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SAUDE COLETIVA SEMINARIO 2

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
ODONTOLOGIA
TRABALHO APRESENTADO À DISCIPLINA DE SAÚDE COLETIVA II
				
SAÚDE COLETIVA II G4: SEMINÁRIO: EQUIPES DE SAÚDE BUCAL (ESB): PERSPECTIVAS FUTURAS: BARREIRAS, DESAFIOS E EXPECTATIVAS
ARIANNY PONTES RODRIGUES- RGM: 1949602-8
BRUNA SOUZA DE LIMA – RGM: 2035399-5
EDUARDO DIB SOUZA SANTOS JEREZ- RGM: 1950986-5
FERNANDA DE PAULA FARIAS BARBOSA- RGM: 2003472-5
GABRIELA MOTA DOS SANTOS- RGM:2074133-2
IGOR LEONARD FERNANDES DA SILVA- RGM: 2018937-1
JOÃO VICTOR SILVA DE ARAÚJO FERREIRA- RGM: 1988695-1
SIMONE NUNES GUIMARÃES COSTA – RGM: 2357517-4
THAYNA MANUELA R DOS SANTOS – RMG: 2199139-1
São Paulo
2020
ODONTOLOGIA
TRABALHO APRESENTADO À DISCIPLINA DE SAÚDE COLETIVA II
SAÚDE COLETIVA II G4:SEMINÁRIO: EQUIPES DE SAÚDE BUCAL (ESB): PERSPECTIVAS FUTURAS: BARREIRAS, DESAFIOS E EXPECTATIVAS
Trabalho apresentado à disciplina de Saúde Coletiva II do curso de Graduação em Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul, ministrada pela docente Profª Draª Eliete Rodrigues Almeida
São Paulo
2020
1. INTRODUÇÃO
Desde a sua criação e implementação em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, o Sistema Único de Saúde (SUS) vem evoluindo e se expandindo para atender o seu princípio de universalidade, que o Estado deve garantir a toda a população brasileira. Não diferente dos dias atuais, toda a história do SUS foi marcada por desafios, que suscitaram o surgimento de propostas para transformar esse sistema de atenção com o objetivo de dar o direito de saúde universal e gratuita a todos os brasileiros, com isso e desde então passamos pela criação de diversos programas que visavam o maior alcance possível, como o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) que contribuiu para a redução da mortalidade materna e infantil, principalmente nas áreas mais carentes de atenção, como o Norte e o Nordeste do país, o que fundamenta ainda mais o princípio de equidade, outra iniciativa importante foi a ampliação de equipes multidisciplinares no antigo PSF e atual ESF com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e a adoção de uma postura mais ativa para a Atenção Básica em Saúde Bucal e atenção de média complexidade com a implementação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOS) que foi fundamentado na Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), e vale ressaltar também a criação do Brasil Sorridente que tem como um de seus pressupostos a incorporação à ESF das ações de saúde bucal para atuar como um modelo de vigilância em saúde e garantir uma rede de atenção articulada com toda a rede de serviço e integralidade das ações de saúde bucal.
Anteriormente a essas ações e durante muitos anos, a atenção odontológica dentro do serviço brasileiro de saúde pública, era caracterizada basicamente pela assistência a grupos muito restritos da população, como as crianças em idade escolar, e o principal objetivo era basicamente a abordagem de temas como cárie e saúde periodontal. E só depois tivemos os programas mais abrangentes já citados que mostraram ações que se tornaram efetivas no cuidado com a saúde bucal coletiva, pois são legitimadas por indicadores que refletem o sucesso de acesso à saúde.
Portanto, com as mudanças já mencionadas podemos observar o comprometimento do SUS em incluir toda a demanda populacional em seus serviços e em ampliar a quantidade de serviços ofertados. Entretanto, apesar de toda essa articulação para promover a integralidade da saúde à maior massa populacional possível, há ainda inúmeros desafios e barreiras permeando cada etapa da expansão do SUS, isso inclui os obstáculos que as equipes de saúde enfrentam dentro do sistema, entre outras questões externas. Aqui iremos abordar mais precisamente os problemas que influenciam o trabalho das Equipes de Saúde Bucal no país e quais as expectativas para o futuro.
2.OBJETIVOS
O Objetivo do presente trabalho foi realizar um seminário abordando os desafios e barreiras das Equipes de Saúde Bucal (eSB) dentro da Equipe de Saúde da Família (ESF), demonstrando sua formação, distribuição, funções e desafios enfrentados pelos profissionais da área, além de pontuar perspectivas e expectativas futuras em relação aos problemas pontuados.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a preparação do presente seminário, foram realizadas pesquisas de consulta em literatura, utilizando recursos bibliográficos básicos e complementares recomendados pela disciplina além de artigos relacionados ao assunto. As pesquisas não apresentaram restrições quanto a editora, edição, volume ou ano de publicação.
4. DESENVOLVIMENTO
4.1 Formação da Equipe de Saúde Bucal e seus membros
 Antes da Constituição Federal de 1988 e da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), só tinham direito a assistência odontológica pública os trabalhadores contribuintes ao INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Assistência Social), a exemplo do que também acontecia em outros setores da saúde. Essa assistência priorizava as ações curativas, restritas e isoladas, em nível ambulatorial e de livre demanda, realizada individualmente pelo Cirurgião Dentista (CD). 
Com o SUS, o acesso universal da população aos serviços de saúde foi garantido legalmente e não mais se admite exclusão de grupos populacionais, dessa forma foi proposto pelo Ministério da Saúde a inclusão das Equipes de Saúde Bucal (eSB) na Estratégia Saúde da Família (eSF). Essa inclusão se deu através da Portaria 1.444 de dezembro de 2006. Poucos meses depois, foi publicada também a Portaria 267 de março de 2001, que regulamentou e estabeleceu o Plano de Reorganização das Ações de Saúde Bucal na Atenção Primária, descrevendo o elenco de procedimentos compreendidos nesse nível de atenção, bem como os tipos de equipe:
MODALIDADE I
· Cirurgião Dentista;
· Auxiliar em Saúde Bucal (ASB) ou Técnico em Saúde Bucal (TSB);
MODALIDADE II
· Cirurgião Dentista;
· ASB ou TSB;
· TSB;
MODALIDADE III
· Unidade Odontológica Móvel
4.2 Ações das Equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família
· Ações de promoção e proteção de saúde;
· Ações de recuperação;
· Prevenção e controle de câncer bucal;
· Incremento da resolução da urgência;
· Inclusão de procedimentos mais complexos na Atenção Básica;
· Inclusão da reabilitação protética na Atenção Básica.
“O principal objetivo da eSB dentro da ESF é criar um espaço de práticas e relações a serem construídas para a reorientação do processo de trabalho e para a própria atuação da saúde bucal no âmbito dos serviços de saúde. Dessa forma, o cuidado em saúde bucal passa a exigir a conformação de uma equipe de trabalho que se relacione com usuários e que participe da gestão dos serviços para dar resposta às demandas da população e ampliar o acesso às ações e serviços de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal, por meio de medidas de caráter coletivo e mediante o estabelecimento de vínculo territorial” (MINISTÉRIO DA SAÚDE).
4.3. Problemáticas enfrentadas pelas Equipes de Saúde Bucal 
4.3.1. Equipes desfalcadas e distribuição do acesso aos serviços
Como já mencionado, as Equipes de Saúde Bucal no Brasil podem apresentar algumas configurações, e apesar da Política Nacional de Atenção Básica definir a organização dessas modalidades ainda há equipes defasadas, contando apenas com o Cirurgião Dentista, o que impossibilita o atendimento mais completo, já que não há o devido auxílio ao profissional atuando e consequentemente este não consegue atender a demanda esperada. 
Devido ocorrência dessa situação, o Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Melhoria de Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), que tinha como objetivo fomentar a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da atenção em saúde com a garantia de um padrão de qualidade comparável nacional, regional e local, de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à atenção básica. É um recurso importante no planejamento de ações de monitoramento e avaliaçãoem saúde.
Entretanto, existem poucos estudos avaliando o processo de trabalho das equipes de saúde bucal com dados da avaliação externa do PMAQ. Dois estudos demonstraram que há desigualdade regional de acesso dos usuários aos serviços de saúde bucal e também em relação à oferta de procedimentos pelas equipes de saúde bucal, ou seja, os serviços de saúde bucal das regiões Norte e Nordeste apresentaram piores indicadores de acesso e oferta.
Um ponto interessante é que as Equipes de Saúde Bucal tipo II estão mais presentes em municípios que apresentem condições sanitárias melhores, enquanto 8,9% das equipes contam apenas com o Cirurgião Dentista, e nesse caso, claro, configura um trabalho isolado, não mais em equipe, essa situação ocorre em regiões menos favorecidas e isso foi demonstrado ao ponto que se considerarmos variáveis como IDH, mais uma vez o resultado do processo de captação de recursos para saúde bucal em saúde pública é prejudicado em relação à regiões mais carentes.
Além disso, é visto que há a predominância de ESB tipo I, a explicação para isso é que há a maior captação de ASB do que TSB pelas gestões municipais, é preciso considerar, também, que há mais recursos humanos com formação em cursos de auxiliar de saúde bucal do que curso de técnico de saúde bucal, refletindo na possibilidade de inserção no trabalho em saúde pública. Este resultado também foi encontrado por outro estudo que analisou a distribuição do tipo de equipe de saúde bucal no estado de Pernambuco, entre os anos de 2002 e 2005, onde a expansão da ESB tipo I se deu mais intensamente que a tipo II, ou seja, o crescimento da ESB tipo I foi 327,14% e da ESB tipo II foi 125,92%.
E ainda comentando sobre a desigualdade de distribuição e consequente dificuldade de acesso em relação as equipes de saúde, foi delineado um estudo transversal exploratório, utilizando dados secundários do segundo ciclo do PMAQ-AB (2013-2014) disponibilizados pelo Ministério da Saúde, no artigo “Processo de trabalho em saúde bucal na atenção básica: desigualdades intermunicipais evidenciadas pelo PMAQ-AB” que verificou a importância que a regionalização seja efetiva, e que a rede de atenção à saúde bucal seja organizada de forma equânime, para incluir esses municípios, este estudo demonstrou ainda que, no Paraná, ESB que participaram do PMAQ-AB apresentaram desempenhos diferentes quanto à organização do processo de trabalho. 
Mesmo submetidas às mesmas diretrizes federais e políticas de saúde estaduais, a condição social, demográfica e econômica dos municípios associou-se com o desempenho das ESB, principalmente ao comparar os municípios dos estratos mais altos e mais baixos do índice utilizado. Miclos et al.35 analisaram dados do primeiro ciclo do PMAQ-AB e indicadores obtidos no Sistema de Informação do SUS verificaram alto percentual de ineficiência dos municípios de pequeno porte em relação aos demais portes populacionais. Ou seja, mais uma vez os municípios mais inferiorizados socialmente tendem a ter menor cuidado. 
4.3.2. Lei do Cuidado Inverso e Equidade
Isso nos leva a pensar sobre a Lei do Cuidado Inverso, que diz que a disponibilidade e o acesso aos serviços de saúde são menores para a população com mais necessidades, a lei de prevenção inversa tem sido citada por alguns pesquisadores como uma situação em que aqueles com maiores necessidades de se beneficiar com intervenções preventivas em nível coletivo são os menos propensos a recebê-las. Nessas situações, a intervenção seria mais benéfica para os grupos populacionais mais favorecidos (de baixo risco) do que para os grupos menos favorecidos (alto risco) gerando como consequência um aumento nas iniquidades sociais em saúde.
Um exemplo já reconhecido da lei da prevenção inversa é a oferta de água fluoretada em sistemas de abastecimento, que representa a medida coletiva mais eficaz para prevenir a cárie dentária, pois reduz a sua prevalência utilizando do baixo custo. Além disso, reduz a necessidade de tratamento odontológico e potencialmente pode minimizar as desigualdades na sua ocorrência entre os grupos com status socioeconômico diferentes.
A equidade é um dos princípios fundamentais norteadores do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Na legislação fala-se em “igualdade de assistência” (item VII, art. 7o da lei 8.080), como sinônimo de equidade. No entanto, a conformação de um sistema de saúde equânime pode se modificar muito, dependendo da definição adotada para o termo. O grau de equidade de um sistema de saúde é também determinado por vários fatores; entre os mais importantes, a forma de distribuição de recursos financeiros. É necessário considerar, ainda, a proximidade – ou distância –entre a “letra da lei” e as condições reais de saúde da população. Nesse sentido, para declarar a equidade como um princípio norteador do SUS, é fundamental saber até que ponto a legislação e as normas que o conformam propiciam melhorias nessas condições.
Quanto a equidade de condições, para haver, de fato, oportunidades iguais para todos os membros da sociedade, a equidade precisa ser observada também no “ponto de partida”: Apenas pessoas submetidas às mesmas condições de vida podem vir a ser consideradas “em igualdade” para competir com base em habilidades e méritos individuais. Esta é, sem dúvida, uma concepção mais completa e complexa, que possibilita a inclusão de aspectos estruturais na determinação do grau de mobilidade das diferentes classes sociais. E a equidade dos efeitos ou resultados, nele, a legislação e ou- traz medidas políticas que procuram compensar os efeitos das desigualdades de condições sociais. Mecanismos de discriminação positiva precisam operar em favor de grupos menos privilegiados que têm, assim, suas oportunidades aumentadas, assegurando a equidade nos resultados.
4.3.3. Problemática externa: Fluoretação da água
Para demonstrar a problemática gerada pela desinformação ou até por questões de manobras políticas que por vezes tem consequente dano à tentativas de implementação de melhorias no âmbito da saúde, mencionaremos aqui também um estudo descritivo por meio de pesquisa documental, tomando como caso o Projeto de Lei (PL) nº 510/2003 apresentado na Câmara dos Deputados do Congresso Nacional do Brasil. Este caso foi selecionado por pleitear a revogação da Lei nº 6.050, de 24 de maio de 1974, que “dispõe sobre a fluoretação da água em sistemas de abastecimento quando existir estação de tratamento”, uma importante tecnologia de saúde pública recomendada por eminentes instituições científicas, sanitárias e profissionais ao redor do mundo em decorrência de sua efetividade e segurança.
 O projeto de lei visava a revogação da fluoretação da água no Brasil, três deputados de partidos distintos, órgãos do Poder Executivo federal, agências reguladoras e entidades representativas da categoria odontológica, da saúde pública/coletiva, da engenharia sanitária e das empresas de saneamento participaram diretamente do debate em que emergiram os princípios da segurança da intervenção, dos custos econômicos e do direito à saúde. 
Em relação às estratégias discursivas utilizadas, os principais elementos invocados no debate da política intersetorial de saúde foram o princípio da incerteza, criando-se falsas categorias científicas a fim de sobrevalorizar os efeitos desfavoráveis e sustentar a implementação de medidas individualizantes. Com isso concluímos que além dos problemas internos e conflitantes que as equipes de saúde bucal tendem a enfrentar todos os dias, existem ainda problemas que envolvem estratos burocráticos além do que se pode lidar, que são permeados, na maioria das vezes por questões políticas e econômicas, não levando em conta pontos importantes à saúde da população.
4.3.4. Distorção da importância da Equipe de Saúde Bucal
Um estudo de 2012, demonstrou que cerca de 11.105 (31,3%) das UBS no Brasil não apresentavam serviços de saúde bucal, pois não contavam com equipes de saúde bucal implantadas. Isso significa que, apesar da expansão da estratégia saúde dafamília, a saúde bucal não estava acompanhando de forma equitativa a implantação dos serviços de atenção primária em saúde pública. Fato, pois, a partir do princípio da integralidade do Sistema Único de Saúde, a saúde bucal pode ser compreendida como algo inerente à saúde humana e que não pode ser separada ou não considerada quando o objetivo é o cuidado. Precisamos avançar na reorganização política nacional de atenção básica, com vistas a inclusão da equipe de saúde bucal como parte da equipe mínima, pois os trabalhadores da saúde bucal apresentam o papel fundamental no cuidado em saúde bucal, o que não é exercido de forma integral por outro membro da equipe de saúde.
O artigo -Os desafios de se trabalhar em equipe (Peruzzo HEO)- ressaltou um ponto importante que confirma a questão abordada acima, que foi observado que a exclusão dentro do ambiente de trabalho que contam com equipe de saúde bucal também está relacionada com as relações e papéis dentro da equipe, de modo que, por vezes, os demais membros acabam excluindo a saúde bucal das atividades da ESF por julgarem que nem todas as questões do cotidiano são de interesse deles.
Além disso, outras questões e atitudes inflexíveis de relacionamento podem interferir de maneira negativa na realização do trabalho integrado, tais como: profissionais não cooperativos, estruturas organizacionais rigidamente hierarquizadas, desigualdade social entre os membros da equipe e a alta rotatividade dos profissionais nos serviços. Além de contribuírem para o surgimento de dificuldades relacionadas a recursos humanos, outros fatores também poderão interferir na assistência oferecida à comunidade, como quantitativo de profissionais insuficiente e mão de obra não qualificada, como já mencionado.
4.4. Número atual de Equipes de Saúde Bucal no Brasil
A estimativa feita agora em 2020 pelo Ministério da Saúde é que pelo menos 45.796 mil equipes de Saúde da Família (eSF) e 28.980 equipes de Saúde Bucal (eSB) atendam a população neste ano. O Marco da Atenção Primária foi instituído no país pela Portaria n° 3.566, publicada em dezembro do ano passado (2019), que fixou o quantitativo mínimo de equipes, com a garantia de recursos federais, para assegurar a assistência contínua aos pacientes do SUS.
Essas equipes são formadas por médicos, enfermeiros, técnicos ou auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde, e podem fazer parte também dentistas e técnicos ou auxiliares de saúde bucal. Esses profissionais atuam nos serviços da Atenção Primária, que ficam próximos às residências dos cidadãos, onde é possível realizar consultas, exames de diagnóstico, administração de vacinas, entre outros cuidados.
Essas equipes, que estão aptas a serem financiadas pelo Governo do Brasil, têm carga horária de 40 horas semanais. A ideia é ampliar ainda mais o acesso da população atendida nas Unidades de Saúde da Família, que atualmente cobrem mais de 149 milhões de pessoas, por meio do trabalho de 43.223 equipes. A meta do Ministério da Saúde, pactuada com as Secretarias de Saúde estaduais e municipais, é chegar a 50 mil Equipes de Saúde da Família até 2022, alcançando 172,5 milhões de pessoas. 
4.5. Coordenação do SUS e da Saúde Bucal no Brasil
4.5.1. SUS
Para compreendermos como funciona a coordenação do SUS, é necessário saber que o sistema distingue Gestão e Gerência. Sendo assim, a Gerência seria como a administração de uma unidade ou órgão de saúde (ambulatório, hospital, instituto, fundação, etc) que se caracterizam como prestadores de serviços do SUS. E Gestão como a atividade e responsabilidade de comandar um sistema de saúde (municipal, estadual ou nacional) exercendo as funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria. 
Os gestores do SUS são os representantes de cada esfera de governo designados para o desenvolvimento das funções do Executivo na saúde, a saber: no âmbito nacional, o Ministro da Saúde; no âmbito estadual, o Secretário de Estado da Saúde; e no municipal, o Secretário Municipal de Saúde. Sendo atualmente:
Luiz Henrique Mandetta – Ministro da Saúde;
José Henrique Germann -Secretário de Estado da Saúde SP;
Edson Aparecido dos Santos – Secretário Municipal de Saúde SP.
Portanto existem atribuições, regidas pela Lei Orgânica da Saúde, nacionais, estaduais e municipais para gestão do SUS. Quanto ao financiamento, segundo os artigos 195 e 198 da Constituição Federal, o financiamento do SUS é uma responsabilidade comum da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios, sendo sua maior parcela proveniente do orçamento da União.
4.5.2. Saúde Bucal e financiamento
Os instrumentos de planejamento da saúde – Plano de Saúde e suas respectivas Programações Anuais e o Relatório de Gestão – devem orientar, no que se refere à política de saúde, à elaboração dos instrumentos de planejamento e ao orçamento do governo: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) para os três entes da Federação
∙ A Lei nº 141/2012, em seu art. 36, § 2º, estabelece que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios deverão encaminhar, para aprovação do respectivo Conselho de Saúde, a Programação Anual de Saúde, antes da data de encaminhamento da LDO do exercício correspondente ao Legislativo, de forma a garantir que o setor Saúde esteja contemplado nas regras dispostas na LDO aplicáveis ao ano subsequente.
4.6. Estratégias e alternativas para superar os desafios e perspectivas futuras
Tendo em vista a presença de equipes de saúde bucal mais elaboradas, isto é, de fato com os integrantes necessários, como o que é estabelecido, mas somente em áreas mais desenvolvidas, é necessário a compreensão da gestão em apoiar a ESB de modo que seja possível distribuir o número de equipes que consta nas metas abordadas em 2020 e já mencionadas aqui, a fim de proporcionar o maior alcance possível da população e principalmente das comunidades mais precárias, onde usando do pensamento da Lei de Cuidado Inverso, há a maior necessidade de atenção no atendimento em saúde, ou seja, é preciso regionalizar essas equipes.
Além disso, é importante o suporte às Equipes de Saúde Bucal, dentro das Equipes de Saúde da Família ressaltando a importância do trabalho do profissional Cirurgião Dentista e sua equipe, bem como ASB e TSB, com o objetivo de promover um maior reconhecimento e respeito a essa área para que seja possível a maior inclusão desta na integralidade da atenção em saúde, em benefício dos usuários do sistema.
E outro ponto a se considerar é a equidade em estrutura orçamentária e de número de indivíduos da equipe além da estrutura ambiental, bem como materiais e outras demandas, sendo baseada nas necessidades reais de cada região, proporcionando maior alcance do trabalho das equipes de saúde, o que é de bom tom salientar é que essa atenção também seja depositada às equipes de saúde bucal.
Como já abordado, o SUS tende a evoluir, e é esperado que todas as áreas que o compõe sigam essa progressão. As perspectivas em relação a saúde bucal no Sistema Único de Saúde, de acordo com o Ministério da Saúde serão baseadas em ações como a expansão do número de equipes de saúde para esse ano, também a realização do SB Brasil 2020 que irá avaliar a evolução da saúde bucal do Brasil nos últimos dez anos, examinando aproximadamente 30 mil brasileiros e a instituição responsável pelo estudo epidemiológico será a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Outra iniciativa que gera expectativa é o repasse de 36, 6 milhões de reais para atendimento odontológico no SUS, destinado a atender 7 milhões de pessoas, em 841 municípios, o valor será destinado à compra de equipamentos odontológicos. 
5. CONCLUSÃO
Tendo em vista todos os pontos problemáticos abordados no tema proposto por este trabalho, é possível observar que devido a questões geográficas, demográficas, políticas e econômicas o Brasil apresenta certa dificuldade em atender toda a demanda da população brasileira dentrodos serviços odontológicos públicos, porém é visível o esforço das equipes, ao passo que há comprovação de indicadores epidemiológicos sobre o bom funcionamento de muitas dessas ESB em algumas regiões, contudo, enquanto houver pessoas necessitadas mas não contempladas por esse serviço que diz ser universal ainda haverá muito trabalho a se fazer, esforço esse que deve ser multiprofissional, multidisciplinar, que deve englobar todos os estamentos que regem o SUS, toda a ESF para que não exista meio termo em relação à empenho, compromisso ou dedicação no trabalho individual e em equipe, em prol de um bem maior.
6. REFERÊNCIAS
• A Saúde Bucal no Sistema Único de Saúde – Brasília –DF/ 2018. – Disponível em: Acesso em: 18/03/2020; 
• BALDANI, Márcia Helena; RIBEIRO, Ana Elisa; GONÇALVES, Jéssica Rodrigues da Silva Noll; DITTERICH, Rafael Gomes. Processo de trabalho em saúde bucal na atenção básica: desigualdades intermunicipais evidenciadas pelo PMAQ-AB. Saúde Debate, v.42, n.1, p.145-162, 2018;
 • Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A gestão do SUS/ Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2015;
 • Brasil. Lei nº 6.050, de 24 de maio de 1974. Dispõe sobre a fluoretação da água em sistemas de abastecimento quando existir estação de tratamento. – Disponível em: Acesso em: 18/03/2020;
 • DUARTE, Cristina Maria Rabelais. Equidade na legislação: um princípio do sistema de saúde brasileiro? Ciência e Saúde Coletiva, v.5, n.2, p.443-463, 2000; 
• Lei de prevenção inversa: é possível que as intervenções em saúde pública aumentem as desigualdades sociais? Por Gabriela Lamarca e Mario Vettore 11/04/13, BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Acesso em 15/03/2020;
 • MARTINS, Paulo Henrique Silva; et al. Desigualdades na distribuição das equipes de saúde bucal no Brasil. Stomatos, v.23, n.45, p.4-13, 2017; 
• NETO, Antonio Carlos de Souza; FRAZÃO, Paulo. Princípios invocados numa política intersetorial de saúde: o caso da fluoretação da água no Brasil. Saúde Soc., v.29, n.1, p.1-11, 2020; 
• PERUZZO, Hellen Emília; et al. Os desafios de se trabalhar em equipe na estratégia saúde da família. Escola Anna Nery, v.22, n.4, p.1-9, 2018;

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