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Obstáculos e Superação na Educação e Inclusão de Surdos no Brasil

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GABRIELA MOREIRA COSTA
Curso: Libras - Tradução e Interpretação
Disciplina: Fundamentos Biológicos e Psicológicos da Surdez e Aspectos Legais da Inclusão
Obstáculos e Superação na Educação e Inclusão de Surdos no Brasil
A partir dos estudos realizados na disciplina Fundamentos Biológicos e Psicológicos da Surdez e Aspectos Legais da Inclusão, foi possível compreender como se deu o processo de educação e inclusão de surdos no Brasil.
Vários obstáculos foram colocados à frente da inclusão de surdos em nosso país. Barreiras, paradigmas, muitos mitos e preconceitos foram enfrentados e superados, ressignificando a concepção acerca do sujeito surdo, trazendo a compreensão de suas capacidades e de sua identidade cultural.
Verificou-se que esse processo foi construído a partir de um árduo caminho de luta e perseverança percorrido ao longo dos anos pela comunidade surda em busca de se assegurar os direitos dos surdos e garantir enfim, o seu espaço na sociedade. 
No passado, o tratamento voltado aos surdos no que diz respeito a educação, partia de perspectivas diversas, que se fundavam no misticismo, ocultismo e posteriormente passaram por parâmetros de normalização. Os deficientes por muito tempo foram marginalizados pela sociedade não sendo reconhecidos como seres humanos, característica essa, que só podia ser atribuída aos que se enquadrassem aos padrões de “normalidade” estabelecidos pelas pessoas daquela época.
Essa tendência de normalização se enraizou por muitos anos nas propostas de atendimento educacional aos surdos. Com o avanço da ciência, o foco dos trabalhos relacionados à surdez foi voltado para práticas que pudessem “reparar a deficiência auditiva”, submetendo os surdos a diversas experiências no intuito de adequá-los ou mais precisamente igualá-los a sociedade de maioria ouvinte.
O termo deficiente auditivo, apresentado pela área clinico terapêutica, carregava consigo o enfoque na limitação da pessoa surda, sendo categorizada como pessoa incapacitada, inferior aos ouvintes. Sua deficiência era atrelada não somente ao órgão auditivo da pessoa surda, mas sim a sua existência e implicando assim em teorias que inferiorizassem o seu desenvolvimento intelectual.
Propostas oralistas foram impostas aos surdos e a comunicação por língua de sinais foi por muitas vezes ignorada, desvalorizada, tentando extinguir essa forma de comunicação. Os surdos foram submetidos a técnicas até mesmo agressivas na intenção de recuperar a sua audição, com intervenções cirúrgicas e implantes auditivos.
Com o passar dos anos, com os avanços nas pesquisas se constatou a eficiência da língua de sinais no processo de educação de surdos. A surdez caracterizou-se pela aprendizagem visual e o surdo foi reconhecido como um ser humano de língua própria, capaz de se expressar e formular ideias através dela.
Percebeu-se então que a proposta oralista nas escolas era mais conveniente para os ouvintes do que para os surdos. A partir dessa percepção a comunidade surda ganhou força e os debates voltados para a questão da aceitação das diferenças ganharam intensidade em nosso país. 
Avanços significativos começaram a ser notados a partir da proposta de inclusão de surdos no ambiente educativo. Com o objetivo incluir os surdos nos espaços, promoveu-se a compreensão das necessidades dos mesmos, assegurando oportunidades que correspondessem a essas demandas.
 O surdo passou a ser respeitado e sua cultura reconhecida. Com o passar dos anos a comunidade surda foi crescendo e assim as metodologias educacionais foram se modificando, se atentando a trabalhar com o potencial que os surdos carregam em si, valorizando sua identidade.
A proposta de educação de surdos passou a adotar a metodologia do bilinguismo, onde se permite o ensino da língua de sinais como primeira língua aos surdos e o ensino do português escrito como segunda língua. 
Os surdos passaram a ser notados pelos ouvintes e pelas políticas públicas. A Língua Brasileira de Sinais foi reconhecida por lei (LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002) e com isso houve um fortalecimento da comunidade surda e expansão na divulgação da LIBRAS em nosso país. 
Atualmente, sabemos que ainda existem muitos obstáculos na educação e inclusão de surdos em nosso país. O dilema entre a inclusão “física” e a inclusão real dos surdos é muito presente nas escolas do Brasil. É preciso haver uma compreensão sobre o processo de inclusão e o papel da escola nesse processo, para que os surdos tenham acesso a uma aprendizagem de qualidade que possa o preparar com efetividade, oferecendo todos os recursos necessários para que atue na sociedade.
Profissionais capacitados, precisam ser atuantes nesse processo educativo, respeitando as especificidades do surdo e considerando também a diversidade que há dentro da classe surda. Há de se preservar também a relação com a família do surdo, promovendo o diálogo, inserindo-os nesse processo educativo.

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