-se dizer que na situação descrita teremos: 
A A B B
A B
p V p V
T T
 
=
 
 
 
 
 
 
8 
Física 
 
Substituindo as relações dadas no enunciado na equação acima, 
( ) AA
A A
A B
A B
V
2 p
p V 2
T T
Ou seja,
T T
 
     =
= 
 
Assim, podemos dizer que a transformação AB é uma transformação isotérmica, pois não há variação 
de temperatura. 
 
Já na transformação BC, observando o gráfico fornecido no enunciado, não há variação de volume, ou 
seja, trata-se de uma transformação isocórica ou isovolumétrica ou isométrica. 
 
5. A 
A frequência de operação é 40 ciclos/s, ou seja, 40 Hz. Notemos ainda que, no eixo das abscissas o 
volume está em litro. (1 L = 10–3 m3). 
Calculando o trabalho (Wciclo) em cada ciclo. Como se trata de um ciclo no sentido horário, o trabalho 
realizado é positivo, sendo numericamente igual á “área” interna do ciclo. 
( )( ) 5 3ciclo cicloW "Área" 0,6 0,2 2 1 10 10 W 40 J.
−= = − −    = 
 
O trabalho total (W) em 40 ciclos é: 
( )W 40 40 1.600 J.= = 
 
Calculando a potência do sistema: 
1.600 JW
P P 1.600 W.
t 1 s
= =  =

 
 
6. D 
Por ser uma compressão, o trabalho realizado pelo gás é negativo: 
3 2W p V 4 10 ( 0,2) 8 10 J= =   − = − Δ 
 
O calor é negativo, pois foi perdido pelo gás. 
3Q 1,8 10 J= −  
 
Pela Primeira Lei da Termodinâmica, sabemos que: 
( ) ( )3 2 3U Q W U 1,8 10 8 10 1,0 10 J = − →  = −  − −  = − 
 
 
7. D 
De acordo com a segunda lei da termodinâmica, é impossível uma máquina térmica, operando em ciclos, 
transformar integralmente calor em trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Física 
 
8. B 
O trabalho ( )τ realizado pela máquina térmica é igual à diferença entre o calor total retirado da fonte 
quente ( )TQ e o calor dispensado ou rejeitado ( )DQ . 
( )T DQ Q 1τ = − 
 
O rendimento da máquina térmica é dado por: 
( )D
T
Q
1 2
Q
η = −
 
 
Isolando TQ na equação (2), temos: 
( )DT
Q
Q 3
1 η
=
− 
 
Substituindo a equação (3) na equação (1), calculamos o trabalho: 
D
D D
6 5
Q 1
Q Q 1
1 1
1
4,6 10 J 1 4,0 10 J
1 0,08
τ τ
η η
τ τ
 
= −  = −  
− − 
 
=  −  =  
−  
 
9. B 
a) 
3
U nR T.
2
Δ Δ= Se o Sistema voltar ao estado inicial: T 0 U 0 J.Δ Δ=  = 
b) Como TΔ é o mesmo para ambos os processos, pela equação do item anterior, UΔ também será. 
c) Para os segmentos verticais, 0 J.τ = Para os segmentos horizontais, 1 2P V .τ Δ τ τ=   
d) Pela 1ª Lei da Termodinâmica: Q U 500 200 U U 300 J.τ Δ Δ Δ= +  = +  = 
Pelos dados da alternativa: Q 400 300 Q 700 J.= +  = 
 
10. D 
Dado: constante universal dos gases ideais: 1 1R 8,0 J mol K .− −=   
De acordo com a equação de Clapeyron: 
PV
PV nRT T .
nR
=  =
 
 
Essa expressão mostra que a temperatura é função do produto pressão  volume. 
Portanto, no diagrama abaixo, a temperatura mínima ocorre em A e a temperatura máxima ocorre em 
C, que devem ser as temperaturas das fontes fria e quente, respectivamente. 
 
 
 
 
 
10 
Física 
 
Fazendo a relação entre essas temperaturas: 
A A A A A
A B A C C
P V P V T4 1,5 5 5 6
.
T T T T T 25
 
=  =  =
 
 
O rendimento de uma máquina de Carnot, operando entre uma fonte quente e uma fonte fria é: 
fria
quente
T
1 .
T
η = −
 
 
Então, para uma máquina de Carnot, operando entre A e C, o rendimento seria:A
C
T 6
1 1 1 0,24 0,76 76%.
T 25
η η η= − = − = −  =  =
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
Geografia 
 
África: regiões e conflitos 
 
Resumo 
 
A África é o terceiro maior continente do mundo. Ao todo são 54 países africanos, contendo uma enorme 
diversidade de climas, paisagens e culturas. De totais desertos a climas equatoriais chuvosos, a África possui 
uma população que reflete a diversidade da extensão territorial do continente, com cerca de 130 etinias 
diferentes, além de existirem mais de mil idiomas no continente. Vamos estudar como o continente que foi o 
berço da humanidade hoje enfrenta consequências e perspectivas de processos históricos passados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disponível em: http://www.baixarmapas.com.br/mapa-da-africa/ 
 
Não podemos ignorar o fato de existirem uma série de 
estigmas negativos atribuídos ao continente Africano. 
Não é incomum que pessoas achem que a África é um 
país por exemplo, e que não conheçam nada além da 
história da fome e da pobreza. Isto é consequência de 
um processo de apagamento da história africana, a 
partir da invenção colonial da África e dos processos 
imperialistas sobre o continente. Esses estigmas 
construídos podem atrapalhar o processo de 
aprendizagem e limitar nossa visão de mundo. Por isso, 
antes de começarmos, que tal assistir a esse vídeo da 
escritora Chimamanda Adichie chamado “ O perigo de 
uma história única”? 
 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qDovHZVdyVQ 
http://www.baixarmapas.com.br/mapa-da-africa/
https://www.youtube.com/watch?v=qDovHZVdyVQ
https://www.youtube.com/watch?v=qDovHZVdyVQ
 
 
 
 
2 
Geografia 
 
Aspectos físicos: clima e regiões da África 
• Na África do Norte se encontra o predomínio de clima árido, semiárido e mediterrâneo, com destaque 
para o deserto do Saara. Ali existe a conexão com o Mar Mediterrâneo, sendo uma área de fronteira 
entre Europa Ásia e África. Também nessa área passa o rio Nilo, que nasce nas regiões centrais mais 
úmidas, segue pelo deserto e desagua no mar mediterrâneo. Foi nele que as primeiras civilizações 
desenvolveram técnicas de irrigação que permitiam plantio mesmo numa região árida. 
• Existe, ainda, uma faixa de transição entre a África Saariana e a África Subsaariana que chamamos 
de Sahel. Ali predomina uma vegetação de savana. Quanto maior a disponibilidade hídrica vai 
aumentando, em direção ao sul, mais o adensamento florestal se torna perceptível. É nessa região 
que existe um importante projeto de reflorestamento chamado cinturão verde, onde árvores frutíferas 
e alimentares são plantadas para conter o avanço da desertificação do Saara. Essa ação humana 
tem sido responsável pelo aumento da biodiversidade, e pelo incremento de umidade na região. 
• A África Subsaariana, ou seja, abaixo do Deserto do Saara, podemos identificar o predomínio de um 
clima mais úmido, tropical e equatorial de acordo com as latitudes. Ali temos o destaque para 
produção agrícola. Pela influência equatorial, podemos encontrar também a Floresta do Congo, de 
grande biodiversidade. 
• Mais ao sul, se distanciando do trópico de capricórnio, o clima volta a ser desertíco também pela 
influência de correntes marinhas frias. Ali encontramos o Deserto da Namíbia e do Calaari. Enquanto 
mais ao leste, uma corrente quente do Madagascar permite uma maior abundância de chuvas na 
África do Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uma forma comum de regionalizar a África é a partir da divisão do deserto do Saara. Por se tratar do segundo 
maior deserto do mundo, sobretudo nos tempos antigos, esta fronteira estabelecia uma divisão bem 
delimitada. Os povos acima do deserto do Saara possuiam maior contato com os povos europeus e orientais, 
e essa falta de articulação com o povo subsaariano foi uma das estratégias utilizadas pelo imperialismo não 
só no processo de apropriação de territórios, mas no processo de construção da história africana e disputa 
de narrativas. 
 
Disponível em: 
https://www.coladaweb.com/geografia/continentes/af
rica-continente-africano 
Disponível em: 
http://naoexisteumaunicaverdade.blogspot.com/2018/07/o-rio-
nilo.html 
https://www.coladaweb.com/geografia/continentes/africa-continente-africano
https://www.coladaweb.com/geografia/continentes/africa-continente-africano
http://naoexisteumaunicaverdade.blogspot.com/2018/07/o-rio-nilo.html
http://naoexisteumaunicaverdade.blogspot.com/2018/07/o-rio-nilo.html
 
 
 
 
3 
Geografia 
 
Uma classificação regional importante, que vai além da ideia de África Saariana e Subsaariana é a seguinte: 
 
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/africa-continente.htm 
 
A criação colonial do continente Africano 
No século XIX, os europeus tinham demandas econômicas que levaram a necessidade de expansão por 
matéria prima, mão de obra e mercado consumidor, aumentando sua presença e atuação na África e Ásia. 
Um dos fatores que influenciou o interesse imperialista foi a grande riqueza natural encontrada no território 
africano. Devemos destacar os minérios e pedras preciosas em países como República Democratica do 
Congo e África do Sul. Golfo da Guine, Nigéria e Angola se destacam também por possuirem petróleo em 
seu território. Além disso, a grande quantidade de terras tropicais transforma o continente numa grande 
potência agrícola. O continente de modo geral se destaca pela riqueza mineral presente em seu território. 
Além das demandas econômicas, é importante ressaltar que o racismo foi um importante motivador para a 
forma como as relações entre europa e áfrica se estabeleceram. Existem inúmeros escritos daquela época 
que costatam uma visão europeia sobre os povos africanos, os descrevendo como inferiores, preguiçosos e 
selvagens. Essa visão, demonstra uma tentativa de desumanização das populações africanas, revelando 
também a intencionalidade política de legitimar as ações que se realizavam naquele território. 
Sobretudo entre 1830 e 1880 o domínio europeu sobre terras Áfricanas se expandiu consideravelmente. O 
processo que ficou conhecido como Partilha da África começou por meio de políticas conhecidas como 
imperialistas. 
 
Pode-se dizer que inicialmente, a atuação do império Francês sobre a Argélia e posteriormente a Tunísia, 
Senegal, Guiné, Níger, Daomé, Mali, Marrocos, Madagascar, entre outras nações. A Inglaterra também exercia 
domínio, estabelecendo um sistema de protetorado sobre o Egito, e anexando regiões como Sudão, Uganda, 
Quênia, Serra Leoa, Nigéria e Somália. Alguns países europeus no entanto, como Itália e Alemanha haviam 
passado por processos de unificação tardia. 
Imperialismo: o termo imperialismo foi dado à política deliberada dos Estados europeus de anexação 
de povos e territórios, visando expansão para ganho de mercado capitalista. Essa política se consolidou 
por meio do domínio militar e estratégias de convencimento. Como os europeus se consideravam um 
povo “superior”, eles acreditavam que seu dever era se expandir e levar civilização às outras nações. 
Para consolidar essa política, era necessário criar uma sensação de extensão dos “impérios”, 
estendendo suas leis e instituições para suas colônias. 
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/africa-continente.htm
 
 
 
 
4 
Geografia 
 
Para evitar conflitos internos e fortalecer o continente europeu como uma totalidade, houve a Conferência de 
Berlim, que visava estabelecer um acordo pacífico para a disputa por territórios africanos. Esta conferência 
oficializou a chamada partilha da África e criou uma divisão territorial com base nas zonas de exploração de 
onde os europeus extraíam recursos para suas indústrias. 
 
 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=eJjrgXq3hqc 
 
O grande poder bélico dos Europeus foi parte da estratégia de dominação. Além disso, as divisões territoriais 
desarticulavam os povos, colocando no mesmo território etinias,linguas e culturas diferentes, o que 
dificultava a articulação dos povos africanos. A resistência cultural nesse período foi muito importante para 
os africanos, sobretudo a partir dos esforços dos colonizadores de impedir práticas culturais e o exercício da 
identidade daqueles povos. Os movimentos populares de resistência a esse processo, sobretudo a 
Conferência de Berlim, só cresciam no século XIX, lutando contra o domínio colonial. Os europeus 
acreditavam no processo civilizatório dos africanos, desconsiderando sua organização social, costumes, 
crenças, cultura e desrespeitando sua soberania territorial. Importantes movimentos que devem ser citados 
são a Frente da Libertação Nacional na Argélia, o Movimento Popular pela Libertação de Angola e a Frente 
Nacional de Libertação de Angola, a Frente de Libertação de Moçambique, entre muitos outros só alcançaram 
vitórias significativas, como a independência de várias colônias no pós 2ª GM, quando a Europa já estava 
enfraquecida no cenário geopolítico. 
Fato é que o processo de divisão territorial tal como se estabeleceu e foi reconhecido gera fragilidades e 
fomenta conflitos. São etinias e culturas muito diferentes no mesmo território nacional. Trata-se de 
populações com diferentes religiões, valores, línguas, etinias, culturas, hábitos, pertencendo a mesma unidade 
nacional. Pense que a África é muito grande. Só o deserto do Saara é maior que o Brasil inteiro. A distância 
implica numa grande diversidade sociocultural. Toda diversidade desse território demandava uma outra 
divisão territorial. 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=eJjrgXq3hqc
 
 
 
 
5 
Geografia 
 
 
A divisão territorial da África refletiu a divisão de poder das potências europeias. 
 
Não se esqueça de que a divisão foi realizada de forma estratégica para desarticular o poder de organização 
e resistência dos povos. Assim como no período escravocrata, colocavam povos diferentes que muitas das 
vezes não falavam a mesma língua nos porões dos navios para reduzir a resistência e a capacidade de 
organização. Era comum também que o regime colonial fomentasse que o grupo minoritário dentro da região 
detivesse o poder local, o que instigava o conflito e o aumento de regimes ditatoriais, pela falta de aceitação 
da legitimidade do governo por parte dos outros povos. A frágil organização política facilita tambem maior 
atuação estrangeira sobre os territórios. Atualmente, o conflito por recursos e soberania gera casos extremos 
de guerras e conflitos internacionais. Essas guerras geram também campos de refugiados, que muitas das 
vezes parecem até mesmo cidades, dado o tamanho e a extrema pobreza e vulnerabilidade social que grande 
parte da população se encontra. A dificuldade de estabilidade territorial cresce também a atuação de milicias 
armadas, sendo que essas questões que perpassam e motivam uma gama de conflitos no continente. 
 
Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2015/09/como-nascem-as-cidades-de-refugiados-espalhadas-pelo-
mundo-4856661.html 
 
 
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2015/09/como-nascem-as-cidades-de-refugiados-espalhadas-pelo-mundo-4856661.html
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2015/09/como-nascem-as-cidades-de-refugiados-espalhadas-pelo-mundo-4856661.html
 
 
 
 
6 
Geografia 
 
Alguns conflitos importantes 
O caso da Angola e a influência externa 
Os países africanos passaram tardiamente pelo processo de formação enquanto Estado, isso porque em um 
contexto de colonização do continente, no século XX, estes eram colônias e as metrópoles europeias em 
crescente avanço industrial buscavam recursos para tal empreitada. Um exemplo é Angola, que foi colônia de 
Portugal até 1975, quando, após uma guerra civil, que perdurou até 2002, alcançou a independência, mas o 
cenário posterior foi de conflito pelo poder entre dois grupos políticos envolvendo indiretamente EUA e URSS 
visto que era o cenário da Guerra Fria. Tratou-se da disputa política entre Movimento Popular de Libertação 
de Angola (MPLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). A Angola entrou em 
guerra civil de 1975 a 2002. Estamos falando do processo de descolinização de um país que detêm uma das 
maiores reserva de petróleo do mundo. OS EUA tiveram forte atuação no financiamento dessa guerra, em 
grande parte por seu interesse de não deixar o governo local se estabelecer a ponto de conseguir explorar seu 
próprio petróleo e manter sua influência na região. O resultado deste conflito é que Angola é o país que mais 
tem minas espalhadas em seu território e o número de mutilados também é elevado. 
 
O caso do Darfur (Sudão) 
Na área do oeste do Sudão, Darfur, a população não árabe se rebelou contra o governo que era a favor dos 
árabes (janjawid). Além disto o conflito envolve a questão de acesso aos recursos, pois a população árabe, 
que vivia em maioria na área norte do país, área desértica, retirava da área sul, com grande cobertura vegetal 
e onde residem grande parte dos cristãos, recursos para se utilizarem destes. 
 
O conflito em Ruanda 
O país composto por uma minoria Tútsis e uma maioria Hutus foi marcado por um conflito étnico pelo poder 
após a Bélgica abandonar o país, sua antiga colônia, situação na qual os Tútsis dominavam politicamente o 
país e contestando isso o Hutus se rebelaram e tomaram o poder. Em 1990 os Tútsis tentam retomar o poder 
gerando novos conflitos que têm fim 1993 com um acordo de paz e a manutenção dos Hutus no poder. Mas 
no ano seguinte um avião com o presidente é derrubado gerando assim uma nova instabilidade pois a culpa 
recaiu sobre os Tútsis que foram massacrados no chamado genocídio de Ruanda através da atuação de 
extremistas Hutus. 
 
O conflito em Mali 
O Mali faz parte do Sahel, faixa biogeográfica de transição entre África do Norte e Subsaariana, e era colônia 
da França e que após a independência se tornou um dos países com uma grande extensão territorial e um 
dos piores IDH do mundo. O povo (Tuareg), fortemente ligado às atividades agrárias, foi perseguido pelo 
governo, que defendia mais os interesses da região sul, população essa não islâmica, e tiveram apoio de 
países do norte da África, como a Líbia, treinando militarmente o povo. Em 2012 ocorre a Rebelião Tuaregue. 
Na ocasião três cidades do norte foram tomadas e eles chegaram a declarar um Estado independente e deram 
um golpe militar e derrubaram o presidente. A preocupação internacional em relação à este conflito no Mali é 
porque ele foi engendrado por um grupo de origem islâmica que tinha relações com um braço da Al Qaeda na 
África e que poderia se alinhar com os grupos terroristas. Com a interferência da França o conflito teve fim. 
 
Sudão do Sul 
O Sudão do Sul é um país de formação nacional recente, tendo conquistado sua indenpendência em 2011, 
por meio de um referendo no qual 98,83% da população votou a favor. A origem dessa guerra se dá na 
separação de fronteiras africanas estabelecida anteriormente por povos europeus, no qual pessoas de etinias, 
religões e culturas muito distintas ficavam no mesmo território. A disputa por recursos nesse sentido se dá 
de maneira inevitável. 
 
 
 
 
7 
Geografia 
 
O próprio referendo que aprovou a independência estava prevista no acordo de paz de 2005 que encerrou 
décadas de guerra civil. A população sudanesa do sul é de maioria cristã ou animista e se sentia discriminada 
pelo governo centralizado em Cartum, no Sudão, de maioria muçulmana. Esse governo tinha como objetivo 
impor a lei islâmica na região. O governo de Cartum no entanto reconheceu rapidamente a nova nação, num 
processo estavel de secessão. No entanto, com a independência, diz-se que o que era uma guerra civil se 
tornou um conflito internacional, uma vez que houve muita dificuldade em estabelecer as fronteiras entre os 
países, disputando recursos como o petróleo. Em dezembro de 2013,ainda grupos de milícias começaram a 
atuar na região com confrontos marcados e massacres de caráter étnico. Isto ocorreu porque o então 
presidente Salva Kiir destituiu o seu ex-vice Riek Machar, acusando-o de tramar um golpe. Kiir pertence a um 
grupo étnico chamado de dinka, representado cerca de 15% da população do país, enquanto Machar pertence 
ao grupo dos nuer, representando 10% da população. Apesar desse racha político que se tornou um conflito 
étinico, ambos faziam parte do exército de libertação do povo sudanês. Um país que declara independencia 
no meio de uma guerra já indica certa instabilidade econômica. Nesse caso, a situação se agravou ainda por 
uma inflação anual de 800%, e uma moeda muito desvalorizada. O Sudão detinha ainda toda a infraestrutura 
de produção de petróleo, que correspondia a 98% da economia do sudão do sul, que hoje vive uma economia 
de subsistência. 
Esse conflito armado com perseguição étnica e fome gerou uma crise de refugiados na qual estima-se que 
cerca de 3 milhões de pessoas se deslocaram para países vizinhos como Uganda, Quênia, Sudão, Etiópia, 
República Democrática do Congo e República Centro-Africana. Além disso, 7 milhões de pessoas dentro do 
país precisam de assistência humanitária. Em 2018 essa crise de refugiados se tornou a pior do mundo a 
níveis de crescimento, superando até mesmo o conflito da Síria. 
 
Serra Leoa 
Serra Leoa é um dos países mais pobres do mundo e mais ricos em diamantes, e hoje é palco de guerras e 
conflitos. Se antes o colonialismo e imperialismo era direto, com guerras e conflitos declarados, hoje muitos 
dos países libertos contam com outros países, empresas e governos subsídiando o governo local, numa 
abertura econômica praticamente obrigatória e com alto grau de dependência externa, sobretudo em função 
da infraestrutura e desenvolvimento. Só que essa abertura estabelece muitas relações de exploração e 
pobreza. Em virtude da exploração e conflitos, os recursos naturais acabam financiando conflitos armados 
na região. 
 
Africa do Sul e o Apartheid 
A África do Sul é o país mais rico do continente, mas mantêm altos índices de concentração de renda. Mesmo 
antes do Apartheid, a população branca concentrava grande parte dos meios de produção e a tensão entre 
raças já se fazia presente no território. Foi em 1948, já vislumbrando o processo de descolonização pela 
Guerra Fria e o enfraquecimento da Europa no cenário geopolitico, que, nesse contexto, a segregação passa 
a ser institucionalizada como política oficial. O clima de violência se estabeleceu fortemente no país. 
Houveram chacinas por parte do governo para reprimir protestos antes mesmo deles acontecerem. Houveram 
conflitos como o Levante de Soweto, onde a repressão policial contra estudantes negros que iriam realizar 
um comício contestando a qualidade dos serviços de educação e saúde oferecidos à população negra, e o 
massacre de Sharpeville, repressão da polícia Sul-africana sobre manifestantes negros que realizavam uma 
passeata contestando a Lei do passe e que culminou em mortos e feridos. Naquele período, eram cerca de 2 
milhões de brancos detendo 87% do território, contra 8 milhões de negros. 
 
 
 
 
8 
Geografia 
 
Nelson Mandela nesse contexto, era um nacionalista, advogado 
e político membro do Conselho Executivo. Acontece que com o 
regime do Apartheid, ele passa a entender que não havia como 
lutar ao lado do governo, e se une ao Congresso Nacional 
Africano, se tornando um braço armado pra lutar contra o estado. 
Apesar de ser inicialmente um pacifista, a situação de violência 
no país o fez entender que não se disporia de capacidade de lutar 
contra esse regime por meios não armados. Com atenuamento 
do conflito, ele acaba sendo presos perpetuamente. Na prisão, há 
relatos de que tentar enloquece-lo de diversas formas diferentes. 
A ídeia era abafar o líder do movimento e conter a resistência ao 
regime implantado, e, principalmente, manter os brancos no 
poder, de modo que a população negra, cerca de 70% à época, 
não podia votar. 
Em 80 a situação se torna insustentável, o movimento ganha força. Nesse período, mais de 50mil pessoas já 
haviam sido mortas ou torturadas sem que o país tivesse em guerra oficialmente. A nível de contexto 
geopolítico, era também o fim da Guerra Fria e entrada do regime neoliberal no mundo, onde o estado se 
enfraquece. 
Além disso, a pressão da ONU e demais instituições internacionais, somada a crise econômica e política 
instaurada leva a necessidade de consiliação. Em 1989 Pieter Botha, então presidente, sobre um derrame e 
deixa o cargo de líder do Partido Nacional para Klerk, um importante político que acreditava que o apartheid 
era insustentável. Klerk propõem uma negociação e promete libertar Mandela, assim como estabelecer um 
acordo para acabar com o Apartheid. Pela capacidade de resolver o conflito, eles ganharam o nobel da paz. 
Com a reinserção da maioria da população nas dinâmicas econômicas e sociais, a África do Sul voltou a 
apresentar bons índices de desenvolvimento. Importante destacar a Copa do Mundo de 2011 e a inserção do 
país nos BRICS, o que demonstra os avanços que vem ocorrendo no país. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Geografia 
 
Exercícios 
 
1. (ENEM 2014) Em busca de matérias-primas e de mercados por causa da acelerada industrialização, os 
europeus retalharam entre si a África. Mais do que alegações econômicas, havia justificativas políticas, 
científicas, ideológicas e até filantrópicas. O rei belga Leopoldo II defendia o trabalho missionário e a 
civilização dos nativos do Congo, argumento desmascarado pelas atrocidades praticadas contra a 
população. 
NASCIMENTO, C. Partilha da África: o assombro do continente mutilado. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 7, n. 
75, dez. 2011 (adaptado). 
 
A atuação dos países europeus contribuiu para que a África — entre 1880 e 1914 — se transformasse 
em uma espécie de grande “colcha de retalhos”. Esse processo foi motivado pelo(a) 
a) busca de acesso à infraestrutura energética dos países africanos. 
b) tentativa de regulação da atividade comercial com os países africanos. 
c) resgate humanitário das populações africanas em situação de extrema pobreza. 
d) domínio sobre os recursos considerados estratégicos para o fortalecimento das nações europeias. 
e) necessidade de expandir as fronteiras culturais da Europa pelo contato com outras civilizações. 
 
2. (ENEM 2012) A singularidade da questão da terra na África Colonial é a expropriação por parte do 
colonizador e as desigualdades raciais no acesso à terra. Após a independência, as populações de 
colonos brancos tenderam a diminuir, apesar de a proporção de terra em posse da minoria branca não 
ter diminuído proporcionalmente. 
MOYO, S. A terra africana e as questões agrárias: o caso das lutas pela terra no Zimbábue. In: FERNANDES, B. M.; MARQUES, 
M. I. M.; SUZUKI, J. C. (Org.). Geografia agrária: teoria e poder. São Paulo: Expressão Popular, 2007. 
 
Com base no texto, uma característica socioespacial e um consequente desdobramento que marcou o 
processo de ocupação do espaço rural na África subsaariana foram: 
a) Exploração do campesinato pela elite proprietária – Domínio das instituições fundiárias pelo poder 
público. 
b) Adoção de práticas discriminatórias de acesso à terra – Controle do uso especulativo da 
propriedade fundiária. 
c) Desorganização da economia rural de subsistência – Crescimento do consumo interno de 
alimentos pelas famílias camponesas.Desorganização da economia rural de subsistência – 
Crescimento do consumo interno de alimentos pelas famílias camponesas. 
d) Crescimento dos assentamentos rurais com mão de obra familiar – Avanço crescente das áreas 
rurais sobre as regiões urbanas. 
e) Concentração das áreas cultiváveis no setor agroexportador – Aumento da ocupação da população 
pobre em territórios agrícolas marginais. 
 
 
 
 
 
10 
Geografia

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