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Complicações de Hemorragia em Exodontia

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Sheila Prates – 93 
Cirurgia I 
HEMORRAGIA 
Complicações de exodontia, é possível ocorrer e fazem parte do procedimento. O que diferencia é a capacidade e o 
conhecimento do operador em tratar os acidentes e complicações. 
Hemorragia: sangramento que não pode ser coibido pelos meios próprios do organismo. Se não for coibido, o 
paciente pode entrar em choque hipovolêmico 
Hemostasia espontânea: fenômeno onde o sangramento é coibido por mecanismo do próprio organismo 
É fundamental importância prevenir a ocorrência de hemorragias. 
• Anamnese (se o paciente tem problema sistêmico, discrasia sanguínea, uso de fármacos anticoagulantes ou 
ácido acetilsalicílico, 
• Testes ambulatoriais 
• Exames laboratoriais – são mais específicos que os testes, mas analisar com cuidado, mesmo dando normal, 
ocorre risco de hemorragia 
• Contactar o médico (por escrito, documento para anexar no prontuário) 
• Técnica cirurgia correta (conhecimento da anatomia, vasos sanguíneos) 
 
➢ ANAMNESE 
Precisa ser um bom ouvinte, cada pergunta pode levar a outras perguntas levando ao conhecimento mais profundo 
do paciente. Perguntas: 
1) Enfermidades? Paciente tem hemofilia, 
2) Medicamentos? (cumarínicos (anticoagulante)– marevan, marcoumar- vitamina K pode aumentar a 
incidência de trombos) médico pode trocar o cumarínico por heparínico. Heparínicos para pacientes que 
fazem hemodiálise para não ocorrer problema de coagulação. Salicilatos, sãos as Aspirina, AAS, para 
paciente que teve infarto ou angina de peito, acidente vascular cerebral – 100 a 300mg/dia -. Ácido 
acetilsalicílico como ANTIAGREGANTEPLAQUETÁRIO que atua nas primeiras fazes da hemostasia 
espontânea. Tomar cuidado com o tempo em que o paciente deixou de tomar o medicamento devido ao 
tempo de meia vida do medicamento. Suspenção entre 5 e 7 dias pois é o tempo de vida da plaqueta 
3) H+ hemorragia espontânea? Mucosa nasal e/ou sinusal (epistaxe), gengiva, tecido subcutâneo (petéquias, 
equimose em palato mole ou qualquer lugar do corpo), ciclo menstrual (menorragias, metrorragias), 
articulações (hemartrose), vias urinárias (hematúria), trato gastro-intertinal (hematêmese, melena) 
4) H+ hemorragia pós- trauma? Pequenas feridas ou corte que não coagula o sangue ou demora muito, 
exodontias, amigdalectomia, apendicectomia, parto. 
 
➢ TESTES AMBULATORIAIS 
TESTE DESCRIÇÃO 
Tempo de coagulação Tempo decorrido para que o sangue do paciente coagule fora do vaso. TC aumentado 
pode significar deficiência de fibrinogênise e/ou fatores da coagulação 
Tempo de sangramento Tempo necessário para cessar a hemorragia de ferida de não mais de 4mm de 
profundidade, feita geralmente no lóbulo da orelha (teste de Duke) 
Prova do laço ou de 
fragilidade capilar 
Teste que analisa a resistência dos capilares. Auxilia no diagnóstico de púrpuras não 
trombocitopênicas. (deficiência de vitamina C) 
Esses testes não são seguros uma vez que, mesmo em certas condições patológicas graves, podem 
apresentar resultados normais. 
 
➢ EXAMES LABORATORIAIS 
EXAMES DESCRIÇÃO V.N 
Hemoglobina Hb É o dado básico do eritrograma, pois anemia é a sua deficiência 
abaixo dos limites de referência. 
H – 15g/dL (2,5) 
M – 13g/dL (2,5) 
Hematócrito Ht Volume dos eritrócitos conglomerados por centrifugação, é 
expresso em porcentagem 
H – 47% 
M – 42% 
TP – tempo de 
protrombina 
Avalia a VIA EXTRÍNSECA, principalmente a protrombina, fatores 
V, VII, X e fibrinogênio, INR (valor normatizado internacional- 1) 
11 a 12 segs 
TTP – tempo de 
tromboplastina parcial 
Avalia a VIA INTRÍNSECA. É muito sensível, sendo prolongado 
quando a [ ] de qlqr fator (VII) cai abaixo de 30% 
35 a 50 segs 
Plaquetometria Avalia o nº de plaquetas. Sendo plaquetose o aumento e 
plaquetocitopenia ou trombocitopenia a diminuição. 
250.000 a 
350.000 mm³ 
 
Classificação 
➢ Quanto ao tipo do vaso lesado: 
➢ Quanto ao tempo da ocorrência: 
 
 Quanto ao tipo do vaso lesado 
Arterial 
• Cor vermelha brilhante 
• Jatos intermitentes 
• Pulsátil, sincrônicos com a pulsação arterial 
 Venosa 
• Cor vermelha escura 
• Jatos contínuos (consegue pinça a vênula e parar o sangramento) 
• Na cabeça e pescoço pode ocorrer jatos intermitentes em veias de maior calibre 
 Capilar 
• Cor intermediária (vermelho escuro) 
• Não pulsátil, é contínua em menor velocidade 
• Difusa e continua em menor velocidade (+ difícil de ser coibida por ser vários capilares) 
 
 Quanto ao tempo da ocorrência 
Primária 
• Ocorre no trans-operatório – DURANTE A CIRURGIA 
• Arterial, venosa ou capilar 
• Ocorre durante o trauma 
 Secundária 
• Ocorre no pós-operatório – quando não segue as recomendações, fazer bochecho... 
• Ocorre após o trauma – depois de um tempo do trauma, começa o sangramento 
 Recorrente 
• Se repete – na situação primária ou secundária. Sangra o mesmo vaso que foi tratado 
• Geralmente causada por técnica de hemostasia inadequada 
• ≠ de secundária. Ocorre pela segunda vez 
 
 
PERDAS VOLÊMICAS – perdas de sangue 
Inferiores a 10% - 500mL- (doação de sangue): 
• São bem toleradas 
• Em pessoas emocionalmente sensíveis pode causar reação vaso-vagal de rápida recuperação: palidez, 
bradicardia, pulso filiforme (fraco), lipotimia, náuseas e sudorese 
 
 
Acima de 20%: 
• Causa anemia aguda com sinais de hipovolemia: palidez, extremidades frias, taquicardia, hipotensão venosa, 
depois arterial e choque. PACIENTE VAI A ÓBITO SE NADA FOR FEITO!!! 
 
COMO ABORDAR UMA HEMORRAGIA? 
Fazer duas perguntas importantíssimas!! 
➢ É UM CASO DE SANGRAMENTO URGENTE? Se sim, atender o paciente no hospital 
• O paciente está anêmico? 
Face e mucosa (bucal, pálpebra, etc) repor o volume de sangue que foi perdido, mesmo com soro, eletrólitos 
• Há sinais de hipovolemia? (perda do volume do sangue) 
Hipotensão postural (ficar “zonzo” quando se levanta rápido, as vistas escurecem. Quando se esta deitado a 
pressão intracraniana é maior do que quando se está em pé 
Taquicardia e/ou pulso fraco 
Extremidades frias 
Oligúria (pouca diurese) 
SIM!!! ENCAMINHAR DIRETAMENTE PARA UM HOSPITAL!! 
NÃO!!! PODE SER ATENDIDO NO CONSULTÓRIO 
 
➢ POR QUE O PACIENTE SANGRA? 
• O paciente seguiu as recomendações pós-operatórias? 
• É uma resposta anormal a um determinado trauma? 
• O paciente tem alguma predisposição? 
Toma alguma medicação? 
Tem alguma discrasia sanguínea? 
Os exames estão dentro da normalidade? 
 
Atendimento que pode ser realizado no seu consultório: 
1ª tentativa 
Posicionar o paciente adequadamente na cadeira 30° (cabeça sempre mais alta que os pés), em seguida sugar 
sangue, saliva, etc, com uma bomba de sucção boa e localizar o foco da hemorragia. Achando o foco, comprimir com 
gaze por no mínimo 5 minutos direto. PAROU?? 
SIM!! Deixar o paciente na sala de espera comprimindo com uma gaze nova, por pelo menos 30 min 
NÃO?? Parte para a 2ª tentativa!! 
 
 
2ª tentativa 
• Anestesiar, de preferência por bloqueio (infiltrativa não é contra-indicada e usar vasoconstritor) 
• Retirar sutura e coágulo (ter uma bomba de sucção potente) 
• Localizar foco de sangramento 
• Tecido duro: esmagamento 
• Tecido mole: ligadura, pinçamento e/ou eletrocoagulação 
• Hemostáticos locais? Esponja de fibrina 
• Hemostáticos sistêmicos? Mais raro. Possuem efeitos colaterais 
• Sutura 
PAROU? 
SIM!! Recolocar a gaze e pedir para o paciente aguardar na sala de espera por pelo menos 30min. Passar as 
orientações pós-operatórias 
HEMOSTÁTICOS LOCAIS 
ESPONJA DE FIBRINA 
• Absorvível 
• Obtido através do plasma 
• Interfere com o processo de reparo alveolar 
• Não é caro 
ESPONJA DE GELATINA (Gelfoan, Instat) – mais caro que o de fibrina 
• Absorvível 
• Proteína preparada a partir do colágeno 
• Interfere pouco com o processo de reparo alveolar 
• Absorve 50 vezes seu peso em água 
CELULOSE OXIDADA (Surgicel) 
• Absorvível 
• Algodão tratado com dióxido de nitrogênio 
• Interferesignificativamente com o processo de reparo alveolar - não é bom no ponto de vista biológico 
• Não se recomenda a sua utilização dentro do alvéolo 
• Caro – encontrado mais em hospitais 
EQUIMOSE 
Presença difusa de sangue no interstício tecidual, principalmente no subcutâneo. Não é localizada. Conforme for 
passando os dias a equimose é reabsorvida pelo organismo, componentes do sangue, mudando de cor. Diferente de 
hematoma, que é localizado, concentrado. 
• 2 a 5 dias após a cirurgia 
• Mais comum em: 
Pacientes com mais de 50 anos de idade 
Procedimentos mais extensos 
• Desaparece após 3 a 4 semanas 
• Avisar o paciente antes do procedimento 
• Aumenta o potencial de infecção? Na maioria dos casos não, então não precisa de antibiótico. 
• Pomadas fibrinolíticas? Pode, mas cuidado com os olhos. 
• Calor úmido? Não precisa, pode queimar a pele 
• Só acompanhamento 
 
 Atenção e cuidado com a técnica cirúrgica 
 Recomendações pós-operatório são importantes!! 
 Avalie a maneira mais segura de atendimento 
 Utilize a técnica mais adequada de tratamento

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