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Saúde Coletiva

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GESTÃO EM SAÚDE COLETIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD 
 
Gestão em Saúde Coletiva – Profª Esp. Mona Lisa Tasca Chaguri 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá! Meu nome é Mona Lisa Tasca Chaguri. Sou bacharel em Enfermagem e licenciada pela EERP-USP, especialista em Saúde da 
Família pelo Centro Universitário Barão de Mauá. Atualmente trabalho como coordenadora da Vigilância Epidemiológica no município 
de Jardinópolis/SP e atuo como docente no curso presencial de enfermagem no Claretiano Centro Universitário de Batatais. Será um 
prazer colaborar com sua formação profissional procurando garantir a qualidade e a motivação nesse processo de aprendizagem dinâ-
mico. 
E-mail: monalisachaguri@claretiano.edu.br 
 
 
 
 
 
 
Mona Lisa Alves Tasca Chaguri 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO EM SAÚDE COLETIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Batatais 
Claretiano 
2019 
 
 
 
 
 
© Ação Educacional Claretiana, 2018 – Batatais (SP) 
Trabalho realizado pelo Claretiano – Centro Universitário 
 
Cursos: Graduação 
Disciplina: Nome da Obra 
Versão: Mar./2018 
(Original do Autor) 
 
Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva 
Vice-Reitor: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos 
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon 
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos 
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Ms. Luís Cláudio de Almeida 
 
Coordenador Geral de EaD: Prof. Ms. Evandro Luís Ribeiro 
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional 
 
Preparação 
Aline de Fátima Guedes 
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera 
Cátia Aparecida Ribeiro 
Dandara Louise Vieira Matavelli 
Elaine Aparecida de Lima Moraes 
Josiane Marchiori Martins 
Lidiane Maria Magalini 
Luciana A. Mani Adami 
Luciana dos Santos Sançana de Melo 
Patrícia Alves Veronez Montera 
Raquel Baptista Meneses Frata 
Simone Rodrigues de Oliveira 
Revisão 
Eduardo Henrique Marinheiro 
Filipi Andrade de Deus Silveira 
Rafael Antonio Morotti 
Rodrigo Ferreira Daverni 
Vanessa Vergani Machado 
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Bruno do Carmo Bulgarelli 
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão 
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira 
Tamires Botta Murakami 
Videoaula 
André Luís Menari Pereira 
Bruna Giovanaz 
Marilene Baviera 
Renan de Omote Cardoso 
 
 
 
 
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, 
gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. 
 
 
Claretiano - Centro Universitário 
Rua Dom Bosco, 466 – Bairro: Castelo 
Batatais/SP – CEP 14.300-000 
cead@claretiano.edu.br 
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 
www.claretianobt.com.br 
 
 
 
SUMÁRIO 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO ........................................................................................ 7 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................... 9 
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ................................................................................................................................... 12 
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ...................................................................................................................... 17 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 17 
5. E-REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 17 
Gestão e Financiamento do SUS ............................................................................... 18 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 19 
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................................................................... 20 
2.2 NORMA OPERACIONAL DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE NOAS/ 2001 ................................................................... 24 
2.1. SISTEMA PÚBLICO X SISTEMA PRIVADO .................................................................................................. 26 
2.3.MODELOS DE ASSISTÊNCIA EM SAÚDE .......................................................................................................... 28 
2.4. A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA ............................................................................................... 28 
3. CONTEÚDO DIGITAIL INTEGRADOR ...................................................................................................................... 29 
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................................................................. 29 
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................................................................... 31 
6. E-REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 31 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 31 
Teoria da Administração e Planejamento Estratégico .................................................. 32 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................ 33 
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................................................................... 33 
2.1. TEORIA CLÁSSICA – HENRI FAYOL ................................................................................................................. 34 
2.2.TEORIA CIENTÍFICA –TAYLORISMO ................................................................................................................ 36 
2.3. A SEGUIR CITAREMOS OUTRAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO. ................................................................... 36 
2.4. TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS .............................................................................................................. 37 
2.5.PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ...................................................................................................................... 38 
2.6. ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO:................................................................................................. 39 
3. CONTEÚDO DIGITAIL INTEGRADOR ...................................................................................................................... 48 
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................................................................. 48 
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................................................................... 49 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 49 
7. E-REFERÊNCIA ....................................................................................................................................................... 49 
Sistema de Informação como ferramentade gestão ................................................... 50 
1.INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 51 
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................................................................... 51 
2.1.PRINCIPAIS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ....................................................................................................... 51 
2.2. FLUXO DA INFORMAÇÃO .............................................................................................................................. 52 
2.3. SINASC ........................................................................................................................................................... 53 
2.4. SINAN ............................................................................................................................................................ 55 
2.5. SINAN ONLINE ............................................................................................................................................... 57 
2.5. SIAB ............................................................................................................................................................... 59 
2.6. TABWIN /TABNET .......................................................................................................................................... 63 
3. CONTEÚDO DIGITAIL INTEGRADOR ...................................................................................................................... 63 
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................................................................. 64 
5. CONSIDERAÇÕES ................................................................................................................................................... 65 
6. E-REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 66 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 66 
 
 
 
 
Liderança em saúde e gestão de conflitos ................................................................. 67 
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 68 
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA .................................................................................................................... 68 
2. 1. COMPREENDENDO O SETOR SAÚDE ........................................................................................................... 68 
2.2.DEFINIÇÃO DE LÍDER ...................................................................................................................................... 69 
2.3. ESTILOS DE LIDERANÇA ................................................................................................................................. 69 
2.4. AS DIFERENÇAS ENTRE LÍDER AUTORITÁRIO E LÍDER EXIGENTE ................................................................... 70 
2.5. GESTÃO DE CONFLITOS ................................................................................................................................. 72 
2.6. ESTILOS DE GESTÃO DE CONFLITOS .............................................................................................................. 74 
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ....................................................................................................................... 75 
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ............................................................................................................................. 76 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................... 78 
6. E-REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................... 78 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 78 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
© Gestão em Saúde Coletiva Claretiano - Centro Universitário | 7 
 
 
 
 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
 
 
 
 
 
Conteúdo 
A disciplina de Gestão em Saúde Coletiva tem por intuito demonstrar a prática de enferma-
gem em saúde coletiva com fundamento nas diretrizes do SUS e como é realizada a gestão dos ser-
viços de saúde dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Enfoca as funções administrativas do en-
fermeiro nos serviços de saúde, bem como o planejamento, organização, gerenciamento dos recur-
sos humanos e materiais em saúde, financiamento do SUS e papel do enfermeiro no gerenciamento 
desses serviços e da equipe de enfermagem. 
Bibliografia Básica 
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Planejamento do SUS (PlanejaSUS): uma construção coletiva – trajetória e orientações de 
operacionalização. Brasília: MS, 2009. 318p. 
CAVALCANTI, AF. Planejamento estratégico participativo: concepção, implementação e controle de estratégias. São Paulo: SENAC, 
2008. 
KURGANCT, P. Gerenciamento em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 
Bibliografia Complementar 
 CAVALCANTI, AF. Planejamento estratégico participativo: concepção, implementação e controle de estratégias. São Paulo: SENAC, 
2008. 
FERREIRA, S.C.C. (Org.). Gestão em saúde: contribuições para a análise da integralidade. Rio de Janeiro: EPSJV, 2009 
MENDES, EV. O planejamento da saúde no Brasil: origens, evolução, análise crítica e perspectivas. Série: Desenvolvimento de Serviços 
de Saúde No. 8. Organização Panamericana de Saúde. Oficina Regional, Brasília. Organização Mundial de Saúde. 1988. 
OLIVEIRA, D.P.R. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e prática. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
SPILLER, E. S. Gestão dos serviços em saúde. São Paulo: Editora FGV, 2009. 172 p. 
TANCREDI, F.B. et al. Planejamento em Saúde. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP, 1998. Série Saúde e Cidadania. Vol. 2. 
Disponível em: <http://www.saude.sc.gov.br/gestores/sala_de_leitura/saude_e_cidadania/index.html>. Acesso em: 21 fev. 2019. 
 
 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
© Gestão em Saúde Coletiva Claretiano - Centro Universitário | 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É importante saber: ______________________________________________________________ 
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes: 
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá ser assimilado para aquisição das 
competências, habilidades e atitudes necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os princi-
pais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e 
etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber. 
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente selecionados nas Bibliotecas Virtuais 
Universitárias conveniadas ou disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdos Digitais Inte-
gradores” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas 
privilegiam a convergência de mídias (vídeoscomplementares) e a leitura de "navegação" (hipertexto), como também 
garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obriga-
tórios, para efeito de avaliação. 
 _______________________________________________________________________________ 
 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
© Gestão em Saúde Coletiva Claretiano - Centro Universitário | 9 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno, seja bem-vindo! 
Iniciaremos o estudo de Gestão em Saúde Coletiva, por meio do qual você obterá as informa-
ções necessárias para o embasamento teórico da sua futura profissão e para as atividades que virão. 
Além disso, procuramos elaborar um conteúdo capaz de proporcionar fundamentos para o 
posicionamento crítico de um futuro gestor público, cujo trabalho deverá levar em consideração as 
demandas dos diversos atores sociais que interagem no espaço da saúde coletiva. 
A Saúde Coletiva surgiu na década de 70 devido à necessidade de construção de um campo 
teórico-conceitual em saúde frente ao esgotamento do modelo patológico da saúde pública onde a 
doença e o médico são o foco. 
O conceito de saúde coletiva está relacionado as relações socioeconômicas de uma sociedade 
com o ambiente e o quanto isso pode influenciar na saúde de uma comunidade, possui como obje-
tivo principal prevenir o desenvolvimento ou a proliferação de patologias e demais problemas de 
saúde por meio da implantação de perfis sanitários relacionados com a cultura e a necessidade de 
cada região. 
 Saúde coletiva e saúde pública: esses dois termos são confundidos, porém existe diferenças 
sutis, mas determinantes entre elas. Saúde pública diz respeito ao diagnóstico e tratamento de do-
enças, e a busca de assegurar que o indivíduo tenha, dentro da comunidade, um padrão de vida que 
lhe assegure a manutenção da saúde. 
Saúde coletiva designa os novos conceitos de medicina preventiva. 
A prática da saúde coletiva engloba uma equipe multidisciplinar voltada para a prevenção e 
qualidade de vida, mas como atores sociais o ambiente ao qual o cliente está inserido. 
Para compreendermos melhor alguns conceitos devem estar relacionados a saúde coletiva: 
SUS: Em 1988, com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, foi insti-
tuído no país o Sistema Único de Saúde (SUS), que passou a oferecer a todo cidadão brasileiro aces-
so integral, universal e gratuito a serviços de saúde. Considerado um dos maiores e melhores siste-
mas de saúde públicos do mundo, oferecendo além da realização de consultas, exames e interna-
ções, as campanhas de vacinação e ações de prevenção de vigilância sanitária, como fiscalização de 
alimentos e registro de medicamentos. Com o SUS, a saúde passou a ser promovida e a prevenção 
dos agravos a fazer parte do planejamento das políticas públicas. No artigo 196 da constituição bra-
sileira fica explicito: “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas so-
ciais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos”. 
Financiamento do SUS: O financiamento do SUS é uma responsabilidade dos três níveis de go-
verno. O que significa que o nível Federal, Estadual e Municipal devem contribuir financeiramente 
para gestão da saúde. Para cumprir o ARTIGO constitucional da saúde como direito de todos e dever 
do Estado, são necessárias instituições públicas fortes e COMPETENTES, que seja capaz de manter 
os preceitos sem a interferência da realidade econômica do País na saúde coletiva. O financiamento 
não é o suficiente, face às demandas judiciais cada vez mais amplas, o que traduz o amadurecimen-
to do direito a cidadania. 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
© Gestão em Saúde Coletiva Claretiano - Centro Universitário | 10 
 
 
 
O Brasil possui dois extremos de perfil epidemiológico: um de padrão de pobreza da popula-
ção e outro compatível com o de Países desenvolvidos, fazendo com que o poder público tenha que 
atuar com cenários diferentes no mesmo território nacional, como deferentes taxas de crescimento 
da expectativa de vida ao nascer, de violência urbana e de falta de saneamento. As políticas públicas 
devem contemplar ações Inter setoriais (social, educação, saúde) que possibilitem tratar a popula-
ção com equidade. 
No Brasil, a atenção básica é gerida no nível municipal e os repasses dos recursos federais são 
automáticos, por meio do Piso da Atenção Básica (PAB). 
O planejamento e a programação das ações e serviços de saúde exige o conhecimento das ne-
cessidades e demandas da população, do perfil epidemiológico e dos recursos disponíveis de cada 
município . 
Gestão e financiamento do SUS 
 
Na Unidade 1, trabalharemos a gestão e financiamento do SUS. 
As ações e serviços de saúde, implementados pelos Estados, Municípios e Distrito Federal, são 
financiados com recursos da União, próprios e de outras fontes suplementares de financiamento, 
todos devidamente contemplados no Orçamento da Seguridade Social. Os recursos são repassados 
por meio de transferências regulares e automáticas, remuneração por serviços produzidos, convê-
nios, contratos de repasses. Esse processo denominamos transferência fundo a fundo caracteriza-se 
pelo repasse dos recursos, diretamente do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e 
Municipais de Saúde, observadas as condições de gestão, a qualificação e a certificação aos progra-
mas e incentivos do Ministério da Saúde e os respectivos tetos financeiros. Os recursos transferidos 
fundo a fundo financiam as ações e serviços de saúde da: 
• atenção básica dos municípios habilitados na Gestão Plena da Atenção Básica e dos 
municípios não habilitados, quando realizadas por estados habilitados na Gestão Avan-
çada do Sistema Estadual; 
• assistência de média e alta complexidade realizada por estados e municípios habilita-
dos na Gestão Plena do Sistema Estadual. 
 
Na Unidade 2, trabalharemos teoria da administração e planejamento estratégico. 
Os conceitos de gestão e administração fazem parte do mundo corporativo cada um possui 
sua particularidade e estão diretamente relacionados a necessidade de influenciar terceiros. 
Administrar significa planejar algo, controlar e dirigir os recursos humanos, materiais e finan-
ceiros, porem voltado para o lado técnico, com objeto central o processo administrativo. A adminis-
tração é logica e visa atingir as metas e os propósitos da empresa. Já a gestão tem como princípios 
fundamentais incentivar a participação, a autonomia e a responsabilidade dos envolvidos na organi-
zação. Em sua concepção, ela tem como foco a questão gerencial. Gerir é atingir os objetivos da 
“EMPRESA” de maneira eficaz ao valorizar o conhecimento e as habilidades das pessoas que traba-
lham dentro da empresa. 
 
 
 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
© Gestão em Saúde Coletiva Claretiano - Centro Universitário | 11 
 
 
 
Principais Teorias da Administração: 
As Teorias da Administração podem ser agrupadas segundo seus objetivos (nas tarefas, na es-
trutura, nas pessoas, no ambiente e na tecnologia). As teorias não são contrárias umas às outras, 
mas, se complementam. 
Podemos citar como principais teorias administrativas: 
• Administração Científica (Taylorismo): com enfoque nas tarefas, busca a racionaliza-
ção do trabalho no nível operacional, o foco é no empregado. Apesar de apresentar 
como vantagens a produtividade e a eficiência, não leva em consideração as necessi-
dades sociais do empregado. 
• Teoria Clássica (Fayol): apresenta enfoque na estrutura. No entanto, o foco esta no 
gerente (visãode cima para baixo). Defende o planejamento como uma das funções 
principais do administrador. 
• Teoria das Relações Humanas:sua ênfase esta nas pessoas. Enfoca a organização in-
formal, a comunicação, liderança e motivação. 
Planejamento Estratégico. 
Planejamento estratégico é uma competência da administração que auxilia gestores a pensar 
no longo prazo de uma organização. Alguns itens e passos cruciais para o plano estratégico são: mis-
são, visão, objetivos, metas, criação de planos de ação e acompanhamento. 
Sem a visão do objetivo a ser alcançado e sem direcionamento uma instituição vai acabar sem 
rumo e pode chegar a lugar nenhum. O planejamento envolve metas futuras e almeja essas mudan-
ças no presente. Não importa qual objetivo, seus funcionários não irão saber como agir sem plane-
jamento, importante enfatizar que sempre deve-se levar em consideração os valores e a missão da 
instituição, eles devem pautar toda estratégia que será usada pela instituição. 
 
Um bom planejamento vai muito além do papel deve envolver seus colaboradores, ele vai gui-
ar o sucesso ou fracasso da sua instituição. 
Na Unidade 3, trabalharemos o sistema de informação como ferramenta de gestão. 
Estamos vivendo os avanços tecnológicas, a dinâmica das informações rápidas o que podemos 
denominar “Era da Informação” 
Os sistemas e informação tornaram-se uma ferramenta essencial de gestão dos recursos da 
instituição e de comunicação com o a população, pois são capazes de estruturar, operacionalizar, 
supervisionar, controlar e avaliar o desempenho do departamento/serviço/unidade e demonstrar a 
qualidade da gestão dos serviços. 
Podemos citar os programas SIM,SINASC,TB-Web, SINAN, SIAB como alguns dos programas 
que norteiam as ações das esferas de governo na tomada de decisão em saúde. No decorrer da dis-
ciplina será enfatizado todos esses programas. 
Na Unidade 4, trabalharemos a liderança em saúde e gestão de conflitos. 
A liderança é tema intensamente discutido, principalmente na área da gestão em saúde. Lide-
rança é considerada como competência essencial no processo de gerenciar serviços e pessoas. A 
comunicação é fundamental para a liderança, bem como há necessidade de qualificação de líderes. 
As instituições de saúde possuem alta complexidade, mas na sua ideia central, não se diferem 
dos demais tipos de organizações. Para Chanes (2006), no perfil dos recursos humanos das institui-
https://www.infoescola.com/profissoes/administrador/
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
© Gestão em Saúde Coletiva Claretiano - Centro Universitário | 12 
 
 
 
ções de saúde, existe heterogeneidade de profissionais, que fazem das organizações de saúde espa-
ços com as mais diferentes especialidades, ao reunir médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, conta-
dores, farmacêuticos, auxiliares de copa e limpeza, oficiais de manutenção, seguranças, dentre ou-
tros. Essa diversidade de formações requer que o líder-gestor tenha a capacidade de se comunicar 
com todos e de conseguir compreender a estratégia organizacional adequada a cada situa-
ção.Lembrando sempre da possibilidade da existência de conflitos, e procurando utilizar de técnicas 
para que o conflito não interfira na harmonia da instituição. 
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS 
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, 
possibilitando um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento 
dos temas tratados. 
1) Ação intersetorial: ação desenvolvida em conjunto por vários setores da atividade 
governamental, em função da seleção de problemas complexos que exigem a 
intervenção coordenada de várias áreas, como objeto de políticas públicas. 
2) Ações legais e/ou ação pública em defesa e proteção das pessoas e de seus direitos 
em saúde: ações desenvolvidas por pessoas, organizações comunitárias, sindicais ou 
outras, geralmente junto ao Ministério Público, em função da busca de efetivação dos 
direitos em saúde. 
3) Acesso aos serviços de saúde: o mesmo que acessibilidade, diz respeito à forma de 
aproximação e entrada dos usuários ao sistema de serviços de saúde. 
4) Administração de pessoal: o mesmo que administração de recursos humanos, área da 
administração que se ocupa dos procedimentos, métodos, técnicas e instrumentos 
relativos à contratação, distribuição, gerenciamento do processo de trabalho e 
avaliação do desempenho dos trabalhadores envolvidos em determinadas atividades. 
5) Agenda de saúde: instrumento de gestão do SUS que contempla, em cada esfera de 
governo, a seleção de problemas a serem enfrentados e o estabelecimento de 
prioridades e estratégias de política em cada período de gestão. 
6) Análise da situação de saúde: processo de identificação, descrição e análise dos 
problemas e das necessidades de saúde de uma população, geralmente o primeiro 
momento do processo de planejamento e programação de ações. O mesmo que 
avaliação da situação de saúde. 
7) Assistência de média e alta complexidade: conjunto de estabelecimentos que 
compõem a rede assistencial onde se realiza a prestação de serviços de média e alta 
complexidade tecnológica, os quais incluem ambulatórios e clínicas de especialidades, 
hospitais gerais e hospitais especializados, serviços de apoio diagnóstico e terapêutico 
e outros que integram redes específicas de atendimento a determinadas patologias, 
como é o caso dos serviços de reabilitação, psiquiátricos e outros. 
8) Atenção Primária de Saúde: primeiro nível de atenção em um sistema de serviços de 
saúde, responsável pela oferta de ações de baixa complexidade tecnológica, voltadas 
ao atendimento das necessidades básicas de saúde da população, incluindo ações de 
promoção da saúde, prevenção de riscos específicos e atenção aos problemas mais 
frequentes apresentados por indivíduos e grupos populacionais. 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
© Gestão em Saúde Coletiva Claretiano - Centro Universitário | 13 
 
 
 
9) Auditoria em saúde: o termo auditoria foi incorporado à saúde, inicialmente, como 
uma forma de avaliação da atenção com base na observação direta, nos registros e na 
história clínica do paciente, sendo entendida como “auditoria médica”, desenvolvida 
especialmente no ambiente hospitalar. A partir do final dos anos 80 o campo de ação 
da auditoria na saúde se ampliou, passando a incluir a avaliação do uso dos recursos e 
dos resultados obtidos no tratamento. Mais recentemente passou a abarcar, além do 
monitoramento das práticas clínicas, a avaliação da organização dos serviços e as 
funções gerenciais. 
10) Avaliação da situação de saúde: o mesmo que análise da situação de saúde. 
11) Avaliação dos riscos de saúde: avaliação dos riscos potenciais ou atuais com relação à 
exposição a determinados ambientes nocivos à saúde e/ou à utilização de 
determinados produtos e serviços que podem produzir doenças ou agravos. 
12) Banco de dados: conjunto de dados quantitativos ou qualitativos armazenados sob 
diferentes formas que podem ser utilizados como matéria prima no processo de 
análise, monitoramento e avaliação de situações de saúde, políticas, programas e 
serviços. Ver Sistemas de Informação. 
13) Barreiras de acesso: refere-se a barreiras geográficas, econômicas, sociais, culturais ou 
sanitárias que dificultam o acesso dos usuários ao sistema de serviços de saúde. 
14) Capacidade institucional: termo genérico que diz respeito ao potencial que uma 
determinada instituição tem em função do volume de recursos que maneja, da sua 
organização e da sua gestão 
15) Condições de saúde da população: diz-se do conjunto de características demográficas, 
socioeconômicas, epidemiológicas e sanitárias apresentadas por uma determinada 
população em um determinadomomento. 
16) Condições do trabalho: conjunto de aspectos vinculados ao ambiente onde se 
desenvolve um determinado processo de trabalho, e ao processo de trabalho em si, do 
ponto de vista das relações técnicas e das relações sociais do trabalho, isto é, ao uso de 
tecnologias e às formas de gerenciamento e remuneração. 
17) Conselhos de Saúde: instâncias de gestão participativa do SUS instituídas formalmente 
através da Lei 8142/90, que rege sua criação em todas as esferas de gestão do SUS 
nacional, estadual e municipal. Sua composição deve ser paritária, com 50% de 
representantes dos usuários do sistema e seu funcionamento regular assegura o 
cumprimento da sua missão, que envolve o monitoramento das condições de saúde, a 
formulação e o acompanhamento da execução das políticas de saúde, inclusive do 
gerenciamento dos Fundos de Saúde, entre outras atribuições e competências. 
18) Cuidado integral à saúde: A expressão enfatiza a busca de integralidade que 
caracteriza o debate contemporâneo sobre a organização dos serviços e ações de 
saúde. 
19) Demanda por serviços de saúde: procura da população por serviços de saúde, em 
busca de resposta a necessidades e solução para problemas. Pode-se distinguir a 
demanda potencial da efetiva, em função do afluxo da população aos serviços e ainda 
a demanda reprimida (no caso dos estabelecimentos de saúde não terem capacidade 
de oferta compatível com o atendimento ao volume e tipo de serviço demandado) da 
demanda atendida, distinção necessária em processos de avaliação da acessibilidade, 
cobertura e capacidade resolutiva (resolutividade) dos serviços de saúde. 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
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20) Descentralização: processo de transferência de poder e responsabilidades do nível 
central aos níveis periféricos de um sistema. No caso do sistema de serviços de saúde 
brasileiro, trata-se da redefinição de funções e responsabilidades do Ministério da 
Saúde e das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, paralelamente à 
transferência de recursos (financeiros, humanos e materiais) que passam do controle 
federal para o controle estadual e municipal. 
21) Determinantes de saúde: noção que abarca um conjunto de elementos estruturais e 
históricos que determinam e condicionam a ocorrência e distribuição de fenômenos 
relacionados ao processo saúde-doença-cuidado em indivíduos, grupos e populações. 
Incluem fatores de ordem genético hereditária (determinação biológica) ambientais 
(determinação ecológica), econômicos (determinação econômica), comportamentais 
(determinação cultural) e sócio- sanitários (relacionados com o acesso a serviços de 
saúde, em quantidade e qualidade compatíveis com a promoção, proteção, 
manutenção e recuperação da saúde individual e coletiva). 
22) Doenças emergentes: diz-se de enfermidades que não faziam parte do quadro 
epidemiológico da população brasileira até há pouco tempo atrás e que, mais 
recentemente, surgiram e ganharam importância do ponto de vista da saúde pública, a 
exemplo da Dengue, Cólera, AIDS e outras. 
23) Equidade: diz respeito à necessidade de se “tratar desigualmente os desiguais” de 
modo a se alcançar a igualdade de oportunidades de sobrevivência, de 
desenvolvimento pessoal e social entre os membros de uma dada sociedade. A 
construção da equidade em saúde implica na identificação das necessidades sociais e 
das necessidades de serviços de saúde dos diversos grupos da população e na 
reorganização dos serviços e redistribuição dos recursos de modo a atender, de forma 
diferenciada, os diversos grupos da população. 
24) Estratégia: de um modo geral, defini-se estratégia como a forma de implementação de 
uma política. Ou seja, é o conjunto das ações realizadas com o intuito de se alcançar o 
objetivo proposto e, com isso, se produzir o efeito desejado sobre uma dada situação. 
25) Estrutura organizacional: diagrama, esquema ou representação gráfica da organização 
de uma instituição, uma empresa ou das etapas sucessivas de um processo, a exemplo 
do processo de planejamento 
26) Fatores de risco: conjunto de fatores que podem estar envolvidos na determinação de 
um problema de saúde ou uma enfermidade específica. 
27) Fluxograma situacional: é uma matriz que organiza as informações obtidas em níveis 
de determinação, partindo da explicitação dos “descritores” (indicadores, variáveis e 
dados) que permitem a caracterização do Problema que está sendo analisado, 
dispondo ordenadamente as informações referentes aos Fatos (fenômenos), Processos 
(condicionantes históricos) e Estruturas (determinantes estruturais) que explicam a 
existência do Problema (MATUS, 1987, 1989; TEIXEIRA, 1993). 
28) Fundo Estadual de Saúde: conta bancária na qual são depositados os recursos 
provenientes das transferências federais para o SUS estadual, e onde devem ser 
depositados os recursos provenientes do Tesouro estadual e outras fontes utilizadas, 
no âmbito estadual, para custeio das ações e serviços de saúde sob responsabilidade 
do gestor estadual. 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
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29) Formulação de políticas de saúde: processo que consiste na fixação de objetivos e 
metas a alcançar com relação a um determinado sistema ou a um problema de saúde, 
incluindo a análise da situação inicial, o desenho da Imagem-Objetivo em um prazo 
determinado, a formulação de proposições de ação, embasadas em princípios e 
diretrizes, a análise de coerência (interna e externa) dessas proposições, a análise de 
viabilidade de execução das ações propostas e a formalização das políticas em leis, 
normas, planos, programas e projetos (CPPS, 1975). 
30) Gerência: termo utilizado no âmbito do setor saúde e especificamente no SUS para 
designar a função de administração de unidades de prestação de serviços, programas, 
projetos e atividades específicas realizadas nas instituições que compõem o sistema. 
31) Gestão em saúde: termo que reflete a incorporação do enfoque gerencial no âmbito 
da administração de sistemas de saúde, especificando-se, em geral, as funções de 
condução política (tomada de decisões e planejamento estratégico), organização, 
coordenação, monitoramento e avaliação de programas, serviços e atividades. No 
âmbito do SUS, convencionou-se distinguir Gestão (de sistemas) de gerência (de 
unidades de saúde, programas e projetos), como uma forma de enfatizar o caráter 
mais propriamente político da primeira, em oposição ao caráter técnico-administrativo 
da segunda, embora em cada uma dessas dimensões esteja em jogo o exercício do 
poder, em suas várias dimensões (política, técnico e administrativo). 
32) Integralidade: diz respeito ao leque de ações possíveis para a promoção da saúde, 
prevenção de riscos e agravos e assistência a doentes, implicando sistematização do 
conjunto de práticas que vêm sendo desenvolvidas para o enfrentamento dos 
problemas e o atendimento das necessidades de saúde dos diversos grupos da 
população (PAIM, 1994; PINHEIRO; MATOS, 2001, 2003) 
33) Instrumento de planejamento estratégico: o enfoque estratégico surgiu, na área do 
planejamento em saúde, em meados dos anos 70, contemplando, posteriormente, 
vários desdobramentos, cada um dos quais propõe instrumentos específicos para a 
análise da situação, o desenho da situação-objetivo, a análise da coerência, 
factibilidade e viabilidade das intervenções propostas, e formas de monitoramento, 
acompanhamento e avaliação dos planos e programas de ação. 
34) Liderança: capacidade de condução, de direção, materializada na figura de um chefe, 
cujo conhecimento, experiência e qualidades de relacionamento interpessoalfavorecem que este encarne os objetivos e valores de um determinado grupo ou 
instituição 
35) Municipalização das ações e serviços de saúde: forma de descentralização político-
administrativa do sistema de saúde adotada no Brasil nos anos 90. 
36) Organizações governamentais: instituições e órgãos que compõem o aparato de 
Estado, incluindo os órgãos do poder Executivo, legislativo e Judiciário. No âmbito do 
Executivo, encontram-se as instituições estatais responsáveis pela política e gestão do 
sistema público de saúde, como é o caso do Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais 
e Municipais e os órgãos a elas vinculados. 
37) Organizações não governamentais: diz-se de entidades organizadas por particulares 
ou associações civis que se dedicam a determinadas causas sociais, inclusive a 
prestação de serviços de saúde para grupos populacionais específicos ou para a 
população em geral. 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
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38) Perfil de saúde da população: diz respeito ao “perfil epidemiológico” da população, 
isto é, à configuração dos indicadores de morbi-mortalidade em determinados lugar e 
tempo, com a especificação dos principais problemas de saúde e suas tendências em 
termos de comportamento ao longo do tempo e distribuição territorial e social. 
39) Planejamento situacional em saúde: a adaptação do enfoque situacional ao 
planejamento das ações e serviços de saúde vem sendo desenvolvida por vários 
autores. 
40) Plano de saúde: produto de um processo de planejamento que, geralmente, inclui a 
realização de uma análise da situação de saúde da população de uma determinada 
área, o estabelecimento de objetivos e metas a alcançar com relação ao 
enfrentamento dos problemas priorizados, a especificação das estratégias a serem 
implementadas para o alcance dos objetivos e os recursos que serão empregados 
neste processo. 
41) Sistema de informação: conjunto de procedimentos, técnicas e instrumentos de 
produção de dados, processamento e análise de informações, visando à sua difusão e 
utilização no processo de tomada de decisões e de operacionalização de ações. No 
caso da Saúde, contamos com um conjunto de sistemas de informação de base 
epidemiológica ou gerencial, que subsidiam ou podem subsidiar o aperfeiçoamento 
das práticas de saúde em todos os âmbitos do sistema 
42) Sistemas de vigilância epidemiológica, ambiental, sanitária e saúde do trabalhador: 
conjunto de instituições e práticas envolvidas na realização de ações de vigilância em 
saúde, podendo-se distinguir sistemas de vigilância epidemiológica de doenças 
transmissíveis e não transmissíveis, vigilância sanitária de alimentos, produtos e 
serviços de saúde, vigilância ambiental da qualidade da água, solo e ar e vigilância de 
ambientes e condições de trabalho. 
43) Tecnologias de saúde: A noção de “tecnologia em saúde” inclui desde equipamentos 
incorporados ao processo de produção de serviços a procedimentos, normas e rotinas 
que regem a prática dos profissionais e trabalhadores de saúde no âmbito gerencial ou 
operativo do sistema. 
44) Trabalhadores de saúde: termo genérico que se refere a toda e qualquer pessoa que 
exerce atividade remunerada na área de saúde, seja como profissional autônomo, seja 
como trabalhador assalariado ao sistema público ou privado. A expressão 
“trabalhadores do SUS”, portanto, refere-se ao conjunto dos profissionais, técnicos e 
auxiliares que trabalham em instituições e unidades de saúde do SUS. 
45) Usuário do SUS: todo e qualquer cidadão que procure os serviços do SUS, em qualquer 
nível de complexidade. 
46) Universalidade: um dos princípios finalísticos do Sistema Único de Saúde, a 
universalidade pode ser entendida como um ideal a ser alcançado, qual seja, o de que 
todos os cidadãos brasileiros possam usufruir do seu direito à saúde, aí incluído o 
acesso às ações e serviços necessários para sua promoção, proteção e recuperação 
Fonte: Teixeira (2019). 
 
 
 
 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO 
 
 
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3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE 
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. 
 
 
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Gestão Saúde Coletiva 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ANDRADE LOM. Evolução das políticas de saúde no brasil: do nascimento da saúde pública ao movimento pré-sus. In: ANDRADE LOM, 
BARRETO ICHC. SUS passo a passo: história, regulamentação, financiamento, políticas nacionais. 2. ed. São Paulo: HUCITEC; 2007. 
LIMA, N. T., SANTANA, J. P., (Orgs.). Saúde coletiva como compromisso: a trajetória da abrasco. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2006. 
 SCHWARTZ Y. Trabalho e gestão: níveis, critérios, instâncias. In: FIGUEIREDO, M., ATHAYDE, M, BRITO, J., ALVAREZ, D. Labirintos do 
trabalho: interrogações e olhares sobre o trabalho vivo. Rio de Janeiro: DP&A; 2004. 
5. E-REFERÊNCIAS 
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Acesso e utilização de serviços de saúde: IBGE; 2003. Disponível 
em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2003/saude/default.shtm>. Acesso em: 27 fev. 
2019. 
TEIXEIRA, C. F. Glossário: termos e expressões mais comuns em política, planejamento, gestão e avaliação de sistemas e serviços de 
saúde. Disponível em: 
<https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/6890/1/Teixeira%2C%20Carmen.%20Cap.%206%20Planejamento%20em%20saude.pdf>. 
Acesso em: 27 fev. 2019. 
 
https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/6890/1/Teixeira%2C%20Carmen.%20Cap.%206%20Planejamento%20em%20saude.pdf
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UNIDADE 1 
Gestão e Financiamento do SUS 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
• Compreender a importância do financiamento do SUS, para gestão da saúde coletiva. 
• Analisar os modelos de assistência em saúde vinculados ao financiamento do SUS. 
• Identificar a evolução da autonomia da gestão em saúde nas esferas de governo. 
Conteúdos 
• As origens e o processo de implantação do SUS. 
• Instrumentos de planejamento e gestão do SUS. 
• Promoção e atenção à saúde. 
 
Orientações para o estudo da unidade 
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 
1) Não se limite ao conteúdo deste Caderno de Referência de Conteúdo; busque outras 
informações em sites confiáveis e/ou nas referências bibliográficas, apresentadas ao 
final de cada unidade. Lembre-se de que, na modalidade EaD, o engajamento pessoal é 
um fator determinante para o seu crescimento intelectual. 
2) Busque identificar os principais conceitos apresentados; siga a linha gradativa dos 
assuntos até poder observar a evolução do estudo da Gestão em Saúde Coletiva. 
3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital 
Integrador. 
4) Você pode aprofundar seu conhecimento sobre o assunto que abordaremos no 
decorrer dos seus estudos será importante que leia LAZZARI, João Batista. As Fontes de 
Financiamento do Sistema Único de Saúde. São Paulo: LTr, 2003. 
Unidade 1 – Nome 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
Para entendermos melhor as funções no Sistema Único de Saúde vamos rever alguns concei-
tos: 
Gerência como a administração de uma unidade ou órgão de saúde (ambulatório,hospital, 
instituto, fundação, etc) que se caracterizam como prestadores de serviços do SUS. 
 Gestão como a atividade e responsabilidade de comandar um sistema de saúde (municipal, 
estadual ou nacional) exercendo as funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, 
acompanhamento, controle, avaliação e auditoria. Para que se possa discutir o papel de cada esfera 
de governo no Sistema Único de Saúde é importante definir quem são os gestores do SUS em cada 
nível e o que são as funções gestoras no SUS. Os gestores do SUS são os representantes de cada 
esfera de governo designados para o desenvolvimento das funções do Executivo na saúde, a saber: 
no âmbito nacional, o Ministro da Saúde; no âmbito estadual, o Secretário de Estado da Saúde; e no 
municipal, o Secretário Municipal de Saúde. 
As funções gestoras no SUS podem ser definidas como “um conjunto articulado de saberes e 
práticas de gestão necessários para a implementação de políticas na área da saúde” (Souza, 2002). 
Quatro grandes grupos de funções gestoras na saúde: 
1) Formulação de políticas/planejamento; 
2) financiamento; 
3) coordenação, regulação, controle e avaliação (do sistema/ redes e dos prestadores 
públicos ou privados); 
4) prestação direta de serviços de saúde. 
Cada uma das esferas de governo deve atender suas atribuições na formulação de políti-
cas/planejamento incluindo as atividades de diagnóstico da necessidade de saúde, identificação das 
prioridades e programação de ações. 
Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo, você está preparado? 
Nesta unidade, estudaremos a gestão e financiamento do SUS. Conceituar a lógica de estrutu-
ração e financiamento da saúde e a divisão de papéis e competências dos diversos órgãos públicos 
envolvidos na gestão de saúde. No que diz respeito às políticas de saúde, não podemos esquecer a 
complexidade inerente a área da saúde relacionada aos seguintes fatores: múltiplas determinações 
sobre o estado de saúde da população e dos indivíduos; diversidade das necessidades de saúde em 
uma população; capacitação de pessoal e recursos tecnológicos requeridos para atendê-las; interes-
ses e pressões do mercado na área da saúde (no âmbito da comercialização de equipamentos, me-
dicamentos, entre outros), isso tudo entrelaçado como um único sistema de gestão e financiamen-
to. 
 Compreender as diversas esferas de gestão do SUS será fundamental ao longo de nosso es-
tudo. 
 
 
 
Unidade 1 – Nome 
 
 
 
 
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2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA 
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta uni-
dade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo 
Digital Integrador. 
De acordo com Formas de Gestão do Sistema Único de Saúde: 
 
A partir das definições legais estabelecidas pela Constituição Federal de 1988 e da Lei Orgânica de Saúde, se 
iniciou o processo de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse processo tem sido orientado pelas 
Normas Operacionais do SUS, instituídas por meio de portarias ministeriais. Estas normas definem as compe-
tências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que Estados e municípios possam assumir 
as novas posições no processo de implantação do SUS. As Normas Operacionais definem critérios para que 
Estados e municípios voluntariamente se habilitem a receber repasses de recursos do Fundo Nacional de Sa-
úde para seus respectivos fundos de saúde. A habilitação às condições de gestão definidas nas Normas Ope-
racionais é condicionada ao cumprimento de uma série de requisitos e ao compromisso de assumir um con-
junto de responsabilidades referentes à gestão do sistema de saúde. O financiamento do SUS é uma respon-
sabilidade comum dos três níveis de governo. Recentemente, em setembro de 2000, foi aprovada a Emenda 
Constitucional nº 29, que determina a vinculação de receitas dos três níveis para o sistema. A tendência é 
que os municípios assumam cada vez mais a responsabilidade pelo relacionamento com os prestadores de 
serviço, à medida que se habilitem às condições de gestão descentralizada do sistema. 
A Norma Operacional Básica tem por finalidade promover e consolidar o exercício, por parte do poder públi-
co municipal e do Distrito Federal, da função de gestor da atenção à saúde dos seus munícipes (Artigo 30, in-
cisos V e VII, e Artigo 32, Parágrafo 1º, da Constituição Federal), com a consequente redefinição das respon-
sabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, avançando na consolidação dos princípios do SUS 
procurando viabilizar a cooperação técnica e financeira dos poderes públicos estadual e federal, compreen-
de, portanto, não só a responsabilidade por algum tipo de prestação de serviços de saúde (Artigo 30, inciso 
VII), como, da mesma forma, a responsabilidade pela gestão de um sistema que atenda, com integralidade, à 
demanda das pessoas pela assistência à saúde e às exigências sanitárias ambientais. 
As origens e o processo de implantação do SUS. 
Em 1986 foi realizada em Brasília a 8a. Conferência Nacional de Saúde com ampla participação 
de usuários, trabalhadores de saúde, prestadores de serviços e gestores. A 8a. Conferência signifi-
cou um marco na formulação das propostas de mudança do setor de saúde, consolidadas na Refor-
ma Sanitária Brasileira. 
A Constituição Federal de 1988 redefine o conceito de saúde, incorporando novas dimensões. 
Para se ter saúde é preciso ter acesso a um conjunto de fatores, como alimentação, moradia, em-
prego, lazer, educação, etc. Em seu artigo 196 cita que “a saúde é direito de todos e dever do Esta-
do, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de 
outros agravos e ao 24 as origens e o processo de implantação do sus acesso universal igualitário às 
ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Com este artigo fica definida a uni-
versalidade da cobertura do Sistema Único de Saúde. O SUS faz parte das ações definidas na Consti-
tuição como sendo de “relevância pública” sendo atribuído ao poder público a sua regulamentação, 
a fiscalização e o controle das ações e dos serviços de saúde. Conforme a Constituição Federal de 
1988 as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e 
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
• Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
• Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
Unidade 1 – Nome 
 
 
 
 
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Participação da comunidade. 
A Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre as condições para a promoção, prote-
ção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. Esta 
Lei regula em todo o território nacional as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjun-
tamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público 
ou privado. A Lei 8.080/90 instituiu o Sistema Único de Saúde, constituído pelo conjunto de ações e 
serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da 
administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. A iniciativa privada 
participa do Sistema Único de Saúde em caráter complementar. As ações e serviços públicos de sa-
úde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o SUS são desenvolvidos de 
acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da ConstituiçãoFederal vigente, obedecendo ainda 
princípios organizativos e doutrinários tais como: 
• Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; 
• Integralidade de assistência; 
• Equidade; 
• Descentralização Político-Administrativa com direção única em cada esfera de governo; 
• Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à 
saúde da população; 
• Participação da comunidade; 
• Regionalização e hierarquização. 
A Lei 8.080/90 trata: 
 
(a) da organização, da direção e da gestão do SUS; 
(b) das competências e atribuições das três esferas de governo; 
(c) do funcionamento e da participação complementar dos serviços privados de assistência à saúde; 
 (d) da política de recursos humanos; 
(e) dos recursos financeiros, da gestão financeira, do planejamento e do orçamento. 
 A Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na ges-
tão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos 
financeiros na área de saúde. 
 O SUS conta em cada esfera de governo com as seguintes instâncias colegiadas: 
a) Conferência de Saúde; 
b) Conselho de Saúde. 
A Lei 8.142/90 trata da alocação dos recursos do Fundo Nacional de Saúde, do repasse de 
forma regular e automático para os Municípios, Estados e Distrito Federal. Para o recebimento des-
tes recursos Municípios, Estados e Distrito Federal devem contar com: 
a) Fundo de Saúde; 
b) Conselho de Saúde; 
c) Plano de Saúde; 
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d) Relatório de Gestão; 
e) Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; 
f) Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS). 
 
Norma operacional básica 
 
A edição das Normas Operacionais Básicas (NOB’s) trata das normas operacionais para o fun-
cionamento e operacionalização do SUS, de competência do Ministério da Saúde, tendo sido edita-
das até hoje: a NOB-SUS 01/91, NOB-SUS 01/93, NOB-SUS 01/96. 
NOB 01/91: definia o repasse direto e automático de recursos do fundo nacional aos fundos 
estaduais e municipais de saúde, sendo 50% por critérios populacionais e os outros 50% segundo o 
perfil epidemiológico e demográfico, a capacidade instalada e a complexidade da rede de serviços 
de saúde, a contrapartida financeira, etc. - redefiniu toda a lógica de financiamento e, consequen-
temente, de organização do SUS, instituindo um sistema de pagamento por produção de serviços 
que permanece em grande parte vigorando até hoje. 
NOB 01/93: criou critérios e categorias diferenciadas, gestão para a habilitação dos municí-
pios, e segundo o tipo de gestão implantado (incipiente, parcial, semiplena) haveria critérios tam-
bém diferenciados de formas de repasse dos recursos financeiros 
NOB-SUS 01/96: representa um avanço importante no modelo de gestão do SUS, principal-
mente no que se refere à consodolidação da Municipalização. Revoga os modelos anteriores de ges-
tão propostos nas NOB anteriores (gestão incipiente, parcial e semiplena), e propõe aos municípios 
se enquadrarem em dois novos modelos: Gestão Plena de Atenção Básica e Gestão Plena do Sis-
tema Municipal, conforme pode ser visto no quadro 1 a seguir: 
Quadro 1 Modelos de Gestão 
 
GESTÃO PLENA DE ATENÇÃO 
BÁSICA 
GESTÃO PLENA DO SISTEMA 
MUNICIPAL 
Elaboração de programação 
municipal dos serviços básicos, inclusive 
domiciliares e comunitários, e da pro-
posta de referência ambulatorial e 
especializada e hospitalar. 
Elaboração de programação 
municipal dos serviços básicos, inclusive 
domiciliares e comunitários, e da propos-
ta de referência ambulatorial e especiali-
zada e hospitalar. 
Gerência de unidades ambu-
latoriais próprias 
Gerência de unidades pró-
prias, ambulatoriais e hospitalares, inclu-
sive as de referência 
Gerência das unidades am-
bulatoriais do estado e/ou da União 
Gerência das unidades ambu-
latoriais e hospitalares do estado e/ou da 
União 
Introduzir a prática do ca-
dastramento nacional dos usuários do 
SUS 
Introduzir a prática do cadas-
tramento nacional dos usuários do SUS 
Prestação dos serviços rela-
cionados aos procedimentos cobertos 
pelo PAB para todos os casos de refe-
rência interna ou externa ao município 
Prestação dos serviços ambu-
latoriais e hospitalares para todos os 
casos de referência interna ou externa ao 
município 
Unidade 1 – Nome 
 
 
 
 
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 Normalização e operação de 
centrais de procedimentos ambulatoriais 
e hospitalares 
Contratação, controle, auditoria e pa-
gamento aos prestadores dos serviços 
contidos no PAB 
Contratação, controle, audi-
toria e pagamento aos prestadores de 
serviços ambulatoriais e hospitalares 
Operação do SIA/SUS, conforme normas 
do MS, e alimentação, junto às SES, dos 
bancos de dados de interesse nacional 
Operação do SIH e do 
SIA/SUS, conforme normas do MS, e 
alimentação, junto às SES, dos bancos de 
dados de interesse nacional 
Autoriza AIH e Proced. Ambulatoriais 
Especializados 
Autoriza, fiscaliza e controla 
as AIH e Proced. Ambulatoriais Especiali-
zados e de alto custo 
Execução de ações de vigilância sanitária 
e de epidemiologia 
Execução de ações de vigilân-
cia sanitária e de epidemiologia 
 Fonte: NOB/96 
 Uma das alterações importantes da NOB 96 foi a forma de repasse dos recursos financeiros 
do governo federal para os municípios, que passa a ser feito com base num valor fixo per capita (Pi-
so Assistencial Básico - PAB) e não mais vinculado a produção de serviços, o que possibilita aos mu-
nicípios desenvolverem novos modelos de atenção à saúde da população sendo importante salien-
tar a importância das ações regionais de acordo com o perfil epidemiológico da região. 
As NOB´s produziram resultados positivos, levando ao incremento da oferta de serviços muni-
cipais, aumento da capacidade institucional nos estados e nos municípios e um aumento transfe-
rência de recursos federais para estados e municípios. Ao final de 2000, 63% dos recursos federais 
para a assistência à saúde eram repassados diretamente aos estados e municípios. Porém, surgiram 
problemas. Dentre eles destacam-se as dificuldades de gestão eficaz, a propagação das responsabi-
lidades pela saúde dos cidadãos, o aumento dos custos de administração do SUS e a baixa qualidade 
dos serviços. 
Para superar esses problemas instituiu-se a Norma Operacional da Assistência à Saúde, NOAS 
SUS 01/01, em 26 de janeiro de 2001, com o intuito de “promover maior equidade na alocação de 
recursos e no acesso da população às ações e serviços de saúde em todos os níveis de atenção” 
(Ministério da Saúde, 2001). Para isso, estabeleceu que “ a macroestratégia deverá contemplar uma 
lógica de planejamento integrado de maneira a conformar sistemas funcionais de saúde, ou seja, 
redes articuladas e cooperativas de atenção, referidas a territórios delimitados e a populações defi-
nidas e dotadas de mecanismos de comunicação e inter-relacionamento que garantam o acesso dos 
usuários às ações e serviços de níveis de complexidade necessários para a resolução de seus pro-
blemas de saúde, otimizando os recursos disponíveis” (Ministério da Saúde, 2001). 
Isso tudo com objetivo de garantir a assistência a saúde como foco principal. 
As principais características observadas na NOB/SUS 01/96 temos: 
 • Transfere aos municípios habilitados como Plena da Atenção Básica, os recursos financeiros com base per 
capita relativos a esta responsabilidade, criandoo PAB (Piso Assistencial Básico), repassado fundo a fundo de 
forma regular e automática, e com base em valor nacional per capita para a população coberta; 
 • Reorganiza a gestão dos procedimentos de média complexidade ambulatorial (Fração Ambulatorial Espe-
cializada - FAE); 
 • Reorganiza a gestão dos procedimentos de alta complexidade ambulatorial com a criação da Autorização 
de Procedimentos de Alta Complexidade/Custo (APAC); 
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 • Incorpora as ações de Vigilância Sanitária, criando o Incentivo para as ações básicas de Vigilância Sanitária; 
• Incorpora as ações de Epidemiologia e Controle de Doenças; 
• Promove a reorganização do modelo de atenção, adotando-se como estratégia principal a ampliação de 
cobertura do Programa de Saúde da Família e Programa de Agentes Comunitários de Saúde, com a criação 
de Incentivo financeiro; 
• Define as responsabilidades, prerrogativas e requisitos das Condições de Gestão Plena da Atenção Básica e 
Plena de Sistema Municipal de Saúde para os municípios, e Avançada do Sistema Estadual e Plena de Sistema 
Estadual para os Estados 
2.2 NORMA OPERACIONAL DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE NOAS/ 2001 
Processo de regionalização, que é um planejamento por meio do qual os sistemas de saúde 
funcionam articulados em redes e cooperativas de atenção em territórios delimitados com popula-
ções definidas para garantir o acesso dos usuários às ações e serviços que não estão disponíveis em 
seus municípios. 
Garante o acesso de usuários às ações e serviços de níveis de complexidade para resolução de 
seus problemas otimizando recursos disponíveis. 
Com a regionalização, os estados dividiram seus territórios em microrregiões de saúde para 
garantir que a população tenha acesso aos serviços o mais próximo possível de sua residência. 
Objetivos da NOAS: 
1) Definir o processo para regionalização da assistência. 
2) Atualizar os critérios de habilitação dos municípios. 
3) Ampliar as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica concluindo a 
habilitação de 100% dos municípios. 
NOAS 2001 e 2002: tratam, da organização dos sistemas de saúde e do fortalecimento do pa-
pel dos estados como gestor de um processo de regionalização do SUS, aumentando o conceito de 
distribuição de recursos per capita, a partir da microrregional, resgatando a NOB 1996 no que diz 
respeito ao processo de descentralização; procura estabelecer mecanismos para garantia da inte-
gralidade da assistência através do fortalecimento da atenção básica. A NOAS 2001/2002 tenta 
compensar a NOB 1996, buscando consolidar a regionalização. 
 
 
 
 
NOAS 
 
 
 
Normatização da implan-
tação do SUS quanto à 
assistência Ênfase na 
regionalização Instrumen-
talização da PPI 
Instituição do per capita 
de alocação microrregio-
nal Mecanismo de finan-
ciamento diferenciado 
para o custeio da alta 
complexidade. 
Fortalecimento do 
papel do Estado 
como coordenador 
das relações inter-
municipais 
Fonte: DGA/SAS/MS 
A proposta da regionalização baseia-se na constatação de que, isolados, os sistemas de saúde 
municipais dificilmente são suficientes para garantir a integralidade das ações de saúde para os seus 
munícipes. Por isto, destaca-se a importância de vários sistemas de saúde municipais buscarem se 
agrupar tornando-se complementares, forma de organização sob a qual seria possível otimizar os 
serviços de saúde existentes em cada um dos municípios, buscando a integralidade da assistência ao 
cidadão. 
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A NOAS, para os gestores eficientes, permite instrumentalizar o processo de planejamento na 
saúde, buscando parcerias na a organização dos espaços microrregionais de saúde. 
O papel dos gestores e as instâncias de decisão no Sistema Único de Saúde 
Quem são os responsáveis pelo comando do Sistema Único de Saúde? Como as decisões são 
tomadas no SUS? 
Quem é gestor do SUS? 
 A LOS – Lei Federal n. 8.080, de 1990 (Brasil, 1990) – define que a direção do SUS é única em cada esfera de 
governo e estabelece como órgãos responsáveis pelo desenvolvimento das funções de competência do Po-
der Executivo na área de saúde o Ministério da Saúde no âmbito nacional e as secretarias de saúde ou órgãos 
equivalentes nos âmbitos estadual e municipal. Com essa definição, no setor saúde, o termo “gestor do SUS” 
passou a ser amplamente utilizado em referência ao ministro e aos secretários de saúde. Mais do que um 
administrador, o gestor do SUS é a “autoridade sanitária” em cada esfera de governo, cuja ação política e 
técnica deve estar pautada pelos princípios da reforma sanitária brasileira. 
A autoridade sanitária tem a responsabilidade de conduzir as políticas de saúde segundo as determinações 
constitucionais e legais do SUS, que constituem um dado modelo de política de Estado para a saúde que não 
se encerra no período de um governo. 
Os gestores do SUS nas três esferas de governo existem autoridades sanitárias ou gestores do sistema de sa-
úde nos âmbitos federal, estadual e municipal. 
As funções dos gestores do SUS 
 A atuação do gestor do SUS se baseia no exercício das funções gestoras na saúde. Essas funções podem ser 
definidas como um conjunto articulado de saberes e práticas de gestão necessários para a implementação de 
políticas na área da saúde, que devem ser exercidas de forma coerente com os princípios do sistema público 
de saúde e da gestão pública. 
Princípios organizativos e instâncias de gestão do SUS. São identificadas quatro grandes grupos de funções 
gestoras na saúde: 
1-formulação de políticas/planejamento; 
2-financiamento; 
3-regulação, coordenação, controle e avaliação (do sistema/redes e dos prestadores, públicos ou privados); 
4- prestação direta de serviços de saúde. 
A legislação do SUS e diversas normas e portarias complementares editadas a partir dos anos 1990 empre-
enderam esforços no sentido de definir e diferenciar o papel dos gestores da saúde nas três esferas 
 
 
 
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Fonte: Rede dos Conselhos de Medicina (2019) 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte; CONASS 
 
 
2.1. SISTEMA PÚBLICO X SISTEMA PRIVADO 
 
O Sistema Único de Saúde (SUS) prevê uma estrutura híbrida de gestão da saúde, baseada no 
funcionamento simultâneo de uma rede de atendimento pública e gratuita ao cidadão e outra pri-
vada, que atua de maneira complementar e conforme as diretrizes do SUS. Com as restrições dos 
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serviços e recursos investidos pelo Estado para atender as demandas de saúde da população brasi-
leira, o setor privado vem atuando sob a forma de planos e seguros de saúde, bem como de hospi-
tais, clínicas, laboratórios, e consultórios particulares. 
A contradição entre a proposta de universalidade do SUS e a atuação da rede privada é ponto 
de partida para articulações e movimentos contra a tendência de privatização do setor da saúde. 
Além disso, as transferências de recursos públicos para os planos e seguros privados, o difícil ressar-
cimento das ações prestadas pelo SUS aos usuários de planos de saúde privados e a precariedade 
que vem caracterizando o crescimento desordenado da oferta privada estãona agenda das críticas 
do movimento sanitário e nas propostas de fortalecimento do SUS. 
A maioria dos gastos com a saúde está associado ao privado. Em 2015, 26% da população pos-
suía planos de saúde (ANS, 2016), e o setor movimentou cerca de R$ 132 bilhões, contra R$ 236 
bilhões de gastos públicos. As despesas públicas em saúde per capita (R$ 1,17 mil) representam me-
nos da metade do valor gasto pelos planos de saúde (R$ 2,5 mil) com seus usuários.Com a crise eco-
nômica atual 40% da população que possuía plano de saúde migrou para o SUS, desencadeando um 
grande impacto no sistema. 
A criação da EMENDA CONSTITUCIONAL-29, que teve como objetivo comprometer as três es-
feras de governo com o financiamento da saúde, definir o que seriam Ações e Serviços Públicos de 
Saúde (ASPS) e estabelecer fontes estáveis de financiamento, prevenindo crises ou situações de ina-
dimplência. Estados ficaram obrigados a aplicar em saúde, no mínimo, 12% de sua receita bruta, 
municípios, 15% da receita de impostos municipais e a União, o montante aplicado no ano anterior 
corrigido pela variação nominal do PIB. A regulamentação por lei complementar só aconteceu em 
2012, por meio da Lei Complementar nº 141. A EC-29 levou a um crescimento dos recursos aplica-
dos em ASPS de 2,9% em 2000 para 4,7% do PIB em 2013 (OECD, 2013). 
Algumas questões merecem destaque na relação público e privado: a judicialização, o lobby e 
pressão da indústria da saúde e a competição do setor suplementar com o SUS. 
A judicialização da saúde por incorporação ou fornecimento de medicamentos e procedimen-
tos ainda não disponibilizados pelo sistema público e suplementar tem se tornado um dos difíceis 
desafios da saúde brasileira, dá-se pelo conflito que se instala entre os diversos atores e interesses 
envolvidos, gerado pela ideia de que a efetivação do direito à saúde deve dar-se independentemen-
te da política pública, da cobertura contratada na saúde suplementar e da análise das evidências de 
segurança, eficácia e efetividade disponíveis. 
A pressão da indústria e de fornecedores de órteses e pró- teses, que atuam como verdadeiras 
máfias, corrompendo profissionais, pressionando o sistema público e privado para utilização de 
produtos de seu interesse, por meio judicial. 
O Sistema de Saúde Brasileiro é duplicado na assistência, o usuário utiliza o sistema público e o 
privado ao mesmo tempo, dobrando os gastos e o uso de recursos. 
O financiamento do SUS que hoje atende aproximadamente 206 milhões de pessoas requer 
adequação em termos reais do valor aplicado em suas ações, sobretudo no contexto de crescimento 
das demandas por saúde, mantendo sempre os preceitos constitucionais, a regra de financiamento 
em saúde não pode ser utilizada como moeda de troca .É necessário observar as necessidades de 
saúde a médio e longo prazo, considerando que o País deverá estar preparado para atender às de-
mandas crescentes da população, em meio questões sociais, nutricionais e epidemiológica. 
 
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2.3.MODELOS DE ASSISTÊNCIA EM SAÚDE 
Modelos de atenção à saúde são combinações tecnológicas estruturadas para a resolução de 
problemas e para o atendimento das necessidades de saúde da população, sejam elas individuais ou 
coletivas. Os modelos são construídos por padrões e referências do campo técnico-científico, para 
orientar escolhas técnicas, decisões políticas e financiamentos com intermédio técnico e político 
buscando a transformação dos propósitos em ações que produzirão mudanças na sociedade. 
Nos anos 70, houve o início de um debate sobre modelos de assistência que fizessem preva-
lecer as propostas que enfatizassem a racionalização do uso das tecnologias na atenção médica e o 
gerenciamento eficiente. A mais próxima desses objetivos foi a de atenção primária à saúde ou me-
dicina comunitária. Desde o início, porém, essa proposta foi alvo de uma polarização de debates. 
Havia os que destacavam os aspectos de simplificação e racionalização, caracterizando a medicina 
comunitária como ‘medicina pobre para os pobres’, e havia aqueles que viam a proposta como uma 
estratégia racionalizadora, importando-se com o acesso de toda a população aos reais avanços tec-
nológicos na saúde. 
2.4. A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA 
 
 Atenção primaria é a porta de entrada preferencial ao sistema de saúde público, isso porque 
apresenta o melhor custo-benefício tanto ao Estado como aos cidadãos. 
O entendimento é que esse nível primário, quando implementado de forma ampla e com a in-
fraestrutura necessária, resulta em menores custos financeiros aos sistemas de saúde e na melhoria 
da qualidade dos serviços assistenciais em geral. A estratégia consiste em responder aos cidadãos 
de forma descentralizada e próxima a seu território, montando equipes multidisciplinares destina-
das a realizar um acompanhamento mais próximo por meio das Unidades Básicas de Saúde 
(UBSs/ESF/AMBULATORIOS) ou mesmo de visitas domiciliares. Dessa forma, cada equipe fica res-
ponsável por um determinado número de famílias, e o cuidado certamente se torna humanizado e 
personalizado. 
Vacinas, atendimentos odontológicos, consultas, exames de rotina, orientações e campanhas 
ou ações preventivas e curativas procuram assegurar a melhoraria a qualidade de vida da população 
e reduzir a pressão sobre os hospitais públicos e privados do pais já que os hospitais não possuem a 
estrutura necessária para absorver satisfatoriamente a demanda. 
A maioria dos gestores públicos acaba interpretando o nível primário como algo menos impor-
tante. Mas o sentido é justamente o contrário: o termo atenção primária é primordial. 
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é um documento publicado pelo Ministério da 
Saúde que se constitui em um guia máximo das ações de saúde a serem desenvolvidas no país. A 
versão mais recente do estudo coloca a atenção básica como fundamental para o alcance da exce-
lência na prestação dos serviços na área. E seu alicerce está exatamente na Estratégia Saúde da Fa-
mília (ESF). 
De acordo com os próprios termos do documento do Ministério da Saúde, a ESF “visa a reor-
ganização da atenção básica no país, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é 
tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão, quali-
ficação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho 
com maior potencial de aprofundar os princípios, as diretrizes e os fundamentos da atenção básica, 
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de ampliar a resolutividade e o impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de 
propiciar uma importante relação entre custo e efetividade. 
Dentre as especificações contidas na PNAB sobre a aplicação da Estratégia de Saúde da Famí-
lia, podemos destacar: 
- Existência de equipe multiprofissional composta por, no mínimo, médico generalista ou especialista em Sa-
úde da Família ou médico de Família e Comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Fa-
mília, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde. É possível, ainda, acrescentar os 
profissionais de saúde bucal, como cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxili-
ar ou técnico em saúde bucal. 
- A quantidade de Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) deve ser suficiente para cobrir 100% da população 
cadastrada, considerando um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACSs por equipe Saúde da Família. 
- Cada equipe Saúde da Família deve ser responsável por,

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