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Filemom (N Comentario)

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FILEMOM 
 VOLTAR 
Introdução Plano do livro Capítulo 1 
 
INTRODUÇÃO 
 
I. PROPÓSITO DA CARTA 
 
 O objetivo desta epístola e as circunstâncias que a originaram 
tornam-se claros logo que o texto é examinado. Várias minúcias 
suplementares podem ser reunidas pela comparação com a epístola aos 
Colossenses. Da própria epístola, entretanto, aprendemos que Filemom 
era um convertido e íntimo amigo pessoal de Paulo, aparentemente um 
homem de grandes recursos, e conhecido pela sua generosidade para 
com os irmãos necessitados. 
 Seu escravo, Onésimo, tinha fugido, provavelmente com algum 
dinheiro do seu patrão. Dirigiu-se para a distante metrópole onde Paulo 
estava preso e, entrando em contato com o apóstolo, foi levado ao 
verdadeiro arrependimento e fé em Cristo, ou do paganismo, ou de uma 
profissão de fé superficial e insincera. Movido pelo amor e gratidão, ele 
se afeiçoou a Paulo, e começou a prestar-lhe o serviço pessoal que podia. 
Paulo, no seu encarceramento, apreciou sobremaneira estas atenções, 
mas sentiu a inconveniência de reter o servo de outrem. Persuadiu, 
portanto, Onésimo a voltar para seu mestre. 
 Uma carta de explicação foi altamente desejável para informar 
Filemom do fato de que, na opinião de Paulo, Onésimo se tinha 
arrependido deveras, e também para facilitar uma reconciliação completa 
entre senhor e escravo. Felizmente, a epístola tem sido preservada, como 
único exemplo que ainda existe, de muitas cartas particulares que Paulo, 
sem dúvida, escreveu, e esta única carta lança valiosa luz sobre seu 
caráter e sua maneira de pensar. 
 
Filemom (Novo Comentário da Bíblia) 2 
II. LUGAR E DATA DA OBRA 
 
 O lugar onde a epístola foi escrita e sua data, tanto como o lugar 
ao qual foi enviada, não são indicados no texto, porém a íntima relação 
com Colossenses (Cl 4.7 e segs.) mostra que foi escrita ao mesmo tempo 
que aquela epístola e, portanto, ao mesmo tempo que Efésios. Estas 
“Cartas de Prisão” são geralmente consideradas como pertencentes à 
prisão de Paulo em Roma, mencionada em At 28.30, o que concorda 
perfeitamente com os dados em Filemom. Isto sugere uma data de, 
aproximadamente, 61 A. D. 
 Alguns que julgam que estas epístolas fossem escritas em Éfeso 
(ou em Cesaréia), apontam para o fato de que seria mais fácil para 
Onésimo alcançar aquelas cidades do que Roma. Esta consideração não 
constitui um argumento seguro contra a aceitação de Roma como lugar 
onde Paulo a redigiu. Um fugitivo desejaria escapar para tão longe 
quanto fosse possível, e receberia com agrado a ocultação oferecida por 
uma grande metrópole. Para uma exposição pormenorizada dos 
argumentos em favor de Éfeso como lugar em que foi escrita, veja-se a 
introdução a Filipenses. 
 Cl 4.7-9 mostra que Onésimo foi, pelo apóstolo, enviado de volta 
para Colossos, na companhia de Tíquico, sendo apresentado aos 
colossenses como «um de vós». É natural inferir que a família de 
Filemom residia ali, embora sugestões alternativas de sua residência em 
alguma cidade dos arredores não estejam completamente excluídas. 
Lightfoot, por exemplo, favorece Laodicéia. 
 De Filemom verso 2 parece que Arquipo era da casa de Filemom 
e, se aquele residia fora de Colossos, isto poderia explicar a curiosa 
mensagem que lhe foi enviada em Cl 4.17. O fato de que Tíquico não é 
mencionado na carta a Filemom, nem Filemom em Colossenses, podia 
também ser explicado pela hipótese de Filemom ter residido fora de 
Colossos. Tais pontos, entretanto, podem ser explicados de maneira 
Filemom (Novo Comentário da Bíblia) 3 
diferente, de modo que a evidência contra a residência em Colossos é 
realmente insubstancial. 
 
III. AUTENTICIDADE 
 
 É muito raro encontrar dúvidas quanto à autenticidade da carta, e 
estas se baseiam geralmente no fato que o conteúdo da carta é 
demasiadamente particular e comum, o que realmente constitui um forte 
argumento contra a probabilidade de falsificação. “Esta epístola figura 
em todos os catálogos desde o Cânon Muratório, e em todas as versões 
antigas” (Ellicott). 
 
IV. PONTO DE VISTA E CARACTERÍSTICAS 
 
 A atitude do cristão diante da escravidão é o assunto mais 
importante na epístola, pois mostra o apóstolo devolvendo um escravo ao 
seu senhor, enquanto, por outro lado, demonstra sua afetuosa simpatia 
por aquele escravo. Defensores da escravidão têm salientado o primeiro 
fato; os oponentes, com muito mais razão, o segundo, pois o espírito da 
carta tenta contra as próprias raízes do sistema. Pregar amor fraternal 
entre senhor e escravo, no fim das contas, faz da escravidão uma 
incoerência. Se a abolição da escravatura tivesse sido mensagem política 
naqueles dias, poderíamos supor que o apóstolo teria sido abolicionista. 
Entretanto, a política de então não visava a tamanha mudança, e Paulo 
não podia ter previsto a abolição do sistema num mundo tão perverso. 
Porém, pela providência divina, a abolição foi finalmente realizada, e 
nisto a influência desta epístola desempenhou grande papel. 
 Portanto, a epístola não deve ser considerada parte de uma 
campanha política organizada por Paulo, nem como espécie de 
propaganda subversiva contra a instituição da escravidão. Ele não se 
preocupa aqui com as considerações dos aspectos positivos ou negativos 
do sistema, mas com o bem-estar espiritual de Filemom e Onésimo, e a 
Filemom (Novo Comentário da Bíblia) 4 
promoção da fraternidade cristã entre eles. Se Paulo não pugna 
especificamente contra a escravidão, muito menos procura defendê-la. 
Paulo ensina que os servos cristãos devem respeitar os direitos dos seus 
senhores, de acordo com as leis daqueles dias (cf. Ef 6.5 e segs.). Talvez, 
fosse em parte influenciado por este princípio geral, ao aconselhar a 
volta de Onésimo; porém, não é preciso exagerar o grau em que estas 
considerações motivaram-no. Teria ele, para dar consideração à lei 
romana, mandando Onésimo retornar para um senhor cruel e pagão, 
capaz de torturá-lo e crucificá-lo? Não há vestígio de apoio para tal 
sugestão. Sem dúvida, ele conhecia Dt 23.15. É claro que considerou o 
caso segundo seus méritos. Conhecia e amava igualmente Onésimo e 
Filemom; entendia as circunstâncias, e achava melhor para todos que 
Onésimo voltasse; e provavelmente Onésimo, desiludido, num país 
distante, pensava assim também. 
 
PLANO DO LIVRO 
 
I. SAUDAÇÃO - 1-3 
 
II. AÇÃO DE GRAÇAS E ORAÇÃO POR FILEMOM - 4-7 
 
III. JUSTIFICATIVA DE ONÉSIMO - 8-21 
 
IV. SAUDAÇÕES FINAIS E BÊNÇÃO - 22-25 
 
COMENTÁRIO 
 
Filemom 1 
I. SAUDAÇÕES - 1-3 
 
 As mais importantes características da epístola são o amor ao 
escravo e a insistência sobre o novo ideal da fraternidade cristã. Onde 
Filemom (Novo Comentário da Bíblia) 5 
estes conceitos prevalecem, o fim da escravidão é certo. A epístola tem 
sido louvada, e com razão, por sua diplomacia e urbanidade. Uma 
deliciosa familiaridade de estilo às vezes aparece. Entretanto, Paulo 
estava absolutamente sério. O Comentário de Matthew Henry distingue 
não menos que catorze argumentos em favor da reconciliação, nesta 
breve carta, um sinal de que muita meditação e oração precederam a sua 
escrita. Lutero observa que Paulo, na defesa de Onésimo, se põe no lugar 
do infrator, imitando a obra mediadora de Cristo. “Porque nós todos 
somos Onésimos”. 
 Filemom (1) era, sem dúvida, colaborador de Paulo na obra 
cristã. 
“À irmã Áfia” (2); aparentemente esposa de Filemom. Arquipo 
(2); provavelmente filho de Filemom, e pastor missionário em Colossos 
ou circunvizinhanças (cf. Cl 4.17), por isso chamado “companheiro de 
lutas” (ARA) de Paulo. Quanto a Filemom, Arquipo, e o lugar da prisão 
de Paulo, veja-se também a introdução. Se Arquipo visitava 
freqüentemente a casa de seu pai em Colossos, bem podia ser saudado 
apropriadamente ali, ainda que trabalhasse e vivesse normalmente em 
outro lugar. À Igreja (2); isto é, o grupo que se reunia na casa de 
Filemom para os cultos (vide Cl 4.15 nota). A forma desaudação no 
verso 3 é a mesma como em Cl 1.2 (veja nota). 
 
II. AÇÃO DE GRAÇAS POR FILEMOM - 4-7 
 
 Sempre (4); pode referir-se a «dou graças» ou a «lembrando-
me». A ênfase sobre a constante gratidão concorda com a passagem 
paralela em Fp 1.3. 
 Ouvindo do teu amor e fé (5). Os informantes seriam homens 
como Epafras (Cl 4.12) e talvez Onésimo. Amor e fé são qualidades que 
Paulo realça continuamente. Cf. Ef 1.5n. e Cl 1.4. A redação aqui levanta 
uma dificuldade que não se encontra nos paralelos em Efésios e 
Colossenses. À primeira vista, temos a impressão de que o apóstolo 
Filemom (Novo Comentário da Bíblia) 6 
fizesse de seus irmãos (todos os santos) objetos de fé juntamente com 
Jesus, o que é claramente inconcebível. A melhor maneira de resolver a 
dificuldade é salientar a mudança nas preposições gregas: o sentido 
literal da frase é o seguinte - «fé para com (gr. pros) o Senhor Jesus 
Cristo e para (gr. eis) todos os santos». Quer dizer que esta fé se estende 
aos santos irmãos em beneficência e liberalidade. Weymouth traduz 
assim: «Fé, a qual vós manifestais para todos os santos». 
 O verso 6 indica qual o conteúdo das orações mencionadas no 
verso 4. Comunicação: gr. koinonia, que se traduz como 
“companheirismo”. O sentido ativo do verbo cognato é «repartir», isto 
é, compartilhar bens materiais ou espirituais com outros. No sentido 
passivo quer dizer «participar», ou «aproveitar» do companheirismo com 
Cristo ou com os irmãos, ou ambos. Cf. Fp 1.5 n. 
 Eficaz; isto é, operosa e eficiente na produção de resultados. No 
conhecimento de: melhor, «no pleno conhecimento» (ARA); gr. 
epignosis. A palavra significa mais do que conhecimento e tem o 
sentido de «reconhecimento» ou «compreensão clara». 
 Em vós: a ARA traduz «em nós», isto é, «em nós cristãos»; a 
versão é bem atestada, e parece preferível à tradução da ARC. 
 Em Cristo Jesus; melhor como na ARA: «para com Cristo». A 
preposição grega eis significa movimento para, mais do que posição fixa. 
Se a «Comunhão da tua fé» (ARA) é interpretada como a comunicação 
ou implantação da fé pela pregação, o verso então seria simplesmente 
uma oração, para que a pregação de Filemom pudesse produzir nos 
outros o conhecimento referido. É mais comum, todavia, entender a frase 
“companheirismo na fé”, no sentido dado acima. Existem, portanto, 
diversas possíveis interpretações. 
 Os atos de caridade de Filemom levarão outros a compreender as 
altas possibilidades da vida cristã. Por outro lado, a comunhão de 
Filemom com Cristo e os irmãos deve levá-lo a entender, e almejar, esse 
alvo. Mais ainda, as atividades caridosas de Filemom se tornarão mais 
completas através de sua gradativa compreensão de que tantos nobres 
Filemom (Novo Comentário da Bíblia) 7 
dons são franqueados ao cristão. O apóstolo ora para que a fé de 
Filemom, operando no âmbito do pleno conhecimento, possa tornar-se 
mais frutífera. Esta interpretação tem a vantagem de salientar o proveito 
espiritual na vida do próprio Filemom, uma idéia fortemente defendida 
pelos paralelos em Cl 1.9; Ef 1.17 e segs.; Fp 1.9-10. Em todos estes 
trechos Paulo deseja (para seus leitores) crescimento no conhecimento. 
Ao mesmo tempo, esta interpretação se refere às suas atividades 
caridosas, as quais tinham proeminência no espírito do apóstolo. 
 As entranhas (7); isto é, “o coração” (ARA); veja-se nota sobre 
Cl 3.12. Reanimado (7) (ARA); a mesma palavra grega se usa para 
“dou-vos descanso”, em Mt 11.28. 
 
III. JUSTIFICATIVA DE ONÉSIMO - 8-21 
 
 O que convém (8); isto é, próprio de um cristão. Paulo, pois, não 
receia exceder sua autoridade apostólica em ordenar, porém, prefere 
apelar para a generosidade de um coração bondoso como o de Filemom, 
e reforça seu apelo apontando para sua própria fraqueza, e não para sua 
autoridade. 
 Ele é Paulo o velho, e também agora prisioneiro (9). Tinha 
provavelmente de cinqüenta a sessenta anos, porém, cansado pelas 
perseguições e lidas, podia realmente chamar-se velho. Para «velho» 
alguns manuscritos têm «embaixador», mas «velho» é uma versão mais 
atestada, e mais apropriada no contexto. 
 No verso 10, o nome Onésimo figura no fim do texto grego. É 
discretamente reservado até que Filemom tome conhecimento da 
conversão de Onésimo, e do amor de Paulo por ele. O significado do 
nome é «útil». 
 No verso 11, portanto, Paulo introduz intencionalmente um jogo 
de palavras. Ele, porém, não o faz importunamente, repetindo termos 
exatamente semelhantes, mas refere-se ao escravo, «útil» pelo nome, 
Filemom (Novo Comentário da Bíblia) 8 
antigamente sem proveito, mas agora, conforme o seu nome, realmente 
proveitoso. 
Eu to tornarei a enviar (12); aoristo epistolar equivalente a «eu to 
envio» (ARA). A. palavra receber (ARC) (12) não se encontra nos 
melhores manuscritos, mas concorda com o significado do verso 17. A 
tradução mais nítida se encontra na ARA: “eu to envio de volta em 
pessoa, quero dizer, o meu próprio coração”. 
Eu queria conservá-lo; nada quis fazer (13-14); no grego, para 
«queria», usa-se um verbo e um tempo diferentes dos que se usam para 
«quis». Paulo «desejava» retê-lo, porém «resolveu» não fazer assim. Ele 
estava certo de que Filemom, que o teria servido em pessoa com alegria, 
não se queixaria de fazê-lo por intermédio do seu escravo, porém Paulo 
não quis tomar a liberdade de reter Onésimo, e assim obrigar Filemom a 
conceder este benefício. 
De 11-16, Paulo acentua quão proveitoso Onésimo se tornou. O 
verso 15 sugere que Deus tivesse planejado, através da breve 
inconveniência da fuga do servo por algum tempo (lit. «por uma hora»), 
dar a Filemom a satisfação de recebê-lo para sempre. 
 Seria deplorável se Filemom, pela rejeição de Onésimo, perdesse 
uma oportunidade, divinamente enviada, que mirava uma bênção eterna. 
Paulo diz “pode ser que” (ARC), pois não conhece plenamente os 
planos de Deus, nem o que farão Onésimo e Filemom no futuro. Deseja, 
porém, que Filemom considere o que parece ser uma notável orientação 
da Providência divina. 
Não já como escravo (ARA, 16). As palavras de Paulo talvez 
sugiram a libertação legal, mas não há certeza disto. Ele frisa no 
argumento que Onésimo deve ser tratado como irmão, e não como 
escravo, no sentido aristotélico, de um “utensílio vivo”. Então, pelo 
prolongado companheirismo na carne e no senhor (16), isto é, nas 
ocupações terrenas e espirituais, Onésimo se mostrará ainda mais 
agradável a Filemom do que se mostrou a Paulo durante a breve estada 
com ele. Filemom o amará mais, não simplesmente porque o conhecia 
Filemom (Novo Comentário da Bíblia) 9 
por mais tempo que Paulo, e certamente não porque era seu escravo 
legal, mas porque Filemom gozará de preciosa e íntima comunhão com 
ele em Cristo, por muito tempo. 
 Se, portanto (17). Este verso lembra que Onésimo é agora digno 
de ser tratado como irmão de modo que Paulo pode dizer com razão: “Se 
me tens por companheiro e amigo bem relacionado pelos íntimos laços 
espirituais, recebe-o como a mim mesmo”. Todavia, a possibilidade de 
Filemom nutrir sentimentos de queixa não podia ser ignorada. Ele bem 
podia sentir-se ofendido pelo simples fato da fuga do escravo, e por 
causa de dinheiro que este possivelmente tivesse roubado. 
Se te deve alguma cousa (18) não quer dizer que Paulo não 
soubesse nada definido a respeito, porém com tato o apóstolo evita falar 
abertamente em roubo, dando lugar a que Filemom reivindique o que ele 
achar certo, ou deixe de reivindicar se estiver assim disposto. 
Eu, Paulo, do próprio punho, o escrevo (19), isto é, como fiador, 
prometendo dar qualquer restituição exigida. Certamente isto não é um 
simples gracejo, mas o meio de convencer a Filemom de sua séria 
intenção. Contudo, não significa uma fiança legalmente reconhecida, 
mas a palavra de honra de um cavalheiro. 
Para não te alegar.... (19). Se existe qualquer resquício de 
simulada sinceridade sobre o valor legal destas palavras, é apenas com a 
finalidadede não dar uma impressão demasiadamente séria quanto à sua 
própria liberalidade. Se Filemom, ofendido e talvez financeiramente 
embaraçado pelo roubo que se seguiu à sua costumeira liberalidade cristã 
achasse injusto Paulo sugerir renúncia de toda compensação, então Paulo 
estava pronto para pagar. Embora pobre, não era sem recursos. Ele 
espera, entretanto, que Filemom seja generoso, lembrando-lhe que “ele 
deve até a si mesmo”, isto é, sua conversão, à instrumentalidade de 
Paulo. Isto ocorreu provavelmente como resultado do seu contato 
pessoal com o apóstolo em Éfeso. 
 O verso 20 é um afetuoso apelo à generosidade. Eu me 
regozijarei. O verbo e o nome Onésimo têm a mesma raiz. Reanima-me 
Filemom (Novo Comentário da Bíblia) 10 
o coração (20); cf. 7 n. A confiança de Paulo (21) foi, sem dúvida, 
justificada. Se a epístola tivesse sido desconsiderada teria sido também 
destruída. 
Mais do que estou pedindo (21). Isto pode sugerir a possibilidade 
de alforria. Em todo caso, Paulo pede que Filemom faça o máximo 
possível por Onésimo. 
 
IV. SAUDAÇÕES FINAIS E BÊNÇÃO - 22-25 
 
 Pousada (22); i. e. hospitalidade, naturalmente na casa do próprio 
Filemom, se possível. A expectativa da vinda de Paulo daria 
incidentalmente mais um incentivo à condescendência ao rogo por 
Onésimo. 
 As saudações dos versos 23 e 24 concordam com as de Cl 4.10-14; 
entretanto, “Jesus, conhecido por Justo” (possivelmente desconhecido 
por Filemom) é omitido. Epafras, chamado aqui seu companheiro de 
prisão, isto é, “prisioneiro de guerra” (a palavra que se usa no verso 1 é 
outra). Em Colossenses esta designação é dada a Aristarco, e não a 
Epafras. Esta variação talvez não tenha significação, embora alguns 
tenham sugerido que indique um rodízio entre os amigos de Paulo, que 
compartilhassem voluntariamente das suas prisões. 
 Uma forma de bênção semelhante à do verso 25 foi usada 
freqüentemente pelo apóstolo, ressaltando a importância do espírito 
humano, e a graça de Cristo, que lhe é necessária. O plural possessivo 
Vosso Espírito (cf. vossas orações, no verso 22) inclui todas aquelas 
endereçadas no começo da epístola. 
 
 T. E. Robertson 
 
 
 
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	Filemom 1

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