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eBook da Unidade 1 - Pensamento Científico - FAEL

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Prévia do material em texto

Pensamento 
Científico
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
EDUARDO NASCIMENTO DE ARRUDA
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou Bacharel em 
Ciências Contábeis pela Faculdade de Minas - Faminas (2006), Pós-
Graduando em Docência Superior pela Universidade Gama Filho (2009), 
Pós Graduado em MBA Executivo em Administração de Empresas 
(2009-2012), Mestre pela Pontifícia Universidade Católica (2011) em 
Administração e Doutor pela Pontifícia Universidade Católica (2018) em 
Administração prática nas funções de Contador. Também sou professor 
universitário, conteudista e curador. Sou apaixonado pelo que faço e 
adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando 
em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a 
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em 
poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Os Autores
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
Olá. Meu nome é Thalyta Mabel e sou Mestre em Serviço Social pela 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tendo como objeto 
de estudo o Serviço Social na Previdência Social e Graduada em Serviço 
Social também pela mesma instituição de ensino. Possuo experiência 
como docente, na graduação em e na pós-graduação, tanto em instituições 
públicas quanto privadas, na área de Serviço Social e Metodologia Científica. 
Atuo como autora, designer educacional e consultora educacional na 
elaboração, gestão e implementação de materiais didáticos para a EaD. 
Fui convidada mais uma vez pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco 
de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você a 
conhecer o mundo maravilhoso da pesquisa científica e contribuir para o 
seu aprendizado nesta fase. Conte comigo!
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e inda-
gações lúdicas sobre 
o tema em estudo, 
se forem necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de 
aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
A ciência e os tipos de conhecimento 10
O homem e o conhecimento 10
Tipos de conhecimento 14
Conceito de Ciência 16
A ciência e os seus métodos 20
A ciência e a vida acadêmica 20
A ciência e o Método Científico 21
O método e a técnica 22
Classificação dos métodos 24
Método experimental 24
Método observacional 25
Método comparativo 26
Método estatístico 26
Método etnográfico 26
Métodos Indutivo e Dedutivo 27
A importância da Pesquisa científica 29
O significado da pesquisa científica 29
O avanço da pesquisa científica 31
A ciência como prática social 33
Desafios da ciência e a ética na produção científica 39
Desafios da ciência 39
Produção científica e a ética 43
A graduação no Brasil 45
A pós-graduação no Brasil 46
Pensamento Científico 7Psicofarmacologia Clínica 7
UNIDADE
01
Pensamento Científico8
Você sabia que em um contexto marcado por rápidas mudanças 
conceituais, teóricas e tecnológicas, o estudante de graduação deve ser 
capaz de produzir conhecimento relevante. Atualmente, as complexidades 
da nossa sociedade, as quais se refletem no cotidiano acadêmico, 
demandam profissionais que estejam capacitados a ler, compreender, 
questionar e intervir neste contexto, e o instrumento mais adequado 
para isso são os projetos de pesquisa ou projetos de intervenção. Ao 
ingressar na universidade você passa a conhecer o mundo da ciência. Aos 
poucos você passa de receptor desse conhecimento a produtor dele, por 
meio da pesquisa científica. Porém, ao realizar a atividade da pesquisa 
científica é necessário que você se aproprie de algumas definições e 
seja instrumentalizado para tal. Frente a essa afirmação, nessa unidade 
estudaremos juntos sobre o significado do conhecimento, os tipos de 
conhecimento, a importância da ciência e do conhecimento científico, 
os métodos científicos e a ética na pesquisa. Por ser uma obra pensada 
e desenvolvida para a educação à distância, possibilita a você uma 
experiência singular de imersão individualizada em um conteúdo rico 
em possibilidades de aprendizagem. Entendeu? Ao longo desta unidade 
letiva você vai mergulhar neste universo! Bons estudos!
INTRODUÇÃO
Pensamento Científico 9
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar você 
no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término 
desta etapa de estudos:
1. Conceituar ciência e identificar os tipos de conhecimento.
2. Caracterizar a ciência e identificar os métodos científicos existentes.
3. Identificar a importância da pesquisa científica. 
4. Identificar os desafios da ciência e os aspetos importantes da 
ética na produção científica.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho!
OBJETIVOS
Pensamento Científico10
A ciência e os tipos de conhecimento 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de conceituar 
ciência e de identificar os tipos de conhecimento. Isso 
será fundamental para você ampliar a compreensão a 
respeito do caminho percorrido diariamente por cientistas e 
pesquisadores em sua constante busca pelo conhecimento. 
E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Então vamos lá. Avante!
O homem e o conhecimento 
Você já parou para analisar com que velocidade a tecnologia 
nos tem surpreendido, há bem pouco tempo, a internet não existia e 
os aparelhos de TV eram monocromáticos. A comunicação por telefone 
era privilégio das classes sociais mais abastadas e grande parte das 
tecnologias que utilizamos diariamente não havia sido inventada.
Além da intensa comunicação, hoje dependemos cada vez mais 
do desenvolvimento de novos medicamentos, de novas técnicas de 
produção de alimentos, de novos meios para reverter danos causados 
ao meio ambiente, além de outras explicações e soluções para os 
problemas que enfrentamos. Nesse contexto, a ciência assume papel de 
destaque na construção da sociedade e no aperfeiçoamento individual 
dos seres humanos.
Por meio da atividade científica, o conhecimento é produzido em 
diversos locais pode ser compartilhado, testado e reformulado, pois o 
conhecimento científico é resultado do trabalho de cientistas espalhados 
ao redor do mundo. 
Mas quais motivos levaram a humanidade a realizar investigações? 
O que seria conhecimento? 
Ao longo deste capítulo iremos responder esses questionamentos. 
Vejamos a seguir a relação do homem com o conhecimento.
Pensamento Científico 11
Figura 1 – Conceito do conhecimento
Fonte: freepik
Ao analisar a trajetória da humanidade podemos perceber que o 
homem sempre foi ávido por conhecimento, desde o seu nascimento. 
Podemos tomar como exemplo a descoberta do fogo, a impressão do 
pensamento nosdesenhos rupestres, as explicações dos fenômenos 
que cercam a vida e a morte, os mitos, a filosofia, a criação e artefatos 
para a caça e a alimentação, bem como no avanço da intelectualidade, 
como a criação da roda e com os pensamentos dos filósofos greco-
romanos, que têm sido instrumentos poderosos de conhecimento. 
Porém será apenas nos séculos XVI e XVII que a ciência ganhou status: 
verdade é aquilo que se pode ser comprovado. Sendo hoje julgado 
como o saber mais eficaz que é o método científico, o qual se encontra 
inserido no contexto do advento da ciência moderna. A ciência é uma 
forma de conhecimento. Mas o que seria conhecimento? 
Você aprendeu até aqui que o homem sempre foi ávido por 
conhecimento e, para adquiri-lo, ele realizava investigações. Também 
já se sabe que a ciência é uma forma de conhecimento e que ela está 
presente em seu cotidiano.
Pensamento Científico12
Voltando para a relação do científico com a história da humanidade, 
a autora Fachin (2003) apresenta uma reflexão sobre essa temática. 
Dessa forma, baseando-se na autora, notamos que desde a Antiguidade 
já se havia uma atenção para o científico, embora não tivessem, naquela 
época, métodos e observações dos acontecimentos. Apenas com os 
cientistas modernos que se tem avanços nos métodos de pesquisa, 
técnicas e ordenação nas coletas de dados. Esses serão assuntos que 
veremos ao longo dessa disciplina. 
Para Laville e Dione (1999), há dois modos de aquisição do saber: 
o espontâneo e o racional, sendo que esses saberes servem para 
conhecermos o funcionamento das coisas para melhor controlá-las e 
realizar melhores previsões. Os saberes espontâneos são: a intuição, a 
tradição e a autoridade, os quais, muitas das vezes, são adquiridos a partir 
das experiências pessoais e que nem sempre se baseiam em dados de 
experiências racionalizadas.
Devido a fragilidade do saber, o homem desenvolveu o desejo de 
saber mais e de dispor de conhecimentos metodicamente elaborados e 
mais confiáveis, o que chamamos de saber racional.
Para explicar a evolução do saber racional, até chegar a ciência 
triunfante no século XIX, Laville e Dione (1999) mostram que esse saber 
foi iniciado com os filósofos Platão e Aristóteles e o desenvolvimento da 
lógica e, em seguida, com as reflexões filosóficas do período Medieval, 
com as superstições e magias da Renascença, com a observação empírica 
do século XVII, objetivando, assim, o pensamento científico, e no século 
XVIII, com o desenvolvimento dos princípios da ciência experimental.
REFLITA:
Você já consegue conceituar conhecimento com base nas 
informações apresentadas aqui nesta unidade? 
Creio que sim. Então, vamos prosseguir. Acredito que você tenha 
conceituado conhecimento como o ato de conhecer algo ou a reunião 
de informações armazenadas na mente humana. 
Pensamento Científico 13
Com base em sua resposta podemos dizer que o homem tem 
diversos tipos de conhecimento. A mesma pessoa, por exemplo, pode 
ser um pesquisador da área da criança e adolescente, ser conhecedor 
do Estatuto da Criança e do Adolescente e ser uma pessoa religiosa, 
conhecedora da bíblia. 
Você também tem diversos tipos de conhecimento. Já parou pra 
pensar nisso? Consegue identificá-los? Um exemplo simples, e que 
faz parte da sua realidade, é o seguinte: você está no ensino superior, 
para obter conhecimentos sobre a profissão a qual você escolheu, para 
posteriormente ser um profissional com diploma de ensino superior. 
Quais os conhecimentos que irá adquirir ou já adquiriu para atingir o seu 
objetivo? É bem provável que você já tenha tido acesso as legislações 
que norteiam o exercício profissional e todo o referencial teórico-
metodológico, presente nas obras dos autores referencias da sua área. 
Figura 2 – Exemplo de conhecimento adquirido no ensino superior
Fonte: freepik
Os autores Lakattos e Marconi (2005) nos dizem que ao perceber 
um objeto, somos capazes de captar certas qualidades ou características 
dele. Dessa maneira, tomamos consciência de nossas percepções e 
acumulamos experiências que formam um “estoque” de conhecimento, 
onde por exemplo na escola, acumulamos conhecimentos produzidos 
por outras pessoas. Isso significa que o conhecimento nem sempre 
é adquirido mediante contato direto com um objeto, mas pode ser 
transmitido pelas mais diversas formas de linguagem: fotografias, imagens, 
vídeos, descrições textuais, gráficos, fórmulas, entre outras ferramentas 
comunicativas e de grande utilização para os momentos educacionais.
Pensamento Científico14
Retornando a temática relativa ao conhecimento, que é o objetivo 
deste tópico, ao longo do tempo, e para facilitar os seus estudos, os 
autores classificaram o conhecimento em tipos, como também a ciência. 
É válido ressaltar que, nas obras que abordam a temática da Metodologia 
Científica, os autores usam nomenclaturas diferentes. Serão os tipos de 
conhecimento que iremos estudar no tópico seguinte. 
Tipos de conhecimento 
O conhecimento é o ato ou o efeito de conhecer algo, de saber, de 
ter informação e de buscar instrução. É a relação com o homem (razão) 
com determinado objeto/objetivo. O conhecimento é um conceito 
importante para a Educação, uma vez que leva a saber sobre disciplinas, 
conceitos, teorias, princípios etc. que foram internalizados e aprendidos 
antes. É preciso ressaltar que para falar de conhecimento precisamos 
falar de informações, dados e fatos, buscando como resultado que o 
conhecimento possa ser considerado como informações que tenham 
utilidade par alguém.
Mas, afinal, o que é conhecimento? Conhecimento é o resultado 
da relação entre a percepção que temos do mundo por meio de nossos 
sentidos – visão, audição, tato, olfato, paladar – e os objetos que 
conseguimos perceber a nossa volta para, então, abstrairmos ideias ou 
noções.
Facchin (2003) cita alguns tipos de conhecimentos, nos quais 
os homens, por seu intermédio, evoluem e fazem evoluir o seu meio. 
Dentre esses conhecimentos temos: o filosófico, o teológico ou religioso, 
empírico (popular ou do senso comum) e o científico. Entretanto é 
importante ressaltar que aqui usaremos basicamente o conhecimento 
científico. Vamos estudar cada conhecimento. 
De acordo com Alves (2007), o conhecimento empírico ou 
do senso comum é produzido no dia a dia, sem a necessidade de 
comprovação por meio de métodos sistemáticos ou científicos. Por esse 
motivo, é um tipo de conhecimento superficial e subjetivo. É algo ligado 
a tradições, crenças ou valores. Esse não possui uma forma sistemática 
e traz como solução para um problema uma explicação popular que não 
é testada como relação direta entre causa e efeito. É apenas observado 
HOME
Sublinhar
HOME
Ondulado
Pensamento Científico 15
um resultado, independente de subinterações possíveis. Por exemplo: 
os chás medicinais usados por nossas avós podem ser úteis para curar 
uma indigestão ou para “acalmar os nervos”; porém, é improvável que 
nossas avós saibam exatamente quais são as propriedades químicas 
desses chás ou como elas agem no corpo humano.
O conhecimento teológico ou religioso é produzido por meio 
da aceitação de saberes e de informações considerados divinamente 
revelados e, como tais, inquestionáveis e infalíveis. Por exemplo: enquanto 
os cristãos acreditam que o conhecimento bíblico é de origem divina e 
representa a verdade, os muçulmanos encontram os conhecimentos 
que guiam suas vidas no Alcorão, ou a bíblia para os Cristãos. De maneira 
direta, a justificativa ou resposta de um acontecimento é dada a um Deus, 
entendido como um ser supremo dependendo da cultura de cada povo. O 
ser humano se relaciona por meio da fé religiosa. Podemos ter exemplos 
nos próprios livros utilizados por algumas religiões. 
O conhecimento filosófico é produzido por meio da reflexão e, 
portanto, é sistemático e crítico. Nesse caso, a percepção direta dos 
objetos concretos não é omais importante, e sim a construção de ideias e 
conceitos, por vezes metafísicos e abstratos, na busca pelo conhecimento 
da realidade em seu contexto mais universal. O conhecimento filosófico 
busca descobrir aspectos relacionados ao sentido primordial da existência 
e da realidade, se há ou não liberdade, quais valores devem direcionar as 
ações humanas, entre outros conteúdos dessa natureza e para o bem em 
comum de todos.
DEFINIÇÃO:
Já o conhecimento Científico que será bem explorado 
ao longo dessa disciplina pode ser abordar como o 
conhecimento verdadeiro, que busca conhecer as causas 
e as leis que regem determinado evento. Esse é adquirido 
de modo racional por meio de processos que são 
sistematizados e organizados. É entendido como quando 
o pesquisador retira o contexto que o evento está inserido 
e valida aquele acontecimento por meio de procedimentos 
que possam levar o resultado a uma possível comprovação 
da sua ocorrência. 
HOME
Sublinhar
HOME
Sublinhar
HOME
Ondulado
HOME
Sublinhar
Pensamento Científico16
Esse processo nunca é considerado algo finalizado e pronto, 
pois o mesmo pode sempre ser questionado e reavaliado. Em outras 
palavras, é um processo em constante construção. Se tomarmos o 
mesmo exemplo anterior, é o fato de se verificar exatamente qual é a 
causa e o efeito quando se utilizar um determinado remédio. 
Seguem exemplos simples dos tipo de conhecimento. 
 � Conhecimento empírico ou do senso comum “Chá de camomila é 
bom para acalmar os nervos”.
 � Conhecimento teológico ou religioso “Bem-aventurados os que 
choram, porque Deus os consolará”.
 � Conhecimento filosófico “A finalidade essencial da razão humana 
é a felicidade universal”.
 � Conhecimento científico “A temperatura média do universo 
diminui à medida que o universo se expande”.
Como já dissemos anteriormente, apesar da classificação, vista 
por você, com relação aos tipos de conhecimento, para a apreensão 
da realidade social, o sujeito pode percorrer diversas áreas do saber 
para conhecer o seu objeto. Isso significa que as diversas formas de 
conhecimento estudadas poderão coexistir de forma simultânea. 
Aqui nesse tópico fica claro que todas as formas de conhecimento 
são importantes. Mesmo sabendo que usaremos basicamente o 
conhecimento científico, é fácil ver que algumas formas foram à origem 
desse. Nenhuma forma de conhecimento é descartável, pois a ciência, 
apesar de exigir processos e também de ditar muitas regras, necessita 
da compreensão e da aplicação de contextos sociais. Esses só podem 
ser aplicados e compreendidos de maneira correta se considerado o ser 
humano como parte de todas essas interações.
No tópico seguinte, iremos apresentar o conceito de ciência se 
baseando em diversos autores. 
Conceito de Ciência 
A ciência é o meio para identificar o nosso conhecimento e fazê-
lo crescer, ver como as coisas funcionam como a natureza, o universo 
etc. Ela trata de investigar/estudar sobre os fenômenos, levando à 
Pensamento Científico 17
descoberta sobre o mundo. Este estudo e investigação é realizado de 
acordo com o método científico, que nada mais é que o processo de 
avaliar o conhecimento empírico, com conhecimentos adquiridos por 
estudos e pesquisas.
Vários autores, como Lakatos e Marconi (2000, 2003, 2005), Koche 
(1997), Fachin (2003), Minayo (2007) e outros, conceituaram e classificaram 
a ciência em suas obras. Vejamos algumas conceituações a seguir e a 
classificação de ciência, adotada por Lakatos e Marconi (2003). 
A ciência, segundo Fachin (2003, p. 27), “trata dos conhecimentos 
de várias maneiras, procurando leis gerais que abriguem certo número 
de fatos particulares. [...] As ciências prosperaram e foram divididas para 
que pudessem ser melhor compreendidas”. 
Após o conceito de ciência de Fachin (2003), vamos apresentar de 
forma pontual a história da ciência. 
No século XIX temos o progresso da ciência e suas aplicações 
práticas, as quais provocam mudanças e melhoramentos na vida do 
homem. Já na segunda metade desse século, tem-se o desenvolvimento 
das ciências humanas, seguindo uma concepção da construção do 
saber científico nomeada de positivismo. O positivismo tem como 
características o empirismo, a objetividade, a experimentação, a 
validade, as leis e previsão. Então, é com base nesse modelo de ciência 
positiva que há o desenvolvimento das ciências humanas, na segunda 
metade do século XIX. 
Analisando a história da ciência, constatamos que muitos de seus 
princípios básicos foram modificados ou substituídos em função de 
novas conjunturas ou de novos padrões.
Segundo Lakatos e Marconi (2000, p. 24): 
A ciência, portanto, constitui-se em um conjunto de proposições 
e enunciados, hierarquicamente correlacionados, de maneira 
ascendente ou descendente, indo gradativamente de fatos 
particulares para os gerais, e vice-versa [...], comprovados 
(com a certeza de serem fundamentados) pela pesquisa 
empírica (submetidos à verificação). 
Pensamento Científico18
Já, no que se refere à classificação e divisão da ciência, ela ocorreu 
devido a necessidade do homem de estudar, entender e publicar os 
resultados das suas investigações científicas (nas próximas unidades 
veremos a forma que se dá as apresentações dessas investigações). 
Para Lakatos e Marconi (2003), com relação a classificação da ciência, 
podemos classificá-la de acordo com o conteúdo, complexidade, 
objeto, temas, metodologia e outros. Porém, não há um consenso entre 
os autores da área no que se refere a essa classificação. Veja na Figura 3, 
a seguir, a classificação da ciência de acordo com as autoras. 
Figura 3- Classificação da Ciência 
CIÊNCIAS
Factuais
Naturais
Sociais
Física/Química/Biologia
Direito
Formais
Lógica
Matemática
Economia/Política 
Sociologia/Antropologia
Fonte: Adaptada de Lakatos e Marconi (2003).
Explicar e apresentar as características das ciências apresentadas 
anteriormente não faz parte do objetivo desta unidade. Entretanto, é 
fundamental que você saiba da existência dessa classificação. 
Já sobre o objetivo da ciência e a sua concepção na atualidade, 
Koche (1997, p. 79) nos diz que: 
[...] o objetivo da ciência ainda é o de tentar tornar inteligível 
o mundo, é atingir um conhecimento sistemático e seguro 
de toda a realidade. No entanto, a concepção de ciência na 
Pensamento Científico 19
atualidade é de ser uma investigação constante, em contínua 
construção e reconstrução, tanto das suas teorias quanto dos 
seus processos de investigação. 
Baseando-se na citação anterior e nas análises da realidade e da 
história da ciência podemos inferir que ela vem ganhando importância 
ao longo dos anos. O avanço científico, aliado a tecnologia, possibilitou 
transformações no mundo, como, por exemplo, a Revolução Industrial. 
Só que é somente a partir da segunda metade do século XX que temos 
um acúmulo de conhecimentos e de transformações na sociedade. Ao 
pensarmos na ciência que temos hoje devemos pensar também, e aliá-
la, na tecnologia, já que esta é um instrumental para a realização da 
ciência, para alguns autores, é a ciência aplicada, ou seja, a tecnologia 
fornece precisão e controle dos resultados à ciência, possibilitando o 
homem controlar o mundo.
Porém, é válido ressaltar que, apesar do desenvolvimento 
científico-tecnológico que temos a nível mundial, esse progresso não 
tem chegado em vias de transformar a realidade da população, como 
por exemplo, no que se refere às suas condições básicas de existência.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos 
resumir o que vimos. Você deve ter aprendido o significado 
do conhecimento, identificado os tipos de conhecimento 
e o que significa ciência. Percebeu que todos nós somos 
dotados de conhecimento e dos mais diversos tipos. Porém, 
ao fazer a leiturado capítulo compreendeu a importância do 
conhecimento científico para você enquanto estudante de 
nível superior. Também viu um pouco da história da ciência, 
seu objetivo e classificação. Por fim, percebeu a importância 
da ciência para o avanço da humanidade.
Pensamento Científico20
A ciência e os seus métodos 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de caracterizar 
a ciência e a identificar os métodos científicos que existem. 
Isto será fundamental para você aluno de nível superior. 
Dessa forma, terá elementos para adquirir uma postura 
científica e assim ser capaz de obter conhecimento com 
credibilidade e confiabilidade. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
A ciência e a vida acadêmica 
Ao ingressar na vida acadêmica é necessário que tenhamos 
atitudes de investigação científica, seja para interpretar a realidade 
social ou para a produção das nossas pesquisas. Essa postura científica 
é adquirida ao cursar as diversas disciplinas como a que está cursando 
agora, ao longo da sua graduação. Dessa maneira, antes de iniciarmos 
a apresentação de alguns métodos que existem é preciso discutirmos o 
significado de método e metodologia. Vamos lá! 
As pessoas, de forma geral, consideram a ciência porque acreditam 
que o conhecimento científico desvenda a verdade absoluta devido a 
sua base empírica, na qual as teorias científicas derivam diretamente 
de observações e experimentações sobre os fenômenos da natureza 
(ALVES, 2007).
De acordo com Alves (2007), os Cientistas ou pesquisadores são 
pessoas interessadas em investigar aspectos ou elementos que dizem 
respeito ao mundo e aos seres humanos. Esses indivíduos podem 
realizar investigações individuais, mas, em geral, estão reunidos em 
universidades ou em departamentos de pesquisa dentro de empresas.
Um outro aspecto importante a ser discutido é a metodologia. 
Podemos considerar que a metodologia trata do caminho reflexivo e 
da prática exercida na abordagem da realidade (ALVES, 2007). Então, 
a metodologia incorpora, ao mesmo tempo, a teoria da abordagem, as 
técnicas (instrumentos de operação do conhecimento) e a criatividade 
do pesquisador.
Pensamento Científico 21
Genericamente, o termo metodologia significa, pode ser enten-
dido como uma ação que visa investigar uma determinada realidade, 
deste que, para isso, sejam aplicados métodos específicos para essa 
finalidade, que ao longo da história, um dos principais esforços do ser 
humano tem sido a busca constante pelo aumento do conhecimento a 
respeito do mundo onde vive e de si mesmo. Uma das razões para essa 
busca é muito simples: é preciso conhecer para controlar, e assim definir 
as estruturas da ciência e da pesquisa cientifica.
Por exemplo, o início de toda pesquisa é delineado por uma 
problemática, a qual é permeada por questões de pesquisa que se 
baseiam em conhecimentos prévios, que tratados cientificamente, são 
capazes de construir novos referenciais, os quais são chamados de 
teoria, e estão inseridos em uma determinada área de conhecimento, 
onde em algum momento da vida, aprendemos que o fogo queima, que 
a água gelada refresca, que os automóveis devem parar quando o sinal 
vermelho do semáforo está aceso e que as pessoas geralmente reagem 
a certos estímulos, sejam eles positivos ou negativos, com reflexos no 
pensamento e atos dos indivíduos. 
Desta forma, a teoria e a metodologia estão intimamente relacio-
nadas e são fundamentais no processo de elaboração de qualquer 
projeto de pesquisa ou intervenção. Sendo assim, a metodologia deve 
dispor de um instrumental claro e suficientemente, capaz de resolver os 
impasses teóricos para o desafio da prática (ALVES, 2007). No tópico a 
seguir iremos apresentar o significado de método. 
A ciência e o Método Científico 
Acredito que você aluno já ouviu a palavra método em seu 
cotidiano algumas vezes e nas mais diversas situações e contextos. 
Vamos a alguns exemplos. Já ouvimos dizer que uma determinada 
pessoa é muito metódica e que devido a essa forma de agir ela poderá 
atingir o seu objetivo. Já em outras situações percebemos que falta um 
método de ação em alguém ou até mesmo que o método de trabalho 
de uma certa pessoa não é eficiente. 
De modo geral, a pesquisa sempre esteve voltada para a 
investigação de problemas teóricos ou práticos, por meio do emprego 
Pensamento Científico22
de métodos científicos. Vários são os tipos de pesquisa que podemos 
utilizar quando pretendemos desenvolver alguma investigação, quer 
seja de ordem prática ou intelectual.
Baseando-se nas explicações anteriores podemos dizer que o 
método seria o caminho o qual devemos percorrer para que possamos 
alcançar um determinado objetivo, ou seja, uma forma para se alcançar 
uma meta. Então, por que devemos utilizar o método em nossas pesquisas? 
É importante que você saiba que uma das características que 
distingue a ciência de outros tipos de conhecimento é seu método. 
DEFINIÇÃO:
A etimologia da palavra método é a seguinte: vem do 
grego methodus e significa “através, ao longo do caminho”. 
É o conjunto de etapas e procedimentos que orientam a 
investigação dos fatos ou a busca da verdade. Ou seja, o 
método é guia e um caminho (D’ONOFRIO, 1999). 
Temos na ciência o método científico que deve seguir as etapas 
que servem para provar ou não o fato real, a verdade. 
O método e a técnica 
É importante entender que quando falamos em método científico, 
não estamos nos referindo apenas à ciência em si. Quando comentamos 
antes que você já era um cientista, nos referíamos ao fato de que, na 
essência, todo mundo tem um “quê” de pesquisador e/ou cientista. 
Estamos o tempo todos testando, agindo e aprendendo, o que consiste 
basicamente no que os cientistas fazem de maneira metódica. Porém, 
não podemos dizer que estamos praticando ciência de maneira literal se 
não houver um processo sistematizado que possa ser testado e replicado 
caso necessário. Para isso, será apresentado a partir de agora a diferença 
entre a palavra “método” e a “técnica” assim como alguns conceitos do 
próprio método científico. Dessa forma, você compreenderá melhor a 
relação de tudo isso com a ciência. 
Vamos primeiramente falar do método. Esse processo é como um 
grande apanhado de atividades organizadas em maneira sistemática que 
Pensamento Científico 23
fornecem para nós uma maior segurança e permitem que possamos alcançar 
o objetivo anteriormente proposto. Esse segue um caminho traçado que tem 
aptidão para identificar falhas, erros e ainda auxiliar para que se possam tomar 
as melhores escolhas. Podemos pensar também que o método consiste 
num conjunto de critérios que servem como uma referência na tentativa de 
explicação ou construção de previsões para o que é proposto.
IMPORTANTE:
Para que haja um método na realização de uma pesquisa 
ou comprovação científica, é indispensável que o objetivo 
esteja bem definido e de maneira clara estabeleça o que 
se quer responder. O método será então o conjunto de 
etapas necessárias para responder aquilo que foi proposto. 
Sendo assim, o método não é criado de acordo com o 
pensamento ou vontade do cientista, mas sim escolhido 
dependendo do tipo de objeto de pesquisa que se tem em 
determinada situação.
Em outras palavras, uma investigação qualquer vem de um 
problema ou um questionamento. Finalmente, são utilizados conjuntos 
de processos ou etapas que se traduz no método científico que tem como 
foco fornecer uma posição sobre a hipótese anteriormente formada. 
Pode-se então, de outro modo, colocar que o método é uma forma 
de se pensar para encontrar a compreensão de um problema, sendo essa 
em sentido de estudo, ou ainda, para uma explicação. Tem-se que a 
própria ciência é constituída de um conhecimento extremamente racional, 
metódico e ainda altamente sistemático, sendo implícita a possibilidade 
de verificação da mesma, se usando de técnicas e métodosdiversos. 
Podemos traduzir o que foi dito até aqui de outra forma. 
Você sabia que estamos cercados em nosso cotidiano por diversos 
métodos, mesmo sem perceber? Se vamos fazer um churrasco, por 
exemplo, para que a carne seja colocada no fogo, é necessário que o 
tempero seja colocado antes. Ao comer uma fruta, você naturalmente tira 
a casca, para depois consumir o que tem dentro. São métodos simples 
que, se não aplicados, podem resultar em situações desagraveis ou até 
mesmo desastrosas para a culinária. Podemos pensar a mesma construção 
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Pensamento Científico24
de utilização do método quando relacionamos à nossa maneira de se 
vestir. Você vai colocar primeira sua roupa íntima para depois colocar a 
calça, camiseta e qualquer outra peça. Se colocar a sua roupa superior 
para depois vestir a roupa íntima, ou seja, não seguir os passos de maneira 
correta, o resultado não será o adequado ou esperado para o processo. 
Nessa situação, no máximo você estaria parecendo com o Superman.
Fica claro que existe uma ordem natural para as coisas e procedi-
mentos do dia-a-dia. Isso pode ser traduzido então como um método de 
se fazer cada coisa. Se não for seguido, o mesmo produzirá um resultado 
não satisfatório na primeira tentativa. Podemos então resumir tudo o que foi 
discutido em uma outra forma, dizendo que o método nada mais é do que 
um caminho para o fim que buscamos chegar. E o que vai ser percorrido, ou 
melhor dizendo “como” é que pretendamos alcançar determinado ponto ou 
resposta. Observe outros processos do seu cotidiano. 
Classificação dos métodos 
Vamos agora para uma classificação dos métodos, para que 
possa ser mais claro o que estamos querendo dizer. Dentre o que é mais 
conhecido, podemos destacar os seguintes: experimental, observa-
cional, comparativo, estatístico, etnográfico. 
Método experimental 
O surgimento da ciência e, portanto, do seu método, está diretamente 
vinculado às ciências da natureza, considerando serem as primeiras a se 
desenvolverem no século XVII. Apenas no final do século XVIII, surgem as 
ciências sociais e humanas (psicologia, sociologia, entre outras). 
Em um primeiro momento, as ciências tentaram garantir um esta-
tuto de cientificidade e, para tal, utilizaram o método experimental nas 
suas formulações teóricas. Aos poucos, os cientistas da época foram 
percebendo a inadequação desse método para os fenômenos humanos. 
Após a leitura da citação e com base nos exemplos citados ao longo 
do material e outras situações por quais passou ao longo da vida, você em 
algum momento já atuou como cientista e já realizou um experimento. 
Essa afirmação tem total referência quando dissemos no início 
deste capítulo que a ciência está presente em nosso dia a dia. 
Pensamento Científico 25
Na realização do método experimental algumas condições 
particulares são estabelecidas pelo pesquisador. Ou seja, no ato da 
experimentação o pesquisador compara o efeito de duas variáveis por 
exemplo, compara as condições e um tratamento. 
Então, antes da realização desse método é essencial que o 
pesquisador trace um plano experimental no qual esteja estabelecido as 
condições da experiência de forma que por meio dela consiga se obter 
as resposta do seu problema de pesquisa.
Método observacional 
É considerado o primeiro passo de um estudo, qualquer que seja 
sua natureza. Envolve desde as primeiras etapas de um estudo até os 
mais avançados estágios. 
Esse método difere de simples conjunto de curiosidades para 
algo sistematizado e planejado com fins de alcançar um objetivo ou 
procurar respostas para um possível problema de pesquisa. 
REFLITA:
A atividade de pesquisa é de resolver problemas e nós 
fazemos isso de forma cotidiana, seja na Academia ou até 
mesmo no nosso ambiente profissional.
Em algumas áreas de estudo, o método experimental poderá 
ser difícil de ser aplicado como nas ciências sociais e biologia por 
exemplo. Então, diante disso o método observacional adquire bastante 
importância e deverá ser executado com cuidado. 
Diante do que foi explicado você sabia explicar a diferença entre 
o método experimental e o método observacional? No método experi-
mental o cientista toma providências para que algo ocorra com relação 
ao experimento com objetivos de identificar o que ocorre a partir de 
então. Já no método observacional o cientista observa algo que está 
ocorrendo sem interferir na realidade ou algo que já ocorreu. 
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Pensamento Científico26
Método comparativo 
Ao longo dos estudos com relação a história da ciência verificamos 
que tem-se uma discussão sobre esse método e o seu processo de 
construção do conhecimento com base nos clássicos da Sociologia do 
século XIX. Nas obras dos autores Comte, Durkheim e Weber vemos o 
uso da comparação na construção do conhecimento. 
Já de acordo com Fachin (2003) é o método que consiste em 
investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e 
suas diferenças.
Veja que é o método que possibilita o estudo comparativo entre 
grupos, sociedades, entre outros fatores. É um procedimento de compa-
ração sistemática de casos de análise que em sua maioria se aplicam com 
fins de generalização empírica e de verificação de hipóteses. 
Método estatístico 
É o método desenvolvido tendo como referência a teoria esta-
tística de probabilidade. Sua utilização possibilita medir, quantificar, 
mensurar a realidade pesquisada. É um método que constitui em grande 
auxilio para a área das ciências sociais. 
Com certeza você já deve ter ouvido falar do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística. Essa instituição é um instituto de pesquisa que 
realiza o recenseamento da população por meio do método estatístico. Um 
outro exemplo de instituição que realiza o método estatístico é o IBOPE 
que por exemplo realiza pesquisa de intenção de voto no período eleitoral. 
Apesar de ser utilizado de forma frequente é comum ocorrer 
a manipulação de forma tendenciosa dos dados estatísticos com fins 
políticos e econômicos. Porém, é essencial que o pesquisador fique atento 
aos dados para que não se tire conclusões precipitadas como também 
possua ética na realização da sua pesquisa. 
Método etnográfico 
Uma das abordagens metodológicas mais utilizadas no campo das 
pesquisas empíricas é a etnografia. A partir do conceito de cultura traçado 
por Lakatos e Marconi (2005), podemos afirmar que um dos modos pelo qual 
Pensamento Científico 27
podemos buscar os significados da cultura é por meio da etnografia, que não 
será compreendida como um método permeado por regras, mas como uma 
prática que deve estar longe de ser avaliativa e julgadora. Ao pesquisador 
que se propor a realizar uma pesquisa etnográfica, é preciso romper com a 
linearidade do método para perceber os nuances que fogem a esse método.
Entretanto, dentro do campo conhecido como filosofia da ciência, 
há uma reflexão mais profunda sobre as características específicas do 
conhecimento científico. Como exemplo, temos a crítica ao método indutivo 
relacionado à ciência, em que proposições gerais são formuladas a partir 
de observações de casos particulares. Apesar da aplicabilidade prática, o 
indutivismo não garante explicações definitivas sobre nenhum fenômeno 
da natureza. Adicionalmente, existe o fato de que nenhuma observação 
pode ser realizada de forma totalmente objetiva, pois todas as percepções 
e interpretações do mundo exterior são influenciadas por fatores subjetivos, 
como a cultura e as expectativas pessoais (ALVES, 2007).
Métodos Indutivo e Dedutivo 
No método indutivo, para que as generalizações sejam conside-
radas legítimas, é preciso fazer numerosas observações do fenômeno em 
estudo. Essas observações devem ser repetidas sob várias condições e 
não pode haver nenhum resultado contraditório (ALVES, 2007).
Pode-se traduzir como a forma de se raciocinar por meio de uma 
associaçãobaseada em dados prévios. Quando se obtém uma conclusão 
de algo já observado e estabelecido. Podemos exemplificar, por exemplo: 
o cobre conduz eletricidade, zinco conduz eletricidade, ferro conduz 
eletricidade, dessa forma, todos metais conduzem eletricidade. 
Já o método Dedutivo ato de descobrir a verdade por meio de 
outras já conhecidas. Pode-se dizer que a mesma parte do geral para 
o particular. Se a gente usar o exemplo dado acima, dizemos que 
todos metais conduzem eletricidade. O ouro é um metal, logo, conduz 
eletricidade. Ou ainda, podemos pensar da seguinte forma: O cobalto 
conduz eletricidade, assim sabemos que é um metal. 
Em outras palavras, pode-se dizer que entre dedução e indução, 
não há um isolamento de processo, ambos são complementares. A 
indução deve servir como base a uma possível conclusão acerca de um 
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Pensamento Científico28
tema. Na sequência, a dedução continua como parâmetro e pode até 
mesmo servir como premissa para próximas induções. 
Com base no tipos de métodos que apresentamos saiba que 
Não há como dizer que o método científico é apenas um. As maneiras 
possíveis são várias para a obtenção de resultados científicos. Todos 
eles são de fundamental importância na construção do conhecimento. 
Cabe ao pesquisador por decidir qual é o mais adequado. 
Um resultado obtido em laboratório por meio de métodos científicos, 
por exemplo, em condições controladas e de maneira reprodutível, ainda 
não está qualificado como parte integrante do conhecimento científico. 
Qualquer resultado experimental necessita passar pelo crivo de outros 
investigadores, por meio de sua publicação em um periódico científico. 
É de extrema importância, portanto, realizar a formalização da produção 
científica, como também proceder à divulgação dos resultados, obtidos a 
partir da pesquisa, para outros cientistas da área.
É necessário que qualquer atividade experimental produzida 
seja avaliada, testada, discutida e aceita pela comunidade científica. 
Essa interdependência social para a construção da ciência evidencia o 
caráter dinâmico do conhecimento científico. É possível que resultados 
experimentais importantes sejam refutados, mal interpretados ou que 
não recebam a devida atenção pela comunidade científica de uma 
determinada época, postergando grandes avanços científicos por longos 
anos. Então, é fundamental que você saiba que produzir conhecimento 
exige muita dedicação do pesquisador. 
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir o que vimos. Você deve ter relacionado 
a ciência e o método. Também aprendeu o conceito de 
método e a importância dele para a realização das atividades 
de pesquisa. Identificou os principais métodos científicos 
utilizados pela ciência e as características de cada um 
deles. Por fim, você verificou o quanto é significativo para a 
construção do conhecimento e logicamente para o avanço 
da ciência a utilização de um método científico.
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Pensamento Científico 29
A importância da Pesquisa científica 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar a 
importância da pesquisa científica. E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!
O significado da pesquisa científica 
Pra você o que seria pesquisa? Geralmente nós associamos 
a atividade de pesquisa aos cientistas vestidos de batas brancas, em 
seus laboratórios, realizando experimentos. Com certeza você já assistiu 
diversos filmes e desenhos animados, nos quais aparecem os cientistas 
em um laboratório, realizando as suas experiências com vários tubos 
de ensaio e outros utensílios. Porém, essa é uma ideia equivocada que 
temos, do que significa pesquisa. A atividade de pesquisa é de resolver 
problemas e nós fazemos isso de forma cotidiana, seja na Academia ou 
até mesmo no nosso ambiente profissional. Você já percebeu isso? 
Avalie o seu dia a dia e veja como a pesquisa está presente nele. 
Pesquisamos para saber o menor valor de um objeto, no qual desejamos 
comprar, para realizar os trabalhos da faculdade e, até mesmo, para 
colocar o filho na escola. Você já realizou algumas das atividades ditas 
anteriormente? Claro que sim. Lembre-se que você, ao pesquisar, tinha 
que resolver alguma situação e para isso você estabeleceu algum 
critério norteador, para que atingisse o seu objetivo. Nas empresas e 
organizações se pesquisa para saber a satisfação do cliente, a aceitação 
do produto e da marca, perante os consumidores e a concorrência. 
Atrelado ao conhecimento prévio, que você já tem, sobre pesquisa 
leia a citação a seguir da autora Minayo (2007, p.47): 
[...] a pesquisa é uma atividade básica das Ciências na sua 
indagação e construção da realidade. [...] É uma atividade de 
aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, 
fazendo uma combinação particular entre teoria e dados, 
pensamento e ação. 
Pensamento Científico30
Perceba que na citação anterior a autora nos conceitua, o termo 
pesquisa, de forma atrelada a ciência, sendo uma aproximação da 
realidade, munido de critérios, rigor, metodologia e caráter científico. 
Explicando sobre a pesquisa científica ela tem a finalidade de 
propor respostas aos problemas relevantes, que o homem se coloca, 
e realizar descobertas significativas, que aumentem a sua bagagem de 
conhecimentos. Em suma, a pesquisa científica visa descrever, explicar 
e prever os fenômenos.
E agora, você já consegue conceituar pesquisa científica? A seguir 
a Figura 4 sintetiza as características da pesquisa científica, que foram 
apresentadas até aqui. Aconselhamos que internalize as características, pois 
elas serão necessárias ao longo da sua formação profissional e até mesmo 
quando estiver nos ambientes de atuação da sua prática profissional. 
Figura 4 - Características da Pesquisa Científica
PESQUISA 
CIENTÍFICA
Problema
Planejada
Reflexão 
crítica
Sistematizada
Conhecimento 
original
Investigação 
contítua
Fonte: Adaptado de Lakatos e Marconi (2003).
Para Ludke (1986), a melhor maneira de se aprender a pesquisar 
é, precisamente, fazendo pesquisa, enfrentando os problemas teóricos, 
metodológicos e técnicos que se apresentam no trabalho científico. 
Para realizá-la é preciso haver um confronto nas informações coletadas, 
Pensamento Científico 31
sobre um determinado assunto, e o conhecimento teórico acumulado. 
Conseguiu apreender o significado do trecho anterior? 
Dentre outras informações pertinentes, é necessário entender 
que na pesquisa existe uma relação teoria e prática e que, ao exercer a 
atividade da pesquisa, é que o pesquisador irá delineando os limites e 
possibilidades com relação a essa atividade.
O avanço da pesquisa científica
O desenvolvimento científico sempre foi influenciado por aspectos 
econômicos, políticos e religiosos como já abordamos nas páginas 
anteriores. Na atualidade, por exemplo, o avanço de pesquisas com 
células-tronco embrionárias, que podem possibilitar a cura de diversas 
doenças, é bastante criticado por setores religiosos da sociedade. Nessa 
perspectiva, podem-se citar também as doenças negligenciadas, tais 
como malária, esquistossomose, entre outras, que são enfermidades 
consideradas endêmicas em populações de baixa renda e que apresen-
tam investimentos reduzidos em pesquisas científicas e produção de 
medicamentos.
Dessa forma, o conhecimento científico não é resultante da prática 
investigativa e experimental por si só. A ciência se desenvolve a partir de 
interações sociais complexas e, consequentemente, sofre a influência de 
interesses pessoais, além de grupos políticos, econômicos e religiosos. 
O porquê de se entender os processos sistemáticos que envolvem a 
metodologia da pesquisa é parte integrante para obtenção da segurança 
dosdados, critérios, princípios e normas; essas irão fornecer orientação e 
possibilitar condições adequadas ao pesquisador na realização dos seus 
trabalhos. Os resultados sempre devem ser os mais confiáveis possíveis, 
para que os mesmos possam ser usados como base de generalizações 
ou base para outras pesquisas. 
Ao resgatarmos aspectos da história veremos que durante a Idade 
Média, o desenvolvimento do conhecimento científico avançou lenta-
mente, com o predomínio do dogmatismo religioso. Nessa época, houve 
a valorização do conhecimento religioso para explicar os fenômenos 
naturais, tendo Deus como o centro do Universo (teocentrismo). Culturas 
pagãs, como a grega, foram perseguidas, combatidas e menosprezadas. 
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Pensamento Científico32
A Igreja restringiu o acesso à escrita e à cultura, o que impactou negativa-
mente o desenvolvimento da intelectualidade.
Já o desenvolvimento tecnológico resultou em inúmeros bene-
fícios para sociedade, como o processo de globalização econômica e 
social. No entanto, pelo fato de os avanços tecnológicos terem ocorrido 
em uma sociedade capitalista, que objetiva essencialmente o lucro, a 
natureza é explorada de maneira inescrupulosa e o bem-estar social 
está sendo cada vez mais comprometido.
Assim, a ciência (ou nesse caso apresentada como construção 
do conhecimento), é capaz de oferecer respostas confiáveis sobre a 
compreensão de determinados eventos e por que ocorrem. A ciência 
também pode ser dita como a observação dos fatos de maneira 
sistêmica com intuito de análise da experimentação; desse processo é 
possível então retirar resultados passíveis de utilização universal. 
A Ciência precisa ser entendida como a compreensão das relações 
dos efeitos e suas possíveis/principais causas de acontecimentos em 
determinados eventos quaisquer. Nesses, é almejado demonstrar a 
verdade dos fatos e suas implicações ou aplicações práticas. 
Assim, a pesquisa científica em si é uma construção criada por 
meio de questões específicas que precisam ser respondidas. Temos 
então que o conhecimento em sua forma que se preocupa em explicar, 
mas também tem como cerne buscar relações e outros fatos e também 
tenta explicar esses. 
Algo muito legal de se observar é que o próprio senso comum 
pode motivar a realização de uma pesquisa científica. Esse processo é uma 
forma de testar algo que o senso comum não consegue obter resposta 
e trazer à luz da aplicação do método científico. Um bom exemplo para 
entender a diferença entre os dois conhecimentos pode se referenciar 
na realização dos tratamentos médicos. 
Antigamente, um tratamento indicado pelos próprios índios, ou 
anciãs vinha do conhecimento comum que também pode ser dito como 
vulgar. Esses remédios eram usados para diversas doenças ou situações. 
Após ser comprovada a melhora ou cura de determinada doença a partir 
do que foi aplicado, isso se torna então um conhecimento científico. 
Como entender isso? 
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Pensamento Científico 33
Anteriormente a validação não existia, pois mesmo que doenças 
tivessem sido curadas, não se havia aplicado método científico e não se 
tinha certeza da real eficácia de determinado remédio para uma doença 
específica. Como realizar um link com a sua própria vida acadêmica? Na 
tentativa de resolução de um determinado problema, será importante a 
aplicação de métodos/maneiras científicas para chegar à sua solução 
sem a utilização de achismos, ou ainda, fazer de uma certa maneira 
porque sempre foi utilizada de maneira ligada ao “senso comum”. 
Compreenda a importância de se utilizar o método científico, pois ao 
olhar da pesquisa acadêmica você já é um cientista! 
No mundo atual, é possível perceber que o conhecimento científico 
é altamente relevante para a sociedade. De modo geral, as pessoas 
atribuem confiabilidade a qualquer informação, dado ou raciocínio obtido 
por meio dos chamados métodos científicos.
As pessoas, de forma geral, consideram a ciência porque acreditam 
que o conhecimento científico desvenda a verdade absoluta devido 
a sua base empírica, na qual as teorias científicas derivam diretamente 
de observações e experimentações sobre os fenômenos da natureza 
(CHALMERS, 2007).
A ciência como prática social 
O conhecimento científico é construído por meio da prática 
social, sendo bastante influenciado pelos interesses das classes sociais 
dominantes. Nesse sentido, segundo Chalmers (2007, p. 158), “[...] o desenvol-
vimento de uma ciência ocorre de forma análoga à construção de uma 
catedral enquanto resultado do trabalho combinado de um certo número 
de indivíduos, cada qual aplicando suas habilidades especializadas”.
Um resultado obtido em laboratório por meio de métodos cientí-
ficos, por exemplo, em condições controladas e de maneira reprodutível, 
ainda não está qualificado como parte integrante do conhecimento 
científico. Qualquer resultado experimental necessita passar pelo crivo 
de outros investigadores, por meio de sua publicação em um periódico 
científico. É de extrema importância, portanto, realizar a formalização da 
produção científica, como também proceder à divulgação dos resultados, 
obtidos a partir da pesquisa, para outros cientistas da área.
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Pensamento Científico34
Figura 5 - Divulgação da pesquisa
Fonte: pixabay
No ato da pesquisa científica é necessário que qualquer atividade 
experimental produzida seja avaliada, testada, discutida e aceita pela 
comunidade científica. Essa interdependência social para a construção 
da ciência evidencia o caráter dinâmico do conhecimento científico. É 
possível que resultados experimentais importantes sejam refutados, mal 
interpretados ou que não recebam a devida atenção pela comunidade 
científica de uma determinada época, postergando grandes avanços 
científicos por longos anos, como foi o caso da pesquisa científica 
realizada pelo monge e botânico Gregor J. Mendel, que nasceu na 
Áustria, em 1822. Os trabalhos que Mendel publicou sobre hibridização 
de ervilhas não receberam nenhuma atenção de seus contemporâneos. 
Entretanto, atualmente, Mendel é considerado o fundador da genética 
(BATISTETI; ARAÚJO; CALUZI, 2010).
A população, de um modo geral, tem uma visão descontextualizada 
do trabalho de um cientista. A mídia tem grande influência sobre esse 
tipo de visão, pois o estereótipo do cientista, nos desenhos animados, 
nas histórias em quadrinhos e em outros meios de comunicação, é uma 
figura masculina, individualista, antissocial, com óculos, e que sempre 
tem ideias mirabolantes (NASCIMENTO, 2011).
Para entender a atual visão de mundo, embasada no conhecimento 
científico, é preciso compreender as fases da evolução do intelecto do 
homem, que reflete o próprio processo de desenvolvimento da ciência.
Pensamento Científico 35
Não há um consenso sobre a época histórica precisa do 
surgimento da ciência: para alguns estudiosos, sua criação data das 
primeiras civilizações, outros consideram a Grécia Antiga como berço da 
ciência e há ainda aqueles que acreditam no surgimento da ciência na Era 
Moderna. No entanto, sabe-se que nas mais diversas culturas e regiões 
do globo, do ponto de vista mental e intelectual, ocorreu inicialmente a 
subordinação do mundo físico a um mundo superior, habitado por entes 
e divindades responsáveis pelos fenômenos da natureza e pelo destino 
do homem (ROSA, 2012).
O pensamento grego começou a se diferenciar das outras 
culturas contemporâneas por se basear na observação e no raciocínio 
para explicar os fenômenos naturais. No curso dos séculos, a busca das 
causas e da essência dos fenômenos teve grande influência teológica, 
mantendo as bases metafísicas gregas.
O distanciamento da ciência em relação aos pensamentos 
religiosos para explicar os fenômenos naturais se iniciou no século 
XV, com o Renascimento. A ideia de racionalidade, que surgiu com os 
filósofos iluministasno século XVIII, intensificou-se com o positivismo e 
o construtivismo nos séculos seguintes (ROSA, 2012).
É importante salientar que o desenvolvimento do conhecimento 
científico foi marcado por estagnação e retrocessos, como o período 
da Idade Média, mas também por grandes avanços, como na época do 
Renascimento, o que evidencia a complexidade da evolução histórico-
social da ciência (ROSA, 2012). Assim, para compreender melhor o 
processo de construção do conhecimento científico, precisamos 
conhecer alguns detalhes sobre as principais fases do pensamento 
humano, que envolvem pensamento mitológico, conhecimento religioso 
e racionalidade empírico-mecanicista.
A mente humana apresenta a mesma capacidade nos diferentes 
povos, embora não seja possível desenvolver imediatamente e ao 
mesmo tempo todas as capacidades mentais. Assim, cada cultura 
desenvolve os potenciais cognitivos de acordo com o tipo de vida que 
leva e com o tipo de relação que mantém com a natureza. Os povos 
antigos também utilizavam meios intelectuais para tentar compreender o 
Universo, como é o caso das civilizações pré-colombianas (maias, incas 
Pensamento Científico36
e astecas), que possuíam grandes conhecimentos sobre astronomia 
e matemática. Não se pode, portanto, desvalorizar a forma de pensar 
dessas culturas, pois os indivíduos estavam inseridos em uma realidade 
material muito rude, dominados pela necessidade de manter um nível 
mínimo de subsistência.
Contudo, trata-se de um modo intelectual de pensar que parte 
do princípio de que é preciso compreender o todo para se explicar as 
coisas, o que contradiz o proceder do pensamento científico, que avança 
etapa por etapa na explicação dos fenômenos naturais. O fato é que o 
mito não confere ao homem o domínio material sobre a natureza, o que 
é alcançado por meio do pensamento científico. 
REFLITA:
Enquanto nas culturas orientais desenvolvia-se o espírito 
contemplativo, na Grécia Antiga formava-se uma mentali-
dade crítica, impulsionada pelos filósofos da época. A partir 
do questionamento de conceitos absolutos (metafísica), 
buscou-se explicar os fenômenos naturais a partir da lógica 
e da razão.
O pensador grego Aristóteles foi o fundador da lógica, influen-
ciando fortemente a formação do pensamento científico. Os campos 
filosófico e científico se confundiam e se inter-relacionavam até o fim da 
Idade Média, caracterizando um período de transição do pensamento 
humano (ROSA, 2012).
Durante a Idade Média, o desenvolvimento do conhecimento 
científico avançou lentamente, com o predomínio do dogmatismo religioso. 
Nessa época, houve a valorização do conhecimento religioso para explicar os 
fenômenos naturais, tendo Deus como o centro do Universo (teocentrismo). 
Culturas pagãs, como a grega, foram perseguidas, combatidas e menos-
prezadas. A Igreja restringiu o acesso à escrita e à cultura, o que impactou 
negativamente o desenvolvimento da intelectualidade.
No entanto, após séculos de relativa estagnação, houve avanço 
extraordinário no conhecimento científico, propiciado pelas profundas trans- 
formações sociais, políticas, econômicas e culturais iniciadas em meados 
do século XV, no período denominado Renascimento (ROSA, 2012).
Pensamento Científico 37
A superação da preponderância do conhecimento religioso 
ocorreu na época da Idade Moderna; as invenções e inovações técnicas 
contribuíram decisivamente para a expansão do conhecimento científico. 
Avanços revolucionários na Matemática, Astronomia e Anatomia 
permitiram o desenvolvimento da Física, da Química e da Biologia. O 
termo biologia surgiu no século XIX para nomear o campo da ciência 
que estuda os seres vivos, herdando, assim, boa parte do que, até então, 
se chamava de história natural (ROSA, 2012).
Dessa forma, a formação do pensamento científico foi influenciada 
pelo pensamento filosófico e teve um período de relativa estagnação 
em seu desenvolvimento devido ao predomínio do conhecimento 
religioso durante a Idade Média. A expansão do pensamento científico 
foi, então, retomada na época da Idade Moderna, em que foi superada a 
hegemonia da religião.
Portanto, pode-se compreender a construção de competências 
pelos alunos como o desenvolvimento de capacidades, como trabalhar 
em grupo, debater, questionar, expressar-se de forma oral, escrita ou 
artística, entre outras. Enquanto as competências apresentam caráter 
genérico, as habilidades estão relacionadas a situações mais específicas, 
por exemplo, na área de Ciências, ler e interpretar gráficos relacionados à 
saúde e à ecologia, analisar situações-problema referentes às questões 
ambientais etc. 
Assim, o processo educacional está passando cada vez mais a 
ter como tônica o desenvolvimento de competências e habilidades pelo 
aluno, para que ele possa compreender os conhecimentos científico-
tecnológicos e utilizá-los para atuar no mundo como cidadão.
Neste momento estudamos que o conhecimento científico é 
construído por meio da prática social e é influenciado por aspectos 
econômicos, políticos e religiosos. Assim, a ciência apresenta caráter 
dinâmico, estando em constante mudança e reformulação. A população, 
de modo geral, apresenta visões equivocadas sobre a ciência e o 
trabalho dos cientistas, e cabe ao professor desmistificar as concepções 
de senso comum dos alunos.
A tecnologia, que consiste na aplicação prática da ciência, 
representa o modo de vida de nossa sociedade atual. No entanto, o 
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Pensamento Científico38
desenvolvimento tecnológico não gera, necessariamente, bem-estar 
social, visto que no mundo contemporâneo observa-se o aprofundamento 
das desigualdades sociais e vários problemas ambientais. O papel da 
escola e do ensino de Ciências Naturais, nesse contexto, é formar cidadãos 
que possam atuar de maneira crítica e transformadora sobre a realidade. 
Portanto, as práticas pedagógicas do educador devem possibilitar que 
o aluno desenvolva competências e habilidades que sejam significativas 
para sua atuação como cidadão global. 
De acordo com Alves (2007) a subjetividade é o modo como cada 
indivíduo percebe o mundo. Objetividade é a percepção do mundo de 
modo imparcial e independente das preferências individuais do sujeito. E 
intersubjetividade é um modo compartilhado de ver o mundo, utilizado 
pela ciência para decidir o que e como deve ser estudado.
Figura 6 - Pesquisa científica
Fonte: freepik
Posto isto, cabe alguns questionamentos: de que forma o pesqui-
sador pode buscar perceber esses nuances, captar os detalhes contidos 
nas entrelinhas da cultura e do cotidiano dos sujeitos? Como registrar os 
dados de forma que não sejam trazidos de maneira superficial, mas que 
também não sejam alterados?
As necessidades e os interesses de cada ser humano também 
interferem na interpretação da realidade e na busca da verdade. Consis-
tem em matizes ou vieses que limitam ou direcionam para o que lhes 
seja mais útil ou conveniente enxergar, sem considerar a possibilidade 
de que outros podem enxergar de maneira diferente.
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Pensamento Científico 39
Assim podemos incluir em nossa história a semente do conheci-
mento se permeia pelos estudos sim de comunidades antigas, que 
através de uma comunicação transmite a ciência de forma rudimentar 
até atingir o uso da tecnologia, para assim aderirmos aos fenômenos 
observados pela ciência moderna.
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo 
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você 
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, 
vamos resumir o que vimos. Você deve ter aprendido ao 
longo do capítulo o que significa a pesquisa científica. 
Também viu as suas características e importância para a 
humanidade. Além desses aspectos aprendeu que há uma 
relação entre o conhecimento do senso comum e o ato de 
se fazer pesquisa científica. Por fim, aprendeu a importância 
de vocêestudante realizar pesquisas em sua graduação.
Desafios da ciência e a ética na produção 
científica
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar 
os desafios da ciência e os aspetos importantes da ética 
na produção científica. Isto será fundamental para você 
enquanto E então? Motivado para desenvolver esta 
competência? Então vamos lá. Avante!
Desafios da ciência 
O que leva uma pessoa a realizar uma investigação científica? 
O desenvolvimento de uma pesquisa científica se refere à experiência 
teórica e prática do pesquisador, da comunidade científica e da área 
de conhecimento na qual está situado. A pesquisa científica deve ser 
estabelecida a partir de duas abordagens: qualitativa e quantitativa. 
Neste tópico, veremos um pouco mais sobre estas duas abordagens 
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Pensamento Científico40
científicas, que devem ser determinadas pelo pesquisador ainda no 
início do processo de pesquisa.
Desta forma se torna importante que durante a produção cientifica, 
seja justificado o que lhe impede a buscar respostas na realização do seu 
trabalho. O tema e até subtema que você escolheu pode levar a mudanças 
significativas para a profissão que você exerce? Trata-se de novas soluções para 
a comunidade? Responde às questões que há tempos não são investigadas? 
Contribui para o trabalho de outras pessoas ou para o desenvolvimento 
de sua área de atuação? Questione-se sobre as contribuições práticas 
de sua pesquisa científica e apresente ao leitor, aquele que terá acesso 
posteriormente à sua pesquisa escrita e organizada, a relevância do tema, 
as suas argumentações e as suas considerações pessoais sobre o assunto, e 
principalmente sobre os sub temas ao redor de sua pesquisa.
REFLITA:
Como mencionado anteriormente, a ciência é resultado do 
trabalho de cientistas e de grupos de cientistas espalhados 
pelo mundo, reunidos em universidades, empresas e institui-
ções de pesquisa. Esses profissionais divulgam seu trabalho 
para a avaliação de outros pesquisadores e também para 
contribuir com a realização de outras pesquisas.
Na visão de Alves (2007), é extremamente importante que as 
teorias desenvolvidas por meio da pesquisa científica sejam divulgadas, 
de forma que possam ser avaliadas, testadas e, quando necessário, 
reformuladas. Desse modo, também é possível evitar a duplicação 
de esforços e de gastos desnecessários de recursos. Para que essa 
divulgação aconteça, são utilizadas várias formas:
a. Realização de eventos, como seminários e congressos científicos;
b. Publicação de artigos científicos, em periódicos (publicações 
impressas ou on-line) de cada área do conhecimento;
c. Defesa pública e publicação de monografias, de dissertações 
e de teses em universidades;
d. Divulgação jornalística de resultados de pesquisas em jornais, 
revistas, programas de televisão ou de rádio e portais de internet;
e. Publicação de livros técnicos.
Pensamento Científico 41
Desta forma a divulgação jornalística do conhecimento científico 
é especialmente importante para que o grande público tenha acesso à 
informação especializada. Desse modo, é possível “traduzir” termos e 
teorias científicas sob a forma de uma linguagem que seja compreendida 
mais facilmente, assim contribui para melhor atuação da comunicação 
entre as produções cientificas.
IMPORTANTE:
A busca do ser humano pelo conhecimento sobre o mundo 
onde vive e sobre si mesmo tem servido tanto para suprir 
suas necessidades intelectuais e materiais quanto para criar 
outras. Pode-se verificar a utilidade da ciência ao observar 
o conhecimento acumulado até hoje, por exemplo, sobre 
as leis que regem as órbitas planetárias e outros corpos 
celestes, o funcionamento do corpo humano, os efeitos 
gerados pelo surgimento dos grandes centros urbanos, 
entre outros assuntos.
Você deve estar imaginado que é muito difícil ser um pesquisador, 
mas, nestas poucas páginas, verá que isso é possível a qualquer um, 
desde que haja muita dedicação. Quer saber como produzir e desen-
volver conhecimento.
Estudar o que é verdade consiste em analisar a relação existente 
entre o pensamento humano e o objeto a ser conhecido. Assim, voltamos 
à limitação humana e sua relação com a realidade. O homem tem como 
portas de entrada (de sua aprendizagem e de seu relacionamento com a 
realidade) primeiramente seus sentidos (visão, audição, tato, olfato etc.). 
Algumas vezes precisa de instrumentos adequados para conhecer um 
mundo que, aos olhos naturais, não conseguiria perceber. Um bom exemplo 
são os microscópios para ampliar a visão. Sem o instrumento adequado, 
como saber que vírus, bactérias e microrganismos existem? Entretanto, o 
fato de o homem não percebê-los não significa que não existam.
Outras vezes há obstáculos que impedem ou distorcem o enten-
dimento da realidade pelo ser humano. Exemplo disso são os dogmas, 
verdades prontas e acabadas baseadas em crenças que lhes foram 
impostas ou que tacitamente foram aceitas ao longo de seu crescimento, 
desde criança até a fase adulta.
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Pensamento Científico42
A pesquisa não é a única forma de obter conhecimento e fazer 
descobertas. A pesquisa bibliográfica é um exemplo claro de obtenção do 
conhecimento, pois esclarece dúvidas, e não é necessário o emprego de 
processos metodológicos rigorosos. Embora seja válido, esse tipo de pesquisa 
não se caracteriza como uma pesquisa científica. Em sua vida acadêmica, se 
ainda não fez, é provável que você faça pesquisas bibliográficas.
É importante lembrar que a pesquisa científica sempre parte de uma 
dúvida ou um problema e, por meio da utilização de um método científico, 
talvez se encontre respostas e soluções. Muitas vezes, não encontramos 
respostas às nossas indagações imediatamente ou com a aplicação de 
um método de pesquisa apenas. É possível que antes de encontrarmos 
as respostas às nossas dúvidas tenhamos de recorrera vários tipos e 
métodos de pesquisa. Para ser considerada científica, uma pesquisa pode 
levar anos, porque ela precisa ser comprovada e experimentada inúmeras 
vezes a fim de testar se as respostas encontradas são válidas.
O filme O dia depois de amanhã (EUA, 2004) mostra os possíveis 
efeitos do aquecimento global. O cientista vivido pelo ator Dennis Quaid 
alerta as autoridades mundiais para a necessidade de se tomarem 
medidas urgentes capazes de impedir uma nova Era do Gelo. 
Lembre-se que o trabalho científico original é fruto de uma pesquisa 
que foi realizada pela primeira vez e apresenta as novas descobertas, 
contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento científico. Nesse 
tipo de pesquisa, o pesquisador é movido pela necessidade de contribuir 
com o progresso da ciência e com o desenvolvimento de soluções 
concretas para os problemas estudados.
Figura 7 - Controle da Ciência
Fonte: freepik
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Pensamento Científico 43
Além das limitações relacionadas ao desenvolvimento da ciência, 
há uma série de desafios ligados à atividade científica. Primeiramente, 
é preciso lembrar que o desenvolvimento da ciência interessa a todos. 
E, quando dizemos “todos”, estamos nos referindo aos governos dos 
países, à comunidade científica, às empresas privadas, aos grupos 
sociais, aos indivíduos e à sociedade em geral, em todas as atribuições 
da pesquisa científica. 
Desta forma as práticas científicas, que deveria ser um dos desejos 
de qualquer estudante universitário, é uma etapa fundamental para a 
formação de pesquisadores. Nossa nação carece de pesquisadores 
capazes de produzir e ampliar o conhecimento e, consequentemente, 
desenvolver o Brasil e diminuir a nossa dependência das nações mais 
desenvolvidas, e contribuem para o desenvolvimento e capacidade 
intelectual de uma nação.
Produção científica e a ética 
Ao longo da história, diversos filósofos e cientistas investiram 
tempo e recursos com o intuito de encontrar uma forma de classificar 
o conhecimento humano em diferentesáreas. Como resultado desses 
esforços, muitas classificações surgiram ao longo do tempo e é bastante 
provável que novas ainda sejam criadas, à medida que as áreas do 
conhecimento científico se ampliem ou se especializem.
Atualmente, uma das principais formas de classificar a ciência é 
a divisão entre ciência pura e ciência aplicada. A ciência pura ou básica 
é constituída por investigações nas quais não existe uma preocupação 
em encontrar uma utilidade prática imediata para as teorias formuladas. 
Já a ciência aplicada é constituída por investigações nas quais há uma 
busca por soluções concretas para problemas reais, o que possibilita a 
aplicação prática imediata dos resultados da pesquisa científica.
Também podemos dividir a ciência em ciências naturais, focadas no 
estudo da natureza e de seus fenômenos, e ciências sociais, que estudam as 
pessoas e os agrupamentos humanos. Historicamente, as ciências naturais 
são mais antigas; já as ciências sociais são mais recentes. Dessa forma, 
muitos procedimentos de pesquisa utilizados pelas ciências sociais são 
adaptações dos procedimentos originariamente desenvolvidos no campo 
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Pensamento Científico44
das ciências naturais. No atual momento de desenvolvimento científico, há 
um grande debate acerca da necessidade de se desenvolverem métodos 
científicos apropriados a cada área do conhecimento e a cada objeto de 
estudo. Portanto, passamos por um momento histórico em que diversas 
áreas do conhecimento, as quais denominamos ciências, encontram-se 
em diferentes estágios de desenvolvimento.
Comparando com o ser humano, seria mais ou menos como dizer 
que algumas ciências já estão na fase adulta, enquanto outras estão ainda 
na infância. E o que seria, afinal, uma ciência mais “adulta”? Seria uma 
ciência que já tem várias teorias bem desenvolvidas e testadas, além de 
metodologia científica bem definida, como é o caso da Física, por exemplo.
Outras ciências ainda estão desenvolvendo suas teorias e sua 
metodologia. São as ciências mais novas, como a Sociologia e a Psicologia. 
Entretanto, isso não significa dizer que uma ciência seja melhor que a 
outra. Apenas chama a atenção para o fato de que algumas áreas do 
conhecimento humano já são mais desenvolvidas, principalmente porque 
são mais antigas e estão sendo estudadas há mais tempo.
A atual classificação oficial das áreas do conhecimento utilizada 
no Brasil foi proposta pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal 
de Nível Superior (Capes).
EXPLICANDO MELHOR:
A Capes, que é um órgão oficial do governo federal brasileiro, 
definiu nove grandes áreas que agrupam conhecimentos 
e que têm afinidades entre si. Ou seja, são áreas que 
compartilham temas, objetos de estudo e metodologias de 
pesquisa. Observe que cada grande área do conhecimento 
apresenta subáreas que tratam de assuntos de natureza 
semelhante. Por exemplo: em ciências da saúde, todas as 
subáreas têm como foco de estudo o corpo humano e a 
saúde tanto em nível individual quanto em nível coletivo. 
Em ciências biológicas, por sua vez, o foco de estudo é o 
meio ambiente natural e todas suas propriedades.
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Pensamento Científico 45
A graduação no Brasil
De acordo com Alves (2007), no Brasil, a graduação é um curso de 
nível superior, realizado após a conclusão do ensino médio, que busca a 
formação profissional do estudante em diversas áreas do conhecimento e, 
em alguns casos, essa formação é obrigatória para o exercício da profissão.
Os cursos de graduação no Brasil têm em média quatro anos de 
duração, embora haja diferenças de duração entre diferentes cursos.
Os cursos de graduação são divididos em (1) bacharelado, (2) 
licenciatura e (3) tecnologia.
O bacharelado dura de quatro a seis anos e é voltado ao exercício 
da profissão relacionada a cada área do conhecimento. Exemplos: 
Arquitetura, Medicina, Direito, Engenharias, Comunicação Social.
A licenciatura também dura em média de quatro a seis anos 
e é um curso superior voltado à formação de professores para níveis 
inferiores à graduação. Exemplos: Letras, Educação Artística.
Os cursos de tecnologia duram, em geral, de dois a três anos e são 
voltados à formação de tecnólogos, ou seja, profissionais especializados 
em áreas técnicas do conhecimento, especialmente naquelas voltadas à 
indústria. Exemplos: Tecnólogo em Construção Civil, Tecnólogo em Gestão.
Os cursos de graduação são regulamentados e avaliados periodi-
camente por órgãos vinculados ao MEC, como o Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) ou o Sistema 
Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec).
Em 2008, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
o Brasil tinha cerca de 6 milhões de estudantes matriculados em cursos 
de graduação. A maior parte deles (cerca de 60%) estava matriculada em 
instituições privadas.
Após todas essas apresentações precisamos refletir sobre a 
pesquisa na graduação, o que chamamos de iniciação científica. Vamos 
lá! Muito tem se falando sobre a pesquisa nas instituições de nível superior 
do nosso país. Sabemos que a quase totalidade das pesquisas são 
realizadas em instituições públicas. Mas qual seria a relação da pesquisa 
com o aluno de graduação? Primeiro, precisamos mencionar que um 
dos grandes desafios das universidades é de além da formação fazer 
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Pensamento Científico46
com que os graduandos sejam capazes de utilizar os conhecimentos. 
Então, as atividades curriculares que tenham por objetivo a resolução de 
problemas são importantes instrumentos para a formação dos alunos. 
E você já realizou uma pesquisa? Quais os aspectos sentiu mais 
dificuldade? Com certeza sim e em vários momentos da sua graduação 
seja em sala de aula ou durante a iniciação científica. Saiba que nos 
próximos capítulos da disciplina você receberá conhecimentos ainda 
mais para ser um pesquisador. 
Mas para que você se instrumentalize nessa área e necessário 
que você seja envolvido no que se refere a elaboração de projetos de 
pesquisa e inclusive para estimular aqueles alunos que possuem a 
vocação para seguir carreiras de pesquisadores. As formas institucionais 
para ingressar nessa área ainda durante a graduação são os estágios 
curriculares e a iniciação científica. Recomendamos a você se apropriar 
das pesquisas realizadas pela sua instituição. Perceba que elas tem 
total ligação com a sociedade que estamos vivendo, pois os objetivos 
são de transformar a realidade através da busca de respostas para um 
problema ou situação. 
A pós-graduação no Brasil
Na visão de Lakatos e Marconi (2005), no Brasil, a pós-graduação é 
formada por cursos que podem ser realizados após a conclusão da gradua-
ção. Esses cursos dividem-se em dois tipos: lato sensu e stricto sensu.
O Lato sensu são cursos de especialização voltados à atualização 
profissional nas mais diversas áreas do conhecimento. A carga horária 
mínima de um curso de especialização é de 360 horas, em geral distri-
buídas no período de um ano a um ano e meio.
No Brasil, os MBAs (do inglês: Master in Business Administration) 
também são cursos de especialização.
Já o Stricto sensu são cursos voltados à formação científica e 
acadêmica, ou seja, formam pesquisadores e professores universitários. 
Dividem-se em mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado.
Em todos os tipos de pós-graduação stricto sensu, há uma séria 
preocupação com o desenvolvimento da autonomia científica, ou seja, da 
capacidade do indivíduo de aprender e produzir conhecimento por si mesmo.
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Pensamento Científico 47
Assim Alves (2007), descreve que os cursos de pós-graduação são 
regulamentados e avaliados periodicamente pela Capes. Outras agências 
ligadas

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