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FACULDADE FUTURA EDUCAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES NÃO ESCOLARES VOTUPORANGA – SP http://faculdadefutura.com.br/ http://faculdadefutura.com.br/ 1 INTRODUÇÃO A PEDAGOGIA EMPRESARIAL Fonte: elisandrapereira.wordpress.com/ Iremos refletir sobre a pedagogia empresarial e seus fundamentos. Para iniciar todo o histórico, começaremos com a leitura da história do Raul, contada por Max Gehringer, que vai nos ajudar na compreensão do papel do pedagogo nas organizações, porque hoje se fala tanto em gestão de pessoas e porque as empresas se tornou um espaço de atuação do pedagogo e finalmente; porque entender de gente coloca o pedagogo em evidencia no mercado de trabalho. “Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente”. Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul. Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho., escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim. http://faculdadefutura.com.br/ Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase. Deu no que deu. O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas. No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de 'paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino'. E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo. Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional. Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos. E quem era o chefe do Pena? O Raul. E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar direito. O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali pareciam discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava. Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito Fonte: www.portal.fagen.ufu.br/ http://faculdadefutura.com.br/ http://Fonte:%20www.portal.fagen.ufu.br/ Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa. Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta. E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta. O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer. Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul. E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável: Ele entendia de gente. Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos. E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: 'Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo'. Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas. Perto do Raul, todo comprador normalmente se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio. É praticamente uma lei na vida que quando uma porta se fecha para nós, outra se abre. A dificuldade está em que, frequentemente, ficamos olhando com tanto pesar a porta fechada, que não vemos aquela que se abriu. (Andrew Carnegie). Fonte: www.davidoasys.com/ http://faculdadefutura.com.br/ http://Fonte:%20www.davidoasys.com/ As transformações ocorridas no Brasil e no mundo nos últimos 25 anos, decorrentes de um conjunto de eventos políticos, técnicos, sociais e econômicos, estão associadas ao processo de reestruturação produtiva e fez as instituições de ensino, cientistas, pesquisadores e empresas voltarem sua atenção para a necessidade de desenvolvimento das pessoas no contexto empresarial. Para mobilizar e utilizar plenamente as pessoas em suas atividades, as organizações estão mudando os seus conceitos e alterando as suas práticas gerenciais. Em vez de investirem diretamente nos produtos e serviços, elas estão investindo nas pessoas que entendem deles e que sabem como criá-los, desenvolve- los, produzi-los e melhora-los. A reestruturação produtiva torna-se possível pela difusão de inovações tecnológicas e organizacionais nas cadeias produtivas e pela reorganização dos mercados internos e externos em cada país. A globalização que se consolida no mercado mundial com o advento da Internet muda as relações de consumo e o comportamento do consumidor. Fonte: sandraturchi.com.br/ http://faculdadefutura.com.br/ http://sandraturchi.com.br/entenda-a-midia-programatica-e-como-ela-impacta-o-consumo-na-internet/ Em vez de investirem diretamente nos clientes, as organizações estão investindo nas pessoas que os atendem e os servem e que sabe como satisfazê-los e encantá-los. As pessoas passam a constituir o elemento básico do sucesso empresarial. As formas como as pessoas se comunicam e se relacionam passam a ser fator de peso no encaminhamento da sua formação profissional. A formação profissional não cessa com a conclusão de um curso, qualquer que seja ela precisa continuar e acomodar-se no espírito do profissional sob pena de dissipar-se e desaparecer com o tempo. Qualificar pedagogos e administradores para atuarem no âmbito empresarial, visando os processos de planejamento, capacitação, treinamento, atualização e desenvolvimento do corpo funcional da empresa é o foco da Pedagog ia Empresarial. http://pedagogiadacultura.webnode.com.br/din%C3%A2mica%20de%20grupo%20/ Neste sentido torna-se imprescindível que no interior das empresas, órgãos públicos, instituições educativas e escolares de todos os níveis, Infantil, Fundamental, Médio, Superior, Jovens e Adultos e Profissionalizantes, a presença de profissionais com conhecimentos especializados em educação, qualificados na gestão, organiza- ção, planejamento, avaliação, seleção, recrutamento e treinamento de funcionários. http://faculdadefutura.com.br/ http://pedagogiadacultura.webnode.com.br/din%C3%A2mica%20de%20grupo%20/ A educação assume grande relevância perante essa reestruturação do mundo do trabalho. No universo produtivo, portanto, faz-se necessário que o profissional da educação, dotado de bases teóricas e metodológicas sólidas, assume um espaço de forma efetiva no interior das organizações. A atuação desse novo profissional precisa ocorrer de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais de gestão. Assim será possível elaborar e consolidar planos, projetos e ações que visem colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários, bem como para melhorar o desempenho da empresa. Deve-se a todo custo evitar a negação da identidade dos funcionários. O que o pedagogo empresarial busca é efetivar os saberes corporativos e como seu domínio colaborará para a melhoria do clima organizacional, da qualidade das condições de trabalho, da qualidade de vida e aumento da satisfação pessoal de todos. A atuação do pedagogoempresarial está aberta. É ampla e extrapola a aplicação de técnicas visando estabelecer políticas educacionais no contexto escolar. Sua atuação avança sobre as pessoas que fazem as instituições e empresas de todos os tipos, portes e áreas. O espaço do pedagogo nas organizações está dado, é visível sua contribuição quando se fala de valorização do capital humano das empresas, sua formação o habilita a ser um gestor de pessoas, torna-se um profissional desejável e necessário, para conduzir os processos relacionados a estratégias de recursos humanos, otimizando o potencial das equipes de trabalho assegurando que as pessoas se identifiquem com a missão organizacional https://spielraum.xing.com/im-fokus/neustart/ http://faculdadefutura.com.br/ 2 A CONQUISTA DO ESPAÇO DO PEDAGOGO NAS EMPRESAS https://www.linkedin.com/topic/treatment O termo Pedagogia Empresarial foi cunhado pela professora Maria Luiza Ma- rins Holtz, na década de 80, para designar todas as atividades de estímulo ao desen- volvimento profissional e pessoal realizada dentro das empresas, que envolviam cur- sos, projetos e programas de treinamento e desenvolvimento. Cada vez mais as em- presas descobrem a importância da educação no trabalho e começam a desvendar a influência da ação educativa do pedagogo na empresa. Sendo assim, a pedagogia conta com o Pedagogo Empresarial dentro da empresa, visando, além de melhorar a qualidade de prestação de serviços, melhorar também a vida pessoal do indivíduo. O foco da Pedagogia Empresarial é qualificar profissionais para atuarem no âmbito empresarial, visando os processos de planejamento, capacitação, treina- mento, atualização e desenvolvimento do corpo funcional da empresa. Atualmente, a empresa começa a abrir espaço para que este profissional possa, de maneira consci- ente competente, proporcionar um ambiente que esteja solucionando problemas, elaborando projetos, formulando hipóteses, visando à melhoria dos processos institu- ídos na empresa, garantindo a qualidade do atendimento, contribuindo para a instala- ção da cultura institucional da formação continuada dos empregados. O pedagogo poderá atuar na empresa produzindo e difundindo conhecimento, assim, exercendo o seu papel de educador. http://faculdadefutura.com.br/ Considerando-se a Empresa como essencialmente um espaço educativo, es- truturado como uma associação de pessoas em torno de uma atividade com objetivos específicos e, portanto, como um espaço também aprendente, cabe à Pedagogia a busca de estratégias e metodologias que garantam uma melhor aprendizagem/apro- priação de informações e conhecimentos, tendo sempre como pano de fundo a reali- zações de ideais e objetivos precisamente definidos. A Pedagogia Empresarial existe, portanto, para dar suporte tanto em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e a aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O Pedagogo Empresarial “promove a reconstrução de conceitos básicos, como criatividade, espírito de equipe e autonomia emocional e cognitiva”. (LOPES, 2006, p.74) De acordo com Ribeiro (2010, p. 13) “A pedagogia empresarial se ocupa basi- camente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes diag- nosticados como indispensáveis/necessários à melhoria da produtividade”. É neces- sário trabalhar nas empresas as relações humanas e buscar dentro das pessoas o que elas têm de melhor e ensiná-las a colocar este melhor a serviço delas próprias e da empresa na qual elas trabalham. “Um dos propósitos da Pedagogia Empresarial é a de qualificar todo o pessoal da organização nas áreas administrativas, operacional, gerencial, elevando a qualidade e produtividade organizacional” (Ferreira apud Ri- beiro, 2004,9) Assim, a Pedagogia Empresarial tem o objetivo de implementar progra- mas de qualificação, difundindo o conhecimento, traçando estratégias e metodologias que asseguram uma melhor aprendizagem dos funcionários. Cabe a Pedagogia Em- presarial, valorizar o potencial de cada colaborador, respeitando sempre o limite de aprendizagem de cada um. O Pedagogo Empresarial torna-se corresponsável pela promoção de um clima organizacional saudável, sendo articulador entre as peculiaridades organizacionais, expressas em termos de perfis de desempenho considerados ideais para cada cargo/função, e os desejos e aspirações do grupo de pessoas que a compõem. Es- pera-se dele uma visão de mundo mais ampla de modo que se possam propor proje- tos que interfiram positivamente no comportamento das pessoas, considerando-as em suas múltiplas dimensões, assumindo-as, de fato, como os elementos essenciais da organização. Segundo Ribeiro (2010, p. 10): Enquanto articulador de propósitos organizaci- onais e individuais, o Pedagogo Empresarial pode ser considerado um líder que inte- rage com outros líderes dentro da dinâmica organizacional. Desse modo, assume http://faculdadefutura.com.br/ esse papel e entender suas nuances em si e nos outros permite o desenvolvimento de habilidades gerais e específicas, especialmente em termos da emissão de juízos acerca dos comportamentos, das competências e das habilidades a serem desenvol- vidas. Diante deste contexto, o Pedagogo Empresarial está inserido auxiliando no de- senvolvimento das competências e habilidades de cada indivíduo, para que cada pro- fissional saiba lidar com várias demandas, com incertezas, com várias culturas ao mesmo tempo, direcionando o resultado positivo num mercado onde a competição gera mais competição. Portanto, ao entender seu papel de educador, com suas con- vicções 9 educacionais, e compreender a dinâmica empresarial, o Pedagogo Empre- sarial saberá estabelecer metas e propostas para um bom desempenho profissional. Em suma, é de essencial importância ratificar que a Pedagogia Empresarial existe para dar suporte tanto em relação à estruturação das mudanças quanto em relação à ampliação e à aquisição de conhecimento no espaço organizacional. O Pedagogo Empresarial “promove a reconstrução de conceitos básicos, como criatividade, espí- rito de equipe e autonomia emocional e cognitiva”. (LOPES, 2006:74). Na década de 1970, ocorreram vários fatos que causaram impacto na atividade de recursos humanos: a crise mundial do petróleo; a manifestação do ensino; a lei nº 6.297 de incentivos fiscais do treinamento; a abertura política e, ainda mais marcante do que os outros, o nascimento de um sindicalismo independente, de raízes políticas socialistas e de atuação agressiva, que facilitou o aparecimento das greves como forma de reivindicação dos empregados. Nesse tempo, a área de recursos humanos teve certo poder, interessante de ser observado. Nesse cenário, surgiu a figura de uma área de recursos humanos importante. Coube a ela a elaboração de planos, táticas e ações contingenciais "contra" os sindicatos. Dito de outra maneira estava estabelecido uma guerra contra os sindicatos, e o objetivo maior era manter a empresa trabalhando, sem greve, quase a qualquer custo. Pode-se dizer que a área de recursos humanos, nessa época, concentrava- se em conduzir os trabalhos dos funcionários, para que eles "vestissem a camisa da empresa" e, assim, ficassem longe da manipulação da representação do mal: os sindicatos e seus "mal-humorados" dirigentes. Pouco ou quase nada sobrou desse novo modelo de recursos humanos, já que ele era essencialmente reativo e servia para explicitar mais ainda o engano de http://faculdadefutura.com.br/ administrar pessoas/empresas por meio do antagonismo com as forças externas à empresa e do mascaramento do verdadeiro contrato de trabalho. No início da década de 1980, surge em recursos humanos o conceito "quem pode e deve administrar melhor as pessoas são aquelas que tem a responsabilidade sobre isso e vai tirar o seu próprio resultado das pessoas". Nesse caso estariam incluídos todosàqueles que têm cargo de chefia: são supervisores, gerentes, diretores, superintendentes, vice-presidentes e todo o rol de rótulos que essas funções têm no mercado. http://www.licaodevida.com/a-licao-do-novo-gerente/ Para que esses pudessem ser gestores de recursos humanos, era necessário que pudessem ser treinados e desenvolvidos para a função. Nessa época reativaram- se algumas técnicas e criaram-se outras de "desenvolvimento gerencial ou de executivos". Quanto ao conteúdo, nem sempre eram possíveis de ser utilizado. Havia dissonância entre o conteúdo instrucional desses cursos e a prática gerencial no Brasil, padrões e modelos que reforçavam a centralização do poder em algumas pessoas, principalmente após esses seminários/cursos, deixava os participantes frustrados. O esforço para tratar da educação de executivos fez com que a área alcançasse níveis de relacionamento e de trabalho mais sofisticados. A teoria das relações humanas, que permeou todos esses trabalhos, trouxe o seu quinhão de progresso para os recursos humanos, mesmo que não tornasse a área mais estratégica ou mais efetiva na demonstração e na comparação de resultados. Em outras palavras, a área http://faculdadefutura.com.br/ http://www.licaodevida.com/a-licao-do-novo-gerente/ de recursos humanos só poderá sobreviver se conseguir mostrar e mensurar valor agregado à empresa e às pessoas que lá trabalham. A maioria das recentes argumentações em torno das razões pelas quais as empresas devem mudar envereda pela explicação de que a globalização e o neoliberalismo alteraram os espaços competitivos de empresas e nações, exigindo das organizações um pensamento estratégico empresarial global e umas atuações cada vez mais regionais, pessoais e voltadas para a diferenciação. Pelo fato de historicamente, termos governos e modelos econômicos fechados, nossas empresas tiveram de se adaptar, com os processos de mudança organizacional iniciados abruptamente em nosso país os produtos desses trabalhos começaram a aparecer. Uma das maiores constatações que os produtos desse processo permitiram foi a de que não existe um caminho de retorno, ou seja, "os velhos tempos" devem ser vistos como tal a nada mais do que isso. https://twitter.com/assoc_of_mbas Diante dessa nova circunstância organizacional, as pessoas, por decorrência lógica, começaram a questionar os valores que norteavam suas relações com a empresa e dentro da empresa. A valorização do capital humano começa a ser percebido como estratégia de gestão e nesse contexto as organizações passam a demandar de um profissional que conheça bem as pessoas e as relações, o pedagogo. http://faculdadefutura.com.br/ Nos últimos anos, os profissionais de recursos humanos conquistaram espaço e oportunidade para interferir no projeto de toda a organização; não ficando mais a reboque, tentando costurar soluções comportamentais para decisões tecnológicas ou empresariais inadequadas ou pensadas pela metade, convidando o pedagogo a exercitar dentro do contexto organizacional suas habilidades de gestor de pessoas. O esquema abaixo nos mostra claramente, porque o espaço organizacional se tornou um campo de atuação do pedagogo, pois, diante dos desafios do terceiro milênio, demandamos de profissionais que entendam de gente, capaz de articular toda a rede que envolve as organizações e através dela gerar resultados satisfatórios, fato este que coloca o pedagogo como ator desse novo cenário organizacional. Fonte: Chiavenato, Idalberto. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos http://faculdadefutura.com.br/