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SAS 2020 Apostila Aula 13 - Filosofia 3ª serie EM

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MATERIAL COMPLEMENTAR DE FILOSOFIA 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO 
 
Aula 13: A filosofia crítica de Kant 
 
IMMANUEL KANT 
 
 
Immanuel Kant nasceu em Königsberg, na 
Prússia Oriental, no dia 22 de abril de 1724. Foi o 
quarto de nove filhos do casal Johann Georg 
Kant, fabricante de arreios para cavalgaduras, e 
Anna Regina Kant. 
Viveu uma vida modesta e devota ao 
luteranismo. Estudou no "Colégio Fredericianum" 
antes de ir para a "Universidade de Königsberg”. 
Assim, após passar a adolescência estudando 
num colégio protestante, vai para a Universidade 
de Königsberg, em 1740. 
Ali, será livre-docente conferencista 
associado somente em 1755, quando doutorou-
se em filosofia, estudando também física e 
matemática, além de lecionar Ciências Naturais. 
TEORIA DO CONHECIMENTO 
 
Um dos principais temas da filosofia de 
Kant é o conhecimento, quais as possibilidades 
que temos de conhecer, onde começa e onde 
termina a nossa capacidade de conhecimento e 
como podemos utilizar esse conhecimento. 
Kant também se preocupou em analisar 
as razões das ações humanas e a relação 
dessas ações com a moral. Ele se questionou 
sobre as formas como devemos agir, porque 
devemos fazer e o que devemos fazer, como 
devemos comportar-nos em nossas relações com 
outras pessoas, qual a forma de se alcançar a 
felicidade, o que é e como podemos atingir o bem 
supremo. 
Em seu livro Crítica da Razão Pura Kant 
diferencia os conhecimentos que adquirimos por 
experiência, os conhecimentos a posteriori, dos 
conhecimentos que ele classifica como puros, ou 
a priori. 
Nossos conhecimentos experimentais, a 
posteriori, são os que nos fornecem as 
sensações, por exemplo: para que tenhamos o 
conhecimento de que o fogo queima, temos que 
experimentar o seu calor. Esse conhecimento 
não pode ser separado das nossas impressões 
sensoriais. 
O conhecimento a priori ou puro, não 
necessita da experiência sensorial para 
acontecer, além disso o conhecimento a priori é 
essencial e aplicado a tudo e a todos, por 
exemplo: a afirmação de que o triângulo tem três 
lados é uma afirmação que serve para qualquer 
tipo de triângulo em qualquer situação e em 
qualquer tempo. Eles são gerais e deles se 
originam discernimentos fundamentais. 
Já os conhecimentos dados pela 
experiência, a posteriori, não produzem juízos 
essenciais e que possam ser aplicados em todas 
as situações. 
 
A TEORIA DOS JUÍZOS 
 
Além da diferenciação entre os 
conhecimentos a posteriori e a priori, Kant 
considera ainda que existem juízos analíticos e 
sintéticos. Os juízos analíticos são aqueles em 
que os atributos fazem parte do termo sobre o 
qual se afirma algo. As conclusões dos juízos 
analíticos são o resultado do exame dos 
elementos contidos nos termos. Por exemplo, na 
afirmação “os corpos são extensos” a qualidade 
“extenso” já está contida de forma subentendia 
no termo “corpo”, ou seja, não temos condição de 
elabora ideias ou raciocínios sobre o termo 
“corpo” se não aceitarmos que eles são 
“extensos”. 
Já os juízos sintéticos são os que 
associam o conceito do predicado ao conceito do 
sujeito e geram novos conhecimentos, por 
exemplo “alguns corpos se movimentam em 
relação a outros”. Na formulação desse juízo, os 
 
 
termos se complementam e desenvolvem um 
novo saber. 
Através da diferenciação entre os juízos a 
priori, a posteriori, analíticos e sintéticos, Kant 
classifica os juízos em analíticos, sintéticos a 
posteriori e sintéticos a priori. Desses três o único 
que tem a possibilidade de criar novos 
conhecimentos são os juízos sintéticos a priori 
pois são ao mesmo tempo universais e 
necessários e fazem o conhecimento evoluir. Os 
juízos sintéticos a priori são os juízos da 
matemática e da física e Kant se pergunta se 
eles são possíveis também na metafísica. 
Para responde essa questão o filósofo diz que a 
proporção do conhecimento dos objetos é 
definida pela capacidade de conhecer do sujeito, 
ou seja, o conhecimento vai depender da 
competência de experimentar e da competência 
de entender de cada sujeito. 
Existem duas competências experimentais 
e de entendimento básicas que são o espaço e o 
tempo. O espaço é algo intrínseco à sensibilidade 
do sujeito que conhece e por isso ele pode 
perceber os objetos e relacioná-los. Nós 
podemos conceber um espaço sem nada, mas 
não podemos conceber a ausência do espaço, 
portanto ele é algo inerente a nós enquanto 
sujeitos do conhecimento. O entendimento de 
Kant sobre o tempo segue as mesmas 
argumentações. Assim, o espaço e o tempo são 
condições necessárias para o conhecimento. 
Como consequência dessas formulações 
sobre o conhecimento, Kant afirma que não 
temos a capacidade de conhecer as coisas em si 
mesmas, mas somente os fenômenos 
decorrentes delas. Da mesma forma, não temos 
a propriedade de conhecer o mundo da 
metafísica, mas somente a capacidade de pensar 
um mundo no âmbito da metafísica. 
 
KANT E A REVOLUÇÃO COPERNICANA 
 
Kant elaborou uma teoria segundo a qual 
nosso conhecimento do mundo resulta da 
interação entre a sensibilidade e o entendimento. 
A grande novidade da teoria de Kant, no entanto, 
estava em que nenhuma destas faculdades é 
inteiramente passiva no processo de 
conhecimento; todas não apenas recebem 
conteúdo do mundo, mas também 
o estruturam e transformam. A esta novidade se 
costuma chamar a Revolução Copernicana de 
Kant. 
Ele relata que, assim como Copérnico, 
que, quando percebeu que os dados 
astronômicos sobre os movimentos dos astros 
celestes não batiam com o modelo em que todos 
eles se moviam em volta da Terra, teve a ideia de 
experimentar um modelo novo, em que fosse o 
Sol que estivesse no centro, com a Terra girando 
em volta dele, da mesma maneira ele, Kant, ao 
perceber que certas determinações, se 
estivessem nos objetos, não poderiam ser 
universais e necessárias, teve a ideia de tentar 
um modelo novo, um segundo o qual tais 
determinações universais e necessárias dos 
objetos não estivessem nos próprios objetos, 
mas fossem, ao contrário, impostas a eles pelo 
sujeito que os conhece. 
Se o sujeito, toda vez que conhece certo 
objeto, impõe a ele certas determinações, então, 
tal sujeito poderia saber de antemão que tais 
determinações estariam sempre no objeto, não 
porque pertencem a este último, e sim porque 
são sempre postas nele pelo sujeito.Kant chamou 
tais determinações, sempre presentes nos 
objetos do conhecimento porque postas pelo 
sujeito no processo de conhecimento, 
de transcendentais. O termo transcendental deve 
ser entendido em Kant no sentido de algo que 
está no objeto, mas pertence ao sujeito; é algo 
que aparece sempre na experiência, mas não 
advém da experiência, e sim do aparato cognitivo 
do sujeito que tem a experiência; é uma condição 
de possibilidade de toda experiência, porque é 
uma determinação através da qual o sujeito 
estrutura a própria possibilidade de ter uma 
experiência. As determinações 
transcendentais explicariam os juízos sintéticos a 
priori da ciência: 
Há determinações que, embora não contidas 
no conceito dos objetos, podem ser atribuídas a 
eles de modo universal e necessária, em juízos a 
priori, porque são tais que o sujeito (aquele que 
conhece) impõe a todos os objetos, de forma que 
essas determinações sempre estarão presentes 
no objeto toda vez que este for conhecido por um 
sujeito que as impõe a ele. 
A CONCEPÇÃO MORAL 
 
A doutrina moral de Kant é independente de 
qualquer sentido religioso. Sua moral exclui a 
noção de intenção como elemento de uma alma 
pura, e o dever não é uma obrigação a ser 
seguida em virtude de um ente superior. Intenção 
e dever (em Kant) dependem do sujeito 
epistemológico (eu transcendental) e não do eu 
psicológico (indivíduo). Para Kant, o sujeito 
transcendental trata-se de uma maquinaria 
(aparelho cognitivo) subjetiva, universal e 
necessária (presente em todos os homens, em 
todos os tempos e em todos os lugares). Assim, 
todo ser saudável possui tal aparato, formado por 
três campos: a razão, o entendimento(categorias) e a sensibilidade (formas puras da 
intuição-espaço e tempo). 
 Em Kant, a razão (faculdade das idéias) é 
que preserva os princípios que articulam intenção 
e dever conforme a autonomia do sujeito. Desse 
modo segue-se que tais princípios não podem 
ser negados sem autocontradição. Daí deriva a 
idéia de liberdade kantiana, de um caráter 
sintético a priori, sendo que sem liberdade não 
pode haver nenhum ato moral; para sermos 
livres, precisamos ser obrigados pelo dever de 
sermos livres. 
O IMPERATIVO CATEGÓRICO 
O comando moral que faz com que nossas 
ações sejam moralmente boas, se expressa no 
imperativo categórico: “age só segundo máxima 
tal que possas ao mesmo tempo querer que ela 
se torne lei universal” (FMC, 2004, p.51). Essa lei 
está atada à razão pura prática. Todo sujeito é 
racional (tem raciocínio lógico), por isso tem 
condição de sujeito moral, dotado de normas. 
Exercer uma ação contrária levaria ao absurdo. O 
exemplo que Kant nos dá (FMC) a respeito da 
mentira é o mais conhecido. Poderia alguém 
mentir em benefício próprio, de um ente querido, 
ou mesmo em favor da humanidade? Kant, nos 
diz não, pois a mentira jamais poderia ser 
universalizada sem autocontradição: 
(...) pois, segundo essa lei, não poderia haver 
propriamente promessa alguma, já que seria inútil 
afirmar a minha vontade quanto a minhas futuras 
ações, pois as pessoas não acreditariam em meu 
fingimento, ou, se precipitadamente o fizessem, pagar-
me-iam na mesma moeda. Portanto, a minha máxima, 
uma vez arvorada em lei universal, destruir-se-ia a si 
mesma necessariamente (Kant, FMC, 2004, p.31). 
 Desse modo, cada sujeito, tem um alarme 
acionado na sua consciência moral (com a razão 
pura prática funcionando), que evidencia essa 
contradição, alertando que essa ação deve ser 
refutada, visto que essa ação não pode servir 
para todos. Assim, consultando a razão pura 
prática (como deveria alguém agir na minha 
situação?), constataremos que se todos se 
utilizassem dessa ação, o mundo seria um 
verdadeiro caos. 
 O imperativo categórico em Kant é uma 
forma a priori, pura, independente do útil ou 
prejudicial. É uma escolha voluntária racional, por 
finalidade e não causalidade. Superam-se os 
interesses e impõe-se o ser moral, o dever. O 
dever é o princípio supremo de toda a moralidade 
(moral deontológica). Dessa forma uma ação é 
certa quando realizada por um sentimento de 
dever. A razão é a condição a priori da vontade, 
por isso independe da experiência. 
DIFERENÇAS ENTRE OS IMPERATIVOS 
 Todos os imperativos ordenam, e são 
fórmulas para exprimir as relações entre as leis 
objetivas do querer em geral, e a discordância 
subjetiva da vontade humana. 
Imperativo é hipotético: no caso de a ação ser 
apenas boa como meio para qualquer outra 
coisa, ou seja, em vista de algum propósito 
possível ou real. 
 A habilidade na escolha dos meios para 
atingir o maior bem-estar próprio pode-se chamar 
sagacidade. Por exemplo, a escolha dos meios 
para alcançar a própria felicidade (não é um ideal 
da razão, mas da imaginação), continua sendo 
um imperativo hipotético (considerados mais 
como conselhos). 
Imperativo Categórico: não é limitado a 
nenhuma condição, é um mandamento absoluto 
(necessário), vale como princípio apodíctico-
prático (da razão). 
Segue-se que somente o imperativo 
categórico equivale a uma lei prática, e os outros 
imperativos podem ser denominados de 
princípios da vontade, mas não leis. Pois, 
conforme nos diz Kant “o mandamento 
incondicional não deixa à vontade nenhum 
arbítrio acerca do que ordena, só ele tendo, 
portanto, em si, aquela necessidade que 
exigimos na lei” (FMC, 2004, p. 50). 
 
AS FÓRMULAS DO IMPERATIVO 
CATEGÓRICO 
 Além da fórmula da universalidade da lei, 
que vimos no que foi exposto anteriormente 
temos duas outras fórmulas: 
*baseada na humanidade como fim: Kant afirma 
que todo o ser racional, existe como fim em si 
mesmo, e não apenas como meio para uso 
arbitrário desta ou daquela vontade. Assim o 
imperativo prático será o seguinte: “age de tal 
maneira que possas usar a humanidade, tanto 
em tua pessoa como na pessoa de qualquer 
outro, sempre e simultaneamente como fim e 
nunca simplesmente como meio” (FMC, 2004, p. 
59). 
 
 
Baseada na vontade legisladora universal: a 
vontade da ação deve ser vista como um dever, 
ou seja, a idéia da vontade de todo ser racional 
concebida como vontade legisladora universal. 
Segundo esse princípio, Kant afirma: 
 A vontade não está, pois, simplesmente submetida à 
lei, mas o está de tal maneira que possa ser também 
considerada legisladora ela mesma, e precisamente 
por isso então submetida à lei (de que ela mesma 
pode ser considerada como autora - FMC, 2004, p. 
62). 
 O fato de razão se revela na decisão e 
não na contemplação. Contemplamos todas as 
características possíveis, nossas motivações 
pessoais, as circunstâncias do momento, e nos 
perguntamos novamente: “o que eu deveria 
fazer?” Depois de ter a convicção de ter levado 
tudo em conta, tomar uma decisão por mais difícil 
que seja, isso corresponde ao fato de razão. 
 
Dessa maneira o fato de razão é 
apresentado mediante nossa reflexão (avaliação) 
de nossas máximas como princípio de vida. Os 
princípios diversos da própria razão, baseados 
em motivos invertidos constituem o que 
chamamos de mal (transgressão dos limites da 
razão). E na maldade a avaliação que se faz dos 
pensamentos é corrompida na origem. 
Como se vê, a razão pura é uma razão 
livre de motivos empíricos ou particulares, sem 
interesses do que se pode conseguir com tal ato. 
E a razão empírica se reduz aos nossos 
interesses, com base na experiência, em que 
criamos conceitos de como satisfazê-los. 
 A liberdade consiste na decisão, que leva 
em consideração padrões universais aplicáveis 
que estabeleçam a harmonia coletiva. Assim, o 
indivíduo encontra em si mesmo os padrões 
universais que ele consegue exteriorizar. A 
liberdade exige que a pessoa tome sua decisão 
baseada em si mesma, partindo de uma visão 
exterior, que ela vislumbra do seu próprio interior, 
afirmando sua individualidade. 
 A aplicabilidade de conceitos morais para 
nós, é consequência de nossa liberdade. Ao 
tomarmos consciência de nossos impulsos, 
desejos e suas motivações nos confrontamos se 
iremos atendê-los ou não, e daí é que parte a 
nossa liberdade, no confronto de uma questão; 
faremos as nossas escolhas através de uma 
avaliação. E, se do contrário, não fizermos o 
confronto (a análise), atendendo prontamente 
aos nossos instintos, ainda assim, teremos 
tomados uma decisão, que foi consequência de 
nossa liberdade num posicionamento moral. 
 A liberdade humana é o fundamento de 
nossas ações e princípios de vida, fazendo parte 
essencial na prática moral. Não havendo 
determinação imediata da razão, no valor moral 
da ação, o próprio conceito de razão prática é 
questionável. Pois, se ela não é imediata, não é 
pura, admitindo inclinações. Para que as leis 
existam, a vontade deve estar fundada na razão, 
do contrário só teremos princípios práticos 
baseados na subjetividade. 
 
EXERCÍCIOS DE VESTIBULARES 
 
1. (Unioeste 2017) Na obra Fundamentação da Metafísica 
dos Costumes, Kant apresenta uma formulação do 
imperativo categórico: “Age apenas segundo uma máxima 
tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei 
universal”. 
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos 
costumes. 
São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 129 
 
 
Em relação ao pensamento de Kant, é CORRETO afirmar. 
a) O propósito do imperativo categórico é o de permitir que 
o indivíduo decida suas ações sem que tenha que se 
preocupar com os demais. 
b) O imperativo categórico tem por objetivo desfazer o 
conflito entre a providência divina, relacionada à cidade 
de Deus, e o espaço terreno. 
c) O imperativo categórico vincula a conduta moral a uma 
norma universal. 
d) Para Kant, não é possível que o indivíduo constitua um 
fim em si mesmo. Por isso mesmo,ele precisa espelhar-
se na ação dos demais para a sua ação. 
e) O imperativo categórico corresponde à condição do 
estado de natureza, que é anterior à instituição do 
Estado civil. 
 
2. (Uel 2015) Leia o texto a seguir. 
 
As leis morais juntamente com seus princípios não só se 
distinguem essencialmente, em todo o conhecimento 
prático, de tudo o mais onde haja um elemento empírico 
qualquer, mas toda a Filosofia moral repousa inteiramente 
sobre a sua parte pura e, aplicada ao homem, não toma 
emprestado o mínimo que seja ao conhecimento do mesmo 
(Antropologia). 
KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Trad. 
de Guido A. de Almeida. São Paulo: Discurso Editorial, 2009. 
p.73. 
 
Com base no texto e na questão da liberdade e autonomia 
em Immanuel Kant, assinale a alternativa correta. 
a) A fonte das ações morais pode ser encontrada através da 
análise psicológica da consciência moral, na qual se 
pesquisa mais o que o homem é, do que o que ele 
deveria ser. 
b) O elemento determinante do caráter moral de uma ação 
está na inclinação da qual se origina, sendo as 
 
 
inclinações serenas moralmente mais perfeitas do que as 
passionais. 
c) O sentimento é o elemento determinante para a ação 
moral, e a razão, por sua vez, somente pode dar uma 
direção à presente inclinação, na medida em que 
fornece o meio para alcançar o que é desejado. 
d) O ponto de partida dos juízos morais encontra-se nos 
“propulsores” humanos naturais, os quais se direcionam 
ao bem próprio e ao bem do outro. 
e) O princípio supremo da moralidade deve assentar-se na 
razão prática pura, e as leis morais devem ser 
independentes de qualquer condição subjetiva da 
natureza humana. 
 
3. (Uema 2015) Fraqueza e covardia são as causas 
pelas quais a maioria das pessoas permanece infantil 
mesmo tendo condição de libertar-se da tutela mental 
alheia. Por isso, fica fácil para alguns exercer o papel 
de tutores, pois muitas pessoas, por comodismo, não 
desejam se tornar adultas. Se tenho um livro que 
pensa por mim; um sacerdote que dirige minha 
consciência moral; um médico que me prescreve 
receitas e, assim por diante, não necessito preocupar-
me com minha vida. Se posso adquirir orientações, 
não necessito pensar pela minha cabeça: transfiro ao 
outro esta penosa tarefa de pensar. 
 
Fonte: I. Kant, O que é a ilustração. In: F. Weffort 
(org). Os clássicos da política, v. 2, 6 ed. São Paulo: 
Saraiva, 2006. 
 
 
Esse fragmento compõe o livro de Kant que trata 
da importância da(o) 
a) juízo. 
b) razão. 
c) cultura. 
d) costume. 
e) experiência. 
 
4. (Ufsm 2013) Os filósofos Ame Naess e George 
Sessions propuseram, em 1984, diversos princípios 
para uma ética ecológica profunda, entre os quais se 
encontra o seguinte: 
 
O bem-estar e o florescimento da vida humana e não 
humana na Terra têm valor em si mesmos. Esses 
valores são independentes da utilidade do mundo não 
humano para finalidades humanas. 
 
Considere as seguintes afirmações: 
 
I. A ética kantiana não se baseia no valor de utilidade 
das ações. 
II. “Valor intrínseco” é um sinônimo para “valor em si 
mesmo”. 
III. A ética utilitarista rejeita a concepção de que as 
ações têm valor em si mesmas. 
 
Está(ão) correta(s) 
a) apenas I. 
b) apenas II. 
c) apenas III. 
d) apenas I e II. 
e) I, II e III. 
 
5. (Enem 2013) Até hoje admitia-se que nosso 
conhecimento se devia regular pelos objetos; porém todas 
as tentativas para descobrir, mediante conceitos, algo que 
ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse 
pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não 
se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo 
que os objetos se deveriam regular pelo nosso 
conhecimento. 
 
KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste-Gulbenkian, 
1994 (adaptado). 
 
O trecho em questão é uma referência ao que ficou 
conhecido como revolução copernicana na filosofia. Nele, 
confrontam-se duas posições filosóficas que 
a) assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do 
conhecimento. 
b) defendem que o conhecimento é impossível, restando-
nos somente o ceticismo. 
c) revelam a relação de interdependência entre os dados da 
experiência e a reflexão filosófica. 
d) apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na 
primazia das ideias em relação aos objetos. 
e) refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso 
conhecimento e são ambas recusadas por Kant.

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