Prévia do material em texto
CRIACIONISMO BÍBLICO Mestrado em Exposição Bíblica Professor: Joseph Arthur, PhD Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 1 CRIACIONISMO BÍBLICO Seminário Batista Logos/Seminário e Instituto Batista Bereiana Mestrado em Exposição Bíblica; 2º Semestre 2015 Professor: Joseph Arthur, PhD I. DESCRIÇÃO DA MATÉRIA Um tratamento científico e teológico das origens do universo e da vida na terra. Serão abordadas (1) as teorias seculares modernas e as filosofias que as geraram, (2) a idade do universo, (3) os métodos de datação, (4) o conceito de um dilúvio universal, (5) e o design inteligente, entre outros assuntos. Os primeiros capítulos de Gênesis, junto com outras passagens bíblicas, serão analisados lingüistica e teologicamente para ajudar o aluno a formular uma perspectiva acurada da obra criativa de Deus. II. TEXTOS E MATERIAIS Lourenço, Adauto. Como tudo começou. São José dos Campos: Editora Fiel, 2007. ________. Gênesis 1 e 2: a mão de Deus na criação. São José dos Santos: Editora Fiel, 2011. Grudem, Wayne C. Teologia sistemática. São Paulo: Edições Vida Nova, 1999. III. OBJETIVOS 1. Conhecer e avaliar (através de uma visão bíblica) as várias interpretações de Gênesis 1. 2. Responder pessoalmente à questão da confiabilidade das escrituras quanto a criação. 3. Aprender a defender biblicamente sua posição das origens. IV. FREQÜÊNCIA E ATRASOS Assistência e participação em todas as aulas é um requerimento. Se o aluno perder mais de 25% das aulas, ficará automaticamente reprovado. Três atrasos (ou qualquer falta acima de 15 minutos) serão considerados como uma falta. No caso de ausência, o aluno ficará responsável pelo material dado na aula e pelos deveres. V. TAREFAS 1. Leitura de Como tudo começou por Adauto Lourenço, páginas ix–232. O aluno que já leu este livro no passado pode ler Gênesis 1 e 2 pelo mesmo autor, páginas 13-218. Data: 16/11/15. 2. Leitura de Teologia Sistemática por Wayne Grudem, páginas 198-246. Data: 16/11/15. 3. Um trabalho escrito de pelo menos 12 páginas, espaço 1,5, elaborando a posição do aluno quanto aos capítulos 1 e 6-8 de Gênesis, tratando das origens do universo, a existência e idade da terra, a existência da vida na terra, a existência do homem, e o dilúvio. Data: 23/11/15. VI. NOTAS As notas finais serão calculadas na seguinte base: Leitura (Lourenço e Grudem) 30% Trabalho 40% Participação Online 30% Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 2 VII. PLANO DAS AULAS Data Assunto Tarefas, etc. 30/09/15 (4ª-feira) 16:50–18:00 Textos Bíblicos sobre a Criação - - - - - 30/09/15 (4ª-feira) 19:30–21:50 Teorias sobre Gênesis 1 - - - - - 01/10/15 (5ª-feira) 13:00–17:20 Teorias sobre Gênesis 1 - - - - - 01/10/15 (5ª-feira) 19:00–21:50 Observações Textuais de Gênesis 1 Tratamento Científico das Origens - - - - - 02/10/15 (6ª-feira) 09:00–11:50 Evidência do Design Inteligente Origem da Vida na Terra - - - - - 02/10/15 (6ª-feira) 13:00–17:20 Aspecto Cosmológico da Criação Formação da Superfície da Terra - - - - - 16/11/15 (2ª-feira) 22:00 - - - - - Leituras de Adauto Lourenço e Wayne Grudem 23/11/15 (2ª-feira) 22:00 - - - - - Trabalho final VIII. ENSINO ONLINE Para terminar este módulo, o aluno é obrigado a completar satisfatoriamente o segmento online da disciplina. Para ser aprovado, o aluno deve iniciar o segmento online da matéria durante a semana 03-09 de novembro/2015. Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 1 1ª PARTE: TRATAMENTO BÍBLICO DAS ORIGENS 1A. O MATERIAL BÍBLICO SOBRE A CRIAÇÃO DIVINA 1B. As Ênfases do Texto Bíblico 1C. Ênfase sobre as origens da criação Tanto Gênesis quanto João destacam o fato de que a criação tinha início mas que Deus já existia (Gên. 1:1; João 1:1). Realmente, João imita o grego da Septuaginta de Gênesis 1:1: Gên. 1:1 (LXX): ėn aÓrchvØ ėpoi÷hsen oJ qeo\ß to\n oujrano\n kai« th\n ghvn. João 1:1 (NT): ėn aÓrchØv h™n oJ lo/goß, kai« oJ lo/goß h™n pro\ß to\n qeo/n, kai« qeo\ß h™n oJ lo/goß. 2C. Ênfase sobre a pré-existência de Deus Em várias passagens, a eternidade de Deus é contrastada com a finidade da criação visível: “Antes que nascessem os montes, ou que tivesses formado a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade tu és Deus.” (Sl. 90:2) “Agora, pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.” (João 17:5) “…como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor…” (Efés. 1:4) “…mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós.” (1 Ped. 1:19-20) 3C. Ênfase sobre a universalidade da criação de Deus As Escrituras fazem claro que Deus criou tudo que existe além Dele mesmo: “Mas o Senhor é o verdadeiro Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno, ao seu furor estremece a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação. Assim lhes direis: Os deuses que não fizeram os céus e a terra, esses perecerão da terra e de debaixo dos céus. Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus.” (Jer. 10:10-12) “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (João 1:3) Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 2 “…porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas.” (Col. 1:16-17) 4C. Ênfase sobre a participação da divindade inteira na obra de criação Segundo as escrituras, as três pessoas da divindade participaram da criação: “…todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem [ėx ou∞] são todas as coisas e para quem nós vivemos…” (1 Cor. 8:6a) “…e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual [di Óou∞] existem todas as coisas, e por ele nós também.” (1 Cor. 8:6b) “…nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem [di Óou∞] fez também o mundo.” (Heb 1:2) “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, [di Óaujtouv] e sem ele nada do que foi feito se fez.” (João 1:3) “…porque nele [ėn aujtwˆ◊ = instrumento] foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele [di Óaujtouv = agência intermediária] e para ele [ei˙ß aujto\n = referência].” (Col. 1:16) “A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.” (Gên. 1:2) O sentido do verbo “pairar” (Pjr) é difícil determinar com certeza, devido ao seu uso não frequente no AT. Em Deuteronômio 32:11 (um versículo de um poema arcáico) o verbo representa uma ave que “adeja sobre os seus filhos,” e em Jeremias 23:9, o profeta usa o verbo falando do seu medo: “todos os meus ossos estremecem.” 5C. Ênfase sobre o método divino de criação A criação foi um resultado da palavra de Deus, e o poder, a sabedoria, a vontade e o prazer dele: “Disse Deus: haja luz. E houve luz.” (Gên. 1:3) “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro dasua boca… Pois ele falou, e tudo se fez; ele mandou, e logo tudo apareceu.” (Sl. 33:6, 9) “Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus! Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e logo foram criados.” (Sl. 148:4-5) “Ele fez a terra pelo seu poder; ele estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus.” (Jer. 10:12) Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 3 “Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas.” (Apoc. 4:11) 6C. Ênfase sobre a qualidade revelatória da criação O ser humano coerente (!) deve admitir que Deus existe e trabalha. A criação é a auto- manifestação de um Deus soberano, onipotente e onisciente: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.” (Sl. 19:1) “Porque grande é o Senhor, e digno de ser louvado; ele é mais temível do que todos os deuses. Porque todos os deuses dos povos são ídolos; mas o Senhor fez os céus.” (Sl. 96:4-5) “Levantai ao alto os vossos olhos, e vede: quem criou estas coisas? Foi aquele que faz sair o exército delas segundo o seu número; ele as chama a todas pelos seus nomes; por ser ele grande em força, e forte em poder, nenhuma faltará.” (Isa. 40:26) “Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles [nos céus] se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis.” (Rom. 1:19-20) 7C. Ênfase sobre o propósito básico da criação As Escrituras indicam que o Senhor criou para cumprir os propósitos definidos pela vontade divina: O prazer divino: “Viu Deus que a luz era boa… E viu Deus que isso [terra seca] era bom…etc.” (Gên. 1:4, 10, etc.) “…porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas.” (Apoc. 4:11) A glória divina: “…trazei meus filhos de longe, e minhas filhas das extremidades da terra; a todo aquele que é chamado pelo meu nome, e que criei para minha glória, e que formei e fiz.” (Isa. 43:6-7) 8C. Ênfase sobre o imperfeito estado atual da criação A queda do homem é o motivo pela imperfeição da criação, incluíndo as catástrofes físicas que afligem a ordem criada: “E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua concepção; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. E ao homem disse: Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 4 Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás.” (Gên. 3:16-19) “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte [física], assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.” (Rom. 5:12) “Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora.” (Rom. 8:19-22) 9C. Ênfase sobre a natureza temporária desta criação As Escrituras mostram que o estado desta criação será mudada em duas fases: (1) a revogação parcial da maldição durante o milênio, e (2) a nova criação no início do estado eterno. A revogação parcial durante o milênio significa que certos elementos da maldição original da época da queda de Adão serão tirados: “Morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará; e o bezerro, e o leão novo e o animal cevado viverão juntos; e um menino pequeno os conduzirá. A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; e o leão comerá palha como o boi. A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, e a desmamada meterá a sua mão na cova do basilisco.” (Isa. 11:6-8) “O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente…” (Isa. 65:25) Porém, é claro que a promessa da morte do ser humano ainda estará em vigor no milênio: “Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado.” (Isa. 65:20) Mas no estado eterno, não haverá mais maldição sobre a criação: “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe… E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas.” (Apoc. 21:1, 5) 2B. O Relacionamento entre a Bíblia e a Ciência Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 5 Quando consideramos a interação entre as pesquisas e conclusões da ciência e as afirmações da Bíblia, devemos reconhecer os seguintes elementos: 1C. A necessidade de fé Tanto a Bíblia quanto a ciência exigem a fé dos seus aderentes. No caso da Bíblia, o seguidor tem que acreditar na veracidade das Escrituras, não somente nas colocações referentes à salvação, mas em todas as áreas. No lado da ciência, o aderente deve acreditar na legitimidade da sua metodologia. Porém, é necessário que o cientista distingua entre o “fatos” observáveis e as teorias. 2C. A legitimidade da ciência Porque a natureza segue as leis da gravidade, da termodinâmica, etc., podemos contar com a uniformidade e previsibilidade da criação em geral. Ao mesmo tempo, devemos permitir que o Deus da criação intervenha na sua própria criação, com eventos tais como o dilúvio, os milagres de Jesus, a ressurreição, e a vinda de Cristo. “…sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores com zombaria andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Pois eles de propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste; pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água; mas os céus e a terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios.” (2 Ped. 3:3-7) 3C. As limitações da mente natural O cientista recolhe muitos dados e acumula muitas informações. Porém, para interpretar os dados corretamente, é preciso uma mente que pensa corretamente. Quase todos os cientistas acreditam que eles pensam com imparcialidade, avaliando os fatos com um raciocínio completamente imparcial. Infelizmente, o homem não têm imparcialidade no seu pensamento e raciocínio natural, devido aos efeitos da queda. “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer? Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” (Jer. 17:9-10) “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” (1 Cor. 2:14) “Porquanto a inclinação dacarne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser.” (Rom. 8:7) A incapacidade do cientista incrédulo de pensar corretamente tem uma influência sobre todas as suas teorias e conclusões. Ele pode descobrir certos dados verídicos. Porém, ele nem sempre consegue interpretar os dados corretamente devido a sua mente depravada. Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 6 Por isso, ninguém pode declarar que o conhecimento moderno da ciência é a fonte de verdades indisputáveis. 4C. A importância da discussão sobre a criação O conflito entre as duas perspectivas de origens (criação vs. evolução) é central na disputa maior entre a autoridade da Bíblia e a mente humana sem Deus. O homem “natural” quer achar outra explicação por sua existência; ele não quer admitir que ele existe por causa da obra de um Deus moral. Aceitar a perspectiva da criação divina é assumir responsabilidade por suas ações diante de um Deus santo que o criou. 2A. AS INTERPRETAÇÕES DE GÊNESIS 1-2 Há diversas abordagens usadas para interpretar Gênesis 1-2. Os teólogos que abraçam as posições alistadas abaixo geralmente atribuem certa confiabilidade às Escrituras. No lado dos cientistas incrédulos, não há obrigação nenhuma de tratar da linguagem da Bíblia. Porém, as perspectivas aqui colocadas (com a exceção da última) são o produto de uma convicção de que a interpretação de Gênesis 1-2 deve ser adaptada aos “fatos” da ciência moderna. 1B. A Teoria da “Evolução Teísta” 1C. Gênesis 1-2 é considerado poesia A base desta posição é que o Senhor elaborou em termos figurativos o procedimento geral que foi seguido na criação divina. 2C. A ordem e a duração da atividade criadora em Gênesis não tem relevância Gênesis 1-2 tem o esboço, mas os detalhes do texto não importam. O propósito desta poesia não é revelar como Deus criou, mas simplesmente que Ele é soberano. 3C. Os detalhes são descobertos através da ciência Quem quer saber como tudo chegou ao seu estado atual tem que estudar a revelação “natural” (ou as teorias científicas das origens das espécies). 2B. A Teoria da “Criacão Progressiva” 1C. Os “dias” de Gênesis são épocas As épocas geralmente indicadas por esta posição são as épocas geológicas (pleistocena, pré-cambriana, etc.). 2C. Os eventos de Gênesis 1-2 seguem a ordem mas não a duração dos eventos verdadeiros Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 7 Assim, a terra começou sem forma (v. 2), e através de energia e moção (vv. 2-3) os mares e a atmosfera foram estabelecidos na superfície (vv. 6-8). Depois de certo tempo, os continentes emergiram dos mares (vv. 9-10), formas básicas de vegetação apareceram (vv. 11-12), depois, as formas de animais marítimos (v. 20), então os animais da terra seca (v. 24), e até que enfim o homem (v. 26). 3C. Os motivos por esta abordagem As descobertas e teorias da geologia e astonomia exigem uma teoria de criação que segue os fatos “estabelecidos”. Também, a palavra “dia” pode ser usada figuradamente na Bíblia (vj. “o dia do Senhor”, e Gên. 2:4; Sl. 90:4; 2 Ped. 3:8). 4C. As objeções As maiores objeções tratam do significado da palavra “dia” e a ordem dos dias no relato da criação. O significado de “dia” será tratado em baixo. Basta notar aqui que as passagens que falam da comparação entre o ‘tempo’ de Deus e o ‘tempo’ do homem (Sl. 90:4; 2 Ped. 3:8) não são explicações da hermenêutica empregada em Gênesis 1. Estas passagens simplesmente significam que aquilo que o homem precisaria de 1000 anos para fazer, Deus poderia realizar num dia só. A questão da ordem dos dias (ou épocas) é significante. Se Deus criou tudo como está escrito, mas usou épocas ao invéz de dias, este sistema não concorda bem com a ciência moderna. O evolucionista não aceitaria a idéia de que as plantas (terceiro ‘dia’) chegaram a existir milhares de anos antes da existência dos insetos (quinto ‘dia’). Também, os répteis são considerados como os ancestrais das aves. Mas as aves apareceram no quinto dia e os répteis no sexto dia. Pior que tudo é a existência das plantas milhões de anos antes do sol. Possivelmente a objeção maior a esta abordagem “científica” do relato da criação em Gênesis é a proeminência dada à revelação geral (natureza), ao ponto de considerar mais autoritativas as teorias imperfeitas da ciência do que os detalhes inerrantes da revelação especial (as Escrituras que explicam o ato criativo de Deus). Porém, o apóstolo Pedro valorizou a Palavra escrita de Deus acima de todas as outras formas de revelação, incluíndo até a voz de Deus que ele ouviu pessoalmente no monte de transfiguração: “De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; ao contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade. Ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando da suprema glória lhe foi dirigida a voz que disse: “Este é o meu filho amado, em quem me agrado.” Nós mesmos ouvimos essa voz vinda dos céus, quando estávamos com ele no monte santo. Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem atenção…” (2 Ped. 1:16-19) [NVI] 3B. A Teoria dos “Dias de Revelação” Esta teoria supõe que os dias de Gênesis 1 não fossem dias de atividade divina, mas de revelação divina. Moisés supostamente recebeu revelações de Deus sobre a criação através de uma semana. No quarto dia da semana, por exemplo, Deus revelou que ele tinha criado o Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 8 sol e a lua. Assim, os que seguram esta teoria dizem que não há conflito nenhum entre a Bíblia e a ciência, pois a Bíblia não mostra a ordem nem o período de tempo no qual tudo chegou a existir. Porém, a própria Bíblia emprega o exemplo de uma criação literal em outras passagens. Quando, por exemplo, Israel foi mandado para observar o sábado, o motivo colocado foi: “Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.” (Êxod. 20:11) Também, uma leitura normal de Gênesis 1 daria a impressão que Deus criou em sete dias, ao invéz de revelar os passos da criação em sete dias. 4B. A Teoria da “Lacuna” 1C. Os elementos da teoria 1D. A criação original era perfeita (Gên. 1:1) 2D. Houve rebelião e catástrofe (julgamento) (Gên. 1:2) “A terra, porém, se tornou sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo…” A Bíblia Scofield (revisão de 1983) elabora esta teoria numa nota de rodapé: “A segunda [interpretação], que poderia ser chamada de interpretação do Juízo Divino, vê nessas palavras uma descrição apenas da terra numa condição subseqüente à sua criação, não como era originalmente…” (p. 1). A explicação mais comum é que a rebelião de Satanás exigiu a destruição divina da terra e que esta destruição deixou suas marcas em todo lugar. 3D. A “reconstrução” da criação foi necessária (Gên. 1:3ss) 2C. Os motivos pela teoria 1D. O relato bíblico trata de um período muito curto As ciências de astonomia e geologia parecem mostrar que o mundo já existiu por um período mais cumprido do que apenas 6.000 anos. Assim, a re-criação do mundo aconteceu recentemente, mas as estrelas e as características da terra indicam que a criação original dos céus e a terra aconteceu numa época milhões ou bilhões de anos antes desta segunda criação. 2D. A expressão “sem forma e vazia” (Gên. 1:2) Há mais duas passagens no AT que empregam esta expressão: Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em ExposiçãoBíblica 9 “Mas o pelicano e o ouriço a possuirão; a coruja e o corvo nela habitarão; e ele estenderá sobre ela o cordel de confusão [ …whOt] e o prumo de vaidade [ …whOb].” (Isa. 34:11) “Observei a terra, e eis que era sem forma [ …whOt] e vazia [ …whOb]; também os céus, e não tinham a sua luz.” (Jer. 4:23) Porque as duas passagens tratam do juízo divino sobre a desobediência, quem segue esta teoria acha que Gênesis 1:2 também deve se referir a um ato de rebelião que mereceu a destruição divina. 3D. A natureza de Deus Do jeito que Deus é descrito na Bíblia, ele não pode criar algo “sem forma e vazia”: “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro.” (Isa. 45:18) Também, Deus, sendo a luz, não pode se associar com as trevas (Gên. 1:2). 4D. O uso dos verbos hebraicos Em Gênesis 1:1, Deus “criou” (arb bara) os céus e a terra. Porém, nos versículos 7, 11, 12, 16, 25, 26 e 31, o verbo “fazer” (hco asah) é usado. Esta mudança para outro verbo deve mostrar que a atividade divina é diferente a partir do v. 2. A recriação de Deus é indicada através do verbo “fazer,” e não “criar.” 5D. A existência de demônios Alguns acham que os demônios são os espíritos que perderam seus corpos quando o Senhor destruiu uma raça de seres pessoais que viveram antes de Adão. 3C. Objeções 1D. As objeções gramaticais à teoria da lacuna 1E. Os verbos hebraicos Os verbos arb e hco não são tão diferentes. O verbo hco é mais geral do que arb, e assim o verbo mais geral pode ser substituido em lugar do verbo mais específico, sem violar o conceito de Deus ter criado algo. Que os verbos são intercambiáveis num contexto de criação é claro dos seguintes versículos: “E disse Deus: Façamos (hco) o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 10 animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra. Criou (arb), pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou (arb); homem e mulher os criou (arb).” (Gên. 1:26-27) “Criou (arb), pois, Deus os monstros marinhos…” (1:21) “Deus, pois, fez (hco) os animais selvagens segundo as suas espécies…” (1:25) “Eis as origens dos céus e da terra, quando foram criados (arb). No dia em que o Senhor Deus fez (hco) a terra e os céus…” (Gên. 2:4) “…No dia em que Deus criou (arb) o homem, à semelhança de Deus o fez (hco).” (5:1) “Porque assim diz o Senhor, que criou (arb) os céus, o Deus que formou (rxy) a terra, que a fez (hco) e a estabeleceu (Nwk), não a criando (arb) para ser um caos, mas [a formando] (rxy) para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro.” (Isa. 45:18) Portanto, não devemos fazer uma distinção entre os dois verbos hebraicos. Os dois verbos podem indicar atividade criativa. 2E. A conjunção ‘vav circunstancial’ (Gên. 1:2) A conjunção (w) no início do v. 2 não é vav consecutivo, pois não aparece com o verbo imperfeito. Assim, o v. 2 não pode indicar uma ação sequencial ao verbo ‘criar’ (arb) no v. 1. Antes, a função da conjunção no início do v. 2 é explicativa; a sequência pára enquanto o narrador explica a condição dos céus e da terra. Um nome possível desta conjunção é disjuntiva. Somente o v. 2 tem esta conjunção de todos os versículos do capítulo 1. Outras passagens que servem de exemplos deste uso da conjunção seguem. Em nenhum caso, o verbo indica uma atividade sequencial, mas sempre uma condição ou descrição da criação: 2:6 “Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra [explicação].” 2:10 “E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços [descrição]).” 2:12 “e o ouro dessa terra é bom [descrição]…” 3E. O verbo ser/estar (Gên. 1:2) O aspecto do verbo (hDt ◊yDh) é perfeito (3fs), em vez de imperfeito, e assim não pode fazer parte da corrente de verbos consecutivos que seguem nos vv. 3–31. Também, o verbo hDyDh deve significar “foi” ou “era” no contexto do v. 2, em vez de “se tornou,” porque o verbo fica sem a preposição ◊l. Um exemplo desta construção se encontra em 2:7: Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 11 “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente (hÎ¥yAj vRp‰n Vl M ∂dDaDh yIh ◊yÅw).” 4E. Uma oração nominal (Gên. 1:2) Gênesis 1:2 começa com uma oração nominal (“[Agora] a terra era sem forma…”). Uma regra da gramática hebraica indica que quando uma oração nominal contém a forma do verbo ser/estar, o verbo sempre descreve um estado em vez de uma ação. 5E. A ordem das palavras no versículo (Gên. 1:2) A ordem normal das palavras numa narrativa é Verbo/Sujeito/Objeto. Porém, neste versículo, a ordem é diferente: o versículo começa com o sujeito (X®rDaDh ◊w). Isto tira ênfase do verbo, mostrando que o importante é o sujeito e sua descrição. Na Bíblia Hebraica, não há nenhum caso de uma frase com {vav circunstancial + sujeito + verbo hyh} onde o significado da frase é “se tornar”. 2D. As objeções teológicas à teoria da lacuna 1E. “Deus não poderia criar um caos” A teoria da lacuna tira as seguintes conclusões: (1) que v. 2 descreve um caos, e (2) que caos é mau. A conclusão final é que Deus não pode criar um caos—o caos era o resultado do julgamento de Deus sobre os ímpios. Porém, o significado da frase “sem forma e vazia” ( …whObÎw …whOt) não necessariamente inclui as idéias de caos ou de mal. Por exemplo, Jó 26:7 usa a palavra …whOt, mas o significado é outro: “Ele estende o norte sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada.” O significado mais básico da colocação é o estado incompleto da obra de Deus. Deus ainda não tinha formado ou preenchido completamente os céus e a terra que ele tinha criado no v. 1. Outro exemplo de algo criado perfeitamente, mas incompletamente, é Adão (sem Eva). 2E. “Deus não poderia criar as trevas” Porque 1:2 refere-se às trevas na face do abismo, a teoria da lacuna nega que Deus pudesse criar algo tão contrário à sua natureza (Tg. 1:17). Assim, as trevas são uma evidência do julgamento de Deus. Porém, Isaías 45:7 atribui a criação das trevas a Deus: Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 12 “Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas.” É importante lembrar que, no v. 2, o Espírito de Deus estava pairando sobre a face das águas–e ele fez isso nas trevas. O simbolismo espiritual da luz e das trevas não deve ser aplicado em Gênesis 1, onde a dimensão espiritual não se trata. 3D. A objeção científica à teoria da lacuna Nas notas de rodapé em Gênesis 1:2 da Bíblia Scofield (versão original), o autor colocou o seguinte em apoio da teoria da lacuna: “Jeremias 4:23-26, Isaías 24:1 e 45:18 indicam claramente que o mundo tinha experimentado uma mudanca catastrófica como resultado de julgamento divino. Em todo lugar, a face da terra evidencia as marcas desta catástrofe…” (p. 3). Porém, toda evidência de catástrofe na face da terra pode ser explicada como o resultado da catástrofe que a Bíblia relata em Gênesis 6-8: o dilúvio universal dos dias de Noé. O dilúvio explica melhor as camadas geológicas e os fósseis. 4D. As objeções textuais à teoria da lacuna 1E. Os seis dias da criação A teoria da lacuna diz que o mundo foi recriado por Deus depois da sua destruição em Gênesis 1:2. Porém, as Escrituras afirmam que tudo foi criado em seis dias, incluindo a terra:“Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há…” (Êxod. 20:11) Assim, é claro que Gênesis 1:1 fica dentro dos seis dias, e que nenhuma lacuna pode se encaixar entre 1:1 e 1:2. 2E. O pecado e o estado depravado da natureza como resultado As Escrituras mostram que o pecado (que inclui a rebeldia) entrou no mundo com Adão (que foi criado em Gênesis 1:26), e não antes da criação dele em Gênesis 1:2. “Portanto, assim como por um só homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.” (Rom. 5:12) 3E. O argumento de Gênesis 1:31 A afirmação de Deus em Gênesis 1:31 elimina a possibilidade de um período de pecado, rebeldia, castigo e destruição em 1:2. Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 13 “E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom (dOaVm bwøf). E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.” (1:31) Também, Deus faz avaliações depois de cada dia da criação, sempre com a mesma conclusão: “E viu Deus que isso era bom” (1:4, 10, 12, 18, 21, 25). É difícil imaginar que esta linguagem possa permitir a destruição de uma raça pré- adâmica junto com o mundo daquela época. 4E. A Bíblia sabe de apenas duas destruições deste mundo Em 2 Pedro, o autor mostra a insensatez daqueles que duvidam a volta de Cristo. O racioncínio deles é que Deus não está intervindo na sua criação hoje em dia. Mas Pedro argumenta contra isso, mostrando que já houve uma intervenção forte, e haverá outra no final dos tempos. A Bíblia fala de somente duas catástrofes universais da mão de Deus sobre este mundo: o dilúvio no passado (nos tempos de Noé) e a destruição futura pelo fogo: “…nos últimos dias virão escarnecedores com zombaria andando segundo as suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação. Pois eles de propósito ignoram isto, que pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste; pelas quais coisas pereceu o mundo de então, afogado em água; mas os céus e a terra de agora, pela mesma palavra, têm sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios.” (2 Ped. 3:3-7) 5B. A Teoria da “Estrutura Literária” 1C. Os elementos da posição 1D. A idade do mundo Esta teoria abraça as conclusões da geologia moderna que diz que o mundo tem 4,5 bilhões de anos. Realmente, parece que a teoria foi gerada para tentar resolver as diferenças entre a geologia e Gênesis 1. Certos evangélicos tem adotado esta teoria porque eles acham que podem continuar a acreditar na Bíblia como a Palavra de Deus e, ao mesmo tempo, aceitar as conclusões da geologia popular que tem a perspectiva de um mundo muito antigo: “…é preciso reconhecer que um dos aspectos que tornam essa teoria atraente é o fato de tirar dos ombros dos evangélicos o peso de nem sequer tentar conciliar descobertas científicas com Gênesis 1.” (Wayne Grudem, Teologia Sistemática, p. 234) 2D. O propósito literário de Gênesis 1 Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 14 Em vez de mostrar a ordem e a duração dos eventos criativos, Gênesis 1 emprega uma estrutura literária que comunique outras informações sobre a atividade criadora de Deus. A chave desta comunicação acha sua base em Gênesis 1:2, onde a criação é chamada “sem forma e vazia.” Os vv. 3-31, então, são construídos de uma forma especial que destaca as correspondências entre os dias 1-3 e os dias 4-6. A estrutura mostra estes paralelos entre os dois grupos de dias (Grudem, Teologia Sistemática, p. 232): Dias de Formação Dias de Preenchimento 1º dia: separaçao de luz/trevas 4º dia: sol, lua, e estrelas (luzes no céu) 2º dia: separação de firmamento/águas 5º dia: peixes e aves 3º dia: separação da terra seca/mares, e 6º dia: animais e o homem de plantas e arvores Seguindo este raciocínio, o Senhor separa a luz das trevas no primeiro dia, e no quarto dia ele coloca os grandes luzeiros para iluminar o dia e a noite. No segundo dia, Deus separa as águas dos céus, e no quinto dia ele coloca os peixes nas águas e as aves nos céus. No terceiro dia, Deus separa a terra seca dos mares, e no sexto dia ele coloca os animais e o homem na terra e lhes dá as plantas para comida. Assim, o alvo da literatura não é uma explicação da ordem dos eventos nem da duração dos eventos. O alvo é simplesmente ilustrar que Deus criou tudo, e que sua criação completou tudo que estava faltando (“sem forma e vazia” se torna “com forma e cheia”). 2C. As vantagens da posição (segundo os defensores) As duas vantagens que os seguidores citam para esta posição são: (1) ela reconhece a correspondência exata entre o primeiro grupo de três dias e o segundo grupo de três dias, e (2) ela evita “qualquer conflito com a ciência moderna por conta da idade da terra e da idade dos seres vivos (pois não há sugestão nenhuma de cronologia)” (Grudem, p. 233). 3C. As objeções (de Grudem, Teologia Sistemática, pp. 233-35) Há certas objeções citadas por Grudem contra a teoria de estrutura literária em Gênesis 1: 1D. As correspondências entre os dias não são tão exatas A teoria se baseia no conceito de que Deus preencheu nos dias 4-6 o espaço criado (e separado) nos dias 1-3. Porém, os luzeiros criados no quarto dia não foram colocados num espaço criado no primeiro dia, mas no firmamento criado no segundo dia. Assim, dia quatro corresponde-se tanto com o segundo dia quanto com o primeiro dia. Também, o espaço criado (formado) para os peixes do quinto dia se tornou a existir não no segundo dia, mas no terceiro dia quando Deus criou os mares. Finalmente, o homem e os animais criados no sexto dia não habitam nos mares criados no terceiro dia, deixando dúvidas sobre a correspondência entre dia três e seis. Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 15 2D. A motivação para a teoria não é necessariamente textual Em véz de deduzir esta teoria das informações textuais de Gênesis 1, parece que a teoria é uma tentativa de reconciliar um texto “anti-científico” com o mundo de ciências. Nas palavras de um defensor dessa teoria: “‘Tão grande é a vantagem, e para alguns o alívio, que poderia constituir tentação…’ Não devemos esposar a teoria embasada na sua conveniência, mas só caso os textos realmente nos levem nessa direção” (Grudem, p. 234). 3D. O texto de Gênesis 1 parece indicar a cronologia dos eventos Não muitos evengélicos tem adotado a posição de estrutura literária, justamente porque o primeiro capítulo da Bíblia sugere não somente uma estrutura literária, mas também um relatório cronológico da criação. A progressão da narrativa dos aspectos básicos nos primeiros versículos (luz/trevas, águas, céus, terra seca) para os aspectos mais desenvolvidos nos últimos versículos (peixes, aves, animais e o homem) mostra uma seqüência entendível das fases cronológicas da criação. Além disso, o uso de números para indicar os dias sequenciais (“dia um,” “dia dois,” etc.) contribui ao sentido de um tratamento cronológico. Nas palavras de Derek Kidner: “…a marcha dos dias é um avanço progressivo majestoso demais para não incluir nenhuma idéia de seqüência ordenada. Além disso, parece muita sutileza adotar uma conceituação da passagem que elimine uma das impressões primordiais que ela causa no leitor comum. É uma história, e não apenas uma declaração” (Gênesis, pp. 51-52). 4D. O exemplo do sábado não teria base Se o Senhor não criasse os céus e a terra em seis dias, haveria pelo menos duas passagens emÊxodo que não fazem sentido: “Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum…Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.” (Êx. 20:9-11) “Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia será o sábado de descanso solene, santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente será morto. Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações como pacto perpétuo. Entre mim e os filhos de Israel será ele um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, e ao sétimo dia descansou, e achou refrigério.” (Êx. 31:15-17) Deus deixou este mandamento como um sinal entre ele e Israel para sempre. Nas palavras de Moisés (citando Deus), este sinal foi baseado numa semana de trabalho modelado pelo Senhor quando ele criou “o céu e a terra”. Se não acreditamos na criação ordenada e colocada numa sequência especial por Deus, estamos sugerindo que Deus enganasse seu povo. Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 16 6B. A Criação Recente 1C. O caráter de Gênesis 1 1D. O gênero literário Certos teólogos que não aceitam o conceito da criação especial em seis dias tentam ainda manter uma postura que valorize a Palavra de Deus. Eles defendem sua posição chamando o primeiro capítulo de Gênesis uma obra poética, e portanto, literatura que não pode ser interpretada literalmente, e sim, figuradamente. Desta maneira eles podem esticar os “dias” de Gênesis 1 em épocas de milhões e bilhões de anos. Porém, a poesia da Bíblia hebraica segue certos padrões observáveis. O gênero literário de poesia é reconhecido através de caraterísticas distintas que não se encontra em Gênesis 1. O elemento mais comum da poesia antiga é o paralelismo semântico e estrutural, um aspecto que não esteja em evidência em Gênesis 1. Também, a partícula ta (sinal do acusativo), o pronome relativo rva, o artigo definido, e o vav consecutivo são raros na poesia, mas são frequentes em Gênesis 1. Por exemplo, em Gênesis 1 o sinal do acusativo aparece 26 vezes, o pronome relativo 9 vezes, o artigo 66 vezes e o vav consecutivo 49 vezes. Ridderbos, no seu tratamento de Gênesis 1, sugere que o leitor faça uma comparação entre Gênesis 1 num lado, e Jó 38:8-11 e Sl. 104:5-9 no outro lado, duas passagens ligadas com a criação que realmente são poéticas. As diferenças entre o gênero literário de Gênesis 1 e o dos outros dois trechos são claras. O leitor de inglês pode consultar as pesquisas textuais de Steven Boyd no seu artigo, “A Proper Reading of Genesis 1:1–2:3” [“Uma leitura correta de Gênesis 1:1–2:3”] no livro Thousands…Not Billions [Milhares…Não Bilhões], editado pelo Dr. Donald DeYoung (Master Books, 2005). Boyd emprega pesquisas estatísticas comparando vários textos do AT para mostrar que o relato de Gênesis 1:1–2:3 foi escrito no formato de narrativa e não de poesia (págs. 158-170). 2D. A historicidade É claro que Gênesis 1 não foi simplesmente acrescentado a um livro histórico sobre os patriarcas. Gênesis 2 depende de Gênesis 1, e Gênesis 3-11 depende de Gênesis 1- 2. Tanto o relato da criação quanto as genealogias são indispensáveis como uma base da história de Abraão, Isaque, Jacó e José. 2C. Seis dias de 24 horas Esta posição não permite lacunas entre os dias, nem visa os dias como dias de “revelação”, nem dias separados por épocas compridas. Este assunto será tratado mais extensivamente na próxima seção (“Observações Textuais de Gênesis 1-2”). 3C. A condição original da criação Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 17 Deus criou os céus e a terra no início do primeiro dia “sem forma e vazia.” Então, ele usou os seis dias para completar sua obra, trabalhando em passos. Assim, ele deu ao homem um modelo para sua semana, sendo seis dias de trabalho e um dia de descanso. 4C. A queda de Satanás É evidente que Satanás caiu em pecado depois dos eventos do sexto dia, devido à afirmação em Gênesis 1:31 que tudo que Deus tinha feito era “muito bom”. Desde que Satanás fizesse parte da criação de Deus, ele não poderia ter caído em pecado antes do fim de Gênesis 1. Até eles que acham a queda de Satanás em Isaías 14 ou Ezequiel 28 devem admitir isso. 5C. O dilúvio de Noé O dilúvio explica muitas coisas: a existência de camadas de sedimento na superfície da terra, a existência dos fósseis (de animais extintos e não extintos), a existência das montanhas altas (como resultado das grandes pressões causadas pelas águas profundas), a evidência de uma mudança drástica no clima da terra, as irregularidades na datação através do carbono-14, os exemplos de erosão extensivo (como o Grand Canyon nos EUA), e a existência de dezenas de lendas antigas sobre um dilúvio. 6C. A data da criação A data do nascimento de Abraão pode ser calculada das informações dadas no AT (±2.169 a.C.). A genealogia em Gênesis 5 inclui o número de anos entre cada geração. Supondo que não haja gerações puladas na genealogia, podemos calcular a idade da terra em ±6.000 anos. Se há lacunas nas genealogias, alguns admitem até 10.000-20.000 anos desde a criação até os dias de hoje. É claro que as lacunas nas genealogias, se existem (e isso ainda não foi provado), não podem acrescentar milhões de anos ao calendário da criação. 7C. A afirmação de Jesus Quando os fariseus perguntaram Jesus sobre a questão do divórcio, Ele citou de Gênesis 2:24 para definir a posição bíblica sobre o assunto: “Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher, e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne?” É claro que Jesus citou esta passagem, acreditando na veracidade da declaração. Portanto, podemos dizer que Jesus acreditou na criação divina de um casal original, Adão e Eva, no jardim do Éden. Quem rejeita o relato bíblico da criação do homem está rejeitando uma posição que Jesus sustentou. Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 18 3A. OBSERVAÇÕES TEXTUAIS DE GÊNESIS 1 1B. Os “Dias” de Gênesis 1 1C. Os vários usos da palavra yom (“dia”) no AT Há várias maneiras de traduzir a palavra “dia” (MOwy) no AT. Em geral, o “dia” do AT pode indicar: (1) O período de luz em contraste com a noite (“De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite,” Sl. 121:6) (2) Um período de 24 horas (“seis dias trabalharás,” Êx. 20:9) (3) Um evento futuro, sem distinguir a duração do evento (“está perto o dia do Senhor,” Isa. 13:6) (4) No plural, a extensão de vida humana (“que se prolonguem os teus dias na terra,” Êx. 20:12) (5) No plural, uma estação ou época do ano (“nos dias da ceifa do trigo,” Gên. 30:14) (6) Às vezes no plural, o significado é um ano (“portanto, guardarás esta ordenança [a Páscoa] no determinado tempo, de ano em ano [lit., “de dias (e) dias”], Êx. 13:10) 2C. O uso da palavra yom com números (ordinais ou cardinais) Há mais de 400 passagens que empregam a palavra “dia” ao lado de um adjetivo numérico. No caso da palavra ser usada com números cardinais (“seis dias trabalharás”), “dia” parece sempre significar um período de 24 horas. Porém, certos teólogos não aceitam o dia de 24 horas em Êxodo 20:11 ou 31:17. Também, no caso do uso de yom com números ordinais (“no primeiro dia do mês”), yom sempre tem o sentido de um dia de 24 horas. Em Gênesis 1:1—2:3, yom é usado com um número ordinal nove vezes (1:5, 8, 13, 19, 23, 31; 2:2 [2x], 3). Portanto, é difícil negar que Gênesis 1 empreguea palavra yom com números para indicar dias de 24 horas. Se os “dias” de Gênesis 1:1—2:3 não são dias de 24 horas, esta passagem é a única assim no AT inteiro. 3C. O uso da frase “Houve tarde e manhã…” em Gênesis 1 Esta frase aparece somente em Gênesis 1, e por isso não podemos pesquisar este uso em passagens paralelas. O léxico clássico da língua hebraica por Brown, Driver, Briggs e Gesenius liga esta frase com o conceito de um dia solar, citando como exemplos: (1) um dia de trabalho, (2) o dia da morte de alguém, (3) o aniversário de alguém, e (4) o sábado (p. 398). Há expressões semelhantes no texto do AT, porém. As passagens que ligam a “tarde” com a “manhã” podem ser categorizadas assim (com exemplos): Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 19 1D. Passagens que seguem a ordem “manhã e tarde” 1E. Passagens que indicam um dia cheio de trabalho/esforço (Gên. 49:27; Êx. 18:13, 14) “Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã devorará a presa, e à tarde repartirá o despojo.” (Gên. 49:27) “No dia seguinte assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava em pé junto de Moisés desde a manhã até a tarde.” (Êx. 18:13) 2E. Passagens que falam dos sacrifícios diários do templo (Êx. 29:39, 41; Lev. 6:20; Núm. 28:4, 8; 2 Rs. 16:15; 1 Cr. 16:40; 23:30; 2 Cr. 2:4; 13:11; 31:3; Esdr. 3:3) “Isto, pois, é o que oferecerás sobre o altar: dois cordeiros de um ano cada dia continuamente. Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás à tardinha.” (Êx. 29:38-39) 3E. Passagens que indicam algo repetido diariamente (Deut. 28:67; 1 Rs. 17:6) “Pela manhã dirás: Ah! quem me dera ver a tarde; E à tarde dirás: Ah! quem me dera ver a manhã! pelo pasmo que terás em teu coração, e pelo que verás com os teus olhos.” (Deut. 28:67) “E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e carne à tarde; e ele bebia do ribeiro.” (1 Rs. 17:6) 2D. Passagens que seguem a ordem “tarde e manhã” 1E. Passagens que indicam o ministério diário dos levitas no tabernáculo ou templo “Na tenda da revelação, fora do véu que está diante do testemunho, Arão e seus filhos a conservarão em ordem, desde a tarde até pela manhã, perante o Senhor; este será um estatuto perpétuo para os filhos de Israel pelas suas gerações.” (Êx. 27:21) “Até quando durará a visão relativamente ao holocausto contínuo e à transgressão assoladora, e à entrega do santuário e do exército, para serem pisados? Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então o santuário será purificado.” (Dan. 8:13-14) 2E. Passagens que referem-se a um tempo breve (um dia só) (Sl. 30:5; 90:6; Jó 4:20) “Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de júbilo.” (Sl. 30:5) 4C. Conclusão Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 20 É verdade que a palavra yom tem diversos significados nas Escrituras do AT. Estes usos diferentes são paralelos aos usos nas línguas modernas como português e inglês. Porém, os “dias” de Gênesis 1 aparecem no texto acompanhados de números ordinais e a expressão “Houve tarde e manhã…” As passagens do AT que empregam adjetivos numéricos com a palavra yom referem-se a dias de 24 horas. Também, as passagens que combinam as palavras “tarde” e “manhã” indicam dias solares. Apesar da ordem dos termos “manhã” e “tarde”, o uso destes termos indica sempre um período de um dia de 24 horas. A conclusão mais representativa dos dados do resto do AT é que os dias de Gênesis 1 são dias de 24 horas. A discussão sobre os dias de Gênesis 1 surgiu pelos motivos errados. O texto em si não deixa dúvida sobre o significado pretendido pelo autor. Mas a discussão existe porque há teólogos que queiram abraçar a (e ser abraçados pela) comunidade erudita científica. Por isso, eles estão procurando uma maneira de resolver as diferenças entre um texto num lado que indica uma breve atividade criadora e um sistema natural no outro lado que exige uma grande extensão de tempo. 2B. O Significado da Frase “Conforme a Espécie Deles” (MRh´nyImVl) 1C. O uso da frase (palavra) no AT Esta palavra se encontra 31 vezes no AT, e destas passagens, 30 delas fazem parte dos escritos de Moisés. 17 vezes a palavra é usada em Gênesis, 10 vezes no capítulo 1 (a criação dos animais) e mais 7 vezes na descrição dos animais colocados na arca de Noé (Gên. 6 e 7). Treze vezes se encontra a palavra em Levítico 11 e Deuteronômio 14, para indicar os tipos de animais que o israelita podia comer. O único uso além do pentateuco se encontra em Ezequiel 47:10 que fala da grande variedade de peixes encontrados no mar Morto durante o milênio. 2C. As características da palavra no AT A palavra sempre aparece (1) com a preposição inseparável Vl como prefixo (“segundo” ou “conforme”), (2) com um sufixo pronominal, e (3) no singular. Possivelmente podemos ver nestas características uma ênfase na particularidade de cada tipo de organismo criado. O Senhor observou limites quando ele criou. Cada organismo foi bem definido (“segundo o seu tipo”), e os tipos de organismos foram únicos (“segundo o seu tipo”). Isto parece eliminar a possibilidade de mistura entre os tipos no plano de Deus. 3C. A semântica da palavra no AT Semanticamente, a palavra significa um “tipo” particular de organismo. Em certas passagens, isto parece ser mais ou menos igual à categoria biológica de “família,” pois o texto fala de um grupo de animais dentro de uma classificação maior: “…deles podereis comer os seguintes: o gafanhoto segundo o seu tipo, o solham segundo o seu tipo, o hargol segundo o seu tipo e o hagabe segundo o seu tipo.” (Lev. 11:22) Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 21 Em outras passagens, a palavra parece indicar um organismo particular entre muitas variedades dentro daquela categoria maior do organismo. Isto parece ser igual a “espécie” de animal: “Deus, pois, fez os animais selvagens segundo o seu tipo, e os animais domésticos segundo o seu tipo, e todos os répteis da terra segundo o seu tipo.” (Gên. 1:25) 4C. Conclusão Os evolucionistas acreditam no desenvolvimento de organismos que atravessaram as fronteiras entre famílias, ordens, classes e até filos. Assim, através das épocas, um organismo de uma celula só (a “fonte original” da vida) se evoluiu em organismos mais complexos e mais variados. Por isso, hoje temos milhares de espécies de organismos. Porém, a definição e o uso da palavra Nˆym (min) mostram que Deus criou uma vasta variedade de organismos nos seis dias de criação. Devido a esta grande variedade de organismos criados, não houve nenhuma necessidade de um processo de desenvolvimento além da criação original. Walter Kaiser, descrevendo esta palavra no Theological Wordbook of the Old Testament, diz o seguinte: “Deus criou as formas básicas de vida chamadas min que podem ser classificadas conforme os biologistas e zoologistas modernos como às vezes espécies, às vezes genos, às vezes famílias ou ordens. Isto não dá nenhum apoio à clássica perspectiva evolucionista que exige desenvolvimentos de uma categoria para outra, quer reinos, filos ou classes” (pp. 1191-92). 3B. A Criação com Aparência de Antigüidade É claro do texto bíblico que o Senhor criou certas coisas com uma aparência de idade. Isto responde aos que questionam o caráter recente do universo indicado nos seis dias de Gênesis 1. 1C. Declaração do problema Certas estrelas tem sido identificadas que os cientistas alegam ficar bilhões de A.L. (anos-luz) da terra. Como, então, estas estrelas poderiam ser criadas apenas 6.000 anos atrás, se levou bilhões de anos para que a luz dasestrelas chegasse até nós? Uma maneira de visar a resposta deste problema é supor que Deus criasse certas coisas já com aparência de antigüidade. 2C. Exemplos de antigüidade aparente na criação de Gênesis 1 1D. A terra seca (vv. 9-10) Quando o Senhor separou as águas da terra para deixar uma “porção seca”, o que ficou foi realmente seco. Não foi necessário esperar alguns meses (como no caso depois do dilúvio) para a terra seca aparecer. Já no final daquele terceiro dia, o autor poderia chamar aquela porção terra seca (hDvD;bÅ¥y), a mesma palavra que Jonas usou para descrever a terra seca em Jonas 1:9. Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 22 2D. A relva e as árvores (vv. 11-12) Deus não simplesmente plantou sementes no chão no terceiro dia para que a relva e as árvores crescessem. Ele criou plantas com raizes e sementes e árvores que já tinham a aparência de 20-50 anos com fruto e sementes. Um ponto importante é que Deus criou os seres vivos já com bastante maturidade para que eles pudessem reproduzir e multiplicar-se. 3D. O sol, a lua e as estrelas (vv. 14-18) No caso do sol, a aparência de idade não é tão importante, pois leva apenas 9 minutos para a luz do sol chegar na terra. Porém, as estrelas foram criadas também no quarto dia com o propósito de servirem “de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra” (vv. 15, 17). Assim, Deus criou as estrelas para ser vistas na terra. Acredito que podemos concluir que Deus criou os luzeiros já com sua luz emanando e atingindo a terra. 4D. Os “monstros marinhos” e as aves (vv. 19-22) É claro que Deus não criou baléias récem-nascidas, mas animais maduros. Também, ele criou as aves para voar “acima da terra”, indicando aves maduras, já capazes de voarem. E tudo que ele criou, ele mandou para frutuificar e se multiplicar e encher as águas e os céus (v. 22). Faz sentido que Deus não criou ovos de peixes ou girinos de rãs. Ele criou os animais capazes de sobreviver sozinhos—quer dizer, maduros. 5D. O homem (vv. 26-30) Depois de criar o homem, o Senhor mandou que ele exercesse domínio “sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra” (v. 26). Este mandamento, junto com o mandamento para multiplicar-se e encher a terra, visa um homem e uma mulher maduros. Também, Deus lhes deu “todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente” para mantimento. Isto supõe que os homens ñao fossem nenês, mas capazes de comer plantas e frutas já e de se multiplicar na terra. 6D. A criação completada (v. 31) Chegou o fim do sexto dia, e Deus se preparou para descansar. Quando Deus olhou para tudo que ele tinha criado, a avaliação divina foi ótima: “E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom…” Esta avaliação mostra que tudo que foi criado foi pronto já para sobreviver, se multiplicar e refletir a glória do criador. Não houve estrelas criadas cuja luz ainda não tinha atingido a terra. Não houve plantas incapazes de ser úteis para fornecer alimento Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 23 para o homem. Não houve animais incapazes de sobreviver ou de se multiplicar. E o homem, criado para ter domínio sobre a criação, já estava capaz de exercer sua função. Tudo que Deus criou, ele criou pronto para funcionar, e em muitos casos, as criaturas e as coisas criadas já tinham a aparência de idade ou antigüidade. Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 24 2ª PARTE: TRATAMENTO CIENTÍFICO DAS ORIGENS 1A. PRESSUPOSTOS E FILOSOFIAS 1B. O Efeito de Pressupostos sobre Pesquisas Nas palavras do Adauto Lourenço (Como tudo começou, p. 27), “Uma teoria nada mais é do que uma hipótese ou uma conjectura.” O valor de uma teoria é avaliado (1) na base do uso que a teoria faz das leis conhecidas da ciência, e (2) na base da capacidade da teoria de prever o que poderia acontecer. •Veja a ilustração do bolo de chocolate citada em Como tudo começou [=CTC], pp. 27-28. Esta analogia ilustra bem certos elementos da discussão sobre a existência do universo, do mundo e das várias formas de vida. Das duas teorias sobre o bolo, qual seria a mais lógica? A mais “científica”? A mais provável em termos de probabilidade? A mais próxima da realidade? Parece que a única coisa que impede a aceitação da Teoria 1 seria dúvidas quanto a existência de uma mãe capaz de fazer um bolo! Se negarmos a possibilidade de que esta mãe fez o bolo, temos de considerar Teoria 2 que é bem menos plausível e que tem pouca probabilidade lógica ou científica. Assim, os pressupostos do pesquisador podem impedir sua lógica e ultimamente distorcer as conclusões das suas pesquisas. 2B. As Diferenças Fundamentais entre as Duas Teorias das Origens A tabela em baixo representa as diferenças de raciocínio nas duas posições. A teoria da evolução visa todos os fenomenos da natureza como casuais, como resultados de eventos aleatórios no passado distante. Por não visar nenhuma inteligência atrás destes eventos, esta posição é chamada naturalista. A posição criacionista visa tudo que existe como o resultado de atividade propositada, aquilo que foi planejado e executado por Deus. Evolução Criação …no princípio… ??? …Deus aparecimento do espaço, matéria e tempo Big Bang (a teoria mais promovida) ato criador de Deus (criação especial) aparecimento do universo expansão do Big Bang durante bilhões de anos seis dias literais de criação em sequência organizadora aparecimento da vida vegetal teorias não definidas Deus criou cada espécie no terceiro dia aparecimento da vida animal universo estéril produziu vida espontaneamente Deus criou cada ser vivo segundo a espécie dele método de aparecimento probabilidade e chance planejamento, execução e avaliação tempo de existência bilhões de anos (13,7 – 35 bilhões) milhares de anos (aproximadamente 6.000) (da apostila não publicada de Adauto Lourenço, Como tudo começou?, 2003, p. 2) Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 25 Infelizmente, os evolucionistas querem separar o criacionismo bíblico do campo de ciência, chamando-o de “religião”. Porém, esta avaliação é desonesta e serve como uma maneira fácil de desconsiderar as muitas sérias objeções científicas levantadas contra a teoria da evolução pelos criacionistas. Nas palavras de Adauto Lourenço, as propostas do criacionismo científico “são passíveis: (1) de observações científicas, (2) de testes científicos, (3) de lógica científica, e (4) de leis científicas.” (CTC, p. 34) Por outro lado, a posição evolucionista, devido a sua improbabilidade (e até impossibilidade) exige muita fé. Nas palavras dos próprios evolucionistas: “A origem da vida parece no momento ser quase um milagre, tantas são as condições que teriam de ser satisfeitas para fazê-la existir”. (Francis Crick, Prêmio Nobel, 1962) “Basta contemplar a magnitude dessa tarefa para admitir que a geração de um organismo vivo é impossível…A idéia razoável era crer na geração espontânea; a única outra alternativa seria crer no ato único, primário da criação sobrenatural. Não há uma terceira posição”. (George Wald, Prêmio Nobel, 1967) O Dr. Randy Wysong descreve bem a tarefa complicada dos evolucionistas de defender sua teoria como científica: “A evolução não é a formulação do verdadeiro método científico. Eles [esses cientistas] compreendem que a evoluçãosignifica a formação de organismos desconhecidos a partir de produtos químicos desconhecidos numa atmosfera ou oceano de composição desconhecida, sob condições desconhecidas, cujos organismos subiram então uma escada evolucionista desconhecida, mediante um processo desconhecido, deixando uma evidência desconhecida”. (Citado na apostila não publicada do Adauto Lourença, Como tudo começou?, 2003, p. 5) 3B. As Proposições da Teoria da Criação Especial (citadas de CTC, p. 34) 1. Todas as coisas criadas constituem o produto de um ato único e soberano por parte de um Criador onisciente, onipotente e pessoal, o qual não depende da Sua criação para a Sua existência, nem é parte dela. 2. O universo foi criado do nada (criação ex nihilo), recentemente, completo, complexo, funcional e com uma idade aparente. 3. Todas as formas de vida foram criadas no princípio completas, complexas, com uma diversidade básica, uma capacidade de adaptação limitada, e simultaneamente. 4. O planeta Terra experimentou na sua existência uma catástrofe global recente (Catastrofismo), através da qual pode-se explicar cientificamente os muitos aspectos geológicos, como a formação dos continentes, da dorsal oceânica, da estratigrafia, da rápida formação dos fósseis e o posicionamento destes nas camadas estratigráficas. 5. Existem provas substanciais na biosfera, acima da biosfera e abaixo da biosfera que comprovam as quatro primeiras proposições da Teoria da Criação Especial. Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 26 4B. Os Perigos (e Motivos!) da Posição Naturalista das Origens Nossa cosmovisão é um produto da nossa visão das origens da vida humana. Se somos criaturas de Deus, seres pessoais criados na imagem de Deus, criadas com propósito e com obrigações e responsabilidades diante do nosso Criador, nossa cosmovisão deve incluir estas ênfases. Devemos reconhecer o Senhor como Aquele que tem autoridade sobre nossas vidas e buscar os propósitos pelos quais Ele nos criou. Porém, se não aceitamos a idéia de criação especial na parte de um Criador pessoal, nossa cosmovisão é bem diferente. Por falta de um Soberano, não há nenhum significado na vida, nenhum plano, nenhum absoluto para orientar nossas atividades. Logo concluimos que nós, como homens, não temos uma posição especial na natureza, mas simplesmente fazemos parte de um filo de animais que surgiu por acaso. Assim, nenhum sistema moral/ético tem prioridade sobre os outros. Esta negação da dignidade da raça humana abre a porta para filosofias preconceituosas (nazismo, racismo, sexismo) e práticas pervertidas (homossexualismo) e até criminosas (aborto, eutanásia). A cosmovisão evolucionista permite um sentido (mesmo falso) de liberdade das exigências do Criador. Porém, das palavras de Paulo se torna evidente que a fé evolucionista é simplesmente mais uma forma de rebelião contra a autoridade de Deus em nossas vidas: “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detém a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis.” (Rom. 1:18-20) Mesmo reivindicando imparcialidade pura, o evolucionista demonstra um preconceito muito forte contra a criação especial (e o Criador soberano), apesar da improbabilidade enorme das suas teorias naturalistas das origens. 5B. A Promessa da Evidência da Criação Especial Segundo Romanos 1:20, o “poder eterno” de Deus e “sua própria divindade” são manifestados na criação natural. Em tempos primitivos, o relâmpago e trovão convenciam o habitante da Terra da existência de uma força divina. Quem não sabia do Senhor inventava deuses. Hoje, sabemos que estes fenômenos não são atividades de deuses nos céus, mas são resultados naturais do movimento de nuvens. Mesmo assim, o atual habitante da Terra pode ver o poder e divindade de Deus através de um microscópio ou telescópio. A complexidade da criação de Deus resistirá qualquer esforço humano para simplificá-la e será aparente em todas as épocas, apesar dos avanços da tecnologia e conhecimento do ser humano. 2A. A EVIDÊNCIA DO DESIGN INTELIGENTE DA TERRA 1B. A Definição do Design Inteligente “A TDI [teoria do design inteligente] é uma novidade científica que propõe uma interpretação alternativa para as evidências científicas sobre a origem da Vida (e do Universo). Propõe, resumidamente, que as mais recentes descobertas científicas, Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 27 principalmente em genética, biologia, bioquímica e química, sobre a arquitetura e funcionamento de organismos vivos, fortalecem a conclusão que as aparências de Design na Vida (e no Universo) não são somente aparências, mas fatos! Que a inteligência extrema e a complexidade irredutível especificada das máquinas, mecanismos e ciclos moleculares que sustentam a Vida, quando desvendados ao nível molecular, tornam o Design uma realidade científica; que o coloca como a causa primeira da Vida neste planeta. Ou seja, a Vida é fruto de uma ação extremamente inteligente, que agiu através de padrões característicos de uma fonte inteligente. Ação inteligente feita com o propósito de formar Vida com eficiência e otimização, e que usou um plano elaborado que pressupôs conhecimento prévio dos objetivos finais, através de mecanismos que em muito transcendem os limites de atuação das forças e processos naturais não guiados. Ação inteligente que a Ciência, dentro de seus limites, não tem como identificar a origem, mas a cada nova descoberta detecta seus mecanismos de ação e padrões, suas características, suas assinaturas químicas”. (Palestra pelo Dr. Marcos Eberlin no 2º Simpósio Internacional: Darwinismo Hoje, na Universidade MacKenzie em São Paulo, 15 de abril, 2009) 2B. Os Fatores do Design Inteligente No livro, The privileged planet: how our place in the cosmos is designed for discovery [O planeta privilegiado: como o nosso lugar no universo foi planejado para descoberta], escrito por Jay Richards e Guillermo Gonzalez, os autores mostram a situação única que nossa Terra ocupa no universo. Eles destacam vários fatores que demonstram que a Terra foi colocada exatamente no lugar certo para sustentar as várias formas de vida presentes nela. Também, nosso lugar no universo facilita a investigação da criação maior de Deus. Aqui são alguns fatores destacados pelos autores (resumidos em CTC, pp. 97-98): 1C. A Terra encontra-se no lugar certo em nossa galáxia Nosso planeta se encontra numa distância perfeita da estrela mais próxima (o Sol). Esta distância providencia as condições certas para a sobrevivência dos organismos. Também, o planeta é protegido por planetas gigantes que atuam como escudos, atraindo cometas, meteoros e asteróides. 2C. A Terra tem sua órbita ao redor da estrela certa O Sol é uma estrela da quinta magnitude que não é nem tão quente nem tão fria. A emissão de raios prejudiciais para organismos vivos é bem menor do que no caso das estrelas maiores. 3C. A Terra possui uma lua A lua serve pelo menos duas funções importantes para a sobrevivência de vida no planeta: (1) ela possibilita a estabilização da Terra no seu eixo de rotação, e (2) ela não permite que a água no planeta fique estagnada gerando as marés. 4C. A Terra tem uma temperatura ambiente correta Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 28 A rotação do planeta controla o período de tempo que as áreas estão expostasao Sol. Também, as correntes da convecção da atmosfera e dos oceanos geram a movimentação das grandes massas de ar e água, que servem para moderar e equilibrar as temperaturas da superfície da Terra. 5C. A Terra possui uma crosta A crosta do planeta tem uma espessura suficiente para proteger os organismos na sua superfície do calor do núcleo. Ao mesmo tempo, a crosta tem a espessura correta para manter atividade tectônica (deslocamento na superfície de um objeto devido à mudanças no material sob a superfície). 6C. A Terra tem um núcleo com bastante calor Este calor mantém um núcleo de ferro derretido que proporciona as condições necessárias para a existência de um campo magnético. O campo magnético protege a vida na Terra dos raios radioativos do Sol. 7C. A Terra possui uma atmosfera perfeita A atmosfera do planeta tem proporções de oxigênio corretas que possibilitam a sobrevivência de organismos complexos. O nitrogênio promove o crescimento da flora da Terra. 8C. A Terra possui oceanos e continentes A quantidade enorme de água líquida regula e equilibra as temperaturas da superfície do planeta. Também, as águas permitem que a diversidade de vida exista e tenha o necessário para sobreviver. 3B. A Importância Desta Combinação Feliz de Fatores que Promovem a Vida Adauto Lorenço conclui: “Estes e muitos outros fatores necessitam estar presentes ao mesmo tempo, num mesmo lugar na galáxia para acharmos algum outro planeta, completo como é o planeta Terra. Tais fatores são indispensáveis para que vida complexa exista e tecnologia possa ser desenvolvida … Mesmo numa galáxia como a nossa, com cerca de centenas de bilhões de estrelas, a probabilidade de achar outro planeta como a Terra é praticamente zero … Este número enorme de variáveis perfeitamente ajustadas e balanceadas, que dão ao nosso planeta uma característica única, é evidência muito forte de planejamento, de um design inteligente. O planeta Terra possui todas as características de ter sido criado com um propósito específico: sustentar vida complexa.” (CTC, p. 98) 4B. Observações sobre o Design Inteligente Os defensores do Design tem várias orientações quanto a filosofia e fé. Dentro do grupo há teístas (evangélicos e católicos), judeus e até agnósticos. Muitos são criacionistas e acreditam numa Terra e universo jovens. Outros não aceitam a idéia de um universo jovem, Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 29 mas admitem as evidências de inteligência e propósito na natureza. Nas palavras do Adauto Lourenço: “A Teoria do Design Inteligente aponta para a informação existente na natureza e não para a origem desta informação, no sentido de um designer. Ela procura detectar e avaliar a informação existente na natureza. Já a Teoria da Criação Especial aponta para um Criador como a origem da informação existente no design encontrado na natureza.” (CTC, p. 52) É importante lembrar de que o grupo que abraça o design inteligente não inclui os que acreditam que extra-terrestres inteligentes (que evoluiram em outro planeta) semearam organismos na Terra (como acreditam o famoso atéu Richard Dawkins e Dr. Fred Hoyle!). 3A. AS SUPOSTAS EVIDÊNCIAS CITADAS PARA A TEORIA DA EVOLUÇÃO ORGÂNICA (de Evolution and the Modern Christian, por Henry M. Morris, pp. 16-18) 1B. A Classificação das Plantas e dos Animais (Taxonomia) A taxonomia é a categorização dos seres vivos em espécies, gêneros, famílias, ordens, etc. Segundo os evolucionistas, as semelhanças entre os vários membros das categorias indicam relacionamentos genéticos e “descendência comum”. 2B. A Anatomia Comparativa As semelhanças entre os esqueletos de certos animais (por exemplo, entre os répteis e as aves ou entre os macacos e os homens) provam a descendência evolucionária deles. 3B. A Embriologia As semelhanças entre os embriões de tipos diferentes de animais são evidências que os animais são relacionados e que eles tem passado pelas fases semelhantes de desenvolvimento evolucionário no passado distante. 4B. A Bioquímica O fato de que todos os organismos vivos são compostos de certas substâncias químicas (aminoácidos, proteínas, DNA, etc.) supostamente prova que todos os seres vivos são descendentes dos mesmos ancestrais. 5B. A Fisiologia As semelhanças entre os seres vivos quanto a certos fatores fisiológicos (como, por exemplo, os componentes de sangue e os hábitos de comportamento) são chamadas evidências de descendência genética. 6B. A Distribuição Geográfica Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 30 Certos tipos de plantas e animais tem variações de caraterísticas dependendo do seu lugar geográfico. Para o evolucionista, isto sugere que o próprio lugar geográfico (o ambiente) gerou as variações entre os organismos. 7B. Os Órgãos que Sobram como Vestígios A existência de órgãos desnecessários (como, por exemplo, o apêndice no ser humano) são evidências de órgãos que tinham utilidade numa fase anterior de evolução. 8B. As Experiências Científicas da Criação Genética de Animais Considerando as muitas variações de animais e híbridos produzidos pelo homem através de “seleção artificial”, o evolucionista acredita que o mecanismo da “selecão natural” produzia a vasta variedade dos seres vivos que hoje existem no planeta. 9B. As Mutações A aparência repentina de novas variedades ou espécies de um organismo através da mutação é chamada a melhor “prova visível” de evolução. As mutações que são favoráveis são preservadas pela seleção natural e assim contribuem ao processo de evolução no longo termo. 10B. A Paleontologia A evidência dos fósseis preservados nas camadas sedimentárias da superfície da Terra são considerados um relatório documentado de evolução orgânica no planeta. Supostamente, o nível de desenvolvimento e complexidade destes fósseis cresce de acordo com a passagem das épocas geológicas refletidas nas camadas subsequentes. 11B. Algumas Respostas Gerais Initialmente, estas várias linhas de evidência parecem apoiar a legitimidade da teoria da evolução orgânica. Porém, analisando-as mais por perto, podemos explicar os efeitos descritos aqui pelo modelo de um Criador divino mais facilmente do que pela evolução. Devemos notar o seguinte: 1C. As semelhanças entre organismos não provam a teoria da evolução As evidências citadas nos nº 1–5 acima tratam de semelhanças entre seres vivos. Porém, semelhanças entre seres não estabelecem relacionamentos genéticos. Simplesmente porque duas entidades tem semelhanças na estrutura de embriões, ou de músculos, ou do tecido dos olhos, ou da composição do sangue, isso não indica uma ligação genética entre elas. Se tudo fosse criado por um Criador, as criaturas deveriam mostrar semelhanças também. É mais lógico dizer que as semelhanças são o produto de um “mecanismo” comum ou de um Criador comum? Uso exclusivo do SBLogos/SIBB Natal Criacionismo Bíblico Joseph Arthur, PhD Mestrado em Exposição Bíblica 31 2C. As variações entre organismos não provam a teoria da evolução As evidências citadas nos nº 6–9 tratam do assunto de variações e mudanças biológicas observadas entre animais. Outra vez, estas observações podem ser explicadas de outra maneira. Se um Criador criou os animais conforme seus “tipos” (como indicado em Gên. 1), isto mostra que ele também providenciou bastante flexibilidade na estrutura genética deles para permitir as adaptações necessárias para sobreviver em vários ambientes. Porém, tudo isso poderia acontecer dentro das espécies criadas, sem ter uma espécie evoluindo em outra espécie. 3D. A existência dos fósseis de animais diferentes em camadas diferentes não prova a teoria da evolução A presença de animais diferentes