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1Tessalonicenses (N Comentario)

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1 TESSALONICENSES 
 VOLTAR 
 Introdução 
 Plano do livro 
 Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 
 
INTRODUÇÃO 
 
I. NOTAS GERAIS 
 
 Tessalônica (Saloniki) chamava-se Terme, antigamente, mas após 
sua reconstrução por Cassandro cerca de 315 A. C. foi chamada 
Tessalônica, para sua esposa, uma meia-irmã de Alexandre Magno. 
Tanto no tempo macedônico como no período romano era uma cidade 
importante. Os romanos a tornaram a capital da província da Macedônia 
em 164 A. C., e uma cidade livre após a batalha de Felipos, em 42 A. C.. 
A grande estrada Egnácea a cruzava, por seu caminho de Neápolis, sobre 
o Mar Egeu, até Dirráqueo sobre o Mar Adriático. 
 A primeira visita de Paulo a Tessalônica ocorreu provavelmente 
no início do verão do ano 50 A. D. At 17.1-9 cita esta visita. Nesta 
cidade, Paulo e seus companheiros Silas (Silvano) e Timóteo, pararam 
por algum tempo pela primeira vez, após a sua partida de Filipos, na 
«segunda viagem missionária». De acordo com o seu costume, visitaram 
a sinagoga local. Por três sábados sucessivos Paulo tentou convencer a 
congregação da sinagoga, pelas Escrituras do Velho Testamento, que o 
Messias deveria sofrer, e levantar-se da morte, e que Jesus, portanto, era 
esse Messias. 
 Diversos dos ouvintes creram na mensagem, inclusive um grande 
número de gentios tementes a Deus. Mas o conseqüente atrito entre as 
autoridades da sinagoga e os missionários produziu desordem pública. 
Os magistrados da cidade, os «politarcos», como Lucas os chama (título 
este que se usava também para os principais magistrados de outras 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 2 
cidades macedônicas) receberam informações de que Paulo e seus 
companheiros eram agitadores messiânicos. Já ocorreram distúrbios em 
muitos outros lugares através do Império Romano, onde havia 
comunidades judaicas, e os agitadores proclamavam outro rei, em 
rivalidade com o Imperador. Tal denúncia foi anotada com a máxima 
gravidade. Mas Jasom, hospedeiro de Paulo, e mais outros amigos dos 
apóstolos em Tessalônica, deram fiança por eles, comprometendo-se 
quanto à saída pacífica dos pregadores da cidade. Assim os despediram 
de noite. 
 A novel igreja que os missionários foram obrigados a deixar em 
Tessalônica seria exposta a certa perseguição. Paulo ficou preocupado 
pela segurança dos conversos, e sua firme perseverança na fé, tendo em 
vista especialmente a sua súbita retirada, que impediu que lhes desse 
toda a instrução necessária para estabelecer uma comunidade cristã 
recém-fundada (cf. 1Ts 3.10). Mas estava comprometido pela garantia 
dos seus amigos de Tessalônica: não podia voltar por ora. De 
Tessalônica foi a Beréia com Silas e depois Timóteo se uniu a ele Paulo 
enviou Timóteo de volta a Tessalônica e Silas a outras regiões da 
Macedônia, enquanto ele mesmo seguiu para Corinto. Após algumas 
semanas, Silas e Timóteo voltaram para esta cidade e Timóteo podia 
informar Paulo que os cristãos tessalonicenses, longe de sucumbirem à 
perseguição com que tinham sido provados, estavam permanecendo 
firmes e, mais ainda, estavam propagando o evangelho por sua própria 
iniciativa. Mas havia diversos assuntos sobre os quais eles desejavam 
esclarecimentos suplementares, especialmente com respeito ao ensino de 
Paulo relativo à volta de Cristo. Alguns membros da congregação tinham 
falecido desde que Paulo deixara a cidade, e os fiéis estavam impacientes 
para saberem se estes, em conseqüência, sofreriam alguma desvantagem 
no regresso de Cristo, em comparação com aqueles que ainda estivessem 
vivos. 
 Paulo se exultava com as boas notícias, trazidas por Timóteo, e 
escreveu logo para congratular-se com os seus conversos em 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 3 
Tessalônica, encorajando-os, e tratando ao mesmo tempo dos problemas 
práticos. A carta que ele escreveu chegou até nós como a Primeira 
Epístola aos Tessalonicenses. 
 
II. DATA, AUTORIA E CANONICIDADE 
 
 Segue-se dos fatos supra que esta carta foi escrita na primeira fase 
da permanência de Paulo em Corinto -- cerca do fim do ano 50 A.D. 
Para a volta de Timóteo da Macedônia a Corinto, e suas notícias de 
Tessalônica, consultar At 18.5. 
 Embora Paulo associe seus dois cooperadores consigo na saudação 
(1.1), a carta é realmente dele só (cf. 2.18; 3.5 e 5.27); note-se o uso da 
primeira pessoa do singular. Tem-se apresentado pouca dúvida séria 
quanto à genuinidade da carta. 
A idéia de F. C. Baur de que foi escrita depois do ano 70 A. D. por 
um discípulo de Paulo, com a finalidade de despertar interesse na volta 
de Cristo, baseia-se sobre argumentos subjetivos que não conseguiram 
apoio geral. 
O tom pessoal de cuidado pastoral e de afeição fala fortemente em 
favor da autenticidade da carta. Foi incluída no Cânon de Marcion (cerca 
de 140 A. D.), e no Cânon Romano ortodoxo preservado no Fragmento 
Muratório do fim do século II. 
 
III. ENSINO 
 
 Nesta epístola, Paulo não procura dar instrução sobre apenas uma 
só doutrina, nem corrigir apenas um só erro, com a exceção de doutrina 
escatológica, a qual deseja completar, a fim de remover alguns 
equívocos e perplexidade sobre o assunto. E sobretudo uma carta 
missionária para os seus conversos, e referências à doutrina cristã são 
acidentais antes que centrais. Por esta razão, tornam-se mais 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 4 
significativos ainda sua introdução e desenvolvimento. Podemos notar os 
seguintes pontos doutrinais. 
 
a) Sobre Deus o Pai 
 
 Paulo goza, constantemente, do senso da presença imediata de 
Deus. E básico ao pensamento paulino que a fonte e alvo de tudo é Deus, 
em cuja presença ele vive e trabalha, momento após momento. Deus é 
quem escolhe o Seu povo (1.4); é Ele o objeto da sua fé (1.8), como o 
vivo e verdadeiro Deus a quem se converteram dos deuses falsos (1.9). É 
Ele quem inspira a autoridade e arrojada confiança dos apóstolos (2.2); é 
por permissão dEle que o evangelho tem sido confiado à 
responsabilidade de Paulo (2.4); é o beneplácito de Deus que se deve 
buscar, e Sua aprovação que se deve invocar (2.5,10); é a vontade de 
Deus que deve ser feita (4.3; 5.18); é a direção de Deus que o homens 
devem seguir (3.11). Deus chamou o seu povo a uma vida santa (4.7): e 
somente Ele pode conferir-lhes a santidade para a qual os tem chamado 
(5.23). É Deus quem ressuscitou a Jesus e trará também consigo da 
morte aqueles que dormem nEle (4.14). Assim Deus completará a 
salvação para a qual os designou (5.9). 
 
b) Sobre o Senhor Jesus Cristo 
 
 A maneira espontânea e natural em que Paulo associa Cristo com 
Deus o Pai é testemunho muito mais eloqüente da pessoa de Cristo, do 
que uma declaração formal da sua divindade. A igreja de Tessalônica 
está em “Deus o Pai e no Senhor Jesus Cristo”, e Paulo a saúda, rogando 
graça e paz “de Deus nosso Pai e o Senhor Jesus Cristo” (1.1). 
Semelhantemente em 3.11, Paulo pede a direção divina de “nosso 
Senhor Jesus Cristo”, tanto de “Deus... nosso Pai”, numa associação 
estreita e direta. 
 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 5 
c) Sobre o Espírito Santo 
 
 O Espírito Santo penetra todos os aspectos da vida cristã, a qual é 
realmente fruto da sua criação. O evangelho é proclamado pelo Seu 
poder (1.5). Não é apenas o gozo do Espírito Santo que é concedido a 
todos os que crêem nEle (1.6), Ele mesmo lhes é dado (4.8), para efetuar 
Sua obra santificadora em suas vidas (2Ts 2.13). Na vida da igreja 
também Ele executa Sua parte em comunicar a vontade divina, através 
da declaração profética; menosprezar ou reprimir este tipo de mensagem 
é “extinguir o Espírito” (5.19). 
 
d) Sobre a Pregação Apostólica 
 
 Vê-se que a mensagem que tinha trazido a salvação aos cristãos 
tessalonicenses é a mesma anunciada noutras partes do Novo 
Testamento. Seus fatos básicos são os seguintes: a morte de Jesus («por 
nós» -- 5.10) e sua ressurreição (4.14;1.10), fatos estes já cumpridos; 
Sua segunda vinda que sucederá no Dia do Senhor, em que Seu povo, 
salvo por Ele da ira vindoura, e participando já da sua ressurreição nos 
que antes morreram, viverá para sempre com Ele (1.10; 4.15 e segs.; 5.1 
e segs.). 
Os que creram nesta mensagem se voltaram das falsidades para o 
Deus vivo e verdadeiro, a fim de servi-lo à luz do segundo advento de 
Cristo (1.9 e segs.). Torna-se patente a implicação do serviço a Deus, 
pela instrução clara dada sobre a prática da vida cristã, tanto em toda esta 
epístola como na seguinte (4.1-12; 5.6 e segs.). 
 
e) Sobre Responsabilidade Pastoral 
 
 Em cada sentença desta carta, Paulo se mostra um verdadeiro e fiel 
pastor, que se regozija na sua grei, e que cuida por seu bem estar 
espiritual com confiança e genuíno interesse. Paulo dá graças a Deus por 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 6 
eles, ao mesmo tempo intercedendo por eles. Cuida deles 
incansavelmente como um pai velando pelos seus filhos. Sacrifica-se por 
eles para não lhes ser uma responsabilidade pesada. 
“Eis um novo fenômeno na história humana: aparece um homem 
para quem a firmeza religiosa e o progresso ético de outros eram 
questões de vida e morte» (ver especialmente 2.8; 3.6-8)” (C. A. Scott). 
 
PLANO DO LIVRO 
 
I. SAUDAÇÃO -- 1.1 
 
II. AÇÃO DE GRAÇAS -- 1.2-10 
 
III. APOLOGIA -- 2.1-16 
 
IV. NARRATIVA DOS EVENTOS DESDE A SAÍDA DE 
PAULO DE TESSALÔNICA -- 2.17-3.10 
 
V. ORAÇÃO POR UMA BREVE REUNIÃO -- 3.11-13 
 
VI. EXORTAÇÃO À VIDA SANTA E AMOR FRATERNAL -- 
4.1-12 
 
VII. CONCERNENTE À SEGUNDA VINDA DE CRISTO -- 
4.13-5.11 
 
VIII. EXORTAÇÕES GERAIS -- 5.1-22 
 
IX. ORAÇÃO, SAUDAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO -- 5.23-28 
 
 
 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 7 
COMENTÁRIO 
 
1 Tessalonicenses 1 
I. SAUDAÇÃO 
 
 Paulo, Silvano e Timóteo (1). Estão associados com Paulo na 
saudação, os dois amigos que tinham colaborado com ele na 
evangelização de Tessalônica e que agora estavam com ele em Corinto. 
Silvano, o Silas de At 15.22 e segs., era membro helenístico da igreja em 
Jerusalém, e cidadão romano, que se uniu a Paulo como companheiro de 
viagem após o Concílio de Jerusalém, no início da segunda viagem 
missionária. Paulo dá aos seus amigos o nome formal quando escreve 
acerca deles, enquanto Lucas prefere o nome mais familiar e íntimo. 
Timóteo, nativo de Listra, na Ásia Menor, acompanhou Paulo e Silvano, 
quando passaram na sua cidade natal, no começo da viagem (At 16). 
 
II. AÇÃO DE GRAÇAS - 1.2-10 
 
 Paulo e seus amigos expressam a sua alegria pela firmeza e 
atividade dos convertidos na graça cristã e no testemunho. Os fatos da fé 
estavam bem difundidos em toda parte, dando o seu próprio fruto. 
 Fé... amor... esperança (3). A tríade das graças reaparece no 
versículo 8, também em Cl 1.4 (ver notas), bem como na famosa 
passagem de 1Co 13.13. Os autores se regozijam de que estas graças são 
manifestas na vida e na atividade dos tessalonicenses. 
 Sabendo que a vossa eleição (4). Eles tinham reconhecido a 
genuinidade do Cristianismo dos tessalonicenses pela maneira com que 
receberam o evangelho no início, agora confirmado pelas notícias 
trazidas por Timóteo. 
 Vós vos tornastes nossos imitadores (6) -- tanto na conduta 
cristã, como na paciência evidenciada em perseguição. 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 8 
Macedônia e Acaia (7). Estas duas províncias romanas ocupavam, 
juntas, quase toda a área da Grécia moderna. Depois da Igreja de 
Tessalônica, a principal da Macedônia era a de Filipos, e a mais notável 
da Acaia, a de Corinto. 
Em todos os lugares (8). Teriam Priscila e Áquila (At 18.1-3) 
informado a Paulo que notícias de Tessalônica já chegaram até Roma? 
Eles mesmos (9); isto é, o povo da Macedônia e Acaia e outros 
lugares. E vos convertestes dos ídolos para servirdes o Deus vivo e 
verdadeiro (9). Comparar a exortação apostólica aos pagãos de Listra: 
“que vos convertais dessas vaidade ao Deus vivo” (At 14.15). Esta era a 
primeira necessidade quando o evangelho foi proclamado aos gentios. 
E esperar dos céus a Seu filho o qual ressuscitou dos mortos (10). 
Estas palavras, em que os tessalonicenses estavam lembrados da sua 
conversão, mostram-nos que a mensagem que lhes foi pregada concorda 
perfeitamente com a pregação primitiva da Igreja apostólica. Com 
referência à estreita conexão nesta pregação entre a ressurreição de 
Cristo e a Sua segunda vinda, veja-se At 17.31. Evidentemente, a volta 
de Cristo ocupava um lugar proeminente na pregação apostólica em 
Tessalônica, bem como em outros lugares, nos dias do Cristianismo 
primitivo (At 3.20; 10.42). 
Jesus, que nos livra da ira vindoura (10). Uma tradução mais 
literal ressalta a pessoa de Cristo – “Jesus, nosso libertador da ira 
vindoura”, isto é, do julgamento divino, que cairá sobre a terra, no fim 
dos séculos. 
 
1 Tessalonicenses 2 
III. APOLOGIA - 2.1-16 
 
 A conduta de Paulo tinha sido representada numa luz desfavorável 
aos convertidos que ele deixou em Tessalônica, e agora ele se defende. 
Paulo e seus companheiros não os tinham explorado, vivendo às suas 
expensas; ao contrário, tinham mostrado toda a delicadeza e cuidado 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 9 
para com eles. Tinham trabalhado noite e dia para ganhar sua própria 
vida, enquanto estavam ocupados, pregando as boas novas, e edificando 
a recém-nascida comunidade cristã. E os cristãos tessalonicenses, por sua 
vez, se mostraram genuinamente convertidos, perseverando em meio da 
perseguição, à semelhança dos cristãos da Palestina. 
Havendo primeiro padecido, e sido agravados em Filipos (2); 
uma referência aos bem conhecidos eventos relatados em At 16.19 e 
segs. Não com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência. 
Tantos charlatães errantes percorriam o Mundo Romano, revendendo 
panacéias religiosas ou filosóficas, que era necessário aos apóstolos 
insistirem na pureza dos seus motivos e conduta, em contraste com 
aqueles impostores. 
 Podíamos, como apóstolos de Cristo ser-vos pesados (6). Paulo 
renuncia voluntariamente seu inegável direito de depender materialmente 
daqueles cuja prosperidade espiritual era seu cuidado (2Ts 3.9; 1Co 9.4; 
2Co 11.7). Aqui ele associa Silvano e Timóteo consigo, como apóstolos 
no sentido mais amplo do termo (isto é, missionários). 
 Fomos brandos (7); gr. epioi. Há uma variante que diz «éramos 
crianças» (gr. nepioi); mas brandos parece preferível, e mais apropriado 
no contexto. 
 Trabalhando noite e dia (9); cf. 2Ts 3.7; At 18.3 e At 20.34. Este 
programa não somente reflete o desejo de ser financeiramente 
independente daqueles entre os quais «eles ministravam»; também os 
contrastava com os traficantes religiosos da época, dando, ao mesmo 
tempo, bom exemplo aos convertidos. 
 Para que vos conduzísseis dignamente para com Deus que vos 
chama para o Seu reino e glória (12). O mais elevado incentivo para 
uma vida santa está posto diante deles. Em o Novo como no Velho 
Testamento, o povo de Deus deve manifestar o caráter de Deus. Pela fé, 
eles já entraram no Reino de Deus, mas a revelação da plena glória 
pertence a um dia ainda futuro; eles eram, porém, herdeiros da glória e 
deveriam viver idoneamente. 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 10 
 Não como a palavra de homens, mas como a Palavra de Deus (13). 
Paulo estava muito acostumado a ouvir sua mensagem denunciada como 
invenção humana, não tão somente pelo judeus não cristãos, mas 
também por muitos judeus cristãos. Portanto, ele ficava grandemente 
encorajado quando sua pregação era recebida como as boas novas de 
Deus -- Cf. Gl 1.11-12. 
 As Igrejas de Deus que na Judéia estão em Cristo Jesus (14); a 
igreja original de Jerusalém em dispersão (cf. At 9.31; Gl 1.22). 
 Os quais também mataram o Senhor Jesus e os Seus próprios 
profetas (15). A severidade desta referência aos judeus (14) é sem 
paralelo nos escritos de Paulo, e tem sido suspeita de ser uma 
interpolação. Nãohá, entretanto, qualquer base textual para tal suspeita, 
e o sumário do seu comportamento concorda estritamente com a 
narrativa dos Atos. A perturbação provocada pelos líderes das 
comunidades judaicas de Tessalônica e Beréia estava viva na mente de 
Paulo. Seria absurdo imaginar que o autor dos vv. 14-16 não pudesse 
também expressar-se na linguagem de Rm 9.1-5. 
 Nos impedem de falar aos gentios (16). (Cf. At 13.45). A fim de 
encherem sempre a medida dos seus pecados (16). Para a mesma 
idéia, veja-se Mt 23.32. 
 Mas a ira de Deus caiu sobre eles até o fim (16). Alguns 
sugerem que esta oração pressuponha a destruição de Jerusalém no ano 
70 A. D., o que significaria que esta seção é uma adição posterior à carta, 
ou que toda a carta é uma epígrafe falsa. (Baur). 
 Os judeus da dispersão não foram, em geral, envolvidos naquele 
desastre. Paulo quer dizer que, por sua oposição persistente ao 
evangelho, eles tinham acumulado para si aqueles julgamentos 
escatológicos, que poderiam ter evitado por aceitá-lo (At 2.38; 3.19). Na 
literatura cristã antes do ano 70 A. D., não se encontra uma distinção 
muito clara entre a destruição de Jerusalém (a qual, os cristãos ensinados 
pelo Senhor, sabiam estar próxima) e o juízo final do Dia do Senhor. 
 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 11 
IV. NARRATIVA DOS EVENTOS DESDE A SAÍDA DE 
PAULO DE TESSALÔNICA - 2.17-3.10 
 
 Não era falta de interesse que impediu a Paulo de permanecer por 
mais tempo com eles, ou de voltar para vê-los; eram as circunstâncias 
sobre as quais ele não tinha controle. Paulo lhes confirma a sua ânsia por 
eles, e sua alegre confiança neles em vista do regresso de Cristo. Tal era 
a sua impaciência de saber como passavam, que mandou Timóteo voltar 
para visitá-los, com a incumbência de fortalecer-lhes a fé, no meio das 
aflições. O relatório de Timóteo acerca de seu bem-estar e firmeza na fé, 
o encheu de gozo e também de saudades. 
 Eu, Paulo (18) – dos outros signatários, Timóteo os havia visitado 
recentemente, e Silvano tinha feito uma curta visita à Macedônia (At 
18.5), se não a Tessalônica mesma. 
 Satanás no-lo impediu (18). W. M. Ramsay supõe que Paulo 
reconheceu esta interferência sutil atrás da ação do politarca que exigiu 
fiança de Jasom (At 17.9), e a quem intimou judicialmente, para que 
Paulo, alegado causador do tumulto, não voltasse a Tessalônica. 
 Não sois vós diante de Nosso Senhor Jesus Cristo em Sua 
Vinda? (19). Se a vida dos convertidos recomenda o trabalho de Paulo, 
ele contemplará com alegria a revisão do seu serviço, que terá lugar na 
vinda de Cristo (Cf. Fp 2.16; 4.1). 
 Esta é a primeira ocorrência da palavra grega parousia (traduzida 
“vinda”) nas epístolas paulinas. Seu sentido comum é presença (2Co 
10.10; Fp 1.26; 2.12); mas o sentido escatológico é análogo ao seu uso 
idiomático no vernáculo helenístico, para a chegada de algum dignitário 
numa visita oficial. É assim usado, quanto ao retorno de Cristo, 18 vezes 
no Novo Testamento; das quais as epístolas aos Tessalonicenses contêm 
sete. 
 
 
 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 12 
1 Tessalonicenses 3 
 De boa mente quisemos deixar-nos ficar sós em Atenas (3.1) 
aqui o nós é puramente epistolar, referindo-se só a Paulo. Cf. verso 5. 
Para a ocasião veja-se At 17.15 e segs. 
 Para ministro (2; gr. diakonon) há uma bem atestada variante – 
“cooperador” (gr. synergon) (ver 1Co 3.9). 
 Para isto fomos ordenados (3). É aceito em todo o Novo 
Testamento que a aflição é normal para os cristãos; é, de fato, uma 
evidência da genuinidade da sua fé, e penhor da sua herança na glória 
vindoura -- cf. At 14.22; Rm 8.17 e segs., 2Tm 2.12. 
 É digno de nota que a inevitabilidade da tribulação formou parte da 
instrução apostólica aos cristãos tessalonicenses, como aos outros (4). 
Aquilo que tinha sido um agudo problema para a fé nos tempos do Velho 
Testamento – o sofrimento dos justos – veio a ser reconhecido como 
elemento essencial no propósito de Deus para o Seu povo. Desde que o 
próprio Senhor sofreu, eles podem aguardar nada menos que isto; antes 
se gloriem na tribulação (cf. Jo 15.20; 16.33 e Rm 5.3). 
 
V. ORAÇÃO POR UMA BREVE REUNIÃO - 3.11-13 
 
 Paulo ora por uma próxima reunião com os amigos 
tessalonicenses, e por seu crescimento em amor e santidade, tendo em 
vista a volta de Cristo. 
 Ora Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo encaminhe a nossa 
viagem para vós (11). O fato que o verbo encaminhar é singular no 
grego, não obstante seu sujeito composto não tem significado teológico 
como é algumas vezes, imaginado; em tal construção o verbo geralmente 
concorda com o sujeito mais próximo. Mas é significativo que Cristo é 
assim associado em ação com Deus, o Pai. 
 A fim de que sejam os vossos corações confirmados em 
santidade (13) (ARA). A segunda vinda de Cristo seria para os cristãos 
tessalonicenses como para Paulo também (2.19), o incentivo de uma vida 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 13 
santa. (Cf. 1Jo 2.28; 3.3). O dia do regresso de Cristo é o dia quando Ele 
examinará a história do Seu povo. 
 Na vinda do Nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus 
santos (13). Cf. a descrição do Dia do Senhor em Zc 14.5 (LXX) – O 
Senhor meu Deus virá e todos os santos (gr. hagioi, como aqui) com 
Ele. Esta descrição é baseada no primitivo vocabulário teofânico do 
Velho Testamento, como em Dt 33.2 e Sl 68.17 (ver também Dn 7.10 e 
as palavras de Enoque citadas em Jd 14, e declarações em o Novo 
Testamento, como aquelas de Jesus em Mc 8.38 e Mt 25.31). Portanto, 
aqui, como em 2Ts 1.7, podemos considerar os santos primeiramente 
como anjos ministradores, embora haja motivo, em 2Ts 1.10, para ver 
crentes falecidos associados com eles. 
 
1 Tessalonicenses 4 
VI. EXORTAÇÃO À VIDA SANTA E AO AMOR 
FRATERNAL - 4.1-12 
 
 Paulo os exorta à consagração e pureza pessoais, especialmente 
nas relações sexuais. Ele acrescenta o conselho de manter o amor 
fraternal, ainda que supérfluo no caso deles, e de zelar do seu trabalho 
diário, a fim de não tornar-se um fardo para outros. 
 No Senhor Jesus (1), isto é, pela Sua autoridade. Convém andar 
(11), isto é, conduzir-se; este senso ético de andar é comum no Novo 
Testamento. 
 Vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição (3). 
Paulo atribui importância especial a este aspecto da santidade prática, 
porque na esfera das relações físicas entre os sexos mesmo a mais 
elevada ética pagã daquela época se distanciava por muito do padrão 
mais baixo entre os judeus e os cristãos. A prostituição era tão 
amplamente tolerada no mundo greco-romano que quase chegou ao 
mesmo nível de indiferença ética, atribuída à comida e à bebida. A 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 14 
experiência provou que preceitos insistentes deste tipo não eram 
supérfluos para cristãos convertidos do paganismo. 
 Possuir seu vaso (4); isto é, saber controlar seu corpo. Outra 
interpretação é saber viver com sua esposa; esta interpretação não é tão 
apropriada aqui, apesar de o mesmo sentido de «vaso» (gr. skeuos) 
ocorrer em 1Pe 3.7. 
 Como os gentios que não conhecem a Deus (5) cf. Rm 1.24 e 
segs. Que ninguém ofenda ou defraude a seu irmão nesta matéria 
(6); isto é, no assunto já referido. Paulo parece estar pensando numa 
falha desta ordem mesmo dentro do círculo familiar de um irmão na fé. 
 Porque o Senhor é vingador de todas estas coisas (6) – Cf. Ef 
5.6. 
 Não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação (7). 
Num sentido, os crentes já são santos, separados por Deus para Si 
mesmo; noutro sentido, devem manifestar esta santificação na vida 
cotidiana. 
 Portanto, quem despreza (8), isto é, quem desobedece estes 
preceitos apostólicos acerca da pureza prática. 
 Instruídos por Deus (9) – Cf. Is 54.13; Jo 6.45 e 1Jo 2.20. 
 Procureis viver quietos, tratar dos vossos próprios negócios e 
trabalhar com as próprias mãos (11). Isto não é um novo assunto, mas 
pertence ao dever do amor fraternal;a conduta de um membro afeta o 
bem-estar de toda a comunidade. A palavra grega traduzida procureis é 
philotimeisthai; literalmente «ser ambicioso». Supõe-se usualmente que 
uma expectação escatológica exagerada (cf. 2Ts 2.2; 3.6 e segs.) fez com 
que alguns deles se tornassem excitados, inquietos, e negligentes dos 
seus negócios. Isto poderia torná-los um peso para outros, e daria a todo 
o grupo uma má reputação. O amor fraternal, por conseguinte, exige 
hábitos moderados e industriosos. A idéia paulina de prontidão para a 
volta do Senhor se equipara à advertência do evangelho. Estejam 
cingidos os vossos lombos e acesas as vossas candeias (Lc 12.35). Ele 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 15 
mesmo lhes havia ensinado esta lição pelo exemplo tão bem como por 
preceito. 
 
VII. CONCERNENTE À SEGUNDA VINDA - 4.13-5.11 
 
 Paulo acalma a ansiedade deles acerca da posição dos do seu 
número que haviam morrido; não sofrerão qualquer desvantagem no 
regresso de Cristo, mas serão levantados dos mortos, e reunidos àqueles 
que estarão ainda vivos, para formar um séqüito unido do Senhor. O 
tempo da Sua volta é desconhecido; é, portanto, necessário que Seu povo 
esteja continuamente pronto e vigilante. 
 Acerca dos que já dormem (13) – alguns do seu número haviam 
morrido depois da partida de Paulo (possivelmente como resultado de 
perseguição); perderiam eles a recompensa de glória que seria concedida 
aos cristãos na segunda Vinda? Como os demais (13); isto é, os 
descrentes – cf. Ef 2.3. Que não têm esperança (13) – cf. Ef 2.12. O 
desespero do mundo pagão em face da morte pode ser abundantemente 
ilustrado pela literatura e inscrições da época. 
 Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou (14); a quintessência 
do evangelho (cf. 1Co 15.3 e segs.). Assim também aos que em Jesus 
dormem, Deus os tornará a trazer com Ele (14; ARC); isto é, trará da 
morte, pela ressurreição. Embora numa data posterior, subirão com 
Jesus, participando da sua ressurreição – 1Co 15.20 e segs. À frase 
preposicional em Jesus é literalmente «mediante Jesus» (ARA) (gr. diá 
tou Iesou); a expressão “aponta Jesus como elo intermediário entre o 
sono de Seu povo e a Sua ressurreição pela mão de Deus” (G. Milligan). 
Cf. Rm 8.11; 1Co 15.18. A morte mediante Jesus não é senão o prelúdio 
da ressurreição com Ele. 
 Pela palavra do Senhor (15); isto é, pela autoridade de uma 
afirmação do próprio Cristo. Não achamos equivalente exato do que 
segue em nenhuma afirmação de Cristo preservada nos evangelhos, mas 
não é preciso concluir que Paulo esteja citando uma revelação particular 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 16 
que lhe foi dada como profeta. Nós que ficarmos vivos para a vinda do 
Senhor (15). Se Paulo se inclui aqui entre aqueles que estariam vivos 
naquela data, alguns anos mais tarde, (em 1Co 6.14 e 2Co 4.14), ele se 
identifica com o número dos que seriam ressuscitados da morte. Seu 
cálculo da probabilidade da Sua participação numa experiência ou noutra 
variava de tempos em tempos, mas como ele não sabia quando a 
parousia teria lugar, ele não podia saber se de fato estaria vivo ou morto 
quando acontecesse. 
 O Senhor mesmo (16) – para a ênfase, cf. At 1.11: “Esse mesmo 
Jesus”. Com alarido (16 ARC) – literalmente, «uma palavra de ordem» 
(ARA) (gr. keleusma; cf. sua única ocorrência nos LXX em Pv 30.27 – 
“o gafanhoto marcha à palavra de ordem”). 
 Com voz do arcanjo (16); é incerto pensar aqui de Miguel ou de 
outro arcanjo individual. E com a trombeta de Deus (16); cf. Mt 24.31; 
1Co 15.52 (“a última trombeta”). O alarido, a trombeta e a voz podem 
ser figuras diferentes do mesmo evento. A linguagem reflete as 
passagens teofânicas do Velho Testamento; cf. Jl 2.1 e segs., 
especialmente o verso 11. Os mortos em Cristo (16); cf. verso 14; 1Co 
15.18 e Ap 14.13. 
 Nas nuvens (17); Cf. Dn 7.13; Mc 13.26; 14.62; Ap 1.7. 
Encontrar o Senhor (17) – Gr. eis apantesin tou kyriou. Quando um 
dignatário fazia uma visita oficial, ou parousia, a uma cidade nos 
tempos helenísticos, era praxe que os principais cidadãos, indo ao seu 
encontro o acompanhassem na última etapa da caminhada. Era chamada 
apantesis; é usada também em Mt 25.6; At 28.15. Assim o Senhor é 
descrito como acompanhado à terra pelo Seu povo, tanto por aqueles 
recentemente erguidos da morte como os que permanecerem vivos. 
Assim estaremos para sempre com o Senhor (17) – o apogeu da bem-
aventurança. 
 
 
 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 17 
1 Tessalonicenses 5 
 Mas dos tempos e das estações (verso 1) – gr. chronoi e kairoi, 
denotando respectivamente as épocas (ARA) a decorrer antes da 
parousia, e os tempos críticos que os caracterizam (Milligan). 
 O Dia do Senhor virá como o ladrão de noite (2). Para símile, cf. 
Mt 24.43; Lc 12.39; Ap. 3.3; 16.16. Veja-se também Lc 21.34 e segs. 
para um símile paralelo, e Lc 17.24 e segs., quanto ao ensino geral. Das 
suas palavras sabeis perfeitamente (verso 2) – podemos inferir que 
Paulo já lhes tinha dado algum ensino oral a respeito, baseado nas 
palavras de Jesus. Paulo aqui identifica a expressão Dia do Senhor do 
Velho Testamento, com a segunda Vinda de Cristo. 
 Como as dores de parto (3). Os ais que precedem o início da era 
messiânica são chamados, na literatura judaica, hebhlo shel Mashiah 
(“o princípio das dores do Messias”); cf. Mc 13.8. 
 Filhos da luz (5); cf. Lc 16.8. Filhos do dia (5); não meramente 
sinônimo de “Filhos da luz”, mas caracterizando os crentes como 
participantes da glória a ser revelada no Dia do Senhor. 
 Não durmamos (6). Se somos filhos da luz e filhos do dia, 
conduzamo-nos dignamente. 
 Os versículos seguintes apresentam um paralelo claro com Lc 
21.34-36. 
 A couraça da fé e amor, e tomando como capacete a esperança 
da salvação (8) (ARA). Veja-se 1.3, para a tríade das graças; para 
elaboração da metáfora da armadura, cf. Ef 6.11 e segs. 
 Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da 
salvação (9) cf. 1.10 e Rm 5.9. Nesta última referência como aqui, a ira 
é o julgamento do Dia do Senhor. 
 Quer vigemos, quer durmamos (10), isto é, quer sobrevivamos 
para a sua Vinda ou tenhamos de morrer. As palavras são as mesmas 
usadas acima com respeito à vigilância moral e ao descuido 
respectivamente, mas Paulo não quer dizer com isto que não nos 
importará no fim, se fomos vigilantes e prudentes, ou não! Ele indica o 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 18 
fato como também em 4.15 e segs. que nenhuma diferença será feita 
entre os santos mortos e os vivos no aparecimento de Cristo. Ambos os 
grupos viverão juntos e juntos com Cristo, desde que Ele morreu por 
todos. Cf. Rm 14.9. 
“O ponto real de todo este parágrafo, cujo lema -- «vigiai e orai» -- 
deveria ser gravado no escudo de cada paladino do evangelho, é o 
paradoxo, tão difícil de compreensão para nós, mas muito menos difícil 
para as mentes instruídas nos profetas, que salienta a iminência da 
parousia, enquanto nega a sua chega da imediata” (W. Neil). 
 
VIII. EXORTAÇÕES GERAIS - 5.12-22 
 
 Os cristãos são exortados a seguir uma vida ordeira, sossegada e 
ativa em fazer o bem. 
 Reconheçais aqueles que trabalham entre vós e presidem sobre 
vós no Senhor, e vos admoestam (12), isto é, dá-lhes honra na prática 
submetendo-se à direção deles. O termo pro-istamenoi. (“os que 
presidem” ARA, “os líderes”) que se usa aqui, aparece também em Rm 
12.8 referindo-se aos líderes da igreja em Roma; eles são, sem dúvida, 
idênticos àqueles que em outra parte, são chamados pastores, anciãos e 
bispos. Presumivelmente, tinham sido designados pelos missionários 
como anciãos das igrejas da Galácia, (At 14.23) -- mas não existe 
qualquer registro disto. 
 Rogamo-vos também, irmãos (14). Pode ser que este versículo se 
dirija mais propriamente aos líderes. 
 Que admoesteis aos desordeiros (14), literalmente – “Os que não 
conservam a formação em fileira», ou «os que gazeiam” (gr ataktous), 
referindo-se aquiaos preguiçosos, que negligenciavam seus deveres 
diários, e viviam na ociosidade – cf. 4.11. 
 Ninguém dê a outro mal por mal (15). Os preceitos éticos dias 
epístolas paulinas vibram com o eco dos ensinos de Jesus (cf. Rm 12.17). 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 19 
 Regozijai-vos... orai... dai graças (16-18). A vida cristã tem de ser 
vivida numa atmosfera de contínua alegria, oração e gratidão a Deus. 
 Não extingais o Espírito; não desprezeis as profecias. Examinai 
tudo (19-21). Aqui se refere ao exercício do dom de profecia, sob o 
impulso do Espírito Santo, fenômeno comum na igreja dos dias 
apostólicos. O dom era facilmente imitado, de modo que se precisava de 
discernimento, especialmente por parte dos líderes (Examinai tudo). O 
dom mesmo não era desprezível como a profecia genuína não devia ser 
reprimida, para não «extinguir o Espírito». 
 Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal (21-
22). Provavelmente estas cláusulas deveriam ser tomadas juntas, como 
par de preceitos complementares. Forma de mal (ARA) – literalmente, 
«Espécie de Mal» (gr. eidos). A tradução aparência do mal é baseada 
no outro sentido de eidos. 
 
IX. ORAÇÃO, SAUDAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO - 5.23-28 
 
 O mesmo Deus de paz (23) – cf. Rm 15.33. Vos santifique em 
tudo (23); isto é, completar a obra de santificação já iniciada (cf. nota: 
sobre 4.7); o aoristo optativo hagiasai aqui indica «um processo visto 
em perspectiva, e assim contemplado como ato, já completo» (Hogg e 
Vine). 
 Todo vosso espírito, e alma, e corpo sejam preservados 
irrepreensíveis (23). Essa cláusula expressa a mesma oração dum novo 
modo; o aoristo optativo é novamente usado com a mesma força 
(teretheie). Não é certo que a referência ao espírito, alma e corpo seja 
interpretada como confirmação formal da doutrina da natureza 
tricotômica do homem, visto que espírito representa a percepção de 
Deus, e alma o reconhecimento do ego na vida íntima da personalidade. 
Seria igualmente possível deduzir uma doutrina formal da natureza 
quadripartida do homem, em Mc 12.30. 
1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 20 
 O verso 24 quer dizer que Aquele que chama o Seu povo para a 
santidade é o mesmo que também santifica. 
 Eu vos conjuro pelo Senhor que esta carta seja lida a todos os 
santos irmãos (27). Não é claro porque Paulo tão solenemente obriga os 
destinatários, sob juramento, a ler a carta a cada membro da comunidade. 
Não é sustentável a teoria de Harnack que havia dois grupos distintos na 
igreja dos tessalonicenses, um gentio, e outro judeu, e quando esta 
epístola foi primeiramente dirigida aos gentios, Paulo desejou que o seu 
teor fosse comunicado ao grupo de judeus também. Possivelmente ele 
queria assegurar que aqueles membros “ociosos” (verso 14) ouvissem o 
que ele tinha para dizer. Por outro lado, estas palavras podem ser apenas 
um pedido solene para ler a carta numa reunião de toda a igreja. 
 
 F. F. Bruce 
 
 
 
 
 
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