Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Indaial – 2021 OrientaçãO prOfissiOnal e mercadO de trabalhO Prof. João Carlos Barreto 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof. João Carlos Barreto Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: apresentaçãO Com a globalização e a revolução tecnológica em que atravessamos, se especializar cada vez mais é essencial para o alcance do chamado sucesso profissional. Para isso, é necessário conhecer o mercado de trabalho e entender como uma orientação profissional pode contribuir no desenvolvimento de pessoas mais preparadas para enfrentarem os diversos desafios existentes. Assim, vocês Alunos, saibam que uma série de fatores podem garantir uma melhor posição no mercado de trabalho. Conheçam algumas sugestões e estejam preparados! Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumáriO UNIDADE 1 Ensino e qualificação .........................................................................................................9 TÓPICO 1 Ensino técnico e suas possibilidades de atuação ...........................................................12 TÓPICO 2 Qualificação e direcionamento profissional ...................................................................23 TÓPICO 3 Exigências do mercado de trabalho, habilidades e competências ...............................28 Resumo ....................................................................................................................................................41 Autoatividade .........................................................................................................................................42 UNIDADE 2 Gestão de pessoas ............................................................................................................43 TÓPICO 1 Cultura organizacional ......................................................................................................45 TÓPICO 2 Clima organizacional .........................................................................................................57 TÓPICO 3 Gestão de pessoas ...............................................................................................................58 Resumo ....................................................................................................................................................65 Autoatividade .........................................................................................................................................66 UNIDADE 3 Currículo, empreendedorismo e negócios .................................................................67 TÓPICO 1 Currículo ..............................................................................................................................69 TÓPICO 2 Seleção ..................................................................................................................................83 TÓPICO 3 Empreendedorismo e negócios ........................................................................................88 Resumo ..................................................................................................................................................126 Autoatividade .......................................................................................................................................127 Referências ............................................................................................................................................129 9 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA Ensino e qualificação UNIDADE 1 Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – Ensino técnico e suas possibilidades de atuação TÓPICO 2 – Qualificação e direcionamento profissional TÓPICO 3 – Exigências do mercado de trabalho, habilidades e competências A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • Conhecer algumas profissões disponíveis no mercado de trabalho; • Estudar a história do ensino técnico; • Demonstrar a importância do ensino técnico para o desenvolvimento das pessoas e das empresas no Brasil; • Identificar as qualificações necessárias e as exigências do mercado de trabalho; • Compreender o conceito de ensino técnico e como isso contribui na qualificação e direcionamento profissional, destacando as habilidades e competências. • Disseminar as práticas empreendedoras e de gestão de pessoas. • Analisar as potenciais ações envolvendo empreendedorismo e inovação; • Conhecer o intraempreendedorismo para desenvolver suas ideias na empresa. 10 Desde sempre ouvimos falar que o aprendizado é fundamental para o crescimento profissional. Nossos pais e familiares incentivam que o estudo seja prioridade e, assim, devemos buscar nos qualificar. Acontece que, dependendo das condições financeiras da família e outros fatores, nem sempre é possível a dedicação apenas aos estudos, o que faz o indivíduo buscar uma colocação profissional. Figura 1 - Jovem em busca de emprego Fonte: Portal G1 (2020). Ao buscar uma oportunidade, o jovem se depara com uma situação comum: a falta de experiência, fazendo com que seja preterido nas vagas disponíveis e aumente o indicador de desemprego dessa faixa etária. Aliada à falta de experiência, a qualificação é uma barreira que precisa ser ultrapassada. Para se ter uma ideia da situação, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que mais de 75% dos brasileiros não se interessam por curso de qualificação profissional e apenas 2,2% das pessoas com 15 anos ou mais frequentavamalgum tipo de curso de qualificação profissional (SILVEIRA, 2017). Segundo a reportagem, apesar do desinteresse, quem faz um curso profissionalizante se diz satisfeito e entende ser importante o aprendizado, apesar de quase metade nunca ter atuado na área em que se qualificou. 11 Figura 2 - Exemplo de curso de qualificação Fonte: Silveira (2017). E o que você, aluno, tem a ver com isso? Tudo! Se há interesse, há oportunidade! Se a qualificação profissional é essencial e muitos jovens não a buscam, os interessados no aprendizado podem ter mais oportunidades de emprego e, consequentemente, mais possibilidades de ingressar no mercado de trabalho na área de sua preferência, o que é, sem dúvida, o objetivo para qualquer profissional. Mas, para que tudo isso aconteça, é necessário começar e o ensino técnico é uma porta de entrada importantíssima para o mercado de trabalho para jovens que buscam uma qualificação. Então, vamos conhecer um pouco mais sobre o ensino técnico? 12 TÓPICO 1 UNIDADE 1 Ensino técnico e suas possibilidades de atuação A dificuldade de colocação no mercado de trabalho está mais concentrada nos jovens entre 18 a 24 anos. Se considerarmos uma faixa etária menor (de 14 a 24 anos, incluindo os jovens aprendizes), esse índice deve aumentar. Isso acontece porque, muitas vezes, as empresas não têm tempo para treinar o profissional, o que faz com que a busca por pessoas com experiência e qualificação seja maior. Ao jovem, resta a opção de se preparar para o mercado de trabalho. E tudo pode começar com o ensino técnico, uma opção importante para o direcionamento do profissional à área de interesse ou com mais opções de emprego. Em 23 de setembro de 1909 por força do Decreto Presidencial 7.566, foram criadas as 19 “Escolas de Aprendizes Artífices”. Distribuídas por todo o território nacional, tinham como missão oferecer aos menos favorecidos qualificação que lhes possibilitasse o afastamento da marginalidade e o ingresso no mercado de trabalho. Como expõe o próprio Decreto: “é necessário, não só habilitar os filhos dos desfavorecidos da fortuna com o indispensável preparo técnico e intelectual, como fazer-lhes adquirir hábitos de trabalho profícuo, que os afastará da ociosidade ignorante, escola do vicio e do crime”. Como é possível ver na passagem citada não resta nenhuma dúvida quanto ao caráter assistencialista dessa nova instituição. No art. 1º a União assegura a manutenção de todas as unidades de ensino por intermédio do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. É importante registrar que a delegação da gestão para o ministério descrito se deu em virtude da não existência de um ministério da educação, até aquela data. Eis o artigo primeiro na integra “Em cada uma das capitais dos Estados da República o Governo Federal manterá, por intermédio do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio uma Escola de Aprendizes Artífices, destinada ao ensino profissional primário e gratuito” (PAIVA, 2013, p. 36). Observe que um dos objetivos centrais estava na missão de oferecer aos menos favorecidos uma qualificação, para que essas pessoas pudessem ingressar no mercado de trabalho e, mais que isso, se afastassem da marginalidade. O Artigo 2º esclarecia como funcionaria esse processo de aprendizagem. Nele, se estabelecia que as escolas custeadas pela União deveriam formar os chamados operários e contramestres, dando-lhes a condição de ter uma profissão. No Artigo 8º os cursos deveriam ser direcionados aos menos favorecidos, incluindo os analfabetos. A ideia toda dos cursos técnicos estava centrada nas grandes possibilidades de negócio que se apresentavam ao país, considerando as suas dimensões geográficas e a necessidade maior de profissionais de diversas áreas. Ensino técnico e suas possibilidades de atuação 13 O Brasil é o país mais fértil do mundo em frutos e produção da terra. Os seus habitantes têm por meio da cultura, não só tudo quanto lhes é necessário para o sustento da vida, mais ainda muitos artigos importantíssimos, para fazerem, como fazem, um extenso comércio e navegação. Ora, se a estas incontestáveis vantagens reunirem as das indústrias e das artes para o vestuário, luxo e outras comodidades, ficarão os mesmos totalmente independentes da metrópole. É, por conseguinte, de absoluta necessidade acabar com todas as fábricas e manufaturas no Brasil (FONSECA, 1961 apud GARCIA, 2013). É com essa perspectiva que são criadas as CEFETs (Centro Federal de Educação Tecnológica), espalhadas na maioria dos estados brasileiros. Figura 3 - CEFETs Fonte: Portal MEC (2020) UNIDADE 1 Ensino e qualificação 14 Ao longo dos anos, houve uma expansão significativa na rede federal, alcançando todos os estados brasileiros e com várias unidades disponíveis. Figura 4 - Expansão da rede federal Fonte: Portal MEC (2020). Ao longo do tempo, muita coisa mudou como você já deve ter percebido. Por exemplo, um curso técnico muito procurado, o de Administração, também teve a sua regulamentação definida pela sua própria entidade de classe. Mas, muito antes de considerarmos a atividade de administração, o Brasil já atuava fortemente com essa intenção. Você se lembra das capitanias hereditárias? Lá em meados de 1534, o Brasil sofreu uma divisão territorial que dava poder aos administradores da época, cada um com seu respectivo espaço geográfico. Apesar desse conceito de administração, somente por volta de 1850 há uma tratativa mais direta em relação ao administrador. A primeira vez que o termo Administrador foi utilizado com conotação de profissional no Brasil foi na Lei nº 556, de 25 de junho de 1850, assinada pelo Imperador Pedro II, que instituiu o Código Comercial do Império do Brasil. No Capítulo V da referida lei o termo é citado (no original): “Os Trapicheiros, e Administradores de Armazéns de Depósito”. O Artigo 88 deste capítulo relaciona as principais obrigações desses profissionais. Outro marco importante, inclusive para o Brasil, foi a fundação, nos Estados Unidos, em 1881, da Wharton School da Ensino técnico e suas possibilidades de atuação 15 Universidade da Pensilvânia, em Filadélfia, considerada a mais antiga escola de Administração. A formação acadêmica do administrador brasileiro (leia mais sobre isso na História da Administração) teve forte influência do modelo norte-americano. A Wharton School é até hoje reconhecida mundialmente pelo seu rigor acadêmico e seus cursos de graduação e pós-graduação (MBA) em Administração estão no topo da classificação global (CFA, 2015, p. 19). De lá para cá, muita coisa mudou, começando pela oferta de cursos superiores. Se antes de 1960, eram apenas dois, em 2010, passavam de 1.800. Com isso, a legislação foi sendo implementada conforme o contexto que a época exigia. Atualmente, a Administração possui as seguintes características quanto à legislação pertinente: a. Artigo 2º: fala sobre as atribuições da profissão, incluindo pareces, relatórios, planos, projetos, arbitragens, planejamento, orçamentos, administração de material, administração dentre outras; b. Artigo 3º: fala sobre o exercício da profissão, exclusivo aos bacharéis em Administração, diplomados no Brasil ou com validação regulamentada, em cursos de ensino superior. Ao completar 50 anos em 2015, a Lei 4.769 se viu em um dilema. A PLS 439/2015 previa algumas novas regulamentações. Nela, estabelecia que cargos e funções com atribuições voltadas à Administração somente poderiam ser exercidos por profissionais tecnólogos e administradores, conforme registro no Conselho Regional de Administração. Uma grande discussão se formou. De um lado, há quem apoie a ideia e de outro, quem entende que é um retrocesso. Na prática, o Conselho Federal de Administração afirma ser necessário ser um técnico ou administrador regularmente formado para estar na frente das empresas. Entretanto, nem todos os gestores são administradores, o que poderia prejudicar principalmenteas micro e pequenas empresas (MPEs), pois, essas teriam que contratar um profissional, aumentando seu custo de negócio. Independentemente das discussões que a evolução dos negócios e do Administrador proporcionam, o ensino técnico da profissão é também bastante relevante e possui tanta importância quanto o ensino superior. Para começar, a Lei que regulamentou o ensino de Administração é a 4.769 de 09 de setembro de 1965, que estabeleceu a chamada Lei do Administrador. Por isso, o Dia do Administrador é comemorado nessa data. Nela, há a regulamentação e suas considerações acerca do exercício da profissão, além dos órgãos que viriam a controlá-la. Art. 6º - São criados o Conselho Federal de Administração (CFA) e os Conselhos Regionais de Administração (CRAs), constituindo em seu conjunto uma autarquia dotada de personalidade jurídica de direito público, com autonomia técnica, administrativa e financeira, vinculada ao Ministério UNIDADE 1 Ensino e qualificação 16 do Trabalho. Art. 7º - O Conselho Federal de Administração, com sede em Brasília, Distrito Federal, terá por finalidade: a. propugnar por uma adequada compreensão dos problemas administrativos e sua racional solução; b. orientar e disciplinar o exercício da profissão de Administrador; c. elaborar seu regimento interno; d. dirimir dúvidas suscitadas nos Conselhos Regionais; e. examinar, modificar e aprovar os regimentos internos dos Conselhos Regionais; f. julgar, em última instância, os recursos de penalidades impostas pelo CRA; g. votar e alterar o Código de Deontologia Administrativa, bem como zelar pela sua fiel execução, ouvidos os CRAs; h. aprovar anualmente o orçamento e as contas da autarquia; i. promover estudos e campanhas em prol da racionalização administrativa do país (BRASIL, 1965). A Lei veio complementar o ensino, que se iniciou no começo da década de 1950. Nessa época, os norte-americanos já formavam milhares de administradores, mestres e doutores. O CFA foi criado em 1966 para ser responsável pela regularização da profissão e do profissional. O que se diz sobre o CFA: a. As principais finalidades a compreensão dos problemas administrativos e sua racional solução; b. Orientar e disciplinar o exercício da profissão; c. Votar e alterar o código de ética da profissão. d. Controlar e fiscalizar as atividades. A área de atuação do administrador é muito ampla, alcançando diversos departamentos nas empresas: a. Administração financeira; b. Administração de materiais (conhecida nos últimos anos como logística); c. Administração de marketing; d. Administração da produção; e. Administração de recursos humanos; f. Administração de comércio exterior; g. Administração do terceiro setor; h. Administração hospitalar, de vendas, de escolas, etc. Ensino técnico e suas possibilidades de atuação 17 Figura 5 - O ambiente enfrentado pelas empresas EMPRESA Acontecimentos internacionais especí�cos Condições legais e políticas Clima econômico Tendências culturais Tendências demográ�cas Mudanças tecnológicas Fonte: Barney (2007, p. 29). O autor cita, no ambiente enfrentado pelas empresas, as mudanças tecnológicas, clima econômico, dentre outros, ampliando a área de atuação do profissional de administração. Podemos citar: a. Administrador; b. Profissional liberal; c. Gerente; d. Analista; e. Servidor público; f. Professor, quando exercendo disciplinas afins; g. Pesquisador. Em 1967 foi atribuída também a responsabilidade técnica ao administrador por meio do Decreto 61.934 de 22 de dezembro de 1967. Além disso, diz sobre a carreira do administrador: CFA: Disponível em http://cfa.org.br/transparencia-cfa/camara-de-gestao- publica-do-cfa/conselho-federal/. Acesso em 02/12/2020. NOTA http://cfa.org.br/transparencia-cfa/camara-de-gestao-publica-do-cfa/conselho-federal/ http://cfa.org.br/transparencia-cfa/camara-de-gestao-publica-do-cfa/conselho-federal/ UNIDADE 1 Ensino e qualificação 18 Art. 9º: Para o exercício da profissão de Técnico de Administração e obrigatória a apresentação da Carteira de Identidade de Técnico de Administração, expedida pelo Conselho Regional de Técnicos de Administração, juntamente com prova de estar o profissional em pleno gozo dos seus direitos sociais. Art 10º: A falta de registro torna ilegal e punível o exercício da profissão de Técnico de Administração. Art 11º: O exercício profissional de que trata este Regulamento será fiscalizado pelos competentes Conselho Regional e pelo Conselho Federal de Técnico de Administração, aos quais cabem a orientação e a disciplina do exercício da profissão de Técnico de Administração em todo o território Nacional (BRASIL, 1967). Nesse momento, se ratificava a importância do ensino técnico para desenvolvimento das atividades. Com a formação técnica na área de administração, é possível a emissão da carteira de identidade profissional. Figura 6 – Modelo de Carteira de Identidade Profissional (CIP) Fonte: CRAAP (2017). E se a sua intenção não é a administração? Não se preocupe, o ensino técnico tem diversas áreas de atuação e, com certeza, vai ter uma que mais se adapta ao seu interesse. Que tal falarmos de alguns desses cursos? 1. Ensino técnico em Recursos Humanos: a. Perfil profissional: Organiza rotina diária da gestão de pessoas. Elabora documentos administrativos. Confere frequência, benefícios concedidos, afastamentos, férias e transferências de funcionários. Presta informações sobre direitos trabalhistas. Planeja e executa atividades de capacitação e desenvolvimento de pessoas. b. Campo de atuação: Instituições públicas, privadas e do terceiro setor. Indústrias e comércio. c. Possibilidades de certificação intermediária em cursos de qualificação profissional no itinerário formativo: Assistente Administrativo. Auxiliar de Pessoal. Auxiliar de Recursos Humanos. Ensino técnico e suas possibilidades de atuação 19 d. Possibilidades de formação continuada em cursos de especialização técnica no itinerário formativo: Especialização técnica em cálculos trabalhistas. Especialização técnica em legislação trabalhista. e. Possibilidades de verticalização para cursos de graduação no itinerário formativo: Curso superior de tecnologia em gestão de recursos humanos. Curso superior de tecnologia em processos gerenciais. Bacharelado em administração. 2. Ensino técnico em Marketing: a. Perfil profissional: Projeta e implementa planos de marketing. Realiza análises de vendas, preços e produtos. Desenvolve projetos de comunicação, fidelização de clientes e relação com fornecedores ou outras entidades. Executa o controle e gerencia estatísticas de operações de telemarketing. Operacionaliza apresentação dos serviços e produtos no ponto de venda. Elabora estudos de mercado. b. Campo de atuação: Instituições públicas, privadas e do terceiro setor. Comércio em geral. Empresas de telemarketing. Empresas de marketing e publicidade. c. Possibilidades de certificação intermediária em cursos de qualificação profissional no itinerário formativo: Assistente de Vendas. Auxiliar Administrativo. Representante Comercial. Atendente de Telemarketing. d. Possibilidades de formação continuada em cursos de especialização técnica no itinerário formativo: Especialização técnica em marketing digital e comércio eletrônico. Especialização técnica em comunicação. e. Possibilidades de verticalização para cursos de graduação no itinerário formativo: Curso superior de tecnologia em marketing. Bacharelado em propaganda e marketing. 3. Ensino técnico em Contabilidade: a. Perfil profissional: Anota informações sobre transações financeiras. Examina documentos fiscais e parafiscais. Analisa a documentação contábil e elabora planos de determinação das taxas de depreciação e exaustão dos bens materiais, de amortização dos valores imateriais. Organiza, controla e arquiva os documentos relativos à atividade contábil. Controla as movimentações. Registra as operações contábeis daempresa. Ordena os movimentos pelo débito e crédito. Prepara a documentação. Apura haveres, direitos e obrigações legais. UNIDADE 1 Ensino e qualificação 20 b. Campo de atuação: Instituições públicas, privadas e do terceiro setor. Empresas de consultoria e de auditoria. Escritórios de contabilidade. Profissional autônomo. c. Possibilidades de certificação intermediária em cursos de qualificação profissional no itinerário formativo: Agente de Microcrédito. Auxiliar Administrativo. Auxiliar de Crédito e Cobrança. Auxiliar de Faturamento. Auxiliar de Tesouraria. Auxiliar Financeiro. Caixa de Banco. d. Possibilidades de formação continuada em cursos de especialização técnica no itinerário formativo: Especialização técnica em finanças e legislação tributária. e. Possibilidades de verticalização para cursos de graduação no itinerário formativo: Curso superior de tecnologia em comércio exterior. Curso superior de tecnologia em gestão comercial. Curso superior de tecnologia em gestão financeira. Bacharelado em ciências contábeis. 4. Ensino técnico em vendas: a. Perfil profissional: Estuda os produtos e serviços da empresa. Caracteriza o tipo de clientes e recolhe informações sobre a concorrência e o mercado em geral. Prepara, promove e efetua a venda de produtos e serviços. Organiza o ambiente de venda. Promove serviços de apoio ao cliente, fidelização e atendimento pós-venda. Organiza e gerencia os arquivos dos clientes. Realiza prospecção de novos clientes. b. Campo de atuação: Instituições públicas, privadas e do terceiro setor. Comércio em geral. Empresas de telemarketing. c. Possibilidades de certificação intermediária em cursos de qualificação profissional no itinerário formativo: Auxiliar Administrativo. Auxiliar de Crédito e Cobrança. Auxiliar de Faturamento. Comprador. Operador de Supermercados. Representante Comercial. Vendedor. Estoquista. Promotor de Vendas. Operador de Caixa. d. Possibilidades de formação continuada em cursos de especialização técnica no itinerário formativo: Especialização técnica em comércio eletrônico. Especialização técnica em comércio exterior. Especialização técnica em marketing. Especialização técnica em comunicação. e. Possibilidades de verticalização para cursos de graduação no itinerário formativo: Curso superior de tecnologia em gestão comercial. Curso superior de tecnologia em comércio exterior. Curso superior de tecnologia em marketing. Curso superior de tecnologia em gestão financeira. Bacharelado em administração. Bacharelado em comércio exterior. Ensino técnico e suas possibilidades de atuação 21 5. Ensino técnico em programação de jogos digitais: a. Perfil profissional: Desenvolve, implanta e realiza manutenção em jogos digitais para computadores, consoles e dispositivos móveis. Aplica técnicas de computação gráfica, modelagem, animação e roteirização. Desenvolve ambientes, objetos e modelos a serem utilizados em jogos digitais. Implementa recursos para acessibilidade e a interatividade entre os usuários e os jogos digitais. b. Campo de atuação: Empresas de desenvolvimento de jogos. Instituições de educação. Agências de publicidade e propaganda. Estúdios de animação. c. Possibilidades de certificação intermediária em cursos de qualificação profissional no itinerário formativo: Programador de Aplicativos para Mídias Digitais. Programador de Jogos Eletrônicos. Programador de Jogos para Web. Programador de Jogos para Dispositivos Móveis. d. Possibilidades de formação continuada em cursos de especialização técnica no itinerário formativo: Especialização técnica em roteirização de jogos digitais. Especialização técnica em masterização e sonorização. Especialização técnica em modelagem e animação. e. Possibilidades de verticalização para cursos de graduação no itinerário formativo: Curso superior de tecnologia em análise e desenvolvimento de sistemas. Curso superior de tecnologia em gestão da tecnologia da informação. Curso superior de tecnologia em jogos digitais. Curso superior de tecnologia em segurança da informação. Curso superior de tecnologia em sistemas para internet. Bacharelado em ciência da computação. Bacharelado em engenharia da computação. Bacharelado em engenharia de software. Bacharelado em sistemas de informação. 6. Ensino técnico em produção de moda: a. Perfil profissional: Coordena a montagem de ambientes para divulgação da moda. Estabelece relação direta entre produto e consumidor por intermédio de catálogos, desfiles, vídeos, fotografias e meios de comunicação em geral. Pesquisa tendências de moda, de mercado e de lançamentos para construção de estilos e composição visual. Elabora a composição de looks para apresentação pública de estilo, produção publicitária, vitrines, exposições, desfiles. b. Campo de atuação: Empresas de confecção e varejo de moda. Agências de publicidade, jornais, revistas, TV e internet. Produtoras de eventos. Escritórios de criação. Profissional autônomo. Empresas de atacado de moda. UNIDADE 1 Ensino e qualificação 22 c. Possibilidades de certificação intermediária em cursos de qualificação profissional no itinerário formativo: Assistente de Produção Cultural. Comprador de Moda. Desenhista de Moda. Produtor de Eventos de Moda. Produtor de Editoriais e Publicidade de Moda. Produtor de merchandising de Moda. Vitrinista. d. Possibilidades de formação continuada em cursos de especialização técnica no itinerário formativo: Especialização técnica em modelagem do vestuário. Especialização técnica em comunicação visual. e. Possibilidades de verticalização para cursos de graduação no itinerário formativo: Curso superior de tecnologia em design de moda. Curso superior de tecnologia em design de produto. Bacharelado em design de moda. E aí? Se identificou com algum dos cursos apresentados? A incerteza é comum! Lembre-se que há muitos outros cursos ofertados no mercado, faça uma pesquisa e tente encontrar aquele em que você tenha mais afinidade e interesse. Essa decisão faz toda a diferença na trajetória profissional. 23 TÓPICO 2 UNIDADE 1 Qualificação e direcionamento profissional A qualificação é, sem dúvida, uma das principais necessidades de um profissional que pretende não só entrar no mercado de trabalho, mas se manter nele. Já sabemos que, quanto maior a nossa qualificação, mais oportunidades profissionais podemos ter. Entretanto, a qualificação passa pelo direcionamento profissional que pretendemos seguir, sendo essa decisão mais complexa do que podemos imaginar. Todas as decisões que tomamos ao longo da vida, sejam elas pessoais ou profissionais, passam por uma série de fatores até chegarmos à conclusão do que fazer. Algumas decisões parecem mais simples, outras nem tanto. Você já parou para analisar como as nossas decisões afetam o nosso dia-dia e até nosso futuro? Se ainda não fez isso, deveria. Vamos supor que você esteja empregado em uma empresa e surge uma nova oportunidade. Como decidir se é melhor permanecer onde você está ou mudar? Como saber se o novo emprego é melhor que o atual? Essas respostas são difíceis de se obter, o que faz o profissional decidir, muitas vezes, apenas pela variação salarial (se a nova empresa ofertar mais, a mudança acontece). Ao longo do tempo, percebe-se que o salário é um item importante para a decisão, mas não pode ser o único fator determinante. Quer ver como essa decisão é complexa? Faça um teste, considerando o que é importante para decidir permanecer no emprego ou mudar, baseado em duas partes: qualitativas (são as situações que não envolvem necessariamente valores, mas são fundamentais) e quantitativas (são as situações que envolvem valores). Imagine que você está muito bem empregado em uma empresa. Depois de alguns anos de trabalho na Empresa A, você é o coordenador administrativo, responsável por dezenas de empregados, com uma sala própria, as pessoas o respeitam e a empresa afirmar querer investir ainda mais em sua qualificação.Um amigo seu, também se considera bem empregado na empresa B em que trabalha. Ao abrir uma vaga gerencial, ele o convida para fazer uma entrevista para você conhecer um pouco mais sobre a oportunidade. Após algumas negativas, você aceita e vai. Ao final da entrevista, você separou o que considera importante para tomar a decisão. 24 UNIDADE 1 Ensino e qualificação Quadro 1 - Análise para tomada de decisão: Mudança de empresa Aspectos Quantitativos Aspectos Qualitativos Salário Cargo Benefícios (VA/VR/Ass. Médica) Peso da Marca (nome da empresa) Bônus Anual (por nr. salários) Responsabilidade Participação nos lucros (por nr. salários) Aprendizado Cursos (Exceto Idiomas) Qualidade de vida Idiomas Plano de Carreira Estacionamento Ambiente de Trabalho Fonte: Elaborada pelo autor (2020). Agora, com essa separação, faça o seguinte procedimento: 1. Atribua um peso decrescente de 7 a 1 (quanto mais alto o peso, mais importância para você no atual momento de carreira) para cada um dos itens. Por exemplo, se você é solteiro e sem filhos, um benefício como assistência pode ser menos importante que o aprendizado. Por outro lado, uma pessoa casada e com filhos, pode dar maior peso a esse item. É importante ressaltar que, obviamente, o salário é importante, mas tente não se prender a isso, estabelecendo um critério para determinar o peso. Por exemplo, recentemente, uma profissional foi trabalhar em uma empresa multinacional com o salário menor que a empresa em que atuava, sendo a principal razão dessa decisão, a oportunidade que se apresentava. 2. Depois de atribuir o peso para cada um dos itens, faça o mesmo procedimento com as duas empresas. Por exemplo, se você colocou no item “Idiomas” o peso 7, você estabelece o peso considerando o que você percebe nas duas empresas. A atribuição de peso às empresas deve considerar a importância do item no dia-dia, o incentivo da empresa ou o quanto você está satisfeito. 3. Multiplique o desejado x percebido, chegando ao total de cada item. 4. Some todos os totais. 5. A empresa que alcançar a maior pontuação é a sugerida para ser escolhida. Lembre-se que é um apoio à decisão, não sendo uma certeza de que a escolha será a melhor opção ao longo do tempo. Qualificação e direcionamento profissional 25 Tabela 1 - Peso para tomada de decisão: Mudança de emprego Aspectos Quantitativos Desejado Percebido Empresa A Total Percebido Empresa B Total Salário 6 3 18 1 6 Benefícios (VA/VR/Ass. Médica) 5 4 20 2 10 Bônus Anual (por nr. salários) 3 7 21 4 12 Participação nos lucros (por nr. salários) 2 2 4 5 10 Cursos (Exceto Idiomas) 1 5 5 7 7 Idiomas 7 6 42 6 42 Estacionamento 4 1 4 3 12 Aspectos Qualitativos Desejado Percebido Empresa A Total Percebido Empresa B Total Cargo 7 3 21 7 49 Peso da Marca (nome da empresa) 6 5 30 4 24 Responsabilidade 5 1 5 3 15 Aprendizado 3 2 6 6 18 Qualidade de vida 4 4 16 1 4 Plano de Carreira 1 6 6 2 2 Ambiente de Trabalho 2 7 14 5 10 Fonte: Elaborada pelo autor (2020). Nesse exemplo, temos o seguinte resultado: a. Empresa A: Quantitativo (114 pontos) + Qualitativo (98 pontos) = 212 pontos b. Empresa B: Quantitativo (99 pontos) + Qualitativo (122 pontos) = 221 pontos Considerando esse resultado, a empresa B deve ser a escolhida. Observe que a sua empresa atual teve melhor desempenho nos aspectos quantitativos e pior desempenho nos qualitativos. Isso pode explicar que você, como profissional, está buscando, além do salário, aprendizado, um ambiente de trabalho agradável e um cargo mais alto dentre outros fatores. Ao término desse teste é possível afirmar que a sua possível qualificação o permitiu ser disputado por duas oportunidades de trabalho (manter-se no atual emprego ou aceitar a oferta da empresa B), sendo a decisão meramente analisada de forma comparativa. Entretanto, para que decisões como essa aconteçam, o profissional deve ter passado, no início de sua trajetória, por um direcionamento (ou orientação) de carreira, analisando profundamente a individualidade, envolvendo expectativas e interesses, corroborando, tempos depois, em disputas de empresas pela sua prestação de serviço. A orientação profissional propõe o foco para três tempos: o curso, a profissão e a carreira. Essa última diz respeito à perspectiva futura, que, ao contrário do que muita gente pensa, não oferece qualquer trajetória profissional em linha reta. Isso porque, ao processar 26 UNIDADE 1 Ensino e qualificação uma escolha dessa natureza, o indivíduo é obrigado a privilegiar determinados aspectos de si mesmo em prejuízo de outros. Vejamos: a escolha profissional é uma ação continuada que se inicia antes da adolescência, culmina nesse período com a decisão quanto ao curso que levará a uma profissão, que é o primeiro degrau da carreira, e prossegue ao longo da vida. (LEITE, 2018, p. 16). Observe que a trajetória profissional citada pela autora tem seu início antes da adolescência e é um processo contínuo que pode sofrer alterações ao longo do tempo, seja pelas oportunidades que aparecem, seja pelo interesse da própria pessoa. Figura 7 - Assinatura da primeira carteira de trabalho Fonte: Governo do Brasil (2020). O jovem que busca a primeira oportunidade de emprego deve, necessariamente, ter uma orientação profissional. Por exemplo, recentemente, um jovem buscava seu primeiro emprego e, por mais que se esforçasse, não tinha êxito, deixando-o desmotivado a continuar. Ao longo dos meses seguintes, foi necessária uma orientação para que ele, mais do que encontrar uma oportunidade, não se sentisse preterido por incapacidade sua e sim por fatores como a alta competitividade de mercado, características pessoais que não se encaixaram nas empresas etc. Assim, após um período de orientação, esse jovem encontrou uma empresa que não só atendeu as suas ambições iniciais, como também foi considerada a melhor opção dentre todas. Entretanto, esse jovem já estava na fase adulta, o que faz gerar a seguinte pergunta: A quem se destina a orientação profissional? Vamos interpretar o que diz Leite (2018) sobre esse tema. O autor pontua que orientação profissional é dirigida prioritariamente ao adolescente por entender que é nessa fase que as dúvidas, anseios e desejos surgem, logo, é o momento mais adequado para analisar a vocação profissional. É interessante saber que, segundo o autor, no início dessa história de orientação profissional, Qualificação e direcionamento profissional 27 havia certa preocupação em estabelecer uma relação exata entre as características das pessoas e as profissões, dando a ideia de que um traço de personalidade sempre estaria relacionado à uma profissão. Com o tempo, isso foi mudando, passando a ser respeitada, como deve ser, a opinião da pessoa, mesmo em início de carreira. E agora? A autora cita a adolescência como o princípio ideal da orientação profissional e o jovem destacado no exemplo tinha acabado de ultrapassar os 20 anos de idade, um adulto. Onde, de fato, se encaixa a orientação profissional? Na verdade, a resposta está em um termo muito utilizado no ambiente das empresas, a “melhoria contínua”. Esse termo nos remete à capacidade que os processos dentro das empresas têm de se transformar em algo melhor o tempo todo, reduzindo custos, otimizando tempo, dentre outros fatores. E por que isso não pode acontecer com as pessoas? A resposta para sabermos onde se encaixa a orientação profissional está no próprio indivíduo e na sua capacidade de assimilar possíveis e potenciais melhorias em seu desenvolvimento profissional, ou seja, apesar de ser importante iniciar a orientação na adolescência (ou até antes), ela pode acontecer em qualquer momento carreira, pois, com as mudanças de mercado e a revolução tecnológica, não há dúvidas que é necessário uma auto-avaliação contínua para que o profissional esteja adaptado ao meio em que está inserido. 28 TÓPICO 3 UNIDADE 1 Exigências do mercado de trabalho, habilidades e competênciasJá é possível entender que a orientação profissional é um processo contínuo que visa, dentre outros fatores, direcionar o profissional à máxima utilização da sua capacitação. Entretanto, em um ambiente altamente competitivo, as exigências do mercado de trabalho têm aumentado significativamente, fazendo com que os profissionais tenham que buscar aprendizado contínuo e, mais que isso, aplicação prática com resultado de acordo com a expectativa. Você deve estar se perguntando: Quais são essas exigências? Para responder essa pergunta, vamos analisá-la sob dois aspectos: as exigências para um gestor e para um profissional. Gestor Em mundo tão complexo e competitivo, tudo muda o tempo todo. Antes, um planejamento estratégico era realizado para 10 ou 15 anos. Atualmente, dois anos podem ser muito! Por que isso acontece? Pela revolução tecnológica e a busca constante de adaptação ao mercado. a. Os recursos tecnológicos têm ficado obsoletos em um curto espaço de tempo; b. As empresas cada vez mais têm acesso e necessitam da tecnologia para gerir seus negócios; c. Os consumidores desejam praticidade e a tecnologia tem proporcionado isso; d. Os produtos e serviços devem representar o que há de mais avançado para agregar valor ao comprador. Agregar valor parece ser a chave para o sucesso desde sempre. Mas, é necessário entender o que isso realmente significa ao consumidor. Então, imagine que você precisa saber a hora e percebe a necessidade de comprar um relógio. Como o seu objetivo é ter uma informação (a hora), o relógio a ser adquirido pode ter apenas essa funcionalidade. Ao entrar em uma loja, a vendedora oferece algumas opções com preços variados. Qual escolher? Considerando o seu objetivo original, o relógio mais barato serve. Entretanto, a vendedora, ao ofertar vários modelos, pode ter demonstrado alguma funcionalidade que chamou a sua atenção e, mesmo sem perceber, tornou-se algo relevante para você. É nesse momento que há o valor agregado, Exigências do mercado de trabalho, habilidades e competências 29 em que um produto ou serviço pode ser mais caro que outro, mas apresenta algo que é percebido pelo comprador, justificando a diferença de preço. É com essa percepção que um gestor deve analisar o mercado e os potenciais compradores dos produtos e serviços da empresa. Esse é um dos grandes desafios que o gestor do século XXI enfrenta no dia-dia, fazendo com que, muitas vezes, as empresas errem em sua estratégia. Sobre isso, Robbins, Judge e Sobral (2010, p. 579) citam a necessidade de transformação em uma organização que aprende e que “os erros são corrigidos por meio de modificações nos objetivos, nas políticas e nas rotinas padronizadas da organização (...)”. Os autores, citam as características de uma organização que aprende: 1. Existe uma visão compartilhada com a qual todos concordam. 2. As pessoas abrem mão de suas velhas ideias e das rotinas padronizadas que utilizam para solucionar problemas ou para realizar seu trabalho. 3. As pessoas pensam todos os processos, atividades, funções organizacionais e interações com o ambiente como parte de um sistema de inter-relacionamentos. 4. As pessoas se comunicam de maneira aberta (vertical e horizontalmente), sem medo de críticas ou de punições. 5. As pessoas sublimam os seus interesses pessoais e os de seus departamentos fragmentados em prol do trabalho conjunto para alcançar a visão compartilhada da organização (ROBBINS; JUDGE; SOBRAL, 2010, p. 580 apud SENGE, 1990). Nesse sentido, umas das exigências ao gestor do século XXI é entender que a organização em que atua deve estar diretamente alinhada com o aprendizado, ou seja, as mudanças existentes e a adaptação ao meio. Robbins, Judge e Sobral (2010) citam como os gestores devem criar organizações que aprendem: a. Estabeleça uma estratégia, explicitando o que deseja e onde se quer chegar; b. Redesenhe a estrutura da organização, fazendo achatamento e integração dos departamentos; c. Remodele a cultura da organização, demonstrando que acertos e erros fazem parte de um aprendizado. Esses pontos citados pelos autores demonstram que as ações dos gestores são responsáveis pela transformação das organizações, ao mesmo tempo em que o mercado exige tais iniciativas. O grande desafio do gestor é implementar as mudanças, seja pela resistência das pessoas, não aceitação dos clientes ou outro fator qualquer que possa dificultar a sua tomada de decisão. Sendo assim, podemos citar, ainda como exigências do mercado de trabalho para um gestor: 1. Saber colocar as pessoas nos lugares certos: Alguns anos atrás, o bom funcionário era, dentre outros fatores, o que cumpria adequadamente o horário de trabalho. Atualmente, é o que busca ter desempenho competitivo, ou seja, contribuir para a redução de custo ou aumento 30 UNIDADE 1 Ensino e qualificação de receita da empresa. Para Sharma (2007, p. 43) isso significa “contar todo o conhecimento e as habilidades dos funcionários para colocá- los nas funções certas – por meio de treinamento, ferramentas e orientação corretos, - além da compreensão de que compartilham a responsabilidade pelo sucesso da empresa”. Senge (1990) diz que, nas organizações que aprendem, os líderes possuem características como projetistas e professores, responsáveis por incentivar o desenvolvimento pessoal e das capacidades em entender cenários, ou seja, são os disseminadores da aprendizagem. 2. Ser empreendedor e ter empreendedores: Apesar do pensamento de uma boa parte das pessoas que veem empreendedorismo apenas quando se desenvolve o próprio negócio, a prática empreendedora é muito utilizada por meio do empreendedorismo corporativo (EC). Para isso, os gestores devem combinar o seu jeito de atuar, às pessoas que fazem parte da sua equipe e as influências externas para desempenhar o empreendedorismo corporativo. Figura 8: Esquema integrativo para entendimento das competências do empreendedor AMBIENTE VALORES RESULTADOS A FE TI V O CO G N ITIV O / TÉCN ICO AÇÃO Perseverança Coragem Força de vontade Iniciativa Disposição para correr riscos Motiação pessoal Enfrentar desafios Paixão pelo negócio Fazer o que gosta Autonomia Autoconfiança Independência Liderar Fazer acontecer Criar alianças Gerar empregos Contribuir para o crescimento do país Gerar lucros Assumir riscos calculados Habilidade de estabelecer parcerias Definir metas Saber planejar Conhecer o negócio, mercado e produto Conhecer seus limites Eloquência Capacidade de comunicação FOCO SABER SER SABER FAZER SABER AGIR Fonte: Nassif, Ghobril e Silva (2004). Exigências do mercado de trabalho, habilidades e competências 31 É importante ressaltar que ser empreendedor corporativo é uma exigência atribuída ao gestor, mas também ao funcionário. Observe que, segundo os autores, há uma série de características que o capacita para lidar com o mercado e as mudanças constantes que acontecem nos negócios. Quadro 2: Competências do EC segundo os executi- vos das organizações Competências do EC Pontos fortes para selecionar Identificar oportunidades Conhecimento técnico Planejar execução Capacidade de articular-se para dentro e fora da organização Liderança Capacidade de mobilizar recursos e pessoas Saber envolver as pessoas com o projeto Questionador (que não aceita paradigmas) Responsabilidade com resultados e sustentabilidade do negócio Versatilidade Saber (conhecimento) e saber fazer Visão positiva do mundo Passar credibilidade Ambição de médio para longo prazo Saber identificar riscos Capacidade de relacionamento interpessoal Vender ideias Bagagem pessoal, profissional e cultural Fonte: Gomes e Nassif (2008). Dentre as diversas competências sugeridas pelos autores, podemos destacar: a. Identificar oportunidades, o que demonstra a necessidade de analisar e perceber situações em que há possibilidade de melhoria; b. Passar credibilidade, o que demonstra a necessidade de aprendizado contínuo;c. Vender ideias, o que demonstra a necessidade de inovar a partir das análises percebidas e do aprendizado adquirido. 3. Tomar decisões: Que um gestor sempre foi um tomador de decisões, todo mundo já sabe. Entretanto, com a necessidade de resposta rápida, mudanças contínuas e o aumento da concorrência, a decisão requer capacidade de análise do cenário e identificação das informações, contribuindo no caminho a ser seguido. Por exemplo, vamos supor que a decisão de um gestor está centrada em contratar um novo profissional para a empresa. 32 UNIDADE 1 Ensino e qualificação Figura 9: Interesse e poder na triagem de currículo CANDIDATOIN TE R ES SE PODER EMPRESA RECRUTADOR GESTOR DA ÁREA Fonte: Barreto (2020, p. 86). Nessa situação, há uma relação direta entre interesse e poder. O candidato é o principal interessado (e pode influenciar), mas não necessariamente quem tem mais interesse, pois, a empresa pode estar precisando urgentemente de um novo profissional. Por outro lado, o poder do candidato é mínimo, uma vez que não há qualquer envolvimento seu na avaliação de contratação. O gestor no exemplo é quem tem maior interesse (a necessidade de suprir a carência) e poder (a escolha do candidato). Apesar de todos estarem envolvidos no processo decisório, o gestor é quem dá a palavra final, solicitando ou não a contratação. 4. Ser inovador: Em um ambiente altamente competitivo, ser inovador é fundamental para qualquer gestor que busca melhorar o desempenho da sua área ou da empresa. Essa necessidade está relacionada ao fato de que a inovação é uma vantagem competitiva. Exigências do mercado de trabalho, habilidades e competências 33 Quadro 3: Inovação como vantagem estratégica Mecanismo Vantagem Estratégica Exemplos Ampliação da série de fatores competitivos Mudar a base de concorrência - por exemplo, de preço de produto para preço e qualidade, ou preço, qualidade, escolha. A fabricação de carros japoneses - que, sistematicamente, alteraram a agenda competitiva de preço para qualidade, flexibilidade e escolha, para prazos menores entre lançamentos de novos modelos. Senso de oportunidade Ter a vantagem de ser o primeiro. Isso pode valer significativa parcela de mercado na área de novos produtos. Amazon.com, Yahoo - outros podem surgir, mas a vantagem permanece com os primeiros. Ter a vantagem de aprender rápido - às vezes, ser o primeiro significa enfrentar grandes dificuldades inesperadas, e faz mais sentido ver outra pessoa enfrentá-las e depois seguir na mesma trilha, atualizando o produto. O Palm Pilot e outros assistentes pessoais digitais ocupam uma grande parcela do mercado em crescimento. Na verdade, o conceito e o design foram projetados no Newton, produto da Apple, descartado cerca de cinco anos antes devido a problemas de software. Design robusto de plataforma Oferecer algo que fornece a plataforma sobre a qual outras variações/gerações de produtos podem ser desenvolvidas. A arquitetura do walkman - passando por minidisk, cd, dvd, mp3, ipod. Boeing 737 - com mais de 30 anos, seu projeto ainda é adaptado e configurado para atender a diferentes usuários. Reescrita de regras Oferecer algo que representa um conceito completamente novo de produto ou processo, um jeito diferente de fazer as coisas, tornando os modelos anteriores obsoletos. Máquinas de escrever versus computadores com editores de texto. Gelo versus refrigeração. Lâmpadas elétricas versus a gás. Reconfiguração de partes do processo Repensar o modo como partes do sistema funcionam juntas - por exemplo, desenvolvimento de redes mais eficientes, terceirização e coordenação de uma empresa virtual. Zara e Benetton, no ramo de vestuários; Dell no de computadores; Toyota, quanto ao gerenciamento de sua cadeia de fornecimento. Transferência através de diferentes contextos de aplicação Recombinar elementos estabelecidos para mercados diversos. Rodas de policarbonato transferidas de mercado de aplicação, como o de malas de rodinhas, para o de brinquedos infantis, como micro-scooters leves. Outros ? Inovação é sempre encontrar novas maneiras de fazer coisas e de obter vantagem estratégica; assim, haverá lugar para novos modos de ganhar e de reter vantagens. Napster - essa empresa começou desenvolvendo software que permitiu aos fãs de música trocarem suas composições favoritas pela internet; o programa Napster ligou pessoa a pessoa (P2P) ao fornecer conexão rápida. O seu potencial para alterar a arquitetura e o modo de operação da internet era bem maior e, embora tivesse restrições legais, seus seguidores desenvolveram uma indústria imensa baseada em downloading e em compartilhamento de arquivos eletrônicos. Fonte: Bessant e Tidd (2009, p. 275) 34 UNIDADE 1 Ensino e qualificação 5. Ter propensão aos riscos: Em tudo que vamos fazer há risco, não importa se o assunto é profissional ou pessoal. Por exemplo, ao lançar um novo produto no mercado, o gestor se arrisca, pois, não há qualquer garantia de aceitação por parte do comprador. Dess e Lumpkin (2005) citados por Barreto (2011, p. 43) citam os riscos que uma empresa e os seus gestores enfrentam: a. Riscos de negócios, que envolvem arriscar no desconhecido sem saber a probabilidade de sucesso, como, por exemplo, entrar em mercados não testados; b. Riscos financeiros, que requerem que uma organização tome emprestado grande volume de recursos visando crescimento, o que repercute na dicotomia risco e retorno; c) Riscos pessoais, que se referem aos riscos que um executivo assume ao adotar um padrão em favor de uma ação estratégica. 6. Ser proativo: A proatividade foi pouco compreendida pelas pessoas no ambiente profissional. Para muitos, trata-se de uma ação a ser realizada a partir de um acontecimento (por exemplo, algo cai no chão e a pessoa, sem ser solicitada, começa a recolher). Entretanto, ser proativo no ambiente empresarial está em antecipar o problema e agir para que ele não aconteça (evitar que algo caia no chão). O gestor precisa estar antenado com tudo que acontece no ambiente interno e, principalmente, externo, analisando as diversas situações de mercado. 7. Dar e ter autonomia: Uma empresa é composta, essencialmente, por gestores e funcionários alocados em áreas e atividades diversas. Com a necessidade de tomada de decisão rápida, a exigência do mercado diz que um gestor deve ter a sensibilidade de delegar responsabilidades, proporcionando, principalmente, a um grupo de liderados, a possibilidade de assumir suas decisões no andamento dos processos. 8. Ter agressividade competitiva: Esse é um desafio dos mais complexos, pois, há uma interpretação errada sobre agressividade competitiva e o impacto nos negócios. É importante ressaltar que o termo aqui empregado não tem relação com hostilidade, agressão no sentido literal ou ainda algo depreciativo. A agressividade no ambiente de negócios está na capacidade do gestor atuar no mercado desafiando verdades prontas, assumindo riscos e tomando decisões que podem gerar resultados expressivos para a empresa (apesar do risco contrário também ser possível). Por exemplo, uma empresa fabricante de produto alimentício, certa vez lançou um novo produto no mercado e, como uma estratégia de agressividade competitiva, cortou os preços drasticamente, ficando em torno de 45% mais barato quando comparado com os concorrentes. Com isso, os consumidores começaram a migrar para esse produto, fazendo com que todo mercado se movimentasse em relação ao preço e condições. Exigências do mercado de trabalho, habilidades e competências 35 Para ratificar as exigências do mercado quanto ao perfil de um gestor, lembre-se: a. Preciso alocar as pessoas nos lugares em que elas desempenham melhor resultado; b. Preciso ser empreendedor e incentivar o empreendedorismo; c. Preciso tomar decisões e, para isso, estar preparado para analisar cenários e ter respostas rápidas; d. Precisoinovar porque o mercado exige novos produtos e serviços continuamente; e. Preciso arriscar em algumas decisões, mesmo que elas não apresentem o resultado esperado; f. Preciso ser proativo porque é necessário entender o mercado e se antecipar frente à concorrência; g. Preciso dar autonomia aos funcionários para que eles se sintam mais motivados e contribuam na resolução dos problemas. h. Preciso ter agressividade competitiva para não permitir que a concorrência se sinta confortável no mercado. Profissional Você não é gestor e também tem dúvida sobre as exigências do mercado com relação ao seu perfil profissional? O CHA pode te ajudar, não aquele que tomamos, mas o termo que significa conhecimento, habilidades e atitudes, amplamente discutido no ambiente de negócios. Se você nunca tinha ouvido falar desse termo tão importante, vamos tentar entender a aplicação prática do conceito. 36 UNIDADE 1 Ensino e qualificação Figura 10 - CHA CONHECIMENTO HABILIDADE ATITUDE CONJUNTO DE DADOS INFORMAÇÃO TOMADA DE DECISÃO IN TER ESSETÉ CN IC A COMPETÊNCIA Fonte: Elaborada pelo autor (2020). O CHA, obviamente, é o conjunto de três comportamentos, definidos como conhecimento, habilidade e atitude, mas não é só isso, é o agrupamento de ações que o profissional deve coincidir com a técnica e o interesse disponíveis, fazendo com que a tomada de decisão esteja baseada na competência do indivíduo para determinada tarefa. Vamos supor a seguinte situação: Uma empresa tem recebido diversas reclamações sobre as entregas dos seus produtos, pois, ora chegam atrasados, ora com pedidos incompletos e até avariados. Com isso, uma reunião urgente foi convocada para a busca de soluções que possam minimizar a relação empresa-consumidor. Você é o primeiro a falar na reunião sobre as ações a serem realizadas. Para isso, você informa a sequência de ações realizadas até a tomada de decisão: a. Inicialmente, você recebeu um conjunto de dados. Nessa situação, é o relatório com todas as entregas realizadas e todos os problemas ocorridos. O conjunto de dados apresentado é idêntico para qualquer um que o lê, uma vez que está disponível para todos os presentes na reunião. b. Esse conjunto de dados transforma-se em uma informação, mudando a forma como as pessoas enxergam os dados. c. Essa informação direciona à competência que você desenvolve para a tomada de decisão. Exigências do mercado de trabalho, habilidades e competências 37 d. A competência está centrada no conhecimento para resolver (você tem larga experiência no atendimento ao consumidor e sabe dos principais motivos dos problemas), habilidade para resolver (cria um procedimento a ser utilizado) e atitude para resolver (o interesse de melhorar o indicador). Nesse exemplo, as exigências do mercado quanto ao perfil profissional adequado estão, desde a percepção de todos, quanto aos problemas existentes até a capacidade de se sugerir ações para minimizar as ocorrências. É a partir disso que o conhecimento e a habilidade são fundamentais para resolver (uso da técnica), mas sem a atitude não há provável solução (interesse). Figura 11: Atitude Fonte: Wkprisma (2020). Se você ainda não consegue compreender a importância do CHA como uma exigência do mercado de trabalho, vamos separar os três comportamentos para melhor compreensão e aplicação. A competência é caracterizada pelo conhecimento adquirido ao longo do tempo, capaz de torná-lo mais capacitado para executar determinada ação. Assim, quanto mais conhecimento, mais competência para se resolver algo. Por isso, estudar é tão importante, uma vez que, quanto mais se estuda sobre determinado assunto, mais competente o indivíduo fica. A competência adquirida é responsável por desenvolver novas tecnologias e promover mudanças na forma de condução dos negócios. Ainda não conseguiu responder em que você é competente? Talvez porque precise saber da sua habilidade. A habilidade é definida como a capacidade que temos (o grau) para resolver determinada situação apresentada. Um dos exemplos mais fáceis para entender a sua habilidade em relação a algo está em um pneu furado. Suponha que uma entrega precisa ser realizada dentro de uma hora e o pneu do seu carro furou. 38 UNIDADE 1 Ensino e qualificação O seu objetivo agora, antes da entrega, é fazer a troca do pneu. Entretanto, apesar da habilidade para resolver o problema (a troca de um pneu), você não tem competência para solucioná-lo antes de uma hora, o que faz com que outras decisões sobre o assunto sejam tomadas, tais como, a contratação de um terceiro para a realização do serviço. Isso quer dizer que o grau de habilidade é essencial na resolução dos problemas e execução das atividades. Tabela 2 - Grau de habilidade: Exemplo de troca de pneu Grau Habilidade Tempo de execução Custo 1 Iniciante Em até 3h Muito Alto, busque terceiros 2 Baixa Em até 2h Alto, dependendo do tempo disponível, busque terceiros 3 Média Em até 1h30 Médio, a escolha de terceiros é facultativa 4 Alta Em até 1h Baixo, a decisão e a conveniência formam a sua decisão 5 Expert Em até 20min Faça você mesmo! Fonte: Elaborada pelo autor (2020). Um teste simples pode ser suficiente para você perceber o seu grau de habilidade e tomar decisões mais acertadas. A ideia é que, quanto mais habilidade você tem em determinada atividade, menos você gasta com ela (tempo e dinheiro). Em nosso exemplo da troca de pneu, considerando que a rapidez é essencial para não atrasar a entrega programada, apenas se você estiver nos graus 4 e 5 seria possível utilizar a sua habilidade. Entretanto, muitas vezes, perdemos muito tempo para executar uma atividade por não termos habilidade suficiente para executá-la. Será que vale a pena demorar mais de 1 hora para a troca de um pneu? Diante da situação apresentada, podemos definir a habilidade como a capacidade que temos em saber fazer, que vai se aperfeiçoando conforme o conhecimento adquirido (a prática). A nossa grande dificuldade está em entender o grau de habilidade que estamos em determinada atividade e o momento de optar por outra alternativa que, por muitas vezes, vai gerar mais custo. De qualquer maneira, repita: “NÃO vale a pena demorar mais de 1 hora para a troca de um pneu!”. Em alguns momentos, precisamos ser incisivos em nossas decisões e esse é um caso claro, não é verdade? Agora chegou o momento da atitude. Vamos entendê-la como a prática da competência, em que você desenvolveu conhecimento e habilidades suficientes para executar determinada atividade. Sem a atitude, é muito provável que a competência adquirida ao longo do tempo, seja irrelevante, por isso, é sempre recomendável buscar conhecimento e habilidades no que você tem interesse. Voltando à troca do pneu, vamos supor que você trabalhou em uma empresa em que tinha, como uma de suas atribuições, executar a troca de pneus dos veículos da frota. Com o tempo, você mudou de emprego e está em outra fase de carreira, quando o pneu aparece furado e precisa ser trocado. Apesar de ter conhecimento e habilidade suficientes, você escolhe repassar a um terceiro essa Exigências do mercado de trabalho, habilidades e competências 39 atividade. A sua decisão está baseada no nível de afinidade e não na competência e não há problema nenhum nisso. Atualmente, trocar pneu não te empolga, logo, a busca por serviços de terceiros torna-se essencial para a resolução do problema. Por outro lado, um reparo na sua casa, apesar de não ter experiência profissional sobre o assunto, mas tem conhecimento e habilidades suficientes, faz com que você mesmo realize a atividade, destacando a afinidade (gostar de fazer). Entretanto, a evolução dos negócios fez com que novas exigências (ou velhas exigências com novos termos) surgissem. Um dos termos utilizados no século XXI é o soft skills, um conjunto de habilidades e competências relacionado ao comportamento humano. Robbins, Judge e Sobral (2010) citam que todas aspessoas são estudantes de comportamento, desde sempre, ao observarem as ações dos indivíduos e tentar, de alguma forma, interpretá-lo ou até julgá-lo. Mas, há também o hard skill, que é a competência adquirida por meio de treinamento, cursos, etc. Figura 12 - Soft skill e hard skill na tomada de decisão COMPETÊNCIA HARD SKILL SOFT SKILL CONJUNTO DE DADOS INFORMAÇÃO IN TA N G ÍV EL TOMADA DE DECISÃO TA N G ÍV EL Fonte: Elaborado pelo autor (2020). Nesse modelo, a combinação das duas características (hard e soft skills) colabora na tomada de decisão, envolvendo a sua capacidade em determinado assunto, ao mesmo tempo que o comportamento pode ser relevante no processo. 40 UNIDADE 1 Ensino e qualificação Podemos listar algumas soft skills que você pode desenvolver: a. Comunicação; b. Liderança; c. Criatividade; d. Empatia; e. Ética; f. Trabalho em equipe O que diferencia uma pessoa da outra é a capacidade de aplicação da soft skill no dia-dia e o atingimento do seu objetivo. Por exemplo, você pode fazer um curso sobre liderança (hard skill), mas, mesmo assim, não conseguir ser um líder na visão das pessoas que gerencia. A soft e hard skill têm sido cobradas cada vez mais no mercado de trabalho, principalmente a primeira, por ser algo desenvolvido pelo indivíduo. Como a soft skill é uma habilidade comportamental ou até competências que são difíceis de se medir pela subjetividade que a compõem, vale a pena buscar mecanismos para descobrir em você qual habilidade comportamental ou competências são mais percebidas pelas pessoas, o que é um ótimo caminho para o seu desenvolvimento. Algumas soft skills são mais procuradas pelo mercado de trabalho. Busque desenvolvimento nelas, que você pode ter melhor resultado. Elas foram citadas anteriormente. Algumas são para qualquer momento da carreira e da vida, como a ética, outras podem ser aprimoradas ao longo do tempo, como a comunicação. De qualquer maneira, todas são importantes para que você possa desempenhar sua hard skill (cursos e treinamentos) de forma mais eficaz. DICAS 41 RESUMO Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. CHAMADA • Demonstrou como o ensino e qualificação são fundamentais para desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo; • Contou a história de criação dos cursos técnicos e superiores; • Mostrou que desde o começo da trajetória profissional, a falta de experiência demonstra as dificuldades de ingressar no mercado de trabalho, ratificando a necessidade do desenvolvimento de estudos como o curso técnico e superior; • Afirmou que aliado à falta de experiência, as exigências do mercado de trabalho têm se voltado para características que o profissional deve desenvolver, apresentando as competências, habilidades e atitudes necessários para fazer parte de uma empresa. • Defendeu que para isso, fatores como o empreendedorismo corporativo vão se tornando cada vez mais relevantes e determinantes para se diferenciar um profissional do outro. 42 1. É fato que a qualificação profissional do jovem que está entrando no mercado de trabalho deve ter uma orientação para que ele tenha um direcionamento. Entretanto, a sua vontade deve prevalecer, pois, já foi o tempo em que um comportamento estava necessariamente associado à uma profissão. Assim, como conciliar as duas ações? 2. Das exigências do mercado de trabalho para um gestor, quais podem ser encontradas em você? 3. Em uma entrevista de emprego para um cargo voltado à linha de produção, o recrutador solicitou que você apresentasse uma habilidade sua. Qual você destacaria? AUTOATIVIDADE 43 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA Gestão de pessoas UNIDADE 2 Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – Cultura organizacional TÓPICO 2 – Clima organizacional TÓPICO 3 – Gestão de pessoas A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • Identificar a gestão de pessoas, passando pela liderança e atingindo aspectos importantes como o recrutamento, a cultura e o clima organizacional; • Analisar os os subsistemas de gestão de pessoas, envolvendo administração de pessoal, a segurança no trabalho e as relações trabalhistas; • Debater o treinamento e desenvolvimento, etapas importantes tanto para a empresa, quanto para o profissional. 44 GESTÃO DE PESSOAS É fato que todas as empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes, precisam ter em seu quadro um gestor capaz de extrair o máximo de cada funcionário. Esse líder, em alguns momentos, é o dono da empresa, mas pode ser também um profissional de carreira, ou seja, uma série de promoções que o colocou nesse estágio. Acontece que, apesar de todas as empresas necessitarem de líderes, nem todas as empresas os têm. Isso acontece porque as pessoas podem alcançar cargos de lideranças, mas nem sempre são líderes, gerando possíveis conflitos com a equipe. Diante disso, como identificar um gestor de pessoas? Para começar a responder essa difícil questão, vamos observar o que a teoria nos mostra. Diversos autores tratam a gestão de pessoas como algo essencial aos negócios e apresentam perfis de gestores e ações que os mesmos fazem, para engajar sua equipe e alcançar os objetivos propostos. Vamos conhecer mais sobre a gestão de pessoas e alguns desses exemplos de liderança. Figura 13 - As variáveis que influenciam o comportamento humano nas organizações O homem: Personalidade, motivação interna, percepção, valores. A empresa Ambiente organizacional, regras, clima e cultura, políticas, métodos e processos, recompensas e punições. Comportamento do homem na empresa+ = Fonte: Knapik (2012, p. 17). Antes de se pensar em gestão de pessoas, deve-se entender que as pessoas se adaptam ao ambiente em que estão inseridas, afetadas pela cultura e clima organizacionais. Vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles. 45 TÓPICO 1 UNIDADE 2 Cultura organizacional Um tema bastante complexo dentro das empresas e que tem influência direta nos negócios trata da chamada cultura organizacional, que para ser entendida, se faz necessário estabelecer alguns conceitos: a. Cultura, aquela retratada por meio de uma comunidade, cidade e até país, é definida como um conjunto dos hábitos sociais e religiosos, das manifestações intelectuais e artísticas, que caracteriza uma sociedade: cultura inca; a cultura helenística. Está relacionada, ainda, às normas de comportamento, saberes, hábitos ou crenças que diferenciam um grupo de outro: provêm de culturas distintas (Dicionário online de português, 2020). b. Cultura, denominada de organizacional por tratar-se de uma empresa, seja ela pública ou privada, pequena, média ou grande, formal ou informal, é definida como o conjunto de hábitos, costumes e princípios dos líderes que é transmitido aos funcionários como uma rotina que deve ser entendida e praticada. De certa forma, uma complementa a outra, ou podemos afirmar que a primeira transforma a segunda, ou seja, a cultura social do profissional, ao tornar- se o dono ou gestor de uma empresa, causa influência na cultura organizacional. Por exemplo, os países mantêm negócios entre as empresas e a cultura social afeta a cultura organizacional. Observe o Brasil e o seu maior parceiro comercial, a China. Sob o ponto de vista dos negócios, os brasileiros adotam algumas práticas culturais e comerciais. Podemos destacar algumas delas: As reuniões comerciais devem ser agendadas com antecedência, para que o cliente possa se programar. No Brasil, as reuniões de negócios são realizadas normalmente nos escritórios.Dificilmente um cliente irá marcar o local da reunião em um hotel ou em sua residência, como ocorre em outros países. Pontualidade é um item importante, pois o visitante deve levar em conta os problemas de trânsito que existem nas grandes metrópoles brasileiras. O importador brasileiro apreciará receber todas as informações técnicas e comerciais do produto e o preço, inclusive a classificação alfandegária, pois com esses dados terá condições de confeccionar uma planilha de importação que inclua os impostos, taxas, armazenagem, despesas portuárias, podendo chegar mais rapidamente à conclusão final sobre a compra. Dessa maneira, o exportador será beneficiado se tiver disponíveis todas as informações sobre o produto. Quando se percebe que não há interesse por parte do cliente, deve-se encerrar o encontro, pois dificilmente o empresário brasileiro é direto, a ponto de manifestar que não está disposto a comprar seu produto. Normalmente, ele vai levar a negociação ao seu UNIDADE 2 Gestão de pessoas 46 esgotamento natural, até que você repare que realmente não existe nenhuma possibilidade de fechar um pedido. Outro ponto cultural marcante no mundo dos negócios é a objetividade dos temas a serem tratados na reunião. Não se deve estranhar, contudo, se, antes de iniciar o encontro, sejam feitos comentários leves sobre algum acontecimento publicado pela mídia ou brincadeira social sobre o time de futebol dos presentes. Na hora de pagar a conta, tome a iniciativa de chamar o garçom e entregue seu cartão de crédito, mesmo com a insistência de o cliente querer assumir a despesa, pois sua atitude será bem vista não pelo aspecto financeiro, mas sim pela gentileza. Quanto às cores usadas no Brasil, não existem restrições de cunho cultural ou religioso (BRASIL, 2016, p. 105-108). Para os brasileiros, algumas situações citadas são consideradas “normais”, pois, fazem parte da cultura organizacional do país. As cores, restritas em outros países, não causam qualquer problema no Brasil, assim como a vestimenta. Por outro lado, segundo o Guia de Comércio Exterior e Investimento (BRASIL, 2016), algumas situações devem ser evitadas. a. Deixar de responder e-mails; b. Não ter capacidade de exportar o que se promete; c. Deixar de convidar para conhecer o país; d. Demonstrar receio de não pagamento; e. Falar mal do idioma e das cidades brasileiras; f. Criticar a gastronomia e os gostos; g. Exagerar no temor à violência urbana. Observe que o brasileiro tem certo orgulho ou amor ao país e não aceita que estrangeiros critiquem os problemas de trânsito, violência urbana etc. E na China, como é a cultura do país? Que há diferenças entre os países, já sabemos, mas vamos entender um pouco mais sobre o país asiático, o maior do continente, com mais de 9 milhões de km2 e uma população em torno de 1,3 bilhões de habitantes. Se o Brasil é relativamente novo, a China teria surgido por volta de 221 a.C., considerando a formação do grande império da época. Sobre os negócios, é a partir da década de 1970 que a China se aproxima do capitalismo e sua economia começa a crescer exponencialmente. Uma das principais diferenças está na forma de conduzir uma compra e venda. Enquanto o brasileiro é receptivo ao estrangeiro, orientação ao curto prazo e utiliza-se do chamado “jeitinho”, o chinês utiliza-se do Guanxi ( Guānxì), que pode ser caracterizado como relacionamento no contexto oriental. Na tratativa dos negócios, Couto (2008) cita alguns exemplos de como se comportar: CULTURA ORGANIZACIONAL 47 a. Toque: O toque não é algo comum, ainda mais em se tratando com estrangeiros. b. Pontualidade: Se o brasileiro pode ter dificuldade com horário, na China, a pontualidade é regra. c. Palavra “Não”: A cultura do país abomina alguns termos e palavras por considerar que sugerem negatividade. Por isso, na China, a palavra “não” é evitada. Para isso, utilizam-se termos como “vou ver o que posso fazer”, “vou fazer o meu melhor” ou ainda “vou pensar no assunto”, não encerrando a possibilidade de qualquer negócio. d. Comunicação: Com a extrema diferença entre as línguas, é necessário que se fale de forma clara e pausada, evitando possíveis conflitos, pois, o chinês não tem costume de pedir para repetir o que foi dito. Percebe como há diferenças culturais entre os dois países? A cultura social afeta, de alguma forma, a cultura organizacional da empresa, moldando o comportamento e a forma de agir. Então, se uma empresa pretende negociar ou até manter uma filial em outro país, ela vai precisar se adaptar à realidade do local. Entretanto, quando falamos de cultura organizacional, há uma intensa relação com o dono ou gestor do negócio, transformando-a conforme suas preferências. Lück (2011) cita que, mesmo sem uma predefinição de como agir, um novo funcionário percebe o modo de ser e fazer e se ajusta a agir da mesma maneira. Assim, a cultura se desenvolve pela estrutura organizacional, que nada mais é que a forma como uma empresa está hierarquizada e assim dirige os seus negócios. Podemos citar alguns tipos de estrutura organizacional: a. Estrutura organizacional linear: talvez seja o formato mais antigo e tradicional, muito utilizado em empresas com poucos recursos de pessoas (micro e pequena empresa (MPE), por exemplo). Figura 14: Estrutura organizacional linear DIRETOR FINANÇAS COMERCIAL PRODUÇÃO RH Fonte: Elaborada pelo autor (2020). Nesse modelo, apesar das diversas áreas que podem compor a estrutura da empresa, a hierarquia é centralizada no diretor, gestor ou dono do negócio. O Exército Brasileiro, apresenta algo similar à essa estrutura. UNIDADE 2 Gestão de pessoas 48 Figura 15: Estrutura organizacional – Exército brasileiro ORGÃO DE ASSESSORAMENTO SUPERIOR ORGÃO DE DIREÇÃO GERAL ORGÃO DE ASSISTÊNCIA DIRETA E IMEDIATA ENTIDADES VINCULADAS ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO VICE-CHEFE DO EME GABINETE DO EME ALTO COMANDO DO EXÉRCITO (CE) 1ª SUBCHEFIA PESSOAL, EDUCAÇÃO E CULTURA 2ª SUBCHEFIA INFORMAÇÃO E DEFESA CIBERNÉTICA 3ª SUBCHEFIA DOUTRINA MILITAR TERRESTRE 4ª SUBCHEFIA LOGÍSTICA, MOBILIZAÇÃO E C&T CONSELHO SUPERIOR DE ECONOMIA E FINANÇAS (CONSEF) CONSELHO SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (CONTIEx) CONSELHO SUPERIOR DE RACIONALIZAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO (CONSURT) COMANDANTE DO EXÉRCITO 5ª SUBCHEFIA ASS ESPECIAIS E INTERNACIONAIS 6ª SUBCHEFIA ECONOMIA E FINANÇAS ESCRITÓRIO PROJETOS DO EXÉRCITO (EPEx) GABINETE DP COMANDANTE (GAB CMT) CENTRO DE INTELIGÊNCIA DO EXÉRCITO (CIE) CONSULTORIA JURÍDICA ADJUNTA DO COMANDO DO EXÉRCITO (CJACEx) CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO (CCOMSEx) SECRETARIA- GERAL DO EXÉRCITO (SGEx) CENTRO DE CONTROLE INTERNO DO EXÉRCITO (CCIEx) FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO (FHE) INDÚSTRIA DE MATERIAL BÉLICO DO BRASÍL (IMBEL) FUNDAÇÃO OSORIO Fonte: Secretária-Geral do Exército (2020). b. Estrutura organizacional funcional: Como o modelo propõe uma especialização das áreas, há um potencial aumento no relacionamento entre elas. Por exemplo, a área de finanças pode responder pelas questões associadas ao tema sempre que uma outra área assim necessitar. O mesmo ocorre com outras atividades, como a contração de pessoal, a cargo da área de recursos humanos, as entregas sob responsabilidade da logística etc. Figura 16: Estrutura organizacional funcional DIRETOR FINANÇAS COMERCIAL PRODUÇÃO RH Fonte: Elaborado pelo autor (2020). Nesse modelo, o especialista de cada área interfere em assuntos de sua competência, alternando a forma de hierarquização, pois, apesar de existente, ela não é exclusiva, uma vez que o gestor da área de recursos humanos, por exemplo, tem uma equipe de trabalho, mas não tem domínio total sobre esses funcionários. c. Estrutura organizacional linha-staff: É uma espécie de combinação das duas anteriores, com o incremento de um corpo externo às áreas para discussão dos assuntos, geralmente em ambiente tático e/ou estratégico. CULTURA ORGANIZACIONAL
Compartilhar