Buscar

TCC Jessica Liberado valendoPDF

Prévia do material em texto

FACULDADE CIDADE VERDE (FCV) 
CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS 
 
 
 
JÉSSICA AMORIM SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MULTIPLICADORES DE PRODUÇÃO TIPO I DA INDÚSTRIA 
AUTOMOTIVA EM COMPARAÇÃO COM OUTROS SETORES DA 
ECONOMIA BRASILEIRA EM 2013: UMA ANÁLISE INSUMO-
PRODUTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARINGÁ–PR 
2016 
 
 
 
 
JÉSSICA AMORIM SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
MULTIPLICADORES DE PRODUÇÃO TIPO I DA INDÚSTRIA 
AUTOMOTIVA EM COMPARAÇÃO COM OUTROS SETORES DA 
ECONOMIA BRASILEIRA EM 2013: UMA ANÁLISE INSUMO-
PRODUTO 
 
 
 
 
Artigo apresentado ao Curso de Ciências 
Econômicas da Faculdade Cidade Verde 
(FCV), como requisito parcial à obtenção 
do título de Bacharel em Ciências 
Econômicas. 
 
 
Orientador: 
Prof. Me. Sidinei Silvério da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
MARINGÁ–PR 
2016 
 
 
 
 
JÉSSICA AMORIM SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
MULTIPLICADORES DE PRODUÇÃO TIPO I DA INDÚSTRIA 
AUTOMOTIVA EM COMPARAÇÃO COM OUTROS SETORES DA 
ECONOMIA BRASILEIRA EM 2013: UMA ANÁLISE INSUMO-
PRODUTO 
 
 
Artigo apresentado ao Curso de Ciências 
Econômicas da Faculdade Cidade Verde 
(FCV), como requisito parcial à obtenção 
do título de Bacharela em Ciências 
Econômicas. 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
 __________________________________ 
Prof. Me. Sidinei Silvério da Silva 
Orientador 
 
 
 __________________________________ 
Prof. Me. Luiz Henrique Paloschi Tomé 
Faculdade Cidade Verde 
 
 
 __________________________________ 
Profa. Ma. Daniela Carla Monteiro 
Faculdade Cidade Verde 
 
 
Maringá-PR, 15 de Dezembro de 2016. 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao meu anjo Miguel, e a toda a minha família. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
A um Deus Grandioso que protege e me atende, por ter me sustentado e guiado até 
aqui, me dando forças para seguir em frente, me permitindo realizar todos os sonhos 
do meu coração, e por ter me presenteado com a família mais maravilhosa que eu 
poderia ter. 
 
À minha mãe, por ser a mulher mais sensacional que eu conheço, por me motivar a 
lutar pelos meus sonhos, me ensinar a ter Fé, e principalmente me inspirar como mãe, 
mulher, profissional e ser humano. 
 
Às minhas irmãs Bruna e Beatriz, por fazerem dos meus sonhos os seus, e comemorar 
comigo cada vitória minha como se fossem suas próprias. 
 
Às minhas tias, Nilza e Neide, por serem minhas mães de coração, e me amarem 
incondicionalmente e estarem sempre comigo, dividindo cada momento. 
 
À minha fiel escudeira Ligia Pinheiro, por fazer parte desta jornada do primeiro ao 
último dia de aula, dividindo todas as tensões e alegrias que 4 anos de faculdade 
podem oferecer. 
 
Às tão queridas e não menos importantes Kessia Grycajuk e Jamile Rangel, por 
fazerem parte dessa caminhada e terem um papel tão importante neste momento. 
 
A todos os amigos que caminharam comigo ao longo deste período, e que de alguma 
forma me incentivaram a seguir em frente. 
 
Aos professores, pelo amor e dedicação em ensinar, e por despertarem em mim a 
paixão por essa profissão incrível. 
 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Só se pode alcançar um grande êxito 
quando nos mantemos fieis a nós 
mesmos. 
 
 
NIETZSCHE, Friedrich. 
 
 
MULTIPLICADORES DE PRODUÇÃO TIPO I DA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA EM 
COMPARAÇÃO COM OUTROS SETORES DA ECONOMIA BRASILEIRA EM 2013: UMA 
ANÁLISE INSUMO-PRODUTO 
 
 
SANTOS, Jéssica Amorim; jessica.santori@hotmail.com1 
SILVA, Sidinei Silvério da;prof_sidinei@fcv.edu.br2 
 
 
RESUMO 
 
O objetivo deste trabalho consiste em analisar os Multiplicadores de Produção Tipo I e os empregos 
direto e indireto, na economia brasileira, dando ênfase ao setor de fabricação de automóveis, 
caminhões e ônibus, peças e acessórios. O estudo foi desenvolvido com base nas matrizes insumo-
produto do Brasil para o ano de 2013, estimadas pelo Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP 
(NEREUS). Os resultados mostraram que o Multiplicador Tipo I do setor de fabricação de automóveis, 
caminhões e ônibus, peças e acessórios, representou 1,583 em 2013, isto mostra que para se atender 
a demanda final por esse setor em R$ 1 bilhão, o valor da produção de todos os setores da economia, 
levando-se em consideração os efeitos diretos e indiretos da cadeia produtiva, é de R$ 1,583 bilhão. 
Quanto ao mercado de trabalho, o setor de fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, peças e 
acessórios, gerou 624.758 empregos diretos e 65.523 empregos indiretos, representando 0,70% do 
total de emprego no país. 
Palavras-chave: Indústira automotiva. Multiplicadores Tipo I. Emprego. Economia Brasileira. 
 
ABSTRACT 
The objective of this work is to analyze the Type I Production Multipliers and direct and indirect jobs in 
the Brazilian economy, with emphasis on the automobile, truck and bus manufacturing, parts and 
accessories sector. The study was developed based on the input-output matrices of Brazil for the year 
2013, estimated by the Nucleus of Regional and Urban Economy of USP (NEREUS). The results 
showed that the Multiplier Type I of the automobile, truck and bus manufacturing sector, parts and 
accessories, represented 1,583 in 2013, this shows that to meet the final demand for this sector in R $ 
1 billion, the value of production Of all sectors of the economy, taking into account the direct and indirect 
effects of the productive chain, is R $ 1.583 billion. As regards the labor market, the automobile, truck 
and bus manufacturing sector, parts and accessories, generated 624,758 direct jobs and 65,523 
indirect jobs, representing 0.70% of the total employment in the country. 
 
 
Keywords: Automotive industry. Multipliers Type I. Employment. Brazilian economy. 
 
 
JEL Classification: J02 
 
 
 
 
1 Graduando em Ciências Econômicas, Faculdade Cidade Verde (FCV), Maringá-PR. 
2 Professor orientador, FCV, Maringá-PR. 
9 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
A dinâmica do capital e trabalho na indústria automobilística no movimento de 
relocalização das montadoras em território brasileiro datam da década de 1990. Numa 
conjuntura mundial de reorganização da produção e intensificação do comércio de veículos, 
essa indústria alinha-se aos moldes da mais recente globalização da economia, onde se 
cruzam os investimentos, e marca a inserção do País entre aqueles emergentes no 
capitalismo contemporâneo. 
A discussão do processo de concentração/desconcentração da indústria 
automobilística, que se distribui geograficamente, toma como base a informação estatística 
de dados e a literatura pertinente para apresentar resultados, levando em consideração os 
efeitos da mais recente crise em nível global sobre a expansão da economia, iniciado no 
subprime americano. 
 Segundo Morais e Costa (1999), muitas das estratégias de produção e reprodução do 
capital passaram por transformações nas últimas décadas do século XX. Essas 
transformações, por sua vez, afetaram a organização do espaço da indústria e a localização 
dos empreendimentos industriais no território mundial e também no Brasil. De forma geral, há 
uma relação histórica entre o capital e o espaço, na busca do primeiro de superar alguns de 
seus próprios limites diante de si mesmo e da força de trabalho. 
Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho é apresentar e analisar o 
comportamento dos Multiplicadores de Produção Tipo I para 2013, e a evolução dos empregos 
diretos e indiretos, no setor de Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, peças e 
acessórios, comparativamente com os outros setores da economia brasileira. 
O artigo está dividido em cinco seções, além desta introdução. Na primeira seção é 
feita uma revisão da literatura acerca do tema proposto. Na segunda seção apresenta-se a 
metodologia adotada e na terceira seção são analisados os principais resultados obtidos. 
Encerra-seo trabalho com as considerações finais. 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
O processo de industrialização brasileiro tem, como uma de suas características, a 
intensa concentração espacial da indústria no chamado centro-sul do país, com destaque para 
o estado de São Paulo. Tal concentração espacial da indústria teve seu auge na década de 
1970, quando São Paulo chegou a participar com 40% da renda nacional e 58% da produção 
industrial, com destaque para a sua área metropolitana, que alcançou 44% da produção 
industrial do país naquele ano (RIBEIRO, 2000). 
A partir de então, essa concentração passou a sofrer um lento declínio em favor de 
alguns pontos seletos do território nacional, em termos regionais, e da área contígua à área 
metropolitana de São Paulo, no interior paulista. No caso mais expressivo e investigado de 
desconcentra- ção industrial intra-estadual, o da indústria paulista, observou-se a perda da 
posição relativa da Região Metropolitana de São Paulo em favor das demais sub-regiões do 
estado, principalmente as do interior. 
Segundo Diniz e Santos(1995), no período 1970-90, a participação do interior paulista 
na produção industrial estadual aumentou de 25% para 47%, e sua participação no emprego 
industrial, de 30% para 40%. Já a Grande São Paulo, que em 1980 concentrava 64% do valor 
adicionado pela indústria paulista na produção industrial, em 1995 representava 52% desse 
valor, enquanto o município de São Paulo apresentou, no mesmo período, queda de 36% para 
22% (TOLEDO, 1999). 
A partir da década de 1990 observamos transformações na política econômica dos 
sucessivos governos federais, com profundos impactos sobre a economia brasileira, que, com 
um maior grau de abertura ao mercado externo decorrente dessas políticas, passou a ser mais 
afetada pelo movimento global de reestrutura- ção da economia capitalista iniciado na década 
de 1970. 
Um novo conjunto de políticas industriais e de comércio exterior foi implementado 
nesse período, baseado em uma retórica neoliberal, na abertura comercial, na 
desregulamenta- ção do mercado interno (inclusive o mercado financeiro) e no 
estabelecimento de novas diretrizes para a economia, além do esforço de estabilização 
econômica empreendido após o chamado Plano Real, implementado pelo governo federal em 
1994. Conjuntamente a esse redirecionamento da política estatal, a última década do século 
XX foi marcada por uma prolongada estagnação do crescimento econômico – dando 
continuidade ao quadro recessivo da década de 1980 –, pelo desemprego e pelo aumento da 
informalidade nas relações trabalhistas. 
11 
 
 
As primeiras empresas do setor automobilístico que se instalaram no Brasil foram a 
Ford Motors do Brasil, em 1919, e a General Motors do Brasil (GMB), em 1925. Ambas 
escolheram São Paulo como sede para suas atividades no país, que, inicialmente, ligavam-se 
à montagem local de veículos e à prestação de serviços de manutenção. A escolha dessa 
cidade, segundo Langenbuch (1971), estaria ligada ao desenvolvimento econômico anterior 
na cidade de São Paulo e no seu entorno, que atraiu grande contingente de mão-de-obra, 
inclusive a imigrante. 
Até 1990, o mercado automobilístico brasileiro ainda estava fechado para as 
importações de veículos, o que criava uma situação de monopólio interno. O padrão 
fordista/taylorista de organização do trabalho combinado com a ampla oferta de mão-de-obra 
e a restrição à atividade sindical por parte do Estado caracterizaram o uso intensivo da força 
de trabalho por parte das empresas, retardando os movimentos de moderniza- ção no setor. 
Ademais, no caso do setor automobilístico, alguns exemplos de incentivos fiscais são 
ilustrativos. A Honda investiu em Sumaré (SP) atraída pelos incentivos concedidos pelo 
município, baseados na isenção dos impostos municipais durante dez anos (PINTO, 1997). O 
governo estadual do Paraná renunciou a R$ 1,9 bilhão, em benefício da fábrica da Renault, 
referentes ao adiamento de pagamento do ICMS por oito anos, além da doação de terreno e 
das obras de terraplenagem e drenagem do mesmo, pagas pelo governo estadual (FRANCO; 
AITH, 1997). 
 
 
2 METODOLOGIA 
2.1 O Modelo Insumo-Produto 
A Matriz Insumo-Produto, desenvolvida por Wassily Leontief, busca analisar a 
interação de todos os setores da economia, relacionando os insumos utilizados no processo 
de produção, o destino desta produção e a geração de renda (LEONTIEF, 1986). Assim, para 
atender o objetivo proposto neste trabalho, se faz necessária a utilização das Matrizes de 
Produção e de Usos e Recursos, estimadas pelo NEREUS da USP, a partir de dados 
disponibilizados pelo Sistema de Contas Nacionais (SCN) do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE) e que servirão de base para aplicação do modelo. 
Enquanto a Matriz de Produção informa o que cada indústria (setor) da economia 
produz de cada produto, a Matriz de Usos e Recursos fornece a quantidade de insumos que 
12 
 
 
cada setor utiliza para realizar sua produção. Por meio da combinação dessas matrizes obtêm-
se o Sistema Aberto do Modelo de Leontief, apresentado por Miller e Blair (2009), em que os 
fluxos intersetoriais podem ser determinados por fatores tecnológicos e econômicos, conforme 
equação a seguir: 
fLX . (1) 
Onde: 
 
X = é a variável endógena do modelo e representa o total de impactos diretos e 
indiretos na produção; 
L = é a Matriz Inversa de Leontief [L = (I – A) –1 ], que por meio de seus coeficientes 
captam os efeitos diretos e indiretos das modificações exógenas na demanda final sobre o 
nível de produção dos setores e os impactos das mudanças ocorridas; 
f = é o vetor de valores da demanda final por setor e representa a variável de choques 
exógenos do modelo. 
2.2 Multiplicadores 
 A partir dos coeficientes diretos apresentados na equação e da matriz inversa de 
Leontief, é possível estimar para cada setor da economia, o quanto é gerado direta e 
indiretamente de emprego, importações, impostos, salários, valor adicionado, etc. Para cada 
unidade monetária produzida para a demanda final. Ou seja: 
 



n
i
iijj vbGV
1 (2) 
 
Onde: 
GVj é o impacto total, direto e indireto, sobre a variável em questão; 
bij é o ij-ésimo elemento da matriz inversa de Leontief e 
vi é o coeficiente direto da variável em questão 
 A divisão dos geradores pelo respectivo coeficiente direto gera os multiplicadores, que 
indicam quanto é gerado, direta e indiretamente, de emprego, importações, impostos, ou 
qualquer outra variável para cada unidade diretamente gerada desses itens. Por exemplo, o 
13 
 
 
multiplicador de empregos indica a quantidade de empregos criados, direta e indiretamente, 
para cada emprego direto criado. O multiplicador do i-ésimo setor seria dado então por: 
 
i
i
i
v
GV
MV 
 (3)
 
Onde MVi representaria o multiplicador da variavel em questão e as outras variáveis 
são definidas conforme feito anteriormente. 
Por sua vez, o multiplicador de produção que indica o quanto se produz para cada 
unidade monetária gasta no consumo final é definido como: 
 


n
i
ijj bMP
1 (4)
 
 
Onde MPj é o multiplicador de produção do j-ésimo setor e as outras variáveis são 
definidas segundo o expresso anteriormente. 
 Quando o efeito de multiplicação se restringe somente á demanda de insumos 
intermediários, e estes multiplicadores são chamados de multiplicadores do tipo I. Porém, 
quando a demanda das familias é endogenizada no sistema, levando-se em consideração o 
efeito induzido, estes multiplicadores recebem a denominação de multiplicadores do tipo II. 
2.3 Tratamento de Dados 
 
As Matrizes deInsumo-Produto de 68 setores estimadas pelo NEREUS-USP, foram 
agregadas em 5 setores de atividades econômica. 
A quantidade de postos de trabalho direto e indireto de cada setor foi obtida por meio 
do coeficiente de emprego a partir da Matriz de Usos e Recursos. 
 
 
 
 
 
14 
 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 De acordo com o Anuário da Indústria Aumobilistica Brasileira, editado pela Associação 
Nacional dos Fabricantes de Veículos Aumotomores (ANFAVEA), de janeiro a novembro de 
2016, foram fabricados 1.508.405 automóveis, sendo que as líderes por market share são as 
montadoras General Motors (18,03%), Grupo Fiat (14,85%), Volkswagen (10,97%), Hyundai 
Motor (9,99%) e Ford (9,90%), que juntas respondem por 64,74% da produção total (Tabela 
1). 
 
Tabela 1. Automóveis produzidos de janeiro a novembro de 2016, Brasil, unidades e % 
Automóveis 1.508.405 Part. % 
 Empresas associadas à Anfavea 1.486.836 
 Audi 10.491 0,70% 
 BMW 11.911 0,79% 
 Caoa – Hyundai 26.262 1,74% 
 FCA (Chrysler, Dodge, Fiat e Jeep) 224.062 14,85% 
 Ford 149.297 9,90% 
 General Motors 272.039 18,03% 
 Honda Automóveis 110.567 7,33% 
 HPE (Mitsubishi e Suzuki) 16.826 1,12% 
 Hyundai Motor 150.747 9,99% 
 Jaguar Land Rover 6.839 0,45% 
 Mercedes-Benz 10.137 0,67% 
 Nissan 50.612 3,36% 
 Peugeot Citroën 43.382 2,88% 
 Renault 115.634 7,67% 
 Toyota 122.625 8,13% 
 Volkswagen 165.405 10,97% 
 Outras empresas 21.569 1,43% 
 Fonte: ANFAVEA, 2016. 
 
 Em relação ao Multiplicador de Produção Tipo I do setor de fabricação de automóveis, 
caminhões e ônibus, peças e acessórios em 2013, tendo em vista os efeitos diretos e indiretos, 
o resultado de 1,583 significa que para se atender a demanda final por esse setor em R$ 1 
15 
 
 
bilhão, o valor da produção de todos os setores da economia, considerando-se os efeitos 
diretos e indiretos da cadeia produtiva, é de R$ 1,583 bilhão (Tabela 2). 
 
 
Tabela 2. Multiplicadores de Produção Tipo I, Brasil, 2013 
Setores 2013 
Agropecuária, pesca, petróleo e minério de ferro 1,311 
Indústrias diversas 1,613 
Fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, peças e acessórios 1,583 
Construção Civil 1,444 
Comércio e serviços 1,305 
Fonte: Elaboração própria a partir das matrizes Insumo-Produto estimadas pelo NEREUS-USP. 
 
 
 
Em se tratando dos dados apresentados na Tabela 3, verifica-se que o setor de 
fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, peças e acessórios em 2013, gerou 624.758 
empregos diretos e 65.523 empregos indiretos. 
 
Tabela 3. Emprego por Tipo de Efeito, Brasil, 2013 
Setores 
Direto 
(D) Indireto (I) 
Total 
(T) 
I/T 
(%) Setor/Total 
Agropecuária, pesca, petróleo e minério de 
ferro 10.976.496 2.780.032 13.756.528 20,2% 13,4% 
Indústrias diversas 9.921.806 2.263.239 12.185.045 9,5% 0,7% 
Fabricação de automóveis, caminhões 
e ônibus, peças e acessórios 624.758 65.523 690.281 18,6% 11,9% 
Construção Civil 8.475.255 332.900 8.808.155 3,8% 8,6% 
Comércio e serviços 57.033.284 10.064.141 67.097.425 15% 65,4% 
Total 87.031.599 15.505.835 102.537.434 15% 100% 
Fonte: Elaboração própria a partir das matrizes Insumo-Produto estimadas pelo NEREUS-USP. 
 
 
 Os dados demonstram o dinamismo do setor automotivo, haja vista seu efeito 
multiplicador e de transbordamento para os demais setores da economia brasileira. 
 
 
 
 CONCLUSÃO 
 
 
Este trabalho procurou analisar os Multiplicadores de Produção Tipo I e os empregos 
direto e indireto na economia brasileira em 2013, dando ênfase ao setor fabricação de 
16 
 
 
automóveis, caminhões e ônibus, peças e acessórios, com base em matrizes insumo-produto 
do Brasil, estimadas pelo Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP (NEREUS). 
O Multiplicador Tipo I do setor de fabricação de automóveis, caminhões e ônibus, peças 
e acessórios representou 1,583, indicando que para se atender a demanda final por esse setor 
em R$ 1 bilhão, o valor da produção de todos os setores da economia, levando-se em 
consideração os efeitos diretos e indiretos da cadeia produtiva, é de R$ 1,583 bilhão. 
Constatou-se no período analisado que o setor de fabricação de automóveis, 
caminhões e ônibus, peças e acessórios comprovou o seu dinamismo e importância para a 
economia brasileira. 
No mais, de acordo com a literatura utilizada, as atividades industriais no Brasil 
estiveram, durante muito tempo, espacialmente concentradas, sobretudo em São Paulo, com 
destaque para a sua área metropolitana. Observou-se, a partir dos anos 70 do século XX, um 
processo de desconcentração espacial da indústria, limitada e incentivada por políticas 
estatais e pela busca de fontes de recurso baratas por parte do capital. A crise da década de 
1980 e a menor capacidade de investimentos públicos arrefeceram esse movimento de 
desconcentração em âmbito regional. A reestruturação industrial que se observa a partir de 
1990, com as transformações na política econômica do país, ao basear-se na flexibilização da 
produção e das relações de trabalho, buscou os lugares que oferecessem custos baixos de 
produção e incentivos fiscais. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Anuário 
Estatístico. Disponível em: < http://www.virapagina.com.br/anfavea2016/#I/z>. Acesso em 08 
dez. 2016. 
 
BOTELHO, A. (2002) Productive re-structuring and space production: the motorcar industry 
established in Brazil. Revista do Departamento de Geografia, n. 15, pp. 55-64. 
 
DINIZ, C. C.; SANTOS, F. B. T. (1995) Sudeste: heterogeneidade estrutural e perspectivas. 
In: AFFONSO, R. de B.; SILVA, P. L. (orgs.) (1995). Desigualdades regionais e 
desenvolvimento. São Paulo, FUNDAP-UNESP, p. 194-223. 
 
FRANCO, C.G; AITH, M.(1997). PR renuncia a R$ 1,9 bi pela Renault. Folha de S. Paulo, 14 
set. 1997. Brasil, p. 12 
 
GUILHOTO, Joaquim José Martins. Análise de insumo-produto: teoria e fundamentos. 
São Paulo-SP, 2006. 
 
17 
 
 
LANGENBUCH, J. R. (1971) A estruturação da Grande São Paulo: estudo de geografia 
urbana. Rio de Janeiro, Fundação IBGE. 354 p 
 
LEONTIEF, W. Input-Output Economics. Segunda Edição. New York: Oxford University 
Press, 1986. 
 
MATRIZ INSUMO-PRODUTO. MIP, Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. NEREUS-USP. 
 
PINTO, L. C. (1997) Isenções beneficiam de fábricas de refrigerantes a universidades. Folha 
de S. Paulo, 05 out. 1997. Brasil 1, p. 10 
 
TOLEDO, J. R. (1999) Influência cresce, mas cidade pára. Folha de S. Paulo, 02 mai. 1999. 
Caderno Especial, p. 10.

Continue navegando