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Placas cimentícias em estruturas Light Steel Frame- Análise em patologias em juntas- Luan Banruque

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Placas cimentícias em estruturas Light Steel Frame 
Análise de patologias em juntas entre placas cimentícias 
 
Introdução 
 
Atualmente no crescente mercado da construção a seco, há diversas opções de 
materiais voltados para revestimentos, sendo os mais utilizados as chapas de gesso 
acartonado, utilizadas para fechamentos internos e advindas do sistema drywall que 
atua em conjunto com o Light Steel Frame, e as placas cimentícias, voltadas para uso em 
áreas externas como fachadas, forros, beirais e áreas úmidas internas, principalmente 
banheiros. 
Assim como as chapas de gesso acartonado que possuem diversas opções e locais para 
uso- chapa RF “rosa” para áreas solicitadas à resistência ao fogo e chapa RU “verde” 
para locais com incidência de umidade, por exemplo-as placas cimentícias são 
encontradas com diversas opções de espessuras, composição e tratamento de juntas e 
superfície, variando conforme local para uso e especificação do fabricante. 
Por serem utilizadas principalmente para revestimentos de fachadas e locais em áreas 
externas, as placas cimentícias estão sujeitas a ação direta de intempéries como sol e 
chuva, sendo necessário grande desempenho para evitar surgimento de fissuras e 
trincas causadas por ações de dilatação/retração e higroscopia, sendo um material 
técnico que exige estudos e ensaios para obter desempenho adequado. 
Para se entender as causas das patologias e suas profilaxias relacionadas à situação de 
trincas e fissuração, é necessário entender as características distintas dos tipos de placas 
presentes no mercado assim como os tratamentos utilizados nos mesmos. 
Definição 
 
As placas cimentícias, assim como a chapa de gesso acartonado, são materiais utilizados 
em escala mundial em países onde o sistema construtivo frame é utilizado, tanto Steel 
Frame quanto Wood Frame. Devido a este fator, existem normas para padronizar a 
placa, visando sua qualidade e segurança. Entre as diversas normas, existem poucas 
diferenças entre as especificações e ensaios, variando conforme país, porém em quase 
sua totalidade a base é seguida pela ISO 8336 (de âmbito internacional). Em países 
europeus segue-se principalmente a EN 12467, nos países da América do Norte utiliza-
se a ASTM C 1185. No Brasil, utiliza-se a NBR 15498/2016. 
A definição de placa cimentícia sofre breve variação em sua nomenclatura, porém há 
um padrão em relação aos seus componentes: 
Segundo a NBR 15498/2016-placas de fibrocimento sem amianto-Requisitos e métodos 
de ensaio, as placas cimentícias são “produtos resultantes da mistura de cimento 
Portland, agregados, adições ou aditivos com reforço de fibras, fios, filamentos ou telas, 
com exceção de fibras de amianto.” 
Na normativa europeia EN 12467- Fiber cement sheet, “As placas devem consistir 
essencialmente de cimento ou de silicato de cálcio, o produto químico resultante da 
reação do silício com o calcário, reforçadas com fibras, formando a massa de cimento. 
As fibras de reforço devem satisfaze a um dos seguintes requisitos: elementos dispersos 
na superfície, feixes de ponta a ponta ou fitas, telas ou tecidos”. 
A ISO 8336- Fiber Cement sheets determina que as “placas planas de fibra de cimento 
são compostas essencialmente de cimento ou de silicato de cálcio formado pela reação 
química de um silicato e um material calcário, reforçado por fibras (ver 3.9). Para auxiliar 
no recebimento de cargas, podem ser adicionados pigmentos agregados e que são 
compatíveis com o cimento reforçado com fibras. Os reforços devem ser a combinação 
dos seguintes materiais como fibra de celulose; fibra sintética orgânica ou inorgânica; 
fibra de vidro. 
No mercado nacional existem dois tipos distintos de placa cimentícia conforme sua 
composição e características: fibrocimento e liga cimentícia. Além da composição, 
diferem também em relação aos tratamentos. Nesta análise, será retratada os 
tratamentos mais utilizados em edificações conforme recomendações dos fabricantes 
existentes no mercado nacional. 
As patologias oriundas de natureza estrutural, também um dos motivos que ocasionam 
as trincas, não será abordado, visto ser uma análise complexa e que exige estudos de 
várias informações como contraventamento, sobrecargas na estrutura, momento fletor, 
flambagem excessiva, movimentações causadas por acomodação da estrutura no 
terreno, etc. Os itens e informações descritas foram obtidas através de testes e 
acompanhamentos diversos de obras, onde constatou-se que as patologias 
apresentadas não foram causadas pela estrutura, mas sim relacionadas ao material de 
revestimento, no caso a placa cimentícia/fibrocimento. 
 
 
Placa tipo “fibrocimento” 
 
As placas tipo fibrocimento são adaptações planificadas de telhas fibrocimento. 
Possuem em sua composição cimento prensado com papel celulose e adicionado 
filamentos sintéticos como fibra de vidro ou materiais similares. São também 
impermeabilizadas. A celulose foi incluída na sua composição em substituição às fibras 
de amianto, cancerígenas e proibidas por lei. 
Como principais características, a flexibilidade causada pelo uso do papel celulose e o 
elevado peso devido à sua composição (uma placa de 10 mm de espessura possui peso 
aproximado de 50 kg). São utilizadas principalmente para revestimentos diversos de 
fachadas, forros e beirais, sendo possível também encontrar no mercado placas com 
revestimento pronto de fábrica, imitando aço ou madeira, visando uso decorativo. 
 
Juntas 
 
Os métodos encontrados para tratamento e proteção das juntas são a invisível e a 
aparente. 
A junta aparente é mais utilizada quando indica-se o uso da placa aparente para projetos 
arquitetônicos que solicitam uso de linhas/juntas aparentes, visando a estética da 
edificação e como acabamento semelhante ao concreto aparente, principalmente para 
design industrial. As bordas das placas são quadradas. 
A junta invisível é o método mais utilizado entre placas que utiliza como principais 
materiais massa emborrachada e fita de junta. As bordas das placas são rebaixadas, 
assim como as placas de gesso acartonado, para evitar diferenças de nível entre a 
superfície da placa e da junta, interferindo no acabamento a ser realizado 
posteriormente. 
 
 
Junta aparente 
As juntas aparentes podem variar conforme fabricante em sua recomendação de 
execução, porém a forma mais encontrada é a aplicação de Primer entre as juntas, 
instalação ou não de cordão de polietileno expandido tipo “Tarucel” e em seguida 
aplicação de selante elástico à base de poliuretano, como mástique ou selante PU. 
 
Detalhe composição junta aparente 
 
 
 
Fachada com placas de juntas aparentes 
Juntas invisíveis 
 
As juntas são tratadas através dos seguintes processos; 
I. Limpeza da superfície das placas e entre as mesmas, visando retirar impurezas; 
II. Aplicação de Primer na região das juntas, para garantir maior aderência da massa 
emborrachada a ser aplicada, pois visto que as placas são impermeabilizadas, 
possuem a dificuldade de garantir boa aderência aos produtos nela aplicados; 
III. Instalação de cordão delimitador, geralmente de polietileno expandido 
comumente chamado “Tarucel”, entre as juntas das placas, para evitar que a 
massa emborrachada fique ancorada na base inferior, geralmente a membrana 
impermeável, além de manter a proporção de Largura x Altura da junta; 
IV. Aplicação de massa emborrachada na junta entre as placas; 
V. Aplicação de fita de fibra de vidro de 5cm; 
VI. Aplicação de nova camada de massa emborrachada; 
VII. Instalação de fita de fibra de vidro de 10cm; 
VIII. Aplicação de nova camada de massa emborrachada. Nesta última, é necessário 
mantê-la nivelada com a superfície da placa. Conforme tempo de cura da massa, 
a mesma pode retrair, sendo necessário aplicação de mais camadas para correto 
nivelamento. 
Em todos os processos onde há a aplicação de Primer e entre camadas de massaemborrachada, é necessário aguardar tempo de cura, e a massa pode retrair durante 
seu processo de secagem, sendo necessário camadas de massa até o nivelamento 
correto. Ao todo, o processo pode levar no mínimo 72 horas até sua finalização, 
respeitando o tempo de cura dos materiais. 
 
 
 
Exemplo do tratamento de juntas entre placas fibrocimento 
 
Parede com juntas invisíveis 
Após a cura total das juntas, o acabamento é realizado conforme especificação do 
fabricante, porém em diversos tipos de placas é necessário aplicação de massa 
específica especial em toda a superfície, realizando os procedimentos de pintura com 
tinta elastomérica ou semelhante. 
 
 
Patologias em juntas de placas fibrocimento 
 
Devido ao processo de fabricação da placa fibrocimento, prensadas com pasta de 
cimento e papel celulose, possuem a capacidade de grande dilatação no sentido 
longitudinal, ou seja, sentido a qual foi produzida. Com isto, ao desempenharem sua 
função de revestimento em fachadas, estão diretamente expostas à incidência solar e 
aumento de sua dilatação/movimentação. As tensões encontradas em estruturas 
concentram-se principalmente em vãos e cantos de materiais por serem áreas 
consideradas mais frágeis (situação encontrada no uso de vergas e contravergas em vãos 
de portas e janelas). No caso de fachadas revestidas com placas e materiais 
semelhantes, a situação é a mesma: as tensões concentram-se principalmente nas 
juntas e cantos, exigindo maior resistência dos materiais aplicados nas juntas como fitas, 
selantes e massa emborrachada. 
Em alguns casos analisados, verificou-se que as placas se movimentaram 
excessivamente, concentrando tensões excessivas em seu perímetro acima das quais os 
materiais aplicados nas juntas foram dimensionados para suportar, causando 
descolamentos, empolamentos e ruptura das juntas. Os parafusos também sofreram 
principalmente nos perímetros das bordas, causando trincas nas placas e diminuindo 
sua resistência. Com estas aberturas nas juntas, é passível de ocorrer infiltração de água 
da chuva, aumento os danos na edificação. 
Uma característica da placa fibrocimento e que influencia em seu desempenho e pode 
contribuir para surgimento de fissuras e trincas é o fato de ela ser composta por várias 
camadas de celulose e cimento. Ao receber incidência de calor e umidade, juntamente 
com o envelhecimento natural o qual os materiais estão propensos a sofrerem, sua 
impermeabilização fabril perde resistência e permite a absorção maior de umidade, 
causando inchamento na presença de umidade e secagem na evaporação. Com este 
processo, a placa começa a delaminar e perder sua resistência, causando 
desprendimento da estrutura em situações mais avançadas de envelhecimento. 
 
 
 
 
No caso do tratamento de juntas, mesmo utilizando fitas entre 50mm e 100mm de 
largura, não tornam-se suficiente para suportar as solicitações de tensões transmitidas 
pelas placas, havendo em algumas situações um carregamento excessivo de tensões 
acima das quais as fitas suportam, devido à área mínima de atuação e ancoragem das 
mesmas, evoluindo para trincas e desprendimentos. 
Outros fatores a serem analisados antes da especificação e execução de fachadas com 
juntas tanto aparentes quanto invisíveis é a utilização de pinturas elastoméricas, de 
elevada elasticidade, capazes de acompanhara movimentação exigida pelas placas 
fibrocimento. Caso o material não possua essa capacidade de resiliência, poderá 
desprender-se da superfície, causando descolamentos e descascamentos. Observa-se 
que pelo fato de a placa ser totalmente impermeabilizada, não permite uma correta 
ancoragem de revestimentos, devendo os mesmos possuírem a denominada 
Camadas de celulose e cimento 
“ancoragem química”, sendo basicamente utilizado produtos químicos em sua 
composição voltados para a ancoragem correta nestas superfícies. 
As massas emborrachadas utilizadas nas juntas também apresentam dificuldade em 
garantir aderência de acabamentos, havendo dificuldade no mercado de encontrar 
materiais que possam garantir essa aderência. As massas, além da dificuldade de 
aderência, podem também apresentar uma perda de memória de elasticidade no 
envelhecimento e ou em casos em que há grandes movimentações. Com isto, ocorre 
desprendimento dos acabamentos e baixo desempenho das juntas, gerando trincas e 
desprendimento da massa. 
 
 
 
 
No caso dos acabamentos, é necessário análise mais aprofundada do tipo de material a 
ser utilizado assim como as características que a placa fibrocimento possui, pois, 
utilizando materiais com desempenho inferior ao recomendado, é passível de haver 
patologias. 
Outro fator a ser levado em consideração é a necessidade de uso de pinturas 
elastoméricas para acabamento, pois nas movimentações a qual a parede é solicitada, 
a pintura deverá possuir esta capacidade de movimentar-se, pois caso contrário perde 
sua ancoragem, causando descascamentos e fissuras na superfície. 
Em caso de uso de revestimentos cerâmicos, o indicado é o uso de argamassa ACIII 
flexível ou conforme recomendado pelo fabricante, sendo que alguns possuem produtos 
Fissuras causadas por sobrecarga 
de movimentação 
Fadiga e ruptura do material de 
preenchimento das juntas 
específicos para este fim. Algumas industrias recomendam também que caso seja 
realizado revestimentos de placas cerâmicas ou pedras, seja aplicado previamente 
chapisco com aditivo especifico antes do assentamento dos materiais, visando 
aumentar a ancoragem. 
Outra patologia encontrada nas situações é o estufamento das juntas, onde formam-se 
ressaltos entre a placas, conforme a área da fachada pode ser marcada todas as juntas, 
tanto no sentido vertical quanto no horizontal. Este tipo de ocorrência é causado pela 
falta do espaçamento/distancia menor que o recomendado pelo fabricante do material. 
No momento da movimentação da placa, por não haver espaço de fuga, encosta na 
placa ao lado, empurrando a massa da junta e causando estes ressaltos. Conforme 
aumento da movimentação, pode ocasionar quebra e desprendimento da estrutura. 
Este fato é corrigido seguindo o espaçamento correto entre placas. É necessário prever 
também juntas de dilatação, variando conforme fabricante da placa fibrocimento. 
 
 
Parede com juntas estufadas causadas por falhas no espaçamento entre placas ou 
movimentações causadas por dilatação/retração excessiva 
 
 
Placa tipo “liga cimentícia” 
 
As placas tipo “liga cimentícia”, ou somente placa cimentícia, são compostas por liga de 
cimento, agregados e aditivos que conferem resistência à umidade e aumento nas 
propriedades termo acústicas, sendo estruturas em sua grande maioria por tela de fibra 
de vidro nas duas faces, sistema denominado “open mesh”. 
Surgiu nos Estados Unidos, sendo um material para uso em conjunto com a chapa 
drywall (gesso acartonado) para uso em áreas externas onde exige-se grande resistência 
além do calor e chuva, da neve e frio principalmente nas regiões próximas aos trópicos 
polares. Sua espessura mais utilizada é de 12.5mm, próxima ao das chapas drywall, 
facilitandoa compatibilização do projeto que utiliza ambas as placas. Além dos 
revestimentos de fachada, é utilizada como substrato para aplicação de revestimento 
“EIFS” (External Insulation Finish System, voltado para aumento no desempenho 
térmico, comumente encontrado em regiões frias). Seu uso como substrato é indicado 
devido à elevada resistência à dilatação e proteção contra umidade. 
Como principais características e vantagens em relação à placa fibrocimento, são o baixo 
peso devido o fato de sua liga possuir agregados leves sem perder resistência, 
estruturação por tela de fibra de vidro que minimiza a dilatação em qualquer sentido, 
visto que a trama da tela possui a mesma gramatura que o urdume, não havendo sentido 
com trama menor da tela. O recorte é simples e realizado apenas comestilete, 
semelhante a chapa drywall, sendo um método que não gera pó, ao contário das chapas 
de fibrocimento que somente são recortadas utilizado serra circular para 
mármore/granito. 
 
 
Detalhe das características da placa cimentícia com sistema 
denominado “open mesh” 
 
 
 
 
Tela de fibra de vidro 
Tela de fibra de vidro 
Núcleo de liga de cimento com agregados 
Juntas 
 
Para as placas cimentícias, é realizado o tratamento das juntas e também o tratamento 
e estruturação de toda a superfície. 
Este método, denominado como Base Coat, também pode ser chamado de DEFS- Direct 
Applied Exterior Finish Systems- Sistema de aplicação de acabamento exterior, onde as 
juntas entre as placas são tratadas com massa específica e fita de junta composta por 
fibra de vidro, largura mínima de 100 cm, sendo em seguida aplicado em toda a 
superfície da placa a massa especifica tipo Base Coat juntamente com tela de fibra de 
vidro, dimensões variadas, onde este conjunto funciona como uma superfície monolítica 
que absorve as movimentações causadas por dilatação/retração, absorvendo e 
neutralizando as tensões causadas por estes fenômenos. 
Com este tipo de aplicação, utilizando materiais específicos determinados pelos 
fabricantes das placas, o risco de patologias é praticamente nulo, visto que o sistema foi 
desenvolvido para este princípio. 
As bordas das placas não precisam ser rebaixadas, podendo ser quadradas, pois, visto 
que como toda a superfície será tratada com massa específica, também ficará nivelada. 
 
 
Processo de tratamento de superfície: estruturação das juntas 
 
Os espaços entre as placas cimentícias, geralmente 3 mm, são preenchidas totalmente 
com massa especifica, podendo ser a mesma que será aplicada em toda a superfície ou 
outro tipo variando conforme fabricante. Em seguida, é instalada a fita de junta 
constituída por fibra de vidro, de dimensões variadas, porém o mínimo é de 10 cm de 
largura. Após a instalação é aguardo o tempo de cura conforme secagem da massa. 
Em testes e estudos, verificou-se que a fita de junta atua como auxilio na estrutura das 
juntas entre placas, onde somente a aplicação dela não é suficiente para total 
estruturação e neutralização de tensões, absorvendo tensões de grau secundário 
presente nas juntas (quando há baixa movimentação). Ela estrutura estes locais e em 
conjunto de forma secundária com a tela de fibra de vidro que ficará em toda a 
superfície minimizará as fissuras. 
 
 
Fachada residencial com estruturação das juntas antes do tratamento de superfície 
 
Nos cantos e ângulos de 90° é recomendado a estruturação pois são áreas que também 
concentram tensões e estão propensas a trincas. Nestas regiões são instaladas telas ou 
cantoneiras compostas de tela de fibra de vidro e pvc, pois este é um material inerte e 
não corrosivo. A peça é instalada utilizando a mesma massa das juntas, não sendo 
necessário sua fixação por parafusos, como a cantoneira metálica do sistema drywall. 
 
 
Detalhe de instalação de cantoneira em janela de banheiro 
 
 
Definição Base Coat 
 
Segundo a Definição na Diretriz Sinat 003- relacionada ao sistema Light Steel Frame, o base coat 
consiste em: “Massa para proteção do sistema à base de cimento reforçado com resina sintética 
que deverá ser aplicada de modo a obter uma camada de aproximadamente 5mm antes da 
colocação da tela e de 2mm após esta colocação. Pode ser aplicada manualmente ou com 
máquina de projeção de argamassa”. 
Já a Diretriz Sinat 009- sistemas de fachadas leves em Light Steel Frame, define base coat 
como “camada de revestimento de argamassa reforçada com tela ou fibras aplicada 
sobre a chapa cimentícia.” 
O Manual de Vedações em Fachadas da CBCA- Centro Brasileiro da Construção em Aço, capitulo 
2: Light Steel Frame, cita, a função do Base Coat:especifica-se que “para prevenir fissuras os 
encontros entre placas cimenticias devem ser tratados com telas especiais, em geral de fibra de 
vidro, aplicadas com argamassa especial para suportar tensões impostas pela dilatação e 
contração térmica e higroscópica. A fim de proteger as placas contra umidade e movimentação 
higroscópica e garantir a planicidade da fachada, deve ser prevista a aplicação de uma cada de 
argamassa denominada base coat”. 
 
Processo de tratamento de superfície: Base Coat 
 
Após o tempo determinado de cura do tratamento de juntas, é realizado a aplicação da 
massa tipo Base Coat na superfície das placas. O pode ser aplicado tanto com 
desempenadeira dentada quanto com projetor de massa (utilizado principalmente em 
grandes fachadas). É aplicado uma camada de massa, em seguida instala-se a tela de 
fibra de vidro e retirado o excesso de massa, aplicando nova camada até o recobrimento 
total da tela. A espessura ideal no estado endurecido fica entre 3 a 5mm. 
No ponto de vista mecânico, a tela possui a tendência de absorver as movimentações 
que a superfície irá sofrer, atuando em conjunto com a massa que geralmente possui 
propriedades elastoméricas em sua composição, possuindo a capacidade de 
movimentar-se com memória de elasticidade ideal para este tipo de aplicação. 
Após determinado tempo de cura, variando conforme fabricante, é realizado os 
procedimentos comuns de acabamento como pintura e revestimentos cerâmicos, 
pedras, etc. No caso de pinturas, não é totalmente obrigatório a aplicação de pintura 
elastomérica especifica, visto que o sistema já possui capacidade de absorção de 
movimentações, porém este tipo de tinta é a amplamente utilizada para garantir maior 
desempenho. A argamassa do assentamento cerâmico é recomendada que seja 
utilizado o tipo ACIII flexível, pois será uma nova camada de massa, e como as camadas 
trabalham de forma diferente, a flexível possuirá melhor desempenho. 
Entre todos os processos de inicio de estruturação de juntas até a cura total, o tempo 
estimado fica em 48 horas, abaixo das 72 horas mínimas aproximado em relação ao 
tratamento de juntas das placas tipo fibrocimento. 
 
 
 
Aplicação da tela de fibra de vidro e massa tipo Base Coat na superfície das placas 
 
 
 
 
Residência em processo de finalização do tratamento de superfície tipo Base Coat 
 
 
 
 
Patologias em juntas de placas cimentícias 
 
Como analisado, o sistema Base Coat foi desenvolvido para anular o surgimento de 
fissuras e trincas nas paredes, porém as mesmas podem surgir principalmente por falhas 
durante o processo de execução ou falta de observação das informações que os 
fabricantes dos materiais fornecem para a correta execução. 
Uma das causas mais comuns que ocorrem em edificações é o estufamento de junta 
causado pela falta de junta entre as placas cimentícias. Este tipo de ocorrência é causado 
pela falta do espaçamento/distancia menor que o recomendado pelo fabricante do 
material. No momento da movimentação da placa, por não haver espaço de fuga, 
encosta na placa ao lado, empurrando a massa da junta e causando estes ressaltos. A 
ausência da etapa de aplicação da fita de junta pode causar este tipo de ocorrência. 
A falta de execução de juntas de dilatação ou falha no dimensionamento também é um 
fator que causa o estufamento das juntas. Geralmente as juntas são indicadas a cada 15 
metros lineares ou panos com 60 m², onde é deixado junta de 1 cm de largura e aplicado 
selante ou mástique. Com isso, há um ponto de fuga para as áreas de placas. 
 
 
Estufamento de juntas causado pela falta de espaçamento entre placas 
 
Outra situação que pode ser encontrada, porém em menor incidência, é o surgimento 
de microfissuras na superfície do Base Coat após a sua cura. Isto é devido a duas 
situações que se correlacionam: 
I. Quantidade de água de amassamento abaixo do recomendado: massa com 
pouca água, muito seca, além de dificultar sua aplicação irá interferir no 
desempenho da mesma pois o cimento necessita de determinada quantidade de 
água para reagire criar resistência. A quantidade correta é indicada pelo 
fabricante do produto; 
II. Elevada temperatura do ambiente no momento da aplicação: em regiões de alta 
incidência solar, as placas cimentícias poderão apresentar temperatura elevada 
em sua superfície, fazendo com que a água de amassamento da massa Base Coat 
possa evaporar rapidamente. Com isso, o cimento não irá obter cura adequada 
e retrair devido à falta de água, causando as microfissuras. 
Fabricantes de Base Coat recomendam que nestas situações seja necessário aspersão 
de água para resfriamento da superfície das placas e conforme temperatura do local, 
aspergir água após a aplicação total do tratamento de superfície, de modo a manter a 
cura adequada dos componentes da massa. Na ASTM C 1516-05-Standard Practice for 
Application of Direct-Applied Exterior Finish System, normativa americana que especifica 
ítens como desempenho, componentes e métodos de aplicação do sistema DEFS, 
também prevê esta situação de resfriamento, citando, no ítem 13, que “em dias quentes, 
é permitido aspergir água na parede com água potável e limpa de modo a resfriar a 
parede”. 
 
Conclusão 
 
Como verificado, há diversos métodos de execução de revestimentos utilizando placas 
cimentícias. O tratamento tipo Base Coat demonstra-se mais eficiente que somente o 
de juntas com massa emborrachada, pois foi desenvolvido visando a redução de fissuras 
e trincas, principais patologias presentes em sistemas de revestimentos. 
Importante também é sempre consultar os fabricantes dos respectivos materiais, pois 
os mesmos, como desenvolvedores do material, poderão especificar de forma correta 
os métodos de aplicação, tipo de material a ser utilizado e limitações, visando sempre a 
garantia e crescimento do sistema de construção a seco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luan Banruque 
Técnico Edificações 
Crea 139457/TD 
Curitiba-PR/2018 
 
Fontes 
 
NBR 15498/2016- -placas de fibrocimento sem amianto-requisitos e métodos de 
ensaio; 
ISO 8336/2015- Fiber Cement sheets; 
EN 12467- Fiber cement sheet; 
Diretriz Sinat n° 009- Sistema de vedação vertical externa, sem função estrutural, 
multicamadas, formado por perfis leves de aço zincado e fechamentos em chapas 
delgadas com revestimento de argamassa ( Fachada leve em Steel Frame). Julho 2016 
Diretriz Sinat n° 003- Sistemas construtivos estruturados em perfis leves de aço zincado 
conformados a frio, com fechamentos em chapas delgadas ( Sistemas leves tipo “ Light 
Steel Framing”) Maio de 2016 
ASTM C1516-05-2017-Application of Direct-Applied Exterior Finish Systems; 
Manual CBCA- Tecnologia de Vedação e Revestimento para Fachadas-2014; 
PlacLux- Manual Técnico ProFort- Catálogo técnico-2018; 
Brasilit- Guia de Sistemas de Produtos Planos- Catálogo técnico-2016; 
Eternit- Cátalogo Técnico Eternit- Catálogo técnico-Download do site realizado em 
abril/2018; 
Decorlit- Ecoplac Cimentícia Decorlit- Catálogo técnico- versão 03/2015 conforme 
disponível no site; 
Knauf- Sistema de fachada Knauf Aquapanel- Catálogo técnico 2016; 
USG- Manual Técnico Durock Next Gen-Catálogo técnico USG México- 2011 
National Gypsum Company- Perma Base-Cement Board Construction Board-revisão 
06/2015 conforme disponível no site; 
 
Obs: As fotos das obras foram retiradas durante visita técnica para acompanhamento.

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